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Trimestre (parte 2)

Passa o outono e o frio chega intenso, Em um mês repleto de romantismo. Sem atender aos sinais, eu ainda cismo E permaneço ao aguardo do propenso.

Julho é o meu período especial do ano, Quando celebro a data do meu nascimento. A surpresa realizada em meio ao silenciamento E a jogada torpe que terminaria num engano.

Finalmente chega Agosto, o mês do (meu) desgosto. Sem saber, a antiga oportunidade viraria confusão, Os absurdos ouvidos sem a menor explicação, E as novas lágrimas que jamais sairiam do meu rosto.

As cicatrizes e as marcas custam a sair do coração, Ainda que eu altere tudo a minha adjacência. Um sorriso que esconde a tristeza, apenas aparência! E uma vida trilhada sobre os prantos da desolação.

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Trimestre (parte 1)

“Passa o Carnaval e o ano começa.” Essa é a crença popular onde resido. Para mim, esse momento é o mais dolorido: A pedra no caminho de quem sempre tropeça.

Março é uma montanha-russa de sensações. Uma mistura de tristeza e pura nostalgia. A lembrança de como tudo era euforia. Uma trilha sonora marcada por inúmeras canções.

Abril chegou e o friozinho começou a apertar. Os laços se estreitaram e a chama incendiou. O banho de madrugada não nos silenciou. E o pedido inesperado, com a minha música a tocar...

Maio tornou-se um divisor de águas nesta história. Vários erros, muitos equívocos e tantas decepções! Desde a descoberta familiar até as minhas traições, Findando na separação que emerge à memória.

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Insípido

Uma afirmação correta, Mas a fala equivocada: Uma nova mágoa gerada E uma derrocada indireta.

O calor do momento: nebuloso. E a indiferença? Presente! O erro agressivo e potente, Um crime cruel e doloso.

O coração em carne viva, A mente, totalmente esquiva, E o desfecho: sem graça e insípido.

O anseio é a busca para acertar E o impulso? Não se pode frear! Um escarro, nojento e cuspido.

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Oco

Quando a angústia bate no peito, Nem sempre a ajuda vem de fora, O desespero em meu interior se aflora, E a droga sequer faz mais efeito.

O remédio que parecia a salvação, Apenas tapou o sol com a peneira. É estar atolado em muita sujeira, E continuar a um passo da depressão.

Beber uma taça de vinho libera alegria, Mas é passageira, um lapso de euforia. Um atalho para fugir da minha existência.

Esse sentimento de estar oco por dentro, Não é só a ausência de sentido que enfrento, Mas a perda da minha própria essência.

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Se eu...?

Se eu tivesse ficado naquela oportunidade, Será que minha família teria me aceitado?

Se eu não tivesse agido contra meus sentimentos, Será que, ainda assim, eu teria sido derrotado?

Se eu tivesse mantido minha pureza, Será que minha essência teria sido preservada?

Se eu tivesse permanecido firme no meu propósito, Será que, da mesma forma, eu teria adoecido?

Se eu pudesse voltar no tempo, Será que os mesmos erros seriam cometidos?

Se eu tivesse mais amor próprio, Será que em tantas enrascadas eu teria me colocado?

Se eu soubesse o melhor caminho para seguir, Será que as mesmas estradas seriam seguidas?

Se eu tivesse abandonado o barco quando o furei, Será que, agora, eu já não estaria afogado?

Se...?

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Love Story...

Começarei dizendo que “éramos ambos jovens, Quando te vi pela primeira vez”. “Você estava lá quando me disse: É para sempre e sempre.”

Mas, “Quando você tem quinze anos, Você acredita quando dizem que te amam”. E eu achava que você pertencia a mim, Que você era o meu Romeu E que nosso amor era difícil, mas real.

Mas a nossa história iria acabar logo. Eu não era uma princesa em um conto de fadas. Eu não estava em Hollywood; Eu estava numa cidade pequena.

Eu era um sonhador até você me colocar para baixo, Mas é tarde para você vir com seu cavalo branco. Nossa história parece uma tragédia agora. E eu só queria que fosse do jeito que era antes.

