Annalise Von Liechtenstein | 26 years | Blue | Princess of Liechtenstein
Last active 3 hours ago
Don't wanna be here? Send us removal request.
Text
Observou com um pouco mais de curiosidade quando ouviu sobre a a tal celebração, se atentando mais ao que era dito. E até estava considerando uma boa tradição com barcos e flores, isso até notar a provocação escondida nas entrelinhas e isso era suficiente para que a postura se enrijecesse outra vez e a expressão ficasse mais dura, mesmo com um sorriso educado estampado. ❝Muito lindo mesmo, mas acho que quando se trata de pecados é sempre bom se confessar e o arrependimento... Não acha? Tem quanto tempo desde que se confessou pela última vez?❞ E ainda que os Liechtenstein não fossem do tipo de cobrar muito da religiosidade alheia, Annalise era já que teve de ficar tanto tempo no convento, que todos fossem devidamente punido por seus pecados. ❝Realmente, deve ser difícil ser filha única, me parece solitário.❞ Não que ter dois irmãos tivesse deixado Ernestine menos solitária na vida, mas seria pior se não os tivesse, tinha certeza disso. Conseguiu sentir um pouco mais de honestidade na tailandesa, por hora aceitaria isso de bom grado, talvez nem tudo estivesse perdido. ❝Bom, ele sempre sonhou alto, acho que só é mais transparente agora. Porém, apesar de ter sido um bom chá, receio que tenha de lhe deixar agora, está na hora de voltar minha atenção aos santos, espero que compreenda.❞
Encerrado
‘ sim , são mesmo . mas quando eu e ludowig nos casarmos , adoraria recebê-la na tailândia . tenho certeza de que vai gostar da nossa cerimônia do loy krathong . ’ percebeu a mudança sutil no tom de annalise . era quase imperceptível , mas estava lá . ela aproveitou a deixa , porque sabia que quando o inimigo recua um passo , você recua meio , só pra fingir civilidade . não que fossem inimigas , mas também não estavam perto de serem amigas . ‘ é uma tradição belíssima . as pessoas fazem barquinhos com flores e velas e soltam no rio pra levar embora os pecados , os rancores … as coisas que já deveriam ter sido superadas , sabe ? ’ ergueu o olhar para annalise com um sorriso inocente , mas a pontada no subtexto estava lá . quando a cunhada defendeu ludowig , teve que segurar a língua entre os dentes . ‘ a relação de vocês é linda . eu , como filha única , talvez seja egoísta demais para opinar . ’ um comentário leve , como quem fazia uma piada socialmente aceitável . kitty deixou o ar escapar suavemente pelo nariz , surpresa por um instante . não que tivesse sido tocada — era mais como se tivesse ouvido o som de uma armadura se partindo . ‘ eu também espero ser . ’ respondeu , dessa vez em tom quase genuíno . respirou fundo e riu também da última fala da outra . um riso contido , leve , de quem aceita a piada , mesmo sendo o alvo . ‘ parece que ludowig gosta de olhar pra cima , não é ? ’
6 notes
·
View notes
Text
❝Realmente a cultura europeia e asiática são bem divergentes.❞ Concordou em um pequeno sorriso educado, baixando a xícara de chá para o pires outra vez. As diferenças culturais eram gritantes, ainda que quase tudo era gritante para quem tinha passado a maior parte da vida em um convento, algo que sua companhia jamais entenderia. ❝Isso seria indicar que meu irmão é o problema, o que está longe de ser o caso... Mas sempre me preocupo com meus irmãos, família é importante para nós em Liechtenstein.❞ E claro tinham suas desavenças, mas ninguém jamais poderia fazer qualquer coisa contra um deles, se protegeriam até o fim, mesmo quando errados, fosse crime ou heresia. Deixou que as costas se encostassem na cadeira atrás de si, a postura se mostrando levemente mais relaxada. ❝Também espero, não há nada que eu deseje mais para meu irmão do que a felicidade, ainda mais depois de tanto sofrimento... Mas talvez você seja o que ele preicsa, Star...❞ Estava quase sendo sincera em suas palavras, até perceber algo e não conseguir conter uma curta risada ao se dar conta que a atual noiva de Ludowig se chamava Star e previamente ele esteve noivo da Estrella de Castilla. ❝Perdão, mas como eu dizia, meu irmão aparentemente sempre gostou muito de estrelas.❞
‘ tem toda razão . talvez seja um choque cultural já que na tailândia estamos acostumados com a amorosidade . ’ quis tornar aquela parte do diálogo mais leve , mas o que dizia não deixava de ser verdade . naquele ponto , era compreensiva com os motivos de annalise . pousou a xícara devagar , a porcelana tinindo baixinho no pires , como se estivesse surpresa com a fala da cunhada . a provocação era boa . realmente boa . e uma parte de kitty até fingiu se importar . ‘ quarta noiva ? uau . talvez eu que devesse ficar preocupada com o seu irmão e não você comigo . ’ o sorriso ampliou-se por meio segundo , se divertindo mais do que queria com aquela conversa . ‘ sim , percebi . e estou feliz com ele , espero que você reconheça isso até o final da althara . ’
6 notes
·
View notes
Text
❝Aprendi com meu tempo no convento, que é melhor ser reservada do que ceder a exageros e excessos sem finalidade.❞ Até por que estes levavam ao descontrole de suas habilidades, mas isso era algo que ninguém precisava saber e nem iria se dependesse dela e da família. ❝Creio que seja um argumento debatível.❞ Rebateu quase de imediato enquanto bebericava mais um pouco do próprio chá, os olhos fixos na tailandesa. Quase riu com a última fala de Star, por que de todos os argumentos aquele certamente era o mais cômico de se escolher. ❝Admiro sua autoestima em afirmar isso sendo a quarta noiva dele nos últimos doze anos... ❞ E claro Ludowig tinha seu dedo em tudo dar errado, mas na visão de Annalise havia um motivo claro pra isso e um que ele teimava em fingir que não existia. ❝Mas meu irmão é profundamente apaixonado e devoto, já deve ter percebido, não é? Então, realmente você tem sorte.❞
precisou conter o impulso real de soltar um comentário atravessado de volta . então respirou , longa e disfarçadamente , passando os dedos pela porcelana da própria xícara como se estivesse só pensando na resposta mais diplomática . ‘ então eu devo ter tido muito azar . sempre que a encontro , está mais ... reservada . ’ poderia ter dito amarga , ou entediada , ou chata pra cacete — mas não disse . porque star não diria . dava pra ver nos olhos de annalise que ela não gostava de ninguém que ameaçasse o pedestal do irmão . ‘ prefiro sorrir na presença dele . creio que sorrir ou não sorrir com o nome de alguém diz mais sobre a intimidade do vínculo do que sobre o entusiasmo em si , não acha ? ’ usou o mesmo argumento que ela . quantos anos tinha ludowig afinal ? certamente era velho o suficiente para defender seu próprio nome sem precisar que a irmã ficasse no pé dela . ‘ bom , nenhuma dessas pessoas está com o anel de noivado dele no dedo agora . creio que o sorriso delas não adiantou de nada . ’
6 notes
·
View notes
Text
@fallznstar disse "i don't think i've ever seen you smile." no quiosque do chá cinza.
