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#My emotional support demon tiger

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Bella,

vai ver os dias passar

assim ela não tenta nada...

Ela reserva essa angústia pra amanhã,

mas ela sabe que vai gerar em sofrimento.

Ela vai perguntar se há algo mais que tudo isso;

"e se eu virasse uma puta? Talvez eu não me sentiria tão entediada",

"Estou morrendo por dentro".

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"Amor obsoleto"

Quando olho pra você, vejo tudo o que necessito,

então decido te beijar dos pés aos cílios,

só pra te lembrar que você só tem uso quando eu quero,

mesmo sendo tudo o que eu preciso.

É assim que me sinto quando passo meus dias a finco.

Finjo que não sinto porque dói falar o que penso ao vivo,

mas é que quando olho pra você,

decido te falar que te amo até o infinito,

só pra você esquecer que só tens uso quando quero,

mesmo sendo tudo o que eu preciso.

Estou cansado de viver esses dias vazios...

Tento jogar minha cabeça no asfalto só pra esquecer meu egoísmo,

tentar virar um robô e computar minha dor em algorítmo,

engraçado eu falar isso, já que continuo humano,

te usando quando quero,

mesmo você sendo tu aquilo que eu mais almejo e requisito.

Eu regurgito palavras da minha garganta porquê sei que não as vivo,

sou contrário à tudo aquilo que digo,

então passo meus dias sonhando feio e escrevendo versos bonitos,

só pra não lembrar do seu rosto chorando me ouvindo dizer que:

eu só te uso quando quero, mesmo você sendo tudo o que preciso.

Fazendo versos que talvez nunca serão lidos,

me perdoe meu grande amor,

nunca quis te inferir dor seja ela qual fosse,

mas lembre das linhas que você disse ter enjoado,

enquanto em seu ouvido ainda estiver ressoado:

"eu só te amo quando eu quero, mesmo você sendo tudo aquilo que eu mais amei e requisito".

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COSTURA DE NÓS

Tenho as mãos atadas quando falo de nós.

Há um medo profundo das palavras, enquanto o silêncio me empobrece.

Como ousaria entender-nos, quando olhar para os nossos corações exige coragem e coragem nem sempre nos visita?

Olho para essas turbulências que insistem em nos rondar: essas que eu coloquei na ponta do lápis e reconheço bem ao olhar para os espelhos.

Às vezes, passo por ti como quem transpassa ao beijo amolecido.

Somos tantas versões mal costuradas, que até o pano não nos cabe mais o nome.

Há dias nos quais eu quase te alcanço e escorrego sem medo, mas tu voltas àqueles gestos automáticos e frases decoradas.

A verdade? Estamos aos pedaços e mesmo assim, eu insisto ao te costurar às minhas poesias.

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"A única que eu amei"

Flor de mel,

você escalou o monte todo,

mesmo assim não encontrou os poemas que eu lhe deixei ao topo,

nem o seu véu

que eu deixei de presente ao encosto

das encostas.

Flor de mel,

eu lhe prometi o céu,

prometi até o que eu não podia dar

só pra te olhar ao mais fino alvéolo,

contentar-me com seus poros

e tentar dormir de noite mesmo incrédulo

com a sua beleza.

Flor de mel,

eu tive sua mão

e logo a despejei de mão beijada.

Beijei-a porquê era doce como olhar pras núvens,

frustrante como esbarrar no sol

e gritante como ficar os próximos 5 segundos sem enxergar nada.

Flor de mel,

não eras a única no canteiro,

mas admito que foi minha culpa ter regado outras flores de mel

enquanto eu só precisava do seu perfume para agradar o meu pomar por inteiro.

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A poesia de mil linhas.

Quando olhares através de uma janela úmida tentando buscar algo que tenha o formato de um rosto igual ao meu, talvez você entenda quando eu te digo, nas noites frias onde o vento sussura nos entraves da portas, que não quero nada além de você.

Por todas as palavras que são verdadeiras, as cantigas que canto a ti não são somente cantigas; são também um pedaço do que sou mostrando uma amostra do que você significa a mim. Não uma imagem perfeita, não um colo agradável e sereno que acolhe quando eu preciso, mas uma tentativa humana e automaticamente falha de amar-te sem dizer que te amo.

