gabs-wow

[gabs-wow]

Eu não gosto dos dias nublados eles me impedem de ver o fim da linha. Se o fim da linha existir e se for mesmo, de fato, um fim. Eles não me deixam enxergar a esperança, não porque me cegam, mas porque me calam. Eu não entendo quase nada do que sei e o que sei é facilmente comparado com nada. Por exemplo os dias nublados; porque "nublam" o sol, porque não deixa arder cada raio solar e porque não escurece tudo de uma vez? Às vezes me divido em 3 "seres"; o sol, a nuvem e o observador, que é quem os descreve. Não é prepotência da minha parte de 3 me ser uno, mas se for eu admito que escolhi ser assim. O eu sol representa minha essência, o que sempre brilhará mais forte, mesmo que ofuscado será possível ver seu brilho ou sentir o seu ardor. O eu nuvem é a barreira, a limitação do saber e do sentir, é o grande conflito ao nascer do Sol ao se pôr, é o eu criado pra proteger quem o observa. O terceiro eu, o observador, é de quem sinto mais pena e compaixão, sentimento esse compartilhado por esse grande conflito dentro do meu eu uno. É o camarote das amarguras, vivi em prisão livre, o feito míope para tentar conseguir dar conta de tudo isso, criando oportunamente pelo caos. Sua função é clara e embaçada, como quem tem que olhar com cuidado para não queimar à vista. E, entretanto, além de observar tudo ele deve ponderar sobre o que a unidade, que sou eu, deve escolher fazer. Por isso é que tenho pena, que infelicidade traz a capacidade de ver e pensar demais. Talvez seu melhor adjetivo seja atônito. Já viu e sentiu tanta coisa que a nuvem não pôde evitar, que ao invés de perder a capacidade de se espantar, espanta-se a cada ser que decide cruzar o limite entre seus seres e também os que decidem não o cruzar. Não gosto dos dias nublados porque acho que tudo deve queimar. É aí que mora minha contradição. Embora eu viva de uma trindade eu não queria ter escolhido por isso. Acho que devo ser uno, de modo que queime todos que não consigam me ver nitidamente, até mesmo a parte de mim que me detesta. Minha contradição se encontra em cada parágrafo que inicio e ela não termina no ponto final, ela transcende tudo que aqui está escrito. Em cada trecho dos meus pensamentos me barro com medo de me expor, acho que não para os outros, mas para mim mesmo. O que digo não quero dizer, falo de forma vulgar por não ser suscinto entre o sentir distrinchado em palavras. Mais uma contradição; eu odeio contradições. O motivo da minha raiva talvez sejam meus pensamentos me contrapondo, sem piedade, à hábitos antigos, primordiais do meu ser, de outras vidas. O argumento pra contrapor minha teoria de que esse jeito triplo de ser esteja ultrapassado é que possivelmente esse caos pode ser, justamente, o equilíbrio. Que grande ironia, que grande irônico eu sou. Onde tudo isso me leva eu não sei. Eu só sei que devo ir, sem destino e expectativas, num intuito da criação que só o caos que habita em mim é capaz de fazer. O problema é que, há tempos, eu não sei se estou indo ou voltando ou se eu estou me encontrando, criando ou destruindo-me. Bom, uma coisa, de certo, eu sei; eu devo torcer e ter forças para torcer e ter a coragem de lutar pra que uma fatalidade não faça com que o Sol nunca desocupe de habitar o céu, o universo, o início e o fim, o que dá e tira, porque nada possuímos, nem a nós mesmos. Talvez esta seja a única relação que importe de verdade, essa dualidade entre o sol e o universo. Entre eu e o que está além de mim e se está além de mim é sagrado, porque pelo que brilha eu sou sagrado. Esse brilho é proveniente do povoamento entre o além de mim e minha insignificância comparado a ele. Que eu deteste todos os dias nublados, mas sem eles eu jamais teria conhecimento do encontro entre dois seres que sempre estiveram juntos.