Ludowig não poderia dizer que ela não estava tentando, mas novamente, poderia a noiva dele manter uma conversa de amenidades sem tentar saber demais? Annalise não gostava de falsa preocupação ou de curiosos que não lhe renderiam nenhum benefício. ❝Receio então que não me viu na presença de meus amigos, sempre estou sorrindo com eles ou até mesmo com os outros.❞ Respondeu quase de imediato com rispidez, ainda que claro boa parte dos sorrisos da loira fossem falsos e ensaiados, ela realmente sorria com sinceridade na presença de seus amigos. ❝Também poderia dizer que nunca lhe vi sorrindo de alegria quando menciono meu irmão, mas talvez seja pedir um pouco demais, não é?❞ Indagou em um meio sorriso doce e irônico, erguendo a xícara para beber o chá. ❝Não se conhecem a tanto tempo, não? Ainda assim, tem pessoas que sorriem apenas com a menção do nome dle.❞
6 notes
·
View notes
Text
Ver tantos animais juntos lhe chamou a atenção, de maneira que se viu se aproximando com cautela, mas não esperava ser abordada pelo príncipe que parecia tão compenetrado. ❝Ahn... Eu?❞ A loira indagou um tanto surpresa, contudo, ao olhar em volta e perceber que era consigo mesma apenas negou com a cabeça. ❝Não sei cuidar de pássaros, não acho que seria boa para eles... Sou mais acostumada com cães, tenho vários em casa.❞ Na verdade, o rei tinha vários cães, mas ela gostava da maioria deles, ao menos os que ela ainda se recordava da infância e que estavam vivos, não havia conhecido muito os mais jovens. Era difícil acompanhar quando existiam mais de cinquenta cachorros no palácio, nem ela conseguia recordar todos os nomes. Pendeu a cabeça pra o lado, observando com certa admiração, ao presumir o poder alheio, imaginava que deveria ser exaustivo. ❝Queria poder lhe oferecer ajuda, mas não sei muito bem como poderia fazer. Talvez possa perguntar a algum conhecido se querem pássaros.❞
𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐓𝐄𝐑. 𝗼𝗻𝗱𝗲: pátio central. 𝗰𝗼𝗺: seu personagem !!
às vezes coisas assim aconteciam. animais que não conheciam gaspar descobriam do poder dele, descobriam que existia alguém, nesse mundo gigante e definitivamente cruel, que entendia eles. e isso nunca dava certo para gaspar. ele ia pouco para cidades grandes por causa disso. e agora ele se encontrava em uma ilha com animais das mais diversas espécies que haviam descoberto que ele podia escutar eles. um bando de pássaros havia espalhado a notícia e agora ele se encontrava em reunião com todos os animais que andavam livres pelo palácio. cachorros, gatos, ratos, pássaros, um cavalo que havia se soltado, um casal de gansos e uma cobra. essa última o preocupava um pouco, mas parecia simpática o suficiente. "um de cada vez!" ele gritou pela milésima vez, com milonga latindo ao seu lado. ela também queria ajudar, mas eles se entendiam pouco entre si, mesmo com a influência dos poderes de gaspar. "ok, você quer mais sachê?" era uma pergunta, mesmo que o gato já tenha dito isso umas dez vezes entre a gritaria dos outros animais. ele tinha quase certeza que aquele gato, mefisto, era de uma pessoa conhecida, o que foi confirmado ao perguntar e anotar o nome de camille. "certo, mais sachê..." e no que ele disse isso, todos os gatos começaram a miar de maneira desesperada. "sem 'gritedo'! todos os gatos querem sachê." como ele poderia ajudar com isso? onde ele ia achar sachê ali? gaspar revirou os olhos. sua 'reunião' foi interrompida ao ver uma pessoa passando, com olhos curiosos. "ei! você... você não tem interesse em adotar uns pássaros?" havia se aproximado alguns passos da pessoa, apontando para os animais empoleirados. foi o suficiente para eles acharem que seu braço estendido foi um convite e vieram rapidamente voando para pousar nele. alguns pousaram na sua cabeça, na sua boina, o que foi uma péssima escolha. o par que pousou na boina acabou resvalando e tirando a boina da cabeça de gaspar, revelando seu cabelo escabelado. "eu juro que eles são comportados." recolheu sua boina do chão depois de abanar os pássaros de volta para onde estavam antes, perto de uma fonte.
17 notes
·
View notes
Text
Não costumava andar muito tarde da noite pelos corredores, gostava de dormir em um horário especifico, contudo, seus colegas de corredor não pensavam da mesma maneira e ela queria paz para a mente. Dores que apenas uma telepata ou alguém com super audição entenderiam. Porém, ao ser abordada pelo mais jovem quase deu um salto para trás, estava distraída demais para ter o notado e bem, naquelas horas ela via que Emir poderia fazer falta, ele não deixaria que ninguém se aproximasse dela naquele estado. ❝Ah, receio que não... Não tenho esses costumes, faz muito mal para a saúde.❞ E ela tinha que ter uma saúde excelente, não poderia falhar em nada. ❝Talvez estar sem fogo seja um sinal dos santos indicando que está na hora de largar o vicio, não acha?❞
𝐎𝐏𝐄𝐍 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐓𝐄𝐑. 𝗼𝗻𝗱𝗲: corredores do palácio. 𝗰𝗼𝗺: seu personagem !!
