Eu
Eu sou como você
Desprezado por todos
Eu sou quase eu
Eu sou quase humano
Feito por ele
Eu sou quase tudo
E o nada
Eu sou quase eu
Tadinho de mim, sou quase um ser humano
Eu sou como você
Eu sou a inveja
O ciume
O ódio
Eu sou quase eu
Eu sou quase você
Eu quase não sou humano
Minhas lagrimas são reais
Eu sou quase algo
Eu sou quase humano
Melhor que você
Eu sou quase você
Melhor que eu
Eu sou tudo
Melhor que todos
Pior que tudo
Quase um anjo
Mais parecido com um demônio
Eu sou um monstro
Mas eu te conto mais outro dia
Tenho que parar de falar
Os insetos estão nos ouvindo
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Conversas de um amor acabado
"Eu te amo"
"Eu não acredito"
"Acredite em mim, me dê uma chance!"
"Já aviso que comigo isso não dá certo"
"Vai dar, eu boto fé"
"Tudo bem, vamos tentar"
"Eu te amo"
"Também"
"Enfim tenho que ir"
"Ok, até amanhã"
"Feliz um mês de namoro"
"O que?"
"Você não lembrou?"
"Desculpa não lembro de datas"
"Ah, tudo bem"
"Mas vamos sair pra comemorar?"
"Vamos, quer ir numa festa, show ou aqui em casa?"
"O que você preferir"
"Tudo bem, mas eu tenho que ir, amanhã a gente resolve"
"Ok, até amanhã"
"Te amo"
"Também"
"Oi"
"Oi amor, como tá?"
"Eu tô bem"
"Não parece, eu te conheço, o que aconteceu?"
"Nada, eu só preciso descansar"
"Você não fez aquilo de novo né?"
"NÃO, ME DEIXA EM PAZ"
"Tá"
"Me desculpa..."
"Tudo bem, a culpa foi minha"
"Eu te amo"
"Também"
"Desculpa, minha mãe ta chamando tenho que ir..."
"Tudo bem, até"
"Oi"
"Oi"
"Você me odeia?"
"Não, eu só quero um tempo"
"Ok, desculpa"
"Tchau..."
"Oi"
"Desencana, eu não quero mais nada"
"Mas..."
"Desculpa, não é algo que eu controlo"
"Por favor, me da uma chance"
"Não, por favor não se iluda"
"Não me deixe por favor"
"Não me deixe por favor"
"Não me deixe por favor"
"Não me deixe"
"Não me deixe"
"Não"
"Não"
"Por favor, não"
"Não"
Não
Não
Por favor
Eu prefiro morrer
Não
Por que
Você me odeia
Vou sair
...
...
...
"Oi?"
"Oi"
"Como você está?"
"Tô bem, e como vai você?"
"Vou bem, vamos sair um dia desses?"
"Não"
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Miguel
Eu tenho um gatinho
Ele se chama Miguel
Ele é muito fofinho
Parece que foi feito de mel
Mas ele é levado
Ele foge de casa a noite
As vezes até atrasado
Será que ele foi no açoite?
Gato safado que saiu a transar
E durante a noite, eu ouço o miar
Gritos e mais gritos e não aguento mais
Pelo menos ele volta, nos dias triviais
As vezes imagino o que pode acontecer além de uma foda
Se ele se machucaria, alguém o pegasse
Tem dias que me preocupo, ele some a noite toda
Mas ele volta, como se de mim ele lembrasse
Imagino se um dia um estranho pega ele
Perderia meu gato, meu único companheiro
Será que ele seria mais feliz naquele cativeiro?
O pensamento de ser trocado me esfria a pele
Quem sabe esse estranho seja sadista
Louco de pedra que gosta de sofrimento
Se acontecesse pelo menos teria uma pista
Se eu achasse um gato mutilado no pavimento
Ou quem sabe ele o esquartejara
Quem será que tem a crueldade no coração
Estuprar e matar a pobre criatura
Tudo que eu fiz para cria-lo, em vão
Quem sabe ele não abre o peito do gato com uma faca
Arranque suas costelas e (literalmente) quebre seu coração
Eu ainda acharia que o sangue estaria na minha mão
Afinal, sou eu que deixo sair todo dia aquele panaca
O medo toma meu corpo, onde está meu gato?
Está no meu quarto? ou no meu sapato?
