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#porque a deflação é ruim
capitalflutuante · 9 months
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A inflação do País acelerou para 0,56% em dezembro, na comparação com novembro. Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2023 com alta acumulada de 4,62%, abaixo do teto da meta de inflação, de 4,75%. Os dados são foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Focus: mercado eleva para 1,59% projeção de expansão da economia em 2024 O resultado ficou acima do que esperava o mercado. Para o estrategista da RB investimentos, Gustavo Cruz, o número desapontou. “As aberturas não são das melhores”, pontua, ponderando a questão sazonal, dado que dezembro acaba influenciando os preços para cima por conta das festas de fim de ano. O resultado, segundo ele, “pode diminuir a projeção de cortes maiores da Selic nas duas próximas duas reuniões do Copom”, avalia Cruz em nota. Igor Cadilhac, economista do PicPay, também considera que o número foi ruim do ponto de vista qualitativo. “A piora na média dos núcleos sugere um cenário desinflacionário menos consistente no curto prazo. Diante disso, é provável uma menor expectativa de uma redução mais rápida da taxa Selic”, afirma, em nota. Um ponto de alerta, segundo os analistas, foi que além da alta em alimentação do domicílio, os núcleos também tiveram resultados pressionados. O núcleo de serviços subjacentes continuou subiu de 0,32% para 0,45%. Leia também PIB mais fraco e juros em queda: entenda as perspectivas para a economia brasileira em 2024 A economista-chefe para Brasil do BNP Paribas, Laiz Carvalho, alerta que os dados acendem uma “luz amarela” sobre a continuidade do processo de desinflação. Ela ressalta, porém, que é preciso aguardar as próximas divulgações do IPCA para confirmar se a tendência se mantém ou não. “Uma média de núcleos entre 0,45% e 0,50%, quando anualizada, significa algo entre 4,5% e 5%, muito acima da meta”, destaca Carvalho. “Mas é preciso ver a tendência à frente, porque essa pressão no final do ano também é comum”. Maior pressão veio de alimentos, mas todos os grupos registram alta Em dezembro, todos os nove grupos de produtos e serviços analisados pela pesquisa registraram alta. A maior veio de alimentação e bebidas (1,11%), grupo que acelerou em relação ao mês anterior (0,63%) e exerceu o maior impacto sobre o resultado geral (0,23 ponto percentual). Com o aumento nos preços da batata-inglesa (19,09%), do feijão-carioca (13,79%), do arroz (5,81%) e das frutas (3,37%), a alimentação no domicílio subiu 1,34%. Por outro lado, o preço do leite longa vida baixou pelo sétimo mês seguido (-1,26%). “O aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente dos in natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a essas variações climáticas”, explicou o gerente do IPCA, André Almeida. No mesmo período, a alimentação fora do domicílio (0,53%) acelerou frente ao mês anterior (0,32%), com as altas do lanche (0,74%) e da refeição (0,48%). Esses dois itens também tiveram aumento na comparação com novembro. No grupo dos transportes (0,48%), o segundo que mais contribuiu para o índice geral, as passagens aéreas (8,87%) continuaram subindo. Dezembro foi o quarto mês seguido com variações positivas desse subitem, que representou o maior impacto individual sobre a inflação do país (0,08 p.p.). Por outro lado, todos os combustíveis pesquisados (-0,50%) tiveram deflação: óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%). “Pelo fato de a gasolina ser o subitem de maior peso entre os 377 pesquisados pelo IPCA, com essa queda, ela segurou o resultado no índice do mês”, ressaltou André. Em dezembro, os preços desse combustível caíram pelo terceiro mês consecutivo. Já em habitação (0,34%), que desacelerou na comparação com novembro (0,48%), os destaques foram as altas da energia elétrica residencial (0,54%), da taxa de água e esgoto (0,85%) e do gás encanado (1,25%). Os demais grupos registraram
os seguintes resultados: artigos de residência (0,76%), vestuário (0,70%), despesas pessoais (0,48%) saúde e cuidados pessoais (0,35%), educação (0,24%) e comunicação (0,04%). INPC O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou alta de 0,55% em dezembro, acima do resultado do mês anterior (0,10%). O índice acumulou aumento de 3,71% no ano, abaixo do registrado no ano anterior (5,93%). No acumulado de 2023, houve alta de 0,33% nos produtos alimentícios e de 4,83% nos não alimentícios. “O resultado acumulado do ano do INPC ficou abaixo do IPCA principalmente por conta do maior peso que o grupo alimentação e bebidas tem dentro da cesta”, explicou o pesquisador. Em dezembro do ano passado, os preços dos produtos alimentícios aceleraram (de 0,57% para 1,20%). Os não alimentícios também registraram variações maiores (0,35% em dezembro contra -0,05% no mês anterior). *Com Agência Estado e Agência Brasil Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3. Link da matéria