Como se eu buscasse um propósito para as madrugadas caminhadas sem rumo e sem direção, os mendigos, os postes, os malandros, os amantes e os inimigos me falam verdades mais sábias do que ouvir o julgamento de Sócrates e me contentar com sua sobriedade.

Como uma faísca presa no metal por ser naturalmente atraída à mesma, somos o fim do mundo misturado com o fim da alma pálida, essa que busca a aprovação divina por ser mesquinha e insensível, que sabe que nunca terá sua redenção e, mesmo se a conquistar, nunca vai se contentar.

Como um dilema a ser contado para pessoas que não sabem seu papel no mundo, às vezes me pergunto se há outro dono de seu coração que faz cantigas melhores que as minhas ou se o mesmo as faz tão bem que aos seus olhos, as minhas se tornam imundas.

Eu não provoco porque quero chamar atenção. Provoco porque é pura agitação do meu coração em brasas querendo falar alto e ser silenciado por atitudes aguadas.

Eu não falo palavras difíceis porque quero parecer inteligente. Negligentemente, eu já afasto as pessoas num toque de frustração inconsequente.

Eu não digo que não amo para descontentar-te. Espero milênios para que isso aconteça de modo que, uma hora, eu possa realmente amar-te.

Acorde, minha querida.

Juntei esses acordes bonitos no violão, bonitos como seu rosto quando acorda e, sim, estou te acordando exatamente porquê senti saudade mesmo te tendo ao meu lado e decidi fazer isso agora só pra ver esse seu rosto denovo.

Decidi que te acobertaria com essa manta que eu mesmo fiz questão de tricotar. Tudo isso como um belo ato de dizer que vou te amar por uma eternidade inteira e, mesmo se essa eternidade nunca chegar, uma parte do meu coração caberá nesse pedaço de tecido que te esquentará quando eu não estiver; ou melhor, quando todo o amor em meu coração não couber.

Espero olhar esse rosto todos os dias que a morte decidir não me levar em seu leito, ou até que meus músculos definhem de tanto pularem de alegria quando viro o olhar para os cantos e, opa! Lá está você.

Em todos os lugares, em todos os pomares, em todas as estações, em todos segundos, em todas conexões, há uma parte de você que transforma o ato de viver em algo que seria pecado fazer comparações.

Único. Real. Impossivelmente real. Um toque de verniz para iluminar quem não consegue ver nada além do próprio umbigo; quando te tenho comigo, é como constelações colidindo entre si para ver quem vai ver nossa paixão de perto.

Quero fazer inveja nas estrelas e mostrar para elas o que somos capazes de fazer em menos de um século o que elas demoram milênios para fazer.

Pensando bem... Sou eu quem invejo as estrelas.

O toque delas dura mil vezes nossa existência e parece que conseguem se aproveitar muito mais do que nós, humanos, que queremos e prometemos eternidades enquanto... meu Deus! O que eu vou preparar pra ela comer amanhã?

É complicado tentar encontrar palavras e consequentemente não conseguir achá-las, mas talvez meu coração guie para tudo o que eu preciso sem precisar dizer nada:

v o c ê.

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Dividirei a vida com essas memórias

das quais algumas eu me orgulho e outras não.

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A lua

Daria meus pingos de suor ao esforço

pra ouvir sua voz cantar ao fundo de belos canteiros,

chamar tudo o que é belo de "nosso",

fulminar-me ao meio dos disparos certeiros

da sístole e diástole

que bombeiam seu ser por inteiro,

encher-me de suas carícias,

não desviar nunca dos disparos de sua boca

que suavizam meu coração

e descansam em paz minha cabeça de tão oca.

Teus olhos mirando pro horizonte sem fim,

pareces ter o costume de olhar os detalhes,

prestar atenção nas janelas,

nunca desviar de sua trajetória,

mas mesmo assim criar possibilidades

onde todos enxergariam uma porta.

Pareces ter o costume de olhar denovo só pra ter certeza que foi uma escolha sua olhar,

e novamente se acostumar a ser você mesma,

nunca esquecer a essência da sua alma sem pena

que nasceu pra acreditar ser uma única coisa

ou se libertar dessa crença.

Até porquê,

que coisa bela é ser você.

