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Linkin Park’ll always be recorded in our hearts ❤️

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De uns anos pra cá eu andei me afastando de muita coisa que me fazia mal. Talvez eu não devesse, talvez eu deveria me fazer de sonsa o tempo todo e aceitar que o mundo é assim mesmo - conformismo e networking que fala, né?! Mas eu não consigo.

Amigos no meio da tatuagem é a coisa mais difícil que existe. Quando nos identificamos com algum profissional, ele mora do outro lado do Estado ou do País. Aqui em São Paulo eu percebo que é sempre um tentando passar a perna no outro. Seria o ego? O Capitalismo o problema? A necessidade de ser acolhido e pertencer a grupos com status social do qual não fazemos parte? Questão de laudo? Nunca saberemos.

Talvez nos sentirmos não-pertencentes do mundo de hoje seja normal. Talvez ninguém mais se sinta pertencente a algo e sinta uma necessidade enorme de pertencer, de ser acolhido, de fazer parte de um grupo - grupo este que nem se importa que você existe. Cada um se importa consigo.

Qual seu não-pertencimento?

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Quantas vezes hoje você foi silenciada por um tatuador?

Ando reparando desde quando entrei no meio da tattoo um silenciamento sobre nós de inúmeras formas. Mas eu estou aqui para dar voz.

Sempre falo sobre a mulher tatuadora, mas eu tenho local de fala sobre isso. Desde já, peço que, tomando seu café enquanto lê este texto, entenda que muitas pessoas podem se sentir como me sinto escrevendo, aqui, neste momento. Mas, por ser uma tatuadora mulher, falo por tatuadoras mulheres.

Quando iniciamos na tattoo, temos ânsia de aprender e colocamos muitos tatuadores em pedestais - principalmente os antigos. Eles são nossa história que, tão curta, repercute muito. Em São Paulo temos nomes incomparáveis no meio da tatuagem que até hoje estão nesta caminhada e que sempre estiveram dispostos a bater um papo. Já citei muitos deles aqui no Blog.

Mas, assim como existem pessoas que fazem com que nos apaixonemos mais pela história de nossa maior paixão, muitos também nos decepcionam. Já cheguei a ouvir que nossa geração não é de tatuadores (em meio a muitas ofensas) por um tatuador que admirei desde o começo de minha carreira. Lembro-me com todos os detalhes sobre como me senti naquela noite. Voltei para casa com um vazio dentro de mim.

“Mas por qual motivo a bonita está falando isso pra gente? Tá querendo me desmotivar?” - Muito pelo contrário. Estou dizendo que em qualquer lugar teremos pessoas que têm medo de perder seu posto, seu cargo, sua autoestima e autossuficiência. Tais pessoas fazem o possível para que profissionais novos não cresçam para que não sejam melhores do que eles. E teremos isso em qualquer lugar, em qualquer trabalho. E, se é possível haver uma ameaça ao seu trabalho, talvez seja necessário verificar se eu trabalho está estagnado para estar perdendo com tanta facilidade seu “cargo”. Isso diz mais sobre você do que sobre a nova geração de tatuadores.

É comum que vejamos mulheres tatuadoras que dedicam todo seu tempo em estudos sobre tatuagem sendo silenciadas em grupos de facebook, sendo ridicularizadas. E, com certeza, aparecerá alguém argumentando que “fulano também é!”. E não. Não da mesma forma. Uma mulher explicando sobre a cicatrização de uma pele é rebatida com comparações com algum tatuador homem famoso que não o faz. Uma mulher que explica sobre luva nitrílica e látex ouve que é frescura o que ela estudou para seu melhor atendimento ao cliente.

Eu mesma já fui alvo de inúmeras críticas de tatuadores homens, principalmente quando falo de assédio na tatuagem e oriento as mulheres sobre o melhor procedimento para que nosso corpo não seja o produto, mas, sim, a tatuagem.