✽ apesar dos pontos baixos causados pela caçada, cédric estava tentando andar na linha. claro que a linha era muito mais fina e falhada para ele, com seus altos e baixos, mas ele gostava de pensar que a sua breve liberdade está atrelada ao seu mais recente esforço. os horários livres normalmente eram recheados com sessões de terapia e uma bomba de remédios. o monegasco olhou no seu pulso o melhor relógio que o dinheiro poderia comprar, marcando exatas 22h03. estava livre até o momento de se recolher aos seus aposentos, e pela primeira vez em algumas noites, ele pretendia ficar lá. cédric andou pelos corredores até achar um ambiente calmo e menos movimentado e sentou-se em uma das janelas. jogou uma perna para o lado de fora, aproveitando o frio, mas manteve seu peso para o lado de dentro. ele viu o exato momento em que seus seguranças cogitaram que ele iria se jogar e soltou uma risada. mesmo se comportando, ainda era cédric. resolveu que iria fumar, um mau hábito que mantinha desde a adolescência. pescou nos seus bolsos pelo porta-cigarros quase vazio e pelo isqueiro companheiro de sempre, sendo surpreendido quando este último escapou de seus dedos e caiu fazendo um estouro alto. ele olhou com desgosto apenas para se certificar de que não tinha matado ninguém, antes de se virar para seus seguranças. “vocês tem fogo?” e ambos o olharam, nada impressionados. cédric então apartou a primeira alma que apareceu, fazendo a mesma pergunta, com o cigarro entre os lábios e apontando para o mesmo. “você... você tem fogo?”
5 notes
·
View notes
Text
Gostava de ter uma boa imagem para os outros, contudo, admitia que era exaustivo toda aquela performance continua nos banquetes quando estes eram todos os dias e não apenas pontuais. Contudo, seguia até com leveza a conversa com a condessa ao seu lado, se permitido rir suavemente. ❝Ainda não acredito que você conseguiu assistir todas as temporadas em uma só semana! Mas não precisa se preocupar, certamente passarei suas palavras gentis para minha mãe, ela adora quando consegue entregar um trabalho bem feito.❞ Ainda que não tivesse muito apreço assim por falar de um dos realitys de bolo dirigido pela mãe, ainda assim acabava por ser um assunto mais tranquilo e talvez tudo seguisse bem se não fosse a súbita sensação de alguém atrás de si e o sopro na nuca. A voz conhecida também fez com que ela sequer tivesse que mover um músculo para reconhecer quem era e eram os poderes dele em ação, porém, não conseguiu conter o rubor que se espalhou levemente pelas maçãs do rosto com a fala alheia lhe pegando tão desprevenida. Estava acostumada a ser ela provocando os outros e por isso, foi quase inevitável ficar desestabilizada, mesmo que apenas por alguns segundos antes de tomar um gole de água e voltar a sorrir para a companhia ao lado. "Diz isso e ainda assim não lhe vejo saboreando." Devolveu o sussurro mental a ele, pingando provocação indevida. Porém, Annalise não gostava de se sentir em desvantagem, menos ainda parecer afetada, mesmo quando estava. Entreabriu os lábios momentaneamente quando sentiu o toque descendo pelo pescoço, umedecendo os lábios antes de retomar a conversa com a condessa. Por hora, o deixando pensar que ela não faria nada em retaliação. ❝E claro que Liechtenstein está aberta pra visitas a qualquer hora, seria uma honra lhe receber por lá!❞
ᘛ featuring : @emannalise ᘛ scenary : salão de jantar
mais um banquete em treatan havia começado, e o salão ganha vida sob o dourado dos candelabros. o aroma rico dos pratos recém servidos envolve o ambiente, e entre, o deslizar e tilintar da prataria, aleksei consegue distinguir risos decorados e palavras medidas —— cordiais o suficiente para tentar esconder tédio ou segundas intenções. é um espetáculo ensaiado, afinal. do tipo que ele conhece bem. agora mesmo, está preso em uma conversa enfadonha com um duque europeu sobre cifras e tratados. tem suas costas apoiadas no estofado de sua cadeira e os olhos focados no homemzinho com cara de rato, oferecendo acenos e comentários pontuais. mas sua atenção está longe —— mais especificamente na outra margem da mesa, há algumas cadeiras de distancia, onde a princesa de liechtenstein solta um riso baixo diante de algo dito pelo homem ao seu lado. ❛ naturalmente. o mercado apenas responde àquilo que alimentamos com expectativas. e todos parecem famintos por alguma ilusão de progresso. ❜ o bielorrusso sustenta sua máscara social voltada em sua própria conversa, girando o cálice de vinho com leveza. o tom medido com interesse aparente acompanhado de um meio sorriso que revela intenções. mas não com duque. ah, não. romanov empurra uma parte de sua consciencia na direção de annalise, deixando-a sentir como se estivesse logo atrás dela, como um sopro quente em sua nuca. uma presença que apenas ela é capaz de sentir. de tudo oferecido esta noite, ouso dizer que você, alteza, é a mais deliciosa. a voz escorre como seda em sua mente, em sussurro preciso, envolvente. e vem seguida pelo fantasma de um toque —— os nós de seus dedos, lentos, deslizando pelo pescoço exposto. e aleksei precisa levar a taça aos seus lábios para disfarçar o tremor que ameaça erguer o canto de seu sorriso, podendo quase imaginar a reação de annalise. seus olhos, no entanto, se mantém centrados em sua própria conversa, sem sequer olhar em sua direção.
