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Infância
Eu tive uma infância muito ruim. Cresci num ambiente de violência doméstica e abuso sexual. Fiz terapia por alguns anos mas infelizmente precisei parar. E hoje vivo com as sequelas da infância que eu tive.
Perdi a virgindade aos 13 anos (é nome de filme mas é a minha vida). Fui abusada pelo meu vizinho mais tempo do que eu consiga lembrar, e acredito que graças a isso eu parei de fantasiar que sexo era conexão entre dois seres humanos, e comecei a acreditar que sexo era algo que a mulher se submetia quando o homem sentia vontade. Então, meu segundo namoradinho, o primeiro namorado de levar em casa e apresentar a família, foi com 13 anos, e ele quis transar e eu cedi, sem muito pensar.
Eu não senti nada. Nem dor. Nem prazer. Só um vazio imenso no meu peito que eu acreditava que nunca passaria. E fiquei com ele por uns 3 meses... Até que um dia eu cansei de sentir esse vazio sem fim. E terminei.
Nessa época, eu descobri que gostava de escrever. E fui escrevendo pra desabafar tudo que eu sentia. E em três anos eu comecei a me conhecer um pouco melhor.
Eu só transei novamente aos 16 anos, onde eu sentia alguma coisa além do vazio. Não era um sexo bom, mas era melhor que sentir o vazio sem fim que eu costumava sentir. Eu não sabia o que queria. Não sabia o que fazer. Não sabia o que dizer. Permaneci nesse relacionamento até os 17, por quase um ano. Quando terminei o sexo tinha se tornado ok.
Mas aos 17 eu parei de escrever. E comecei a beber. Tudo depois disso é um grande borrão por quase 2 anos.
Hoje, aos 23, acho que encontrei o amor da minha vida, no sentido mais bonito que a frase pode ter e acho que talvez estraguei as coisas. Estou voltando a escrever para tentar organizar meus pensamentos, sentimentos e minha vida.
Hoje, 10 anos depois, me encontro com um sentimento muito parecido com o vazio que eu costumava sentir, mas com pensamentos diferentes, e conhecimento sobre o sexo e meu corpo diferentes. Mas com a mesma vontade de desaparecer que eu conhecia anos atrás, a mesma vontade de sumir da vida de todas as pessoas ao meu redor.
Os anos se passam mas certas coisas nunca mudam.
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Estresse
Nunca fui de fazer desabafos. Tudo que penso e fazem comigo sempre guardei para mim. Até não aguentar mais e explodir.
E eu to cansada de pessoas se aproveitarem dessa minha fraqueza de guardar tudo pra mim e aceitar certas situações, por acharem que nunca vou explodir, mas eu explodo.
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