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Lúcia

Quando se perde algo insubstituível as lagrimas surgem e rolam e é como se estivemos sendo estraçalhados por dentro e se inicia uma falta de ar que te impossibilita de realizar qualquer ação te cega e te cala te amarra te mata. E é quando você percebe que a pessoa era especial que ela realmente importava como ela fazia diferença na sua vida, e quando o tempo passa você percebe que podia ter feito mais por aquela que fez tanto por você e pensa como as coisas podiam estar diferentes como a capacidade de entendimento dela sobre você era grande e como ela sabia te acalmar como ela te amou como quase ninguém soube amar igual ou semelhante como tudo que ela foi e tudo que te deixou é único assim como sua forte memória ainda esta presente no meu corpo e mente. Os ensinamentos deixados nunca serão esquecidos, pois eu os encaro como se fosse mandamentos a se seguir eles têm me ajudado muito a viver por ai como esse jeito doce jeito de ver o mundo e sempre dando novas chances às pessoas que todos acham que não tem solução a quem até que já te fez chorar por várias noites e mesmo assim você foi capaz de acreditar e mudar uma realidade que foi até então irreal pra todos nos.

Lembrar-se de como era tão paciente e amável com todos nós me custa muita dor, mas a alegria que nos deixou tem sido remédio para curar qualquer ferida que algo ou alguém nos causa.

Estar perto de você me faz estar mais perto do céu e é perceptível como algo tenta nos afastar, mas sei que isso não acontece ao seu devido esforço de não deixar que nada de mal nos aconteça como foi prometido quando estava em seu leito a espera da morte e um homem disse que se não o acompanhasse ele arruinaria sua família mas ainda sim você foi forte dizendo a ele que ele nunca conseguiria fazer isso, e eu tenho a mesma percepção e convicção do que foi dito a ele pois nada disso foi em vão.

Com as lembranças que tenho o que posso perceber e que já sabia de sua ida e assim nos poupou nos fazendo ter fé, mas a tinta que Deus escreve nenhum homem apaga e foi justamente o que aconteceu. Foi uma pena termos tido tão pouco tempo juntos, mas espero que um dia ainda podemos nos encontrar e viver o tempo que nos foi tirado. Uma tristeza que carrego é que não pude ter te dado uma homenagem digna no seu funeral, mas eu era criança e ainda não tinha aprendido o sentido da vida para poder me expressar como hoje e dizer como foi um exemplo de mulher de mãe como sua educação seu carisma sua forma de amar vem se sucedendo em seus descendentes.

Ainda vamos nos encontrar ate breve.

P.S. : Você é o melhor que eu pude ter de mim mesmo, e que isso não se perca com final dos tempos.

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Afinal das contas será que somos mesmos campões? Já passamos por tantas situações que nos consideramos vitoriosos. Mas, será mesmo que tudo esta acabado? A vitória só é conquistada no final da luta e somos tão jovens para poder nos considerar algo tão grandioso.

Estamos em constantes batalhas, em lutas que resultam em uma guerra que só termina após o nosso próprio termino. Essa resultante é avida e o sentimento que temos é que não vamos conseguir, mas a juventude tem uma qualidade moral, a qual todos devemos nos orgulhar. Que é ter todo o tempo para poder lutar e lutar e conquistar poder, crescer e se fortalecer.

A hora de virar guerreiro e a mais esperada, mas quando se conhece, o sentimento que temos é o arrependimento de termos apostado tanto nisso pra depois perceber que é uma realidade totalmente diferente da qual imaginamos no passado.

Lidar com problemas tem, cada vez, sido mais difícil e frequente e o que pode se imaginar é que não conseguiremos que somos fracos demais ,ainda, e o que mais vem a me consumar é a tristeza de ter feito as coisas erradas com as pessoas certas e relembrar que dei às pessoas erradas coisas maravilhosas, como: felicidade ou sinceridade. Coisas quais não souberam valorizar, fazendo assim que eu me exterminasse. Mas como um bom guerreiro renasci das próprias cinzas e o que mais temo, até os dias atuais, é que isso venha a se repetir.

E enfim chegou a hora que não precisa fazer uso de mascaras, que se pode ser o que é de verdade e que finalmente não é proibido se romper com a inocência e a bondade. Que se pode dar a cada um o que é merecido. E o tempo continua sendo a grande vantagem de poder concertar tudo que já foi feito de errado por apostar demais nas pessoas erradas e se decepcionar, e elas só souberam inverter o papel de vilão de toda história.

