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can i be / / 𝐠𝐮𝐢𝐥𝐭𝐲 𝐚𝐬 𝐬𝐢𝐧 ?
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you left your typewriter at my apartment. straight from the tortured poets department.
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monnstrous · 8 months ago
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almas realmente eram a vida dos negócios , mas como um homem da ciência, haviam outras coisas que o interessavam. além do que, era sempre possível condenar outros. nikolai não aprovava, não achava justo , mas estaria mentindo se dissesse que nunca fez contratos assim. ao menos, aquele sobre ser pai de uma criança meio humana tinha passado para ba'al , que agora lidava com as consequências na forma de uma filha petulante & seria outra mentira dizer que não o fazia gargalhar as vezes. bala desviada.
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― ❛ ah, mas o que eu disse sobre a sorte ? ❜ inquiriu retoricamente, fitando o líquido carmesim no cálice do outro - parecia viscoso demais, vibrante demais, errado demais para ser vinho ; mas o que ele saberia ? fazia séculos que não colocava uma gota na boca. ― ❛ tenho certeza que tem alguém que ama, não ? ❜ ergueu os olhos da taça e arqueou as sobrancelhas, enquanto mantinha suas orbes escuras fixadas nas dele. ― ❛ sabe, sempre pode sacrificar uma outra pessoa por boa fortuna. ❜ seria o outro alguém que faria tal coisa ? novamente, aquele tipo era o que mais decepcionava o demônio , mas existiam - mais que ele gostaria. ― ❛ mas é claro, caso isso não o interesse, ❜ ou não tenha ninguém, algo que deixou subentendido . ― ❛ sempre existem outras opções. me diga, ❜ se inclinou, tocando o braço do mais novo, como se confortasse - como se quisesse saber todos os seus segredos. ― ❛ o que mais deseja ? ❜
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O desapego humano de um vampiro nem sempre é feito com sucesso absoluto, é um processo individual para cada um e as vezes demora séculos para entender a própria natureza, mas sempre há a briga entre o ser humano e o ser vampiro. Timothy ainda vivia essa batalha, já acostumado a matar, ainda que não apenas almas humanas soltas no limbo, mas também animais, que lhes serviram de alimento por um bom tempo. E agora tinha que lidar com as mudanças relacionadas aos humanos naquela cidadela, tinha ido até lá com a promessa de que não era igual a todos os outros, mas foi um mero engano. A frustração estava notável em cada palavra mencionada, mas não esperava que alguém fosse lhe responder, as íris avermelhadas foram desviadas até a figura masculina e ficou observando-o por um tempo. A taça com um líquido viscoso e grosso no tom vermelho, forte e intenso, foi deixado na frente do homem no momento em que dividiam aquele segredo. “Ah, e qual o caminho que vai me levar, huh?” Disse antes de levar o dedo até os próprios lábios, apenas para encarar a figura por um tempo antes de voltar a falar. “Não possuo nenhuma alma comigo para poder vender”
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monnstrous · 8 months ago
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desespero era uma coisa engraçada na forma como funcionava - pelo menos para alguém que existiu por milênios sem o sentir, parecia hilário. nikolai sempre se viu do outro lado de sentimentos tão raivosos e feios. ele era a resposta para tal e nunca foi mantido cativo por eles. o demônio seguia com seus caminhos perversos e moldava diferentes versões de si mesmo para se encaixar em um mundo efervescente com mudança - ele nunca havia se desesperado. nunca se sentiu tão perto de perder as coisas que mais importavam. nunca se sentiu tão perto de perder - a si mesmo.
não conseguia se lembrar de ser humano, mas pensou : ' talvez seja assim que eles se sintam. ' presos entre escolhas impossíveis a cada passo. sentiu raiva, depois de tanto tempo sendo dócil. queria se rebelar, depois de tanto tempo sendo contente com sua parte. foi ao que sentiu a solidão surgindo que decidiu - apesar de não ser receptível de amor ou cuidado, ainda era mestre de si mesmo - e de sua ambição. sempre deixou que reinasse livremente sobre si - e desta vez não deveria ser diferente.  ― ❛ não sabia que era uma romântica, léonie. devia lhe trazer flores ? ❜  brincou com um sorriso cínico . era a face que melhor usava - debochada e pouco séria. não havia muito que o deixava tão pensativo que o fazia pausar , mas as palavras da outra, fizeram hesitar seu curvar de lábios presunçoso.
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 ― ❛ eu não me lembro de ter sido humano. ❜  se lembrasse, escolheria diferente ? teria medo de morrer ? com pesar no coração , encerraria suas atividades, ao custo de sua própria felicidade e propósito para seguir as regras ? um dia acreditou em deus ? em mais de um deus ? em uma vida que acabaria como ser embalado nos braços de um pai e carregado para longe do barulho ? ele se lembra das crianças que teve de matar em nome dos contratos, e como eles simplesmente caiam em um sono do qual jamais iriam acordar . seria este o sentimento no limbo ? dormir, e nunca acordar ? não parecia tão ruim. se perguntava se veria no final de sua vida, o rosto de alguém que já amou - mas não conseguia pensar em ninguém.  ― ❛ eu vejo agora além da névoa do meu desespero, ao coração da minha ganância. ❜  suspirou, se inclinando na mesa, apoiado nos braços que cruzou sobre a madeira.  ― ❛ nada já foi tão importante quanto minha ambição, e nem nunca vai ser. ❜  as presas fizeram sua aparição - parecia ter ouvido o coração afinal, ainda que duvidasse ter um.  ― ❛ que venha nosso grande miguel, ❜  sussurrou como se dividisse um segredo.  ― ❛ vamos ver quão poderoso ele pode ser. eu mesmo estou morrendo de vontade de saber. ❜ 