Abigail deu tudo por um menino que mudou de ideia, Nós dois choramos! Mas você foi a melhor coisa que foi minha, Eu estava encantado em conhecer você.

Agora, tudo o que resta a fazer é correr. Talvez eu fui ingênuo e me perdi em seus olhos. E eu não consigo respirar sem você, mas preciso.

Eu tinha tantos sonhos com você, mas agora eu sei... Eu sei que é tarde demais para me desculpar.

Você me deu todo o seu amor e eu lhe dei um adeus. Mas, sinto saudades da sua pele bronzeada, do seu sorriso doce... Tão bons para mim, tão meus. E eu voltaria no tempo e mudaria, mas eu não posso!

Se isso fosse um filme...

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Turbulência

Perder-se dentro de si é um caos, E resgatar-se é mais que uma necessidade. O coração precisa suportar toda a responsabilidade, Uma aflição generalizada para todos os órgãos.

A respiração fraqueja e os olhos lacrimejam, Numa dicotomia entre a angústia e o alívio. Os sentimentos conflitantes estão em convívio, Batalhando pela importância que se corteja.

Como um avião passando por uma forte turbulência, Sua vida está entre o medo e a impotência, Ou num pequeno movimento no sentido de se proteger.

É entrar no labirinto das vivências e das emoções, É trazer à tona todas as lembranças e recordações, É puxar a máscara de oxigênio para continuar a viver.

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Areia Movediça

"A mão que afaga é a mesma que apedreja”, Dizia Augusto dos Anjos, o velho poeta (da morte). Ter a ajuda de alguém que realmente te conforte, É como um barco à deriva que, sozinho, veleja.

E cada nova notícia ruim que me faz murchar, Parece com uma flor que é arrancada do jardim. Ferido, na cor de sangue, vermelho carmesim, Uma gota de esperança em meio a tristeza do mar.

Aos poucos, o brilho nos olhos vai escurecendo, Substituído pelas lágrimas que vão escorrendo, E a força de vontade transforma-se em preguiça.

É como estar num labirinto sem saber aonde ir, Ou atravessando uma ponte prestes a ruir, Afundando como se estivesse em areia movediça.

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Antônimo

Como lidar com algumas diferenças, Se elas são a essência de cada um? Algumas são congruentes e comuns, Mas outras são motivos para desavenças.

Você é verão e calor, E isso afeta o meu humor. Eu sou inverno e gelado, E para você, isso é desvairado.

Na praia, você gosta de cerveja, É o dia de folga que você planeja. Eu sonho com neve e um bom vinho, Seja na sua companhia, seja sozinho.

Você tem os pés no chão, Aceita os termos da situação. Eu flutuo nos meus devaneios, Me lanço ao mundo, sem receios.

Você é prático e moderado, Se distrai com algum seriado, Eu sou moderno e meio clássico, Gosto de livros, músicas, algo básico.

Correr ao distante é improvável, A casa, seu lar, é o lugar mais estável. Minha alegria é pensar em visitar lugares novos, Me aventurar e conhecer diferentes povos.

Somos duas almas muito diferentes, Vivendo a vida sob um contraditório. Somos dois protagonistas neste auditório, Com papeis antônimos, mas equivalentes.

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Década

Aquilo que era realidade virou lembrança, Porque a vida teve grande uma reviravolta. A força armada encarregada de fazer a escolta, Impossibilitou-me de conseguir pagar a fiança.

As cicatrizes trazem à tona os acontecimentos, Assim como sons, cheiros e outras sensações. Ainda procuro calcular os termos dessas equações, Posicionando tudo entre a aceitação e o rompimento.

Uma década depois, muitas perguntas vêm à mente, Numa tentativa frustrada de saber o que viria pela frente, E de conjecturar como teria sido seguir por esse caminho.

Se existisse alguma maneira de fazer o passado voltar, Eu giraria a ampulheta e alteraria algumas peças de lugar, E no tabuleiro, defenderia o rei daquele xeque-mate sozinho.

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A vida passa depressa, Num momento as coisas estão, No outro, logo se vão, Um sopro que logo cessa!

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Agradecer

O caos está instaurado, Me aprisiona e me sufoca. Sinto-me preso a esta toca, Impotente. Sem forças. Acuado!

