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#estudos linguísticos
deadassdiaspore · 10 months
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antonioarchangelo · 1 year
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As contribuições dos estudos sobre a Evolução da Língua
A língua é um organismo vivo em constante evolução, e compreender suas mudanças ao longo do tempo é fundamental para a linguística. Para analisar essas transformações, a linguística utiliza duas abordagens principais: a sincrônica e a diacrônica. A perspectiva sincrônica concentra-se no estudo da língua em um determinado momento, enquanto a diacrônica observa sua evolução ao longo do tempo…
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aluna-hipster · 9 months
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Estudos linguísticos e correntes teóricas
AS PRINCIPAIS CORRENTES TEÓRICAS DA LINGUÍSTICA E OS ESTUDOS GRAMATICAIS
CORRENTES TEÓRICAS DA LINGUÍSTICA NO SÉCULO XX E DIVISÕES
Material de estudo para aprofundamento sobre Estruturalismo.
SLIDE ESTRUTURALISMO
INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA
ESTRUTURALISMO
Como a linguagem molda a forma como pensamos e revela a nossa identidade?
A Linguista Forense tem uma atuação diretamente pericial nas áreas de fonética forense (identificação de falantes); análise de conteúdo de sentenças e textos questionados nos tribunais, como rótulos, bulas de remédio e advertências; tradução forense; perfilamento linguístico de suspeitos em caso de investigações criminais e etc. Podendo atuar nas esferas cível, criminal, trabalhista, família. Os Tribunais de Justiça têm um quadro de peritos cadastrados. Peritos são solicitados como assistentes técnicos por escritórios de advocacia particulares, bem como pelo Ministério Público.
Objetivos da área: Proporcionar conhecimento dos aspectos legais envolvidos na prática forense e aprofundamento nos conhecimentos específicos necessários, informando e promovendo reflexões sobre a Linguística Forense, enquanto área de atuação, a fim de possibilitar a atuação em casos envolvendo evidências linguísticas.
O caso UnAbomber: Considerado o caso mais famoso que teve o auxílio da Linguística Forense para solução de um crime.
Solução: Manifesto foi lido por David Kaczynski que identificou as ideias e as expressões como semelhantes à de seu irmão Theodore Kaczynski, chamado pelo irmão de Ted. David entrou em contato com as autoridades que investigavam o caso e forneceu amostras da escrita de Ted. Os investigadores cederam as amostras fornecidas por David a Jim Fitzgerald, que concluiu, após as análises que Theodore Kaczynski era o autor do ‘Manifesto’. LIVRO AQUI
Saussure e suas contribuições para a Linguística
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LIVRO: SAUSSURE (1916) Curso de Linguística Geral.
Como a linguagem molda a forma como pensamos e revela a nossa identidade?
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blogdojuanesteves · 10 months
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HÊMBA> Edgar Kanaykõ Xakriabá
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"O céu respira a terra
Temos que ter cuidado
Pois uma foto é uma imagem"
[ Pagé Vicente Xakriabá, 2019]
Hêmba, na língua Akwê [ o povo Xakriabá pertence ao segundo maior tronco linguístico indígena brasileiro, o Macro-jê, da família Jê, subdivisão Akwê, um dos poucos grupos que habitam Minas Gerais.] traz a ideia de alma e espírito, na alusão da fotografia e imagem. É o nome do livro do fotógrafo e antropólogo paulista Edgar Kanaykô Xakriabá, publicado este ano pela Fotô Editorial, que promete ser o primeiro de uma coleção voltada para autores indígenas, publicação com incentivo do ProAc SP e com a parceria do Centro de Estudos Ameríndios (CEstA) da Universidade de São Paulo (USP) que disponibilizará uma versão permanente em e-book em seu repositório digital.
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Fabiana Bruno, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) edita - com participação de Fabiana Medina e Eder Chiodetto,  e escreve o texto do livro, o qual também acomoda escritos do autor e suas narrativas indígenas ( visuais e textuais)  que voltam-se não somente para uma poética vernacular, mas fortemente amparados pela produção gráfica do fotógrafo. A publicação teve consultoria da professora Sylvia Caiuby Novaes, do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas ( FFLch) da USP, especialista na Antropologia Visual. ( Leia aqui no blog o excelente livro organizado por ela: Entre  arte e ciência, usos da fotografia na antropologia (Edusp, 2016) em https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/143117323916/entre-arte-e-ci%C3%AAncia-a-fotografia-na-antropologia ).
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Edgar Kanaykõ Xakriabá nasceu em São Paulo em 1990 e vive e trabalha na terra Indígena Xakriabá, compreendida entre os municípios de São João das Missões e Itacarambi, no estado de Minas Gerais. É graduado na Formação Intercultural para Educadores Indígenas (Fiei/UFMG) e tem mestrado em Antropologia Social (Visual) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sua dissertação, Etnovisão: o olhar indígena que atravessa a lente (2019) é uma discussão acerca da utilização da fotografia pelos povos indígenas como instrumento de luta e resistência e o conceito de imagem, a primeira realizada por um pesquisador indígena em um programa de pós-graduação da UFMG. Sua composição baseia-se em registros fotográficos de sua comunidade Xakriabá, de outros povos, assim como de manifestações do movimento indígena no país.
Não somente para ler ou ver, Hêmba é um livro para uma imersão no universo peculiar do autor, que salvo raras exceções, distingue-se certamente de outras representações dos indígenas já publicadas no Brasil, as quais normalmente limitam-se a explorar o exótico e o superficial, explicitados pelo substantivo beleza. É uma publicação produzida por alguém que faz parte essencial de uma comunidade no sentido mais abrangente, ao incorporar uma colaboração multidisciplinar que assimila questões atuais de representação visual, como parte integrante de um processo mais profundo, filosófico e existencial, que apesar de nos mostrar belas imagens, algumas poucas até mesmo recorrentes, transcende em grande parte sua poética em seu fazer mais ontológico.
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A editora Fabiana Bruno, alerta em suas preliminares que "a fotografia é um meio de luta para fazer ver - com outro olhar- aquilo que o povo indígena é." A definição do próprio Edgar Xakriabá de conceber as fotografias no mundo, daí um conjunto de imagens que ganham este título Alma e Espírito- Fotografia e Imagem, palavras que aparentemente sugerem a mesma coisa, mas que de fato não são. Para a professora, a imagem é um dispositivo de resistência em sua linguagem. O gesto fotográfico torna visível mundos e cosmologias indígenas, a resistência e a sobrevivência em histórias: "As fotografias de Edgar Xakriabá correspondem aos próprios atravessamentos da sua história e pertencimento ao mundo das aldeias, relações e compromissos com os povos indígenas sem desvincular-se da construção de um olhar, que define seu trabalho autoral há mais de uma década, no qual se incluem as suas pesquisas no âmbito da sua formação em antropologia." diz a pesquisadora.
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Em suas narrativas os argumentos ficam evidentes quando o conteúdo desloca-se do mainstream dos acontecimentos generalizados sistematicamente. Já de início afastando-se das primeiras descrições mitológicas criadas pelos viajantes estrangeiros quando chegaram na América, mediações feitas pelo senso comum, que posicionavam-se diante desta incompreensível alteridade. O historiador americano Hayden White (1928-2018) em seu Trópicos do discurso-Ensaios sobre a crítica da cultura (Edusp, 1994),publicado originalmente em 1978 pela John Hopkins University , já apontava que a humanidade era então definida pela negação do divino ou do que não era animal, classificando os indígenas como estes últimos ou ao contrário como super-humanos, como os antigos patriarcas, algo impreciso, principalmente pelo medievo, escreve a professora Maria Inês Smiljanic da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em seu paper  "Exotismo e Ciência: os Yanomami e a construção exoticista da alteridade." 
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O livro é resultado de associações entre fotografias desveladas como constelações, que emergiram após um longo e profundo mergulho de edição no acervo do autor formado por mais de duas mil imagens. Para ela, o autor " pontua a urgência de se tecer outras histórias não ocidentais da fotografia brasileira, descoladas de uma história única, defendida por muito tempo em campos especializados do conhecimentos." define a editora.
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Imagens extremamente líricas, stills de flores abstratos abrem para o leitor a representação de sua cosmogonia, tão cara ao imaginário indígena, a qual ganha a amplitude visual do firmamento em seu esplendor, destacando o cenário da natureza- ao mesmo tempo uma visão poética e um manifesto contrário às atitudes do homem branco que vem desprezando este conceito estabelecendo resultados nefastos. Em seu texto: “Antigamente muitas pessoas eram conhecidas por virar toco, animais, folhas e então se dizia que esta capacidade é uma "ciência" um conhecimento dos antigos. Ver esse "outro mundo" é coisa de gente preparada e que tem "ciência" como os pajés. Ver esse "outro lado" sem os devidos cuidados e a preparação necessária pode levar a uma série de "alucinações" e até mesmo a um estado de loucura. Na aldeia a gente não aprende a lidar com a roça sem lidar com a "ciência" das plantas, dos bichos, dos tempos."