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ERA ALGO QUE ELA JÁ HAVIA PENSADO POR MUITAS vezes, se perguntando se miguel tinha arrependimentos de ter juntado todas aquelas criaturas ali. talvez o seu governo fosse muito mais fácil se apenas as espécies que lhe respeitam estivessem unidas ali, deixando de fora as claras ameaças ao seu poder. mas assim como todos os mistérios de arcanum, ela nem mesmo sabia se havia sido uma escolha do arcanjo, ainda que o seu idealismo ficasse claro na forma como ele continuava tentando unir todos os habitantes, mesmo com provas de que esse sonho era impossível. ❝ acho que essa foi a única escolha certa dele, nós nos completamos. ❞ o tom que parecia sincero vinha carregado de sarcasmo, ainda que ela se visse muito mais alinhada com os demônios que qualquer outra criatura. ❝ não é a frase que sempre dizem? seguir o seu coração é a melhor forma de alguém dizer que não faz a mínima ideia de qual decisão deve ser tomada. ❞ quando ainda era humana, muitas das escolhas que ela fez com o seu coração acabaram lhe levando em um caminho que ela por muitas vezes duvidava ter sido o certo. se tivesse usado a cabeça, teria se concentrado na sua orquestra e não sido transformada em uma vampira. seria melhor? ❝ você só quer roubar o meu dinheiro. ❞ o sorriso leve em seus lábios perdeu a força ao ouvir a pergunta de nikolai, a tentativa de se manter distante das lembranças dolorosas do passado se provava falha diante daquele momento. ❝ existem algumas sensações que me fazem lembrar de como é ser humana, o que eu não posso lhe dizer se é algo bom ou ruim. desespero é algo que eu conheci a minha vida inteira, mas nem sempre atrelado à algo negativo. ambição, muitas vezes. obstinação. mas os meus piores momentos existiram porque eu não conseguia ver nada além de uma névoa de desespero. ❞
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monnstrous · 8 months ago
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nikolai valorizava a justiça , e acreditava plenamente que seu trabalho se baseava no mais justo acordo entre homem e sobrenatural. ele viu alguns de seus contratos se levantarem para mudar o mundo - muitas vezes de formas terríveis , é claro. mas o mundo tinha mudado. podia entender escapar de sofrimento e até mesmo ilusões de grandeza que se realizavam ao preço de algum tempo em dor além do que podia ser imaginado. mas tinha a suspeita que o rapaz não vendeu sua alma por nenhuma dessas razões - era apenas tão triste quanto sempre foi. ― ❛ vocês humanos nunca aprendem. ❜ divagou , mais para si mesmo do que para o outro.
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― ❛ nós não somos deus , não vamos te conceder um milagre. ❜ os punhos flexionados lentamente se soltaram , e ele tirou as mãos dos bolsos para cruzar os braços frente ao peito, o polegar correndo sobre seu lábio inferior que ainda não apresentava o mínimo de divertimento. ― ❛ você pode sacrificar outra alma, claro. ❜ revirou os olhos - típico. ― ❛ vai conseguir mais tempo, porém quando o show termina, a cortina se fecha para todos. ❜ tombou a cabeça, novamente assumindo um tom baixo e lento como se estivesse explicando aquilo para uma criança. ― ❛ entende o que eu quero dizer ?  você vai condenar outra pessoa, e vocês dois vão acabar sendo torturados no final. ❜ finalmente, ele riu, com um humor pingando escárnio tal como mel quente. ― ❛ tem um preço, sim. mas você não quer pagar o seu. ❜
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Knox acreditava que poderia escapar de tudo, mas via na mudança de expressão de Nikolai que a situação não estava boa. Ele havia buscado um demônio porque um soldado estava prestes a provar sua corrupção. Para sobreviver, Knox aceitara o preço, convencido de que conseguiria se livrar depois. Ainda tinha tempo até o prazo final e acreditava que poderia encontrar uma saída alternativa. “ Foi um contrato. Mas eu não posso pagar de forma diferente? Oferecer uma outra alma que não seja a minha? ” Ele ainda achava que existia uma maneira de se salvar. Se não tivesse caminho, ele criava um. “ E se eu fizer um novo contrato para conseguir mais tempo? Vocês são demônios, tem que ter um preço. ”
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monnstrous · 8 months ago
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os papéis se acumulavam frente a si , casos e mais casos que não levavam a lugar nenhum . como advogada tinha de vencê-los a qualquer custo , mas eram tão - simplesmente tão - mundanos. o que era aquilo que segurava em mãos ? ' fraude canina ' , alguém tinha sido vítima de um golpe com um falso cachorro de suposta raça rara que acabou sendo um gato. devia cobrar mais pela absurda estupidez a qual era submetida , mas se fizesse isto , iria afundar o escritório ainda mais rápido.
precisava daqueles casos para fazer como pro bono os mais importantes. intolerância em politicas de seguros, e acidentes , coisas que quase ceifaram alguém de sua vida ou então heranças e testamentos erroneamente retificados . estes valiam a pena , sentia-se fazendo algo importante por pessoas que tinham sido esquecidas no sistema, ou não podiam se defender . portanto, argumentaria ' fraude canina ' - e o faria bem.
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quando ouviu chamarem por uma dose dupla de expresso, sem açúcar , imaginou ser o seu pedido e estava simplesmente tão cansada que não viu a outra se aproximando ou registrou exatamente o que aconteceu antes da bebida parar no chão. ― ❛ olha, não vou recusar.  ❜ replicou, com um suspiro, correndo os dedos esguios pelos cabelos que não lavava em alguns dias. ― ❛ eu gasto demais com café 'pra não aceitar um de graça.  ❜  naturalmente, estendeu a mão para se apresentar , parando no ar em meio a moção. ― ❛ ah, claro, não pode me tocar .  ❜ e então ofereceu um sorriso e um aceno. ― ❛ eu sou a abby. ❜
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OPEN STARTER.
Não dormia direito há dias. Com a cabeça pesada, o humor ruim era ainda mais potencializado pelo defeito na habilidade, que estava inconstante desde o ocorrido do baile. Utilizando as luvas de forma obrigatória, o tecido também começava a irritar e, por isso, resolveu que não faria mal passar pelo menos alguns minutos sem usá-las, se aproveitando da solidão costumeira daquele horário do dia (quase todos os horários do dia eram solitários para ela, honestamente). Contudo, algo acabou saindo dos planos. Indo até o balcão para pegar o pedido que achava ser o seu, os dedos ficaram perto demais de tocar os de outra pessoa, e, como um reflexo, retirou a mão rápido demais, derrubando o líquido, que começou a pingar para o chão. Imediatamente procurou algo para limpar a bagunça. "Merda." Murmurou, ao fazer contato visual com Muse. "Desculpa, não podia deixar você encostar em mim, não é nada pessoal, só... Não ia terminar bem." Não queria acabar se conectando a alguém acidentalmente, especialmente quando tudo parecia extremamente sensível, mais que o comum. "Acho que escutei errado sobre o meu pedido, se quiser, eu te pago outra coisa."
