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#E EU DEIXEI MAIS EM BRANCO DO QUE EU ERREI
cagethemunson · 2 years
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ACERTEI 31 DE 45 EM LINGUAGENS NO ENEM
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Because I Love U - w/ Louis Tomlinson
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Mais um dia extremamente difícil e estressante havia chegado ao fim e a única coisa que a grande empresária desejava era retirar toda a tensão de suas costas tomando alguma bebida bem forte, um banho relaxante e por fim cair na cama.
Já se passavam das 22h quando Michael estacionou o carro em frente a casa de S/N e finalmente disse que ela estava entregue.
- Obrigada, Michael. - respondeu após um longo suspiro, encarando sua morada por alguns segundos, ainda dentro do carro.
- Você não quer entrar, não é? - o senhor proferiu as palavras após observá-la pelo retrovisor, fazendo-a sorriu sem graça como resposta.
- Está tão na cara assim?
- Há duas semanas, S/A. - respondeu ao dar uma pausa entre as frases. - O que há de errado? Não se sente bem em sua própria casa?
- Antes fosse isso. - S/N levou as mãos até os olhos e os coçou de leve, tentando desmanchar o pensamento ruim que lhe tomou a cabeça. - Eu amo minha casa. Acho ela tão aconchegante. - explicou sorrindo fraco. - A única coisa que não está me deixando bem é o que está dentro dela. Ou melhor, quem está lá dentro. - Michael não demorou muito para entender quem estava causando tamanha tristeza em sua chefe. Apesar de ser somente um funcionário, o carinho que sentia pela mulher era semelhante ao que sentia pelos filhos.
- Sabe que pode desabafar comigo quando quiser, certo? Estarei a disposição para você sempre. - o homem deixou de encará-la pelo espelho do carro e decidiu virar o rosto para então olhá-la cara a cara, para que toda a preocupação sentida por ele fosse transmitida.
- Eu sei. Agradeço muito por isso. - a moça levou sua mão até o ombro dele, acariciando-o de leve, demonstrando seu agradecimento e um ato simples de carinho ao motorista que a era como da família. - Além de um belíssimo funcionário, você é um amigo para lá de especial. - ela sorriu para Michael e deu-lhe um abraço antes de sair do carro, agradecendo-o mais uma vez pelos serviços prestado no dia de hoje.
Já fora do carro, S/N andou até a porta de casa devagar, não se importando com o fato da rua estar vazia, e esperou alguns minutos antes de entrar. Essa noite não seria nada fácil e ela tentava ao máximo se manter calma e centrada, para que nada saísse dos eixos.
- Oi, amor! Que bom que você chegou! - Louis disse assim que a viu entrar e fechar a porta.
- Oi! - falou enquanto retirava o salto preto e o deixava próximo ao cabideiro.
- Como foi no trabalho? - perguntou indo até ela, abraçando-a pela cintura.
- Cansativo. Bem cansativo. - Louis sorriu fraco e puxou a esposa, colando seus lábios delicadamente com a intenção de deixá-la mais relaxada.
- Está com fome? Eu e Molly preparamos a melhor sopa do mundo. - S/N concordou sorrindo e abraçou seu marido mais forte, sentindo de perto o perfume de sua camisa para ter certeza de seus próximos passos. - Ótimo, vou esquentar para você.
O rapaz deu um selinho rápido nos lábios gelados dela e foi até a cozinha, sendo seguido pela esposa segundos depois.
- Molly já está dormindo?
- Sim. Ela apagou depois de ouvir a última história do livro das princesas.
- Aquele livro finalmente acabou? - a pergunta saiu com uma risada leve e Louis concordou soltando um riso, enquanto aquecia o jantar no fogão. - E como foi seu dia? Muito agitado?
- Um pouco. Tive que resolver alguns problemas na gravadora, mas nada demais.
- Entendi. - S/N se dirigiu até às bebidas da casa, próximo à janela da cozinha, buscando dois copos pequenos e enchendo-os com vodka, pura e simples.
- Como está o caso do vice-presidente? - questionou interessado. - Conseguiu contratar outra pessoas que não tome tanto o seu tempo?
- Ainda não. - só de pensar no assunto, a mulher sentia um frio na espinha e bufava, como fez após a pergunta do esposo. - Não sei se quero lidar com outro alguém dizendo que minhas ideias não funcionariam e ser a última a bater o martelo toda vez que não entrarmos em um consenso.
- Mas você sabe que isso seria muito melhor. - o olhar matador dele para ela a deixou um tanto quanto intimidada, virando-se para o rapaz. - Sentimos sua falta aqui em casa, S/A. - a mulher ainda estava de costas quando Louis a agarrou e beijou a parte de trás de seu pescoço.
- Sei.. - falou se esquivando do carinho e saiu dos braços do moreno, bebendo o líquido transparente de uma só vez.
- Tudo isso é stress?
- Grande parte.
- Tem alguma coisa que eu possa fazer para acabar com ele? - o rapaz se aproximou dela novamente mas não a tocou. Ele a conhecia muito bem e sabia com certeza que algo a incomodava. Contudo, o palpite dele foi apenas concretizado quando S/N olhou bem no fundo de seus olhos e puxou coragem de onde nem ela sabia que tinha para iniciar o assunto.
- Você se lembra que prometemos falar a verdade para o outro sempre?
- Claro.
- E por que você não me falou? - a voz embargada da mulher foi mais do que suficiente para entender sobre o que ela estava falando. Os olhos que antes estavam focados nela, agora foram apontados para o chão. O arrependimento que carregava há dias ficou dez vezes mais forte ao sentir S/N fitá-lo sem piedade, com as lágrimas engasgada na garganta e olhos lacrimejantes. A vergonha por ter cometido tamanha besteira ficou clara quando Louis levantou a cabeça e finalmente olhou para a esposa.
- Se eu te disser que te contaria hoje mesmo, você acreditaria em mim?
- Eu só exijo explicações. Não quero escutar as histórias sem nexo que você tem para me contar.
- S/A, eu juro que está noite eu abriria todo o jogo para você e me livraria dessa dor dentro de mim. Te esperei ansiosamente, com meu coração acelerado e toda a culpa gritando em meu peito. Até escrevi um texto enorme no laptop, caso eu não conseguisse dizer o que eu tenho para falar. - Louis caminhou rápido até a sala e trouxe o notebook branco em mãos, deixando-o em cima do balcão da cozinha, perto de onde estavam. - Eu não estou mentindo, querida. Acredita em mim.
- Quando isso começou? - perguntou olhando para a janela da cozinha, tentando permanecer forte.
- Dois meses atrás. Mas eu juro que não houve sentimentos nenhum. Ela é mãe de uma das amigas da Molly e eu acabei me aproximando dela quando buscava nossa filha no colégio.
- Eu sei quem é, Louis. Todas as mães do segundo ano sabem. - com os braços cruzados, S/N voltou seu olhar para o moreno envergonhado e cabisbaixo.
- Como você soube?
- Você deixou o WhatsApp aberto no meu computador e por acaso a primeira conversa era com ela. - falou, sentindo as primeiras lágrimas caírem. - Descobri há pouco mais de duas semanas.
- Por que não me disse nada?
- Porque eu te amo! - aquelas palavras doeram tanto nela quanto nele. Louis sentia-se a pior pessoa do mundo por ter feito S/N chorar. Seu coração só não estava mais quebrado que o dela, pois a bomba veio de quem era contra qualquer tipo de traição. Ela, por sua vez, perdeu todo o chão quando gritou que ainda amava seu marido. S/N não podia negar que ele era um excelente pai e uma pessoa incrível. Louis faria tudo por qualquer um e sempre quis o bem de quem o amava, contudo, ele não levou em consideração o amor que sua esposa sentia por ele. - Eu sei que estou ausente a maior parte do tempo, que não dou a atenção necessária à você, mas eu nunca deixei de falar o quanto te amava e o quanto você significava na minha vida. Sua presença foi fundamental nos últimos anos, principalmente quando fundei a empresa. - ela ficou em silêncio, dando um suspiro profundo para só depois sentir a dor da traição e enfim soluçar, deixando o ar pesado adentrar o cômodo. - Não imaginei que um dia você cometeria o erro que tanto repugnava.
- E foi justamente por isso que dei um fim nisso tudo! - explicou de modo nervoso. - Eu errei feio, como nunca errei em toda a minha vida. Não sei o que deu em mim. Talvez o fato de você trabalhar tanto tenha sido uma abertura para que eu me perdesse e deixasse de lado tudo o que defendi durante anos.
- Se o problema é meu trabalho, eu arranjo outro vice-presidente agora mesmo e acabo com essa merda toda!
- Não! - retrucou negando com a cabeça. - Eu sei o quanto você lutou para ter seu próprio negócio e não quer perder o sono por entregar seu cargo para alguém que te menospreze. Não precisa fazer isso por mim. Quem errou fui eu e você não tem nada a ver com isso.
- E o que eu faço para salvar o nosso casamento? Ou você quer continuar com aquela mulher?
- Nunca! Acabou, amor. Não precisa mais se preocupar com isso. Eu coloquei um ponto final nisso há dois dias. Me desculpa por te causar tanta dor, do fundo do meu coração. - relatou assim que a encarrou triste. - Agora a decisão é sua em me perdoar e dar uma chance para eu ser diferente, provar para você que me encontrei de novo e que eu te amo muito! - Louis não conseguiu segurar o choro e deixou que as lágrimas caíssem, revelando seu lado sensível e extremamente frágil. - Eu não consigo falar mais nada. - soluçou. - Por isso te escrevi. - ele pegou o notebook e entregou para S/N enquanto limpava seu rosto com as mãos. - Vou dormir na casa da Lottie essa noite e te dar todo o tempo do mundo. Apenas haja conforme o seu coração mandar. Só quero que você seja feliz. - após o rapaz encerrar sua fala, caminhou até a porta e saiu de casa, deixando S/N sozinha com o laptop em mãos.
A sensação que ela tinha era que a qualquer momento sua cabeça explodiria e que a única pessoa capacitada para ajudar-lhe naquele momento horrível era Louis, pois ele sim era seu conselheiro quando tudo virava de cabeça para baixo. Mas agora, o rapaz era a última pessoa em quem ela podia pedir socorro.
Sendo assim, depois de tomar mais um copo de vodka, S/N andou até a sala e ligou o computador enquanto sentava-se na poltrona, iniciando a leitura assim que se acomodou no móvel.
“ Se você está lendo isso é porque eu não consegui me segurar. Você, mais do que ninguém, sabe que quando os sentimentos tomam conta de mim eu não consigo falar mais nenhuma palavra, e como esse assunto mexe muito comigo dessa vez não seria diferente. Primeiramente, me desculpe. Desculpe por ser um hipócrita e por estragar o nosso relacionamento. Eu fui um completo idiota e você sabe disso. Hoje eu me sinto a pessoa mais infeliz desse mundo por estar te causando tamanha dor. Você não merecia isso. Você não merecia passar por essa situação, e não merece derramar nenhuma lágrima por minha causa. Se arrependimento matasse, eu já estaria a sete palmos debaixo da terra há muito tempo. A cada dia que passava, eu me sentia mais sufocado e sujo pelos meus atos inaceitáveis, mas quero que saiba que, independente do que houve, eu te amo, profundamente. Sim, S/N, eu te amo de verdade, como nunca amei ninguém em toda minha vida. Você é a minha maior conquista e te perder seria doloroso demais para mim. Porém, se a sua vontade for partir, eu respeitarei sem questionar. Entretanto, se você ainda me amar, se você ainda sentir algum sentimento por esse cara totalmente insano e idiota, menor que seja, peço que confie em mim, pela última vez, e me perdoe. Me dê mais uma chance para provar que eu não sou aquela pessoa que sempre critiquei e deixe-me reconquistar seu coração por inteiro. Prometo cuidar dele mil vezes melhor do que um dia eu já cuidei, e além disso, juro que serei o homem apaixonado que eu nunca deveria ter deixado de ser. Porque você é a única na minha vida, mesmo que seja difícil acreditar agora. Eu te amo. ”
Após ler as palavras digitadas naquela tela fria, S/N voltou a chorar como antes. Ela não sabia como proceder diante daquela situação e resolveu tomar o tão esperado banho para que sua cabeça se encaixasse no lugar, antes de tomar alguma decisão.
Depois de horas pensando sobre exatamente tudo que lhe veio à cabeça, ela pegou seu celular e foi até as mensagens, entrando na conversa com seu marido e vendo que ele estava online, já de madrugada.
*Mensagens*
S/N: Ainda acordado?
Louis: Sabe que não vou conseguir dormir enquanto não souber a sua decisão.
S/N: Não é uma escolha fácil, Louis.
Louis: Eu sei. Não estou te pressionando. Leve o tempo que precisar.
S/N: Eu li o que escreveu.
Louis: Fui cem por cento sincero com você, meu amor.
Louis: Sei que agora é muito difícil acreditar em minhas palavras mas você é tudo para mim.
Louis: Eu fui um imbecil em cada atitude e me arrependo amargamente de ter entrado nessa lambança. Mas eu prometo, se você me der a oportunidade eu farei tudo diferente.
S/N: Venha para casa e resolvemos essa situação como adultos.
Louis: Quer mesmo olhar na minha cara depois do que eu fiz?
S/N: Temos que ser maduros agora, certo?
Louis: Claro. Estou indo para aí.
S/N: Tudo bem.
Louis: S/A..
S/N: Oi.
Louis: Eu te amo.
S/N: Te espero no quarto.
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xoxo
Ju
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desire-tenderness · 3 years
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I will return to old Brazil
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Estou a três semanas em Nova York em uma viagem de laser e independência, tenho saudades de casa. Falta apenas dois dias e em breve estou de volta ao Brasil para reencontrar minha família e amigos. Estava aproveitando para organizar parte das coisas, como algumas roupas e documentos quando senti a falta do meu passaporte.
“Onde foi parar, meu Deus?! Meu cartão de credito estava na capa. Eu já revirei esse apartamento de ponta cabeça e não encontro em parte alguma. Não é possível que eu perdi! Essas merdas só acontecem comigo.  Eu só tenho dois dias de estadia nesse airbnb, como vou resolver o problema da perda de passaporte em dois dias sem meu cartão de credito!? Eu não tenho nenhum centavo a mais."
[esbravejando, entrando em surto]
"Ok, calma, sou esperta! Preciso arranjar grana pra pelo menos mais um ou dois dias, tenho o bastante para as refeições diárias. Bom, eu não queria vivenciar algo único e inspirador? Esta ai a chance de ter uma história trágica pra contar e rir disso depois."
[pensei em voz alta]
"Eu posso me virar como artista de rua, começando amanhã mesmo. Pego meu ukulele e umas folhas de papel em branco e faço ilustrações de pedestres, espero colher frutos disso. O ultimo lugar que me lembro de ter visto o passaporte em minhas mãos, foi ontem quando eu estava no MoMA. Agora preciso voltar lá e torcer para que eu encontre no "achados e perdidos" do lugar."
[No dia seguinte]
Hoje acordei cedo e já estou a caminho do Central Park, espero encontrar um espaço no Bethesda Terrace pra tocar, tem um eco e visual tão bonito. A primeira vez que fui vi um jovens tocando violoncelo de forma tão bela, me fez transbordar de emoção.
Toquei algumas musicas, notei que tive um retorno bem positivo olhando para a capa do Ukulele, estava curiosa para contar quanto de dinheiro eu tinha feito com aquelas 5 musicas tocadas. É bem incrível a satisfação de tocar ali, as pessoas parecem querer ouvir-me tocar. Pensei em encerrar com Naive - The Kooks e assim eu fiz.
- I'm not saying it was your fault Although you could have done more Oh, you're so naïve, yet so.. {music}
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Logo formou uma roda de pessoas cantando junto, fiquei arrepiada, não imaginava que The kooks ainda tinha um publico. Uma garotinha deixou 16 Dólares na capa do instrumento, isso me fez flutuar.
Faltando menos de 1 minuto pra musica acabar, vi um rapaz maravilhosamente atraente fisicamente, a pelo menos 5 metros de distancia, "eu conheço você?" Pensei enquanto errei uma nota da canção.
Ao encerrar a ultima canção agradeci e forcei o olhar para que meus olhos alcançassem o rapaz novamente, mas ele já não estava ali. No instante que agradeci, a mesma garotinha começou a puxar um couro dizendo "mais uma, mais uma". Eu já não tinha repertório e não conseguia pensar em nada. O céu estava com uma textura atraente e o clima tinha uma paleta de cor que me remeteu a canção Postcards From Italy - Beirut e sem pensar muito se fazia ou não sentido para o momento, eu comecei a tocar e cantar.  
Enquanto eu tocava, fechei meus olhos para sentir o ápice instrumental da canção que se aproximava. E quando eu abri meus olhos o mesmo garoto que avistei de longe minutos atrás estava parado na minha frente acompanhando meu show. Quem era? Timothée Chalamet.
Meu corpo todo ficou gelado com o susto, porem eu não queria deixar nada evidente. Se eu demonstrasse minha ansiedade, aquele espaço viraria uma tarde de autógrafos e eu não quero tomar seu tempo. Será que ele me deu dinheiro? A capa do instrumento tinha recebido mais notas de papel, mas por estar de olhos fechados eu não pude ver. Ele deu um sorriso e assentiu com a cabeça, se virou pra ir embora. Me mantive em silencio. Segundo depois me apressei agradecendo a todos a minha volta e guardando meu instrumento e pegando minha bolsa. Sai correndo atrás dele.