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Precisamos Falar Sobre a Solidão da Mulher Tatuadora.

Eu poderia começar este texto falando sobre todas as coisas boas que acontecem no meio da tattoo: os eventos, os colegas de trabalho, os aprendizados, as competições. Mas, hoje, gostaria de me aprofundar um pouco mais no oceano e deixar de enxergar somente a ponta do iceberg que é o mundo da tatuagem.

Mulheres estão a cada dia tomando espaços que sempre nos pertenceram e que, por muitos séculos, nos foram tirados e, como no meio da tattoo, nunca tiveram o trabalho de nos apresentar. Em 2020 as coisas estão finalmente iniciando uma caminhada com mulheres em seus devidos cargos. Não somos mais somente professoras, enfermeiras ou donas de casa. Somos, também, tatuadoras.

Ser tatuadora nos demanda muito tempo para nossos estudos tanto de desenhos, quanto de aplicação na pele. Atendemos clientes presencialmente e via Whatsapp ou formulários, respondemos e-mails, compramos materiais, cuidamos da limpeza e organização de um studio, mantemos contato com outros tatuadores para trocas de aprendizados, passamos um bom tempo preparando nossas publicações nas redes sociais e respondendo os comentários, fazemos stories para que nos enxerguem diante de um algoritmo que está sempre mudando e temos sempre de nos renovar. Muitas vezes achamos que nossas 24 horas por dia são poucas. E são. Afinal, além disso tudo, temos de nos alimentar, cuidar de nossa saúde mental, manter uma vida social ativa. Sem contar que muitas são casadas e com filhos! Também tem quando ficamos doentes e precisamos de um dia de folga na cama nos entupindo de remédio para não adiarmos muitos clientes.

Algumas coisas que nos acontecem, somente outras tatuadoras entendem. Somos enxergadas muitas vezes somente quando dizemos nossa profissão. Existem muitos casos de pessoas que sequer nos olham até saberem com o que trabalhamos. Somos apenas robôs chamados de “tatuadoras”. Poucos são os que nos querem por perto por nossa essência, por nosso riso frouxo que muitas vezes é apagado pelo cansaço e o peso do nosso trabalho. Quem nunca teve aquele colega distante que força uma amizade e diz “se precisar fazer algum estudo, estou aqui, viu?!”, mas ele está somente para isso. Esta pessoa nunca está para nos abraçar quando não queremos sair da cama, ou quando, no meio do dia, nos escondemos em algum ponto cego do studio para derramarmos algumas lágrimas.

Ser uma mulher solteira e tatuadora também tem seus pontos fracos. Afinal, somos solitárias o dia todo quando temos folga e, muitas delas, ficam no studio para se distrair porque é muito difícil chegar em casa e não ter ninguém para perguntar como foi seu dia. Muitas delas evitam conhecer pessoas porque já sabem que tudo gira em torno de seus trabalhos e, nas poucas vezes que tentaram, decepcionaram-se exatamente com o que tinham medo: a objetificação da mulher tatuadora.

Cada vez que eu escrevo aqui, eu me emociono, pois é muito difícil colocar para fora nossos sentimentos que não contamos a ninguém. Mas sei que muitas de nós sentimos isso e, por tal motivo, é preciso falar a respeito. Por muitas vezes as pessoas fazem com que percamos a fé na humanidade, nos relacionamentos afetivos, nas amizades. Afinal, somos mulheres tatuadoras e sempre vão nos classificar assim.

Sem contar que relacionamentos afetivos podem se tornar tóxicos de acordo com o ciúme do parceiro ou parceira que estiver conosco, pois nossa profissão é uma profissão de contato e também acontece de fazermos tatuagens íntimas em pessoas do gênero do qual preferimos - o que pode acarretar várias discussões entre casais. E, mais uma vez, eu vou me expor aqui contando que já fui proibida de tatuar homens ou atender em studios por insegurança de um ex-namorado. E por isso que é um ex!