1 note
·
View note
Text
Franziu o cenho com a fala alheia e logo o semblante da Liechtenstein se tornou mais rígido e gélido, afinal, só ela poderia falar mal dos melhores amigos. ❝Franz tem defeitos como qualquer outra pessoas, mas isso não o torna menos incrível do que ele é e não permitirei que fale assim dele, muito menos que sugira inverdades, ele não é... Vazio.❞ Constatou por fim em tom mais sério, não considerava que o herdeiro da Áustria fosse vazio, por que era justamente dessa forma que a própria Annalise se sentia. ❝Não usaria de um dos meus melhores amigos como mero passatempo, Devine, independente do quão atraente ele seja. Isso sempre acaba em problemas posteriores quando feito de forma tão leviana e descuidada.❞ E poderia até ser impulsiva, mas tentava se conter quando sentia que era algo que poderia ruir com algo importante. ❝Além do mais, opto por deixar como está com ele competindo com Sergei por minha amizade, me diverte mais.❞ Deu de ombros, ainda que o assunto voltar a Adonis lhe fazia permanecer com a postura mais rígida, não gostava de ter que ficar revisitando essa situação a todo momento e por isso talvez fosse melhor apenas saciar a curiosidade alheia antes que a figura feminina se tornasse mais irritante. "Conheci ele uma das viagens do convento para Elythea tempos atrás, na época ele não sabia quem eu era realmente e vice versa. Ficamos juntos por algumas semanas. Eu tive um problema e meu poder saiu de controle, acabei sem querer bagunçando a mente dele e o deixadno com uma bela dor de cabeça, então apenas fui embora de novo para Genebra." A resposta foi dada mentalmente e mesmo assim o sussurro mental deixava nítido o desgosto da loira em ter que falar algo sobre si, especialmente admitir quando havia perdido o controle, mesmo quando tinha sugerido um problema imaginário para culpar nesse caso. ❝Ninguém gosta de uma dor de cabeça massiva, pessoas mais reservadas não ficam muito felizes com minha presença.❞
Queria poder dizer que o assunto ter se voltado para Devine ajudou, mas a forma da qual cuspiu o chá que bebia quando ouviu arma carregada e uma crise de tosse lhe acometeu... Se arrependia um pouco de ter perguntado, mas não queria dar o braço a torcer também. ❝Ele fez o que com você?! E você deixou? Por que você se permitiria algo assim?❞ Eram tantos questionamentos, mas não se importava de ser invasiva ou desconfortável agora, achava justo. Não conhecia Laurent a muito tempo, mas sabia que ele mataria Stefan se descobrisse algo assim. Na verdade, pensava que até Ludowig faria algo horrendo se descobrisse algo assim com ela, ainda que, Annalise jamais se submeteria a tanto. O rosto se converteu em choque e desgosto quando as imagens mentais dos pensamentos e lembranças de Devine começaram a lhe invadir a mente, ela se viu colocando a xícara sobre o pires e cobrindo a boca com as costas da mão, respirando fundo para conter o enjoo sentido naquele momento. ❝Por favor, pare de pensar em armas.❞ Pediu temendo que logo o rosto assumiria a cor verde se seguisse desse modo, quase suspirou de alívio quando ouviu o nome de Sarp, definitivamente mil vezes melhor do que o que passava na mente de Devine. ❝Sim, ele é bonito e educado. Ainda que acho que seria mais considerável para matrimônio do que para um mero passatempo.❞
"-- Um dos motivos, se envolvendo o Franz, é sendo que ele é...ele? Herdeiro, valioso, porem vazio." Descreveu como uma brisa, pois por mais que apreciasse o Austríaco, entendia perfeitamente os motivos para não querer envolvimento. "-- Ele definitivamente gostaria da competição, mas acho que pensei em apenas um passatempo. Se não é assim, então somos mais parecidas do que parece." Deu uma risadinha, pois também apenas aceitaria ser a única. Apenas sabia que tinham princesas com o costume bizarro de compartilharem o noivo como se fosse um boneco. Para Devine, aquilo era quase um pecado capital. Saber que ainda tinha alguém que pensava o mesmo, a deixava mais aliviada. "-- E por que o Adonis não ficaria feliz? Ele é difícil, eu sei, mas você é uma mulher incrível e culta, não teria motivos para não ficar contente." Estranhou, e nem teve tempo de dar mais voz ao pensamento, pois assim que escutou sobre seu antigo relacionamento, sua mente se tornou escuridão.
"-- Ahn..." Como diria aquilo? Olhou para xícara, para as próprias mãos. Tudo que veio a sua mente era algo bem inapropriado. "-- Ele é devoto a mim, bom, ele era. Carinhoso, calado, poeta...e...safado." Comentou mais baixo, dando o último gole de seu chá. "-- Ao ponto de enfiar uma arma carregada dentro de mim, e eu gostar. Então acho que a violência também deixava tudo melhor." Fingiu uma tosse depois de quase cuspir as palavras. Talvez só estivesse contando por se sentir sufocada com o segredo por tanto tempo. "-- Obviamente, meu irmão odiaria saber que alguém estava fazendo isso com a princesinha dele." Céus, um assassinato aconteceria. Tirando isso, seu foco foi rapidamente para nomes que podia citar a princesa, tudo que pudesse tirar sua mente da imagem vívida do uso das Glocks de Stefan. "--- O Sarp, ficaria com ele?" Foi o primeiro que veio a sua mente. Também sentia que Anna só queria que falasse o nome de alguém para que ela mesma não desse com a língua nos dentes, o que Devine conseguia respeitar. Faria o mesmo.
6 notes
·
View notes
Text
❝Tenho certeza de que os santos podem ser mais lenientes caso se arrependa verdadeiramente deles.❞ Tentou ofertar ainda que ao seu ver, ninguém realmente se arrependia na maioria dos casos, muitos fiéis choravam e imploravam por perdão, mas não se arrependiam de verdade. Fariam de novo e de novo, cometendo o mesmo pecado apenas para se lamuriar mais tarde culpando forças maiores pela falta de autocontrole. Talvez fosse por isso que Annalise tivesse deixado de orar por perdão a muito tempo, não via motivo para isso, não queria mentir aos santos que lhe ajudavam a se manter sã. ❝As vezes a gente se engana com o que sabemos sobre nós, no fim, acho que é sempre uma surpresa.❞ Deu um sorriso mínimo, não conseguiria sorrir mais com o corpo já começando a ficar dolorido. ❝Eu nunca vi, mas agora que você fala e considerando o que estamos passando aqui... Definitivamente não deve ser exagero e tenha certeza que pra essa aula, eu terei de dizer não.❞
✽ darian soltou um longo suspiro de alívio quando o instrutor permitiu que eles se livrassem da posição. ele deixou que suas pernas caíssem abertas, em posição de 'v'. “muitos.” o ar de humor entre os dois permitia que ele fosse honesto sem sentir peso na consciência e sem trazer assuntos desnecessários a tona. “ou pelo menos devem ser muitos, pois os santos não fariam algo tão torturante com uma pessoa inocente. só pode ser isso.” também não queria manchar a própria imagem gritando aos sete ventos que estava pecando. e como estava. se moveu para ir para a nova pose, intercalando o olhar entre o exemplo e a tentativa penosa deles. “eu sempre me considerei uma pessoa bem em forma, bem elástica... claramente eu estava enganado. você viu...” não muito depois do início da aula ele já tinha percebido que nem ao menos conseguia tocar os dedos dos pés com as mãos e isso sim era preocupante. “você já viu uma versão disso aqui que se chama hot yoga? as pessoas ficam pingando suor. pingando mesmo. eu sempre achei que fosse algum tipo de exagero, mas agora acho que não é.”