- Hey! Timo!
Ele virou no mesmo segundo, confuso, tentando encontrar quem o chamou. Ele deve ter reparado em mim apertando o passo para me aproximar dele o mais breve possível.
- Oi! Nossa é um prazer, eu nem acredito que é você mesmo. Te deixei ir embora para não apresentar alarde ao redor mas precisava falar com você e te agradecer por me ouvir tocar e muitas outras coisas. Desculpe, eu to falando demais, tudo bem?
Falei tão rápido que quase não respirei. Ele riu.
- Oi, Beirut hã? Combina bastante com o clima de hoje. Foi legal! Eu estou bem e você? Alias, seu nome?
- Você curte Beirut? Caramba. Meu nome é (xxxx) mas não tem importância agora.
- Tem sim, com certeza. É de Nova York?
- Não, venho do brasil. Estou de viagem..
As palavras iam sumindo da minha cabeça com o passar dos minutos, eu estava um tanto hipnotizada.
- Legal! Quero muito conhecer o Brasil qualquer dia. Você quer uma foto?  
- Cara, eu quero uma foto sim. Nunca pensei que esse momento seria aqui e agora.
Tiramos a foto, ele agradeceu por eu ter ido até ele e por eu ter tocado com tanta emoção. Ele disse por fim que estava "muito harmonioso". E com muita dor no coração eu o deixei ir.
"Caramba, eu conheci Timothée chalamet dois dias antes de voltar pro Brasil! Eu devo confessar que o destino arrasou, só falta trazer meu passaporte de volta." [Pensei em voz alta] Chegando no MoMA recebi a terrível noticia de que meu passaporte não estava lá, era minha única esperança descendo pelo ralo. Eu queria chorar de desespero mas também estava plenamente feliz por ter conhecido o Timothée e ter tirado uma foto que guardarei pro resto da minha vida. Queria ter sido mais calma e sã das ideias, eu acho que levei a impressão de ser louca. Espero que ele não tenha notado meu desespero, ansiedade e completo fascínio. Bom, voltando ao que preciso ter foco.. “Será que consigo algum trabalho de freelancer em algum studio de designe? Bom, pode ser uma cafeteria.” O dia passou tão rápido, o relógio já esta quase marcando 16h da tarde. Acho que vou tomar um café e comer alguma coisa, aproveito e já peço um emprego, se isso não for passar vergonha demais. Pensei em andar por West Village e encontra algum café maneiro por ali. Dito e feito, achei um café visivelmente atraente e tinha um cheiro delicioso saindo pela porta, porem estava vazio. Acho que é a oportunidade perfeita pra uma apresentação, vou comer algo antes. Pedi um café Latte e um Lobster, um dos meus doces favoritos. Aquela massa folhada crocante, recheada com creme de baunilha, caramelo e flor de sal me fazem revirar os olhos. Comi com tanto desejo que comecei a lembrar de como meu dia foi surpreendente. Pensei fazer uma ilustração do Timothée, um desenho de como o conheci, o ambiente estava delicioso para desenhar em plena paz e assim o fiz. Notei que alguém entrou pela porta da cafeteria, ouvi o som da porta abrir. Era ele, ele estava novamente no mesmo ambiente que eu. A coincidência era tanta que eu mal podia acreditar, mantive minha calma. Ele se sentou do outro lado da sala, fingi que não vi.
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Na radio local começou a tocar First date - Blink, obviamente comecei a cantar e tentar finalizar meu desenho o mais rápido possível, quem sabe ele pudesse ver antes de ir. “Lets go! Don't wait! this night's almost over Honest, let's make this night last forever’ {Music} De repente alguém chegou na minha mesa e colocou um copo de Vanilla Malt e um lanche com um cheiro ótimo. Quando olhei pra cima ele completou a harmonia. - Forever and ever, let's make this last forever. Oi de novo! “Ta brincando que isso esta realmente acontecendo? E se não estiver? Bom, vou agir como se estivesse sonhando, posso me sair melhor nessa comunicação”  - Não acredito.. Isso é loucura, o que faz aqui na minha mesa?! - Prefere que eu saia? - Está louco, claro que não, senta ai! - Então, o que está fazendo? Espera, isso... sou eu?! Caralho! [ Ele apontou para o desenho] - hãnn sim, olha.. essa coincidência eu nunca vou viver de novo. Agora na minha cabeça eu passo por um dilema cruel. - Qual seria? Licença [Ele pegou o desenho maravilhado e tirou uma foto] - Devo finaliza-lo e dar pra você, ou devo pedir um autografo e emoldurar? - Hmm olha.. meu autografo não é nada, ia estragar o desenho, mas é tão irado, eu amaria que fosse meu, mas tirei uma foto, vale a moldura! - Combinado, Sr. Chalamet.  Contei do meu drama com o passaporte e o quão eu estava aflita. A cara dele de "puta merda, eu lamento, você terá dor de cabeça" não ajudou. Mas ele me ofereceu ajuda real com essa burocracia. “Significa que vou vê-lo além do dia de hoje?!” - Ok, você esta tensa. Vamos quebrar o gelo descontraindo com uma técnica teatral. Eu digo uma palavra, você pensa rápido e diz a primeira que aparecer na sua cabeça. -Okay...Eu posso começar? [O que ta acontecendo aqui? Ri de nervoso]  -Sim, claro! - Prata - Ouro - Desejo - Fogo - Amigo - você - Call me by your name - and a call you by mine. Oh shit!  [Riu levando a mão na boca] - Isso é bem legal hahaha permita-me perguntar. O que vai fazer agora? Estou realmente surpresa em te ver "vivendo normalmente" - É as vezes eu consigo essa proeza. Mas enfim, não tenho planos. - Quer ir no cinema de rua ver que classico está passando hoje? - Meu Deus, sim! Eu topo, obrigada pela sugestão. Saimos da cafeteria e eu não pedi um emprego, não me arrependo, meu dia ta sendo do caralho. Fomos até o cinema da East village e Cantando na chuva estava em cartaz, isso era perfeito! Irei assistir um dos meus filmes favoritos com o Timothée, já é a 4º vez que me belisco e noto que não é sonho. Esse dia não pode acabar. Pegamos os ingressos e entramos sem que ele fosse parado ou reconhecido, eu estava aliviada. E sentada ao lado dele em uma sala de cinema, só conseguia pensar em como eu queria poder pegar na mão dele, beija-lo de modo tão clássico quanto o filme que estamos vendo. Ele fez um story, estou louca pra abrir meu celular e ver, ver sabendo que eu estou ao lado dele e mais ninguém além de mim e ele sabe, que foda!
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Ao acabar o filme saímos, mais uma coincidência ou não, estava chovendo. Eu tinha meu instrumento e minhas folhas de desenho na bolsa, mas queria literalmente cantar na chuva, só que sem um guarda chuva. Larguei tudo na escada e o chamei pra esse banho breve de chuva. ÉPICO. Dancei e cantei na chuva com Timothée Chalamet e ele parece absurdamente feliz com isso.
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Finalizamos com  “Come on with the rain I have a smile on my face  I walk down the lane With a happy refrain Just Singin', singin' in the rain”
- Você ta afim de um Bagel, algo assim? - Eu topo! Tompkins? - Com certeza, e tem melhor? Eu respondo, de jeito nenhum. - Isso é tão fofo, vamos!
E assim seguimos, com fome, rindo e molhados. Acho que ele aprecia momentos como esse, é possível ver em seus olhos extremo prazer e alivio, isso é lindo. A fome era tanta que comemos 3 bagels com bacon, ovos e queijo. Estavamos molhados então pedimos pra viagem e comemos lá fora. Durante as mordidas finais voltamos a falar do meu passaporte. - Onde foi a ultima vez que você viu ele mesmo e quando se deu conta que tinha sumido? - A ultima vez foi no MoMA, antes de ontem. Mas ja voltei lá e eles não encontraram.. Me dei conta ontem de noite quando estava começando a deixar parte das malas prontas pra "voltar pro Brasil amanhã". - Ja olhou nos bolsos das roupas que usou quando foi ao MoMa? - Olhei 10 vezes aquela jaqueta e não achei. - Porque acha que está na jaqueta? Eu sempre ando com os bolsos da calça cheios. - Meu Deus isso é tão óbvio! Eu levei a roupa pra lavanderia do prédio, se estiver eu lhe devo a minha vida. - Para com isso. Posso ir com você e filmar você encontrando seu passaporte? [Ele riu] - Isso se eu encontrar, vai sei um mix de alivio, gratidão e raiva. [ri junto] - Vamos. 
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Sim, meu passaporte e cartão de crédito sempre estiveram "comigo", estavam no bolso interno da calça como ele havia dito. Eu estava quase explodindo de alivio! Estava pronta pra corromper a boa impressão causada durante o dia, mas eu estava tão emocionada e feliz que pulei no colo dele agarrando seu pescoço e beijando suas bochechas. Ele ficou em silencio ao me encarar confuso enquanto segurava minhas coxas ao redor de sua cintura. Eu senti sua respiração no meu pescoço, não queria sair dali, mas precisava.
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- Me desculpa, sério, eu só estou feliz. Muito obrigada. - Não se preocupe, esta tudo bem. Fico feliz que tenha encontrado. Ainda quer aquele autografo?   - É claro! [ Ele assinou meu desenho e tirou outra foto dele, porem dessa vez, comigo segurando a arte.]
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- Canta uma ultima musica antes que eu vá. - Meu Deus que difícil, eu não sei.. hãn.. canta comigo? - Se eu souber.. Então comecei a cantar Ain't No Mountain High Enough do Marvin Gaye, ele pareceu surpreso. “Just call my name I'll be there in a hurry You don't have to worry'Cause, baby, there Ain't no mountain high enough Ain't no valley low enough Ain't no river wide enough To keep me from getting to you, baby” Nós rimos e finalizamos. Eu estava quase chorando. Que vergonha, não sou criança.  - Então é isso, serei eternamente grato pelo dia de hoje. Obrigado e boa sorte garota, foi um prazer. Ele se virou e abriu a porta, acenou com a mão. E eu recitei.. “Now, when twilight dims the sky above Recalling thrills of our love There's one thing I'm certain of I will return to old Brazil” Ele sorriu e voltou até mim, beijando minha testa. - Até um dia, em qualquer lugar do mundo. - Até, Timolito.   Ele saiu e eu chorei.  {Essa é uma fanfic. Tudo que escrevo é sobre meus sentimentos e desejos. TEXTO POR: L.M )
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eternizei-te · 6 years
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Eu me apaixonei, aconteceu! E foi horrível perceber que não era retribuído. Quer dizer, no começo foi lindo, mas depois foi "pá", tipo tiro no peito e sem chance nenhuma de sobrevivência. Ele foi como uma bomba nuclear. E eu? Bom, achei que suportaria o seu impacto. Eu me entreguei demais, fui demais, suportei demais, quis demais, acho que o erro foi esse: "amar demais!" Sabe, é que o problema de gostar de alguém é que, você acaba dando espaço para te machucarem, entende? Eu me importei demais, não soube sentir menos. E foi isso que nos afastou. Eu já quis sentir menos. Assim sofreria menos, doeria menos, choraria menos, teria menos marcas. Mas eu não sou feita de menos. Infelizmente ou felizmente. Depende do ponto de vista. Pra mim, ele era diferente, mas depois eu enxerguei que ele foi igual à todos os outros, até mesmo pior. Ele gostava de todas elas e eu, bom, errei por gostar só dele. Eu tive que dar um fim, um fim na dor, um fim nos choros constantes, um fim na solidão. Deixei-o livre, do nosso “se”, do nosso “talvez”, do nosso “algo” que nunca irá existir. Deixei-o livre de nós. O problema é que eu o amava, mesmo que só recebesse dor em troca, eu o amei! "Eu o amei". Soa tão doloroso. Assim. No passado. Porque tudo que restou dele foi um espaço em branco. Algo que não existe mais. Algo que outra pessoa está ocupando. E confeso: admitir que tudo que as pessoas falavam sobre ele era verdade, dói, machuca, dilacera, muito! Mas, se até as flores secam se não cuidarmos corretamente, quem dirá o amor. A você que leu, responda, qual a teoria de origem do teu caos?
ㅡCibele Rodrigues
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A CHUVA
- É meio estranho alguém que você nunca viu pessoalmente escrever coisas assim tão íntimas sabe? -- disse ele depois de ler o conto que mandei sobre uma possível transa entre nós.
- pode até ser até estranho, mas quando temos admiração e consequentemente atração pela pessoa acaba sendo normal, pensa comigo... -- retruquei.
- hahaha pensando por esse lado, faz sentido.
Sempre na defensiva não é moço? Pensei mas não mandei essa mensagem.
Deixei para lá. Quem sabe né?
Acabei mandando:
- nada é tão real quanto a fantasia, só basta acreditarmos nela e CABUM! Ela é real. -- respondi dando de ombros.
- hmm então você quer que seja realidade? -- responde me provocando...
- quero né, mas quando um não quer duas lombrigas 🤷🏾‍♀️ -- respondi desapontada.
- hahaha. O que? 🤔
- huehuehue. Quando um não quer dois não brigam -- respondi rindo (pelo menos eu fiz ele rir né, mas eu queria mais)
- ah sim. Não falei que não quero... -- respondeu depois de um bom tempo.
Paralisei. É isso mesmo produção? Ele está afim de algo? Meu cérebro foi a mil e não pude esconder minha excitação.
- tá livre hoje mais tarde. Sei que tu trabalha perto da Paulista, posso te encontrar lá depois. -- respondi depois de um tempo pensando naquela resposta.
- parece bom -- respondeu.
- umas oito, pode ser; ali no shopping são Paulo? -- sugeri.
- combinado 😘💜
Dei like na mensagem e segui com meu dia. Confesso que muito animada e ainda sem acreditar. Quem sabe realmente rolaria algo a mais, porém, coloquei na minha cabeça que não ia criar expectativas sobre nada. Apenas deixar a coisa rolar. Eu não queria (e nem podia) deixar a ansiedade falar mais alto.
Segui com esse mantra até uma 18 horas quando já estava me preparando para sair. Queria sair antes pois queria ir de metrô para esfriar a cabeça (entenda como amenizar todo o tesão que eu estava sentindo). Sai e no caminho coloquei minha playlist e fui cantando cada música.
Eu estava de macaquinho preto que ganhei de aniversário de uma amiga, tênis branco, uma pochete preta e uma jaqueta jeans que personalizei. O ar condicionado do metrô estava bem frio, inversamente proporcional a temperatura do meu corpo, eu fervia, mas seguia plena.
Desci na estação e fui andando em direção ao ponto de encontro. Em frente ao shopping tinha uma pequena banda com um tecladista , um guitarrista e uma mulher. Ela começou a cantar Trip da Ella Mai. Fiquei encantada com voz forte dela.
Eram umas 19:20 ainda estão resolvi parar e admirar. Me empolguei e comecei a cantar junto. A cantora percebeu e me chamou para cantar junto. Fizemos uma espécie de dueto e entrei na música. Algumas pessoas começaram a sacar o celular e gravar. Comecei a ficar com vergonha, mas superei e continuei.
A música acabou e alguns aplaudiram. Eu fiquei morrendo de vergonha. Mas nos elogiamos e ela disse por que não investia na música, expliquei que a vida tomou uns rumos meio loucos e não pude seguir com nada e agora já era tarde.
- nunca é tarde mulher -- disse Joyce, esse era seu nome.
- vamos de apaga a luz? -- perguntou ela toda animada.
Olhei a hora e vi que ainda eram 19:40. Então tinha um tempinho. Começamos a música e eu comecei a introdução; fazia tempo que eu cantava assim então errei um pouco na hora de entrar mas tudo bem. Enquanto cantava percebi que ele estava na porta do shopping me olhando. Gelei por um milésimo de segundo, mas não errei a letra. Foquei meu olhar aos outros que assistiam, na Joyce e na banda.
Em alguns momentos da letra eu olhava para ele, como se eu estivesse mandando um recado. Ele dava um leve sorriso ou uma leve arqueada na sobrancelha. Gostei de ver ele assim.
A música acabou e eu peguei o contato da Joyce e agradeci a banda pela abertura.
Meu coração palpitava enquanto eu ia na direção dele. Minha mão suava e meu corpo ascendeu em brasa.
- oi, tudo bem? - o comprimentei dando um leve beijo no rosto e um abraço rápido.
Nesse momento senti seu cheiro e era como se fosse uma droga. Eu queria me deleitar nele, por longas horas, até seu perfume se impregnar em mim.
- oi, estou sim e você? -- disse tímido mas com uma voz calma e muito sexy.
- tô bem, deu para perceber né, até cantei ali com a mulher hahaha -- falei meio sem graça tentando me recompor do combo cheiro + voz que ele jogou como uma bomba nos meus sentidos.
- eu vi, você canta muito bem, parabéns -- retrucou me olhando nos olhos.
- obrigada -- agradeci e imendei: onde vamos? Quer dar uma volta?
- vamos sim -- ele assentiu.
Fomos caminhando sentido o MASP e a passos lentos conversávamos sobre a vida, sobre a arte e filmes também. Vi o quanto ele era apaixonado por aquele universo e pensei em como ele era inteligente e legal. Eu sabia que eu não estava atraída apenas pela aparência mas sim por tudo. Conversa vai e conversa vem ele me fez algumas perguntas sobre os contos e eu respondi o mais sincera possível.
- uau, nunca pensei que alguém poderia fazer algo assim sabe. Fiquei bem surpreso. -- disse.