Não, isso não passa de um horroroso ato
O destino que está me fazendo pagar o pato
Ó Deus, me acuda sem meu gato eu fico só
Vivi o bastante para não ter mais ninguém
Eu esperava viver com ele até virar pó
Mas eu acho que é isso que as pessoas fazem
Matam os gatos dos outros por pura diversão
Poderia ser de qualquer um, mas tinha que ser o meu
Por que eu fui deixar solto aquele maldito fanfarrão?
O que será de mim seu o meu g- ah não, ele apareceu
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Prostituta vampira
Um conde, sozinho
Sua condessa estava morta
Precisava de carinho
Só com uma coisa se conforta
A famosa prostituta vampira
Não é nenhuma mentira
Com ela, sua cabeça pira
E o conde, estava na sua mira
Ouro e mais ouro
Ela o extorquia por carinho e amor
Todo o seu tesouro
Mas era malévola, causaria muita dor
Numa de suas sessões
Estava quente e ela despida
Quando em um dos chupões
Sem querer uma mordida
Logo nos pior dos lugares
Mas ele, hipnotizado nem notou
Ele pegou sua estaca, não a de madeira
E a levou para novos ares
A vampira no entanto, sabia
Dois buracos no seu saco
Era risível a situação do velho, mas tinha de disfarçar
Ela só fingiu fogo, pelo menos não começou a coçar
Depois de tudo ela saiu voando na janela
Temendo que alguém visse a ferida
Mas ninguém nem quis entrar no quarto
Antes, haviam gritos e gemidos sem medida
Agora, ali dentro, só existia um silencio farto
O conde dormindo do nada sentiu uma dor
Logo no lugar onde tinha usado
Nenhum sinal de sua vampira
Então o conde sentou-se todo suado
Checou a dor, dois buracos
"Vampira maldita" e abriu o barraco
Ela foi pra outro país e nunca mais foi vista
Enquanto o rei já começara a sofrer da ferida
E os sintomas já começaram a aparecer
E por toda a demora, nada poderia ser feito pra deter
Dentes aumentaram, sua pele empaleceu
Não aguentava mais o sol e sangue ele bebeu
Seus servos serviam de comida, vários mortos
Ele até tentou procurar salvação com uma oracula
Mas nada poderia ser feito, coitado do conde Drácula
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Obsessão
Amor da minha vida
Antes de ti vivia em desespero
Quando te conheci enlouqueci
E hoje, eu te venero
Uma pena, pois nessa incrível cena
Nessa peça que é a vida
Consigo ver todas as mentiras plenas
Suas emoções, frígidas
Você disse que me amava
Enquanto isso eu me atolava
Num lamaçal, estava passional
Tudo aquilo parecia surreal
Mas com o tempo, você mudou
O que escondia, botou pra fora
Acho que você só se enjoou
Eu sabia que ia acabar uma hora
E aconteceu
E eu, bobo, quase não acreditei
Você se perdeu
Eu fiquei confuso mas agora eu sei
Você me iluminou
Meu coração pirou
Tudo isso ficou tóxico, doente, nosso querido desmo
Você me fez te amar mais do que eu amo a mim mesmo
Foi melhor pra nós dois
Eu tirei um peso das costas
E você teve o que queria
Liberdade, e suas respostas
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Solidão
Solidão
Solitude
Só o que me falta
Atitude
Eu não posso ser triste
Eu tenho dinheiro
Não preciso de pessoas
Obviamente eu tenho outros amigos
Isso é o que eles dizem
Sem conhecer a essência
Da pessoa com quem vós fala
Existe quem diga que é meu amigo
Mas eu me sinto só
As vezes eu penso
Será que Deus me colocou
Nesse eterno e horrível castigo
Será que ele sequer existe
Pra eu ter um pingo de salvação?