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Imagens mais textos consolidam a estrutura ontológica do autor ao continuar pelo caminho natural, flora e fauna, em um belo preto e branco e cores românticas, ora a lembrar uma captura em infra-vermelho, nas árvores, nos ninhos de pássaros, nas asas de uma borboleta, nas patas assombrosas de um réptil, caminhando para uma alegoria do conhecimento ancestral, do homem e a natureza ou nas cores meio borradas próximas das experiências das capturas lisérgicas feitas pela fotógrafa suíça Claudia Andujar com os Yanomami nos anos 1970."Quando uma pessoa mais velha diz de onde veio, sempre aponta com o dedo mostrando que foi de muito longe. Outros relembram que, no passado, eram só um povo, junto com os Xavante e Xerente, formando assim os Akwê, vivendo no Brasil central. Quando se fala em povo Xakriabá, costuma-se dizer que habitam à margem esquerda do Rio São Francisco. Mas no atual território que vivemos não temos acesso ao rio..."
Inegável também é o caráter epistemológico que o autor adiciona ao artístico, quando descreve o conhecimento ancestral em seus textos enquanto procura também o registro mais documental e contemporâneo das manifestações urbanas pela causa indígena, uma vivência politizada de seu grupo, estruturada pelas novas gerações dos povos originários, essenciais no debate de seu tempo.
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Se na estética romântica literária, as alegorias foram substituídas pelos símbolos, no sentido de uma ideia geral ou ideal, sendo que a primeira seria mais artificial e exterior ao seu conceito. Entretanto, esta se manifesta no romantismo brasileiro, com a ideia de realismo, como pode-se notar na obra de Machado de Assis (1839-1908) ou Oswald de Andrade (1890-1954), em sua fotografia Edgar Xakriabá aproxima seu imaginário aos detalhes mais emblemáticos e figurativos. Daí, por exemplo, os rituais das lutas  indígenas, tão registrados ad nauseam, ganharem nova dimensão pela sua construção mais poética, descartando o confronto e revelando paradoxalmente certa amorosidade em seu extremo realismo.
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Não é à toa que a maioria das imagens são noturnas, a reforçar a ideia das constelações, aludida pela editora Fabiana Bruno. Na alegoria proposta pelo autor, “a "noite" guarda seus segredos, como um modo fabulatório de seu projeto criativo, ao articular suas diferentes abordagens, com substratos conceituais estéticos próprios em suas cenas, mas entrelaçadas em um todo, constituintes de uma sedimentação  histórica de sua herança e seu estado contemporâneo: " Os Xakriabá, assim dizem os mais velhos, são conhecidos como o povo do segredo. O segredo é importante para manter aquilo que somos. Não no sentido de "preservar" e sim de cuidar, de ter consciência daquilo que é parte. É um tipo de conhecimento que não é transmitido nos mesmos modos do mundo dos brancos. Quando se trata de segredo, há de se remeter ao sagrado..."
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"Como almas as fotografias em Hêmba são as próprias evocações de outras existências e memórias." acertadamente escreve Fabia Bruno. " Os seus altos contrastes, de cores vibrantes. luzes e forma intangíveis transparecem como imagens densas e porosas, cujas espessuras  resultam não explicações de mundos mas em manifestações de luzes e reverêcias de sinais..." Continua ela: Há de se concordar igualmente com suas ideias de 'temporalidades imemoriais" e da fotografia como o devir exploratório da vida, intrínseca ao seu processo primordial.
Imagens © Edgar Kanaykõ  Xakriabá.  Texto © Juan Esteves
Infos básicas:
Publisher: Eder Chiodetto
Coordenação editorial: Elaine Pessoa
Edição: Fabiana Bruno 
Co-edição Fabiana Medina e Eder Chiodetto
Textos: edição trilíngue ( Akwê/Português/Inglês) Edgar Xakriabá e Fabiana Bruno
Consultoria editorial: Sylvia Caiuby Novaes
Design gráfico: Fábio Messias e Nathalia Parra
Impressão: 1000 exemplares, brochura, papel Munken Lynx Rough Gráfica Ipsis
Para adquirir o livro https://fotoeditorial.com/produto/hemba/
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soufre-de-paris · 8 months
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reading list (so i stop getting lost) (now with a cut lmao)
ON HOLD -> Rio Babel: a história das línguas na Amazônia
CURRENTLY: Escravidão, homossexualidade e demonologia
Go-betweens and the colonization of Brazil: 1500 - 1600 <- EXTREMELY GOOD
O Arco e o Cesto <- EXTREMELY GOOD
The Prehistory of Samba: Carnival Dancing in Rio de Janeiro, 1840-1917 <- GOOD
Canção de ninar brasileira: aproximações <- GOOD
Iberian Imperialism and Language Evolution in Latin America <- MOSTLY GOOD
Efeitos do contato linguístico entre o Português Brasileiro e o Nheengatú em São Gabriel da Cachoeira (AM)
Family and Property in Colonial Brazil
The Magic of Brazil: Practice and Prohibition in the Early Colonial Period, 1590-1620
“Honde he o Contrahente Natural Emorador": Emprego do H em Assentos de Casamentos do Século XVIII
From Military Defeat to Immortality: The Birth of Sebastianism
O Portugues do Brasil: Uma Retrospectiva Historico-Linguistica de 1500 a 1800
Origens do Português Brasileiro
História social da língua nacional
A política de estandardização da língua geral na Amazônia no período colonial (séculos XVII-XVIII)
Race and the State in Colonial Brazil
Commentary: Brazil and a Continuous Laboratory of Races
'Pretos' and 'Pardos' between the Cross and the Sword: Racial Categories in Seventeenth Century Brazil
Brasil: colonização e escravidão
Discursos coloniais e identidade nacional no centenário da independência do Brasil
Vida privada e quotidiano no Brasil: na época de D. Maria I e D. João VI
Women and Society in Colonial Brazil
Women and Means: Women and Family Property in Colonial Brazil
História da vida privada no Brasil
Colonial Brazil
Chapters of Brazil's Colonial History, 1500-1800
Sistema de Casamento no Brasil Colonial
Ser nobre na Colônia
Historicity, Achronicity, and the Materiality of Cultures in Colonial Brasil
Vida privada e quotidiano no Brasil: na época de D. Maria I e D. João VI
Cultura Letrada e Cultura Oral no Rio de Janeiro dos Vice-reis
Death in Portugal: Studies in Portuguese Anthropology and Modern History
O diabo e a terra de Santa Cruz: feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial
Millenarian Slaves? The Santidade de Jaguaripe and Slave Resistance in the Americas
Consuming Grief
As primeiras fábricas de papel na cidade do Rio de Janeiro no século XIX
The Feast of Corpus Christi: Artisan Crafts and Skilled Trades in Eighteenth-Century Rio de Janeiro
Hercules and the King of Portugal: icons of masculinity and nation in Calderón's Spain
A subversão pelo riso: estudos sobre o carnaval carioca da Belle Époque ao tempo de Vargas
The Brazilian House in the Eighteenth Century: Devotion at Home <- BAD
Portugal's "Saudosismo" Movement: An Esthetics of Sebastianism <- BAD
Messianismo e milenarismo no Brasil <- EXTREMELY BAD
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claudiosuenaga · 2 years
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A descensão ontológica do homem segundo Eric Voegelin
“Apenas homens singularmente bons podem se ofender tão profundamente com o mal”. (Eric Voegelin)
Nascido em Colônia, na Alemanha, em 3 de fevereiro de 1901, e falecido em Stanford, Califórnia, em 19 de janeiro de 1985, Eric Herman Wilhelm Voegelin foi um cientista político teuto-americano e scholar interdisciplinar conhecido por seus estudos sobre o pensamento político moderno e por seus esforços para criar uma filosofia compreensiva do homem, da sociedade e da história.
Obteve seu Ph.D. na Universidade de Viena em 1922, onde lecionou direito entre 1922 e 1938. Quando os nazistas anexaram a Áustria, Voegelin fugiu para a Suíça e em seguida migrou para os Estados Unidos; em 1944 naturalizou-se norte-americano.
Em seu novo país, lecionou na Universidade de Harvard, no Bennington College, em Vermont, na Universidade do Alabama e na Universidade do Estado da Louisiana. De 1958 a 1969 lecionou ciência política na Universidade de Munique, em sua pátria de origem, retornando em seguida para os Estados Unidos e associando-se como pesquisador sênior ao Hoover Institution on War, Revolution and Peace, junto à Universidade de Stanford, na Califórnia.
Voegelin estudou não só instituições políticas, mas também símbolos linguísticos e a natureza da civilização, tanto em textos antigos como em contemporâneos. Ele argumentava que havia uma “linha de símbolos” dentro da história, que é básica para o sucesso da teoria política. Para Voegelin, o modernismo é gnóstico e imbuído de crise.
Entre suas principais obras enumeram-se: Der Autoritäre Staat (1936), A Nova Ciência da Política (1952), Order And history, 5 vols. (1956, 1957, 1957, 1974 e 1987), Science, Politics and Gnosticism (1959), Anamnesis (1966) e From Enlightment to Revolution (1975). De acordo com a American Political Science Review, Voegelin representou para os americanos “um dos mais distintos intérpretes das correntes não liberais do pensamento europeu”.
O padrão recém-descrito certamente caracteriza as sucessivas ondas dos movimentos, mas concretamente é perturbado por alguns outros fatores. O conceito de padrão se ajusta de forma perfeita apenas à primeira onda, a da Reforma. Na segunda onda, que começou com a Revolução Francesa, o padrão se complica com a entrada da Rússia na política mundial. E, na terceira onda, que começou a Revolução Comunista, as fases do padrão são seriamente perturbadas pelas complicações advindas de dentro e de fora da Civilização Ocidental.
