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01 de julho de 2019
Dia da despedida dessa turma e dessa experiência incrível que eu tive a oportunidade de vivenciar.
Só posso agradecer à professora Débora que deu a oportunidade de eu participar da disciplina, e aos meus colegas, que me acolheram tão bem. Muitos eu levarei como grandes amigos ao longo da vida.
Eu decidi fazer essa disciplina por um impulso que não sei bem de onde surgiu, talvez uma vontade para a qual eu não olhava muito há um tempo. Desde pequena sempre fui muito de representar. Minhas brincadeiras envolviam encenar novelas. Talvez seja a brincadeira de muitas crianças, mas para mim foi algo que marcou minha identidade.
Conforme crescemos, nos tornamos mais conscientes das críticas que são direcionadas a nós, conforme nossa exposição social aumenta (escola, faculdade, trabalho, redes sociais), ficamos mais sujeitos sermos julgados e criticados, e por isso, muitas vezes, nos reprimimos. Deixamos de fazer coisas com medo de que nos digam que não somos bons o suficiente. Eu tenho consciência de que deixar de fazer muitas coisas que envolviam a expressão dos meus sentimentos e ideias por medo das críticas. Talvez tivesse seguido por outro caminho se tivesse sido diferente... Não há como saber.
Mas acho que não por acaso escolhi uma profissão que me coloca justamente em contato com os sentimentos dos sujeitos. E no meu artigo para a disciplina eu falo sobre a aproximação entre a Psicanálise (abordagem que mais me identifico dentro da Psicologia) e a Arte. A arte é, segundo Freud, a principal forma de sublimação das pulsões do sujeito, e desse modo diz muito sobre o que nos move. É por isso que a Arte toca, de algum modo, a todos, seja através do amor ou do ódio.
Talvez tenha sido por isso que decidi me aventurar na experiência de entrar para esse “mundo”. A partir do contato com as questões levantadas, os textos discutidos, os jogos realizados, pude ter contato com mais da psicologia, com o ser humano. Ao longo das aulas fui atravessada por um processo no qual passei a me aceitar um pouco mais, e consequentemente a me arriscar também. A ter uma maior noção corporal, ao trabalhar o contato, ao me permitir improvisar, ao me entregar. Considero que tenha sido um processo de desenvolvimento muito significativo para mim, certamente não sou a mesma pessoa que entrou na sala do CAL pela primeira vez, e só tenho a agradecer a todas as pessoas que fizeram parte e que compartilharam tantos saberes. <3
A imagem é significativa, pois diz muito do que foi o processo para mim.
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10, 17 e 28 de junho de 2019
Escrevo sobre essas aulas de modo único pois durante elas se realizou um trabalho de construção.
A professora propôs que procurássemos textos dramatúrgicos e enviássemos para ela, que selecionou um deles para trabalharmos em aula.
O texto selecionado foi "O inspetor geral". No início da aula fizemos uma leitura da primeira cena, para irmos nos familiarizando com a ideia do texto. Se trata de uma narrativa que conta sobre a chegada de um inspetor em uma pequena cidade, gerando uma grande confusão e escancarando vícios e corrupções da cidade. Antigo, mas ainda assim atual.
Após essa leitura inicial, fizemos um processo de alongamento, trazendo a atenção para o corpo; aos poucos, passamos a nos deslocar pelo espaço colocando nossa atenção no centro do corpo e realizando ações como cumprimentar, entregar alguma coisa ilícita, dar uma notícia, utilizar blablação... Foi um processo muito interessante, pois a turma realmente se entregou, gerando reações que nos tomavam e que nos colocavam em jogo. Pude sentir a sensação de estar de fato presente no momento.
Após esse momento de aquecimento e trabalho de foco, a turma foi dividida em grupos, sendo que cada grupo pegou uma cena diferente. O meu grupo pegou a primeira cena, que contavam com 4 personagens principais: o governador, o juiz, o diretor da escola e o diretor do hospital (papel com o qual eu fiquei). A proposta era fazermos a leitura e realizar alguns cortes ou mesmo pequenas modificações no texto. A nossa cena era composta por falas muito grandes, principalmente do governador. Tentamos realizar alguns cortes, mas foi um processo bastante difícil.
Após esse processo, na aula seguinte, cada grupo deveria procurar montar essa cena, focando nas ações e expressões envolvidas na representação dos personagens em cena. Buscamos ir construindo a representação da cena em termos de espaço. Ao longo do processo o grupo foi buscando se auxiliar, com dicas entre os integrantes e construções de ideias para uma melhor representação da cena. Todavia, ainda que esse processo tenha sido interessante, acredito que o grupo tenha focado muito na questão das falas e de tentar decorá-las, e como o texto era muito grande, acabou ficando bastante complicado o processo.
Mostramos para a professora um pouco do que havíamos construído e ela pode nos dar sugestões de técnicas e também ideias de como poderíamos nos organizar no espaço. Isso nos ajudou muito pois nos permitiu sair um pouco da fixação no texto.