4 notes
·
View notes
Text
Piscou algumas vezes com a simplicidade que a francesa lhe respondeu, por que não esperava muito aquela linha de raciocínio dela. ❝Existem muitos motivos pelo qual isso não seria sábio.❞ E pensando racionalmente havia sentido, ainda que quando se tratasse do que queria costumasse agir por impulso se considerasse não haver consequências. Quase riu quando ouviu sobre Franz, ainda que não fosse impensável. ❝Tenho certeza que o ego dele ficaria muito contente em me ver lutando pela afeição dele, de modo que o mero pensamento me deixa irritada. Fora que não tenho o desespero e a baixa autoestima de ficar competindo por alguém, não me permito ser nada além da única opção.❞ O que achava ser o mínimo, mas reconhecia que havia uma carência afetiva muito grande na maioria das pessoas ali presentes. O rosto não conteve uma pequena careta ao ouvir sobre o grego, não por que o detestava, por que tinha certeza de que ele lhe detestava. ❝Não acho que Adonis ficaria muito contente com a ideia.❞ Ergueu as sobrancelhas ao ouvir o nome do herdeiro de Tanarvia, aquilo sim era inesperado. ❝Stefan? Hum... E o que te atraiu mais sobre ele? O que lhe levou a ter até mesmo um relacionamento secreto?❞ Indagou mais investida na conversa agora, ainda que ao voltar para si o interesse fosse murchado, detestava falar de si mesma. ❝Depende do que você considera frequência... Não costuma ser algo protocolado que faço toda terça-feira, por exemplo. Como disse, conheço poucas pessoas, seria mais fácil você enunciar nomes e eu responder com sim ou não.❞
"-- Sinceramente, não me surpreende tanto." Não esperava nada de Hakon, não de verdade. Mesmo que quisesse, e tivesse ciúmes. "-- Então fique com seus amigos de infância." Respondeu simplesmente como se fosse óbvio, talvez porque em seu mundo fosse. Anna era tão linda a francesa não via como isso não poderia dar certo. "-- Eu sei que era próxima de Franz, então por que não ele?" Imaginava que aloira não fosse se importar de ficar com alguém que queria a mão de Devine, principalmente por não ser algo sério. Parecia ser o modus operandi. Então, se animou quando perguntada de quem era seu melhor amigo, seus olhos brilharam. "--- Bem, o meu é o Adonis. Digo, meu melhor amigo. Jamais ficaria com ele, somos praticamente irmãos. Única coisa próxima disso que eu fiz foi ficar com um dos melhores amigos de meu irmão, o Stefan." Quando as palavras saíram de sua boca com naturalidade, percebeu que elas tinha saído de sua boca. E pra piorar, Anna vocalizou um medo que a francesa também possuía.
"-- Agora que diz....céus, espero que não, acabei de falar um segredo. Prefiro não pensar como meu irmão e ser livre por um momento. Acho que por isso Ludo e ele são amigos, mentes iguais." Amava Laurent, porém, sua paranoia tinha invadido desde que era apenas uma criança de colo. Tinha que o proteger, e tudo era perigoso e terrível, logo, era perigoso e terrível para ela também. Uma combinação terrível. A pergunta voltou para Devine, que engoliu o chá um pouco mais devagar. "-- Bem...é uma pergunta complicada. Sempre tive padrões altos, eu acho. Laurent também me ensinou isso. Bom, como eu disse, Stefan é uma frequente. Já foi meu namorado secreto." Tomou mais um gole, e esse desceu queimando. "--- Mas vamos dizer que o critério é apenas sentir desejo e querer sanar isso. Você o faz com frequência?"
6 notes
·
View notes
Text
❝Ficará frustrada então em saber que encontrei seu medalhão justamente com a ajuda dele.❞ Confessou com simplicidade, imaginava que no lugar de Devine ficaria frustrada, contudo, não havia como mudar o que já havia sido feito e Annalise preferia um chá com um amiga do que performar falsa simpatia com quem não tinha apreço por. ❝Conheço pouquíssimas pessoas para que tivesse alguém em mente, boa parte de quem conheço eram meus amigos de infância.❞ Deu de ombros, não era necessariamente um empecilho para Ernestine, contudo, era algo que exigia um esforço adjacente e ela estava evitando que fosse extra no momento. ❝Diria que depende de quem é seu melhor amigo.❞ A depender de quem fosse, poderia certamente considerar. ❝Não costumo ser excessivamente invasiva, mas é comum que as pessoas se entreguem muito mais quando tentam esconder. Por isso é sempre sábio exercer a sinceridade na minha presença realmente.❞
Tomou mais um gole de chá, os olhos ainda assim buscaram olhar os arredores mesmo com a fala dela, um resquício de paranoia subjacente. ❝Errado dizer que não sei o quanto confio na falta de vigilância? Acredito que tenha herdado um pouco da paranoia de meu irmão.❞ Ou muito mais, contudo, não tinha pretensões de ficar se comparando com Ludowig excessivamente. A pergunta não lhe pegou desprevenida, por que é claro que aquele tipo de pergunta viria para quem havia passado metade da vida em um convento, contudo era difícil pensar em alguém queria beijar que ainda não houvesse ficado. Não por que havia se envolvido com muitas pessoas, mas por que optou por não se privar mais do que queria, mesmo que exercesse seus desejos com certo autocontrole. ❝É uma pergunta complicada, não sei dizer... Quais conceitos estaríamos levando em consideração? E novamente, me permita lhe fazer a mesma pergunta... Afinal, também sou curiosa.❞
Devine mordeu os lábios após um gole de chá, considerando suas palavras por um segundo, antes de chegar a conclusão de que Anna era uma amiga. Devine gostava de ter amigas, gostava ainda mais quando eram religiosas. E amava, definitivamente, quando não questionavam seu caminho de vida como algo ruim. Então, se rendeu. "-- Sendo sincera, pensei diretamente em Hakon. Na verdade, eu escondi o medalhão para ele." Talvez não fosse a escolha mais sábia, apenas gostava dele e queria compartilhar algo juntos desde as missões intensas. Sentia falta. Mesmo assim, sentia um gosto amargo em falar sobre o assunto, focando os pensamentos que não era algo errado desejar Hakon especificamente. Não ainda. "--- E você? Alguém em específico? Ou vou ter que recomendar meu melhor amigo?" Sinceramente, panfletava Adonis como água em praia, apenas achava ele incrível demais para ficar a deus dará. "-- E que bom que não se ofende, ainda que eu jamais mentiria para ti. Que uso seria?" Poderia até bloquear algumas coisas em sua cabeça, se proteger de um ataque mental, mas não de telepatia como aquela. Era inútil.