De dentro, o problema de uma Alemanha Nacional Socialista embaça os alinhamentos dos campos antagônicos; ainda de dentro, o caráter da aliança muda profundamente com a emergência dos Estados Unidos como potência mundial; e de fora, novamente a elevação da Rússia a uma nova ordem de grandeza complica a simplicidade que o padrão tinha na primeira onda.
As ondas dos movimentos não constituem um affair de história antiga, pois cada uma delas deixou seu sedimento de posições intelectuais e políticas na composição da civilização contemporânea. Num certo sentido, todas estas ondas “coexistem” hoje; suas posições sedimentadas estão vivas e a luta entre os movimentos e os contra movimentos ainda está em curso em nosso tempo.
O que chamamos de embate de opiniões em nossa sociedade “pluralista” é concretamente a guerra dos movimentos que chega até os dias de hoje. O clima moral de hoje, o problema das comunicações em nossa democracia, somente pode ser compreendido se mergulharmos para além da suposição eufemística de um debate racional — conduzido entre inquiridores da verdade com intenções pacíficas — para dentro do sangue e da fedentina da guerra, que já se alonga por quatro séculos e meio, sem um fim à vista.
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Essa imersão é especialmente necessária, se quisermos entender as recomposições das alianças, que em caso contrário seriam confusas — na verdade tão confusas que muito pensador político se arruinou, por não conseguir compreender o jogo que se praticava. Pois, da mesma forma que as ondas dos movimentos se sucedem umas às outras, ex-inimigos tornam-se amigos quando se defrontam com a iminência de um novo perigo comum; e até mesmo o novo inimigo juntar-se-á, no futuro, às fileiras dos poderes estabelecidos, quando surgir a próxima ameaça.
Aqueles que haviam sido inimigos viscerais na Reforma e na Contra-reforma descobriram, por trás de seu Protestantismo e Catolicismo, que tinham em comum uma religião cristã, quando a Revolução Francesa os confrontou com o culto da razão. E, com a ascensão do Comunismo, não só católicos e protestantes conseguiram cooperar em partidos democrata-cristãos, mas até liberais secularistas conseguiram descobrir a base que tinham em comum com os cristãos.
Este padrão de realinhamento, no entanto, sofre das mesmas complicações de que sofre o próprio padrão dos movimentos. Sob a pressão do perigo Nacional Socialista, aqueles que haviam sido inimigos na terceira onda agora reuniram-se numa frente comum sob a égide da política do Front Popular inaugurada por Stalin em 1934 e continuada nos movimentos de Resistência da Segunda Guerra Mundial.
E, na medida em que se rompia essa aliança artificial, com o fim do perigo Nacional Socialista, ela deixava em sua esteira a batalha pela alma de grandes setores das democracias ocidentais, a qual se expressa, especialmente na França e na Itália, pela discrepância entre a filiação estagnante, senão decrescente, ao Partido Comunista, e o vigor do voto comunista.
Estes são fatos objetivos sobre o caráter da opinião nas sociedades democráticas contemporâneas. Não estamos lidando com seres humanos que têm esta ou aquela opinião enquanto indivíduos, mas com cristãos e secularistas; não com cristãos, mas com católicos e protestantes; não com simples liberais seculares, mas com os liberais da livre iniciativa, de velha cepa, e com os liberais modernos de estilo socialista; e assim por diante.
É a esta rica diversificação de opinião socialmente entrincheirada e violentamente estridente que damos o nome de sociedade pluralista. Ela recebeu sua estrutura em função de guerras, e estas guerras continuam acontecendo.
A nobre e bela imagem de uma busca da verdade, em que a humanidade está engajada, com os meios de persuasão pacífica, em dignificada comunicação e correção de opiniões, está em total desacordo com os fatos. E é no meio dessa grave situação, em que as diferenças de opinião causam guerra, em vez de levar a entendimentos de paz, que encontramos o nosso problema da comunicação.
Segundo nos assegura Voegelin, a sociedade existe na e pela comunicação. Ora, se o objetivo principal da política é a vivência democrática, esta, por sua vez, não pode prescindir de uma perspectiva moral, já que não há democracia sem compostura moral. Dessa forma, democracia, comunicação e moralidade são, pois, três conceitos que se co-implicam, formando um tridimensionalismo polar (parafraseando Miguel Reale), o que ressalta a ideia de que uma não pode subsistir sem a outra, apesar de que comumente possam se mostrar em conflito.
A comunicação de caráter substantivo, no sentido da persuasão platônica, preocupa-se com a ordem correta da psique humana. A ordem da alma depende — se pudermos agora usar a terminologia agostiniana — do amor Dei; ela será perturbada quando o amor sui, o amor próprio, prevalecer sobre o amor a Deus.
Já os movimentos de que falei são um fenômeno de importância histórica mundial, no sentido de que eles constituem a revolta da sociedade ocidental contra Deus. Esta revolta expressou-se em três grandes atos simbólicos: (1) na remoção do Papado, enquanto representação da ordem divina, da cena pública do mundo ocidental; (2) no regicídio; e (3) no deicídio.
O afastamento do papado de seu lugar na ordem pública do mundo ocidental é o resultado simbólico da primeira onda de movimentos. Quando foram negociados os tratados de Münster e de Osnabrück, a Cúria não teve acesso à reunião, apesar de constar em sua pauta o importante item da redistribuição e secularização dos principados eclesiásticos.
Os protestos da Cúria nem sequer receberam resposta. Em 1648, o papado desapareceu da cena diplomática da ordem europeia. O anti-papismo, que se tornou patente nesta época, teve consequências significativas sobre a área das comunicações, na medida em que Milton desejava reservar liberdade de imprensa para a opinião protestante na Inglaterra, enquanto Locke explicitamente excluía os católicos de qualquer tolerância no reino inglês. As restrições políticas aos católicos continuaram até o século 19, na Inglaterra; e as restrições sociais continuam até hoje nos países anglo-saxões.
Se, por um lado, a remoção do papado da ordem pública do Ocidente mal foi reconhecida como o primeiro dos grandes atos de revolta, por outro, é bem compreendida a ligação que existiu entre o regicídio e o deicídio como atos simbólicos de revolta contra Deus. Recomendo-lhes que se reportem a um admirável estudo recente sobre o assunto, a L’homme revolté, de Albert Camus.
A execução de Carlos I não foi uma manifestação violenta de republicanismo contra um tirano, mas um ataque contra o “reino divino”, contra o rei enquanto representante da ordem transcendental na comunidade, e sua substituição como fonte de autoridade pela comunidade dos santos no sentido puritano. E quanto ao sentido da comunidade dos santos, de novo encareço-os a pesquisarem a literatura sobre o assunto, especialmente Hooker e Hobbes. A decapitação do rei foi, então, seguida pela decapitação de Deus, no culto da Revolução Francesa, na declaração da morte de Deus na Fenomenologia de Hegel, na substituição de Deus pelo super-homem levada a termo por Marx e Nietzsche.
Os atos simbólicos de revolta não podiam ser tomados sem desculpas, não podiam fazer sentido se não fossem precedidos pelo florescimento de um novo clima intelectual. E os termos de sua justificação tornaram-se os símbolos da linguagem no embate de opiniões em nossa sociedade pluralista. Vou insistir brevemente sobre esta questão, pois a moralidade da comunicação está intimamente ligada à verdade de seus conteúdos.
A moralidade é inseparável da racionalidade do discurso — a racionalidade entendida no sentido substantivo de veracidade. Se a linguagem empregada na comunicação é irracional, a moralidade da própria comunicação fica prejudicada na proporção direta de sua irracionalidade. Desta seara sem fim de problemas, vou abordar apenas o movimento da redução ontológica quanto à fonte aceita de ordem no homem e na sociedade. Por este movimento entende-se a transformação de nossa concepção de sociedade pelo rebaixamento da substância de ordem do logos, na hierarquia ontológica, para o nível das substâncias orgânicas e dos impulsos.
Nas concepções clássicas e cristãs de sociedade entende-se que a substância da ordem consiste na homonoia de seus membros. Os homens são membros da sociedade na medida em que participam do nous, no sentido clássico, ou do logos, no sentido cristão. Esta concepção de ordem social predominava ainda em pleno século 17.
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Foi só então, no Leviatã, que Hobbes eliminou o summum bonum divino da hierarquia do ser; e como a racionalidade da ordem desapareceu juntamente com o summum bonum, ele de forma dramática introduziu o summum malum, o medo da morte, que é uma paixão, como a nova força que injetaria razão na ordem da sociedade. A questão nunca mais foi reafirmada de maneira tão clara quanto o foi por ocasião de seu aparecimento inicial em Hobbes.
No século 18, a nova situação de uma sociedade sem a ordem de um summum bonum divino já é aceita de forma inquestionável; e a busca por sucedâneos ontológicos para a ordem, apenas semiconsciente das implicações do empreendimento, já se encontra em pleno andamento.
As principais fases da busca são bem conhecidas. A era da razão recebeu seu nome, não porque fosse particularmente razoável, mas porque os pensadores do século 18 acreditavam ter encontrado na Razão, com R maiúsculo, o sucedâneo da ordem divina. A construção era instável, porque a razão humana, no sentido imanentista, isto é, a razão sem participação na ratio aeterna, é desprovida de substância ordenante.