Na aula seguinte, iniciamos fazendo um alongamento individual e aquecimento, onde cada um colocava o foco no seu corpo e trazia a atenção para o presente. Continuamos com um deslocamento pelo espaço, no qual éramos conduzidos por diferentes partes do corpo, o pé, a barriga, a mão, o dedo, a cabeça, etc. Meus colegas foram retomando os corpos de personagem que haviam construído na aula anterior, e como eu não estava, tive a oportunidade de ir construindo um pouco um corpo para a personagem. Após, realizamos o jogo da bolinha mantendo o corpo construído e utilizando a voz dos personagens.
Após esse momento, os grupos tiveram um tempo para repassarem suas cenas e então realizamos a apresentação das cenas construídas. O meu grupo foi o primeiro a apresentar, e como uma integrante do grupo faltou, fizemos o possível para reorganizar a cena sem as falas principais dela e distribuindo algumas das falas entre as outras integrantes. Ficamos um pouco perdidas no texto e saímos um pouco de nossos personagens (eu errei uma fala logo no início e acabei ficando um pouco perdida com a situação, o que acredito que tenha atrapalhado um pouco o grupo). Mas de modo geral acredito que fizemos um trabalho interessante.
Após os compartilhamentos, conversamos sobre a experiência de construção de cena a partir de um texto. Foi um processo muito interessante, cheio de trocas e construções coletivas. As pessoas colocaram suas percepções de trabalho pessoal e também de como perceberam o trabalho de outros. Acredito que uma ideia geral que sempre surge desses compartilhamentos é que nos surpreendemos com o potencial dos colegas. Foi um momento ótimo. Aproveitamos para fazer colocações da disciplina, em uma finalização do semestre.
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31 de maio de 2019
Durante essa aula fomos fechando algumas questões relativas a nossa radio novela. Definimos as personagens: uma transsexual, uma negra lésbica, uma gorda e uma conservadora. Nos dividimos em grupos para trabalhar melhor cada uma das personagens.
O meu grupo ficou com a personagem gorda. A ideia é de que essa seja uma mulher que, atualmente, se aceita e se ama do jeito que é, mas que passou por muitas dificuldades, incluindo um transtorno alimentar (bulimia), as quais superou para chegar onde chegou.
Além disso, também ficamos com uma certa “tarefa” de elaborar uma introdução para a radio novela, já que a nossa personagem seria uma jornalista que é colunista de uma revista e (talvez, conforme a elaboração da história), ganha um prêmio por uma crônica (baseada em fatos reais, no caso), sobre o encontro de quatro mulheres no elevador de um condomínio.
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27 de maio de 2019
Durante essa aula fomos construindo algumas definições acerca de uma radio novela que pretendemos transmitir no Centro de Artes e Letras (CAL), durante 5 dias, no horário do intervalo.
Para isso, precisávamos algumas definições básicas, tais como: do que se tratará o enredo da radio novela, que personagens principais teremos e o que buscaremos transmitir através dessa atividade.
Definimos que faríamos algo retratando mulheres, e desse modo buscaríamos diferentes mulheres que, por algum motivo, se encontravam e compartilhavam sua história de vida, seus desafios e conquistas. Foram retratadas algumas temáticas que buscaríamos abordar através dessas personagens, tais como a questões da transsexualidade, dos transtornos alimentares, do racismo e da homofobia.
Algumas ideias foram lançadas e a professora pediu que amadurecêssemos as ideias e também as personagens para discutir na próxima aula.
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24 de maio de 2019
Nessa aula a professora havia pedido, antes de eu chegar, para que as pessoas colocassem em papeizinhos sugestões de “onde”, “quem” e “o que”. Depois, a professora sorteou essas categorias e pediu para que, em trios, improvisássemos uma cena sem falas. Depois, essa cena era feita novamente, mas com falas. Apesar de as combinações serem coisas muito loucas, os trios foram muito criativos e conseguiram montar ideias inovadoras.
O trio que eu participei tinha como “onde” um castelo de gelo, como “quem” uma fada radioativa, um presidente e um vendedor de chip da tim, e como “o que” uma cavalgada. Foi algo bastante difícil de elaborar, inclusive tivesse um problema de identificação de personagem, pois cada um deveria buscar um personagem mas sem nos comunicarmos para combinar. Uma das colegas ficou na dúvida sobre qual personagem os outros dois eram, o que gerou uma certa confusão na cena. Mas no fim acredito que conseguimos contornar, buscando fazer o possível dentro das ideias que surgiram no momento. Colocar falas após a realização da cena também não foi algo muito fácil, pois era difícil não gerar uma certa mudança da ideia inicial em alguns momentos.
Durante o debate também apontamos o fato de que, por sabermos que depois haveria a reencenação com falas, acabávamos deixando algumas brechas, o que prejudicava a cena sem as falas, pois ficava muito dependendo da gesticulação.