Nem mesmo Jesus que pregava
"Ame o próximo como a si mesmo"
Ora, assim eu não amo
Eu não amo essa casca, vazia, putrefa
Onde minha alma reside
Mas claro
Eu não posso ficar triste
Nada pode me deixar emocionado
Eu tenho dinheiro, tenho que ser feliz
Sempre
Nada me afeta
O dinheiro me guarda
Minha emoção, é bastarda
Eles também dizem que eu sou feio
Disso, não discordo
Tudo está em seu favor
Amor e carinho, nunca senti
O calor de um outro ser humano
Sentir genuínas emoções
Apenas pena
Um rio de penas
Embora, eu os contemple
Alguns tem beleza plena
Mas nada que seja melhor
Do que aquela que já amei
Aquela que não dorme
Jamais dorme
Aquela que me deixa no escuro
Sempre um mistério
Aquela fome na minha barriga
E aquela dor no peito
Aquela tonelada na cabeça
E aquele fechar dos olhos
Nada se compara
A dor que sinto quando lembro
Do passado e quando penso no futuro
O quanto eu cai
O quanto eu piorei
Tudo que me mudou
Não me adaptei
As vezes quero dizer adeus
Desistir de tudo e acabar
Mas eu não tenho coragem
Então eu só espero
Sentado num canto
Chorando
Pensando
Em que dia
Eu me levanto
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Pesadelo
Pesadelo
Horror
Nessa terra
Existe um clamor
Clamor por mudança
Clamor por felicidade
Que parem as matanças
E que se pare a dor
Mas a dor não para
A dor nunca para
Nesta terra sem rei
A dor governa
A própria terra exala um odor putrefato
E é tão infértil que não se pode plantar nada
Nenhum animal vive
E o ar, ao respirar, mata
Nessa terra há duas grandes montanhas
Uma que respira, e outra que engole
Existem dois lagos, que sempre transbordam
E um buraco, nada sai de bom do buraco
Mas de lá, pode se ouvir diástole
Mares nessa terra são muitos
Mas são todos secos
São sem vida e vazios
É tudo, espantosamente, proscrito
O que era para ser um oceano
É um deserto, de areia de sangue
É frustrante de olhar
E quem passa por lá, talvez se zangue
O céu do pesadelo
Já brilhou estrelas
Uma de cada vez foram se apagando
Hoje, um breu toma conta
O sol, nunca nasce e a lua, está sangrando
Mais ao sul das montanhas, há uma planície
A terra é plana como uma régua
Mas uma montanha vem se formando
A montanha de cadáveres, se amontoando
De esperanças mortas num abraço carnal
E espíritos vagueiam, lembrando do carnaval
Perto dali há um vale
Nesse vale, as pontas são cortadas
Cicatrizes marcam essas terras esquecidas
Jamais tocadas
Cortadas por lâminas relaxantes
Que destruíram e esconderam
Onde havia uma linda terra antes
Hoje, eu caminho por esse vale
Sozinho, como sempre estive
Sem ninguém para ir comigo
Só
Ando só pela terra do pesadelo
Com a minha própria terra do pesadelo
Pois esta, sou eu mesmo
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Festa
Qual a ultima coisa que consigo lembrar?
Um delicioso prazer de beijos
Me diverti muito com lábios alheios
Bom, isso não importa agora
Agora o que importa é nada
Porque eu fiz uma grande cagada
Uma festa!
Uma grande festa!
Com tudo aquilo que não presta
Mulheres, bebidas e até algumas coisas ilegais
Talvez tenha ocorrido ações imorais
Eu acho que foi envenenado por uma cobra
Ou talvez seja só a ressaca
Que seja!
Deve ter sido a catuaba
Mas então, o que aconteceu?
Há vomito lá fora
Não sei, só sei que fudeu
Daqui a pouco meus pais chegam
Mas, que farei?