- é, se bem que as brincadeiras que eu sempre faço tem fundo de verdade. Mas como as coisas não são tão simples assim eu preferi descarregar parte do meu desejo nos contos. -- retruquei olhando em seus olhos. Senti meu corpo cada vez mais quente, mas me contive.
- Ah sim, interessante -- respondeu.
Chegamos no vão do MASP e decidimos sentar por ali mesmo. Ele sentou e eu sentei na frente dele. Continuamos a falar sobre nossas vidas, contei a minha ligação forte com a Paulista e que sempre que vou para lá algo bom acontece.
- ah e o que você espera que aconteça hoje aqui? -- perguntou.
Ela sabia muito bem o que eu ia responder.
- eu espero que a gente converse mais, coma alguma coisa e quem sabe outras coisas né -- respondi.
- hm, que outras coisas? -- perguntou aproximando seu rosto e apoiando o braço no banco em que sentávamos, bem perto da minha perna.
Eu quis entrar no jogo dele e respondi me inclinando para ficar próximo ao seu ouvido:
- ah que eu possa te dar um beijo e ir te perguntando o plural de decimal, que tal?
Ele me olhou rindo com o trocadilho e respondeu:
- eu gostei dessa "outra coisa". Rimos e continuamos a conversar sobre outras coisas, o papo fluía e sinceramente eu gostava assim. Apesar do tesão estar tomado no corpo por causa da sua voz e linguagem corporal, aquele momento único de conexão era muito mais íntimo que qualquer trepada.
Depois de um tempo decidimos ir em uma cafeteria que ele gosta na região e pedimos um café. Ele gosta assim como eu: puro e sem açúcar, para aproveitar ainda mais o aroma e as nuancias do sabor do café. Falei à ele que sempre que tomo café sinto uma palpitação no peito mas que chega a ser gostosa é apesar de atacar um pouco minha ansiedade, eu gosto de aproveitar esse prazer.
- olha eu meio que sinto o mesmo. Tomo de teimoso mas foda-se -- disse ele, entre um gole de café. Notei que o café molhou seus lábios e meio que me distrai com eles. Como eu queria aqueles lábios nos meus, no meu corpo, na minha buceta. AAAAAAAAA. Mas me acalmei e voltamos a papear. Pedimos uns doces, comemos e decidimos dar uma mais uma volta pela avenida.
Quando começamos a se distanciar da cafeteria uma chuva começou a cair gradativamente. Não era leve mas não faria grandes estragos.
- Você tem guarda chuva? - perguntou.
- Não, eu queria curtir um pouco da chuva antes da gente se abrigar em algum lugar. -- respondi olhando em seus olhos e senti o calor da retribuição (talvez desejo).
- um, que interessante. -- respondeu meio pensativo.
- que foi? Olha, tu fez minha concepção sobre a chuva mudar. Ela realmente lava nossa alma, floresce nossos pensamentos mas também pode devastar nossas estruturas e ventar nossas ideias. Gosto de pensar assim. Hoje eu curto ela é depois me abrigo absorvendo tudo o que ela me trouxe: bom ou ruim. A Chuva é o resumo da vida. E temos que aprender a viver com ela, pois ela sempre estará lá, sobre nós e nos momentos mais inesperados.
Ao falar isso percebi que ele me olhava fixamente. A Chuva estava um pouquinho mais forte, e o pouco dos seus cabelos que estavam fora do capuz estavam meio umidos já. Ele é bem alto, uns 1,80m e eu um gnominho, uns 1,55m.
- nossa. Tô até sem palavras Fran. - respondeu me olhando fixamente. Seus lábios estavam entreabertos e percebi que respirava mais forte. Me aproximei mais dele e disse:
- Não precisa falar nada, o momento já diz tudo. - respondi.
Ele se aproximou de mim e com os nós dos dedos tocou meu rosto já úmido pela chuva. Meu corpo se ascendeu em chamas, aquela mão, aquele toque me fizeram perder o chão por um momento. Eu fiz o mesmo. E senti seu corpo mexer. A pele era macia e cada traço, mesmo imperfeito, realçavam ainda mais sua beleza. Fiquei na ponta dos pés, e mesmo assim não pude alcançar seus lábios.
- o que está fazendo? -- disse rindo de mim.
- tentando te beijar mas tu é um elfo alto pra caralho - retruquei fazendo voz de brava.
- e você é um gnominho muito ousado.
Ao falar isso ele me puxou para si me enrguendo a ponto de nossos rostos quase se unirem. Nossos lábios se encontraram. E um beijo que se iniciou calmo e sutil se transformou em uma avalanche de desejo e calor. Sua língua invadia minha boca e a minha a dele. Eu apertava sua nuca e entrelaçava meus dedos em seu cabelo. Ele com uma mão segurava minha cabeça me guiando e com a outra mão segurava meu quadril com força e pude sentir suas unhas na minha pele. O tesão tomou contra do nosso corpo. Eu queria que ele me fodesse ali. O seu cheiro, seu toque fizeram minha buceta enxarcar e pulsar quando percebi que seu pau também está ficando duro e apertando minha barriga. Comecei a me mexer mais para instigar ainda mais sua ereção. Sua respiração estava ofegante. O calor do corpo dele se unia ao do meu. A Chuva começou a engrossar mais. Até que ele soltou meus lábios, ainda me segurando, disse:
- essa é a hora que eu digo o plural de decimal? Falou mais calmo, sexy e provocante possível.
Ofegante, somente ri e saímos correndo para se abrigar em algum toldo ou algo do tipo. Não achamos nada como um toldo mas tinha uma rua pequena com algumas lajes que podíamos nos abrigar. Estava meio ruim de iluminação e a chuva estava torrencial. Não havia ninguém na rua. Só nós.
Coloquei sua mochila atrás de mim para que ela não molhe mais. E voltamos a nos atracar. Ele me beijava com força e começou a tocar minhas costas e quadril. Chegando ao meu bumbum. Ele o apertou forte e soltei um gemido leve. Ele começou a beijar meu pescoço e eu coloquei minha mãos dentro da sua blusa e abraçando- o arranhei suas costas com minhas unhas. Ele me empurrou mais contra parede soltando um "hmmm" carregado de tesão.
Olhei ao redor para detectar alguma câmera por ali e não vi nehuma.
Voltamos a nos olhar nos olhos e fui descendo minha mão para seu peito e enquanto fazia ele me olhava e mordia de leve o lábio. Sorriu e rapidamente segurou minha mão em negativa.
- tá louca Fran, estamos na rua. Podem nos ver. -- disse cauteloso mas se roendo de tesão.
- que nada, não tem câmera ao redor e a chuva não daria para ver muito coisa.
Desci minha mão até chegar no seu pau, que estava duro como pedra. Comecei a alisa-lo suavemente, para cima e para baixo. Ele colocou o corpo mais perto de mim. E gemia de leve no meu ouvido enquanto eu o punhetava por cima da roupa mesmo. Eu também gemia e meu tesão era tanto que eu poderia gozar ali a qualquer momento, só de sentir aquele membro gostoso e aqueles gemidos sexys. Até que fui surpreendida com ele dizendo:
- Desce mais... desce mais... -- sussurrou.
Dei uma rápida olhada em volta e fui abaixando a calça e cueca dele a ponto que só seu pau ficasse à mostra. Seu membro estava pronto para mim e sua glande reluzia de um mel que estava louca para beber. Ao colocar seu pau na boca, o fiz olhando em seus olhos. Sua boca estava entreaberta e assim que abocanhei seu pau por completo ele fechou os olhos e com uma mão que estava apoiada na parede onde estávamos segurou minha cabeça. Comecei a chupar aquele pau com fervor. Ele gemia, mas os sons era abafados pela chuva forte que caia.
Ele começou a guiar minha cabeça com mão e eu a acariciar as suas bolas. Continuei chupando e fui sincronizando com as mãos em uma leve punheta que começava da base do seu pau, bem rente aos pelos até metade do membro. Eu tirei levemente o pau da boca e fui lambendo e chupando a glande até que engoli seu pau novamente.
- Fran, para, eu vou gozar.-- disse entre gemidos.
- então goza -- respondi. Mas sei que ele não me ouviu.
Continuei engolindo seu pau com mais rapidez, até que ao engoli-lo completamente e fechar a boca ele empurrou mais minha cabeça e projetando sua pelve contra mim pulsando e gozando na minha garganta. Suas pernas tremiam enquanto ele esporrava na minha boca. Era muita porra. O líquido quente encheu minha boca e enquanto seu pau ainda esporrava fui lambendo toda a extensão dele e a glande que ainda pulsava. Depois de deixar ele limpinho, eu coloquei seu pau dentro da calça de novo, dei um beijinho e cambaleando me ergui. Por incrível que pareça, eu gozei com ele fodendo minha boca; enquanto ele me guiava e gemia minha buceta pulsava e na sua última estocada, quando finalmente ele se libertou com aquele gozo quente e viril, eu explodi em um gozo magnético e pulsante; por alguns segundos eu fui ao céu e voltei.
Seu olhar era um misto de tesão e incredulidade.
- o que foi? -- perguntei curiosa. Ele ainda ofegante, apoiando um braço na parede e com uma mão em meu ombro disse:
- não acredito que você engoliu minha porra. E não acredito que fizemos isso no meio da rua... -- desabafou meio ofegante ainda.
Eu sorri e disse calmamente:
- você disse: desce mais. O que eu poderia fazer? -- respondi dando de ombros. Ele deu uma gargalhada e encostou minha cabeça em seu peito me abraçando. Ficamos assim por um tempo. Conversamos mais, nos beijamos até a chuva dar uma amenizada.
Fomos caminhando até o metrô. Carreguei meu bilhete e fomos para plataforma. Entramos no trem e por coincidência encontramos dois amigos dele. Nos comprimentamos, e eu desci na próxima estação.
Os dias após esse foram bons. Como todos os outros e a chuva sempre voltou a cair... [...]
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Somente você!
Sabe aquele momento em que você encontra a pessoa certa? E tão bom né! Eu encontrei mas por conta de coisas que aconteceram comigo antes dele chegar, o deixei ir de maneira tão cruel e horrível! Hj eu vejo que não sei viver sem você eu necessito de você presente em minha vida!!!!!
Quando você chegou foi tudo tão bom pq você me mostrou o amor,carinho e tudo oq e de bom pra se sentir nesse mundo,eu errei assim como todo mundo erra e sinceramente essa não era minha intenção eu estava cega de raiva e de rancor, você sempre esteve do meu lado prometendo me curar de tudo que já tinha me acontecido, eu não aceitei e simplesmente fechei os olhos e fiz tudo que não deveria fazer.
Hoje sigo minha vida só, sem seu amor, carinho.... Eu tô perdida em turbilhões de pensamentos e sentimentos! Não sei quem sou mais pq só sabia quando tinha você ao meu lado me mostrando toda uma vida colorida e cheia de graça.
Vivo e um mundo onde e tudo preto e branco e sinceramente sem você minha vida não tem cor e eu não tenho ânimo pra continuar, queria poder estar nos teus braços agora provando do seu abraço quentinho e cheio de proteção mas no momento estou em minha cama tão grande e tão vazia sem você! Não sei oq fazer estou perdida! Volta pra mim e me ajuda a ser oq era com você comigo?! Te amo!!!
I only want you!
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Meu verdadeiro amor [...]
Bom eu nunca achei que amaria alguém depois da Eduarda pois eu achava que não existia nenhuma mulher melhor que ela. Foi algo tão grandioso em minha vida um sentimento tão forte que eu achava que realmente era amor porem eu me enganei eu estava apenas em uma ilusão de paixão eu achava que era maduro o suficiente que sabia o que estava fazendo porem não eu me enganei totalmente e eu descobrir isso dia 14/01/2017 as 00:41 quando eu estava ali sentado em uma cadeira em uma casa onde havia uma festa de aniversario, eu estava rodeado de gente porem só enxergava uma Mulher apenas ela dançava e sorria com uma intensidade tão forte para mim que eu me encantava com cada sorriso lembro como se fosse hoje ela de bori branco sei la como se escreve isso kk tinha um decote muito excitante rs mais fiquei quieto na minha né uma saia preta e uma sapatilha POHA meu que Mulherão da poha estava ali comigo e eu via nela oque não via mais em ninguém ela gostava de mim pelo o que eu era. 👩‍❤‍👨 Ali nos curtiu brincou e se beijou falando nisso aquele dia esqueci o guarda chuva da minha mãe naquela festa 🤔 agora sei onde perdi kkk ... Quando eu estava levando ela para casa eu só sabia ouvir oque ela tinha pra falar e eu a olhava como um amor unico ali <3 o tempo foi passando e ela foi ficando mais proxima de mim cuidando de mim e não me abandonou pois eu estava passando por um periodo foda em minha vida pois fui traido pela minha ex . Porem eu não queria falar nada de sentimentos sem ter certeza sabe ? ela era boa de mais para eu ramelar porem ela queria porque queria namorar comigo e era oque eu mais queria naquela droga de vida porem ouvir minha mãe espere no tempo certo e eu continuei ali com ela $2 Lembro até hoje quando ela me chamava pra ver ela e eu não tinha um real no bolso kk teve um dia que sobrou do meu salario 70 reais e tinha uma mulher que vendia prata na empresa eu olhei e pensei poxa que linda essa pulseira ela tinha um simbolo do infinito e logo pensei independente de tudo vamos sempre se encontrar rs e fui e comprei e nesse dia ela me chamando pra ir ver ela -.- e eu nao tinha 1 real kkkkkkkkkkkk pra passagem porem eu disse eu vou peguei um tubinho que tinha uns doce ai comi o doce né porque era mo bom kkkkkk e coloquei a pulseirinha lá e fui na casa dela tava os amigos dela e tals a mãe dela trouxe um suco maravilhoso que suco bom era natural <3 conversa vai conversa vem e eu perguntei se ela queria doce que tinha ganhado em um chá de bebe rs ela rejeitou de começo mais eu insistir e ela aceitou quando ela pegou ela deu aquele sorriso que “SÓ DEUS SABE O QUANDO AMO ESSE SORRISO” ela ficou toda boba e eu fiquei tão feliz por te agradado ela <3 e voltamos a conversar e ela comentou quando eu vi o onibus passando eu disse: ele esta nesse ai ! eu sorrir e disse é mesmo mais na verdade eu fui andando e voltei andando porque ela era a melhor coisa que tinha me acontecido dias foram se passando a convivencia foi ficando mais proxima e meu amor por ela foi se abrindo e eu só queria que ela se tocasse o quando eu a amava porem não queria falar pois achava cedo :\ . Lembro quando nos ia no Saideira era um barzinho que tinha na esquina e lá conheci os amigos dela teve um dia que fomos lá e conheci os pais delas uau pensa na vergonha HSUAHSUA porem eu os conheci foi tudo tão bom tão magico ela sim era o MEU LUGAR pois eu me sentir bem com aquela mulher maravilhosa que Deus mandou pra mim s2 ...