Podia-se falar sobre razão e proclamar que certas verdades eram auto evidentes, desde que os conteúdos da ordem ainda encontrassem aceitação social pela força da tradição; mas a questão da validade não podia ser adiada para sempre. No curso das tentativas de encontrar uma base mais sólida para o novo credo imanentista, a razão que havia sido esvaziada de substância foi dotada com o significado de uma racionalidade no sentido pragmático de coordenação adequada de meios e fins.
A redução do significado da razão, no entanto, apenas tornou mais dolorosamente claro o vácuo criado pela abolição do supremo bem como fonte de ordem racional. Onde deveria a cadeia infinita dos meios e fins em ação encontrar seu ancoradouro, se o logos da ordem desaparecera? O utilitarismo parecia ter encontrado uma resposta no auto interesse do homem, que cuidaria que suas ações não lhe fossem prejudiciais, mas úteis.
Mas a concepção de ordem pelo maior bem do maior número, ou pelo equilíbrio do auto interesse esclarecido, ou pelo equilíbrio mais específico alcançado com a busca do lucro econômico, revelou-se destoante frente à desordem e ao sofrimento humano produzidos concretamente nas sociedades que viveram os primórdios da Revolução Industrial.
Como o amor a Deus era tabu, Comte inventou o amor autônomo ao homem, e cunhou para este sentimento recém-descoberto o termo altruísmo. O auto interesse do homem, que agora adquiria a conotação de egoísmo, poderia ser complementado pelo novo altruísmo como uma força estabilizadora da ordem no utilitarismo de um John Stuart Mill.
A tentativa de substituir a razão pelo útil foi seguida por outras etapas de descensão ontológica — como, por exemplo, pelo descenso às forças tecnológicas da produção, em Marx; à estrutura racial dos grupos humanos, em Gobineau e seus seguidores; e, finalmente, aos impulsos biológicos, na psicologia do inconsciente. Assim, a substância da ordem desceu, na escala ontológica, a partir de Deus, resvalando hierarquia abaixo pela razão, a inteligência pragmática, a utilidade, as forças de produção e determinantes raciais, até chegar aos impulsos biológicos.
Este deslizamento da substância da ordem pelos níveis da hierarquia ontológica interessa tanto ao historiador quanto ao filósofo. Pois, do século 18 ao presente, a redução ontológica completou seu curso. O âmbito de possibilidades teóricas para se encontrar sucedâneos ao summum bonum está em princípio esgotado. Esta observação não implica, porém, que novas variações de etapas anteriores da redução estejam impedidas de se desenvolver e encontrar aceitação temporária; também não sugere que reduções anteriores firmemente entrincheiradas perderão em futuro próximo seu poder como credos sociais. No entanto, o fato de a redução ter completado todo seu curso não deve ser tratado como algo sem importância. Para o cientista social, este fato é o indício mais importante de que a “modernidade” esgotou seu ciclo.
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Vou agora extrair algumas conclusões dos tópicos escolhidos e brevemente esboçados. A moralidade é inseparável da racionalidade. A conexão será esclarecida pela definição de consciência dada por Etienne Gilson: A consciência é o ato de julgamento pelo qual aprovamos ou reprovamos nossas ações à luz de princípios morais racionais. Para agir racionalmente, o homem tem que saber quem ele é, em que espécie de mundo ele vive, e qual é sua posição na ordem do ser. Um homem confuso quanto à essência de sua existência é um homem incapaz de ação racional; e se ele é incapaz de ação racional, é também incapaz de ação moral.
Se a “opinião” é caracterizada pelas concepções de natureza humana e de ordem social que surgiram no decurso da redução ontológica, o conhecimento da essência da existência fica seriamente perturbado. E se perturbações desse tipo determinam o clima de opinião — como de fato o fazem, em nossa sociedade “pluralista” — as opiniões comunicadas se tornam irracionais, enquanto os atos de comunicação se tornam moralmente deficientes na proporção de sua irracionalidade.
A comunicação, mesmo que seja substantiva em intenção, será, não formativa, mas deformativa da personalidade, se a concepção de ordem que ela comunica muda um nível da descensão ontológica. Além disso, o tipo de comunicação pragmática que diferenciamos adquire um significado novo e sinistro, nessa situação, na medida em que a comunicação se torna essencialmente pragmática ao se deslocar para o nível da substância substituta. Ela não consegue, de maneira alguma, funcionar como persuasão, no sentido platônico, mas apenas levar a estados mentais de conformismo e a comportamentos de conformidade.
E, finalmente, como a natureza humana, mesmo sob o ataque da comunicação pragmática, continua a ser o que ela é, deve-se esperar que a resistência ao propósito do comunicador venha a se valer dos recursos de uma alma que é essencialmente aberta a Deus. Desde que se tornou essencialmente pragmática, a comunicação não pode mais confiar na persuasividade da razão, que ela decapitou. Para alcançar seu propósito, o comunicador pragmático, por conseguinte, tem que confiar no arsenal de truques psicológicos — suppressio veri e suggestio falsi, repetição, a “grande mentira”, e assim por diante — para criar as dispersões emocionais que irão prevenir seu público de questionar a autenticidade substantiva de sua comunicação. Por essa razão, a comunicação essencialmente pragmática é inevitavelmente levada à intoxicação.
Texto resgatado, reunido e compilado por Cláudio Suenaga.
Cláudio Suenaga é mestre em História pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde defendeu a primeira dissertação de mestrado sobre o Fenômeno OVNI no Brasil. Colaborador de inúmeras revistas e escritor com cinco livros publicados, milita como jornalista investigativo à caça de civilizações desaparecidas, cidades perdidas, monumentos megalíticos, tecnologia avançada antiga, fenômenos ufológicos, paranormais, milagrosos e sobrenaturais, seitas messiânicas, milenaristas e satânicas, sociedades secretas e todo tipo de teorias conspiratórias e mistérios em geral.
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angelanatel · 4 days
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Minicurso Obadias e os Edomitas, com Angela Natel
Carga horária: 3 horas
Transmissões ao vivo: 5 de outubro de 2024
Horário: das 14h às 17h
Aula gravada para assistir quando quiser.
Neste minicurso iremos examinar, capítulo a capítulo, os textos da mitologia dos irmãos Jacó e Esaú na elaboração da rivalidade entre o Israel idealizado e os edomitas, além de uma análise do texto de Naum da Bíblia Hebraica (Antigo Testamento), sob uma perspectiva sócio-histórico-crítica indiciária, com ênfase na análise sociopolítico-literária em relação à posição dos edomitas no conflito imperial babilônico contra Judá, a partir dos elementos linguísticos e contextualização no reino de Judá com a propaganda da ideologia real.
Métodos de ensino e aprendizagem
- 3 horas de aula em formato de minicurso ao vivo.
- Orientação para leitura, estudos e pesquisa.
- Biblioteca digital para pesquisa interdisciplinar.
O curso inclui:
- Atendimento personalizado.
- Aula gravada para assistir quando quiser – não é necessário que o aluno esteja presente na transmissão ao vivo.
- Certificado de conclusão.
Pré-requisitos:
Ter acesso à internet.
Garanta já seu ingresso em https://www.sympla.com.br/evento-online/obadias-e-os-edomitas/2527129
Ou diretamente pelo link da Bio - https://linktr.ee/angelanatel
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lysvinrouge · 3 years
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10 de outubro de 2021, domingo.
Querido Baekhyun,
Não é bizarro como a vida faz a gente pagar com a língua de alguma forma no pior momento? Tenho pensado muito sobre isso esses tempos e nesses 4 dias que não te escrevi aconteceram coisas que jamais pensei que aconteceriam comigo.
Como já havia te contado; moro em uma comunidade. Não chega a ser um morro, porém, é um lugar sim para pessoas de baixa renda (como eu e minha mãe). Eu sempre morei aqui, mas vivia mais na Ribeira e todo o tempo que fico em casa, eu simplesmente não saio. 
Ou seja, mesmo morando há 20 anos aqui não conheço quase ninguém e ninguém me conhece. 
Inclusive, o moço que faz lanche bom (que descobri recentemente) me perguntou se me mudei por agora e ficou chocado que nunca tinha me visto porque ele conhece todo mundo, menos eu — até aquele momento.
E bom, infelizmente vou ter que falar "não sou como as outras garotas" pela primeira vez na vida, e isso é engraçado. Para todo mundo aqui sou estranha por gostar de livros, não curti funk e muito menos sair para paredão (sempre tem por aqui por perto) e na minha bolha são coisas completamente normais, mas que chocam aqui. 
Em resumo, sou considerada esquisita por não ter os mesmos gostos e hábitos.
Não gosto mesmo que me enxerguem de forma diferenciada, muito menos de chamar atenção. Você meio que já sabe disso também. Só que de uns tempos pra cá, eu passei a notar um guri que era amigo do meu vizinho quando éramos mais novos.
Só que eu nunca falei com ele, muito menos sabia o nome dele etc. No entanto, faz um tempinho que ele vem me chamando atenção. Ele verdadeiramente não é bonito, mas aceitável e eu sei que estou carente para pensar dessa forma, até porque sou demisexual e sequer consigo sentir atração sem ter um vínculo afetivo antes. Mas, aconteceu, Byun.
E então, vem a pior parte: descobri que o guri é traficante. Não dono de boca, que anda armado etc. Porém, no sentido literal, ele vende drogas. Isso meio que me chocou, mas não posso fazer porra nenhuma quanto a isso.