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monnstrous · 8 months ago
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' miss morte ' - era engraçado, mas então ; talvez verídico , não ? a maneira que se sentia cada vez mais próxima do fim que do começo, apesar de não mais envelhecer. imaginou que todos se sentiam assim, eventualmente . mas essa desconexão do espírito com o corpo, de sua consciência com a vida ; isto era algo particular dela. andar entre os mortos e aqueles que aos poucos se iam dessa existência foi a maneira que encontrou de dar um pouco de paz a própria mente. os espíritos, bem, estavam mortos e aqueles doentes tinham um reconhecimento único de como seria - partir daquele mundo.
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era mais difícil assistir quando ainda havia esperança . em deus, nos anjos, no destino, qualquer coisa que fosse. mas nesses momentos ela tentava segurar em suas mãos e lhes dar uma companhia até fazerem a passagem. queria acreditar que iriam para um lugar melhor, ao mesmo tempo que estava certa de que não havia lugar melhor. ― ❛ eu sou uma bruxa também.  ❜ replicou, abanando o ar frente a si, tentando se livrar da fumaça do cigarro quando viu a ave tomar voo . ― ❛ tem que ter algo que eu possa fazer 'pra ajudar.  ❜ e não foi essa sua vida - tentar ser prestativa , tentar fazer mais bem do que mal ; de que adiantou ? 
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STARTER FECHADO ━━ foi dito: are you sure you can do this on your own? ( @monnstrous ) na presença de CALIBAN.
Com uma gargalhada, Caliban quase se engasgou com a fumaça do próprio cigarro, olhando para a outra bruxa com olhos curiosos e disfarçadamente ternos. Não estava exatamente rindo dela, contudo, talvez fosse a casualidade que fazia com que ela não entendesse ainda o quão profundamente ligado ao outro lado do véu ele era. “Relaxa, Miss Morte, eu consigo lidar com meus espíritos.” Assegurou, enquanto soprava fumaça para o alto, preguiçosamente, erguendo a mão na direção das nuvens, e soltando um assobio alto. Do topo das árvores mais altas dos arredores, dois pássaros escuros levantaram voo, rumo ao apartamento de janela aberta, onde entraram, sem retornar. “Mas, claro, se você quiser me ajudar com a prece e a finalizar as oferendas, posso conversar com eu espirito guia, eu pessoalmente aprecio convidados.” Especialmente você, completou nos pensamentos. Precisa ficar perto dela, não é? Foi isso que o espírito disse, apesar de não oferecer novas informações.
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monnstrous · 8 months ago
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desde o baile, ela não tinha descansado. fechava os olhos e podia ver com clareza as cabeças decepadas . conseguia encontrar oblívio por algumas poucas horas - duas ou três - , e imediatamente se via entre os mortos. finalmente, desistiu de remédios naturais , e chás ; apelando para algo que com certeza lhe traria uma boa noite de sono ao custo de uma dor de cabeça pela manhã - bebida.
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no bar fazia horas, já estava com os membros relaxados , o peso do mundo nos ombros finalmente cedendo , esquecendo até mesmo sobre a morte . até que pensou uma vez - final, tortura, inferno & de repente não conseguia parar de pensar. foi quando sentiu a companhia que francamente não tinha obrigação nenhuma de ouvir sua divagação melancólica, e ainda sim, foram submetidos a tal. ― ❛ quando eu era criança , queria me tornar uma estrela quando morresse. ❜ riu de si mesma, e apesar da risada, seu tom era um tanto triste. ― ❛ mas agora sei que é impossível. ❜ sinalizou o bartender para encher o copo de novo, vinho doce e barato - e o rapaz parecia hesitante mas fez o que ela pediu. ― ❛ aquelas pessoas não se tornaram estrelas, a maioria provavelmente foi pro inferno !  ❜ outro riso , e permanecia cada vez mais infeliz - e bêbada. ― ❛ não é o final de todos nós ? inferno. ninguém nunca vai ser bom o suficiente 'pra chegar no céu.  ❜
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monnstrous · 8 months ago
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abigail ainda era esperta com sua magia, como se os pedaços que perdeu de sua alma abrissem espaço para mais & mais poder. em um acesso de raiva já tinha queimado seus livros mais velhos , mas nunca o grimorio . os feitiços ali eram antigos, ancestrais, e emanavam com possibilidade. a estrada era selvagem e maldosa , mesmo em um coven que tirava seu poder da terra , do que era natural e bom - para ela, havia somente um caminho sitiado pelo diabo, sem glória ao seu final. uma abominação - era como a chamavam. mas ela permanecia uma de suas mais talentosas bruxas.
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― ❛ um feitiço ? ❜ imediatamente se interessou, as palavras que lhe trouxeram memórias infelizes, esquecidas. ― ❛ qual tipo ? ❜ inquiriu , genuinamente curiosa. era raro nesse dias , que ainda praticasse. mas sua magia permanecia uma força a ser reconhecida . ― ❛ eu posso ajudar.  ❜ garantiu mesmo antes de saber o que poderia ser, e talvez fosse confiança infundada mas acreditava em seus dons. não era por isso que as mais velhas ainda a aceitavam ? pois não queriam irritar seu poder ? o que mais poderia ser, ela as vezes se perguntava, além de uma bruxa experiente ? podia ser mais poderosa que aquelas que buscavam manter seu bom nome ? ― ❛ bom, não me deixe esperando, qual o feitiço? até onde chegou ? me diz. ❜
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A mulher queria poder dizer que todos em seu coven tinham motivos para ser quem eram, para agir como agiam e se portar de formas que a pouca idade de Evelyn nunca poderia entender. A realidade, porém, era que não tinha contato o suficiente com a maioria delas, o que só a fazia confabular sobre o porque de tanto amargor. "Olha, eu não sei se vivo tanto assim, mas se for para continuar com essa carinha aqui eu to topando." brincou para tentar aliar o clima.