Lembro das nossas brigas intensas e desentendimentos porem qual o casal que não briga né ? Eu só sabia pensar nela me lembro do bolo que ela me levou no serviço meu Deus que bolo gostoso até dei um pedaço pro meu supervisor eu sempre falava dela pra ele e ele apoiava ela de coração pois o meu supervisor que me abraçou quando eu estava la chorando com um urso na mão e um monte de roupas que minha ex jogou pela varanda ele que conversou comigo ele que perdeu o dia de serviço pra ficar la comigo no refeitorio conversando comigo me dando conselhos tentando me apoia ele sabe o sofrimento que passei e quando eu falava dela pra ele, ele sorria e disse ela te ama muito pra fazer tudo isso por você e eu fiquei tão feliz 💕 Porem um dia eu recebi uma mensagem da Eduarda eu passei horas pensando se abria ou não ... Quando pensei em abrir eu recebi uma mensagem “Amor vamos ir no saideiras” foi ai que veio mil lembranças boas e falei vou sim amor ... olhei pra mensagem da Eduarda não visualizei simplismente apaguei . os dias foi correndo era para tudo melhorar e foi melhorando <3 poxa e nossa primeira transa ? foi a melhor da minha vida serio mesmo que mulher maravilhosa ali que mulher que mulher meu Deus ... ali eu me peguei completamente bobo por ela completamente louco por ela ... aquele eu te amo querendo sair aquele namora comigo querendo sair porem eu tinha medo medo de ela me deixar depois que eu dissesse o quanto a amava eu tinha tanto medo tanto tanto medo 😫😭😭😭 brigas começaram e eu não estava sabendo lidar de verdade ... teve uma noite que fui no saideiras porem eu estava brigado com ela eu tentei conversar com ela e ela me destratou fiquei tão revoltado usei droga  e ela viu fiquei la nas alturas nesse dia foi o DJ.Erleson lá tava super lotado teve uma hora que encontrei o doto e o lorenzo e eles me falou que ela gostava muito de mim e eu disse “Na hora certa eu vou pedir ela em namoro” creio que ela nem sabe disso ou eles nunca contaram pra ela depois desse disse eu me arrependi tanto dos meus atos e esperei um tempo para ir atras dela só que ela estava tão diferente começou a ir para igreja e tals e teve uma hora que ela me disse que Deus tinha dito que eu não era o cara certo pra ela 😫 eu pensei como isso é possivel se todos os dias eu agradecia a Deus por ter colocado ela em minha vida onde ela foi a cura do meu sofrimento onde ela foi a unica mulher que me mostrou oque era amar de verdade amar naquele dia que ela me falou isso eu tinha saido do meu trabalho antes do horario e fui direto pra casa dela e eu só tinha 5 reais kkk fui la pra dizer que a AMAVA pra pedir ela em namoro e ouvir isso dela <\3 foi uma dor tão grande pois meu medo de ela me deixar acabou vindo a tona ela me deixou eu tinha 2 reais no bolso comprei 4 cigarros e fui pra casa andando pensando onde eu errei oque eu fiz oque eu fiz pra merecer isso :( depois disso eu fui atras dela varias vezes até quando eu sofri um acidente e ela foi no hospital me ver ela estava toda acabada por causa do serviço mais mesmo assim ela continuava a mulher mais linda da minha vida <3 e nos conversou e ela me deu um beijo <3 ali eu queria tanto me levantar e da um abraço nela dizer o quanto a amava e me ajoelhar e pedir ela em namoro 😫💕
mais eu não podia nem me mexer assim que eu sair do hospital eu tentei, tentei todas as noites quando todos estavam dormindo eu tentava andar eu tentava tomava 5 a 7 vezes remedio em periodos de minutos por causa da dor mais eu queria voltar a andar porque eu queria ir atras dela eu queria mostrar pra ela que eu estava ali pra ela ... até que me sentir seguro para ver ela mais era dificil então pedir pra ela me ver ela disse que ia e eu esperei e ela nao foi :( foi quando ela mandou mensagem eu não quero te da esperanças meu Deus como aquilo me destruiu porem eu não desistir eu fui do mesmo jeito que eu estava ver ela eu vi que minha vontade de esta com ela era maior que minha dor conversamos fomos a igreja porem ela novamente me rejeitou :( me afastei mais mesmo assim uns tempo depois eu mandava mensagem e ela nem tchum pra mim até que encontrei ela no fluxo no ponte alta ali nos conversou e ficou e ela disse “ TEM CERTEZA QUE QUER TENTAR ALGO COMIGO EU SOU DOIDA KK FOI ALGO ASSIM QUE ELA FALOU” LOGO FIQUEI COMO ? FELIZÃO KKKK postei fotos nossa e um texto no whats pra todas ver que eu estava suave que eu estava com meu amor, varias amigas minhas ficaram felizes porem ela era seca comigo nao me dava um pingo de atenção :( tentei de tudo pra voltar com ela queria fazer ela lembrar das coisas pequenas que fez tudo isso acontecer deixei uma cartinha com um chocolate que fosse fazer ela lembrar o quanto ela era especial pra mim fazer ela lembrar de mim mais ela não ligou pra mim :\ em dezembro eu comprei um urso de pelucia e chocolates e fiz uma certa e uma carta e iria dar pra ela de aniversario dia 24/12 eu liguei pra ela e ela nem me deu atenção ela nem se importou comigo então desistir de dá o presente pra ela e dei os chocolates pra minha irmãs e o urso ta guardado no meu guarda roupa :\ Eu precisava desabafar eu não aguento mais essa saudades dela não sei se ela me ama ou lembra da minha existencia porem eu lembro da dela e lembro que a amo muito <3 Jaqueline Pereira espero que o simbolo do infinito seja realmente verdadeiro e que você volte pois estarei te esperando,Não sei oque vai acontecer no futuro Só sei que aqui e agora , quero passar cada momento com você . Você é a primeira coisa que quero ver ao acorda . E a ultima coisa ... Eu amo você $2 . 
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2017
Em 2017, eu perdi o sentido da vida. A minha vida entrou em declínio. Enquanto em 2016, eu era taxado de louco, maníaco, perturbado, egocêntrico, insensível, babaca, arrogante, sujo, forte, em 2017, eu me tornei um ser completamente diferente. A vida se tornava em algo incomum, em algo destrutivo, algo que me matava aos poucos. A vida se tornava em algo sem importância alguma para mim. Eu não queria viver, apenas existir. Eu queria ficar invisível para que ninguém me notasse. Eu apenas queria viver cada passo sem muita gente me julgando e me olhando, querendo tirar alguma conclusão sobre quem eu era ou querendo desejar algo bom ou ruim, para mim. Eu apenas queria sumir.
Nos primeiros meses, eu sobrevivi. Eu me sustentei na ideia de deixar o mundo externo de lado e focar no meu interior. Eu comecei a escrever mais que o usual, contar mais histórias que o normal, ser mais introspectivo que o normal. As minhas histórias não eram compartilhadas, todas eram guardadas em pequenos espaços na minha memória. Tornei-me alguém um pouco mais preguiçoso, mais perturbado, mais sensível, mais impulsivo, mais emotivo. Mudei a maneira de ver o mundo e ver as pessoas. Se, antes, eu era observado, eu comecei a ser observador. Reparava nas pessoas com facilidade. Com os fones nos meus ouvidos, apenas tinha a necessidade de exigir que meus olhos analisassem cada detalhe de quem quer que fosse. O mundo começou a largar o colorido que estava presente em 2016 e começou a se tornar um pouco mais cinza. Tudo começou a perder as cores com o passar dos tempos e o mundo começou a ser algo completamente diferente do que se via em filmes de animação. Tudo tão cinza…
Os meses passavam, ainda assim, cinzento, indiferente. O mundo se tornava cada vez mais inóspito e cada vez mais, eu me aprisionava no meu. No meu, não era cinza, era preto e branco. Nele, tudo já havia morrido, mas nada estava morto. A alma de cada ser permanecia intacta, ninguém havia sido corrompido ou havia sido levado para outro lugar além daquele mundo. Sorrisos eram raros e tudo era uma tremenda solidão, tremenda melancolia. Porém, meados de maio, o mundo real voltou a colorir. Mesmo sob medo de dar errado, de falar alguma besteira, de nunca dar certo, de ser quem eu realmente me tornei, eu chamei ela para sair. Talvez, naquele momento, só ela fosse capaz disso, apesar de nunca termos nos visto antes. 
O convite para o cinema, por mais simples, casual, clichê, que fosse, era só uma forma de evitar falar muito e estragar tudo. Era a forma que eu tinha de evitar de falar dos meus gostos, dos meus vícios, da minha rotina, do meu passado. Era a forma mais prática de tentar cair no sentido poético.
Eram quase 19 horas e lá estava eu, sentado na praça de alimentação, vendo milhares de pessoas passando por lá. Umas, iam; outras, viam. Eu me sentia tão exposto ali, tão visível para todos e, pior que ter pessoas desconhecidas te admirando ou julgando, era ter pessoas que você conhece, acenando para você, querendo falar com você. Eu me sentia descolado e, então, coloquei os fones de ouvido e comecei a ouvir música. Assim, eu poderia me desfocar das pessoas ao meu redor e evitar escutar a voz dos mesmos. Longos minutos depois, ela aparece. Seu sorriso largo, meio desajeitada, vestindo um short que exibia suas pernas, foram as primeiras coisas em que eu observava. Ela tinha um sorriso lindo e aquilo, de alguma forma, mesmo sendo cedo demais, me encantava. Quando ela se aproximou, eu senti calafrios - mesmo sendo acostumado a ter garotas grudadas ao meu corpo, fazia meses que eu não me aproximava de uma menina como ela. Fomos para a sala de cinema e lá, eu tive a certeza de que tinha feito a escolha certa. O horário não permite falar o que aconteceu entre nós, mas foi tão bom que eu repetiria tudo aquilo pelos próximos 5 meses.
Com o mundo claro, novamente, minha vida começou a se organizar. Começou a existir uma rotina, os dias eram bem separados, minha vida estava praticamente organizada. Encontrar-me com ela aos finais de semanas eram o ápice da semana e a graça da vida era que: um, representava o último dia; o outro, o primeiro. Ela era responsável por me fazer feliz no último dia da semana, depois de tudo o que tinha passado durante e a responsável por me deixar bem logo no primeiro dia, antes de tudo vir a me destruir e ter que esperar até o final da semana, para me reestruturar. De alguma forma, eu me sentia bem com ela e, naquele momento, eu fazia tudo para que ela se sentisse bem comigo. As vezes, gastávamos nossos sábados deitados numa rede, com o notebook sob nossas pernas, assistindo séries, ou saindo para restaurantes caros e que não me alimentavam o suficiente - por conta disso, eu sempre ficava reclamando e ela sempre falava que eu reclamava de tudo -, ou saindo para bares, a fim de beber, ou indo ao cinema - feito dois idiotas, porque a gente nunca assistia o filme. Os meses passavam e cada vez mais, um conhecia mais o outro, os laços começavam a se fazer e outros, a se desfazer…
Mais um sábado e lá estávamos nós, deitados na cama, compartilhando do Netflix, largando o computador de lado para nos beijarmos até querermos tirar a roupa. Os sorrisos ainda eram os mesmos, largos e sinceros; nossos toques ainda eram apaixonados, singelos e sacanas. Ainda éramos nós, mas só até um momento. Já era noite quando, um simples deslize, quase acabava com tudo entre nós. Mensagens antigas de uma pessoa do passado e a exibição perfeita de que ela sentia algo por mim, só que expresso de maneira negativa. Ela sentiu ciúmes de mim e, de alguma forma, eu fiquei feliz por aquilo, mas fiquei triste porque sabia que iríamos brigar. Pedido de desculpas, mas a sensação de nó na garganta, de estar errado, de estragar tudo. Tudo, a partir dali, começaria a declinar, a desestruturar, a cair, a acabar. 
Fugi do quarto dela com o coração na mão, pensativo, pensando no que aconteceria a partir dali, como tudo seria. Meu pai tentava conversar comigo, mas eu não queria ouvir nada, só a voz do Jesse nos meus ouvidos, dizendo que alguém podia tomar o meu lugar. 
Minha cabeça rodava, rodava e rodava;
Meu peito apertava, apertava e apertava.
Já em casa, havia mensagem dela, falando que estava lendo a conversa, lendo algo que já não interferia mais em nada do meu presente. Eu não queria responder, então continuei fugindo. Fugi para o lado de casa, para o bar. Bebi o que não havia bebido no mês. Afundei o gosto da cerveja nos meus lábios e misturando com o gosto da boca dela. O gosto gelado da cerveja levava consigo todo o nó presente na garganta. Bebi realmente para, não esquecer, mas, não lembrar.  
Cheguei em casa, dormi. Acordei lembrando, como um trem, de tudo o que tinha acontecido. Cancelei os compromissos e permaneci em casa, pensando no que eu havia feito, no que eu havia decidido, no que eu havia dito, no que havia se passado. Não haviam respostas. Eu não sabia para onde eu ir. Novamente, como em 2016, a sensação de o mundo cair sob suas costas, veio à tona. Afundei-me cada vez mais em meus pensamentos ocultos e misturados com as memórias nossas. Nesse mesmo dia, chorei enquanto conversávamos…
Dia seguinte, nos encontramos. Distantes daquele sentimento que tínhamos, da proximidade que compartilhávamos. Estávamos distantes, um do outro, pela primeira vez. Sentados na cama, em silêncio, olhando um para o outro, esperando que as primeiras palavras fossem ditas.
“A gente precisa dar um tempo.”
Quando eu ouvi as palavras saírem da boca dela, doeu em mim. Não que eu fosse vítima, mas por eu saber que ela estava certa. A gente precisava respirar, sair, manter distância, tentar se encontrar sem ser obrigatoriamente um no outro. Eu só me encontrava nela, só queria ela quando tudo estava ruim, mas, dessa vez, eu precisaria respirar um pouco e deixar que ela respirasse também. Levantei-me da cama e fui embora. Ela pediu para que eu fosse embora, mas queria que eu ficasse, só não disse. Eu queria ter ficado. Eu queria ter me deitado, enchido ela de beijos e de elogios, dito a verdade para ela sobre o que se passava comigo, mas eu fui covarde, eu tive medo de tudo o que eu podia causar a ela num futuro próximo. Eu fugi, como sempre.
Dois dias depois, eu não aguentei. Voltamos a trocar mensagens, a discutir, a falar da vida, a se acertar, a fazer as pazes. A minha semana, a partir dali, seria menos conturbada, seria mais fácil de lidar. Eis que chega o final de semana, o nosso momento durante tudo. A mesa de bar, a mesma em que fiz o possível para esquecer o que tinha acontecido há 7 dias atrás, estava ocupada por ela. Ela e suas amigas, todas sorrindo, se divertindo, apreciando cada momento. Quando ela pousou o olhar sobre mim, sua cara fechou. De alguma forma, ela queria me evitar e tornar tudo mais difícil. Aproximei-me, cumprimentei todos na mesa e falei com ela por último. Ela não se levantou, apenas levantou a mão para eu cumprimentar. Sentei ao seu lado e mal nos falávamos. Tentava tocá-la e, de alguma forma, ela se afastava de mim. Pouco a pouco, sem poder tê-la, eu a queria cada vez mais perto de mim. Depois de algumas bebidas, risadas, conversas, mãos dadas, laços sendo refeitos, damos nosso primeiro beijo depois de dias. Minha cabeça pensava em mil coisas positivas para dizer a ela, mas eu não queria e não podia dizer nada além de desculpa.
Eu errei quando a deixei ir, abri mão de tudo por medo, mas eu nunca quis deixá-la mal, nunca quis despedaçá-la como eu já havia sido. Eu nunca quis que ninguém ficasse como eu fiquei: perdido. Eu me encontrava nela, só não entendia, só não aceitava, só não admitia. Ela tinha se tornado no meu porto seguro, de alguma forma, por algum tempo. 
Todos foram embora e lá estávamos nós. Ao lado da minha casa, sem querer se separar, sem querer se distanciar de novo. Levei ela até a minha casa e rumamos para o meu quarto. Por lá, no nosso maior refúgio, quase que santuário para os nossos corpos, para nos conectarmos, fizemos da nossa noite, algo melhor. Sentado na ponta da cama, ela sentou no meu colo e começou a me beijar. A porta ainda estava aberta e ela se levantou, trancou o quarto e apagou a luz. Dali em diante, seríamos somente nós. Alinhamos nossos astros em uma sintonia única, alinhou seu corpo para encaixar no meu com uma beleza rara, alisou meu cabelo com uma safadeza amável, alisou meu corpo com suas unhas imensas. Permanecemos no ato até nossos corpos não se aguentarem mais ficar em pé. De pé, vestimos nossas roupas e nos despedimos logo depois de nos despirmos por completo. Ela precisava ir embora. Precisava sair do meu quarto e ir direto para a sua casa, o local onde talvez eu não pisasse tão cedo…
Dia seguinte, mantivemos o contato. Continuamos conversando, mas a falta de interesse, de sentimento, de intensidade, já havia ido embora. Era uma questão de tempo até tudo desmoronar por completo. 
Quinta-feira, dia 6, as últimas mensagens e o final já previsto. 
“Eu não queria que terminasse assim, mas eu não estou bem. Eu não sei o que sinto e eu sinto como se minha cabeça fosse explodir à todo instante. Eu queria ficar, mas eu simplesmente não posso porque eu não estou bem. Eu preciso procurar ajudar para tentar me acertar.”
A nossa despedida foi no sábado e nosso final, quinta. A história chegava ao final e com ela, eu novamente voltava à estaca zero e me perguntava até quando vai ser assim: abrindo mão de um futuro promissor ao lado de alguém para ficar sozinho ou continuar pensando no passado, voltando para alguém que não te conhece mais?
Um dia depois do meu término, lá estava eu, abraçado na minha cama, em plena 5 horas da manhã, beijando a boca daquela garota que já vivera tanto comigo e já havia sido responsável por inúmeros relacionamentos não darem certo. A garota da pele morena e sorriso lindo estava ali, ao meu lado, um ano depois. O encaixe das nossas bocas não havia mudado mesmo depois dela passar tanto tempo beijando a boca de alguém que não era eu. Ela ainda tinha as mesmas manias bobas e singelas de me analisar, de tentar me ver com outros olhos, de que eu fosse exclusivamente para ela e dela, mesmo depois de tudo o que aconteceu em anos. 
Antes da gente se encontrar novamente, eu estava perdido. Mesmo comprometido, eu nunca sabia bem o que fazer - na maioria das vezes, ela quem decidia tudo - e isso me afetou ao ponto de nunca saber o que queria e muito menos, o que sentia. Acumulou tudo isso com o meu princípio de depressão - sim, eu tive - e comecei a desocupar minha vida de inúmeras responsabilidades externas e foquei em sobreviver. De alguma forma, mesmo distante, ela sabia o que se passava comigo. Ela sentia que eu estava mal, que eu estava triste, que eu estava diferente demais. De repente, a mensagem chegou no celular minutos depois que eu havia terminado. Ela sentiu…
Conversamos a noite inteira sobre o que se passava comigo, sobre como as coisas haviam ficado, sobre tudo o que nos aconteceu nesse tempo.
Ela sempre foi meu porto seguro, mas já não era importante para mim durante os 5 meses passados. Durante 5 meses, eu me restabeleci em outra pessoa, eu tentei com outra pessoa; ela passou 10 meses e se restabeleceu em outro corpo por tanto tempo. Eu deveria ter percebido que, se eu tentasse agora, eu me machucaria adiante. Era tudo tão recente para mim, para ela, para nós. Era tudo tão estranho para nós, mesmo a gente se conhecendo há anos, tão bem.