Qual razão de se passar por tudo isso? Talvez seja pela ultima batalha, qual porá um fim em toda essa guerra, mas agora o tempo se torna algo que não é de agrado nenhum, pois por tantas coisas iremos, nós, passar até chegar a nossa hora.

Quanto sonho ainda tem pra sonhar, pra realizar e pra frustrarem-se. Os sonhos são responsáveis pelo jeito de ver o mundo como, por exemplo, se você sonha em ser rico a pobreza de nada lhe serve se sonha em viver viajando o medo tem de ser esquecido e se sonha em viver sozinho sem se machucar ou sem precisar de ninguém o amor irá te surpreender quase sempre.

Não ajude os “anjos” eles ainda iram te surpreender e de acordo com meus cálculos 99,9% deles tendem a ser lobos disfarçados, mas não desacredite esse 1% significa muito e se consegue encontrar alguém que caiba nesse 1% comemore, pois esta em suas mãos um tesouro de valor inestimável o qual você deve se apegar e dar muito valor.

Você deve se redimir antes que seja tarde, não é fácil pedir perdão, mas a humildade deve ser mais forte do que seu orgulho e deve ser corajoso suficiente para se arrepender do que foi feito e para pedir perdão mesmo sabendo que quem não errou foi você.

Deve se aproveitar até a ultima batida do coração e aceitar que cada dia um novo passo é dado como para o bem como para o mal, mas a cada dia que se passa deve se limpar os pés sujos de areia para poder caminhar mais confortável uma nova chance a si para conquistar algo previsto ou predestinado só basta acreditar em si mesmo quando as probabilidades indicam 99,9% de dar errado.

Deve se deixar um pouco de lado o amor e começar a gritar pra se expressar com o cérebro, as pessoas que escondem quem são de verdade acabam estando com a razão pois não vale a pena nos mostrar para o mundo quando as pessoas não sabem valorizar as coisas boas que temos a oferecer.

Não basta ser o que você nasceu pra ser tem que ser melhor não pelo outros, mas por você mesmo.

[gabs-wow]

Preso entre a dualidade de ser composto e decomposto me encontro agora, aqui. Não preso enjaulado como uma fera, ou talvez sim, mas preso por mim mesmo. Não sei se estando em atividade de reflexão qual parte da dualidade poderia me colocar. Talvez eu deva me decompor, pra me fazer de novo, mas quem garante, de certo, qual é minha essência? Passei tempo demais fingindo, alimentando uma máscara que me tinha como presa e eu, na minha estúpida insignificância, achava que ela era um atributo que criei. Com certeza eu a criei, mas parece que ela era uma criança que creceu e não necessita mais dos meus cuidados e com vida própria, me devora sem pena por ter se tornado algo maior que eu. Os golpes que levo de tempos em tempos, "rápido com um instante", que dizem pra eu amar e ser grato por isso me deixaram marcas e cicatrizes que dificultam o meu caminhar ao longo dos anos, embora minha caminhada tenha ganhado resignificação.

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deixa arder, deixa a alma sentir.  as dores de hoje se transformam em flores amanhã.

a pessoa que eu fui ontem, hoje, já não existe mais. são paulo não me deixa pensar. eu precisei ir, precisei partir, por mim. eu me perdi e vou continuar me perdendo. meus olhos procuram palavras gentis por toda parte, mas o cinza da cidade aumenta o meu astigmatismo.

saudade,  sentimento prematuro, permanente. 

saudade de quem eu fui,  mas sinceramente, não quero voltar. 

eu quis falar sobre a minha ansiedade, sobre todos os tons de amarelo. quis te contar sobre aprender a amar clarice e me perder em cecília. eu só queria rasgar meu peito e te mostrar todos os poemas que eu escondo em minha alma. mas seus olhos ocupados, cílios pesados, não deixaram ver minha paleta de cores, quentes. borboletas voam alto demais. 

nas pontas dos dedos sinto escorrer as palavras que vão ajudar a cicatrizar essas novas feridas. nas pontas dos dedos, o coração bate, bate, e eu, apanho.

poesia é morada  para quem sente, muito. 

cr.

[gabs-wow]

Às dores do parto que me parem

Há aflição do começo ao fim

Bem vindo ao mundo de ninguém que chorar é ser feliz.