Ontem fui andar (e servir de babá para) com as filhas de Maykelly (aquela vizinha), todas tem menos de 15 anos e são muito pra frente. Mayra tem 14 anos e é o próprio cãozinho. E então tocaram no assunto dele e de meninos que pegariam. Eu sempre fui muito quieta com esse tipo de assunto pelo meu espectro sexual (que não tenho como regra, mas é o que sou, a propósito mês da visibilidade assexual, Baek!) e não falei nada.
Mas, insistiram e eu acabei falando >dele< e Mayra surtou dizendo que se eu quisesse ela botaria para a gente ficar e pipopopo. Só que tem o fator do cara ser TRAFICANTE. Sério, pra mim isso não é normal, mas pra essa garota é totalmente comum ficar com guris assim. 
Eu sei, é assustador.
E a pior parte vem agora: eu aceitei no calor do momento, mas não quero mais isso pra mim. Segui ele na conta fake que tenho no insta pra falar com ele né, e o pouquíssimo encanto que eu tinha; acabou. Infelizmente ainda tenho um certo preconceito linguístico com quem não sabe escrever o básico, mesmo tendo ciência da desigualdade social e que possivelmente ele não levou os estudos pra frente e tals. Todavia, é algo que não consigo enxergar com bons olhos. 
Então a situação é essa: antes até cogitei ficar com ele (ignorando totalmente a parte do tráfico e fingindo que esse imenso detalhe não existia), mas meio que passei a noite em claro pensando sobre e não quero esse tipo de situação pra mim. 
Sem contar que o cara que quer que eu vá pra casa dele que é na minha rua onde tem centenas de fofoqueiras e se minha mãe souber é lógico que vai dar ruim. Na verdade, já tá dando ruim pela profissão do cara! 
Às vezes penso que ser sentimentalista é meu pior defeito, mas esse lugar é de ser impulsiva pra caralho. 
Conversando com ele, o cara disse que é apaixonado por mim e que foi "amor à primeira vista". Você sabe minha opinião sobre amor à primeira vista, Baekhyun, e nesse ponto já tinha torcido o nariz. 
E eu sou insegura, tudo pode dar errado. Nunca fui de me encontrar com pessoas que não tenho uma afinidade mínima e agora terei que ir.
Maldita matraca a minha.
Tem outros acontecimentos também, porém hoje só consigo pensar nisso. Estou apreensiva e ignorando as mensagens do cara. E ao mesmo tempo que não estou suportando essa situação, bem lá no fundo, estou querendo vivê-la. 
O que diabos eu me tornei?
Estou pagando com a língua mesmo. Bom, como você pode imaginar, não faço a menor ideia do que fazer pois todas as minhas opções me parecem terríveis desde de o momento que tive um lapso de consciência. 
Por enquanto é só. Acredito que volte ainda hoje para te atualizar, mas no mais, é isso. Sinto sua falta, espero que estejas se cuidando e não se metendo em furada como eu. Volto logo.
Com amor, apreensão e desespero, Renata. 
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capoetisa · 16 days
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Narrativa de versões de mim
Que as palavras redigem as turbulentas ondas do meu pensamento.
Há, na Língua portuguesa e em seus estudos linguísticos, dentro do gênero narrativa, 3 tipos diferentes de narradores. O narrador-personagem é aquele que participa da narrativa, do enredo. mas, por estar imerso demais, dispenso-o. Não me serve, está contaminado demais, imerso demais, carregado de subjetividade, de discurso não confiável e pouco verídico, incapaz de se ater aos fatos concretos. Há também o narrador onisciente, esse sabe demais e por deter tanto, é confuso, mal articulado, torduoso. Levaria muito tempo para desvendar os dizeres, organizar as ideias, investigar cada personagem. Não me serve, afinal, tenho pressa.
Sobra-me então a escolha mais adequada - o narrador observador. Esse se afasta da narrativa, senta-se em uma cadeira confortável e acompanhado de uma xícara de, suponho eu, chá, nada faz. Apenas observa, acompanha cada detalhe da progressão da narrativa, se aflita, impacienta, se compadece dos personagens e de suas escolhas, às vezes, desastrosas, descompensadas e destrutivas.
Hoje me sento ao seu lado, faço companhia a sua presença silenciosa e com uma xícara de bebida quente aqueço meu corpo... Que comece o desdobramentos dos fatos:
A Carol claramente não consegue lidar de forma saudável com as suas questões. E é por isso que tem tanto medo. O medo não reside na falta de coragem em realizar as experiências em si, reside na obscuridade que reside dentro dela. A transgressão da ética, a falta de moral, escrúpulos e bom senso residem dentro de si. Ela romperia todas as barreiras facilmente. Não há nada que a impediria e por isso ela tem medo, primeiramente em admitir que isso existe, seria desastroso demais simplesmente aceitar o seu eu. Não existe equilíbrio para ela. Ela é feroz, insaciável e completamente inescrupulosa e facilmente manipuladora para satisfazer os seus desejos mais egoístas, não há ninguém que a impediria, e se alguém ouse atravessar o seu caminho, ela o destrói. Ela sabe que é assim, mas não admite pra si mesma e sempre procura uma alternativa socialmente mais aceita para camuflar a sua persona maliciosa. Nenhuma questão é passível de ponderação. ela quer, ela vai, ela faz. Simples e transparente como a água.
A Ana valoriza cada pedacinho do que de fato completa a sua vida. Ela se doa completamente para o amor. Ela aceita, compreende, vive e se sacrifica constantimente para as pessoas que ama e que estão na sua vida, não há nada que seja grande demais, difícil demais. Tudo é possível para ela, ela é capaz, forte, amorosa e carinhosa, facilmente empática, disposta imediatamente a suprir, cuidar e amar, possui a compaixão quase religiosa, de todos que ela julga serem seus no mundo, um amor tão indescritível e puro que se sacrifica diariamente sem isso a definhar, ou prejudicar, é tão grande que na mesma medida que se entrega, se empodera e fortalece em cada garantia de completude da entrega, quanto mais de si entrega, mais de si se preenche tornando-a imparável, poderosa e indestrutível.
Porém, essas duas personagens inacreditavelmente opostas competem diariamente por sua garantia de lugar no mundo, já que ambas residem no mesmo espaço que comporta somente uma pessoa por vez, não há a possibilidade de ambas coexistirem, não é essa a natureza dessa narrativa, e contra esse fato não há o que se fazer, apenas aceitar as imparcialidades cruéis da vida.
No momento, Carol detém a vez, e ameaça desfazer tudo que Ana construiu até agora. Impiedosa e má, não compreende que seus desejos e anseios deveriam ser tratados de maneira mais saudáveis e não enxerga ou se nega a enxergar a periculosidade das situações que se coloca. Mas sempre que o suas atitudes ameaçam por destruição a existência de seu mundo, Ana surge implacável e poderosa e feroz e ambas entram em uma luta sangrenta e dolorosa, uma luta que nunca acaba por completo e acompanha essas suas personagens a eras e eras, sempre recomeçando e repetindo.
Ambas nunca conseguiram estabelecer a diplomacia, discutir acordos que visem a contemplação de suas duas existências. Durante eras e eras, a única resposta foi o conflito e o combate. Não existe paz! Essa palavra ou ao menos o seu conceito não existe, não se construiu e não dá nenhum vislumbre de existência.