Já era novembro e um mês já havia se passado. Era dia 25 de novembro, meu aniversário, e eu estava, querendo ou não, ansioso para saber o que ela faria ou me daria. Acordei, fui à aula pela manhã, malhei pela tarde e, depois, fiquei em casa, deitado. Passei a tarde inteira deitado, conversando e respondendo várias mensagens de parabéns - nenhuma havia sido dela. De primeiro momento, eu estranhei, pois ela seria a primeira pessoa a me dar parabéns - como usual -, mas tentei me tranquilizar. Talvez ela quisesse me surpreender e chegar no final do dia, antes de ser dia 26, e me desejar parabéns. Eu mantive o pensamento positivo e evitei pensar tanto nisso.  
Meus familiares começaram a me perturbar para me arrumar, pois alegavam que iríamos sair para comemorar. No entanto, assim que eu subi as escadas, todos me surpreenderam. Meus amigos haviam preparado uma festa surpresa para mim. Eu não sabia bem o que dizer no momento, eu estava feliz. Foi a primeira vez que haviam feito uma festa surpresa para mim - haviam feito outra vez, em 2015, mas só haviam 4 pessoas na casa, então não conta, mas fiquei feliz da mesma forma. 
Cumprimentei todos e fiquei feliz por todos estarem lá. Todos meus amigos estavam onde eu sempre quis que estivessem: ao meu lado. No entanto, ela não foi. Eu preferi pensar que ela havia se atrasado, não havia chegado ainda ou que ela viria no dia seguinte, compensar por não ter vindo. Tentei não lembrar e foquei em me divertir com meus amigos. A festa não era das maiores - haviam menos de 15 pessoas na minha varanda -, mas era a melhor - quase -, pois as pessoas que eu amava, estavam ali. Eu agradeci, internamente, aos céus por poder partilhar daquilo. Eu estava feliz com eles ali, na minha frente e ao meu lado!
Amanheci e nenhum sinal dela. Talvez, por mais que eu quisesse evitar, fosse um sinal. Não receber mensagem também era uma mensagem. Ela sinalizou que, ou ela iria acabar tudo, ou que eu era insignificante, ou que não tinha porquê me dar parabéns, já que não havia dado quando foi o dela. Eu preferia ficar com a terceira opção e segui minha vida. A gente já estava há mais de uma semana sem se ver e aquilo era ruim para mim. Talvez eu estivesse com medo de ficar sozinho e odiava pensar na ideia dela longe de mim, logo agora que eu estava disposto a tentar, a ser melhor, a fazer valer a pena. 
Antes do meu aniversário, no dia, eu não havia lembrado, mas ela havia mandado mensagem para mim, avisando que a gente não ficaria mais junto, mas eu pensei que fosse alguma coisa passageira, que seria superado logo e talvez, por conta disso, esperei que ela viesse até mim, mas não foi possível.
Dia 2 de dezembro, à tarde, ela apareceu na minha casa. Dessa vez, como uma estranha e não como alguém que eu amasse. Ela havia esquecido seu óculos e, depois de meses, foi buscar. Estávamos somente nós em casa. Não havíamos feito contato visual, evitei olhar no rosto dela. Ela foi direto ao quarto e procurou por ele. Poucos minutos depois, ela apareceu na sala e se sentou. Ela queria conversar. Permaneci em pé, tentando saber o motivo daquilo. Então, ela começou a falar tudo o que eu já sabia. Disse da dificuldade em que passávamos, da velocidade em que tentamos nos reatar, da forma como tudo aconteceu e, por fim, disse:
“Se antigamente, eu me importava muito que você viesse falar comigo, hoje em dia, não. É como se não fizesse diferença se você vem ou não. É como se eu não sentisse mais nada por ti.”
Naquele momento, mais uma vez, meu coração apertou. Em menos de dois meses, meu coração já havia se partido duas vezes. A cada dia que passava, a vida se tornava cada vez mais difícil de lidar, de viver. Cada dia, eu caía de costas no chão. Aos poucos, eu desmoronava.
Ela se levantou e pediu para que eu não sentisse raiva, só que era impossível não sentir raiva de alguém como ela e depois de ouvir tudo o que ela disse. Meu corpo reagiu com raiva e quando ela foi embora, a porta se fechou com força e nunca mais iria se abrir para recebê-la. Assim que ela foi embora, eu comecei a escrever - fazia exatamente um mês que eu não escrevia sobre algo. Ela rendeu uma boa história e eu, se fosse outro dia, talvez sofresse mais do que eu estava sofrendo, mas meus amigos tiraram qualquer chance de isso acontecer. Eu encontrei com eles horas depois e nos divertimos como sempre fizemos. 
Dia 14 de dezembro, quase 21 horas da noite. Eu estava no meu quarto, estudando, depois de uma semana inteira de prova e, de repente, meu telefone tocou
“Jarbas, rápido! O João está passando mal e está indo para o Hospital. Tenta avisar aos pais dele, urgente!”
Larguei os livros e fui atrás de me preocupar em resolver. Eu mantive, como sempre, o pensamento positivo. Evitei achar que fosse algo tão grave, preferia acreditar que ele tivesse ido jogar bola sem se alimentar direito e acabou passando mal. Poucos minutos depois, consegui falar com eles e, mantendo o pensamento positivo, pedi para que me mantivessem informado sobre o que acontecer por lá. Larguei o telefone de lado e voltei a estudar. 
Ainda dia 14 de dezembro, quase 23 horas da noite. Eu ainda estava no quarto, tentando estudar, mas pensando em mil coisas negativas, por mais que eu tentasse manter o pensamento positivo. Meu celular vibrou:
“Ei, João faleceu.”
Quando li, não quis acreditar, precisava ir até lá, ver se era realmente verdade. Minutos depois, eu cheguei e avistei meus três amigos, sentados, com a cabeça baixa, desacreditados. Realmente, era verdade. João havia chegado ao óbito…
Pela terceira vez, em menos de 3 meses, meu coração havia se partido ao meio. Eu não chorei em nenhuma das outras duas vezes, eu consegui segurar, me sustentar, mas saber daquilo, que a gente nunca mais se encontraria para falar sobre tudo o que nos era habitual, foi insuportável. As lágrimas que escorriam dos meus olhos eram tudo o que eu havia suportado emocionalmente em tão pouco tempo. Eu me senti frágil, incapaz, como eu havia me sentido nos últimos meses, antes mesmo de tudo acontecer.
Tudo veio em tão pouco tempo e me destruiu tão fácil. Eu me mantive de pé por tanto tempo, mas, de alguma forma, eu cai tão fácil. Eu senti dores que faziam meses que eu não sentia. Eu senti a dor que eu senti quando passei pelo meu período mais sombrio. Eu senti o mundo desmoronar pela primeira vez por completo. Eu senti não parar de sentir tanto…
Dia 19 de janeiro de 2018, quase 3 da manhã. Ainda estou aqui.
(…)
J. Santos
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whateverotherpeople · 5 years
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Sinto o peito bater
é o mesmo idêntico ao tic-tac do relógio
aqui dentro o tempo passa tão depressa,
me sinto uma ampulheta de um minuto
Sinto não ter tido um último amor,
apenas você Natan
eu juro que não to sabendo dançar sem ritmo com essa música solitária
a vida tem me escapado entre os dedos
e dessa vez não é a rotação da Terra
dessa vez sou eu
eu errei em encaixotar as utopias
mesmo sabendo que era teu o meu fôlego
e errei em desafiar o meu cansaço e segurar o choro
não dá pra organizar a vida inteira em um bloco de notas
ainda que o tempo seja curto
devia ter sentido o vento bater forte
fazendo minhas bochechas ficarem geladas até doer
e aumentado o caminho só pra ouvir mais uma música nos meus fones
queria ter sido mais autêntica nas minhas loucuras e ter decorado o céu de branco com pitinhas verdes
onde foi que eu me perdi de mim?
me deixei ser efêmera
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mateus-meu-colibri · 7 years
Conversation
Corações que sonham - Cap 78
Narrado pelo Mateus
- Você sabia que ela estava aqui, você fez de propósito Carla -eu disse bravo- Você não deveria ter feito isso.
- Eu imaginei que não haveria problema, Mateus afinal já se passou tanto tempo -ela disse se fingindo de sonsa-
- É claro que teria problema, esse era um sonho nosso meu e dela, você acha o que que as coisas iam ser esquecidas num piscar de olhos? -eu disse colocando as sacolas com as compras no porta malas-
- Desculpa, Mateus -ela disse e em todo esse tempo foi a primeira vez que senti verdade- Pelo o que vejo eu realmente não vou ser nada além do que a mãe do seu filho, a mulher que estragou seu relacionamento, eu vou ser apenas uma ponte e que sempre que você me olhar vai lembrar ou pensar que eu engravidei de proposito -ela me encarava- Mas essa culpa não é só minha, você se deixou levar e você preferia não usar camisinha.
- Eu nunca disse que essa culpa era só sua, eu sei muito bem o quanto eu errei em cada vez que deixei minha carne falar mais alto que meu coração -eu disse- E se você ainda alimenta qualquer esperança de que pelo fato de você tá grávida de um filho meu vai fazer eu querer algo com você, desculpa mas esquece isso eu nunca vou amar e me permitir viver com outra mulher que não seja a Giselle.
- Tudo bem, Mateus eu já entendi que eu nunca terei um espaço de verdade na sua vida, eu não vou ser nada além do que a mãe do filho fora do seu relacionamento -ela parecia que queria chorar- Mas ela mesmo já disse que não quer mais você.
- Ela ainda está magoada, eu sei que voltaremos isso é só uma questão de tempo -eu disse- Vamos, eu vou deixar você na sua casa.
- Ok! -a Carla disse e entrou no carro-
Seguimos em silêncio até a casa dela e ali ajudei ela a carregar as sacolas para dentro da casa e após me despedi fui para casa.
[•••]
- Gente, um minuto da atenção de vocês -a Giselle chamou nossa atenção, ela estava linda e sorria muito contente com o aquele momento mágico para ela e a Thaís- Agora, chegou a grande hora de descobrirmos qual o sexo do bebê #ThaLu -ela riu- Eu vou pedir que a Thaís e o Lucas venham até aqui -ela disse e eles se aproximaram de onde ela estava- Lucas, você tá vendo sua moto ali? -ela perguntou-
- Tô e ainda não entendi o que ela tá fazendo aqui no jardim ou invés de tá na garagem -ele riu-
- Bem, vamos lá -ela sorriu e caminhou junto com o Lucas e a Thaís até onde a moto do Lucas estava- Thaís fique aqui -ela posicionou a Thaís de frente para a moto, que estava com a traseira direcionada para um painel branco onde estava escrito "Menino ou Menina"-
- Ai eu to nervosa -a Thaís disse-
- Calma -a Giselle sorriu- Lucas, ligue a moto mas não acelera.
- Ok! -o Lucas ligou a moto-
- Preparados? -a Gi perguntou- Vamos fazer a contagem e no três você acelera Lucas.
- Tá bom -ele disse-
Nessa hora todos iniciamos em coro.
- Um, dois e três -o Lucas acelerou a moto e da descarga saiu um pó azul fazendo o painel branco ganhar outra cor-
A Thaís começou a chorar e correu para abraçar ela enquanto o Lucas ainda acelerava a moto até não ter mais nada na descarga, eu a vi chorar junto com a Thaís e naquele momento meu coração ficou em pedaços, afinal viver aquilo junto com a Thaís era o que ela mais queria e eu não permitir isso.
Depois da euforia eu vi ela sentada na mesa da cozinha e o Conrado não estava com ela, por um milagre, eu entrei na casa e sentei ao seu lado ela me olhou mas permaneceu ali quieta.
- Está vendo a felicidade deles? -ela perguntou olhando para o Lucas e a Thaís sorrindo e batendo algumas fotos-
- Estou -eu falei em um fio de voz-
- Era pra nós dois estamos vivendo isso também -ela disse e tomou um pouco da sua cerveja- Você percebe o que você fez, você percebe o tanto de coisa que nós dois vamos deixar de viver por esse erro? -ela me olhou- Você tem noção disso tudo Mateus?
- Tenho, eu tenho noção do que eu causei na nossa vida mas eu também tenho consciência que se nós dois nos esforçarmos a gente pode reviver todos nossos sonhos juntos agora de uma forma mais madura -eu disse-
- Sabe Mateus, eu realmente queria acreditar que poderíamos dar certo, eu queria ainda ter certeza que esse meu amor por você seria o suficiente para passar por cima de tudo isso e voltar pra nossa vida de antes -ela disse-
- Não fala assim, o nosso amor pode suportar muita coisa ainda -eu disse e segurei sua mão-
- Mateus, se coloca no meu lugar -ela disse me olhando- Pensa que eu trai você, pensa que eu tô realizando um sonho nosso sozinha, pesa que daqui em diante você vai ser obrigado a conviver com o fruto da minha infidelidade. Me diz, o seu amor aguentaria? -eu permaneci calado- Tá vendo, você não ia aceitar -ela levantou do banco- Por que então que eu tenho que aceitar, só por que te amo desde minha adolescência, só por que te amo como se você fosse a parte mais importante de mim, só por que eu sofro todas as noites por tá longe de você, só por que tudo isso aqui eu queria viver do seu lado? -ela já estava chorando- Só por que você foi a melhor coisa que meu coração sonhador resolveu me dar?
- Meu amor, presta atenção em tudo o que você esta falando -eu disse me aproximando dela- Você ainda me ama, você ainda quer uma vida comigo assim como eu quero construir minha vida com você -eu a abracei- Mas sabe por que você tem que voltar? Porque nada mais na minha vida fez sentido depois que você foi embora, porque aqui dentro de mim tem um vazio que só vai ser preenchido quando você voltar pra nossa casa, porque o nosso Pedro ainda vai chegar quando você estiver linda grávida pela primeira vez de um filho nosso -eu comentei- Porque todos os meus sonhos, o único que ainda esta faltando realizar é tornar você mãe e minha mulher de verdade -eu segurei seu rosto- Volta a ser minha, volta pra nossa casa. Por favor.
- Não faz isso -ela se afastou de mim- O Conrado está aqui, ele não merece isso.
- Tudo bem -eu me afastei tentando me conter- Mas você vai pensar na gente?
- Eu nunca deixei de pensar -ela disse-
- Mas promete que você vai pensar na nossa volta? -eu perguntei-
- Sim, eu prometo -ela sorriu-
- Ok! Só uma coisa -eu disse olhando para ela e logo para fora da casa e vi que ninguém nos olhava então lhe dei um beijo- Eu amo você.
- Eu também te amo -ela disse e me de um selinho-
Ela logo saiu da cozinha e eu fiquei observando ela caminhar na direção da Thaís e ali ainda fazer umas fotos e logo em seguida se direcionar até onde o Conrado estava, ela podia ser carinhosa com ele do jeito que quisesse, poderia olha-lo, abraça-lo, beija-lo mas nada disso seria igual como é comigo. Coração sonhador dela escolheu eu para realizar todos os sonhos que ela guarda dentro de si.
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foradobeico · 7 years
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COLUNA DO ANDRÉ PORRASTIERI: O QUE APRENDI NO MEU 7 DE SETEMBRO INESQUECÍVEL
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Rua Barão de Limeira 425, três da tarde de 7 de setembro de 1988: André, 23, um metro e oitenta e quatro, 65 quilos, cabelo nos ombros (dá o maior trabalho pra depilar, e fica esquisito quando eu uso regata), calça de veludo bege daquelas que parece que a pessoa tá pelada, japona e botina comprada no Rei do Couro em Piracicaba, entra na sala pra fazer sua primeira entrevista de emprego na vida e mente sem parar. Mente sobre sua experiência, que é nenhuma, sobre quanto viajou, quanto leu, que comeu a Rosinha na festa junina em Pira, o que está lendo, mente mente mente. Os entrevistadores são Umberto Eco, editor da Ilustrada, Nelson Rodrigues, editor-assistente, e Paulo Francis, secretário de redação da Folha de S. Paulo. Mas talvez ele esteja mentindo. Já tinha mentido no currículo que mandou - e deu certo, foi chamado pra entrevista, certo? O Álvaro Pereira Jr. mandou esse mesmo currículo pro Fantástico 20 anos depois e virou editor-chefe do programa.
E então é hora do teste: escreva em uma hora duas laudas dizendo quais são os principais problemas da Ilustrada e o que você pode fazer para melhorar o caderno. À máquina, favor corrigir erros com branquinho. Ainda bem que eu não errei nada, eu é que não ia gastar meu pó passando naquele papel. O que escrevi? Adoraria ler hoje. Lembro de citar acid house porque no dia anterior tinha visto o clipe do Technotronic no Clip Trip. Eu acabava de voltar de Londres, e tinha dado a entender no currículo que tinha uma larga experiência internacional (que nada, tinha só sido barrado e passado 45 dias morando no aeroporto igual o Tom Hanks. Só que nessa época ele ainda fazia papel em filme de cachorro, senão eu poderia ter colocado no currículo que quase ganhei um Oscar). Ironias: eu estava de volta ao Brasil. Minha namorada tinha seguido pra Londres sem mim e gastado todo meu dinheiro por lá investindo numa banda que ela dizia ser o futuro da música, o EMF. Eu absolutamente não queria voltar de novo à faculdade. Já tinha abandonado uma vez por causa daquele diretor paspalhão que vivia pegando no meu pé desde o dia em que matei aula para ir cantar “Twist and Shout” no desfile do 7 de setembro de 87.
