A Tragédia do Tráfico de Animais
No início do mês de julho, a mídia noticiou o caso do jovem estudante de veterinária, de uma faculdade particular de Brasília, que foi picado por uma naja que ele criava ilegalmente em seu “apartamento”. Que várzea!
Felizmente, o criminoso (o jovem estudante) foi dignamente tratado em um hospital particular, inclusive com soro antiofídico cedido pelo Instituto Butantan (SP) e, embora tenha ficado por alguns dias em coma, já recebeu alta.
A vítima, a cobra naja (animal que não pertence à fauna brasileira), depois de ter sido encontrada abandonada perto de um shopping, foi resgatada e enviada para um zoológico. O ofídio passa bem!
Naja, espécie típica de países africanos e asiáticos (foto: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/07/13/estudante-picado-por-naja-deixa-uti-e-pode-depor-nesta-semana.htm)
Mas nessa história, o criminoso ficou livre e solto, enquanto que a vítima (a naja), foi presa! Lamentavelmente, os atos praticados pelo jovem não honraram a essência do curso que ele escolheu para se graduar, uma vez que o veterinário, dentre muitas atribuições, deve promover a segurança dos animais e a preservação ambiental.
O fato é que a naja foi mais uma vítima do tráfico de animais!
Segundo a ONG Renctas (http://www.renctas.org.br), o ofídio no mercado negro pode estar valendo R$7000,00. E o tráfico internacional de animais é a terceira atividade ilícita mais rentável do mundo, perdendo apenas para os tráficos de drogas e armas. O comércio ilegal de animais selvagens rende anualmente US$ 19 bilhões, segundo a International Fund for Animal Welfare, uma organização sem fins lucrativos de conservação.
Saíra-sete-cores, um dos animais brasileiros mais ameaçados pelo comércio ilegal de animais (foto: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/especiais/noticia/2015/11/saira-sete-cores-esconde-o-ninho-para-manter-os-filhotes-protegidos.html)
O tráfico de animais é uma das principais causas da diminuição da biodiversidade global; trata-se de um mercado que atende um tolo “sonho de consumo” de pessoas que querem ter um animal “diferente” dos pets tradicionais em seu lar, mas também é um comércio que abrange iguarias culinárias, substâncias utilizadas para fabricação de medicamentos, supostos afrodisíacos (sem comprovação científica), a cafonice dos troféus de caça, além do comércio de roupas e jóias.
Papagaio-de-cara-roxa, um dos animais brasileiros mais ameaçados pelo comércio ilegal de animais (foto: https://www.oeco.org.br/colunas/maria-tereza-jorge-padua/28844-papagaio-da-cara-roxa-uma-especie-resgatada/)
No Brasil, cerca de 70% do comércio ilegal de animais abastecem o mercado interno, o restante é exportado. Os grandes chefões do tráfico de animais (um movimento financeiro que aqui no Brasil gira em torno de US$1 bilhão) geralmente estão ligados à máfia russa ou da Europa Oriental, mas utilizam mão de obra pobre para capturar os animais, pessoas nativas que conhecem seus hábitats. Muitos outros intermediários (motoristas, caminhoneiros etc) são utilizados para transportar e comercializar os animais capturados que, em grande número, morrem de forma cruel durante o transporte, manuseio e acondicionamento.
No entanto, o tráfico internacional de animais silvestres é muito mais organizado do que aquele que é voltado para o mercado interno. A venda ilegal de animais exóticos para o mercado externo é muitas vezes mantido e financiado por milionários excêntricos, laboratórios farmacêuticos, funcionários corruptos de instituições governamentais e, até mesmo, de empresas aéreas.
Você sabe quanto vale destruir nossa biodiversidade? (fonte Renctas):
Venda Ilegal em Petshop (preço médio em US$)
Jiboia: 800 a 1500
tartaruga: 350
arara-vermelha: 3000
tucano-toco: 2000
Venda ilegal para Zoológicos (preço médio em US$)
arara-azul-de-lear: 60000
papagaio-de-cara-roxa: 6000
mico-leão-dourado: 20000
jaguatirica: 10000
Venda Ilegal para fins científicos
Venda ilegal para Pesquisa Científica (preço médio em US$)
jararaca-ilhoa: 20000
cascavel: 1400
surucucu: 3200
coral-verdadeira: 31300
1 grama de veneno da aranha marrom vale cerca de US$24 mil (foto: G1)
Como é que se combate o tráfico de animais? Com educação e com cidadania! Claro que as crianças e adolescentes devem aprender na escola que nossa sobrevivência depende da preservação sustentável dos recursos naturais, mas “enquanto existir um otário para comprar uma cobra exótica, existirá um criminoso para vender”.
Ei, não esqueça que o comércio ilegal de animais pode ser denunciado por qualquer brasileiro, em qualquer cidade:
Endereços para Denúncias
Linha Verde do IBAMA – 0800- 618080
Fontes:
1-http://www.renctas.org.br/ambientebrasil-trafico-de-animais-silvestres/
2-https://www.nytimes.com/2014/09/05/t-magazine/animal-trafficking-black-market.html
3-https://www.gov.br/ibama/pt-br
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Wild Life Crime: Animal Traffic
Wild Life Day is an organization (Linked Below), bringing all types of forces together in an attempt to put a stop to Wild Life Crimes. They bring in everyone from the public to Interpol and Customs! World Wild Life Day is set on March 3rd, 2015, and is observed by all UN member states. The goal is to recognize the CITES treaty and to raise awareness! They also desire to end endangered species due to ILLEGAL trade and trafficking.
http://www.wildlifeday.org/content/statements
Below is a link to the Wild Aid organization! Their mission is to protect and put an end to ILLEGAL animal trade through public awareness, campaigns and comprehensive marine protection!
http://www.wildaid.org/about
Obama signed an executive order on July 1, 2014 which created easier ways to work against animal trafficking and to also help other governments to build the capacity to stop it in their countries as well.
The rate of animal trafficking doubled in 2007, creating more endangered species!
Wild life trafficking is an organized crime network with funds helping to enable other criminal activity and wild life crimes.
Ivory is one of the major trafficked "goods"
Example: Rhino horns are worth twice their weight in gold due to the material inside of them, sometimes used for medicine.
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