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schoje · 1 month
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O Centro de Ciências Humanas e da Educação (Faed), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), abriu inscrições nesta segunda-feira, 19, para o Curso de Cultura e Língua Guarani Mbya, voltado a estudantes da instituição e também para a comunidade externa. O período de inscrição vai até 30 de agosto, por meio de formulário online. As vagas são limitadas e a seleção dos interessados será realizada por sorteio, com reserva para alunos oriundos de ações afirmativas. O curso gratuito ocorrerá sempre às quartas-feiras, das 9h às 11h, a partir de 4 de setembro, nas salas da Udesc Faed. O ministrante será o professor Natan Almeida Evaristo, que tem formação em Licenciatura Intercultural Indígena pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). A ideia de criar o Curso de Cultura e Língua Guarani Mbya surgiu a partir de demanda levantada por alunos de Geografia da Udesc Faed, durante visita realizada na Aldeia Tekoá Itaty, no Morro dos Cavalos, em Palhoça. O objetivo central é abrir diálogo com a comunidade indígena, possibilitando a quebra de preconceitos e valorização dos saberes e da cultura Guarani. “A intenção é não apenas a disseminação linguística, mas a valorização da interculturalidade no ambiente acadêmico. Precisamos quebrar os esteriótipos da vivência e cultura Guarani por conta da população em geral, a partir do diálogo entre as comunidades originárias e a comunidade não-indígena. Quanto mais diálogo, menos racismo”, ressalta Weuler Azara, um dos coordenadores do curso e mestrando do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH).  A realização do curso é uma parceria entre o Laboratório de Planejamento Urbano e Regional (Labplan), o Laboratório de Estudos Pós-coloniais e Decoloniais (Aya), a Direção de Extensão (DEX) e a Direção-Geral da Udesc Faed. Sobre o professor Natan Almeida Evaristo O professor Natan Karaí Almeida Evaristo é indígena Guarani Mbya. Possui formação acadêmica é em Licenciatura Intercultural Indígena pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Atua há aproximadamente seis anos na Escola Itaty, localizada em sua aldeia no Morro dos Cavalos, em Palhoça. Por conta da sólida formação e experiência prática, e relação de proximidade com a língua guarani Mbya, Natan possui compreensão profunda da cultura e da cosmovisão Guarani. Sobre a língua Guarani Mbya O Mbya é uma das três variedades modernas da Língua Guarani, da família Tupi-guarani, tronco linguístico Tupi. As outras são o Nhandeva ou Chiripá/Txiripa/Xiripá ou Ava Guarani e o Kaiowa . No entanto, a delimitação entre essas variedades não aparece de modo estanque e consensual. Além disso, os falantes utilizam outras formas para nomeá-las. Nestas variedades, a língua Guarani é falada amplamente em quatro países – Paraguai, Argentina, Bolívia, Brasil –, sendo designada língua oficial do Estado Paraguaio, língua oficial para o trabalho no Mercado Comum do Sul (Mercosul) ao lado do Português e do Espanhol, e língua cooficial do Município de Tacuru – Mato Grosso do Sul – Brasil.  De acordo com o Intituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em todo o litoral Sul do Brasil, do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul, e em muitos pontos da linha fronteiriça do Brasil com a Argentina e Paraguai, e em menor escala com a Bolívia, são encontrada aldeias Guarani nas quais se fala somente ou majoritariamente a variedade Mbya. Assessoria de Comunicação da Udesc FaedE-mail: [email protected] Fonte: Governo SC
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ocombatente · 3 months
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Nove territórios indígenas, incluindo isolados, são impactados por projeto de hidrelétrica em Rondônia
O projeto da Usina Hidrelétrica (UHE) Tabajara prevê um reservatório de 97 km² em Machadinho d’Oeste Entre decisões judiciais e denúncias, o projeto da Usina Hidrelétrica (UHE) Tabajara segue de pé. A previsão de um reservatório de 97 km² sobre o rio Machado, em Machadinho d’Oeste, Rondônia, irá afetar, segundo análise exclusiva da InfoAmazonia em parceria com o Brasil de Fato, sete áreas com registros de presença de grupos indígenas isolados. São eles: - isolados Piripkura, da Terra Indígena (TI) Piripkura; - isolados Kaidjuwa, da TI Tenharim Marmelos; - isolados da Cachoeira do Remo; - isolados do Igarapé Preto, com registro de presença na TI Tenharim do Igarapé Preto; - isolados da Serra da Providência, na TI Igarapé Lourdes; - isolados do Rio Maici, na TI Pirahã; - isolados do Manicorezinho, na Unidade de Conservação (UC) Floresta Nacional do Aripuanã. Dentre esses, apenas os Piripkura tiveram o registro confirmado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e, por isso, sua área de circulação é hoje protegida pela restrição de uso. A TI Piripkura está localizada em uma área com forte atividade do agronegócio, entre os municípios de Colniza e Rondolândia (MT), e é habitada por dois indígenas em isolamento voluntário, considerados os últimos representantes do povo Piripkura. Por ser um território ainda não demarcado, a restrição de uso aplicada em março de 2023 pela Funai é um instrumento para resguardar os Piripkura do contato com não indígenas. Já os Kaidjuwa estão em fase de estudo pela Funai e seguem sem a confirmação de registro, mesmo sendo os principais impactados pela construção da hidrelétrica pela proximidade da TI Tenharim Marmelos com o empreendimento (cerca de 200 metros), de acordo com a análise da reportagem. Os demais cinco registros de presença de indígenas isolados estão em fase de informação pela Funai, etapa inicial do processo de reconhecimento. Processo de reconhecimento de isolados pela Funai A Funai contabiliza oficialmente 114 registros da presença de grupos indígenas isolados no país. 28 destes tiveram o registro confirmado e os demais estão em processo de investigação pela Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) por meio da atuação de 11 Frentes de Proteção Etnoambiental (FPE), com 29 bases espalhadas pelo país. Unidades descentralizadas da CGIIRC, as FPEs são responsáveis pelas ações de localização, monitoramento, proteção e vigilância e, em contextos excepcionais, contatos com os povos isolados. Os estudos necessários para a confirmação de presença de um registro podem se estender por décadas, para a produção de conhecimento sobre as dinâmicas de mobilidade e territorialidade, modos de vida, história recente e pertencimento étnico-linguístico desses povos. A confirmação mais recente de um registro de isolados aconteceu em setembro de 2021, no município de Lábrea (AM). Desde o início, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da UHE Tabajara já previa a TI Tenharim Marmelos dentro da área de influência do empreendimento. No entanto, a região também é próxima de outras TIs e dominada por vestígios de indígenas isolados. Para mostrar se a usina atingiria esses grupos, a reportagem cruzou a base de dados do Observatório dos Povos Indígenas Isolados (OPI) – que monitora informações sobre ameaças e pressões sobre os povos indígenas isolados – com as delimitações de impacto de acordo com medidas impostas pela Justiça. Para as referências de indígenas isolados que estão dentro de TIs e UCs, o OPI adota um limite de 40 km ao redor do território, o mesmo previsto pela Portaria Interministerial 60/2015, que estabelece a área de influência de hidrelétricas e rodovias na Amazônia Legal. É com base nessa medida que a Funai deve sinalizar ao Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) quais são as terras indígenas que serão impactadas e precisam ser estudadas. Já para os grupos isolados fora de áreas protegidas, como o caso da Cachoeira do Remo, com limites territoriais formais não definidos, o limite é de 50 km a partir do registro de referência, para fins exclusivos de monitoramento. Após uma série de relatórios, laudos e denúncias sobre a usina (leia mais em 'Estudo de impacto rejeitado'), duas decisões judiciais são base para a análise: Em 2022: o MPF e o MPE-RO abriram uma ação civil pública e, com base nela, a Justiça Federal determinou que sete terras indígenas fossem incluídas nos estudos de impacto da hidrelétrica, além da Tenharim Marmelos. São as seguintes TIs: Jiahui e Pirahã (ambos povos de recente contato); Tenharim Rio Sepoti; Tenharim do Igarapé Preto; e Ipixuna e Nove de Janeiro, onde vivem os Parintintim; e a Igarapé Lourdes, onde vivem os Arara e Gavião. Em 2023: a Justiça Federal voltou ao assunto e determinou a realização de novos estudos de impacto ambiental contemplando os 8 territórios (a Tenharim Marmelos + os 7 novos exigidos na decisão de 2022), e com uma avaliação integrada de impactos por parte da Funai na porção sul da TI Tenharim Marmelos, devido aos indícios da presença de povos isolados, sendo que essa região está a cerca de 200 metros do reservatório. Enquanto o licenciamento não tem novos "capítulos", a reportagem investigou a localização desses territórios em relação aos impactos já previstos, tanto pelas decisões judiciais, como pela OPI. Além de oito terras indígenas já identificadas na decisão de 2022 e em pedido para inclusão nos estudos em 2023, com destaque para o forte impacto na TI Tenharim Marmelos e grupos Kaidjuwa, a análise também aponta impacto na TI Piripkura, que não foi considerada nem nos estudos do projeto, nem nas decisões judiciais. A população indígena estimada nas nove TIs identificadas na área de influência do empreendimento é de aproximadamente 3 mil pessoas dos povos Tenharim, Jiahui, Arara, Gavião, Parintintim, Pirahã e Piripkura, de acordo com a base de dados Povos Indígenas do Brasil, do Instituto Socioambiental (ISA).   