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Evelyn talvez fosse uma das bruxas mais novas do coven e, por mais que tivesse muito talento com poções, não era como se não precisasse de alguém para a guiar e ajudar a crescer. "A verdade é que preciso de ajuda num negócio.... Já tenho o feitiço, mas sei lá! Ele parece que não sai"
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monnstrous · 8 months ago
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era a verdade incontestável - nascemos & em algum ponto, nos retiramos do plano mortal. ela queria acreditar que seria o fim ; sempre quis acreditar. mas seu coração já tinha parado duas vezes e ela se encontrava sempre no mesmo lugar de adoração onde sua irmã tentou prematuramente terminar sua existência , com um príncipe do inferno pairando sobre si , demandando um pedaço de sua alma. abigail tinha passado parte da vida conformada com a morte, e a outra temendo o dia que ela chegaria . se fosse um ponto final, não teria problema. se estivesse velha e torta , não passaria nada. mas a verdade era que se sentia cada vez mais desconexa daquele mundo, e ainda sim, tinha de permanecer nele.
a vida acontecia em um quarto ao lado, uma porta resistente e forte para qual ela não tinha a chave . a bruxa ouvia o barulho que as outras pessoas faziam em passagem, movendo com seus dias , contados e por isso, significativos. quanto a ela ? estava em silêncio, tentando gritar no vazio . mas era a famosa história de - será que uma árvore faz barulho ao cair ?  ― ❛ tudo bem, ❜ ela replicou gentil, um sorriso fraco nos lábios pálidos.  ― ❛ tem algo acontecen.. ❜ tentou perguntar, antes de ver o semblante alheio mudar, e sentir sua mão ser entrelaçada com a do outro. ah, doce, querido river - será que em algum momento, tão vazia e esterilizada de humanidade , poderia lembrar de seu sorriso e sentir algo ? não tinha certeza, nesses dias - nada lhe trazia alegria.
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 ― ❛ porque já morri antes. ❜ confessou, engolindo em seco .  ― ❛ duas vezes. ❜ e apenas lembrar fazia seus joelhos enfraquecerem, como se pudesse se ajoelhar e ficar aos prantos.  ― ❛ foi um acordo que deu errado. ❜ se libertou do aperto dele para andar até o outro lado do quarto, mãos nos quadris.  ― ❛ minha irmã, ela.. ❜ fechou os olhos e suspirou pesado. ela queria compartilhar aquilo com ele, não ? pois devia ter a coragem de o fazer.  ― ❛ ela tentou me matar anos atrás, 'pra conseguir imortalidade, mas deu errado, eu .. ❜ se virou para ele , o encarando com pesar, pedindo que entendesse.  ― ❛ eu tive que matar ela. ❜ imediatamente deu alguns passos para frente, e pegou em suas mãos, o semblante piedoso.  ― ❛ eu não queria, tem que acreditar em mim. mas em um momento de desespero, eu .. ❜ balançou a cabeça em negativa, a voz embargada com emoção mal contida como se revivesse o momento que com a ajuda de uma pedra, ceifou a vida da irmã.  ― ❛ eu queria viver. ❜ disse simplesmente , estremecendo como se compartilhasse um segredo ainda mais terrível.  ― ❛ eu quero viver. mas em um mês , ele vai voltar, vai voltar 'pra parar meu coração e levar um pedaço da minha alma. ❜ olhando para as mãos dele nas suas, apertou levemente, lembrando-se que ainda estava ali. ― ❛ eu não sei quanto mais posso aguentar. tentei de tudo. ❜
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Sentiu-se arrependido quando percebeu o incômodo alheio. “Não foi por querer, eu juro! É que hoje eu tô mais cansado que o normal... Minha atenção tá ruim.” Estavam sendo dias complicados na verdade, por mais que fosse espirituoso e tentasse manter o bom humor, a rotina de trabalho vinha sendo um pouco complicada de conciliar e, por isso, até planejava passar os próximos dias apenas em casa, recusando convites tendenciosos ou terrivelmente chamativos. Não muito depois, percebeu que a análise superficial que estava fazendo naquele livro de encantamentos definitivamente não era mais importante do que o que Abigail estava dizendo, pois a notícia foi recebida com um coração imediatamente acelerado, e um choque genuíno. “O quê?” Questionou, incrédulo, e procurou pela mão alheia como se, de algum modo, precisasse segurá-la. “Como assim você vai morrer, Abby? Não precisa fazer uma brincadeira dessas só porque eu...” Começou, contudo, a expressão que via dentro dos olhos dela não parecia particularmente alegre, muito menos exibia pequenos sinais de se quebrar em risada ou fingimento. A sua intuição, que sempre tentava ignorar, não apontava para nenhuma mentira. Ela estava falando sério. “Quem... Como? Como você sabe disso?” Foi o primeiro questionamento, seguido de um segundo, quase que imediato. “Você quer que eu tente te abençoar?”
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monnstrous · 8 months ago
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a cambion não podia ser acusada de ser extremamente intelectual ; pensava que tudo podia se resolver com dinheiro ou violência , as vezes , porém raramente, os dois. no entanto, fazia alguns meses que tirava tempo de sua agenda, francamente nada ocupada quando não estava fazendo ' trabalhos ' no bom nome fortunato , para ler sobre a encruzilhada . como aqueles demônios vieram a ser, e talvez - se era possível se tornar uma sem ter de morrer e passar pelo incomodo de ser torturada. sabia que tinha muitas contas a pagar. ― ❛ vinte e sete. ❜ respondeu, do chão, onde tinha seu café de um lado e um livro aberto no colo - imaginou que ele não tivesse a visto ali, mas não podia ter certeza já que não se preocupou em erguer a cabeça para sequer registrar com quem falava. queria apenas falar ; dizer algo como sempre dizia . para althea, nenhuma pergunta passava sem resposta. ― ❛ vinte e sete coisas malditas podem dar errado por dia. ❜ insistiu, virando uma página. ― ❛ mais que isso e você devia ir dormir e tentar de novo amanhã. ❜
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estava pouco preocupado. o ocorrido no baile das sombras havia não apenas sido um total espanto, como uma afronta direta a ordem local. ainda assim, gregor pouco estava preocupado. a realidade era que para ele pouco importava se arcanum sucumbiria em caos ou triunfaria em glória. se importava com duas coisas muito verdadeiramente: aprender e ter o que queria. e no dia de hoje havia sido frustrado em ambos. a nova tentativa de se comunicar com pearl havia sido frustrada, o levando a quebrar alguns objetos num surto de raiva. as pesquisas no campo sintético estavam estagnadas, inclusive porque agora, com a chegada de lúcifer, alguns pareciam mais interessados em vigiar o seguimento da vida do que construi-la. e, mesmo seu passeio a biblioteca dos ossos em busca de um livro de magia havia sido inútil. - quantas… eu pergunto, quantas malditas coisas podem dar errado em um único dia?