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foursolucoes · 5 years
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Queda maior da Selic e juros reais baixos
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A taxa real de juros da economia brasileira deve cair ainda mais, estimou a Instituição Fiscal Independente (IFI) nesta segunda-feira (14). Em setembro, estava em 1,3%, e a tendência é cair mais, em função de novos cortes esperados pelo Banco Central na taxa Selic. A longo prazo, estima-se que convergirá a 3,5% ao ano. “A trajetória bastante favorável esperada para a inflação nos próximos trimestres sustenta essa expectativa”, aposta o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, na carta de apresentação do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), editado mensalmente com avaliações conjunturais e atualizações para os cenários tanto otimista quanto pessimista, levando em conta as projeções como PIB, inflação e taxa de juros, entre outras. O documento da IFI diz que a redução de juros não é um movimento apenas brasileiro. “Os bancos centrais ao redor do mundo estão reduzindo juros para estimular a atividade econômica dos países”, destacou Salto. Para ele, a manutenção de juros reais em níveis historicamente baixos depende de uma coordenação eficiente entre as políticas monetária e fiscal. Como juros e inflação são dois índices altamente interligados, o relatório afirma que “as expectativas inflacionárias abaixo da meta criam condições para que o ciclo de queda da taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) tenha continuidade, de forma a prover estímulo à atividade econômica”. Num cenário de deflação, em boa parte motivado pela redução do preço de alimentos e bebidas, a inflação ao consumidor acumulada em 12 meses passou de 3,43% em agosto para 2,89% em setembro. As famílias mostram certa recuperação na capacidade de consumo no comércio varejista (3,57% nos últimos 12 meses). Porém, o setor de serviços tem receita praticamente estagnada, e indústrias operam com alto grau de ociosidade. Com isso, o PIB deve ter subido cerca de 0,2% no terceiro trimestre e, por conseguinte, o índice não deve passar de 1% em 2019. Cenários O RAF é composto por três seções: contexto macroeconômico, conjuntura fiscal e Orçamento. Na primeira delas, um olhar mais atento à atividade econômica mostra que a confiança de empresários e consumidores no governo do terceiro trimestre (julho, agosto e setembro) melhorou em relação aos três meses anteriores, mas não voltou aos índices registrados no primeiro trimestre após a posse do governo Bolsonaro. De acordo com o relatório, o que caracteriza essa redução na confiança é a desaceleração no crescimento econômico global e a lenta recuperação do mercado de trabalho. A boa notícia é que, segundo a avaliação da IFI, a taxa de desemprego vem recuando, ainda que lentamente. Ela variou de 13,1% em abril de 2017 para 12,3% em janeiro de 2019, sendo de 11,9% em julho e 11,8% em agosto, segundo a  Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). “Essa taxa é 0,3 ponto percentual abaixo da observada no mesmo período do ano anterior. Mas o contingente de desocupados na economia ainda é considerado relativamente alto: 12,5 milhões de pessoas”, diz o RAF. Na avaliação dos economistas da IFI, a situação segue desfavorável para a criação de empregos formais por causa das incertezas que cercam o cenário econômico e da contenção de custos praticada pelas empresas. Os economistas lembram que a criação de empregos na economia tem se concentrado em setores ligados à informalidade, o que é ruim para a arrecadação de tributos que incidem sobre a folha de pagamento das empresas, como PIS e Cofins, afirma o documento. Conjuntura fiscal A IFI criticou como “muito difícil” a estratégia do atual governo de promover o ajuste somente pelo lado das despesas, principalmente tendo em vista a rigidez da despesa pública no Brasil. O documento prevê que o governo terá de lançar mão de medidas que elevem as receitas, de forma que o ajuste represente uma combinação de medidas. “Além do crescimento da arrecadação, dependente da recuperação da economia, uma revisão de desonerações fiscais pode ser necessária”, sustenta o RAF. Ao avaliar a conjuntura fiscal, a IFI destacou que as despesas com o pagamento de benefícios previdenciários aos trabalhadores da iniciativa privada (8,3% do PIB) e os gastos com pessoal (4,3% do PIB) junto com os encargos sociais tiveram ritmo de crescimento acelerado