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((o cinzeiro da bituca do cigarro do maço do paraguay))
Na infância, quando vemos um bolo de aniversário bem na nossa frente, bonito e decorado, existe o impulso de levar nosso dedinho até ele. Claro que colocamos o dedo na boca logo em seguida para provar a cobertura, mas esse nunca foi o objetivo principal, o que nos atraiu foi a vontade de desfazer com as mãos algo macio e delicado. Fazer bolinhos de barro, apertar a massa de modelar, esticar slimes.. Na vida adulta não temos tantas opções quanto tínhamos na infância, talvez por isso tenham sido criadas as bolinhas anti-stress (um jeito de os adultos se sentirem mais adultos ao comprarem um objeto para ficar apertando). Um consenso mundial é o plástico bolha, ele é a prova de que o prazer tátil existe fora do contexto sexual. Não existe uma pessoa em sã consciência que pegue um pedaço de plástico bolha na mão sem sentir o ímpeto de esmagar, retorcer e apertar.
[esmagar. retorcer. apertar.]
Ainda jovem eu descobri que em momentos de tensão, quando já não consigo me distrair usando os outros sentidos, a busca pela sensação tátil é a melhor forma de limpar a mente e esquecer brevemente a crise. Tudo que importa no mundo (por alguns segundos) é uma lâmina estupidamente afiada deslizando sobre a pele e separando as camadas do tecido epitelial. Gotas escarlate brotam e pintam a tez pálida criando uma obra de arte que mal nasceu e já começou a morrer no processo de coagulação. De repente, o foco é a sensação de ardência na pele mutilada, uma pele que nunca fez nada além de apenas existir em sua maciez, mas paga o preço por ser tão eficaz no ato de entreter os apáticos. Corte em cima de corte, epiderme então derme então hipoderme. Existe uma explicação fisiológica para a paz causada pela auto-mutilação, algo a ver com cortisol, endorfinas e adrenalina. A minha explicação é mais simples: dentro de uma mente perturbada, tudo aquilo que consegue desviar o foco é bem-vindo (e repetido, e repetido).
Chegamos no ponto em que estou sentada no fundo do quintal, um cigarro na mão e um copo de gim com refrigerante na outra, lágrimas deslizando pelas bochechas e minha melhor amiga de frente para mim me dizendo palavras reconfortantes das quais já não me lembro. Já usei todos os recursos que eu tinha na manga: o álcool, a nicotina, o rivotril, a amizade. Mas o desespero dentro do peito só aumenta e as lágrimas continuam traçando seu caminho molhado pela minha face.
[lágrimas. desespero. mais lágrimas.]
Você que está lendo pode estar se perguntando o que leva uma pessoa a uma tristeza tão profunda. Bem, isso não é da sua conta, e de qualquer forma não importa. Eu sei que milhares de outras pessoas passam pelo mesmo, e o que nos une não são os caminhos que tomamos mas o fato de termos chegado no mesmo lugar, aqui nessa cadeira no fundo de casa, com o cigarro queimando entre os dedos e as lágrimas deslizando pelas bochechas.
Depressão e ansiedade são apenas números da classificação internacional de doenças (a propósito, meu cid é o f31), mas uma combinação de números e letras não transmite a complexidade de algo tão simples como as motivações humanas. (E cada um tem seus motivos, mesmo que ocultos de si mesmo). Tenho ciência dos meus, mas estou aqui para falar onde eles me trouxeram.
[na cadeira. o gim barato. o cigarro. a melhor amiga. as lágrimas deslizando pelas bochechas.]
Nesse momento eu faria qualquer coisa para me livrar dos pensamentos que invadiam minha mente e se espiralavam nos meus giros cerebrais, para então reverberarem pela minha rede neural causando as conhecidas sensações de aperto no peito e nó no estômago. O cigarro ainda estava entre os meus dedos, fumado pela metade. Era um cigarro de um maço paraguaio, desses comprados de pacotes no terminal de ônibus. 20 reais o pacote, 2 reais o maço, 10 centavos por cigarro. Sem pensar, apaguei o cigarro na coxa direita, despreocupadamente e naturalmente, como se meu corpo sempre tivesse sido um cinzeiro mas só agora eu havia me dado conta. Então eu não sentia mais nada além da dor latejante na pele. Acendi de novo, traguei, apaguei de novo. A minha pele se contraia com o calor e cedia espaço para a brasa infiltrar suas camadas mais profundas, assim como o glacê cede espaço para o dedo da criança. Após um tempo de repetição já se formavam nas primeiras queimaduras bolhas elevadas, brilhantes e vermelhas. Enquanto eu continuava nessa brincadeira de criança (apaga-acende-apaga-acende) os motivos da minha tristeza se mantinham escondidos atrás da cortina de fumaça formada após as tragadas, nos bastidores de um espetáculo que não era mais seu.