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monnstrous · 8 months ago
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ela admitia que não estava prestando atenção, focada em algum jogo inano no celular - queria apenas um café gelado, que tinha se tornado uma parte importante de sua mera existência , sempre encontrada terminando um copo e indo atrás de outro. mas levantou a cabeça ao ouvir a mulher que parecia se dirigir a ela ; realmente estava demorando um pouco mais que de costume & embora não lhe importasse muito, podia sempre continuar jogando até ser atendida, ela não tinha paciência para velhos rabugentos e suas divagações inúteis a despesa do bom dia de outro alguém.
era petulante, mas ainda parte humana. as vezes - parecia ter mais entendimento do que significa tratar outro ser humano com dignidade do que aqueles que não iam viver para sempre. mas tudo bem, mantenham o inferno cheio. ― ❛ foi mal. ❜ disse simplesmente, guardando o aparelho no bolso do casaco, e pegou o mais velho pela parte da nuca de sua camisa, e começou a o arrastar para fora sem muita dificuldade, o jogando sem misericórdia no meio fio. ― ❛ se liga, vovô. ❜ e então quando ele ameaçou processar - como eles sempre faziam, ela lhe mostrou os dois dedos do meio e respondeu com leveza. ― ❛ sue this, you dirty old bitch. ❜ e antes de entrar novamente no estabelecimento, fez questão de dizer entre dentes, quase um rosnado . ― ❛ some daqui antes que eu faça você se arrepender de ter levantado da cama hoje. ❜ e isso - pareceu o calar.
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dando passos certeiros até estar de volta ao balcão, frente a outra, e althea sorriu divertida. ― ❛ você não odeia maus modos ? ❜ como se ela mesma não tivesse os seus ; mas gritar para atendentes não era um deles. ― ❛ eu quero um café gelado, com bastante xarope de baunilha, calda de caramelo e muito açúcar. ❜ seu pedido de sempre , e se não fosse metade demoníaca , estaria preocupada com possível diabetes. ― ❛ e me dá um desses bolinhos de canela, tão cheirando bem 'pra caralho. ❜
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⋆ ㅤ ㅤopen ㅤstarterㅤㅤ!
Não era comum estar ou ficar tão rapidamente irritada com tamanha facilidade, porém, repugnava qualquer e toda tentativa de questionamento a seu trabalho no Bule Encantado. Millicent observava o ser parado e que tagarelava, agradecendo a si mesma e aliviada por haver um balcão criando distância, impedindo que pulasse em direção daquele que estava a testando tão deliberadamente sua atenção. As unhas tão bem feitas e pintadas na cor rosa deslizavam sobre a superfície de madeira causando o barulho irritante que as poucos aumentava com a intensidade da força usada. Os traços perfeitos e delicados em sua face, contudo, estavam neutros. Anos e anos de aprendizado e prática a levaram a configurar aquilo, demonstrando o que estava sentindo de outra maneira e modo, não deixando que nada vazasse em sua face, em sua humilde opinião, impecável. Antes que pudesse desferir uma resposta, criada naqueles breves minutos de silêncio, Millicent teve sua atenção atraída até Muse, parado logo atrás daquele que atrapalhava toda a movimentação em seu negócio. "Você pode falar ou me ajudar." Estendeu um dedo em direção ao homem esquisito que insistia em manter presença e depois para outrem logo atrás. "Ou então, espere um pouquinho. Esse querido ainda precisa discursar sobre como meus bolinhos de canela não estão iguais aos do dia anterior."
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monnstrous · 8 months ago
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o semblante era interessado, apesar das muitas palavras que registrava apenas superficialmente. não se lembrava o que tinha levado aquela conversa , talvez um simples : ' como vai o trabalho ? ' , de sua parte e a peculiaridade da outra fez o resto . mas tomava do café e assentia nos momentos próprios , se perguntando se ela sequer parava para respirar entre uma divagação e outra . ― ❛ humanos sempre escolhem se isolar em tempos de problema. ❜ suspirou, rodando o canudo da bebida que era gelada com alguns bombeares de baunilha, e muito açucar. ― ❛ o que é loucura , porque são muito mais fortes juntos ! ❜ a cambion deu de ombros , e tombou a cabeça , bebericando do café gelado de novo antes de continuar: ― ❛ mas as pessoas só se preocupam com seus filhos, seus maridos, seus gatos e cachorros, dane-se os outros. ninguém se importa com justiça , só não querem ser os próximos. ❜
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-- A quantidade de clientes tem sido desanimadora, sabia? O chefe está meio preocupado com o andamento não só de lá mas, de todos os restaurantes de Arcanum. As pessoas parecem estar meio em duvida quanto a sair de casa, claro... Com motivo. Eu sei que temos preocupações maiores para pensar mas... Acho que se passarmos a ignorar as normalidades do dia a dia as coisas não vão ficar piores ainda? Me perdoa, tem duas horas que eu estou tagarelando e era uma pergunta muito simples antes. Eu comecei a me enrolar e me enrolar. O que voce falou mesmo?
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monnstrous · 8 months ago
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althea não tinha ilusões de grandeza - chocantemente. ela vivia no mundo fazendo o que bem entendia , e deixando que os outros lidassem com sua existência incomoda . estava ciente que um dia levaria a sua morte mas nunca pensou em inverter os papéis e liderar, apenas esperava pelo dia que deixaria esta terra e enquanto isso , montava seu castelo de vidro, lavava a terra com seu rastro de sangue. ― ❛ meu pai é o demônio no conselho. ❜ ela respondeu, o semblante vazio de emoção. era fácil para a cambion esconder o que sentia e pensava , pois se importava com tão pouco, qualquer emoção seria vista como apenas escárnio teatral. ― ❛ eles não são de todo ruins. ❜ deu de ombros, cruzando os braços e se apoiando na parede fora da cafeteria , um pé na parede. ― ❛ agora, tenho que concordar que a milícia celeste de miguel é um pouco ..  ❜ puxou o ar entre os dentes, fazendo um barulho de repreensão antes de ouvir sua resposta, e arquear uma das sobrancelhas.