As sombras daquela casa tão engraçada se fazem presente na minha história.

Insólitas luzes que me apavoram na descoberta desse mundo que nos consome e não nos consola.

Calor tão fulgaz é o que apraz.

Em minhas derrotas e vitórias queimam minhas memórias.

Caro tempo e caro amigo, sinônimo um do outro e eu o inimigo.

Me isolo em bem refúgio e não encontro subterfúgio.

Teste à sobrevivência a selva sem meta e pré requisitos torça para não ser um esquisito.

Brinde à vida ou brinde à morte quem me garante que eu não faço minha própria sorte?

[gabs-wow]

A todo tempo as pessoas se esforçam em argumentar a fim de nutrir um discurso otimista que devemos nos abrir e confiar descabidamente uns nos outros. A todo tempo me esforço pra crer nesse discurso, mesmo que não concorde completamente meu esforço me dói. A maioria das pessoas já não querem mais problemas do que já possuem, apenas desejam, e são, bons ouvintes para que os desafios nem tão alheios diminuam suas próprias dores. É incrível a capacidade do ser humano de querer algo que não conseguem ser. Meu esforço dói, mas não machuca. Diversas vezes cedi a essa tentadora forma de amor e me converti, inúmeras vezes, a um profundo sofrimento.

[gabs-wow]

eu vou escrever até me recompor, eu vou escrever até me decompor. 

cr.

[gabs-wow]

A vida de ser alguém diferente, que precisa de justificar cada ato pra não correr o risco de não ser mal interpretado e a conclusão causada pela temporalidade de ações passadas que nos levam a determinar a não necessidade de se justificar a cada ato, é como estar numa roda gigante. Um dia você se sente no topo do mundo no outro no fundo do poço. A temporalidade com que ocorrem nossas ações nos faz pensar na necessidade de um determinismo para fincarmos nossas esperanças. O simples ato de amar nos liberta do ato de se justificar, portanto se há justificativa não há amor. O amor é cárcere que nos faz apaixonar por quem nos mantém lá e quando somos nós mesmo é a prisão mais maravilhosa que existe. Com o passar dos tempos a ideia de um amor romântico foi sendo quebrada e a destruição deste é a melhor coisa que podemos ter. Relativizar o amor sempre a outra pessoa nos torna reféns numa suposta liberdade. Mereço o amor que sempre sonhei, àquele que sonhava quando não discutia gênero, quando os sonhos era coisa simples de fazer. Se os sonhos perdem as forças o amor também perde. Os sonhos são motivados pelo amor.

[gabs-wow]

Tudo flui . . .  .   .    .

...

Da raiz à pétala a rosa de desfez.

A beleza e a jovialidade se perderam.

Oh, nem o sol ou a lua a ilumina.

Ela nem existe mais.

Que triste fim de seu encanto.

Da vívida cor de suas folhas

e de seus pavorosos espinhos,

ela germinou outra linda flor.

Mas quem garante que não era ela mesma?

Quem a cortou ou quem não a regou?

Seu triste fim ainda é uma dúvida,

mas seu novo cheiro apaga todo o fedor da morte.

Ela percebeu que nem tudo flui.

Chorou em forma de gás,

recebeu admiração para todo o jardim

e mesmo assim chorou novamente.

Mas, tudo bem, quem ela pensa que é?

Ela não sabe que não tem o direito de chorar,

que toda estimação deve ser tida por ela como verdadeira?

Mas, felizes somos por que ela chora.

Já imaginou se nossa dor sensibilizasse um jardim inteiro?

Feliz deveria ser essa rosa ingrata que todo o jardim consola.

Mas nem tudo é belo como parece e nem tudo flui de acordo com nossos quereres.

[gabs-wow]

I have two dogs

Uma sempre me olha antes de se aproximar, ela não me olha, ela me vê. Ela parece querer me decifrar pra ter certeza do seu próximo passo. Eu a amo por tentar decifrar minha loucura.

A outra, não importa com como eu esteja sempre fica animada ao me ver, as vezes não entendo ela, sou só eu. Eu a amo por estar sempre feliz, mesmo que ache intrigrante que ela não transpareça sofrer. São duas partes minhas e eu delas.