Nunca tinha trabalhado em nada além de inseminação manual de vacas e já tinha decidido que esses negócios de fistfucking e jornalismo não eram para mim. Estava empurrando a vida com a barriga, que já tinha, pois me alimentava apenas com comidas dos anos 80, como pirulito do Zorro e lanche do Fofão da Diziolli. Um dia tomo café e vejo o anúncio no jornal: vaga para cobrir férias durante um mês, na Ilustrada. No penúltimo dia possível batuquei meu currículo inventado. No último dia fui entregar pessoalmente aquela falcatrua na Folha. Me perdi geral, não manjava nada daquele pedaço da cidade, e sempre que eu parava em uma banca de jornal pra perguntar onde ficava a Folha o jornaleiro me respondia que tava entre o Estadão e o Notícias Populares. Durango, não tinha como viajar no feriado, então fiquei na cidade... e no dia seis de setembro tocou o telefone me convocando pra entrevista no dia seguinte. Foi quando descobri, para meu horror, que jornalista trabalha em feriado. No dia sete fiz a entrevista. Foi meu sete de setembro inesquecível, meu dia da independência, praticamente meu quatro de julho. Comecei a ganhar minha grana, achei minha vocação e aqui estamos, escrevendo no Fora do Beiço. E é por isso que essa data é tão cheia de significado, de simbolismo para mim. Perguntei muitos anos depois para Umberto Eco: o que te deu para me contratar? E ele retrucou: tar, tar, tar, tar... No primeiro dia de manhã já fui pra rua com uma pauta. Zeca Camargo era o pauteiro, e me mandou fazer uma reportagem sobre o show do Circo Imperial de Dança do Ventre no Ibirapuera! Taí um cara que não olha só para o próprio umbigo. E aí começou. Na primeira semana já fiz uma entrevista internacional, com Gianfrancesco Guarnieri, e ele ficou olhando impressionado para mim enquanto eu fazia todas as perguntas em italiano. E comecei a escrever sobre qualquer coisa que pintasse de quadrinhos, porque o cara que mais manjava do assunto na Ilustrada, Marcos Smirnoff, tinha largado o jornalismo para lançar uma marca de vodka.
O mês passou e me convocaram para outro mês de cobertura de férias, agora cobrindo o Zeca Camargo. Nunca tinha visto tanto dinheiro. Nem tantos artefatos esquisitos dentro das gavetas da mesa do Zeca. O cara usava recursos tecnológicos que eu nem imaginava pra que porra serviam. E logo tinha uma coluna de HQ às segundas, e estava entrevistando Lobão, Titãs, Dr. Silvana e Cia, e fazendo matérias de capa, e indo para Londres entrevistar Tina Turner na casa dela. Não manjava nada daquele pedaço da cidade, e sempre que eu parava em uma banca de jornal pra perguntar onde a mulher da Cúpula do Trovão morava o jornaleiro me respondia que “we don't need another hero”, o que, anos depois, me deu a ideia para lançar a revista Herói.
Trabalhar na Ilustrada era o emprego dos meus sonhos quando eu era um colegial em Piracicaba, podem perguntar pro meu primo Zé Lelé. Miraculosamente, foi meu primeiro emprego, tirando as inseminações. E dezesseis meses depois de pisar pela primeira vez na redação da Folha, eu estava indo embora sem olhar para trás – até porque deixei uma conta pendurada na bombonière lá - convidado para ser editor da grande revista de música do país, a Bizzcate. Esses meses na Folha são um borrão inesquecível na minha vida – a tinta do jornal realmente manchava demais. Foi na Folha que eu comecei a virar eu, o Porrasta que vocês conhecem e amam. Foi lá que comecei a ser adulto, embora já tivesse cabelo branco desde os doze. Na Bizzcate eu já era editor, e tinha que controlar borderô e controlar o Nasi quando ele aparecia para dar entrevista depois de ter sido picado por escorpiões. Meu chefe quando eu saí falou: tá louco, você tá indo bem na Folha, vai trocar pela Bizzcate? Mesmo assim, me deu uma ótima dica: André, crava essa: Te cuida, Madonna, Patsy Kensit vem aí! Ele estava certo, eu estava louco mesmo... louco por aventura, e continuo assim. Foi fazendo a Bizzcate que me encontrei, inclusive com o George Michael na piscina. E depois larguei tudo para fazer revista independente, e montar editora, e veio outro projeto, e outro. Jamais parei de me enfiar em mil e uma e de meter as mãos pelos pés (coisa que também acontecia na época das inseminações), e sempre, SEMPRE dei um jeito de manter o olho no amanhã e energia para brigar com a Preta Gil no dia seguinte. Quase três décadas depois e sigo buscando, defendendo aquela independência, que comecei a conquistar naquele sete de setembro... Afinal, como diz a canção “Independência”, do Dinho Ouro Preto, uababara uababara oooo yeaaahh...
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d3ardiarytodayidied · 7 years
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Oi,
Mota. Tudo bem por aí? Como é que você está? É sério, é tudo no que eu só consigo pensar nessas várias horas, depois de tudo o que aconteceu. Quero saber se passa bem, se anda sonhando, se anda pensando demais... Tá fazendo isso? Do fundo do meu coração, espero que sim. 
Não sou boa para começar, por mais que eu ame escrever. Acho que você sabe disso, né? Eu sou sempre a que falo merda e que faço merda, mas a minha teoria é maravilhosa. Deve ter sido aí que eu errei. Achei que, por mais que tudo fosse real demais, poderíamos ser aquele conto de fadas maravilhoso, onde teríamos altas histórias para contar e, que no final, tudo daria certo. Mas enfim, eu não sou uma princesa, você não é um príncipe e, bem, estamos no mundo real. Não existe varinha de condão, mágica ou um autor que simplesmente resolve como as coisas vão acontecer. Só existe a gente, quem decide o que vai acontecer somos nós e nós temos que conviver com as consequências, por mais que elas não sejam tão boas.
Sabe, Mota, você apertou tanto a tecla que o problema era você, mas isso nunca entrou na minha cabeça. Eu tentei entender, tentei colocar toda a culpa em você, tentei enfiar na minha mente que eu poderia viver com essa ideia de que você não era o suficiente. Mas essas palavras mexeram tanto comigo que eu não consegui me conformar, não consegui entender e agora... talvez eu saiba o porquê. A culpa foi nossa, Matheus. É dolorido admitir, mas a verdade sempre dói, né? Suas razões estavam certas, entretanto. Realmente, eu sentia muito a sua falta. Por mais que eu estivesse ali com você, eu sentia que eu estava te atrapalhando, que eu tinha que dividir sua atenção. Aquilo me doía, mas eu fiquei quieta, por achar que era coisa da minha cabeça.
E foi aí que eu errei. Por que, infernos, eu fiquei quieta? Eu deveria ter chacoalhado sua cabeça e ter falado “ei, eu tô aqui! ”. Mas eu não fiz, não o suficiente. Talvez eu tenha mencionado, mas não chegamos a discutir, nenhuma vez, sobre isso. Eu simplesmente fui empurrando com a barriga, achando que um dia você iria cair na real. E, bem, você caiu. E caiu fora também. Talvez você tenha simplesmente enxergado a minha não-persistência e achou que era o errado. Não, não era só você. Como eu disse, ambos estávamos errados.
Também pequei em não te contar outras coisas, como por exemplo os sonhos que eu tinha para nós dois. Não seria fácil, Mota, mas na minha cabeça nós iríamos passar tudo isso juntos, assim como todos os casais lindos dos livros de romance que eu leio. Foi horrível perceber que você não queria ser incluso nos meus sonhos, ou pelo menos, não sentia que fazia parte deles. Errei em não dizer o futuro que queria para nós dois. Diferente de você, eu fui a burra que fui deixando tudo para a última hora, achando que até lá você entenderia. Como se você pudesse entender sem que eu te explicasse, né?
E, meu Deus Matheus, quando eu percebi isso, foi como se meu coração fosse arrancado de mim. Mais do que ler tudo o que você escreveu, perceber os reais motivos do porquê você ter escrito tudo aquilo me fodeu. Eu simplesmente, por alguns momentos, não tive força. E, como uma covarde, eu tentei, mais uma vez, jogar tudo para longe. Queria ter deixado a culpa em você, queria ter deixado essa porra toda em branco e até tentei arrumar um jeito de apagar tudo o que a gente viveu (por isso os bloqueios, me desculpe por essa covardia, se puder). Mas adivinha? Não dá para apagar coisas que foram tão reais da memória. Não sozinha, não com a própria força de vontade e muito menos, com falta de coragem.
Eu estava cometendo o mesmo erro, só que dessa vez, de dizer para mim mesma o que estava acontecendo. E quando eu percebi tudo isso, deixei isso bem claro na minha cabeça, vi que era tarde demais. Vi que, como mencionei lá em cima, que você tinha caído na real muito tempo antes de mim e tinha metido o pé. Como diz Clarice Falcão: “Eu não queria que você fugisse de mim. Mas se fosse eu, eu fugia. ” E eu te entendo, Mota. Por mais que eu não quisesse que você fosse embora, se eu estivesse na mesma situação que você, eu também sairia correndo. Uma retardada dessas não merece você. De verdade, foi sempre eu que não mereci você, Mota. E que bom que você percebeu isso. Por mais que me doa, eu te entendo.
Então, eu só quero pedir desculpas, no final das contas. Me desculpa por não ter corrido atrás, por não esclarecer e não contar para você tudo aquilo que passava na minha cabeça. Desculpa por ter engolido tudo aquilo que eu tinha a obrigação de ter vomitado. Desculpa tentar ser uma salada saudável para você, ao invés de admitir que você nunca iria gostar de salada. Nem com, nem sem tempero. Aliás, me desculpe tentar ser só a salada, enquanto eu poderia ser toda a sua refeição. Poderia ter sido o seu prato favorito.
E falando em refeição, você sabia que você era toda a minhas refeições, né? Eu me alimentava de você no café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e desjejum. Você era tudo isso para mim, e, principalmente, você era minha sobremesa. A minha parte favorita. E eu, burra, só me dei conta disso quando eu passei fome, necessidade de você. Por mais que seja “cedo” falar isso, é comprovado que alguém só consegue viver sem comida por 5 dias. Parece que eu vou ter que ficar sem me alimentar direito para o resto da minha vida.
Lembra da promessa que eu fiz para você? Quando eu te prometi, sentada no sofá da sua sala, que meu coração nunca seria de mais ninguém? Pois é, essa é uma verdade tão nítida como o fato de que a areia é incontável ou que o céu é infinito. Por mais que eu não me esforçasse em demonstrar, não te contasse sempre o que eu sentia, isso vai permanecer, Matheus. E nesse meu coraçãozinho tão fútil e idiota, ainda vai ter todo aquele amor que eu ainda sinto por você, e que ainda eu vou sentir. Não me sinto segura ou confiante e creio que nunca me sentirei ao me entregar, de corpo e alma, para alguém que não seja você. Isso é sério.
Espero, do fundo do meu coração, que você esteja bem. Por mais que não seja algo fácil (bem, para mim não está sendo), se é isso que te deixou bem, então eu ficarei bem também. Vou guardar, com todo o carinho, tudo o que passamos juntos. Todos os apelidos, as piadas internas, as risadas, os choros, as brigas, e principalmente, todos os nossos momentos bons. Quero lembrar da gente rindo, da gente se divertindo e da gente sendo feliz, mesmo que isso só fique no passado. Espero, do fundo do meu coração, que essa seja a última vez que eu esteja chorando por causa da gente, pois o que eu vivi do seu lado foi muito mais do que eu esperava. Foi perfeito, por mais imperfeito que fosse. Espero que as pessoas que estejam do seu lado estejam te ajudando e te apoiando, assim como as pessoas que me cercam estão fazendo comigo. E, do fundo do meu coração, espero que você encontre uma pessoa perfeita. Aquela que realmente te mereça e que faça tudo isso ser eterno, que te faça sentir completo, como eu não fui capaz de fazer. E cuide bem do meu coração, tá bom?
Te desejo toda a felicidade do mundo e que em seus sonhos, você sempre possa contar com pessoas que te façam bem. Sei que Deus te abençoará em tudo que você decidir. Se cuida, e não esqueça de que eu te amo. Desculpa ter escrito demais e não ter coragem de te dizer tudo isso cara a cara, mas é a única coisa que eu sei fazer. Até qualquer dia.
OBS: serei a menina que você vai ter orgulho de ter terminado, de verdade.
 Eternamente sua,
Daniela.
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h-ypnotised · 8 years
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E essa aventura que é gostar de você rendeu mais um capítulo. Mas dessa vez não vou tentar ser o mais breve possível. Sábado a noite, provavelmente todos estão em busca das mesmas coisas: Saltos altos, garrafas e acordar do lado de alguém. Pode ser um estranho, um namorado, qualquer um, quem sabe. Eu sei que não tenho essa coragem de colocar um estranho no teu lugar ainda, mas creio que sair de casa com esse pensamento me faz me sentir menos destruída. Tem amor por ai, só estou procurando nos lugares errados. O que eu fiz hoje? Sábado a noite, hora de colocar saltos e sair, né. Mas hoje a diversão foi um pouco diferente, eu sai pra te procurar. Brinquei de "caça ao fulano", e algo me dizia que eu sairia vitoriosa desse jogo. Eu sai na certeza que ia te trombar nas ruas escuras da cidade. Já que você voltou, era obvio que também estava por ai brincando de "caçar-qualquer-uma-que-estivesse-disposta-a-transar". Os dois jogando. Se eu te encontrasse por acaso, eu iria dar um jeito de enfiar na sua cabeça que não existe ninguém melhor que eu para você. Eu tenho que te encontrar por acaso. Só vai dar certo se eu te trombar por acaso. Por isso, eu fui em todos os bares da cidade, eu precisava te ver. Eu daria tudo para te ver. Fui nos locais mais descolados, você deveria estar ali. Mas pelas janelas de vidro eu não te vi lá dentro. Me recusei a entrar, mas passei em frente umas três vezes pra ver se era você de camisa preta, ou branca, ou agarrado em alguma garota. Não vi. Então ótimo, vamos continuar a busca. A vergonhosa e degradante busca. Fui naquele bar cheio de mesas na rua onde os casais sentam e esfregam na cara de quem não tem nada o quanto é bom ter alguém. Se você estivesse ali, estaria com outra pessoa, claro, mas felizmente ou infelizmente eu também não te encontrei. Depois de algumas doses de vodca eu não me lembro mais onde fui, a única certeza e que deixei em todas as malditas ruas dessa cidade o cheiro do meu perfume e gasolina. Onde raios você estava? Você estava em casa? Impossível, eu te conheço. Jogo com chance de 99% de fracasso. Então antes de desistir, corri pro lugar que supostamente você iria, caso estivesse encerrando a noite. Aquele lugar onde todos entram, compram uma cerveja ou um cigarro e vão pra casa dormir, talvez sozinho, talvez com alguém. Cheguei, entrei, peguei uma cerveja e sentei lá fora. Convicção que você aparecia ali, pra comprar água, sabonete, tinta pra cabelo, uma vassoura, ou maconha dos playboyzinhos que estavam na mesa ao lado. Eu esperei. Olhei pouco pro celular e muito para os lados. Torci para que você me ouvisse chamando em pensamento e aparecesse milagrosamente ali. Olhava pro maldito teto branco e eu juro que se alguém me desse uma caneta eu escreveria teu nome nele todo. Nos postes, no chão, na minha testa. O teto seria o espelho pra minha mente, que grita a porra do teu nome o tempo todo. Minha amiga do lado falando sobre caras aleatórios e eu só precisava de um. Apareceu muita gente naquele lugar, mas nenhuma pra sentar do meu lado, colocar a mão no meu ombro e falar "ele não vem". Eu errei o passo, deveria ter te procurado nas esquinas escuras do bairro, onde você estaria com outra garota, por que você é assim. E se estivesse em casa, o que eu não acredito que estava, estaria conversando com a bonitinha que comenta todas as suas fotos. Meu sexto sentido me diz que ela te tem. Mesmo de longe, ela te tem. E foi por isso que você desistiu. Por que provavelmente conheceu outra pessoa. Cuidado bonitinha, ele vai te empurrar de um prédio de 45 andares. Como eu já tinha caído mesmo, não custava nada te esperar naquela mesa.  Gente bêbada pra todos os lados, os garçons suando, pois essa noite fez um calor infernal. Uma moça soprando fumaça na minha cara. Naquele momento eu queria um cigarro. Naquele momento eu queria te ter ao alcance dos meus olhos. Fiquei até a cerveja ficar amarga, e repassava a cena na minha cabeça. Ah se eu te vesse... Eu correria em sua direção. Lembra daquela cena de Friends onde a Rachel beija o Ross depois que eles assistem a fita da formatura? Se colocar mais algumas doses de vodca, estilhaços de um coração quebrado e um batom borrado seria eu. Seria eu correndo de volta pra você, atropelando todas as suas provas de que eu não sou nada e nunca serei nada. Passando por cima do fato de que provavelmente você está apaixonado por outra garota. Pelo menos naquele momento eu ia querer esquecer tudo, e eu lidaria com as consequências depois. É como eu disse: eu já cai mesmo. Mas você não apareceu. E eu nem faço ideia de onde você esteja. E nem tenho idéias, ou prefiro nem imaginar. Sei que hoje é sábado e o último lugar que você está é sozinho como eu escrevendo algo pra alguém que nunca vai ler. Eu repito pra mim mesma, que tudo vai ficar bem. Eu preciso parar de insistir nisso, de criar essas situações. Eu preciso pensar em mim. Eu preciso parar de beber cerveja quente. Eu preciso parar de escrever pra você.
to be continued? 