Vista aérea de aldeia na TI Tenharim Marmelos, no Amazonas / Eduardo Passaro/IIEB Os isolados na região A partir das decisões judiciais e também do avanço do projeto da usina, Marcela Menezes, da coordenação do Programa Povos Indígenas do Instituto Internacional de Estudos do Brasil (IIEB), destaca a importância da retomada dos estudos da Funai sobre a presença de isolados Kaidjuwa, na TI Tenharim Marmelos. "Os Tenharim relatam a presença deles e a gente sabe que um empreendimento como uma hidrelétrica é de grande magnitude para um povo indígena isolado, podendo causar até a sua extinção por conta do descontrole gerado pela ocupação desordenada dessa região", disse Menezes. O bloco de terras dos Kagwahiva, próximo a unidades de conservação, forma um mosaico de proteção no sul do Amazonas em relação ao avanço da fronteira agrícola que chega de Rondônia, assim como garimpo e a extração de madeira em áreas protegidas. Karen Shitatori, antropóloga, aponta que essas atividades ilegais dificultam a presença e a segurança dos indígenas isolados. “Eles estão sendo expulsos. É uma vida de fuga nessa área e, por isso, a angústia dos Tenharim, o medo de não saber se essas pessoas vão ter um futuro”. “A gente não sabe quantos povos estão em perigo. Como estão esses povos? Não sabemos se estão vivos ou mortos, se foram expulsos mais para dentro”, alerta Ivaneide Bandeira Cardoso, conhecida como Neidinha Suruí, fundadora da associação Kanindé de defesa etnoambiental, sediada em Porto Velho (RO). Devido à descontinuidade no programa de proteção a essas populações durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ela considera que o levantamento sobre a situação dos povos isolados na região tem que ser “prioridade zero” dentro do processo de licenciamento da Tabajara e cobra o compromisso assumido pelo atual governo com a agenda indígena e a crise climática. “Não se cumpre nada disso com a hidrelétrica de Tabajara. Construir a hidrelétrica é promover o genocídio dos povos indígenas isolados daquela região. Para mim, isso é muito claro”. História antiga e indefinida Neste ano, organizações indígenas e ribeirinhas retomaram a mobilização em oposição à hidrelétrica. Em março, o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) pediu o indeferimento do pedido de licenciamento do projeto por parte do Ibama. Já o Instituto Madeira Vivo, que acompanha os projetos de hidrelétricas na bacia do rio Madeira (onde deságua o rio Machado), realizou em janeiro, junto a outras entidades, uma reunião com Ministério de Minas e Energia pedindo o arquivamento da usina: “ainda há a intenção da classe política, que vem fazendo pressão no Ibama para retomar essa discussão”, afirma Iremar Antonio Ferreira, membro e fundador do instituto. A tal discussão a ser retomada existe há 17 anos. Em 2007, no segundo governo do presidente Lula (PT), nasceu o projeto da UHE Tabajara. As seguintes empresas são responsáveis: Construtora Queiroz Galvão S.A., Furnas, Eletronorte, PCE Projetos e Consultorias de Engenharia Ltda e JPG Consultoria e Participações Ltda. Em 2008, o licenciamento foi interrompido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) devido aos impactos no Parque Nacional dos Campos Amazônicos (AM e RO), na Reserva de Biodiversidade Jaru (RO) e na TI Tenharim Marmelos. Em 2010, Lula incluiu a Tabajara entre as obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em 2011, como forma de viabilizar o empreendimento, o governo Dilma Rousseff (PT) apresentou a medida provisória MPV 542/2011, que alterou os limites do Parque Nacional dos Campos Amazônicos — em 2012, a MP foi convertida na Lei 12.678/2012. Assim, o licenciamento foi retomado pelo Ibama. Vista aérea das aldeias Tenharim ao lado da rodovia Transamazônica (BR-230) no trecho em que ela cruza o Rio Marmelos / Eduardo Passaro/IIEB À época, a medida foi alvo de protestos dos indígenas Tenharim e dos Arara e Gavião, da TI Igarapé Lourdes, que lançaram juntos uma carta de repúdio. Além de alertar para o impacto iminente em seus territórios, o documento já dizia que “outra grande preocupação” era em relação “aos povos indígenas isolados que vivem entre as cabeceiras do rio Marmelos e do rio Preto”. Também em 2012, a Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC), um dos braços da Funai, enviou um memorando às empresas responsáveis pelo projeto sobre a necessidade de concluir os estudos sobre os povos isolados. O órgão manifestou “grande preocupação” diante dos impactos ambientais que “afetam diretamente as condições necessárias para reprodução física e cultural destes indígenas isolados”. Apesar disso, no termo de referência enviado ao Ibama, a Funai indicou a TI Tenharim Marmelos como a única afetada, mas fez a seguinte ressalva: “caso seja confirmada a existência de índios isolados nesta área de referência, deverão ser adotadas as medidas cabíveis para garantir a estes povos a plena utilização de seus territórios”. No rastro dos isolados A InfoAmazonia e o Brasil de Fato estiveram na TI Tenharim Marmelos em dezembro de 2023. Há uma preocupação dos especialistas entrevistados em relação à fragilidade dos isolados na região, sem a confirmação oficial do registro por parte da Funai. Durante a visita da reportagem, ocorreu a validação do Protocolo de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA), elaborado pela Associação do Povo Indígena Tenharim Morõguitá (Apitem) em parceria com o IIEB, que discutiram a segurança e também os direitos dessas populações. A reunião levou à criação de um documento. Indígenas Tenharim durante o processo de validação do PGTA na TI Tenharim Marmelos / Eduardo Passaro/IIEB Um dos pontos abordados no documento é a abertura de uma Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) em Humaitá, como um órgão de monitoramento e proteção de povos isolados ligado à Coordenação Regional (CR) da Funai que seja dedicada a grupos isolados e de recente contato. “Queremos que isso seja levado em consideração não apenas pela questão da hidrelétrica, mas porque a gente sabe que eles existem”, ressalta a coordenadora da Apitem, Daiane Tenharim. Por abranger uma vasta extensão territorial, a área de monitoramento da FPE Purus/Madeira, que abrange 7 municípios do Amazonas e três de Rondônia, torna inviável a efetiva proteção desses indígenas na avaliação da antropóloga Karen Shiratori, que defende a criação de uma nova frente da Funai com atuação na região sul do Amazonas. “É impossível fazer o monitoramento, localizar esses grupos e tratar de garantir a proteção desses territórios, direitos territoriais e integridade desses grupos. Essa região ficou muito marginalizada e recentemente são poucas as pesquisas e trabalhos de localização”. A partir da perspectiva de que os isolados são “grupos indígenas refugiados, sobreviventes de processos históricos de genocídios”, o indigenista Daniel Cangussu aponta que a construção da hidrelétrica no Rio Machado “é um tiro de misericórdia” em sua existência. Cangussu é servidor da FPE Purus/Madeira, órgão de monitoramento e proteção de povos isolados ligado à Coordenação Regional (CR) de Lábrea (AM) e avalia que o empreendimento “talvez finalize qualquer possibilidade de localização e de resistência desses grupos”. Em 2016, a FPE Madeira/Purus realizou uma expedição ao longo do curso do rio Preto na TI Tenharim Marmelos. A reportagem teve acesso exclusivo a relatórios gerados entre 2013 e 2016 que indicam a presença de indígenas isolados no território. O documento de 2016 aponta que os vestígios encontrados até aquele momento indicam a presença de um grupo de indígenas isolados com circulação no território e recomenda novas incursões na parte sul, onde parte dos Tenharim habitava antes do contato com não indígenas. “Faz-se necessário, certamente, a continuação desse processo investigativo através da realização de novas expedições terrestres”, conclui o relatório. Cangussu participou das expedições da Funai na TI Tenharim Marmelos para identificação de vestígios desses grupos de isolados. Ele estava junto do cacique Manoel Duca Tenharim, que aprendeu com o pai a andar na mata e se orgulha de percorrer a pé toda a extensão do território. “Sou mateiro. Eu me criei no mato”, disse em vários momentos à reportagem. “Nós andamos lá e acompanhamos onde o parente isolado está. De lá para cá, é o perigo, que vem dessa rede hidrelétrica, que vai atingir eles e vai atingir o nosso rio”, aponta. Manoel Duca demonstra como os indígenas pescam com o uso de arco e flecha em expedição da Funai em 2013 / Acervo/Funai Manoel Duca mostra 'quebrada', vestígio de circulação de isolados pelo território / Acervo/Funai O conhecimento da floresta e os contatos que teve com os grupos de isolados durante suas andanças fez com que Duca fosse convidado a participar das expedições da Funai na TI Tenharim Marmelos. A primeira ocorreu em 2013, quando a equipe percorreu o rio Marmelos no sentido de sua cabeceira. “Nós vimos tudinho onde os parente andava, onde matava peixe, vimos onde eles tiravam mel, queimavam o pau pra tirar mel. Tudo identificou que existia nossos parentes”, conta o indígena.   Ramos de galhos quebrados registrados pela equipe da Funai em 2013 como vestígios da circulação de isolados no território - Créditos: Acervo/Funai Técnica indígena para tirar mel da árvore; vestígio de povos isolados feito pela Funai em 2013 no território - Créditos: Acervo/Funai GPSCelular utilizado pela Funai em expedições mostra localização de galhos quebrados possivelmente por indígenas isolados - Créditos: Acervo/Funai   Estudo de impacto rejeitado Um ano após o fim dessas expedições da Funai, em 2017, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), a primeira versão do EIA da Tabajara foi concluída e apresentada ao Ibama. O Plano Decenal de Expansão de Energia 2026, publicado naquele ano pelo Ministério de Minas e Energia, estimava que a hidrelétrica pudesse iniciar sua operação neste ano, em 2024. Servidores da Funai percorrem o rio Preto na TI Tenharim Marmelos em busca de vestígios de isolados / Funai/Reprodução O EIA foi rejeitado pelo Ibama devido a uma série de itens que não foram contemplados. Reapresentado ainda naquele ano, foi novamente devolvido devido à projeção incorreta do reservatório. A partir da apresentação dessa primeira versão do documento, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Rondônia (MPE-RO) iniciaram uma análise dos impactos da Tabajara com laudos periciais e passaram a emitir recomendações para adequações nos estudos sobre a usina — assim, em 2018, os dois órgãos recomendaram ao Ibama e à Funai a não expedição da licença prévia devido ao “risco de genocídio” dos grupos de indígenas isolados que circulam na TI Tenharim Marmelos. “Os índios isolados são grupos que precisam que seu território de perambulação seja ecologicamente equilibrado e protegido de fatores externos para garantir o autossustento