Uma sempre me olha e pede permissão para de deitar ao meu lado. A outra não precisa pedir, talvez ela só quer mostrar que é independente. Ela sobe sem hesitar e parece sempre tentar me fazer feliz, ou parecer. Talvez ela quer me mostrar que podemos ser iguais, talvez ela tenha aprendido comigo.

A estrela brilha e não precisa da atenção de ninguém. Ela se sente sozinha, ela é sozinha. Ela ama a solidão, ela odeia a solidão. Ela odeia precisar de alguém, ela se sente impotente. Ela ama que alguém a ajude, ela se sente segura.

O sol queima ele quer ser notado. Ele odeia que estranhos o aprecie. Ele ama quem consegue o entender. Ele ama ser incrivelmente forte, ele odeia que tenham medo disso. Ele ama tudo que tem e é grato por isso, ele odeia não saber o quer e poder ter tudo o quer.

Opostos complemetares dividindo o mesmo céu. Reféns do destino e apreciadoras do que a de melhor em quem as ama.

[gabs-wow]

Eu não sei o jeito certo de começar isso e nem como termina. Que meus pensamentos me conduzam a você e ao jeito certo de conseguir te tocar de alguma forma.

Há anos atrás nos importávamos com cosias banais, e qualquer coisa que não acontecesse como a gente queria e imaginava parecia ser o fim do mundo. Hoje sabemos que nem tudo que está sob nosso controle, mas, apenas, sobre nossos ombros. São problemas reias acontecendo na vida real; é difícil sonhar. Nunca imaginaríamos que teríamos saudade do passado, já que ansiavamos tanto pelo nosso futuro. Futuro esse custoso, não o que idealIzamos. Ninguém nos disse que seria fácil e mesmo assim sofremos pelas expectativas criadas. A vida real tem sido difícil pra mim, espero que não pra você. Parece que o conhecimento traz a infelicidade, mas, talvez, não seja dessa forma.

Nós ganhamos e perdemos muitas coisas pra chegar até onde chegamos. E não somente coisas, mas pessoas. Acho que tudo acontece por um fim. Desse mesmo jeito relativo, que está propriamente dito; o fim como um objetivo e como uma indução ao término. Talvez sejam uma coisa só. Não posso e não devo saber tudo que você perdeu, tudo que te foi tirado e tudo que você abriu mão pra chegar onde chegou e pra ser quem você é.  Mas acho que assim como eu, você deve ter orgulho de ser quem é, de onde você está e com quem você está. Eu tenho orgulho de você mesmo não sabendo quem você era, apenas enxergando em quem você se tornou.

Qualidades e defeitos constituem as pessoas. tampouco as definem. Eu desejo que continue sendo quem me abraçou no dia em que eu chorei e quem me escutou e discursou comigo quando foi necessário. Sempre se lembre das coisas boas que existem dentro de você quando se sentir perdida, elas te guiaram rumo a continuidade da transformação que sempre precisamos. Somos como um arco que precisa envergar e envergar para que a potência seja maior e nosso objetivo seja cumprido.

Creio que precisamos de amigos para nos ajudar a compor nossa história, sem eles fica tudo sem graça. Cada amigo/pessoa é um universo. Nos esbarramos, interagimos, rodiamos, e até colidimos, mas só quando tudo está em harmonia é que somos infinitos, nem por isso, os outros fenômenos deixam de ser relevantes. As vezes alguém sai de órbita, se distrai interagindo com outros universos e tem alguns que perdem o sentido e objetivo e ficam só flutuando ou entram em algum buraco negro. Nós agimos individualmente e ,entretanto, muitas vezes nossas escolhas ou coisas que estão fora do nosso controle tratam de nos unir, foi assim que nos unimos. As vezes os universos até estão no mesmo lugar e interagem, mas parecem desconectados por alguma razão. Talvez cada um esteja batalhando pra conseguir manter o seu universo em harmonia que o que o rodeia perde o sentido ou até a graça.

Se parecemos desconectados eu não sei, só sei que quero sempre habitar no mesmo céu que você. Acho que quando as coisas parecerem estranhas devemos voltar aonde tudo começou.