"-- O lado bom de não ter câmeras, é que podemos falar um pouco mais livremente do que as vezes somos julgadas." Deu um pequeno brinde com a xícara. "-- Conte-me, alguém em especial já te fez duvidar dos votos religiosos? E com isso quero dizer, quem daqui você está louca pra se acabar nos beijos?"
6 notes
·
View notes
Text
Concordou com a ideia de Yoga por que em sua mente parecia muito fácil e por que sentia que precisava voltar a se exercitar com mais afinco, especialmente se as próximas dinâmicas do programa exigissem esforço físico ou um condicionamento que ela não possuía. Porém, mesmo que se sentisse mais a vontade com o ministro francês, aquelas posições estavam exigindo mais do corpo dela do que poderia entregar e já sentia a dor. ❝Então, tem pecados a pagar?❞ Indagou em tom bem humorado, tentando ao menos manter o bom humor ainda que fosse difícil naquela posição. Suspirando em alívio quando o instrutor sugeriu uma nova pose, apenas para que essa fosse tão tenebrosa quanto. ❝Está tudo bem... É um lembrete claro que estou fora de forma.❞
𝗼𝗻𝗱𝗲: academia. 𝗰𝗼𝗺: @emannalise !!
✽ a ideia de yoga a princípio não impressionou darian. ele precisava de algo ativo, algo como a musculação, que fosse deixar ele tão fisicamente cansado que fosse ser impossível pensar em outra coisa. quem precisava de terapia, afinal? e yoga parecia o oposto disso, mas ele não poderia estar mais errado. o instrutor deixou bem claro que eles precisariam de dupla e por isso ele estava com annalise agora, ambos realizando a boat pose, como haviam sido instruídos. darian não era muito elástico e nesse momento ele sentia todos os músculos posteriores do seu corpo doendo e suas pernas tremiam. “eu poderia até me questionar quais atitudes terríveis eu fiz para acabar nesse lugar, mas eu sei exatamente o que eu fiz.” darian estava contando mentalmente os segundos, segurando as mãos dela com força quase que mais do que necessária. “sinto muito por ter lhe convencido a fazer isso.”
4 notes
·
View notes
Text
Esse é um starter para @emirkaram na vila dos azuis
Claro que sabia que o Karam não ficaria nada contente com seus últimos sumiços, especialmente se soubesse que ela não andava fazendo nada de útil para a coroa e que possivelmente poderia trazer problemas posteriores. Contudo, não admitiria que havia agido sem pensar pra ele de todas as pessoas, muito menos lhe daria razão para ficar com uma carranca quando ainda estavam na frente de outras pessoas, mesmo que ali não houvessem câmeras ainda haviam fofoqueiros. ❝Não me olhe dessa forma, não tenho feito nada demais.❞ Ao menos nada que julgava ser da conta dele, ainda que de certo modo ele deveria sim a manter longe de problemas e situações que poderiam manchar a reputação de pureza da princesa. Porém, ela odiava a ideia de não ter liberdade agora que estava longe das paredes do convento e a presença de Emir era uma lembrança constante de que a mãe ainda lhe queria sob controle. ❝Mas se quer se provar de alguma utilidade, mantenha Maria Soledad e Maria Sheremetev longe de mim. Ambas parecerem ter um gosto pessoal para hostilidade não justificada contra minha pessoa.❞ Imaginava que o vermelho poderia pensar que não era tão injustificado assim e por isso lhe lançou um olhar cortante, enquanto caminhava em passos lentos pela vila. ❝Não iniciei nada, apenas me defendi dentro do que é adequado, mas seria agradável ter meu guarda fazendo seu trabalho antes que alguma delas resolva se tornar mais física em suas ameaças.❞
1 note
·
View note
Text
Admitia que não havia pensado muito antes de o beijar — e talvez fosse esse o ponto. Annalise raramente cedia a impulsos, exceto quando se sentia suficientemente segura para despir a rigidez que a educaram a carregar. Ver Hakon paralisar não a surpreendeu, mas o fato de ele não a afastar… aquilo foi o sinal. Não havia ali uma negativa. Poderia fingir que era apenas parte do aprendizado, que era tudo sobre técnica e confiança — mas teria de mentir até pra si mesma. O calor que queimava por dentro enquanto o beijava não era didático, era desejo. Um desejo que crescia alimentado por anos sendo vista como boa amiga, boa moça, boa de se ter por perto, mas nunca o suficiente para ser devorada. Quando ele a encarou em silêncio, ela precisou conter a urgência de invadir-lhe a mente — ansiava por saber se o que vinha depois seria recuo ou entrega. E quando o toque dele a alcançou, com uma delicadeza inesperada, ela quase se preparou para a rejeição. Mas então veio o elogio. A validação. O sinal verde. E antes que pudesse reagir com palavras, perdeu-se completamente no segundo beijo, mais denso, mais firme, mais real. E ela retribuiu com igual intensidade, os dedos deslizando pela nuca dele, como se o puxasse mais ainda pro abismo que tinham criado juntos.
O toque dele era chama contra pele alva, e o corpo dela, antes contido, cedeu por instinto. A mudança súbita nele — de contenção a desejo pleno — a desarmava por completo. Nunca imaginara ver Hakon daquela forma, não tão vulnerável ao querer, e por isso mesmo a surpresa a cortava mais fundo. Mas o que realmente a atingia era o modo como ele a fazia se sentir: desejada. Desejada de verdade, como se pudesse ser o centro do universo de alguém, mesmo que momentaneamente. Quando as pernas se enroscaram no quadril dele, foi reflexo, puro instinto que ignorava a razão. E foi aí que percebeu, talvez com mais pavor que prazer, que já não tinha controle de nada — e talvez, pela primeira vez, não quisesse ter. O beijo no pescoço, o calor da mão subindo pelas costas, os dentes roçando a pele… tudo isso a desfazia. Ela se curvava mais para ele, buscando mais do toque como se implorasse, mesmo em silêncio. O suspiro escapou sem censura, o corpo se arqueando em resposta. E então, ela sussurrou, sem vacilo nos olhos, só um desejo puro que brilhava feito faísca prestes a incendiar: ❝Talvez eu não queira só um beijo...❞ E depois, com um sorriso pequeno e perigoso nos lábios, os olhos cravados nos dele. ❝Eu quero você.❞ E antes que ele pudesse reagir, ela voltou a beijá-lo — dessa vez mais lento, mas sem nenhuma hesitação. Profundo. Arrastado. Quente. Seus quadris se moveram com sutileza, friccionando-se contra os dele com uma ousadia natural, fazendo questão de mostrar que sabia o que estava fazendo, mesmo que isso não fosse bem verdade. Naquele momento, era o instinto e o desejo que falavam mais alto do que qualquer racionalidade. Uma de suas mãos deslizou sob a camisa dele, subindo até o peito, a ponta dos dedos desenhando caminhos suaves como se quisesse memorizar cada músculo.