na despesa total de agosto (que soma 18% do PIB). Já as despesas discricionárias, que incluem investimentos públicos e gastos de custeio da máquina pública (principalmente saúde e educação), sofreram forte redução no período (17,2%). “Isso evidencia a baixa qualidade do ajuste fiscal ora em curso”, condena o documento. Para os analistas, o ideal seria que o governo conseguisse avançar numa agenda de reforma fiscal que corrigisse a dinâmica de despesas obrigatórias do Orçamento. Eles lembraram no RAF que a literatura econômica recomenda a preservação do investimento público em momentos de ajuste pelo lado do gasto. A reforma da Previdência está neste contexto porque o ritmo de aumento do gasto com o setor é muito maior que o dos investimentos. “Os pagamentos de aposentadorias e pensões tenderão a pressionar cada vez mais o Orçamento público em caso de não aprovação de reformas que corrijam a atual dinâmica dessas despesas”, alerta o IFI no texto publicado na segunda-feira. Orçamento A edição do RAF lembra que a Instituição Fiscal Independente alertou nos últimos dois relatórios para erros de cálculo do governo sobre, por exemplo, o gasto com pessoal. A correção desses dados confirmou que as despesas previstas pelo governo estavam possivelmente superestimadas. Além da redução das despesas obrigatórias em R$ 6 bilhões, o governo corrigiu a previsão das receitas líquidas em R$ 6,4 bilhões, em razão de uma expectativa de maior recolhimento de receitas administradas. Como resultado das novas estimativas, o contingenciamento está em R$ 21,8 bilhões e equivale a 16% do gasto discricionário da União. Fonte: Agência Senado Read the full article
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oconsul · 3 years
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Brasil e o Grande Capital Internacional
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(Quando o mercado financeiro controla a política econômica de um país)
“Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis.” Mayer Amschel Rothschild
Não é de todo verdade que se possa dominar uma sociedade controlando-se apenas um de seus aspectos, mas provavelmente o lugar da Terra em que essa ideia se aproxima mais da realidade é a nossa querida América Latina.
É óbvio que o Grande Capital Internacional se preocupa, e muito, com quem redige as leis. Não só com quem redige as leis, mas também com quem a diz, com quem executa o orçamento público, com quem se comunica com as massas, com quem produz conhecimento etc. Ou seja, com todos os aspectos importantes da vida social.
Mas num país sem histórico de grandes movimentos políticos impulsionados por sentimentos religiosos ou étnicos, e sem grupos armados que imponham algum tipo de abordagem militarizada para a obtenção da supremacia política, o controle pela via econômica se mostrou sempre o mais eficaz, mesmo desde as primeiras décadas da ocupação europeia na América.
É assim principalmente no Brasil. Em outros países da América Latina a questão étnica entra como um elemento mais forte na composição do cenário político. Mas mesmo nesses países os movimentos de cunho étnico raramente alcançaram o poder político e via de regra não são capazes de deter o avanço da agenda hostil do Grande Capital Internacional em seus territórios.
No Brasil nada politicamente relevante foi criado fora da esfera de influência política da coroa de Portugal e de seus aliados. Tudo que fugia desse polo de poder era brutalmente esmagado antes que pudesse se tornar uma ameaça real ao status quo colonial. E assim, desde o século XVI, nos tornamos uma peça secundária do quebra-cabeça da economia global, tendo as elites coloniais como guardiães dessa famigerada ordem. Dessa forma o Grande Capital Internacional fincou suas raízes daninhas no solo brasileiro, mas também nesse processo se amalgamaram as energias criadores que, com a maturação dos séculos, faria do Brasil uma nação propícia ao desenvolvimento social, econômico e espiritual dentro de padrões mais elevados com relação àqueles aos que a humanidade se acostumou. Infelizmente ainda não começamos a cumprir esse feliz destino de acolher nossos irmãos terráqueos porque ainda estamos lidando com as nossas próprias feridas abertas por esses séculos de insanidade materialista.
Mas, voltando à ideia do nosso amigo Rothschild, o domínio das sociedades através do dinheiro depende de um Sistema Financeiro centralizado e em perfeito comando da economia.
A Economia é um fenômeno social. É um aspecto da vida social. Dela emanam padrões reconhecíveis, apreciados pela Ciência Econômica. O Sistema Financeiro é um dos subprodutos da Economia. Esse sistema surge a partir do desenvolvimento das técnicas de controle e mensuração do fenômeno econômico.