Se amarelo fosse alguém,

ele seria uma aquarela inteira

do seu nascimento.

Talvez até o amarelo ficou mais feliz quando você nasceu

pensando que finalmente alguém teria a honra de ser tal qual

e tão igual

pra nascer algo tão sutil e abrangente

como você

ou o seu olhar,

que miram talvez o sol como girassóis

esperando pacientemente todos os verões

para olhar todos os dias fixamente pro sol

e cegarem-se

de tanto amor que foi lhes dada

e fazer o mesmo no ano seguinte.

Falando em olhar...

que penetrante.

É um misto de inocência acolchoado num desejo enorme de experimentar novas coisas

e deliciar-se sobre a visão das janelas que você tanto presta atenção

ou simplesmente olhar para o completo nada

e tirar dali seus belos poemas

ou suas belas pinturas.

A lua e suas fases...

sempre ordenando o oceano a se mecher.

E o oceano?

Sempre tem algo a dizer;

indo pra cá e pra lá...

talvez ele quisesse também fazer poemas como esse que eu estou te fazendo

e assim como ele,

eu também gostaria de ficar menos hipnotizado pela minha lua.

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O mesmo rio,

fiquei encarando por horas.

O mesmo rio que eu sempre evitei passar

estava ali, me encarando de volta.

Não sei como pude ter medo do meu próprio reflexo esgueirando-se para talvez tentar me acuar,

para talvez tentar me abraçar

ou simplesmente mostrar quem eu sou de verdade.

Pela terceira vez na minha jornada,

eu estava ali,

olhando pela terceira vez o mesmo rio

e me perguntando se eu estava perdido,

se meu reflexo era mesmo tão bonito,

se a água translucidava um aspecto de limpo,

se ainda houvesse paixão naquelas águas turvas

que pudessem me ensinar coisas de verdade

e não trazer novamente as mesmas lutas.

Olhar para aquele rio só me deu mais esperanças de não olhar pra ele novamente e,

como quem já sabe que é a hora de ir embora,

dei as costas porquê assim como ele não era o mesmo das outras vezes,

eu também não era.

Um dia eu arrumo tempo pra visitar o rio em outra hora.

Numa hora mais calma, onde eu não sinta mais tanta mágoa,

onde ele não espelhe mais águas traumatizadas;

onde eu apenas sente na beirada

e não precise mais pensar que estou na quarta.

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MAS, PORÉM PT.3

Mas, porém, digo sempre em face de tudo,

encarando meus medos,

estufando o peito

e me fazendo de astuto,

só pra não me esquecer que posso me curar quando quero,

sem precisar usar os outros

pra suprimir minimamente o meu luto.

[killbotis]

MAS, PORÉM PT2

Mas, porém, contudo e entretanto,

tenho tido em face de maior desencanto

de todas aquelas súplicas,

dos não-amadurecimentos

de alguém que tem o bolso cheio

e o coração em desalento.

Mas, porém, contudo, todavia,

quanto mais eu falava,

mais ela se esquecia.

Realizava até o favor de fingir azia

só pra fugir das conversas de noite;

das conversas de dia,

do amor que tinha

ou das merdas que fazia.

Como eu sempre falo,

eis aqui uma pessoa que nunca morreu de amor,

apenas teve seus doces tirados

e tentativas de mantê-los fracassadas

sem entender sua contextura de dor

ou do caminhar das águas

que trazem sabedoria.

Mas de alguma forma,

eu entendi tudo.

Como Harlen,

eu entendi tudo.

Como Matheus,

eu entendi tudo.

No fim de tudo,

eu entendo tudo.

Entendo tudo sempre porquê tenho comigo uma necessidade de buscar a mim mesmo

nas águas sagradas de cintila,

onde sempre chegam pautas importantíssimas,

quando eu aquieto, sento e respiro,

onde eu sempre lembro o nome da...

Ops, quase que eu falo o nome dela.

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Vosmecê tem o rei na barriga,

vou fazer o favor de cortá-la,

tratar sua morte de maneira assídua,

pra que todos no reino saibam

que a morte de vossa alteza perpetuará por horas afincas.

[killbotis]

Decisão

de manter o silêncio

e ocasionalmente opor-me à coragem

de mudar,

pois sou só isso;

resto das coisas boas que eu fui

e das quais eu não consigo mais imaginar.