Os meus motivos ainda existem, descansam em algum canto soturno da minha psique como uma criatura em hibernação apenas esperando o momento certo para acordar e perturbar minha sanidade. Felizmente, ainda existem também cigarros de maços paraguaios.
[mix. hobby. kop.]
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As luzes se apagaram, a cortina vermelha se abriu e a música começou a tocar. O ar pesado, viscoso, se enroscava nas pessoas da plateia como um amante se entrelaçando com sua amada pela última vez. Aurora conseguia sentir o gosto da excitação pelo espetáculo, esse era o seu único alimento desde que ela se juntara a companhia de ballet há 6 anos. Os holofotes se voltaram para ela, sozinha no meio do palco e aninhada no chão como um animal machucado. Em um movimento coordenado perfeitamente com as notas musicais ela se levantou erguendo os braços acima da cabeça, imponente como uma ave de rapina prestes a alçar vôo. Seus movimentos graciosos e precisos enfeitiçavam o público numa espécie de dança pagã dos povos antigos, da época em que a magia corria livremente pelo mundo tal qual Aurora deslizava pelo palco.
Desde que se entendia por gente a garota tinha o sonho de se tornar uma grande dançarina, seus primeiros passinhos vacilantes com 1 ano de idade foram na pontinha dos pés. Aurora se orgulhava de contar essa história, porém omitia o fato de ter nascido com o tendão de Aquiles curto. Para ela, não tinha nada de romântico em uma garotinha nascida com a anatomia errada.
Após cada apresentação, a jovem bailarina era bombardeada pelos aplausos, a energia produzida pelas palmas rasgava sua pele e lambia suas feridas. Assim que colocava os pés para fora do palco seu espírito se dissociava e assistia de longe o corpo realizando movimentos pré-programados. Sorrisos gentis, agradecimentos modestos aos elogios recebidos, tudo executado da forma como fora ensaiado. Chegando em casa pendurava as sapatilhas no gancho atrás da porta e chorava todas as lágrimas que tinha, até seus olhos secarem e o choro se tornar um lamento fúnebre, um pedido de misericórdia jogado ao universo sem destinatário. Qualquer um que a visse naquele estado daria cabo de sua vida por pena, seria extremamente fácil matá-la sem o uso de qualquer arma dado a fragilidade do seu ser. Mas ninguém nunca aparecia, então ela apenas continuava a convulsionar de dor até os primeiros raios de sol invadirem seu quarto pelas frestas da janela. Era hora de vestir as sapatilhas e o sorriso novamente.
Poucas pessoas tem a sorte de poder dizer que conquistaram tudo que sonharam aos 16 anos de idade. A verdade é que poucas pessoas estão dispostas a fazer os sacrifícios necessários para conquistar seus sonhos. Algumas pessoas nunca atingem o ápice do seu potencial, vivem vidas planas e estáveis, casam-se, têm filhos, preocupam-se com a declaração do imposto de renda e regozijam-se com fofocas sobre celebridades. Essa é a felicidade medíocre, coisa com a qual Aurora nunca iria se contentar. Uma vez que a materialização do sonho salta aos olhos com todos os seus contornos, cores e texturas ali, quase ao alcance das mãos, não é possível voltar atrás, foi decretada a sentença de morte. O único caminho possível é esticar-se ao máximo para alcançar o objeto do desejo, mesmo que seja necessário rasgar músculos, romper ligamentos e deslocar articulações para se projetar à frente.