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― ❛ man, that's tough. ❜ replicou, em maior parte sincera. supôs que não se importaria se o patriarca fortunato morresse, apesar de ter a registrado como sua depois que a mãe se explodiu para o inferno. mas se ba'al perecesse, ela conheceria luto pela primeira vez. ― ❛ mas me diz, ❜ começou, gesticulando com uma das mãos. ― ❛ como sequer podemos vencer a hierarquia atual ? não é isso que as pessoas tentam fazer desde sempre, sem sucesso nenhum ? ❜
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ERA CERTO QUE ROMULUS TINHA UM PLANO. acabar com todos os anjos e demônios da cidade, apresentar uma nova ordem aonde nephilins e cambions assumiriam o protagonismo dos anteriores. era claro que o seu plano tinha inúmeros defeitos, o que transformava a sua missão em algo quase impossível. ainda assim, ele continuava tentando recrutar outros como ele, não obtendo o sucesso esperado. ❝ eu só acho que esse mundo, da forma que está, não é muito convidativo para eu ou você. não acho que quem toma as decisões por nós deveria fazê-lo. ❞ rome olhou para o rosto da outra tentando adivinhar no que ela estava pensando. ❝ as coisas seriam muito melhores se alguém como eu ou você estivesse no comando daqui. ❞ ele comentou, ainda que romulus pensasse que a única pessoa que poderia levar a cidade para frente era ele, mas qual demônio nunca havia contado uma mentira? tomou uma postura mais séria quando ela perguntou sobre a sua família. ❝ não, estão todos mortos. uma pena, diria absolutamente ninguém. ❞ o sarcasmo em sua voz era claro.
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monnstrous · 8 months ago
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ela, mais do que devia, pensava sobre o contrato . como sequer estaria naquele mundo se a mãe não fosse tão sedenta por poder. será que isso era o que a fazia assim ? a parte ambiciosa que a mãe deixou emaranhada no seu dna ? thea não acreditava que as pessoas nasciam inerentemente más - mas também, não eram boas e puras. uma terceira, misteriosa faceta da moralidade era atribuída a todos que começavam a existir . ser bom ou ruim, uma escolha que fazíamos quando tínhamos idade o suficiente para entender a diferença. mas a garota conheceu violência cedo demais para ser dada a chance de decidir um caminho com flores. sua vida havia sido sitiada pelo diabo desde que saiu do ventre. imaginou que ninguém no mundo jamais teria a visto como um bebê adorável , com choros que prometiam um futuro brilhante. o patriarca dos fortunado costumava dizer que ela nasceu errada, estranha, e que a ouvir ' gritar ' , como ele colocava, fazia todos na casa quererem cortar os ouvidos. ela deve ter se importado então com o que ele tinha a dizer, pois não se lembra da última vez que se permitiu chorar. talvez se fizesse isso mais regularmente, não teria tanta raiva infundada guardada nos lugares mais profundos do que restava de sua alma , e quem sabe - o pai de verdade, iria gostar dela. mas ela ria de si mesma e pensava : ' chorar não resolve nada ' - mas era fácil argumentar, que desmembrar humanos inocentes também não. contanto, esta era apenas sua tarefa no mundo. nascida para ser uma arma, não adiantava querer prantear.
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ela ria levemente das histórias dele , cheirando os temperos como se pudesse apontar cada um em sua diferença e singularidade, mas passava muito longe da cozinha para realmente saber - apenas parecia bom. ela sabia que o demônio era um bom cozinheiro, teria passado fome não fosse por ele . afinal, alimentar seu pequeno monstrinho estava tão abaixo do senhor fortunato quanto se sentar a mesa com ela. começou a se servir, mas deu uma leve pausa quando ele disse : ' é uma pena que não pude levá-la lá, ia ser uma experiência interessante ' , piscando estupidamente, com dificuldade em absorver as palavras. que ele gostaria de fazer qualquer coisa com ela em companhia era algo que a surpreendia, ainda mais quando era sobre compartilhar partes de sua experiência vivendo naquela terra desde - bem, quase sempre ?  ― ❛ talvez a gente possa ir, ❜  deu de ombros como se não se importasse , mas sabia que ele podia ver através de si.  ― ❛ sabe, agora com lúcifer aqui, talvez a barreira possa cair. ❜  ela voltaria para sua vida então ?
embrava de um acesso de raiva aos nove anos, quando jogou o perfume da mãe morta na parede, e os pedaços de vidro se estilhaçaram enquanto o cheiro daquela estranha qual ela tentava se livrar invadiu o quarto, ocupando todos os sentidos. ba'al recolheu os pedaços, sem a criticar, tirando sua mão pequena do caminho para que não se cortasse. mas ela quis ajudar, quis se desculpar , quis desaparecer para tirar das costas dele o fardo de si. então talvez sim, possivelmente voltaria a sua vida - a não ser que ele a quisesse na dele. mas até hoje, o que ela fez para merecer a afeição do mais velho ? chamava sua atenção, é claro - mas não se força amor.
sentou-se no canto da mesa oposto a ele, assistindo conforme ele tirava as garrafas do armário.  ― ❛ quem diria, velhote, você ainda sabe como viver. ❜  ela bateu palmas, teatral mas genuinamente alegre, e esperou para encher seu copo com uma mistura dos dois.  ― ❛ posso te fazer uma pergunta ? ❜  brincando com a comida no prato, ela resolveu simplesmente dizer .  ― ❛ eu era um bebê muito detestável ? ❜  um som saiu de sua boca e nariz ao mesmo tempo, quase como se fizesse graça das próprias palavras.  ― ❛ elias costumava me dizer que eu nasci feia e que meu choro era a pior coisa que ele já tinha ouvido. ❜  manter-se em um caminho de bondade, quão difícil devia ser ao ouvir tais palavras ? mas não impossível, althea imaginava. apenas impossível para ela.
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Ser pai não foi algo com que sonhou, mas não era o destino mais cruel do mundo. Talvez não fosse idealmente o melhor pai do mundo, pelo contrário, mesmo após milênios de existência, a experiência de ter uma criança era relativamente nova quando a criança era sua, e quando a mãe havia sido arrastada para o inferno por ele, que a mantinha presa pela marca do diabo apesar de também observar a gestação com olhos curiosos. Conhecia suas falhas como demônio, pois era onde a humanidade impertinente começava a querer alcançar a superfície da existência corrompida e, em centenas de anos, não se recordava de ter se sentido mais humano do que a primeira vez que segurou Althea em seus braços, ensanguentada e coberta por panos chiques e sedosos, olhando-a com curiosidade, e vendo a forma como aqueles olhos pequenos refletiam o mesmo escuro que os seus: iguais. É uma pena que ela jamais saberia sobre como sorriu ao observá-la, como se fosse uma pequena gêmea nascida há inúmeros anos de distância dele.