Sonhos são pra crianças.

A vida engole

e regurgita

e engole denovo

e vomita

e depois te dá falsas recompensas

pra te dar a volta

e capotar na contramão;

essa é a vida.

Todos os dias uma decisão

de continuar na mesma miséria

e unir-se à tremenda vontade de estagnar-se,

pois sou só isso:

resto das coisas boas que eu penso ser

e das quais eu já imaginei poder.

Mas quer saber?

a vida é só isso:

catarse.

Ou você se libera

ou segue o rebanho,

porquê aqui,

ovelha esperta fica preta

e o poste mija no cachorro.

Só está disposto a mudar

quem quer muito se ferrar

ou viver impune

de si mesmos.

[killbotis]

Beije onde dói,

essa saudade me corrói,

já disse que te amo hoje?

Digo todo dia pro meu amor não virar ferrugem.

Só por hoje,

eu não vou me drogar no seu amor.

Só por hoje,

as feridas no braço

das agulhas

não serão de dor.

Só por hoje,

não me verão nas reuniões do NA,

prometo voltar amanhã,

pois só por hoje,

não vou tomar meu gole de saudade

e novamente pensar nela.

Só por hoje,

eu vou fingir que não é data comemorativa

pra arrumar desculpa de ligar

e novamente ficar com o coração na (in)ativa.

Eu vou fugir das reuniões do AA,

pois a vida têm me deixado cansado

de tomar tanto no meu cu

e fingir que estou bem,

quando na verdade,

estava na rua bebendo whisky

e dançando nu.

Só por hoje,

eu não vou arrumar desculpas esfarrapadas

pra ligar de madrugada,

ficar internado compulsoriamente de graça,

culpar a cachaça,

o fedor de mordaça,

da erva,

do pó,

e da cevada

nos últimos 365 dias.

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Inadequado

Nos bares aqui do bairro, todos os boêmios tem cheiro de cinza velha e velho barreiro. Alguns chegam de noite com suas camisas sociais listradas e manchas amareladas debaixo de suas mangas; alguns mais básicos, sujos de poeira de tinta e com um perfume ligeiramente duvidoso pra disfarçar o aroma de cachaça, chegam de tarde depois de um longo dia de trabalho.

De etnias diferentes, de histórias diferentes e enchendo a cara, em todos está impregnado aquele cheiro repulsante de cigarro barato e bebida amargamente forte.

O boteco de frente da minha casa pulsa mais verdades que a boca de qualquer dama da noite. Nunca chegou ali uma pessoa fora de suas faculdades mentais, seja ensanguentada, seja amaldiçoada, seja gritando ou se esperniando; ninguém que pisou lá não estava ciente que iria afogar suas mágoas na balalaika ou na ayhuasca.

Não há código de conduta para quem está bêbado - o lóbulo pré-frontal parece não funcionar apropriadamente quando se há muitas moléculas de C2H6O circulando nele.

O que é engraçado de verdade é que estão presentes - incessantemente presentes as mesmas pessoas todos os dias. Batem ponto na bebida mais cedo do que em suas atividades laborais. Sempre com a camisa listrada ou básica suja.

Risadas, baralho, drogas lícitas, frustrações... cada um levando o seu de suas próprias casas e voltando limpos por dentro... e por fora também.

[killbotis]

Passou do ponto,

a carne ficou mal passada,

mal assada,

dá pra sentir demais o gosto do sal,

nada da carne,

quem se senta pra comer passa mal.

O açougueiro errou no corte,

cortou depois da terceira veia,

essa picanha tem com gosto duro de morte,

mas está tudo bem.

[killbotis]

i hate you !

Eu odeio o jeito que você fala comigo,

o jeito que você corta seu cabelo,

o jeito que você dirige meu carro,

odeio quando você me olha.

Eu odeio suas botas de combate acolchoadas

e o jeito que você lê minha mente.

Te odeio tanto que me deixa doente,

me faz até suspirar.

Eu odeio...

Odeio que você está sempre certa,

mesmo quando você mente.

Odeio quando você me faz rir,

pior ainda quando me faz chorar.

Eu odeio quando você não está por perto

e nem liga.

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