Naquela noite, enquanto fazia a maior apresentação de sua vida, Aurora conseguiu. Seu dedo indicador tocou sua própria imagem transcendental fazendo tornarem-se um sua alma e o cosmos. Seus ossos trincavam com os impactos violentos, seus pés sangravam deixando rastros escarlate pelo palco, durante as piruetas chovia sangue na plateia que observava o espetáculo sem piscar. Ao realizar o salto final, Aurora pousou delicadamente fazendo uma reverência. No silêncio, o som de sua respiração pesada foi sendo substituído por um crescente de aplausos. Para a medicina moderna seria impossível uma pessoa naquelas condições ainda estar consciente, mas ali estava ela. Usando a força que restava, ergueu-se apenas para se deparar com uma multidão de pessoas ensanguentadas aplaudindo-a de pé com entusiasmo. Nos seus olhos brotaram lágrimas vermelhas que escorreram pelas bochechas pálidas fazendo com que o público aplaudisse com ainda mais vigor. Este momento durou vários minutos, ou melhor, horas. Talvez tenha durado dias, mas acabou. Assim que a primeira pessoa foi se dirigindo à saída, Aurora sentiu uma espada invisível atravessar o seu peito. Depois outra. Depois outra. Cuspia uma quantidade grande de sangue devido à hemorragia interna. Sua perna esquerda se dobrou e ela desabou no chão com o osso da tíbia exposto. Brotava sangue também de seus ouvidos e narinas, litros e litros do líquido viscoso empapavam seus cabelos e seu tutu, toda a dor que não havia sentido durante a dança sentia naquele momento. Pela primeira vez um sorriso sincero se formou no seu rosto enquanto a luz desaparecia dos seus olhos para se juntar a algo maior. Este foi o momento mais feliz da sua vida.
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Hoje reparei que já faz um tempo que não penso em ti. Tua figura reduzida a uma imagem espectral permeia ainda cantos obscuros da minha psique de forma fantasmagórica, repugnante demais para viver à luz da consciência. Mas às vezes tua imagem quebra as correntes da repressão e vem de encontro à superfície me lembrar do que aconteceu comigo quando éramos nós. (Love will tear us apart). Os planos que eu fiz e o sentimento que cultivei desmancharam como um castelo de areia que ousei construir perto demais de um mar que vem e que vai, seguindo apenas o ritmo de sua própria natureza destrutiva. Talvez a culpa seja minha por ter me aventurado em águas sabidamente perigosas. Talvez a culpa seja sua por ter me deixado ir tão longe da orla, por me afogar por capricho até se exaurir da brincadeira e então deixar meu corpo lânguido estendido na faixa de areia. Na verdade isso não importa. O português estava errado, amor é ferida que dói e se sente. E mesmo acabado o amor, ainda resta dor para doer.
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Hoje reparei que já faz um tempo que não penso em ti.
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Seu toque em meus lábios é tão suave que eu quase consigo sentir o gosto da sua existência
Nossos dedos entrelaçados
Você brincando com o meu polegar
Promessas que jamais foram ditas
se cumprindo apenas por sermos
eu e você.
Repouso a cabeça em seu ombro sem nenhuma preocupação, seus braços me envolvem e hoje o dia está lindo meu bem.
E mesmo que chova o mês de março todo apenas hoje, o nosso dia vai continuar lindo
apenas por sermos
eu
e
você.
Mas você não pode ficar, não é mesmo?
Eu sei que não.
Tento segurar sua presença perto de mim só mais um pouco, mesmo sabendo que você é imaterial demais para ser contido
E foge do alcance das minhas mãos como fumaça
dissipando-se pelas frestas da janela desse apartamento antigo em direção ao nada.
Amanhã eu morro mais um pouco
(but that’s okay, ‘cause i’ll see u in hell)
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"Boa tarde"
"Boa tarde"
Silêncio.
Banco de couro.
Ar condicionado.
Fragrância amadeirada.
Vultos passam diante dos meus olhos cansados
Seus contornos borrados pela chuva
Como uma pintura em aquarela que foi longe demais.
Sinto minhas bochechas molhadas
Que azar o meu,
Chove aqui dentro também!
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Noturna à janela do apartamento
Meus olhos vigiam o prédio vizinho
que me vigia de volta 
enquanto fumo o meu cigarro.
Permaneço atenta,
esperando algum tipo de reação ao meu estilo de vida boêmio.
Talvez umas janelas batendo? Luzes piscando?
Nada.
Eu sei que essa estrutura de concreto gigante
também possui um lado oculto
Cúmplices, nos encaramos na noite
Eu prometo guardar os seus segredos,
se você guardar os meus.
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Sinceramente.