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20 de maio de 2019
Quando cheguei na aula, os colegas estavam conversando sobre uma experiência que fizeram na primeira aula, de expressão, que era de sair para fora da sala e explorar o ambiente lá fora buscando sentir o aqui-e-agora.
As narrativas foram muito tocantes, no sentido de eles trazerem questões acerca de como, na correria do dia-a-dia, não se para para observar o que há ao redor, e de como cada lugar nunca vai ser o mesmo, sempre algo vai ter se transformado. A professora pede que eu compartilhe, caso queira, algo nesse sentido, eu refiro que estar nessa aula é, para mim, uma experiência desse tipo, pois foge da minha rotina e me faz olhar por outro ângulo para as coisas. Que tomar a decisão de arriscar isso foi muito difícil, e que existem alguns contras, como a questão da limitação do meu tempo, mas ao mesmo tempo me permite estar em contato comigo mesma e também conhecer outras pessoas.
Depois, seguiu-se o debate acerca da apresentação realizada no dia da paralisação, com análise crítica do trabalho realizado, levando em conta algumas adaptações que precisaram fazer no dia.
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13 de maio de 2019
Durante essa aula, a turma esteve focada em elaborar uma cena para realizar no dia da Paralisação Nacional pela Educação. Essa criação envolveu atenção a vários elementos, como o tempo, o espaço, a ideia que se buscava transmitir, a possível interação com o público...
Todos mobilizados EM DEFESA DA EDUCAÇÃO.
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10 de maio de 2019
Iniciamos fazendo um aquecimento das voz, enquanto circulávamos pela sala. Após, em círculo, a professora fez algumas propostas, e depois alguns colegas também, para que pudéssemos trabalhar com diversos possíveis sons do corpo (não somente com a voz). Após, fomos trabalhando alguns sons mais específicos, como o do terror.
Nessa aula, deveríamos levar objetos sonoros que achássemos interessante, poderia ser uma garrada de água, um molho de chaves ou, ainda, objetos mais complexos, como o trazido por um colega, que é típico de uma cultura e que fazia sons muito interessantes. Fomos explorando esses objetos, um de cada vez, buscando explorar dois sons de um objeto enquanto os colegas permaneciam de olhos fechados.
Após esse momento, a professora falou que nessa aula trabalharíamos com radio novela. Em trios, deveríamos fazer uma improvisação. Enquanto um trio estava em cena, os colegas deveriam virar para o outro lado, mantendo o foco na audição. Os trios eram formados por um narrados e outras duas pessoas que deveriam cuidar dos sons e das possíveis falas presentes no enredo.
Elaboramos diversas radio novelas. As quais foram gravadas em áudio no celular. Eu tive a oportunidade de participar de duas, uma no som e outra como narradora. Foram experiências incríveis!! Tive que me arriscar muito, principalmente quando decidi ir como narradora, pois não fazia ideia de como começar um enredo. Participando do som eu tive uma experiência muito incrível, pois ainda que não precisasse ter ação dos corpos pois ninguém estava assistindo visualmente nossa cena, eu e meu colega de fato fomos entrando nos personagens, nos abraçamos e tudo. Enquanto narradora tive uma experiência igualmente incrível, pois além do desafio de elaborar um enredo, existe toda a influência do que meus colegas iam colocando como elementos nos espaços que eu deixava para a sonoridade e interação entre os personagens. Desse modo, a criação era constante, não havia como ir estruturando, precisava se dar no aqui-e-agora.
Um dos enredos que participei falava de uma menina que sumiu sequestrada por um monstro e reapareceu 5 anos depois, causando uma grande comoção na mãe - envolvia todo um cenário de terror e suspense.
Já o outro enredo, que participei na narração, falava de um casal que ia a uma loja comprar um chapéu, nesse local o homem reencontrava um antigo amor e fugia. A mulher, desolada, saia a esmo da loja e acabava morrendo atropelada por um ônibus.
As radio novelas criadas pela turma foram cheia de elementos como suspense, terror, comédia, romance, e muitos outros!
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06 de maio de 2019
Quando cheguei na aula meus colegas já haviam, de certa forma, iniciado a atividade, escolhendo um trecho de alguma música brasileira. A professora pediu que eu fizesse o mesmo, pensasse em algum trecho. Fiquei um pouco em choque - esse é o momento em que não vem nada à cabeça e parece que todas as músicas que se conhecem escapam pelos dedos!
Em círculo, ela pediu que cada um fosse falando seu trecho. Após isso, pediu que nos reuníssemos em grupos conforme entendiamos que a temática do trecho da música estivesse em sintonia.
O meu grupo trazia mais a questão do romance, de pessoas que ficavam juntas e então se separavam - ou seja, em especial, da partida e de como ela deixava marcas, cicatrizes. Fomos conversando e buscando encontrar alguma forma de trazer aquilo em uma cena. Primeiro pensamos em casais que iam constantemente se trocando, mas fomos trabalhando a ideia e pensamos que poderia ser algo de que a pessoa de quem se gosta, gosta de outra pessoa. Além disso, a ideia também era de que, ao mesmo tempo em que se é suscetível a ter o coração partido, o sujeito também pode ser motivo de sofrimento para outra pessoa.