Como um hamster na roda, Girando no eterno ciclo vicioso. Pela novidade, estou ansioso. A rotina entedia; atrasa; incomoda.

Mas, fecho os meus olhos, Buscando as palavras certas. O batimento do coração aperta. Mas lamentavelmente, falho!

Agradecer no momento mau, É uma apunhalada pelas costas. A consequência disso é oposta Como subir mais um degrau.

E o momento é de mudança, Superar os incômodos, as ameaças! Não importa o que eu faça, Digo a mim mesmo: avança!

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Corrosiva

As consequências indesejadas de algumas escolhas, Costumam abalar toda a nossa estrutura interna. É como procurar no escuro sem ter uma lanterna. Uma vontade de ficar sozinho, escondido na bolha.

Retornar ao passado ou mudar a direção dos passos, Não é uma decisão possível de ser tomada. A história que já foi escrita não pode ser alterada, Mas seguir nesses erros é um sinal de fracasso.

Em cada capítulo, parece que a tragédia só aumenta, É como avançar numa floresta de rosas espinhentas, Onde caminhar pode ferir mais do que ficar estagnado.

A sensação é que meu coração está em carne viva, E, o tempo todo, são enviadas palavras corrosivas, Que ferem cada vez mais profundo o meu machucado.

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Encanto da Sereia

Com uma taça de vinho tinto ao meu lado, A inspiração para escrever volta a aparecer. A dor que sinto é daquelas que tento esquecer, Mas que me atormenta; dormindo ou acordado.

Os meus sonhos eram como castelos de areia, Que a água do mar destruiu sem a menor piedade. O futuro incerto, agora é uma triste realidade; É como ser afogado ao cair no encanto da sereia.

Faltam palavras ao descrever o tamanho da amargura E eu estou pirando em meio à toda essa loucura; Como um fantasma soprando aos meus ouvidos.

Renovo as forças quando choro com o meu cachorro, E cada lágrima representa um pedido de socorro; Clamo em meio a uma batalha onde já estou vencido.

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Mariposa

No dia mais feliz da vida do meu cachorro A conjuntura estava se alterando completamente. A atmosfera estava estranha: era evidente! Como uma última tentativa de pedir socorro.

O abraço apertado refletiu-se na ausência das palavras Mas a intenção era desejar felicidade, sucesso e sorte. A exigência é que mostremos o nosso lado mais forte Nesse período inicial de cultivo de uma nova lavra.

Se aquele jantar já se iniciou em clima de despedida, E o café do outro dia apenas corroborou a sua partida, A mariposa veio para confirmar esse tempo de renovação.

A sensação é que estou num período de abandono E além da preocupação que me vem tirando o sono, Parece que, com você, levaram outro pedaço do meu coração. 

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Desencontro

A vida é feita de escolhas, segundo após segundo, E as opções decidirão a respeito do futuro desejado. As aspirações ficarão todas presas no passado Porque cada passo é a criação de um novo mundo.

Alterar o caminho quando um novo alguém se aproxima Talvez sacrifique os sonhos iniciais já planejados. O julgo poderá pesar somente para um dos lados, E o coração, em confusão, simplesmente desanima.

Como um pequeno remo altera a rota de um imenso navio E uma bomba explode por uma centelha num singelo pavio, As ações vieram dos anseios que já estavam por dentro.

A sensação é que nos perdemos em algum lugar, Num passado recente que não há como recuperar Porque as vontades individuais estão em desencontro.

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Primeiro

Eu sempre gostei de estar em primeiro E ser o melhor naquilo que estou fazendo. Mas as minhas chances foram se perdendo, Como se meus sonhos fossem jogados pelo bueiro.

Cada tentativa era inevitavelmente frustrada, Acompanhada de uma apunhalada pelas costas. Mentiras fizeram parte das minhas apostas. Eram a última inspiração antes da derrocada.

A batalha interna é mais complicada que a externa Porque a vitória não é imediata, mas constante e eterna. E as dificuldades aumentam a cada novo contratempo.

Mas, agora que me tornei o meu maior adversário, Busco encontrar um caminho, ainda que precário, Para poder lutar contra o meu próprio desalento.