e evitar, inclusive, doenças exógenas ao seu sistema imunológico. Os órgãos apontam risco de genocídio se esses índios isolados não tiverem a proteção necessária de seu território”, diz trecho do documento enviado pelo MPF e pelo MPE-RO. A recomendação foi embasada por um laudo pericial de 2017 assinado por Rebecca de Campos Ferreira, perita em antropologia do MPF que atua em processos relacionados aos direitos dos povos tradicionais. No documento, ela aponta que não há critérios técnicos ou científicos que justifiquem a fixação da delimitação padrão de 40 quilômetros para redução dos impactos, mas “motivações políticas relacionadas”. O limite estava previsto no EIA da UHE Tabajara, que considerou a TI Tenharim Marmelos como a única afetada, mas ignorou a circulação de isolados naquele território. O laudo antropológico de Ferreira aponta como “evidente” que a UHE Tabajara atingirá todas as TIs da região — não apenas a Tenharim Marmelos — e, “de modo ainda mais cruel, os indígenas isolados”. “Há a possibilidade de impactos diretos e indiretos mesmo com centenas de quilômetros de distância, sobretudo quando se considera grupos em situação de extrema vulnerabilidade, como indígenas que não fizeram contato com a sociedade envolvente”. A conclusão do EIA ocorreu em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro. O ICMBio emitiu a autorização para o licenciamento ambiental do empreendimento em 2020, mas o estudo foi rejeitado novamente em 2021 por análise técnica da Coordenação de Licenciamento Ambiental de Hidrelétricas (Cohid), vinculada ao Ibama. O parecer aponta que “as fragilidades, inconsistências, informalidade científica e ausência de informações” observadas no EIA e, também, nas complementações ao estudo solicitadas pelo Ibama “não sustentam uma decisão favorável de viabilidade do empreendimento”. Por fim, em abril de 2021, com o relatório da Cohid, o MPF e o MPE-RO abriram a ação civil pública que levou à primeira decisão da Justiça Federal no ano seguinte, com o pedido de inclusão das outras sete terras indígenas nos estudos de impacto da hidrelétrica. Já a segunda determinação, assinada pelo juiz Dimis da Costa Braga, reafirma que os impactos socioambientais da usina hidrelétrica não se restringem à bacia hidrográfica, nem a um limite de 40 km. Segundo Braga, devido ao contexto da migração de trabalhadores e de especuladores sobre a área, as circunstâncias “aumentam os riscos de conflitos agrários, estimulam o desmatamento e a invasão às terras indígenas”. A relação dos Tenharim com os isolados Mais do que uma memória da condição de viver sem o contato com os não indígenas, o povo Tenharim mantém a memória de quando alguns grupos Kagwahiva se dispersaram e passaram a viver em isolamento. “A gente não se refere a eles nem como povos, mas como parentes. Quando a gente teve esse contato com não indígenas, parte do nosso grupo foi para longe, se desmembrou. A gente ficou de um lado e esse grupo seguiu outro rumo”, explica Daiane Tenharim. Read the full article
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agnieos · 3 months
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Após fake news sobre morte, Noam Chomsky recebe alta hospitalar em SP
Linguista, filósofo e analista político de 95 anos estava internado na capital paulista para se recuperar de um AVC
https://www.terra.com.br/.../apos-fake-news-sobre-morte... RIP Noam Chomsky
Noam Chomsky, renomado linguista e filósofo americano, f4leceu aos 95 anos nesta terça-feira (18/6), segundo a revista Jacobin. Ele estava internado em um hospital de São Paulo desde junho de 2023, se recuperando de um AVC.
Chomsky, conhecido por suas contribuições pioneiras na linguística como professor emérito do MIT e ativista crítico da política externa dos EUA, enfrentava dificuldades de fala e paralisia no lado direito do corpo. Nasceu em 1928 na Filadélfia e estudou em Harvard, onde produziu seus principais estudos linguísticos.
Sua morte foi lamentada globalmente, incluindo pelo partido espanhol Podemos, que destacou suas ideias como inspiração para um mundo mais justo e solidário.
Rpst Metrópoles
SEGUNDO O DEMORI DO ICL NOTICIAS DE HOJE PELA MANHA É FAKE NEWS, CHOMSKY SEGUE FIRME E FORTE ! #fakenews
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aluna-hipster · 9 months
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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS
O que é Linguística?
A linguagem humana: do mito à ciência (José Luiz Fiorin)
Manual de linguistica
Análise de vídeos - funções da linguagem
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Sugestão de filme
"A Chegada (2016)" e SUGESTÃO DE SÉRIE: MANHUNT- UNABOMBER - 1° TEMPORADA
Para melhor discutirmos o Relativismo linguístico x Universalismo e o PAPEL DA LINGUÍSTICA COMO CIÊNCIA assistam ao filme e à série sugerida para a próxima semana.
A CHEGADA
MANHUNT- UNABOMBER
Vimos que a conclusão do caso Unabomber baseou-se em padrões semelhantes encontrados nas amostras linguísticas de autoria comprovada (escrita do manifesto). Para ajudá-los a pensar sobre esses padrões, analise o enunciado abaixo:
Você não pode comer o bolo e ter o bolo ao mesmo tempo!
O que ela revelou sobre o autor? Vamos analisar a frase em duas partes. Vamos analisar a frase em duas partes. Primeiro no âmbito da ideia transmitida pela frase em si mesma. Ao utilizar os verbos “comer” e “ter”, o autor dos atentados trabalha com a ideia de oposição como se social e industrial estivessem em lados opostos, como se, ao optar por um, automaticamente abríssemos mão do outro, como se fosse impossível ser livre e viver numa sociedade industrial, tal como é a impossibilidade de comer um bolo inteiro e ainda tê-lo.
Em uma segunda análise, pautada no inglês utilizado por ele para escrever a frase, observa-se a utilização de uma escrita culta, não empregada em tempos posteriores. Tal citação, a priori, foi considerada com erro ortográfico. Porém, o investigador linguista logo percebeu que se tratava de escrita correta e que a incorreção estaria nas produções modernas que pela aceitação da grande massa acabou se tornando “correta”.
Nesta passagem podemos fazer um paralelo entre a linguagem defendida pelo autor e a industrialização. Ao não acompanhar a “modernização” da linguagem, mesmo com todo seu conhecimento das estruturas gramaticais, e optar por uma estrutura de escrita mais “arcaica”, ele questiona a modernização industrial e seus valores, destacando por meio da escrita a valoração da forma anterior de viver e escrever. Para ele, tinha-se mais qualidade, porém a grande massa não teria condições de reconhecer isso porque estava imersa no processo de industrialização.
Qual é a função da linguagem?
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uniorkadigital · 5 months
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pouco-de-tudo · 7 months
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Transformando o Aprendizado de Inglês em uma Jornada Divertida e Gratificante
Você já se perguntou por que tantas pessoas encaram o aprendizado de inglês como uma tarefa árdua e entediante? É uma reclamação comum entre estudantes de idiomas em todo o mundo. A verdade é que muitos de nós enfrentamos essa mesma luta. No entanto, e se eu lhe dissesse que aprender inglês pode ser uma jornada emocionante e cheia de diversão? Sim, você leu corretamente! Neste artigo, vamos explorar como transformar o aprendizado de inglês de uma tarefa monótona em uma experiência cativante e estimulante. Vamos mergulhar fundo para desmistificar o mito de que é necessário sacrificar o entretenimento em nome da educação linguística. Prepare-se para descobrir um novo mundo de possibilidades, onde jogos, música, filmes e até mesmo humor se unem para tornar o aprendizado de inglês uma jornada emocionante e recompensadora. Então, pronto para embarcar nesta aventura conosco?
APRENDA INGLÊS COM A GRINGA
Rompendo as Barreiras da Monotonia
Muitos estudantes enfrentam a monotonia ao aprender inglês, mas não precisa ser assim. Vamos explorar como quebrar essas barreiras e tornar o aprendizado do idioma uma experiência dinâmica e interessante.
O Caminho Divertido para a Proficiência Linguística
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APRENDA INGLÊS COM A GRINGA
A Trilha Sonora do Seu Progresso
A música tem o poder de nos conectar emocionalmente com o idioma. Vamos explorar como integrar a música ao seu estudo de inglês pode aumentar sua motivação e acelerar seu progresso linguístico.
Uma Janela para o Mundo do Inglês
Assistir a filmes e séries em inglês pode ser uma maneira divertida e eficaz de melhorar suas habilidades linguísticas. Vamos descobrir como aproveitar ao máximo essa poderosa ferramenta de aprendizado.
O Ingrediente Secreto para o Sucesso no Aprendizado de Idiomas
Rir é uma parte essencial da experiência humana, e o humor pode desempenhar um papel fundamental no aprendizado de inglês. Vamos explorar como incorporar o humor ao seu estudo pode tornar a jornada mais agradável e eficaz.
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Uma Jornada de Aprendizado Sem Limites
Ao longo deste artigo, exploramos várias maneiras de transformar o aprendizado de inglês em uma jornada divertida e gratificante. Desde jogos e música até filmes, séries e humor, há infinitas possibilidades esperando para serem exploradas. Então, não deixe que a monotonia atrapalhe o seu progresso. Em vez disso, abrace a diversão e a emoção que o aprendizado de inglês tem a oferecer. Lembre-se, cada passo que você dá nesta jornada o aproxima mais do domínio do idioma e de um mundo inteiro de novas oportunidades. Então, que a aventura comece!
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petrosolgas · 8 months
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USP oferece 72 Cursos de Verão EAD: Inscrições abertas para o programa de qualificação profissional
A Universidade de São Paulo (USP) anunciou a abertura de inscrições para 72 cursos de verão na modalidade EAD em 2024. Os cursos, distribuídos em áreas como estudos filosóficos, históricos, linguísticos, literários, antropológicos, políticos e sociais, oferecem uma oportunidade de qualificação profissional e acadêmica. As inscrições estão divididas em cinco grupos, com sorteio eletrônico para…
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