Nesse sentido, fomos chegando à ideia de algo mais performático, envolvendo um certo de trabalho dos corpos no sentido de dança. Depois, durante a discussão sobre a atividade, destacou-se algo que para nós também havia incomodado pois não tivemos tempo para trabalhar, que foi uma certa rigidez, principalmente em alguns momentos da cena.
Em geral os grupo foram muito criativos! Traziam diversos elementos, mesmo pequenos detalhes das músicas, para construir a cena. Um dos grupos fez, inclusive, algo mais tribal, utilizando uma certa sonoridade das palavras.
Foi uma atividade muito interessante, e para mim, em especial, bastante desafiadora, pois iniciamos a nossa cena com o trecho cantado da música que escolhi, e apesar de gostar de cantar (informalmente), colocar isso em um trabalho foi bastante intenso.
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29 de abril de 2019
Debatemos sobre o texto “os fundamentos da improvisação teatral”, contido em um livro de Sandra Chacra.
Esses momentos de debate são sempre muito interessantes, pois permitem que possamos questionar algumas atividades realizadas e a prática que desenvolvemos. Considerei esse texto, em especial, muito interessante, também por trazer aspectos inclusive da psicanálise, área do meu interesse enquanto estudante de psicologia. Essas oportunidades nos colocam a possibilidade de enxergar determinados conceitos a partir da ótica de um outro lugar, que não o da psicologia, buscando entender de que forma determinados referenciais teóricos se fazem presentes nesses espaços.
Abaixo, deixo a resenha elaborada, fruto da leitura e discussão do texto:
A proposta da presente resenha é expor um breve resumo, aliado a algumas ideias e considerações sobre o capítulo ‘os fundamentos da improvisação teatral’. O capítulo é o terceiro do livro ‘Natureza e sentido da improvisação teatral’, escrito por Sandra Chacra e publicado em 1983 pela Editora Perspectiva.
O capítulo é dividido em três subseções: “Porque a improvisação teatral e não o teatro improvisado?”, “A capacidade espontânea e criadora do homem” e “A capacidade de representação dramática do homem”. A seguir, será trabalhado um aprofundamento de cada subtítulo.
O primeiro subtítulo, “Porque a improvisação teatral e não o teatro improvisado?”, traz a diferença entre esses dois conceitos, improvisação teatral e teatro improvisado. Segundo a autora, quando se fala em teatro improvisado, o termo improviso adquire um caráter de qualidade, ou seja, serve para dizer de uma modalidade de teatro. Todavia, a improvisação pode assumir uma conotação muito mais ampla, uma vez que é considerada elemento constituinte da vida teatral – o teatro nasce da improvisação, e sobrevive dela e com ela – bem como da vida cotidiana.
O segundo subtítulo, “A capacidade espontânea e criadora do homem”, inicia-se com a afirmação de que, ao nascer, os seres vivos precisam se adaptar ao meio, o que exige, de imediato, espontaneidade. Todavia, no caso do ser humano, essa vivência é marcada pela necessidade de processos de simbolização. Com isso, a espontaneidade pode ser vista em dois níveis: instintivo e criativo. Nesse cenário, o autor traz uma crítica à falta de incentivo à educação artísticas das crianças; e, ao citar Moreno, criador do psicodrama, afirma que a espontaneidade é uma entidade psicológica pouco desenvolvida.
Segundo o autor, Moreno traz a ideia de que se vive, atualmente, em uma “civilização de conservas”, que não ousa criar e arriscar, vivendo apenas dos “produtos” resultantes dos momentos de criação. Quando começaram a ser desenvolvidas, as “conservas culturais” serviam para conter situações ameaçadoras e assegurar a continuidade de uma herança cultural. Todavia, com o seu desenvolvimento, as pessoas deixavam de senti a necessidade de inspiração momentânea. Essa lógica se inverte, atualmente, uma vez que, frente à ameaça contra a sensibilidade dos fatores criadores do homem, busca-se momentos de espontaneidade criativa. Sinaliza-se, ademais, a importância de considerar que uma obra de arte não é o produto final, e sim todo o processo de criação e elaboração. Nesse sentido, ainda que o teatro possa ser considerado uma conserva cultural, por ligar-se a obras tidas como acabadas, ele conta sempre com o fator espontaneidade, dada a natureza momentânea do teatro em ato.
Por fim, no terceiro subtítulo, “A capacidade de representação dramática do homem”, a autora aponta que existe um impulso primitivo de dramatização na vida em geral, seja através de rituais ou jogos simbólicos, que surgem como ato espontâneo no intuito de produzir transformações simbólicas; ou através de simulações e dissimulações no desempenho de papeis, as quais contribuem no repertório para ajustamento social. Desse modo, entende-se que o “teatro do palco” é fundamentado no “teatro da vida”, ainda que não seja apenas um prolongamento da vida, pois implica uma compreensão qualitativamente diferente da realidade.