Eu sou grato por dividirmos o mesmo espaço. Temos um ao outro porque nós conseguimos conquistar nossa luz própria. Quando está escuro um ilumina o outro, não por ordem da natureza, mas porque existe amor. Nunca, em nenhum instante se esqueça que não estou aqui só por mim, mas também por você e por todos que eu amo. Quando estiver perdida me ache, você se encontrará em mim. Quando chover me molhe até secarmos juntos. Quando se precipitar olhe ao lado e eu estarei lá pra te apoiar. Quando estiver escuro olhe pro céu estarei junto da lua pra iluminar seu caminho. E se nada disso for suficiente olhe pra dentro de você, eu também estarei lá.

Não é necessário dizer tudo que te desejo pois você sabe que sempre estarei ao seu lado pra esperar e brindar cada vitória sua. Se eu estiver longe me chame, me grite, me berre e se eu não atender me odeie. E se eu não estiver em lugar algum, estarei a frente do destino fazendo com que você sonhe e que seus sonhos se realizem.

[gabs-wow]

Lágrimas

Eu já não sei porque saem, só saem. Enxarca meu travesseiro enquanto seca minha alma. Doce água que veio, porventura, inundar-me. Nada sei apenas sinto. Sinto muito, sinto o mundo. Assim como a nascente que "goteja" avassalou-se em lagoa. Não sei se algo sai ou algo entra. Só sei que sinto uma mobilidade de sentimentos. Despretensiosa chuva, que de tanto chover a dentro se expôs, desmedidamente, à minha face irregular, a inundar tudo com sua força tão natural e sedutora. Quem me dera se eu soubesse nadar!

Me tirou tudo; o sossego, o sono, a frieza e a paixão. Agora me pergunto se é possível sentir tudo e não sentir nada. Bobo, em choque, não reativo, assim me deixou a relento à seus caprichos de trazer a tona todas frustações passadas. Piedade. Aprendi isso com minha mãe para usar com o mundo. Sempre foi fácil, até precisar dela pra mim mesmo. Não gosto da posição de vítima, coitado e frágil que você me coloca. Esqueceu que a humanidade deve ser invisível? Não apareça, nem somente à minha presença. Deixe para se mostrar quando eu não estiver. Acaso quer que eu faça dois de mim? Dois rios, duas lagoas, duas chuvas, duas lágrimas, mesmo assim não serão suficientes pra esconder minha Santa ignorância em relação a você. Talvez, a mais doída dor faça você parar. Soube que você carrega a dor. Ei de pesar sua trajetória para que te derrube antes que se manifeste. Basta um floreio para eu seja nada. Sem cor, sem força, sem desejo, sem flor. Tudo que me tiraste.

Em recompensa e em virtude, a tal sofrimento, te dou o melhor de mim: meus pêsames e cumprimentos, pois sempre te  e novamente direi olá a teu desprezo.

[gabs-wow]

O medo e o desejo caminham juntos. A espreita espera à minha sabotagem. Quando dois mundos se chocam se tornam um ou passam a ser fragmentos galácticos, que podem, ou não, respaldar nos diversos mundos que permanecem em contato. Nós, ao contrário, de apenas planetas, somos mais complexos que a astrologia, ou qualquer outra ciência. Além disso, possuímos a capacidade de reconstituição, seja de elementos novos ou não. Nos perdemos na tentativa de firmar como nos sentimos. Fragmentados ou inteiros? Velhos ou novos elementos nos constituem? As vezes parece que somos apenas o que sobra, flutuantes automáticos agindo em cadeia a eventos anteriores traumáticos.

No quarto, com janelas cerradas, desejo algo. Vivo a espera, sinto a angústia e a vislumbro o ideal a ocorrer. O temor rodeia às situações fadadas a se repetirem. O diálogo, a insegurança, o afasamento, o amor, foram dissolvidos a fim de berbermos e assim o fizemos. Agora lesados a seus efeitos não sabemos mais como retomar a algo que um dia foi belo. Aliás, talvez seja idealizaçao essa retomada da minha parte, que também bebe desse cálice com nojo e desgosto. E então se esclarece a relação do medo e do desejo. O que foi considerado impermeável se molhou, pela chuva ou pela nascente, não importa a causa ou o feitor, mas sim como escolhemos lidar com isso. O que é difícil para as relações pessoais- essa solução final cheia de substâncias, que são consideradas invasoras, por conseguinte. O intrigante é que somos seres movidos pela descoberta, logo pelas novidades. Considerar invasor algo que pode complementar é um erro que pode, comumente, vir a dissolver relações.