Eu já nem sei
Eu acho que voltarei a dormir
Minha cabeça tá explodindo
E estou vendo alguns bêbados, rindo
Bom, agora eu já me fudi
Mas agora não tem mais jeito
O que está feito está feito
Depois dessa nunca mais bebo
Agora vai, está prometido
Dessa vez eu consigo
Tenho que me levantar
Tenho que limpar tudo
Antes de meu pai chegar
Ainda tem gente dormindo
Melhor acorda-los
E alguns já estão indo
São 7 da manhã e o sol nasceu faz tempo
Até umas 9 tudo tem que estar limpo
Queria ouvir música mas eu não aguento
Eu acho que minha cabeça vai explodir
Sério sério mesmo
Não tem nada pra ajudar a descontrair
8:30, tudo limpo
Finalmente livre
Agora só quero uma coisa
O meu sono merecido
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Quarto amor
Num ano até que recente
Te conheci através da irmandade
Pensei que com você nem tenho chance
Mal sabia eu que isso era uma completa inverdade
Ao contrário das outras, você foi até mim
Mas não pude corresponder
A terceira eu amava
E você permeava
Muito tempo depois
Finalmente aconteceu
Cinco meses se passaram
Finalmente chegou o apogeu
Ficamos juntos
Como nunca tinha ficado antes
Meu coração palpitava
E eu tinha vontades delirantes
Me apaixonei como um patinho
Não sabia, porém, para onde estava indo
Não demorou muito e começou o namoro
Eu me sentia rico cheio de ouro
Quando estava junto a ti
Um cinema, uma festa, um show
Com tudo aquilo, seu amor me amarrou
Mas a tragédia ainda viria
Nem de todos seus problemas eu sabia
E você decidiu acabar
Pra ver se consertaria
De nada adiantou
Aquilo só me quebrou
Não aguentava ficar sem ti
Problemas começaram a surgir
Tudo ficou tão complicado
E tudo de antes, parecia apenas um legado
Mas com o tempo, tudo passou
A calmaria veio depois da tempestade
Talvez tenha tido algumas chuvas após
Mas nada que virasse o barco
Hoje, você voltou pra mim
Pelo menos uma parte
E com você, sou feliz
Você será sempre
Uma obra de arte
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Terceiro amor
Num ano bem longínquo
Te conheci
Mas não conheci de verdade
Éramos pessoas diferentes
Mas sempre adorei nossa amizade
Um bom tempo depois
Uma sensação despertou
Ambos mudamos
Para melhor
E o que era mundano
Se tornou especial com você
E o melhor
No meu momento mais frágil
Você me ajudou e me ouviu
E meu amor por você, nunca diminuiu
Começamos a namorar
Você me soltou
Das amarras que eu botei em mim mesmo
Autoestima melhorou
E a mim, você nunca magoou
Eu te amava como tudo
Fotos e vídeos todos os dias
Fofas, sexys e engraçadas
Eu ria todos os dias com as suas piadas
Mas algo aconteceu
O pior que podia acontecer
Apesar de eu te amar pra valer
Tudo teve que acabar
Num piscar de olhos a esperança se foi
A tristeza veio a minha porta e falou "oi"
E assim, tudo acabou
Mas muita coisa sobrou
Melhorei como pessoa
Nada que fiz foi atoa
Ainda hoje, te amo
E ainda exclâmo
"Te quero"
Infelizmente, não é tão fácil
Mas ainda te considero
Uma das melhores pessoas
A entrar na minha vida
Me facina seu jeito dócil
Ainda bem que posso ser seu amigo
E contar contigo
Sempre
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Segundo amor
Era o segundo semestre de um ano
A muito tempo atrás
Eu mal falava com você
Mas você não sabia
Da alegria que você me fazia
Eu que já era introvertido
Só perdia para ti
Sempre quieta, porem observando
Seu olhar me fitando
Quando te vi, tive um calafrio
E eu me derreti, ao ver o seu sorriso
Com você foi mais fácil
Já consegui fazer você aceitar as cartas
E todo dia, nós jogávamos
Mas eu prestava mais atenção em você
Você trapaceava, e sempre ganhava
Mas eu nunca ligava
Estar com você
Pra mim já bastava
Mas eu não tinha segurança em mim
Minha autoestima flutuava
E no final a coragem me faltou
Até hoje não acredito que de mim você gostou
Quando precisava agir
Eu fraquejei
E isso fez você desistir
Hoje você ainda é da minha sala
Mal nos falamos mais
As cartas estão guardadas
Memorias do passado
Mas eu ainda me pergunto
O que você me considera?
Amigo? Colega?
Ou você ainda gosta de mim?
Essa dúvida cruel me atormenta
Mesmo que anos já tenham se passado
Não quero que esse seja o fim
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Primeiro amor
Era o primeiro semestre de um ano
A muito tempo atrás
Eu mal falava com você
Mas você não sabia
Da alegria que vc me fazia
Nem falava com você
Eu era bem mais introvertido
Você num canto, eu num outro
E por causa de um pecado cometido
Ficava em silêncio
Um dia, falei contigo
Te chamei para jogar
Você não quis jogar comigo
Fiquei decepcionado
Mas nunca deixei de sonhar
De um dia ser seu namorado
Depois de um tempo tudo passou
Eu superei e fui para outras
E você, antigo amor,se mudou
Antes disso virei seu amigo
E agora, eu olho pro que ficou
Um amigo sozinho, e eu, que sigo
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Amor de circo
A muito
Muito tempo atrás
Nessa mesma terra
Onde você está
Eu era um garoto
E daqueles bem boquirrotos
Quando de repente um susto
Luzes apareceram no picaroto
Luzes? o que podia ser?