Aponta-se que o texto traz elementos muito importantes para que se entenda os conceitos de improvisação, espontaneidade, criatividade e dramatização. Tais conceitos estão presentes na vida dos seres humanos desde o nascimento, e se fazem presentes nas relações dos sujeitos com as outras pessoas. No contexto do teatro, tais conceitos adquirem um objetivo ou foco, que devem estar associados à ideia geral do processo criativo, e não somente ao produto. Pode-se concluir, ainda, que o teatro, ao se inspirar na vida real, pode se estabelecer como um possível meio de simbolização para os indivíduos.
Durante o debate do texto na turma, foi possível atentar para pontos cruciais do texto, que se referem ao quanto a lógica da “conserva cultural” e do “culto ao produto” são fatores que permeiam o trabalho na arte e geram diversas angústias. Entre tais angústias encontra-se, muitas vezes, a impossibilidade de se fazer o que “se gosta”. Todavia, um importante aspecto levantado e que faz muito sentido, seja no mundo do teatro ou mesmo nos diversos aspectos da vida cotidiana, é que para saber o que se gosta é importante experimentar diversas possibilidades.
CHACRA, Sandra. Os fundamentos da improvisação teatral. In: CHACRA, Sandra. O jogo teatral no livro do diretor. São Paulo: Perspectiva, 1983.
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22 de abril de 2019
Dia da apresentação da nossa encenação.
Primeiramente, fizemos um aquecimento. Em fila indiana, fomos imitando os movimentos da primeira pessoa da fila, que trocava sucessivamente. Foi um aquecimento intenso, do qual todos saíram ofegantes, mas bem.
Após isso, fomos à apresentação.
Breve resumo da cena:
"Vovó inicia abrindo um livro e falando para o público que irá contar a história de João e Maria. João ("chavoso") entre em cena e chama Maria ("chavosa"), perguntando qual vai ser o rolê. Maria fala que ficou sabendo de um spa de lama no meio da floresta, e que quer ir ver se é verdade. Eles saem procurando e encontram o spa de lama. João, entediado, chama seu amigo Lobão, um traficante (que revela ao público quer se livrar dos policiais colocando a culpa em João e Maria). Lobão chega ao spa, faz o cumprimento com João e coloca drogas alucinógenas na lama enquanto João e Maria estão lá dentro. João e Maria ficam chapados, e tem um momento de "reflexão especular" em veem a si mesmos no corpo do outro. Lobão aproveita e convida eles para irem a uma boate (chamada Casa Mal Assombrada), onde o MC Aladim irá tocar. Chegando na festa eles dançam, fazendo os passinhos da moda. Cansada e com sede, Maria pede a Lobão uma bebida, e ele aproveita para colocar drogas dentro. Quando vai entregar a ela, MC Aladim se revela um policial, e prende Lobão. João e Maria, sem entender muito o que está acontecendo, referem estar na larica, e saem em busca de algo para comer, encontrando, assim, a casa dos doces. A vovó aparece novamente e comenta que acha que contou a história errada. Todos os personagens entram, dançam, e ajudam a vovó, que ao dançar fica com dor nas costas."
A cena foi marcada pela entrada de um cachorro no momento da festa, mas isso só agregou mais elementos interessantes ao nosso roteiro!
Depois da apresentação conversamos sobre como havia sido. Foram feitas sugestões, e apontada a relevância que teria termos ensaiado mais, pois poderiamos ter trabalhado melhor alguns momentos chave do roteiro. Ademais, foram feitas algumas sugestões técnicas, que só agregaram conhecimento.
Particularmente, para mim foi uma proposta desafiadora, que implicou alguns percalços, como o problema de organizar ensaio, mas também muito prazer! Senti que consegui demonstrar bastante do que eu queria, e o feedback positivo dos colegas acerca da minha representação (e do grupo como um todo) foi muito importante.
Espero que possa seguir aprendendo e aprimorando, cada vez mais!
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08, 12 e 15 de abril de 2019
Essas foram aulas voltamos ao tempo para ensaio da cena que iríamos apresentar em grupos. A ideia era que todos os grupos apresentassem no dia 15, mas como uma integrante do meu grupo iria estar viajando e não teríamos tempo para ensaiar, a nossa apresentação ficou para o dia 22.
Interessante notar os movimentos que se estabeleceram a partir da necessidade de organização para a composição da cena. Emergiram conflitos que até então não se tinham manifestados, e se mostraram relacionados desde à dificuldade de encontrar momentos para ensaiar - e de que os integrantes do grupo se fizessem presentes - até ao fato de definição de roteiro - por vezes devido à situação de algumas pessoas não aceitarem as opiniões alheias ou mesmo por quererem conduzir sozinhas o roteiro. Esses conflitos foram comunicados tanto para a professora quanto em rodas de conversa - sendo diretamente direcionados às pessoas em questão. Mas interessante notar que as críticas foram trazidas deixando claro que o "problema" não era com os indivíduos enquanto sujeitos singulares, e sim enquanto profissionais das artes cênicas, que supostamente deveriam estar implicados no trabalho coletivo. Ou seja, a partir do momento em que a atitude do outro influencia o seu fazer, ela pode causar incômodo.