Entendem o porquê de eu estar escrevendo aqui?

Viver uma solitude é bom, mas entendermos o porquê dessa escolha é o ponto que quero chegar. Nos afastamos de pessoas que se aproximam de nós sempre por uma classificação, como se fôssemos objetos, como se não fossemos nada além de tatuadoras. Temos sentimentos, temos uma vida enorme para vivermos e sempre somos obrigadas a vivermos sozinhas chamando isso de escolha, pois nossa paz mantém aquela pouca saúde mental viva.

Amar sua profissão não é mesmo fácil, não é, meninas?! A gente se torna cada vez mais refém dela. As máquinas são nossas armas diárias. As agulhas são as balas. E, com pesar no coração, preciso assumir que nossas tintas são os amores líquidos que insistem em rodear a vida de uma tatuadora mulher, trazendo, assim, uma solidão forçada que, com o tempo, aprendemos a abraçar e chamar de solitude. Tenho certeza de que Bauman se orgulharia da analogia brega que acabei de fazer, mas usamos nossos amores todos os dias de trabalho, depositando sempre um pouco de nós em cada cliente, pois só eles fazem, hoje, com que nos sintamos queridas.

Eu poderia ter feito este texto mais bonitinho, dizendo que ser tatuadora é a coisa mais linda do mundo. Realmente é lindo trazer histórias para a pele, mas eu preciso falar da solidão da mulher tatuadora. Nós sentimos isso. E eu precisava falar.

Texto escrito em 2021.

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Eu acho incrível como eu tento mudar meu posicionamento na internet, mas sempre que eu perguntar uma característica minha, responderão: girl power, militância feminina, força feminina, briga por direitos.

Algumas coisas exalam de dentro de nós sem que percebamos.

Enquanto muitos não exalam nada, simplesmente existem e respiram, não têm nada de bom para nos oferecer.

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A música é uma revelação superior a toda sabedoria e filosofia. (Ludwig van Beethoven)

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Fairies r always a great choice for a tattoo, don't you think?!

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Fox Tattoo para cobertura de estrias.

Poderíamos ter feito muita coisa aí, mas a galáxia foi a melhor escolha!

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Eu tento de inúmeras formas me aproximar das pessoas que lêem meus textos. A cada dia aparecem mais tatuadoras falando sobre alguns que escrevo e isso é maravilhoso. Estou aqui para mostrar que ninguém está sozinho nesta caminhada que é o meio da tattoo.

Seria lindo eu falar sobre um tatuador famoso aqui, sobre como ele venceu na vida por acreditar que Deus o abençoou de tal forma que se esqueceu dos demais - não que Deus tenha a ver com isso, mas não seria injusto com vocês que estão lendo?

A cada dia eu tenho mais certeza de que ser tatuador é para poucos. Mas não por acreditar que seja um dom ou algo do tipo - afinal, estamos falando de estudo e dedicação constante! E é este o problema: respiramos nosso trabalho nos primeiros anos. E se você não tem um bom (e conhecido) mentor (ou investidor), você se desgasta absurdamente.

Dói perceber que estamos sozinhos, né?

A gente pode até ter o apoio emocional de alguém que acredita em todos os passos que damos, mas o fulaninho que investem financeiramente sempre estará à frente. E por mais que falemos para não nos compararmos, é inevitável a revolta por sabermos cada gota de suor que derrubamos. É injusto nos dedicarmos tanto ao ponto de chorarmos no banho ou antes de dormir de tanto cansaço.

Todos os dias tomo meu café antes de trabalhar e as coisas ficam mais e mais claras: sem meu esforço, eu não seria nada e muito menos estaria aqui, escrevendo para vocês, pois ninguém investiu em mim além de mim mesma. Ninguém acreditou - muitos ainda não acreditam e isso diz mais sobre eles do que sobre mim.