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avoltadaspanelas · 5 years
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santiago hotel cooking and nature, um hotel que também é uma escola de cozinha
Há muitos e muitos anos, era eu uma jovem mãe a debater-me ainda com dramas de piolhos e não com saídas à noite até às tantas da manhã, quando ficámos uma noite no hotel Caminhos de Santiago, em plena cidade histórica de Santiago do Cacém. Na altura nem sonhávamos em ter um blog e lembro-me de que o hotel era simpático mas não deslumbrava, mas (não sei porquê) nunca me esqueci das casas de banho: enormes, todas forradas a mármore branco.
O hotel
Quando recentemente marcámos um fim de semana no Santiago Hotel Cooking and Nature percebemos que era precisamente o mesmo hotel, só que de cara lavada e com o selo da DHM - Discovery Hotel Management, dona do Praia Verde Boutique Hotel, do Furnas Boutique Hotel, do Azor, do Vila Monte Farm House, entre muitos outros. Aliás, é o primeiro hotel do grupo no Alentejo. Fiquei feliz da vida porque normalmente adoro os hotéis da DHM.
 Tal como o nome indicia, a gastronomia e a culinária são as principais atrações deste hotel que fica a 15 minutos de carro das praias desertas da costa alentejana. Mal se entra na receção, os adereços e os elementos decorativos não deixam margem para dúvidas. Utensílios de cozinha decoram as paredes atrás do balcão que alberga a receção e o bar logo à entrada. Há workshops todos os dias, de manhã e à tarde, com uma duração variável entre 1 e 3 horas.
Aliás, a receção partilha o espaço do restaurante que, por sua vez, tem a cozinha aberta atrás de um balcão enorme com monitores para se poder acompanhar todos os passos dos chefs e dos cozinheiros durante os workshops de culinária. Aqui respira-se e sente-se a paixão pela cozinha e, neste caso, os ingredientes locais, típicos do Alentejo são os protagonistas.
Fizemos o check in e ofereceram-nos um cocktail de boas vindas, mas como tínhamos uma mesa marcada para o jantar e chegámos em cima da hora, guardámos o cocktail para mais tarde. Antes, ainda fomos aos quartos, deixar as malas e fazer o reconhecimento do terreno.
Os quartos
Os quartos são giros, clean, funcionais e contemporâneos. Decorados com tons claros e com vários apontamentos de azul claro, têm uma vista deslumbrante para o castelo de Santiago. 
Em cada canto, descobrimos uma homenagem ao artesanato local: cestas, aventais, utensílios de cozinha em cortiça que se podem comprar na receção, entre outros detalhes deliciosos. E o mármore alentejano ainda lá está, em todas as casas de banho.
Os quartos são arejados e têm máquina de café expresso, uma garrafa de água L'Eau (que é trocada todos os dias), TV LCD, Wi-Fi gratuito, cofre, minibar, chaleira, enfim, tudo a que tem direito. E as casas de banho são ótimas, grandes e brancas, muito brancas, tal como os toalhões que são enormes e igualmente brancos.
Também há quartos familiares, se quiser ir com os seus filhos. Nós tivemos de apressar os nossos que já estavam colados aos telemóveis, esparramados em cima da cama, em vez de estarem à porta, em continência, à nossa espera para ir jantar. Onde foi que eu errei, meu Deus?
O jantar
Tal como nos outros hotéis do grupo, o restaurante do Santiago Hotel Cooking and Nature também se chama À Terra e, tal como os seus “irmãos”, privilegia uma cozinha com produtos locais onde o forno a lenha é o grande protagonista.
Por isso, aqui encontra uma grande cozinha (literalmente) com ingredientes alentejanos com um toque de autor. A nossa expetativa era grande mas infelizmente este À Terra está a léguas de distância do “irmão mais velho” do Praia Verde Boutique Hotel: a começar no couvert que não tem nada a ver com o requinte e a originalidade do do Algarve, e a acabar no serviço, passando pelos pratos principais, ficámos ligeiramente – para não dizer bastante – desiludidos. O couvert tinha pão alentejano, manteiga, dois queijos e uma taça com azeitonas e tremoços.
Como estávamos esfomeados e a nossa Família Mistério é de muito alimento, começamos com uns ovos mexidos com túbaras, pastel de bacalhau e de massa tenra, moelas e um torricado alentejano. O prato era ligeiramente confuso, os ovos estavam bons e cada um dos ingredientes desapareceu em segundos. Seguiram-se uns raviolis de camarão, bisque e espuma da mesma. Eram bons mas não adorei o molho, não porque estava mau, só porque não faz o meu género, mas o meu querido Marido Mistério gostou.
Seguiu-se uma pizza DIY para dividir por todos: os miúdos escolheram os ingredientes. Basicamente acrescentaram cogumelos, fiambre e queijo à clássica Margarita. A pizza era saborosa mas infelizmente a base estava estorricada.
Seguiu-se uma sugestão do dia que se tornou na maior desilusão da noite. O nome prometia: frango trufado (eu devia ter desconfiado quando me sugeriram “frango”, mas a expressão “trufado” ficou a ecoar no meu ouvido, e não resisti a experimentar). Ok. O frango trufado era um frango inteiro, seco e que nem sequer cheirava a trufas. Uma tristeza. O nosso mini misterioso com vocação para chef – e que adora trufas – era a cara da desilusão. O pior é que obriguei os nossos filhos a comerem o frango todo.
Já estávamos a abarrotar quando chegou o costeletão black Angus maturado, que salvou o jantar. Era ótimo, bem temperado, feito no ponto com uma apresentação original. Não sobrou uma fatia de gordura para contar a história.
E acredita que ainda tivemos espaço para a sobremesa? Eu juro que não queria, mas o meu querido Marido Mistério tanto insistiu que lá dividimos uma divinal sericaia com ameixas de Elvas, um gelado de mel e azeite. Estava mesmo incrível e até os miúdos, que torceram o nariz ao lerem a descrição do prato, se renderam a esta espetacular homenagem aos sabores do Alentejo.
Claro que depois desta loucura calórica, éramos os últimos clientes do restaurante, e quando nos virámos para pedir a conta, por volta da meia-noite, começámos a ouvir uma animada banda sonora a vir da cozinha: a famosa música do Rei Leão Hakuna Matata entoada pelos funcionários despertou de imediato todos os sentidos dos nossos filhos adormecidos. Adorei: é a alegria no trabalho em todo o seu esplendor.
Mas a nossa alegria acabou depressa, sobretudo para o meu querido Marido Mistério. O bar, junto à receção, à meia-noite e meia, já estava fechado. Vi uma uma pequena lágrima teimosa a querer sair do olho do meu estimado Marido Mistério. Ele que adora beber o seu digestivo depois de comer como o Pumba… Paciência: Hakuna Matata.
Perguntei ao funcionário da receção a que horas que fecha o bar e o rececionista esclareceu-me: "à mesma hora que fecha o restaurante". OK, ficámos esclarecidos. O meu querido Marido Mistério limpou a lágrima e lá fomos para o quarto com o voucher do nosso cocktail de boas vindas no bolso.
O pequeno-almoço
É servido até às 11h00 e fizemos um esforço sobre humano para conseguirmos estar todos no restaurante às 10h30. Prova superada, exceto para a nossa filha mais velha que foi a última a chegar, como sempre. O buffet é ótimo e variado com vários pães, croissants, bolos, iogurtes, cereais, frutos secos, queijos, fiambre, doces, nutella, manteiga de amendoim, panquecas e ovos feitos no momento, diversos tipos de leites, café e chás. Nada a apontar, todos os ingredientes eram bons e o buffet era muitíssimo bem servido, já o serviço propriamente dito era…sui generis, vá.
Às 10h40, já havia algumas travessas vazias. Olhei, por exemplo, para uma tacinha despojada de nozes e perguntei a uma empregada se tinha mais nozes. Respondeu-me prontamente com um sorriso:
- Não. Ainda não chegaram mais, estamos à espera.
- Para hoje?
- Isso eu não sei.
E afastou-se, mantendo sempre o sorriso. OK, as coisas acabam, mas escusavam de deixar a taça vazia só para nos dizer: chegasses mais cedo!
Já o meu querido Marido Mistério teve um diálogo com uma solícita e poliglota empregada que protagonizou o momento mais esquizofrénico do nosso pequeno-almoço.
- Tem leite sem lactose?
- Não tenho a certeza mas vou já confirmar.
Foi à cozinha e, um minuto depois, voltou:
- Temos sim.
- Então não se importa de me fazer um café com leite sem lactose?
- Com certeza.
Lá foi, super eficiente, fazer o latte. Voltou dois minutos depois com o latte mas com outra personalidade, saída diretamente de um filme de Almodovar:
- Aqui está el leche con lo café. Disfrute – num fluentíssimo espanhol.
E desapareceu novamente, perante o nosso olhar incrédulo.
Dez minutos depois, a mesma empregada passa por nós outra vez, encarnando uma nova personagem, desta feita de terras de sua Majestade:
- May I take your plates, please?
Ainda olhámos em volta, à procura de câmaras para os Apanhados, mas os nossos receios não se confirmaram. O que é facto é que esta senhora conseguiu a proeza de, no espaço de 10 minutos, se dirigir a nós em 3 línguas diferentes. Se isto não é eficiência a mais, não sei o que é.
Enquanto isso, uma outra empregada começou a percorrer todas as mesas a perguntar aos hóspedes se queriam mais alguma coisa do buffet. Nada de estranho se não faltassem 15 minutos para a hora marcada para o fim do pequeno-almoço. Os hóspedes olhavam incrédulos para a rapariga e alguns ainda se atreveram a lembrá-la de que o pequeno-almoço terminava às 11h00 e não às 10h45.
Eu entrei em pânico porque a nossa filha adolescente ainda estava a arrastar-se pelo corredor a chegar à nossa mesa. Nem a deixei pousar o telemóvel em cima da mesa e lá foi ela a correr direta ao buffet, mas acabou por se safar muito melhor do que nós porque pediu à cozinheira uns ovos mexidos feitos no momento, a que ela acedeu prontamente, e de sorriso na cara.
 O bom – os quartos
O ótimo – o costeletão e a sericaia
O mau – o bar fechado à noite
 Um ótimo fim de semana,
Ela
fotos: d.r. e casal mistério
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ᴘɪᴇ ᴢᴇɢᴇʀs 🙌
X02/07/2019 às 00:00via Windows
Procurei algum lugar pra descansar Me cansei de amar sem ter a quem amar Caminhei lugares sem te encontrar Sei que errei, perdi chorei
Mas você chegou e trouxe a paz Pro coração eu sei Transformou meu mundo E me mostrou o amor que eu deixei Sorte a minha, que a vida muda Muita coisa o tempo cura E me fez viver
Vem amor, e traz a cor pro que era preto e branco Eu vou te desenhando Vem amor e traz calor pro frio que vem chegando Eu tô te esperando
Foi bem assim, e essa foi uma musica muito importante p nós neh mÔ
La naquele nosso começo conturbado, onde não tinhamos apoio praticamente de ngm
essa canção, era o q nos fazia acreditar q tudo, absolutamente td ia valer a pena
vc sempre tão forte, sempre acreditando em nós, e eu por outro lado c medo
pqp o q era aquilo q tava acontecendo cmg? Q eu nao conseguia mais ficar longe dessa mulher
Não conseguia tirar vc da minha cabeça, nao keria q nenhum homem chegasse perto de ti
Nossa rs ela veio arregaçando td, arrebentando as portas, tomando conta do meu EU
E em pouco tempo, percebi q o q eu keria era viver pra sempre c ELA
Demorou p gente se acertar de vez neh, por sua causa? Nem
foi culpa minha mesmo, q antes tinha merda na cabeça kkkkkkkkkkkkk
Tu veio e deu um jeito no Zé, arrumou td, trocou as portas q tu fez kestão de kebrar,
meteu cadeado em td
e disse agora é MEU e fim de papo rsrs
Sou TEU, e kero ser pra sempre
Eu te amo com loucura minha, só minha Nenem
youtube
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animeintherain · 6 years
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Lar
Impotência
Acordo mais um dia na casa que é meu bagunçado, e relativamente fedido, quarto. Eu nunca tive vontade alguma de arrumá-lo, apesar de ser grato por tê-lo. Eu bocejo e coço a minha cabeça, olhando para a janela entreaberta. Me ajeito um pouco na cama para poder enxergar o mundo lá fora, sem pressa. Com uma mão eu puxo o vidro e sinto o vento gelado da manhã.
Eu moro no segundo andar, então posso ver o começo do movimento da escola. Eu posso até ser um aluno mas, desde que me conheço por gente, ao mesmo tempo faço parte da equipe de limpeza. Nunca trabalhei direito, pulo muitos turnos e trago problemas para todo mundo. Mas… por algum motivo, o prefeito da cidade pressiona, quer dizer, pressionava a escola a me manter matriculado. Eu não sou bom aluno, nunca fui, nunca serei, então não entendo porque ele fazia tanta questão...
Dou um grande suspiro e olho para o criado-mudo cheio de lixo do lado da cama. Em cima dele tem também um porta-retrato, meus olhos param naquela foto e eu me lembro de que não tenho tempo para desânimo. Faz pouco mais de um ano que aquele imbecil fugiu da escola e de casa, meus punhos lembram bem da briga que tivemos.
Eu levanto de uma vez e procuro algo para comer, toda a minha comida instantânea acabou... Acho uma velha caixa de leite na geladeira, mas eu não sou burro ao ponto de tomar, como fiz uma vez quando era menor. Bom, tudo bem, eu passo na cantina.
Tomo um banho rápido e ponho meu uniforme da escola e numa bolsa ponho o do karatê. Tinha lição de casa? ...Bom, tanto faz, certo? Eu nunca fiz mesmo. Calço o sapato e desço as escadas com energia, eu moro nos fundos, então em poucos minutos já atravessei o pátio. Eu passo cumprimentando os professores e funcionários, que me dão bronca, mas agora me tratam muito melhor do que antigamente. Eu quero treinar um pouco antes da aula, então corro para o clube. O professor ainda não está lá, o que é óbvio já que ele sempre se atrasa.
Eu deveria limpar o lugar antes de começar? Ah, mas assim eu vou perder tanto tempo… Se a Sakura estivesse aqui cedo como ela costumava seria mais fácil, mas depois do babaca ter ido embora, ela triplicou os estudos e vem menos aqui. Enquanto me decido na minha preguiça, minha barriga ronca e me lembro de que não comi nada… Pelo jeito não vai dar pra treinar agora…
Para não perder mais tempo eu pego minha mala e a bolsa do chão e corro para a cantina. Lá, o Ichiraku estava arrumando a cozinha com a filha.
- Bom dia!! - eu digo sorrindo. Sempre gostei dele.
- Bom dia, Naruto. Veio tomar café da manhã de novo? Aqui é para almoçar, sabia?
- Você deve ter o resto de alguma coisa! - eu digo fazendo carinha de dó. Ele suspira e procura em seus armários.
Eu dou risinho satisfeito e pego minha carteira de sapo. Tsc, não tem nada! E agora…
- Hmmm… você parece mais jovem hoje!
- Nem vem, Naruto! Está sem dinheiro de novo??
- E-heheheheh… - eu rio sem graça.
- Ahh… toma, é velha demais mesmo. - ele me passa um pacote de bolachas quase vencidas e um chá. Eu sorrio agradecido e sento para comer num canto.
Enquanto como na cantina vazia, vem na minha memória as vezes que eu briguei com o Sasuke aqui… Antes que eu percebesse, eu estava mordendo as bolachas com força pela irritação que eu sinto. Eu tomo mais um gole do chá para acalmar os ânimos, mas quando fecho os olhos para saborear melhor… eu lembro do idiota desesperado durante a nossa briga... Qual o sentido de ele procurar vingança? Eu não consigo entender… mas eu também não consigo tirar da minha cabeça a cara de dor que ele fazia… As pessoas pensam que o Sasuke é uma pessoa equilibrada e impossível de tirar do sério. Mas não é bem assim…
Eu termino o pacote e faço uma bola irritado e tento acertar o lixo. Errei lógico. Faz muito mais sentido um delinquente sem família como eu, largar a escola, do que o geniozinho, amado pelas garotas…
Arremessam uma coisa em mim e eu pego no reflexo. É uma bala? Eu olho na direção de onde veio o doce e lá está o Shikamaru no meio do processo de ir para a sala se arrastando. Reclama mas sempre vem. Eu sorrio para ele, entendendo mais ou menos que ele queria me animar, mas ele só suspira e continua seu trajeto. Eu resolvo segui-lo e o alcanço em poucos passos.
- Shikamaru, deixa eu copiar sua lição de casa?
- E você acha que eu fiz? - ele diz mascando um chiclete. - Qual que era a lição?
- Não sei também, mas deve ter.
- Aff, Naruto…
- Se você fizesse as lições, tiraria 10 em tudo. É só o que você tira nas provas…
- E eu vou fazer pra quê se eu passo sem? Pra você copiar?
- Nah… não seja mesquinho. Ah! Choji! - eu vejo o garoto parado no corredor comendo um pacote de salgadinho antes de entrar na sala. - me dá um pouco, por favor?
Ele olha pra mim e joga o resto na boca. Dois mesquinhos. Ao entrar na sala vejo que a Sakura e a Inu estão em lados opostos da sala de novo. Nenhum de nós três ousa falar nada e, na verdade, faz tempo que eu não falo com a Sakura. Às vezes acho que um dia ela vai virar chocada: “Nossa, Naruto, você cresceu!”. Eu observo ela de longe, enquanto ela estuda mais um livro que eu não entendo nem a capa. Eu pego meu lugar ao lado da janela e me sento olhando a cidade pela janela. O Sasuke está em algum lugar por aí… Eu perdi para ele uma vez, então pelo menos eu deveria ficar mais forte antes de procurá-lo de novo.