As vezes parece que batalhamos com quem está do nosso lado e não com quem está contra nós. Uma queda de braço que ambos lutam avidamente por uma vitória totalmente sem sentido e racionalidade. Quando lutamos com nossos semelhantes não há quem ganha ou perca, embora todos saiam feridos. Só é forte quando se luta junto, sem alguém do nosso lado não somos alguém, somos ninguém. Mas é difícil digerir o orgulho pois essa ideia de batalha está encrostada na nossa mente. Se há luta todos perdem. A diplomacia teve seu lugar retirado pelo individualismo. Tudo se a resume à espera de quem vai se admitir perdedor ao dar, de volta, a primeira palavra sã. Culpado somos todos nós que não cedemos nossa ignorância em querer estar sempre certo, com a razão, que deixamos nossas relações se fragilizarem em meio a esse caos sem sentimento algum que vivemos. Desejantes somos portanto desses laços frouxos, que soltam com o tempo ou com o vento. Não queremos esse aperto que um nó bem dado propicia. Tão carentes de inteligência emocional nos esquecemos, ou fazemos esquecer, que esses laços não são eternos. Eles apodrecem, soltam, já são frágeis por serem laços, mas nunca, em nenhuma hipótese, acredite que eles são laços por serem frágeis.

Podemos usar também a metáfora da planta que quando não é regada adequadamente morre. Todo o processo de inicia no primeiro contato da semente e da terra e após receber influências externas germina ou não. A terra seria para nós a relação e a semente os indivíduos envolvidos. Se a semente precisa da terra para tornar se algo, sem ela tampouco existe ou é possível gerar algo. Tal metáfora é repudiada quando percebemos nos que a semente mesmo que já se encontre em contato contínuo com a terra não seja nada além do que era quando foi colocada. É necessário que forças externas atuem sobre esse meio para que ele prossiga à sua evolução e não permaneça em inércia-nesse caso a água, se necessário adubo. Desse modo tal comparação não se sustenta. Enquanto no cultivo de plantas é necessário agentes externos para que o processo se inicie, de fato, e avançe, no cultivo da relação humana essa força precisa acontecer do interior pro exterior. Para que a associação entre as pessoas seja legítima é preciso que essa relação de desejo e medo aconteça no início do conhecimento e se prolongue até se extinguir ou ser extinguida.

[gabs-wow]

Você quer saber como eu me sinto? Não, você não quer saber. As pessoas idealizaram tanto a liberdade que se tornaram pássaros surpreendentemente engaiolados. O saber se tornou apenas curiosidade de perguntas totalmente intensas que passam despercebidos por essas aves pesarosamente "livres". É tão normal odiar amar alguém. O amor se tornou uma espécie de fraqueza. Seu significado foi deturpado e rouba, descaradamente, os sentimentos reais. Eu sinto o amor, o ódio, o pesar de não poder amar, a pena, o calor e o frio, a distância, o abismo, o medo, a aflição, o cansaço, a dor, a deslealdade revelada. Eu sinto muitas coisas. Embora eu, ou você, sinta tudo isso, não deixamos de estar livremente aprisionados. É como se consentissimos esse estado. Um não dá o braço a torcer pelo outro e desse modo vivenciamos repetitivos ciclos. Como um último recurso, mas o primeiro a ser pensado, desejamos não sentir nada. Eu, na verdade, sinto muito por sentir muito. As vezes, me sinto incapaz, impotente, e até insolente. Mesmo sentindo muito sou incompetente no sentir. O amor não tem unido as pessoas, tem afastado. Eu me sinto isolado. Sacrificaria tudo que tenho por não conseguir perceber esse tudo. O que eu tenho, não sei e talvez você também não saiba. Mas não é o pior dos sentimentos. Mesmo, as vezes, conseguindo enxergar tudo que possuo, tudo que me possui, me sinto possuído pela ideia de que nada vale a pena. Não sei se eu valho. São tantos pensamentos conturbados que destroem o real e tiram, até mesmo, a beleza do mundo imaginativo. Eu já nem sei mais qual a forma do meu coração.