Ele não era avesso à ideia de sair da esfera de vigilância das câmeras. Se quisessem travar conversa verdadeiramente sigilosa, então teriam de recorrer, em algum momento, aos pontos cegos da Althara, ainda que o tópico do dia não envolvesse maquinações, traições ou emboscadas – não exatamente. As ruínas de Kaelith pareciam afastadas o suficiente para que ninguém ouvisse as perguntas de Annie, ou as respostas dele, que certamente seriam mais constrangedoras que os questionamentos. Caminhadas longas não eram incomuns, de forma que não estranhariam o comportamento dos dois. Albert não levou em consideração, contudo, que aquela não era uma zona de fácil transitar. Por sorte, ele segurou o antebraço da princesa a tempo, impedindo que o tropeço se convertesse em uma queda. Não havia percebido que os corpos estavam tão próximos até que estes se estabilizassem, e nem mesmo a forma como a loira o encarou na sequência, ou a pergunta formulada, o preparou para o que veio depois. Por mais que fosse a reação mais coerente, o primeiro impulso de Hakon não foi se afastar. Foi paralisar. Não pelo beijo, mas por quem estava o beijando: Annelise. A inocente princesa de Liechtenstein. A mesma que ele protegera quase por reflexo, com o tipo de carinho protocolar que se reserva a uma irmã mais nova, ou a uma peça frágil num tabuleiro, ainda que ela fosse, atualmente, parte essencial do cenário que o mantinha vivo. A ajuda que oferecia - visando melhorar seu desempenho em encontros com possíveis pretendentes - não se devia apenas ao fato de gostar dela, mas também por um senso de dívida para com o reino do qual fazia parte, sendo a única filha mulher. De qualquer modo, naquele instante, nos braços dele, não havia nada de frágil em Annelise, e ele não tinha se dado conta de que como aquelas íris verdes podiam assumir tonalidade distinta quando tomados por alguma malícia. O corpo dela não demorou a se acomodar no dele, e os lábios- aqueles lábios que ele jamais deveria ter reparado - estavam sobre os de Hak com um tipo de urgência que o pegou desprevenido. Um beijo direto, quente, seguro de si. Hakon sequer teve tempo de pensar, apenas se deixou levar pelo ritmo ditado pela outra, seguindo o fluxo do toque dela, esquecendo-se por breves segundos que aquilo fazia parte da promessa que havia feito a ela - que tudo tinha a ver com tecnicidade e não com resposta sensorial. Então, ela aprofundou o contato, num segundo, e num terceiro beijo que fizeram com que o corpo de Hak começasse a despertar, sendo impossível que se mantivesse inerte. A mão que repousava distraída em sua lateral a puxou para mais perto, apertando a cintura alheia - o bastante para que ele percebesse o erro: ela não era mais a menina que ele conhecera. E ele estava longe de ser forte o bastante para fingir que não queria provar daquilo. Arrepio percorreu sua espinha quando a mão dela deslizou sob sua camisa com uma ousadia estudada, explorando o abdômen dele. Não havia nada de robótico ali para que fosse considerado mero ensaio. Ela também devia estar sentindo algo. Quando o beijo se desfez, a pergunta veio num sussurro, se entranhando em seus ossos. A provocação estava ali, clara. Mas havia algo mais - um teste, como se ela quisesse saber até onde podia ir com ele, até onde podia arranhar a fera sem ser devorada. Ele a encarou por um longo momento, sem dizer nada.
A respiração saía irregular e ele tinha certeza que seus lábios estavam inchados; os olhos fixos nos dela; o maxilar cerrado. Seu primeiro impulso deveria ter sido racional: recuar, colocá-la a uma distância segura dele, fingir que nada acontecera e repetir mentalmente todas as razões pelas quais isso não podia acontecer. Ela era jovem. Era sua aliada. Era sua chance de sobreviver num continente onde ninguém mais o queria. Mas... Ao contrário, seus dedos subiram até a linha do queixo dela, erguendo-o com um cuidado que não combinava com o fogo que lhe ardia por dentro. "Bem.. Você está indo muito bem, na verdade" ele comentou, engolindo. O toque da pele dela ainda vibrava sob seus dedos, assim como o gosto da boca ainda permanecia em sua língua.
Sem afastar os olhos dos dela, Hakon inclinou o rosto devagar, apenas o suficiente para roçar os lábios outra vez, mas sem selar o beijo - como se estivesse perguntando uma última vez se era isso mesmo que ela queria. E quando não encontrou recuo, apenas o brilho claro e desafiador dos olhos de Annelise, ele a beijou com mais firmeza. Dessa vez, sem hesitação alguma. O beijo foi mais fundo, mais lento no início, como se ele estivesse mapeando os limites do que podia tomar dela — mas logo cedeu à própria fome, e a mão que antes repousava em sua cintura desceu, apertando a curva do quadril com uma possessividade que nem ele sabia que tinha. Ela queria sedução? Aquilo não era um jogo mais. Era ele cedendo, e com facilidade. Era o lobo que ele mantinha preso, rasgando o verniz de controle com as garras de um desejo que não devia existir. Quando uma das mãos subiu pelas costas dela, firme, quente, atravessando o tecido até alcançar a base da nuca, ele puxou Annelise ainda mais para si, fazendo com que ela envolvesse suas coxas em torno do quadril dele, se virando para que ela ficasse contra a parede de pedra. Os corpos já colados não deixavam espaço para dúvida — e se ela quisesse parar, teria que dizer agora. Alto. Claramente. Porque ele não seria capaz de fazê-lo sozinho. A boca dele desceu para o pescoço feminino, a língua em chamas escorregando da boca para fazer o caminho da mandíbula até a bochecha. Os dentes roçaram a pele fina logo abaixo da orelha - uma pequena vingança por tê-lo deixado naquele estado. "Se isso continuar" respirou contra a pele dela, a voz rouca, grave, desfeita. "Não vai ser só um beijo" ele estava sendo completamente honesto ali.