Infelizmente, com a vida que ela levava, também precisava se recordar do contrato. Althea não era sua filha, era um pacto. Concebida para aquela família nojenta e asquerosa que adoraria assassinar membro por membro até que só restassem os dois. E, ainda assim, quando a viu crescendo monstruosa, irredutível e cedendo aos caprichos dos mundanos que haviam a registrado, apenas constatou que, de fato, era apenas um demônio cumprindo seu trabalho, e ela deveria viver sua vida como bem quisesse, ainda que lhe desagradasse imensamente. E esse era um erro difícil de se consertar. Portanto, deveria agradecer ou se sentir aliviado de que dentro dos limites da cidade seriam para sempre só os dois, não? Como ele queria. Mas por que então, não conseguiam mais estar em sintonia? Ele a amava, e para sempre amaria, mas será que gostava dela? “Petulante.” Repreendeu, no lugar de dizer que é claro que a convidaria, apenas não tinha o costume de fazer refeições àquele horário por conta da própria rotina. “Preciso ficar de olho em você.” Replicou, no lugar de dizer que poderiam voltar a jantar juntos, talvez até pudessem morar perto um do outro. “Adobo filipino.” Respondeu, mostrando a panela com o conteúdo altamente apimentado, mas igualmente agridoce. Carne comum, mas de alta qualidade. “Costumava ser onde tinham mais seitas em meu nome, e onde consegui esse corpo. Provavelmente os mais velhos ainda tem medo do antigo Bal-Bal.” Um sorriso brotou nos lábios, genuíno. “É uma pena que não pude levá-la lá, ia ser uma experiência interessante.” Comentou, tentando soar casual, e foi até o armário de bebidas, de onde puxou uma garrafa com líquido espesso, e uma que parecia comum. “Vinho, mas na outra garrafa é sangue. Gosto de misturar os dois, enriquece o paladar com comida apimentada.”
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monnstrous · 8 months ago
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o cenho franze, e uma expressão infeliz toma conta de seus belos traços , parados no tempo aos trinta e tão encantadores quanto na sua época humana ; mas agora, ele apresenta uma careta e esse semblante de beleza imortal não é menos charmoso, apenas incrédulo. ela não acreditar que merecia felicidade era algo que ele não podia entender - mas talvez tivesse haver com o fato de que mel sempre seria a única coisa que o vampiro considerava divino. deus, os anjos e os demônios não importavam , não tinham a mesma pele macia e os lábios doces. ele conheceu religião apenas quando estava nos seus braços e teria a adorado para sempre , se dado a chance.
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era verdade que gostaria de se ver livre de arcanum, mas em momento algum com a mulher apertada contra si achou em si a força de reclamar daquela bela prisão. ficaria - se fosse por ela. mas a vida tinha outros planos, e como era ; não podia tê-la e nem partir. que predicamento injusto, ele pensava. ― ❛ nós merecemos. ❜  insistiu , como se pudesse a ver em uma luz quase perolada , tal qual uma santa . ele sabia de seus defeitos e - poucos - fracassos, mas a verdade dos fatos era que o lugar no seu coração que pertencia a ela jamais deixaria de sangrar e o que uma divindade exige se não sangue ? ― ❛ se alguém pode conter uma crise certamente é você, vossa majestade. ❜  o rosto suaviza, voltando a sua comum elegância e gentileza. ― ❛ posso oferecer o licor , ❜  se aproximou da outra, e pegou em sua mão , um toque brando e inocente qual não tinha direito . ― ❛ se sou uma boa companhia, deixo você decidir. ❜  brincou, voz amena, mas com um toque de diversão, deixando um carinho nas costas da mão antes de a soltar.
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STARTER FECHADO ━━ foi dito: don’t we deserve to be happy? ( @monnstrous ) na presença de MELPOMENE.
Queria se policiar quanto a isso, mas a ternura nos olhos não era algo que conseguia suavizar quando o olhava, cara a cara, ao alcance dos dedos. Houve um tempo em que ser feliz era diretamente correspondente a quanto tempo poderia estar em seus braços, que mesmo tão gelados, emitiam um calor que jamais encontrou em nenhum outro ponto frio do vasto oceano. Mas agora, após ter sacrificado seu maior desejo, só sabia remoer e relembrar, respeitando a barreira imposta por seus próprios caprichos, porque era o melhor para os dois. “Você merece.” Falou, honesta. Não diria a ele que há poucas horas havia afogado (e depois salvado) um pobre homem apenas por puro capricho. “Claro, eu não mereço a dor de cabeça infernal que essa rádio anônima imbecil trouxe ao Arauro de Outono.” Praticamente rosnou, imediatamente irritada. “Mas vou conter a crise aos poucos.” Complementou, tentando se recompor. Talvez não devesse, mas, talvez as irmãs estivessem certas, ainda tinha coração demais ali se ele estivesse envolvido. “Bom, se estamos falando de felicidades líquidas, talvez eu mereça um licor e uma boa companhia?”
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monnstrous · 8 months ago
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deu de ombros, não desdenhoso de sua pergunta ou curiosidade mas como alguém que já tinha se conformado a realidade. estava seguro em suas memórias, e elas estavam seguras com ele. ― ❛ para falar a verdade, não me importa muito. ❜ começou, suspirando logo após e deixando a xícara na bancada para apoiar as mãos na mesma, se inclinando levemente. ― ❛ a vida dos humanos tem significado porque acaba. talvez a nossa tenha significado porque nunca as esquecemos. ❜ se sentou na cadeira frente a dela, empurrando para longe o café. ― ❛ cada um escolhe a melhor maneira que pode para sobreviver. ❜ em resposta a sua teoria sobre cafeína, apenas ofertou um riso curto mas genuíno e um passageiro : "talvez." , antes de ser confrontado com a próxima pergunta que o fez pausar .