“Parece uma feira”
“Vamos ver!”
E la fui eu, pisando em sujeira
Ora, mas que surpresa
Uma moça faceira!
Teu nome era Teresa
E ela foi a melhor parte desta feira
Ela trabalhava no circo
Contorcionista, e tudo mais
Linda de cabelos morenos
Por ela, eu me apaixonava cada vez mais
Comemos doces
E cachorros-quentes
E todo tipo de gostosuras
Nunca esquecerei da sua figura
E a noite caiu
E as estrelas subiram
E as luzes iluminaram a feira
Nunca esquecerei da sua maneira
Depois, olhando nos espelhos
Nossos corpos estavam estranhos
Mas seu rosto continuava lindo
E seus lábios, meus sonhos
E o homem cachorro
No show dos palhaços
Te deixou tão assustada
Que ela correu pros meu braços
Meu coração pulou
Meu sangue gelou
Um beijo
Era o meu desejo
Ela me olhou
Me encarou
Eu me inclinei
O lábio se tocou
No dia seguinte
Quando acordei
Do circo me recordei
E corri pra ir junto á feira
Mas quando cheguei
Pra me agregar
Tudo havia sumido
Roubaram a felicidade do ar
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Feio
Eu sou feio
As vezes sou bonito
Mas sempre feio
Pensei que tinha conseguido
Mas voltei a ser feio
Uma coisa que era preocupante virou mundano
O que me fez ser feio
A solidão que sinto me deixa insano
Minha feiura e meu receio
Minha cabeça e meu coração
Acham que eu sou muito feio
E fazem de mim uma aberração
Aquele que é mais feio
Não há uma pessoa que vai me amar
Por que sou muito feio
As pessoas já se acostumaram a me usar
Não há alguém que consiga ser mais feio
Eu queria ser bonito, como um coelho
Mas eu sou tão feio
Que eu não consigo me olhar no espelho
Eu não quero mais ser feio
Infelizmente, eu nasci assim
Eu sempre me achei feio
Infelizmente, eu cresci assim
Eu não aguento mais ser feio
Infelizmente, eu sou assim
Feio
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Plumas da morte
Caindo, de novo
Me sinto afogado
Num deserto de ilusões
Não consigo sentir minha mão
Me beije, acabou
Você respira, como?
Uma tempestade de areia
Não consigo sentir meu coração
Hoje, andei pelas águas
Afundei de novo
Por que, ó monstro
Puxas meu pé?
Por que me maltratas
Destrói e mata
inocentes almas
Pra sair dessa terei que ter fé
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O colchão
Te esperei mais uma noite
Para deitarmos juntos
Como muitas outras noites
Igual no passado
A cama de casal
Que compramos antes da lua de mel
É confortável
Mas não tanto quanto os lábios teus
Esperei muito na fila
De pé, sozinha
Como agora
Sozinha estou
Você me deixou
Nós brigamos
Eu nunca vou te esquecer
Eu me arrependo
Não quero ver você desaparecer
Será que isso tudo é passageiro?
O ultimo mês se resumiu a beijos e sonhos
Mas talvez tenha sido realmente um sonho
Pois eu ainda acordo as trés da madrugada
Com o gosto da sua boca em meus lábios
Será que para você, não significa nada?
O puff do quarto está no mesmo lugar
O mesmo que você adorava sentar
Costumava ver TV, noites a fio
E ele ainda se encontra
Exatamente no ultimo canal
Que você assistiu
Nós brigamos
Eu nunca vou te esquecer
Eu me arrependo
Não quero ver você desaparecer
Agora estou aqui, deitada
Com a camisola branca que você ama
De repente, batem na porta
Penso ser você e desesperadamente vou abrir
Mas é só o mesmo senhor que me veio suprir
Com comida e umas pilulas que ele me manda tomar
Apenas obedeci como sempre
Ele saiu, ansiosamente
Descansei, quando de repente
Quem é ali? Séria o meu amor?
Sim, ele voltou para mim
Ele sentou no colchão
Será que vai ter reconciliação?
Eu nunca vou te esquecer
Eu me arrependo
Não quero ver você desaparecer
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