Esses dias atrás você postou em uma rede social algo do tipo "devo ir dormir agora ou antes devo me matar?". Sinceramente? Eu acho que você deveria se matar. Não sei por que você não fez isso ainda. Não é como se fosse fazer muita falta no mundo... Quer dizer, os amigos ficariam um tempinho de luto mas logo seguiriam em frente, vez ou outra compartilhariam uma lembrança nostálgica no facebook até a melancolia ser varrida longe por um vídeo fofo de um gatinho qualquer. A família ficaria mais abalada, claro, mas nem um pouco surpresa. Todo mundo já esperava que isso fosse acontecer um dia, olha só para você! Na verdade, dentre os seus familiares, seu pai talvez se chocasse um pouco só porque ele não te conhecia, ele nunca teve um pingo de interesse desde o dia que você nasceu. O primeiro homem que te rejeitou na vida, o primeiro de muitos, depois dessa não teria como ser diferente mesmo. Confesso que eu invejo a sensatez dele, de conseguir olhar para sua cara e já logo perceber que não valia a pena o esforço. Infelizmente o que ele fez acabou te transformando em uma coisa deprimente, nojenta, carente de afeto masculino de um jeito que me dá vontade de vomitar o meu jantar. Tudo que você passou naquele relacionamento em 201x você mereceu, e merecia mais inclusive. Ele te tratava como um capacho (como ele mesmo disse, na sua cara) porque é pra isso mesmo que você serve pra um cara, pra uma esporrada não precisa de muita coisa, eu já ouvi histórias que na roça tem cara que faz isso até com vaca e cabra. Mas talvez aí seja um pouco diferente, imagino que os fazendeiros consigam desenvolver certo afeto pelos animais. Lembro de você me falar que deixou ele te levar em um motel com um quarto de 30 reais na frente de um metrô (uma vaca ou uma cabra não teriam ido, que fique registrado). Você não teria me deixado te levar em um lugar assim não é mesmo? Se você estiver pensando "teria deixado sim" só para, olha para trás, olha para como foi nosso relacionamento, e pelo menos uma vez não minta para si mesma que o meu tratamento foi igual ao que você teria me dado se eu tivesse um pau. Não minta que as coisas que você disse não tolerar comigo são questões cruciais para você. Eu sei e você sabe : se eu fosse um homem passando exatamente pelo mesmo problema que eu de fato passei, você teria levado tudo no rabo de 4 em um quarto de motel decadente de 30 reais, ainda com um sorriso no rosto e pedindo mais. O que me traz um pouco de conforto é saber que o problema não sou eu, é voce. Basta olhar para o penúltimo relacionamento que você teve com uma mulher (foi o único que acompanhei, imagino que nos anteriores você tenha sido o mesmo ser humano horrível também). Você me disse que não fazia sexo oral nela porque ela não tinha feito os exames de DST. Ok, até aí tudo bem. Não havia nenhum problema nesse relacionamento como você mesma me contou, mas vocês terminaram porque o cara do motel de 30 reais te deu algumas migalhas de atenção. Claro que para te usar e jogar fora, te tratando como o lixo que você foi ao abandonar sua namorada por ele. O papai bem que tentou te ensinar que isso sempre aconteceria, você deveria ter aprendido a lição! Um tempo depois do término com a namorada e de ser chutada pelo moço-do-motel-de-30-reais você teve que tomar PEP pois foi em uma festa, chupou um cara desconhecido e ele gozou na sua boca sem te avisar (bem feito, otária!). Não era você que não fazia oral em quem não te mostrasse atestado de soronegatividade? Nessa época eu já gostava de você e lembro de ficar com muita raiva por conta da sua hipocrisia absurda e também feliz por você ter se dado mal com o cara e ter se sentido péssima com a situação, mas de que adianta se você não aprende? 
É realmente um ciclo que se repete e só tem um jeito de quebrá-lo, então voltamos ao tópico principal : seu suicídio. Não teria como isso que você chama de vida ir para frente. Você sempre achou que tivesse emoções e sentimentos tão complexos, poderia ficar horas e mais horas palestrando sobre suas questões, horas de terapia toda semana, horas conversando com profissionais de saúde mental, horas debatendo pra... nada. Se lembra quando eu li um texto que você escreveu e disse que parecia uma obra parnasiana? Definitivamente não foi um elogio. É exatamente isso que você é, um grande amontoado de palavras difíceis e complicadas que não querem dizer nada, que quando a gente termina de ler e percebe que é um poema sobre um vaso se sente idiota por ter gasto neurônios com isso. Sua função no mundo tem sido manter funcionando essa massa disforme que você chama de corpo e arrastar ela por aí. Eu tenho um amigo espírita que me disse que abortos espontâneos são espíritos de pessoas que se suicidaram em outra vida e ficaram com seu corpo espiritual deformado, assim eles teriam que formar um corpo de feto algumas vezes apenas para colocar tudo no lugar antes de encarnar novamente. Estou pensando seriamente que talvez isso tenha acontecido com você mas a parte do aborto falhou, por isso você veio ao mundo assim (nessa hora você se levanta e olha no espelho pra eu provar um ponto). Eu não me importo com isso, mas você se importa e é por isso que estou dando esse toque. Você tenta consertar do jeito errado, passando dias sem comer e contando calorias, mas sabe que não tem jeito né? Uma das vantagens do seu novo suicídio (já considerando que você possui aquele histórico espiritual que comentamos) é que talvez você consiga ser um aborto algumas vezes antes de encarnar de novo, talvez dessa vez dê certo e você consiga nascer com forma de gente! Bom, não sei qual método você irá escolher mas eu realmente espero que isso tudo dê certo para você, te desejo tudo de bom, um abraço!