[gabs-wow]

Assim como velhos hábitos nunca morrem me vejo em rodeios. Indo a lugares que costumava ir, se antes era pra me livrar de dores, hoje sinto-as com a mesma intensidade. O cheiro deslumbrante da morte na primeira curva se inicia. O silêncio que em gritos me ouve. A luz que não brilha e nem esquenta que só serve para desfocar o que só é possível ver no escuro. Que luz é essa? O que é essa escuridão? Porque as duas me chamam?

A verdade é que como nessa pequena linha de raciocínio sempre permito que meus pensamentos mais relevantes se percam para que eu não lhes dê a devida atenção. Não entendo o porquê desse lugar representar tamanho desgosto. Todas as vezes que me sentei aqui consegui olhar com um pouco mais de esperança para o mundo. Uma pena que hoje esteja sendo tão difícil fazer com que as coisas sejam como antes. O fato é que quando nós mudamos tudo muda. Me lembro de cada vez que vim aqui e esperei por um pouco mais de amor. Eu sempre o dava de maneira tão natural, uma pena que tenha perdido isso em mim. De cada sensação boa e ruim, de tudo que relutei em não sentir, de tudo que eu senti demais, de tudo que eu senti em vão. Não dá pra falar que foi em meu nome, eu nem sei porque me chamam como me chamam. As feridas maiores não são as que mais nos ferem, mas sim as que não cicatrizam. Será o meu problema apenas sanguíneo? Devido à insuficiência em ser tratada vejo que a resposta é não. Quantas vezes lágrimas se derramaram numa tentativa de diminuir a minha dor, elas costumam ter mais esperança do que eu. Todos esses sons tão monótonos me fazem odiar esse lugar, conversas, carros, o som de algo elétrico. Mas a forma como os ouço e ao mesmo tempo não os escuto me faz perceber como toda essa energia a minha volta diminui a minha carga interna, incessalvelmente conflitante e tão cansada. Acho que alguma chama se apagou, só não tenho certeza, ainda, que foi pra outra se acender em seu lugar. Não sei mais o que está vivo ou quem está morto, nem quanto a mim mesmo. Estou sempre de volta ao mesmo lugar, sempre no mesmo ponto de partida. Será que não aprendi a lição certa ou tudo que sofri não foi suficiente? Ou será que interpretei mal quando as pessoas dizem pra imaginarmos coisas boas que elas certamente acontecerão. Acho que tudo é dito por gente tão superficial que não entendem a profundidade do que dizem. Visto que é uma ideologia positiva demais e efetiva de menos. Estou sempre em busca de respostas, mas ainda não consegui responder até onde vai o nosso livre arbítrio. Eles também não dizem que Deus escreve reto por linhas tortas? Um pouco contraditório eu imagino. Em nehuma linha alguma palavra me questionou o que gostaria que fosse escrito. Mas eu não enxergo isso como uma insubordinação à Deus, rebeldia ou falta de confiança. Acredito que as perguntas nos tornam mais sábios quando são respondidas satisfatoriamente, e a fé mais forte.

[gabs-wow]

O amor é algo que nos mantém conectados, que nos permite conhecer lugares onde nunca estivemos, apenas pela sensação de sentir. É a resposta para conceitos filosóficos e o que mais pode machucar alguém. É a vulnerabilidade encarada de frente, a selvageria nos átrios de nossos corações ao senti -lo. O amor foi a primeira coisa que existiu no mundo seja ele feito por qualquer teoria e também é a única coisa que ninguém pode destruir, nem mesmo Deus. Ainda não sei se o amor pode ser medido em graus, níveis, ou se existe, de fato. Até onde uma pessoa é capaz de ir por causa desse sentimento. É a única conexão que permite estarmos ligados de forma tão intensa a alguém. A coragem é quem manda em nós. O mundo está perdido porque nós estamos perdidos. Isso fez com que mascarrassemos tudo o que é real. Uma coisa simples de tornou banal e portanto o mundo todo está carente. Até mesmo o amor ,de diversas formas, em nossas vidas.