De qualquer modo, o meu grupo também teve problemas em relação à questão dos ensaios, uma vez que, devido a diversos fatores, só conseguimos ensaiar 2 vezes. Certamente isso gerou lacunas na nossa apresentação (que detalharei melhor no próximo post). Mas acredito que os problemas se bastaram a isso. Conseguimos nos organizar de modo a unir ideias e opiniões e transformar em algo, no mínimo, interessante.
Além disso, essas aulas foram marcadas por jogo, entre eles o imagem e ação (de filmes) que contribuem para que possamos estar mais dispostos a correr riscos frente ao outro.
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05 de abril de 2019
Hoje iniciamos a aula com um exercício de foco, mas voltado para a questão da energia. Ou seja, é nos mesmos moldes do exercício da árvore, existe uma troca de energia, uma pessoa recebe e precisa passar para outra. Ficamos durante alguns momentos nesse exercício.
Após isso, a professora propõe que façamos o exercício da montagem e venda de esculturas. Mas com um detalhe diferente: venderemos na linguagem da “blablação”, que consiste em falar sílabas aleatórias, com a entonação que se deseja para transmitir alguma mensagem. Fiquei um pouco assustada no início, pois achei que não iria conseguir sair falando sílabas aleatórias, a própria ideia soava um tanto estranha.
Mas decidi me implicar. Fizemos as esculturas e os combinados. A minha parceira não estava se sentindo muito bem, então ela falou que não gostaria de apresentar. Portanto, da minha dupla apenas eu apresentei o produto.
A experiência foi muito positiva! Nos divertimos muito, as ideias eram super originais e engraçadas. E senti que consegui me soltar mais na hora da apresentação do que na primeira vez em que fizemos o jogo das vendas.
Após esse momento, nos sentamos em círculo e iniciamos o jogo de contação de histórias, em que alguém iniciava uma história e o seguinte ia complementando. O resultado foram histórias muito loucas e criativas! Fomos divididos em grupos e incumbidos da tarefa de encenarmos as histórias.
Meu grupo ficou com a história do Joãozinho e da Maria, que saem a procura de uma casa mal assombrada e acabam encontrando um spa de lama com substâncias psicoativas... Vamos ao desafio!!
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01 de abril de 2019
Hoje a aula se deu em uma dinâmica diferente, ao menos para mim. A professora explicou que trabalharíamos a questão do quem, onde e o que na cena.
Para isso, ela definiu que inicialmente seriam feitas algumas cenas apenas com o “onde”, e sem o que ou quem. Detalhe: as cenas deveriam ser feitas sem falas. Essa atividade proporcionou o exercício da criatividade para que se pudesse transmitir o que se desejava de forma que a platéia compreendesse.
Após esse momento, foram feitas algumas variações. Havia quem, mas não onde. Havia ambos elementos, sem e com falas. Foram feitas apresentações surpreendentes. Quem imaginaria que um zumbi, um astronauta e uma freira poderiam ser colocados juntos em uma cena que fizesse sentido?!
Algumas cenas que inicialmente foram feitas com fala, a professora pediu para que os participantes recriassem sem as falas. Isso também exigiu um exercício de criação imenso, para que se pudesse repensar o que fora feito e como comunicar isso sem o uso da palavra.
Eu não participei das atividades desse dia, pois não estava me sentido segura para me arriscar dessa forma. Para mim ainda é um processo muito difícil estar aberta ao jogo, à exposição e ao que tudo isso envolve.
Mas estou me esforçando! Ademais, a observação também é importante.
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29 de março de 2019
Hoje a aula foi teórica, com o debate acerca do texto indicado pela professora. Segue, abaixo, a resenha elaborada.
Resenha crítica
Viola Spolin foi uma importante autora e diretora de teatro, mais especificamente, do teatro improvisacional. Através de suas obras, tais como “Improvisação para o teatro” e “Jogos teatrais: O fichário de Viola Spolin” sistematizou os Jogos Teatrais como fundamento para o desenvolvimento acerca de conhecimentos sobre a prática teatral. Propõe-se, através dessa resenha, expor um breve resumo e algumas ideias e considerações relativos ao capítulo um (Apresentação) de seu livro “O jogo teatral no livro de diretor” - em inglês, “Theater Games for Rehearsal: A Director's Handbook”, publicado em 1985 -, que foi publicado no Brasil em 1999 pela Editora Perspectiva, com tradução para português por Ingrid Koudela e Eduardo Amos.