Com amor, G.
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aquele dia
Nossos lábios se encontraram em setembro,
eu desejei que isso ocorresse para sempre.
Nossos lábios se encontraram em setembro,
mas você não sabe que foi em setembro.
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Chapada
com a cabeça na lua
a crescente
Chego mais perto,
sei que de alguma forma
eu voo para longe
e essa brisa de uma quinta-feira
sim, a mesma que bate em mim
Bate em você!
um ponto de luz bate de um lado
de outro
occipicio temporal
Quer derrubar a minha cabeça
Com pancadas internas
Algo de purpurina.
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o bêbado e a ilusionista
O amor é uma doença psiquiátrica. É um transtorno de humor capaz de fazer alguém oscilar da tristeza profunda à euforia em alguns instantes, em alguns beijos, em algumas lágrimas. É algo paranóico, algo ansioso, algo psicótico. E não há haloperidol no mundo que te faça voltar a realidade e esquecer seus delírios. Os delírios que eu tive quando pensei que era recíproco. Os delírios que eu tive quando olhava pra você e só via perfeição. Eu fui inocente.
Mas o tempo passa, e cada shot de vodka que eu tomei e cada cigarro solto que eu fumei tentando expulsar você da minha cabeça ajudaram a juntar os pedaços do meu coração (mesmo que de um jeito torto e defeituoso).
Hoje eu olho para você e vejo que você nunca me amou do jeito que eu te amei. Vejo que aquele carinho, aqueles abraços, sua mão quente segurando a minha enquanto você olhava nos meus olhos e me dizia palavras doces... tudo era parte de uma ilusão. Para mim significou o mundo, para você não significou nada.
E o que foi que eu vi em você mesmo? Confesso que ainda hoje ao olhar nos seus olhos vejo um reflexo da pessoa que eu amei. Não sei nem se ela existe e mesmo que exista está enterrada dentro de você, embaixo de todo egoísmo, da necessidade de atenção que é um monstro e sacrifica o coração dos outros para se alimentar, da escuridão que afasta e continuará afastando todos que chegarem perto demais.
Dessa doença chamada amor estou em processo de cura, com um bom prognóstico. O que me resta descobrir é como tratar o estresse pós-traumático.
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Não hesito nem um segundo
antes de me atirar em você
com todo meu ser, sem chance alguma de retroceder
Eu sou um kamikaze buscando
conseguir o seu amor,
ou morrer tentando.
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Eu amo seu cabelo preto, macio e ondulado
Eu amo seus olhos escuros e intensos
Amo as maçãs do seu rosto e o contorno da sua maxila,
Amo seu narizinho,
Eu amo sua boquinha de boneca,
Amo o vão entre seus seios,
e os seus seios pequenos e perfeitos
Amo seus braços,
Amo suas mãozinhas pequenas e delicadas,
Eu amo sua barriga e seu umbigo,
Amo suas coxas grossas e as cicatrizes que existem nelas,
Amo suas panturrilhas,
Amo seus pézinhos esquisitos e chatos
Eu amo sua pele branquinha, macia e todas as tatuagens nela,
Eu amo cada celulite,
Eu amo cada cicatriz,
Eu amo cada imperfeição,
Eu amo cada célula do seu corpo,
Eu te amo.
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“Estava tudo indo bem, mas ai, do nada, as coisas voltaram a ser uma grande merda.”
— Murmúrios. 
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Não sou ninguém,
nem nunca serei
Não tenho sentimentos egoístas,
a única coisa que me importa é te ver feliz
se não comigo, com outro alguém
Gostaria que ele te visse
como eu te vejo
Gostaria que ele te amasse
como eu te amo
E com a sua vida plena e
todas as minhas chances aniquiladas
Eu posso finalmente deixar minha alma queimar e sumir
com meu último cigarro solto
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Coloca aquela música
da sua banda preferida
esvazia sua mente
segue a sua vida
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