Foi quando o papel-moeda se popularizou que o tipo de dominação das economias, sobretudo as subdesenvolvidas, se configurou nos moldes que estão em vigor. O papel-moeda proporcionou que o dinheiro pudesse ser emitido sem qualquer lastro, uma vez que o papel tem valor irrisório, enquanto que as moedas de ouro, prata, bronze etc. têm valor em si mesmas e, pelo menos parcialmente, lastreiam seu valor oficial.
Até então a inflação ou deflação era um fenômeno natural que decorria da relação entre nível de atividade econômica da sociedade e disponibilidade de moeda. Esse padrão ainda funciona mas o caráter ‘natural’ dele foi afastado uma vez que se pode emitir moeda sem qualquer lastro, corroendo-se o seu valor e criando-se inflação artificialmente.
Nesse novo estágio do nosso desenvolvimento tecnológico abriu-se uma oportunidade de se manipular as economias das sociedades de uma forma única e numa escala inimaginável até então na história do controle do Grande Capital Internacional sobre a humanidade, que se confunde com a própria história da humanidade.
Aqui se faz necessário um pequeno parêntese: o Grande Capital Internacional propriamente dito se constituiu no processo histórico que ficou conhecido como mercantilismo. Até esse momento as dimensões política e econômica basicamente se confundiam em todas as grandes nações que marcaram nossa História nos últimos milênios. Houve impérios mercantis, como o fenício, o grego, o árabe etc. Mas em nenhum deles se desenvolveu algo que se possa chamar de Capital Internacional. A expansão notável do alcance comercial desses e de outros povos foi sempre acompanhada de sentimentos nacionalistas e não raro culminavam em tentativas de anexação política.
Sendo assim falar em Grande Capital Internacional em períodos anteriores à consolidação desse mesmo capital é tecnicamente um anacronismo.
A explicação é que esse termo é usado aqui como uma metonímia que remete a grupos cujas origens são obscuras demais para sua apreciação segundo nossos parâmetros cotidianos. A expressão ‘Grande Capital Internacional’, além de ser específica o suficiente para evitar divagações desnecessárias, capta a atenção de qualquer pessoa que venceu a barreira do analfabetismo político, porque esta sabe que estamos lidando com uma força real, com poder político e militar, com a qual temos que lidar, de uma forma ou de outra, todos os dias da nossa vida, em todos os aspectos da vida social, política, econômica, cultural etc., etc., etc.
Usando a expressão ‘Grande Capital Internacional’ evitamos questionamentos desnecessários ou que exorbitam da proposta inicial do texto. O interesse deste singelo servidor da humanidade é, por ora, ajudar a despertar as pessoas para o enfrentamento em nível político e econômico dessas forças que nos parasitam desde tempos que chamamos (por que assim fomos ensinados por eles) de mitológicos.
Retomando nossa linha de raciocínio, falávamos de como o instituto dos Sistemas Financeiros Nacionais, normalmente dirigidos pelos Bancos Centrais, representavam uma nova oportunidade de o Grande Capital Internacional enriquecer com o empobrecimento das populações atingidas pela inflação artificial gerada pela emissão de moeda sem lastro, a chamada ‘Fiat Currency’. Para isso só é preciso um pretexto oficial (financiamento de obras, pagamento de dívidas…) para se emitir moeda ou gerar títulos públicos para que as instituições do GCI se tornem elegíveis a abocanhar obscenas fatias dos orçamentos das nações que se sujeitam a esse sistema, com seus políticos ‘liberais’ e suas populações sonâmbulas. É esse processo que contextualiza a emblemática frase do Mayer Rothschild.
Não é de se impressionar que o nosso Banco Central foi instituído numa data e num período histórico bastante controversos: 31 de dezembro de 1964.
Considerando que o governo de então tinha assumido o poder em 1º de abril daquele ano pode-se deduzir a importância que tinha a fundação dessa autarquia para as forças por trás do golpe militar.
Não se deve concluir que a instituição de um órgão desse tipo seja ruim para uma nação. O que afirmo aqui é que o domínio sobre ele é estratégico para se levar a cabo o tipo de dominação que o Grande Capital Internacional pretende ter sobre as sociedades. O grau de submissão de um governo a essa agenda é em boa parte aferido pelo grau de controle que eles têm sobre o respectivo Banco Central. Esse é um dos parâmetros-chave para que se decida que tipo de abordagem o GCI terá com cada governo. A tentativa de rompimento desse tipo de relação com as forças em comando da Terra é a principal causa de derrubadas de governos mundo afora desde que esse sistema se instituiu.