Eu não vou entrar em todo papo motivacional de que é só você se esforçar que você consegue o que deseja. Afinal, já disse anteriormente que estamos falando sobre nossas lágrimas e injustiças. Não posso romantizar o excesso de esforço e trabalho rumo a um AVC futuro. Respiramos tattoo, comemos tatuagem, falamos de agulhas e tintas o dia inteiro - isso quando não sonhamos com a tatuagem ou surtamos de ansiedade com um trabalho que não temos segurança o suficiente para executarmos mesmo sabendo que somos capazes, pois ninguém investiu o suficiente na gente.

Talvez você espere um texto dizendo que vai dar tudo certo, que as coisas vão caminhar. Mas qualquer um que vê um copo pela metade - nem meio cheio e nem meio vazio -, sabe quais são as probabilidades de só acreditarmos no universo enquanto ralamos dia após dia.

Este texto, na verdade, é para dizer que tá todo mundo na merda mesmo e que você não está sozinho achando que nada dará certo. Todos estamos pensando a mesma coisa (risos). Talvez devamos somente sentar, respirar fundo e, diante de toda injustiça do mundo, gritar que ninguém vai conseguir nos derrubar. A gente não foi feito para isso. Desistir é só uma palavra, não precisa ser um ato.

E seguiremos aqui, escrevendo, sentindo, chorando, desenhando. Mas de cabeça erguida. Porque sabemos o que merecemos para nossa vida e sempre provaremos sermos merecedores disso.

Apenas não desistam. Precisamos nos inspirar em alguém e você pode ser a inspiração de quem sequer faça ideia da existência - CAPITTOO.

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Há muitos anos não escrevo como me sinto. Existem travas que estão sendo tratadas.

Mas senti a necessidade de escrever sobre inúmeras coisas. Tais quais nunca mencionei.

Há alguns anos ninguém questiona minha religiosidade, afinal, eu não preciso de uma para ser vista pelos demais como boa - e tive amigos maravilhosos de inúmeras crenças que foram pacientes a conversarem comigo sobre o que acreditam. Ali, minha mente começou a fazer sentido, no qual percebi que quanto mais quadrada se é publicamente, menos amor ao próximo se pratica.

Meu marido não sabe, mas antes de iniciarmos nosso namoro, ouvi dele numa noite diante de muitas conversas que lembro-me diariamente: “vejo mais Jesus em você do que vejo numa igreja” - estávamos falando de amor ao próximo e até mesmo debates Bíblicos. Foi ali que ele me ganhou, afinal, ele viu além do que muitos vêem - e eu nunca fiz questão que me vissem como uma pessoa fofinha. Amor ao próximo não deveria ser biblico. Deveria ser político!

Desde pequena eu lutei por justiça. Tudo aquilo que eu achava injusto, eu rebatia. Parece estranho eu tentar contato com pessoas das quais não fazem sentido, mas o faço por acreditar que elas estão lutando pelo mesmo que eu. E venceremos!

Aprendi que uma mulher deve lutar para que outras possam correr. E, se o caso é eu desbravar o mundo para que outras gerações o tenham de exemplo por coragem, que o seja.

É realmente muito difícil brigarmos por algo que é incerto. Mas as mulheres que queimaram os sutiãs não os fizeram? Merilyn Monroe, Elza Soares, Dercy Gonçalves e muita outras não entraram para a história por um simples rostinho bonito. Elas são exemplo de luta!

E tudo aquilo que é injusto será lutado. Tudo o que me for possível por mim, será brigado.

Hoje mesmo estava dizendo para minha irmã: independente de como fomos criadas, eu fui criada a não ter medo de nada, assim como fui criada a sempre questionar tudo aquilo que não concordo.

Quando se trata de como nossos pais nos mantiveram vivos, como o fizeram para enfrentarmos o mundo por justiça, o faremos. Eu não fui feita para abaixar a cabeça para pouca coisa. Sigamos assim.

Tataraneta de Gata Vermelha, prostituta, Pernambucana, sempre lutará pelo que puder!