O capítulo é iniciado com uma introdução que afirma que atuar requer presença, e que para isso é preciso despir-se de opiniões e preconceitos e estar aberto para o jogo com os outros, permitindo o fortalecimento da confiança mútua. Além disso, a autora faz alguns apontamentos importantes acerca de questões que, inevitavelmente permeiam o atuar. Após isso, através de unidades dentro do capítulo, ela trabalha questões envolvidas na construção e desenvolvimento do jogo teatral: diretor (aborda a importância de o diretor assumir uma atitude não autoritária, de não impor rótulos e de despertar o intuitivo nos atores); técnicas teatrais (aponta que os métodos para comunicar algo através do teatro se modificam conforme a necessidade, e que o mais importante é que as técnicas estejam unidas à experiência direta – o chute na bola não deve ser separado do jogo); a escolha da peça (algumas questões norteiam o diretor para a escolha da peça, tais como plateia, equipe, se será uma experiência criativa, etc.); o objetivo do diretor (a concentração do diretor está no texto e naquilo que deve usar para dar vida a ele, mas para isso, é preciso que os atores não sejam pressionados por modelos pré-concebidos); foco (o foco permite que os atores se tornem parceiros de jogo na medida em que prestam atenção aos mesmos problemas; ficar no foco demanda total atenção); formação do elenco (exige um insight infinito por parte do diretor, que deve se certificar que a semente do personagem existe dentro de cada ator selecionado); a avaliação (é preciso transcender a opinião crítica e avaliar com base no que funciona e não funciona); o diretor como instrutor (deve agir como agente catalisador das energias das diferentes pessoas para uma ação unificadora); a instrução (deve guiar os jogadores para a troca de energia, e não deve ser diretiva e sim provocativa no sentido de auxiliar o diretor a catalisar a energia do jogo); espontaneidade, o momento de desequilíbrio (incluir jogos nos ensaios para quebrar a lógica e permitir a espontaneidade); a habilidade do diretor para inspirar (através da energia despejada sobre o elenco, o diretor inspira o mesmo); os ensaios (dividido em três períodos; importante atentar para a diferença entre o tempo do relógio e o tempo de energia); o tema (fio que costura cada pulsação da peça/cena); a instrução para atuar (deixas de ação/deixas de texto, integração entre as ações de todo o elenco).
Através da leitura do texto e de discussão feita em aula, foram feitos alguns apontamentos acerca de aspectos relevantes trazidos pela autora. A mesma refere, logo no início, sobre a importância da presença no aqui e agora, o que se mostra uma tarefa complexa, e que exige um certo “treino”. Quando se é criança, estar presente no aqui e agora é algo natural, pois a situação que se apresenta se torna o foco de toda a atenção. Com o tempo, passamos a dividir nossa atenção em diferentes focos ao mesmo tempo – e desprender-se dessa lógica é um processo árduo. Outra questão é o difícil processo de se desprender da imagem de si para que se possa entrar no jogo da atuação, o que também implica a lógica da presença no aqui e agora. Ademais, o improviso é outro aspecto que, para as crianças, é natural, mas que se perde do com o desenvolvimento e inicialmente pode se tornar um tanto quanto angustiante quando proposto na idade adulta. Spolin traz essas questões de entrega, das angústias que emergem e de como isso pode ser trabalhado através de jogos, mas traz também acerca de alguns aspectos mais técnicos/práticos, que geram algumas dúvidas: como até que ponto o diretor pode deixar aberto para que os atores criem? Até que ponto deve limitar e configurar? São questões presentes na criação e que devem ser levadas em conta, e que, não tendo respostas fechadas, devem ser analisadas à luz da ideia de que existem muitas formas de falar/transmitir o que se deseja comunicar.
O texto de Viola Spolin aborda questões pertinentes na construção de cena, fornecendo subsídios e sugestões para que diretores e atores se entreguem ao trabalho de construir uma forma de comunicar algo. São aspectos de extrema relevância que devem, sem sombra de dúvidas, serem discutidos ao longo da formação em artes cênicas, mas que também se entendem para outros âmbitos da vida.
Referência:
SPOLIN, Viola. O jogo teatral no livro do diretor. São Paulo: Perspectiva, 1999.
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25 de março de 2019
Hoje iniciamos a aula com a continuação do compartilhamento acerca da questão "o que me move" e, mais uma vez, foi um momento carregado de significação e emoções. Muitos compartilharam sobre suas experiências pessoas, entre elas as situações de morte. Com isso, pareceu se estabelecer uma relação de ligação muito forte entre os ali presentes, possibilitando uma espécie de catarse dos sentimentos.
Além disso, alguns outros assuntos foram abordados, como a infância, o amor, a política, o certo e o errado em nossas escolhas, a nossa relação com o outro, as experiências. As construções não nos deram, obviamente, respostas ou soluções definitivas, mas abriram caminhos para novas reflexões. A professora mencionou um texto que traz sobre a diferença entre informação e experiência, e isso me remete à época em que tive contato com esse texto, no início da graduação, e achei um dos melhores que tinha lido até então. Fez com que surgisse a vontade de ler ele novamente. Irei procurá-lo.