Vou ilustrar tudo que foi dito até aqui com o relato de uma passagem que ocorreu num passado recente da nossa República.
O ano era 2002, e Roseana Sarney liderava as pesquisas de intenção de voto e era a favorita em todos os cenários para o segundo turno.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas! Eis que a nossa digníssima então senadora desistiu da corrida presidencial acusando o PSDB e a Polícia Federal de um complô para facilitar a ascensão de José Serra ao segundo turno (algo que a História mostrou absolutamente factível!).
Assim que saem as novas pesquisas dando Lula disparado em primeiro lugar os especuladores das bolsas entram em pânico. Os dólares começam a fugir, a BOVESPA tem queda recorde, membros das classes médias começam a manifestar seu medo da ‘onda vermelha’. Pela primeira vez a Casa-Grande via a possibilidade de ser governada por alguém que não nasceu de seu ventre.
Consolidada a vitória de Lula, os altos escalões secretos do GCI avaliaram que seria arriscado demais empreender outro golpe de Estado numa população que ainda estava se reacostumando ao ambiente democrático.
Ao invés disso convidaram Lula a visitar Washington, em dezembro de 2002.
O resultado dessa viagem foi a ratificação de um acordo sobre a equipe econômica. Henrique Meirelles foi indicado oficialmente à presidência do Banco Central.
Henrique Meirelles foi funcionário do BankBoston nos 28 anos anteriores à sua indicação, ao fim dos quais já era o presidente internacional da mesma (uma ascensão notável para quem é engenheiro civil de formação). O BankBoston torna-se, em 1999, a partir de uma fusão com outra instituição financeira, o oitavo maior banco dos EUA. Parecia não ter mais para onde subir na carreira do nosso herói. Mas o GCI tinha outros planos para o seu fiel escudeiro.
Num livro da biblioteca do Banco Central, onde o Meirelles fala sobre sua vida pessoal e carreira, ele afirma que se filiou ao PSDB em 2001 a pedido de Fernando Henrique Cardoso (também estimado por seus senhores financeiros). Na sua página na plataforma Wikipédia consta que ele retornou ao Brasil em 2002 para iniciar sua carreira política e, no livro já citado, ele afirma que “Foi uma experiência fantástica sair da ponte Boston-Nova Iork para fazer campanha no interior de Goiás.”
Apesar dos efeitos tranquilizantes e prazerosos que normalmente nos proporcionam as paisagens interioranas, é difícil imaginar que alguém com esse prestígio entre os círculos mais internos do controle financeiro global troque a Quinta Avenida pelas estradas de terra do interior de Goiás sem ter um objetivo bem específico para isso. Ou estava ele realmente tomado por um sentimento de renovação espiritual dentro de si, ou essa mudança brusca refletia apenas o cumprimento de exigências para a consecução de um plano traçado por seus chefes obscuros para reposicioná-lo, sem ter que perder um soldado tão bem treinado no front onde ele melhor atua: o Sistema Financeiro.
E sabendo-se que o GCI não costuma graduar aqueles subalternos com pendores humanistas, receio ter que duvidar das motivações nobres que ele afirma ter tido quando volta ao Brasil para dar continuidade à tradição política de sua família, vinculada às elites goianas.
Nessa mesma época, como consta nessa publicação da época, veiculada pelo portal UOL Notícias, as relações entre o PT e o governo Bush se iniciaram antes do início oficial do período eleitoral. Ficou a cargo de José Dirceu, futuro Ministro da Casa Civil, ser o “interlocutor político da aproximação”, segundo o site.
No livro sobre sua vida Meirelles fala que, já no Brasil, um membro do PT o procurou para convidá-lo a presidir o BC em caso de vitória do Lula, por ele ser “...uma pessoa na qual confiavam, apesar das divergências ideológicas e políticas.”.
É improvável que o PT tenha oferecido qualquer cargo no Governo Federal a um membro do PSDB sem que isso tenha sido uma imposição de algum grupo com poder suficiente para fazer esse tipo de exigência.
Seja como tenha sido, o fato é que Lula finalmente ganhou, mas teve que ceder o controle do nosso BC às velhas forças sombrias que vêm se locupletando dos recursos da maioria das sociedades do mundo através do sistema global que eles implantaram ao longo dos milênios de terror. (Sim, milênios!).