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gostaria de estar em arcanum para sempre ? a resposta mais simples era que não. mas tinha sempre complicações. partir seria deixar muitos para trás, muitos que tinham laços eternos aquela cidade & seria doloroso. além do que , não odiava sua existência além da barreira. tinha um bom trabalho e amigos com quem podia contar - no final, não era esta a vida ? aprender a viver bem ? ainda sim, a resposta simples era : ― ❛ não, ❜ balançou a cabeça, cruzando os braços. ― ❛ não quero passar o resto da eternidade aqui. ❜ mais um suspiro , um tombar da cabeça, alguns padrões aleatórios sendo desenhados no granito, e ele conclui : ― ❛ estou aqui a mais de um século, já vi tudo que tinha para ver e fiz tudo que devia fazer. ❜
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esquecer era um assunto delicado para estelle, por isso sempre defendia a ideia de que memórias eram eternas. ainda se lembrava como estava animada para casar, como queria formar uma família e ver suas crianças correndo pela casa, mas os desejos lhe foram retirados cedo demais. havia adquirido a vida eterna, mas pra ela, não passava de uma maldição. uma grande piada de mal gosto. "e como você se sente com a ideia de que talvez nunca vá esquecer? está ok com isso?" precisava saber se era a única assombrada pela ideia do que poderia ter sido, do que nunca foi. esperava paciente pelo café, brincando com a ponta dos fios platinados enquanto isso. algo que a vampira fazia quando a mente estava cheia demais. "acho que o que chama atenção mesmo é a cafeína, mas ela não tem tanto efeito assim no meu corpo. vai ver também não tem no seu." o ar era de riso, principalmente após a careta. porém deixou de fugir da pergunta feita anteriormente e acomodou-se melhor na cadeira, aquecendo as mãos com a xícara recém servida. "estou aqui há setenta anos, sabia? às vezes me questiono se vamos conseguir sair daqui um dia. não sei se gosto tanto assim da cidade pra me imaginar vivendo nela pela eternidade."
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monnstrous · 8 months ago
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aquelas não eram respostas divinas para preces que vieram atrasadas , implorando o final das criaturas da noite ; mas muito bem poderiam ser. ele entende, como um realista, que o caso é diferente. mas vendo os humores se alterarem , e com cada vez mais afinco os dedos sendo apontados para o que deviam parecer os suspeitos fáceis - ele tinha de especular. existia mesmo um deus ? e o que o fazia tão importante ? entre fiéis cegos e infiéis profanos, em quem confiar nos tempos mais voláteis ? decidiu, no momento, que confiava em buppha , e por isso apenas bebericou do chá antes de colocar a xícara frente a si. os dedos se mexiam inquietos , e o olhar permanecia longe , a tensão nos ombros ainda presente . era óbvio que tinha se abalado , e pensava qual seria a próxima atrocidade cometida. ― ❛ sim, cinco pessoas. ❜ repetiu baixo, ainda em assombro ele mesmo. ― ❛ quem você pensa que poderia nos salvar ? ❜ inquiriu, um tanto incrédulo apesar de seu tom gentil. ― ❛ miguel ? ele não pode prevenir o rei do inferno de pisar na sua cidade. que poder ele realmente tem ? ❜ talvez não fosse sábio correr a boca sobre o governante , imaginava apenas mais gritos de ' culpado ' , e em flashes via as palavras de adoração a lúcifer - mas novamente, confiava na bruxa. ― ❛ estamos prestes a enfrentar uma guerra santa. ❜
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            *   /  sua magia não envolvia nenhum tipo de adivinhação. mas com o tempo e com sua profissão, aprendeu a ler pessoas e criaturas da melhor maneira que podia diante da maneira como cada um se expressava. mesmo que o vampiro à sua frente aparentasse tamanha calmaria e ela não tivesse como quebrar a barreira que protegiam seus pensamentos, eram os pequenos detalhes que a faziam pensar em como ele realmente estava se sentindo. as escolha de palavras, o suspiro, o olhar distante. preocupação válida. " cinco… parece muito. e ao mesmo tempo, só o começo. " comentou em tom baixo, sua própria preocupação escapando entre as palavras. a bruxa suspirou também. " e o que fazer agora? nos prepararmos para o pior ou confiar que alguém vai conseguir reestabelecer a paz e equilíbrio prometidos? " aquela era a parte que lhe assustava. não saber quando ou se já era tarde demais.
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monnstrous · 8 months ago
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a promessa do final para as operações escusas do laboratório fazia com que se tornasse mais introspectivo ; olhando fundo em lugares que nunca considerou olhar. não queria ser um herói . não, nikolai estava feliz com sua existência mesmo que as vezes simplesmente estar entre os humanos fosse enfadonho. só usar pessoas próximas da morte para seus experimentos, no entanto, lhe dizia que não era exatamente o vilão que aparentava ser. ele os torturava, era verdade, apenas após financiar fins elegantes e pomposos, saiam da vida com um estrondo e quem sabe, por seus esforços, lhe fossem cedidos lugares além dos portões perolados.
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ainda sim, era tortura, não ? com o objetivo de piorar o mundo , alguns argumentariam. então era fato que jamais seria o herói, parecia não ser o vilão, e o que sobrava ? um mestre da ambição, qual ninguém podia rivalizar. um cientista maluco que como muitos ao seu redor, apenas buscava trazer mais dor para o reino da realidade. ― ❛ cinzento. ❜ devolveu a palavra para ela, assentindo com a cabeça e tomando um pequeno gole de seu chá. ― ❛ maneira interessante de descrever um demônio, a maioria diria que somos apenas maldade. ❜ é o que lucelia diria dele - mas quem se importava com o que ela tinha a dizer, a bruxa o via sempre na pior luz enquanto midoriya sabia bem de seus sentimentos mais profundos. o que era ambos conveniente, e indutor de vômito. ― ❛ estou tendo que lidar com algumas , ❜ tombou a cabeça, clicando a língua no céu da boca. ― ❛ situações inesperadas devido ao último baile. ❜
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STARTER FECHADO ━━ foi dito: guess i'm not much of a hero, huh? ( @monnstrous ) na presença de MIDORIYA.
Era um pouco estranho se pensasse demais sobre, contudo, Midoriya conseguia entender perfeitamente como ele se sentia, ao mesmo tempo que ainda possuía suas próprias emoções. Nikolai era uma criatura complexa, com nuances e sentimentos que, de um jeito um pouco esquisito, até se assemelhavam à maneira como processava suas próprias emoções. Claro, suas semelhanças paravam por aí, e, ainda assim, não se importava em escutá-lo, porque o peso de seu coração era algo que agora também a pertencia, através daquela conexão. “Não é.” Confirmou, mas não havia acusação no tom. “Você é mais... Cinzento.” Se sentou mais confortavelmente na cadeira, bebericando o café com gosto. “Mas o que te fez pensar nisso? Eu só consigo sentir, mas não sei de onde veio o pensamento.”
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