Após esse momento, fizemos alongamentos, e uma espécie de aquecimento, que implicava sentir o nosso corpo, e colocarmo-nos no espaço em que estavamos, seguindo níveis de exploração do espaço e do outro. Para mim isso foi um pouco difícil. Me soltar, me deslocar pelo espaço e tocar o outro. Mas busquei respirar e não ficar controlando tanto a mim mesma.
Após isso, fizemos um jogo com a pessoa mais próxima, fisicamente, a nós. Em duplas e trios, tinhamos que modelar/sermos modelados. Inicialmente, eu fui a pessoa que modelou. Então, a pessoa que estava comigo deveria assumir o papel de uma argila a ser modela, e cabia a mim dar uma forma a ela. Após isso, a professora pediu pra imaginarmos que aquele era nosso produto (de preferência algo bem inusitado) e como faríamos para vendê-lo. O inverso também foi feito: quem modelou também se colocou no lugar de argila.
Feito isso, iniciaram-se as vendas. Foi um momento muito interessante, o de ver a criatividade em ação. Alguns criaram produtos realmente muito inovadores. Eu criei um aparelho capaz de captar a previsão do tempo, e de auxiliar, de forma singular, seu dono a chamar uber, alugar bicicleta, etc. Já o produto que fui era algo como uma santa do amor, que traria seu amado em 3 três dias.
Foi um momento de muita descontração, mas também nervosismo. Nos colocava numa situação de improviso, e de falta de saber. Tínhamos uma vaga ideia do que falariamos para vender nosso produto, mas nada muito elaborado. E frente ao público, a situação tornava-se mais complicada.
Após essa rodada, iniciou-se uma "competição" entre os produtos. Cada vendedor deveria convencer os compradores de que seu produto era melhor.
Interessante que enquanto eu estava no papel de produto, enquanto minha dona não me dava nenhuma atribuição "vivística", digamos assim, não me sentia na posição de reagir ou me intrometer na competição, apesar de pensar em argumentos que poderiam ajudar.
Além disso, também foi interessante o desfecho que se produziu nos grupos que decidiram, por fim, se complementar.
Pra mim a aula foi muito significante, pois pude associar com vários aprendizados da própria psicologia. E, inclusive, compartilhei essas experiências com amigos da psicologia.
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22 de março de 2019
Primeira aula de Técnicas de Representação I que participo, mas terceira 4 aula no semestre corrente. Estou, naturalmente, perdida. Mil perguntas, incontáveis anseios.
Aguardo, mas ninguém parece chegar à porta. Descobro, mais tarde, que a turma permanece da primeira aula da manhã para a segunda na mesma sala, com a mesma professora. Sou convidada a fazer o mesmo, quando possível.
Mas não é ali na sala que ficamos. Nem chego a entrar e já me encontro fora do prédio, indo ao encontro de uma performance feita por uma outra turma. Trata-se de uma crítica à atual situação do país, não somente política, mas social e moral. A mim remeteu falar sobre julgamentos, imposições de regras e normas, descaso, críticas e punições. Somos convidados a participar da performace. Faz-se uma "caça às bruxas", aos transgêneros, aos homossexuais, aos diferentes, aos que não se encaixam na estética visual exigida, aos que se revoltam. E nessa caçada louca, cria-se um efeito grupal insano. Gritos, xingamentos... A fogueira está pronta. O fogo é acesso, não há piedade. E nesse caos a hipocrisia se revela de todos os lados. Os corruptos que vencem dizendo que irão combater a corrupção. E os julgados, que quando vêem o jogo virar também não hesitam em acender a fogueira.
Foi um tapa na cara tão verdadeiro que gerou náuseas.
Ao voltarmos à sala, tiramos nossos calçados e nos dispomos em círculo. Fazemos um aquecimento vocal e damos início ao que a professora nos apresenta como "O Jogo da Árvore". Trata-se de receber a árvore, erguendo os braços e fazendo um som parecido a "hup" (que parece vir de dentro do nosso ser), sermos cortados por uma pessoa de cada lado, que também emitem o som, e passarmos a árvore para alguém do círculo, fazendo, novamente, o som. Parece simples. Mas não é. Exige atenção, olho no olho, foco, respiração, rapidez. Levamos algum tempo até "pegarmos um pouco o jeito".
Após esse jogo, que a professora explica que é feito, muitas vezes, antes da entrada no palco, sentamos em circulo e começamos a conversar sobre uma atividade que havia sido solicitada na aula anterior: escrever sobre o que me move.
Foram compartilhamentos lindos e emocionantes. Cada qual à sua maneira, mas que se ligava ao outro de uma forma que, no fundo, é o que caracteriza o ser humano: sentir com o outro.
Combinamos de seguir os compartilhamentos na próxima aula.
Aguardo ansiosamente o que me espera. Sei que quando fiz essa escolha (no impulso premeditado), me coloquei em risco e aceitei que o medo faria parte. Agora é preciso enfrentar.
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