2 notes
·
View notes
Text
Esse é um starter para @devineobjection nos jardins suspensos de Ellara
Que o encontro como o reality havia chamado fosse basicamente um chá da tarde lhe deixava em paz, não era nada exagerado ou estranho demais. Conseguia lidar com um chá da tarde e conversa neutra, ainda mais na companhia de outra pessoa que era tão ligada a fé quanto ela. ❝Me diga, então, se pudesse ter escolhido outra pessoa para ter esse encontro com... Quem seria e porque?❞ Bebericou um pouco do chá de hibisco enquanto esperava a resposta, uma pergunta leviana ainda que carregasse certo interesse, afinal a Lefevre não parecia se abrir muito quanto aquilo. E Annalise já havia notado a aversão do irmão mais velho da francesa para que ela casasse, então, certamente se intrometia na vida amorosa alheia bem mais do que deveria. Naquele campo se sentia com sorte, os irmãos não pareciam ligar para esse tipo de coisa quando relacionado a Annalise, ainda que isso despertasse o pensamento imparável que isso se dava ao fato de que simplesmente não ligavam pra ela. Sabia que era mentira, afinal, Lorenz sempre lhe visitou escondido em todos aqueles anos, ele se importava com ela. Ofertou um sorriso brincalhão a princesa, não se prendendo muito mais aos próprios devaneios. ❝E por favor, não tente mentir para a telepata! Sei que certamente não era sua primeira opção para esse encontro, não me ofendo com isso.❞ Até por que duvidava que fosse ser a primeira opção de encontro para qualquer pessoa no Althara, a maioria das pessoas não lhe conhecia e quem o fazia eram amizades antigas demais para que sequer cogitassem a possibilidade. Annalise sabia que era linda e poderia ser extremamente útil, mas também reconhecia que tinha pouco a oferecer e não possuía muitas vantagens do seu lado. ❝Aproveite que não temos câmeras conosco, juro que não contarei a ninguém o que me falar aqui hoje.❞
6 notes
·
View notes
Text
A piscina era definitivamente um bom lugar para a Liechtenstein, ainda que ficaria contente em qualquer canto que pudesse estar perto de água, mesmo que fosse apenas para observá-la. Sempre lhe tranquilizava de algum modo, lhe ajudava a clarear a mente e buscava sempre se manter clara em pensamentos. Encontrar com Irenne ali lhe foi bem vindo, ainda que não possuísse grandes memórias com ela, por que a princesa era muito mais próxima de Ludowig do que Annalise, não lembrava de nada que fosse horrendo em relação a mulher. Porém, não era a melhor em iniciar conversas quando não estava se esforçando para ser falsa, algo que talvez fosse facilmente percebido pela holandesa. ❝Talvez um misto dos dois.❞ Deu de ombros e retribuiu com meio sorriso, aceitando o convite para que se sentasse na companhia alheia, a sensação do sol quente contra a pele lhe fazia bem, não eram muitos momentos que poderia aproveitar daquela forma quando no convento. ❝Certamente não eram os planos iniciais de minha família.❞ Concedeu ainda que com planos da família estava nas entrelinhas que falava de rainha Sophia, afinal, tudo correlacionado a imagem era orquestrado pela mãe e nunca pelo pai. Algo que os mais próximos da família sabiam bem, logo presumia que Irenne compreendia. Não pretendia se estender no que planejavam para ela anteriormente, na verdade, parecia uma ótima oportunidade para conversar sobre outro assunto. ❝Mas também não esperava lhe ver aqui... Ainda que também não esperava ver meu irmão noivo da herdeira tailandesa, imagino que muito tenha mudado enquanto estive fora, não é?❞
this is a starter for @emannalise + "rough day today?" !!
O sol da tarde parecia decidido a dourar tudo o que tocava — incluindo a pele alva da holandesa. Irenne se esticava preguiçosamente numa espreguiçadeira de madeira clara à beira da piscina, com o biquíni azul-marinho contrastando contra a toalha branca e os óculos escuros escondendo mais do que a luz. O reality permitia essas brechas de silêncio, mas nunca por muito tempo. Sabia que a qualquer segundo alguém surgiria para preencher o espaço com conversas calculadas ou flertes mal disfarçados. Por isso, permitia-se apenas o luxo de metade de um suspiro — não mais — antes de ouvir passos. Quando a voz veio, foi como um fragmento de outro tempo. "Rough day today?" Irenne não precisou abrir os olhos para saber quem era. Reconhecia aquele timbre com mais precisão do que gostaria — como se ele fizesse parte de uma lembrança quase sagrada, ou pior: quase enterrada. Annalise, a irmã de Ludo, o melhor amigo de sua infância, a sombra nobre que desaparecera num convento com mais véus do que explicações. Durante anos, Irenne só ouvira o nome dela em orações e cochichos, como se Annalise tivesse se tornado uma figura mística da família. Mas ali estava ela, de carne, osso e pele muito mais bronzeada do que a última vez em que se viram, quando Irenne foi obrigada a acompanhar os pais numa visita cheia ao convento. Ela ergueu os óculos devagar, sem pressa. ❛ Isso foi um eufemismo ou uma bênção disfarçada? ❜ Perguntou, arqueando uma sobrancelha e mirando a figura da loira com um meio sorriso. ❛ Porque se for a segunda opção, posso garantir que já recebi mais do que a minha cota para hoje. ❜ Silêncio por um instante. Apenas o som das águas calmas e das vozes distantes. Irenne virou levemente a cabeça, abrindo espaço ao lado dela — um gesto mais simbólico do que prático, mas ainda assim um convite. Algo na presença de Annalise exigia respeito, mesmo quando ambas estavam debaixo do mesmo sol e com os ombros à mostra. Ela não sabia dizer se era o hábito antigo da reclusa ou apenas o olhar que parecia ver mais do que devia. ❛ Não esperava te ver por aqui. ❜ Acrescentou, após um gole demorado de água com hortelã, se referindo não à piscina, mas ao reality. Não parecia combinar com a imagem que criavam à volta dela.
1 note
·
View note