Minha mão pousa no grande arranhão da minha mesa. O Sasuke riscou por cima de um xingamento direcionado a mim sobre eu ser órfão… Ele fez isso no dia seguinte, mesmo eu tendo agido como se não houvesse problema. Quando eu questionei, ele fingiu ter feito por tédio. Eu passo minha mão devagar pelo arranhão, sentindo o meu peito apertar. Eu deito a cabeça na mesa para fugir do mundo lá fora, enquanto o meu coração bate forte com dor… Aquele idiota!
Negação
Mais um dia começa. Eu acordo dolorido no quarto abandonado de um prédio. É o esconderijo da organização que aquele pirado criou. Nada disso importa se eu tiver os meios para derrotar o meu irmão. Ficar treinando kendô e karatê na escola, tirar boas notas… do que isso me adianta? Não tem nada para mim lá. Assim que penso isso o rosto do Naruto aparece na minha cabeça. Eu pego a primeira coisa ao meu alcance e jogo na parede. Ele não é nada meu. Depois eu lembro da Sakura e do Kakashi, professor de ciências. Eu me sinto incomodado com a lembrança, mas eu sei que vai passar. Diferente do ódio que eu sinto, que vai passar quando eu sentir o sangue quente daquele homem nas minhas mãos.
O chefe esquisito, branco e doentio desse lugar entra no meu quarto com uma cara de satisfação. Eu levanto sem dizer nada e apenas sigo. Eu não me importo com o que eu tenha que fazer hoje, como não me importei ontem quando ele pediu para matar um cachorro. Eu penso isso, mas minha mão treme contra a minha vontade. Como se tivesse um olho nas costas, Orochimaru me provoca:
- Sentindo saudades de casa? - da para sentir o tom de sarcasmo na voz dele.
- Eu nunca tive uma casa. - ele ri.
- Então sente saudades de quê? - eu seguro a vontade de gritar com ele e respiro fundo.
Minha mão já não treme mais, eu olho para o chão, mas na verdade enxergo o menino que sempre me tirava do sério chamando meu nome. Eu sinto o meu sangue ferver. Pois bem, que chame em vão.
Passamos ao lado de uma sala com manchas de sangue embaixo da porta, eu olho pensando como isso será parte do meu dia a dia em breve. Ao longe o sino da escola toca e eu seguro a respiração por um instante. Minha fraqueza me aborrece. Orochimaru ri de novo. Qual é o problema dessa coisa? Um dia vou matá-lo também, sei que está me usando. Se eu conseguir uma espada de verdade…
- Ahh… se fosse tão fácil.
- Quer parar com isso? - eu digo irritado.
- Com o que? Estava falando do meu último experimento. - ele ri satisfeito por ter conseguido me provocar mais uma vez.
Nostalgia
Faz muito tempo já… Realmente, quanto tempo faz que eu não vejo essa mesa? Hoje estou limpando a minha antiga sala de aula. Meu corpo cresceu muito e está bem mais forte. Depois que o Sasuke se foi, realmente minha relação com os outros mudou muito. Eles tocaram as suas vidas, mas eu… Eu treinei e deixei de pensar em qualquer carreira para poder arrastar a mula teimosa de volta para casa. Eu o encontrei uma vez ou outra, mas n consegui vencer… Começo a empurrar as mesas para os cantos para me dar espaço. Essa sala parecia tão maior antigamente…
Ele… realmente… não terminou a escola. Minha mão para de trabalhar, quando lembro de como hoje ele é um criminoso procurado. Eu me lembro ainda de quando eu roubava lanche dele e tentava pregar peças ou o desafiava para as coisas mais estúpidas. Eu solto uma pequena risada quando percebo que no fim ele aceitava basicamente todos os desafios.
Não importa o que ele diga, nós somos amigos. Ele disse uma vez que quer me matar justamente por isso. Ele não entende nada, não é? Parece até que é o único que teve uma vida difícil. Eu não consigo esquecer também o jeito que as pessoas me olhavam. As tardes sozinho no parquinho… mas rancor? Eu ganho o que com isso?
Saindo da escola depois de limpar, eu ando pelas ruas deixando meus pés guiarem o caminho. A Sakura é incrível por conseguir traçar uma carreira, mesmo pensando no Sasuke e dizendo que ainda o ama. Mesmo que eu sinta igual, eu não… Igual? Hmm… Eu acho que não entendo isso bem… No fim eu consegui um pai só para perdê-lo depois… Ou seria um avô? Eu não entendo direito relações familiares… Mas agora entendo melhor o ódio do Sasuke, apesar de eu ter escolhido não me vingar.
Você… matou o seu irmão, Sasuke? Isso te fez feliz? Meus pés me levaram ao rio. Me lembro de nós bem pequenos cruzando caminhos aqui. Você me deixou uma impressão bem forte tão cedo... O sol se põe devagar, enquanto eu me aproximo da água. Me abaixo e deixo a água passar pelos meus dedos, ao meu lado, imagino um pequeno Sasuke sentado e triste olhando para o vazio.
AHHHHH! De nada me adianta ficar triste! Por que eu me sinto assim de tempos em tempos? Meu professor e pai morreu, mas eu ainda posso treinar, não é?? Eu me levanto de uma vez e dou as costas para o rio, me deparo com um pai e um filho dividindo um picolé ao meio. Minha energia se vai num instante. Então eu soco a minha cara e me lembro que um dia eu vou ser o prefeito dessa cidade! Força!
Confusão
Matei meu irmão como eu queria e agora minha vida não faz o menor sentido. Todos os dias eu sonho com o garoto loiro insistente me estendendo a mão. Eu costumo acordar na hora e sentir uma profunda dor no peito, seja porque eu amava o meu irmão… ou porque…
Enfim… outro dia desses, um retardado, que diz ser meu parente e alguém importante, veio me contar a história do meu irmão. Minha família tinha importância política demais na cidade, isso eu já sabia até certo ponto. Já que nós vivíamos num bairro mais afastado, mas os adultos estavam sempre insatisfeitos dizendo o quanto eles faziam pelo bem do povo. Esse cara disse que eles queriam dar um golpe que iria desestabilizar a nossa sociedadezinha suja e então o governo usou alguém de dentro para dar um fim nisso. Itachi… será que isso é verdade? Por que você achava essa gente mais importante do que nossa família, Itachi? Essas pessoas que nem ligam para o seu sacrifício e falam mal de você abertamente… Eu não sou capaz disso… para mim, você que me criou desde bebê, era quem eu mais amava.
A cidade pode muito bem queimar com todo mundo dentro! Ugh…
Minha cabeça dói… Eu aperto minha mão contra meu rosto e olho para a parede confuso. Você se foi tentando me satisfazer, morrendo pelas minhas mãos, sendo que você já estava doente… Quão difícil viver foi para você, irmão? Eu não consigo imaginar o quanto foi doloroso, mas… essa história faz mais sentido com a pessoa infinitamente gentil que eu conheci. Muito mais sentido do que o ódio que você tentou cultivar. Até nisso gentil. Já eu cresci, ganhei respeito nesse meio, tenho uns capangas meia-boca… então… o que eu deveria fazer agora? Eu não tenho algo que eu dê valor… E apesar de tudo, meu rancor contra o mundo não passa… Por quê você? Por quê eu tive que perder tudo?
Talvez… eu devesse simplesmente matar todo mundo que te usou.
Desgosto
Em guerra mais uma vez. Eu nunca pensei que eu seria chamado para servir ao exército a essa altura. O velho prefeito tinha se esforçado tanto para que nós não conhecêssemos a guerra… Ele cuidou de mim a distância com dedicação, eu sei disso. Cuidou de todas as pessoas de todas as idades, não que isso tenha o impedido de cometer erros… Mas o conflito foi inevitável dessa vez. Todos os países vizinhos contra um grupo terrorista… Eu suspiro olhando para os meus colegas que tiveram que parar suas vidas para se pôr em risco. Sakura já é médica e estava se especializando, gênia e esforçada não demorou nada. Shikamaru seguiu a carreira administrativa e política, como seu pai… Enfim… todos colocaram seus objetivos de lado para proteger o que amam. Eu os considero, no fundo, meus amigos, apesar de não ser próximo de todos. Gostaria que voltássemos inteiros para casa hoje…
Eu olho para frente de dentro do esconderijo, me preparando mentalmente para o confronto. Quando de repente, alguém senta do meu lado fardado e armado. Sasuke! Meu coração acelera contra a minha vontade com a surpresa e eu solto um suspiro irritado.
- O que você está fazendo aqui? - eu digo numa mistura de felicidade e desgosto.
- Vim proteger a cidade que eu vou governar num futuro próximo.
- Pffft… - eu seguro uma risada. - Me polpe.
- Eu vou fazer justiça ao meu irmão.
- É o quê? Você é tão confuso… na verdade, você é burro!
Ele não me responde, teimoso. Nós dois olhamos para frente tentando não abaixar a guarda. Mas eu discretamente olho o rosto dele e vejo o rancor sem alvo nos olhos dele. Eu suspiro e falo:
- Você acha que o seu irmão ia gostar de te ver nesse estado?
Enfurecido, com uma mão, ele me puxa pela regata que eu uso por baixo da jaqueta militar aberta.
- O que você pensa que sabe?! - ele me olha com fúria. Seu rosto contorcendo de dor.
- Eu encontrei Itachi uma vez. - os olhos dele não escondem o choque e a força na sua mão diminui. Eu seguro seu punho e continuo - Ele queria que eu te ajudasse.
- Ha! E você acha, de verdade, que é capaz de alguma coisa? - ele me dá um sorriso sarcástico que me desconcentra por um segundo, já que ele combina demais com esse uniforme.
Mas isso me faz soltar uma pergunta no impulso:
- Sasuke, o que é amor para você? - eu olho no fundo dos seus olhos escuros.
Eu vejo a dor e o medo nos olhos já um pouco insanos dele, sua mão treme de leve e ele desvia o olhar por fim.
- É uma maldição. Todos os tipos! Tudo! - sua expressão esconde desespero com sede de destruição.
- …….. - Me sinto mal por ele... mais do que imaginava. Sem saber, depois de tantos anos, com o que incentivá-lo, solto: - A Sakura ainda espera por você.
Ele suspira sem paciência e me solta.
- Como se eu ligasse… - O olhar dele volta para mim, mas eu não consigo ler o que tem por trás. - E você acha o que dela?
- Hmm? E isso importa agora? Não sei mais o que eu acho... Bom, a Hinata ficou incrível de uns tempos para cá! - eu sorrio ainda impressionado com ela enfrentando todo mundo, me ajudando, e largando mão do negócio da família.
- … é realmente uma maldição. - ele diz quase sussurrando, seu rosto cansado e solitário.
Eu me surpreendo com sua reação e sem pensar muito estendo uma mão em direção ao seu rosto, mas em seguida soa o aviso do ataque e eu puxo minha mão de volta, assustado comigo mesmo.
Intensidade
A batalha acabou. Muitas vidas foram sacrificadas. Eu olho para o horizonte sentindo dor nas costelas. Ao meu lado, Naruto respira ofegante de costas para mim. Ele também não está no melhor dos estados.
- Vamos decidir os nossos problemas de uma vez por todas? - eu pergunto sem olhar para ele. Quem sabe se eu enfiar uma faca nele eu paro de sentir esses desejos que não vão se realizar.
Ele se levanta em silêncio e me pede para seguir. Andamos com dificuldade, Naruto mancando. Tive tempo suficiente para reparar em como suas costas estavam mais largas, sua pele queimada. Ele ficou muito mais forte desde que o vi pela última vez. Lutamos juntos e isso me trouxe memórias que eu gostaria de dizer que não têm importância. Ele ganhou um respeito diferente do meu, as pessoas se sentiam inspiradas por ele. Eu olho para o céu pensando na vida que eu levei. Pode ser que eu morra agora. Não seria ruim, mas eu ainda tenho coisas a fazer. E para começar eu vou soltar essa corda entre nós dois, que eu me esforcei para cortar, mas o Naruto sempre reforçou.
Sem demora chegamos na cachoeira de nossa infância. Poucos passos para dentro da água e ele vira para mim decidido a me levar para casa. Qual é o problema dele? Por que faz tanta questão? Então brigamos, por horas que pareciam anos. Eu não aguento mais, mas não vou desistir, alguma coisa tem que justificar a vida do Itachi, alguma coisa tem que saciar a minha escuridão. E você, Naruto, é brilhante demais para isso.
Mas pela milésima vez, ele se levanta.
- Por quê? - sai da minha boca em desespero. - Por quê? Por quê? Desiste!
- Porque você é meu amigo. - ele responde sem exitar.
Meu peito queima com a resposta que ele me dá de novo e de novo há anos. Não é isso que eu quero! Não é! Que ódio! Eu penso e acerto o rosto dele de novo. Quando o derrubo e o imobilizo sentando em cima dele, eu percebo como seu jeito de me olhar não mudou, mesmo com o tempo e as coisas que fiz. Noto seu corpo forte, molhado pela água rasa onde caiu, através da regata fina que costuma usar por baixo das jaquetas. Não é isso que eu quero! Uma emoção diferente passa pelos olhos dele e me surpreende.
Distraído como estou, Naruto consegue me jogar na beira da cachoeira e sobe em cima de mim dessa vez. Ele me segura firme contra o chão. Mas logo ele desaba por cima de mim, seu rosto ao lado do meu e a respiração pesada.
- Eu vou me levantar o quanto for preciso. - ele diz ofegante e mais uma vez eu sinto uma dor no peito. Sem saber o que fazer, eu devolvo a pergunta ingrata de antes num diferente formato.
- Naruto, o que é amizade para você? - ele fica em silêncio um minuto.
- Eu não sei… mas toda vez que você se fere, eu sinto dor também. - sua voz é sincera e afetuosa.
Naruto, isso não é… Eu sinto o choro lutando para sair. Ele respira com dificuldade e sua mão se fecha num punho, tentando se manter firme. Num resto de voz ele chama o meu nome, tão perto do meu rosto. Eu não aguento e choro virando o rosto para outro lado, assim ele não poderia ver.
- Eu perdi, Naruto.
Compreensão
Eu limpo a sala de aula como fiz várias outras vezes. Dessa vez o Sasuke está comigo. Ele encara o arranhão na minha carteira e eu sorrio, com uma felicidade que não cabe em mim e me aproximo.
- Você lembra?!
- Argh… lembro… - ele cora e olha para a janela. Isso teve um quê de adorável?
- Espera um minuto que eu já termino.
- Ok… - ele espera olhando pela janela, o pôr do sol realçando seus traços.
Hmm… ele é bem… Ah, bom, deixa eu me concentrar!
Terminando a arrumação, eu o sigo até o rio. Sentamos na beira do rio como desejei tantas vezes.
- Eu pedi desculpas para a Sakura… - ele diz desconcertado.
- Hmm? Muito bom. - eu falo e me jogo na grama satisfeito.
Do canto eu vejo a Inu e a Sakura passando. A Sakura nos olha um pouco triste, mas feliz ao mesmo tempo. A Inu percebe e a empurra suavemente e faz um sinal de boa sorte para o Sasuke. Eu viro para ele confuso, mas ele apenas cora e vira o rosto. Passa um tempo, mas ninguém diz nada. Bem ao longe eu vejo um casal andando de mãos dadas. Alguma coisa me desperta um pouco de inveja e meus olhos são atraídos para a mão do Sasuke pousada na perna dele. Ele percebe meu olhar e sem dizer nada me estende a mão.
Eu coro constrangido, confuso, sem entender bem o que eu quero e o que tudo realmente significa. Quando eu toco as pontas de seus dedos, é como se um choque percorresse o meu corpo e eu tiro a mão assustado. Eu ouço meu coração nos ouvidos e respiro num nervosismo descomunal. Eu olho para o Sasuke e ele estava levemente corado, mas olhando fixamente nos meus olhos, seus lábios apertados. Existia uma sinceridade no olhar dele que me deixava ainda mais nervoso e me fez corar ainda mais. A mão dele era gelada, mas meu corpo quer mais dessa sensação. O que é isso? Eu olho para ele de volta sem saber o que fazer. Ele suspira decepcionado e devagar recolhe a mão, mas eu a seguro sem pensar. A surpresa escapa dos meus próprios lábios. Ele está mais corado do que eu e olha para o rio, passando a outra mão na nuca. Eu abro e fecho a boca sem ser capaz de dizer uma palavra. Eu sinto o meu calor passar para a mão dele e eu sinto tanta emoção com esse contato que parece que eu poderia chorar. Eu queria tanto isso? A calma começou a colocar os meus neurônios no lugar. Em silêncio nós apertamos as mãos e aos poucos a compreensão de tudo vem vindo a mim. Um amor duradouro que inunda tudo.
É tudo muito novo e um pouco assustador, mas… Eu percebo como estou feliz. É um pouco engraçado perceber a natureza dos meus sentimentos de longos anos. Eu aproximo meu rosto do dele, testa com testa, e solto um suspiro de alívio depois de tantos sonhos com ele. Nós dois sentimos vergonha. Eu olho com carinho nos olhos dele e digo:
- Bem-vindo de volta, Sasuke.
- Estou em casa… - ele sussurra de volta com desconforto, mas percebo que não acha ruim.
No fim eu acabo rindo e ele ri também.
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