Dito tudo isso poder-se-ia imaginar que o que houve foi um conluio entre o PT e essas forças. E foi o que muitos pensaram na época. O PSOL é um fruto direto dessa contestação à perigosa aproximação que o PT fez com o Grande Capital Internacional. Mas apesar das dissensões Lula foi bem-sucedido na difícil tarefa de manter no mesmo barco agendas tão discrepantes como a do Grande Capital e das causas sociais. Ele teve que fazer uma conciliação improvável, não sem grandes porém necessárias concessões, mas ele se mostrou um ninja da articulação política. Os efeitos na sociedade brasileira resultantes desse processo ficarão para sempre nos anais da história para a apreciação da pertinência ou não dos atos praticados.
Mas acredito que a História já nos mostrou o verdadeiro lado em que o PT estava, e foi sim o lado dos trabalhadores (em sentido amplo, onde se incluem os empresários). Tanto que a trégua articulada por Lula e equipe com os donos do planeta não durou muito e, em 2005, foi desencadeado o mensalão fake, que a pirotecnia midiática tentou transformar na nova traição de Cristo mas que, depois de mais de uma década e meia de processo, nada foi provado e, portanto, ninguém pode ser condenado.  
E mesmo a contragosto do “Mercado” Lula sobreviveu às tentativas de desestabilização do seu governo, à maior crise desde 1929, à mídia pertencente ao GCI e a tudo mais que temos que enfrentar caso escolhamos resistir a essa sombra perversa que ainda hoje anda adiando o nosso grito de liberdade.
O GCI continua assediando a democracia brasileira. Prendeu Lula para evitar sua reeleição e estuda derrubar aquele que se beneficiou diretamente dessa prisão, por motivos que não tocam à condução da política econômica, nas mãos atualmente de Paulo Guedes, que responde com a mesma docilidade que Meirelles aos mesmos amos sombrios.
Está na hora de acessarmos a próxima fase do nosso entendimento e práxis políticos, que não mais se baseará na separação dos indivíduos a partir de seus aspectos nacional, ou classista, ou étnico, ou econômico (que são características que não nos definem). A próxima fase será global, e requer necessariamente o entendimento do ser humano nos seus aspectos natural, social e espiritual, que têm sido neglicenciados em favor de agendas que não conduzem à satisfação das necessidades e anseios primordiais da condição humana.
É seguro dizer que nesse novo patamar de consciência política (e da condição humana) o grande embate não se dará entre grupos que se qualificam como ‘direita’ e ‘esquerda’, não por que essas agendas irão desaparecer, mas por que serão recicladas, redimensionadas e separadas entre aquilo que beneficia a Humanidade e aquilo que propicia o seu aprisionamento às forças negativas que regem o mundo, aqui denominadas de Grande Capital Internacional.
Nos EUA, por exemplo, a direita se coloca contra esse GCI, que afirmam ser comunista. Na América Latina nós da esquerda também nos dispomos a combater esse poder global, mas aqui focamos no seu caráter econômico. É o apego a símbolos, conceitos e nomenclaturas estéreis que confunde os defensores do dois lados e os impede, muitas vezes, de perceber que são o mesmo lado.
Aos pouco vamos desenrolando, em futuros textos, esse emaranhado feito sob medida para manter grupos isolados e nações enfraquecidas e distraídas das questões fundamentais através das quais os engenheiros sociais das forças sombrias nos controlam sem precisar sujar o colarinho.
Mas adianto que os dois atributos morais que serão fundamentais para a conversão dos humanos de erráticos zumbis em guerreiros da liberdade serão a Solidariedade entre todos indivíduos e nações, e o Conhecimento radicalmente humilde e abrangente, para que seja à prova das mentiras e distrações das forças opositoras.
Conheçamo-nos e amemo-nos. Amém.
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davidbaker75 · 7 years
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Depois da deflação em junho, IPCA avança 0,70% em julho
A deflação comemorada em Belo Horizonte em junho não durou muito tempo. Com a recente alta dos impostos sobre os combustíveis e a volta da bandeira amarela na tarifa de energia, a capital viu o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saltar de -0,07% para 0,70% em julho. “A Petrobras já tinha anunciado aumento da gasolina em julho e, logo em seguida, o governo elevou os impostos. E já deu tempo de o consumidor sentir esse impacto”, explica a coordenadora de pesquisas do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contáveis (Ipead/UFMG), Thaize Martins.
No mês passado, para cobrir o déficit nas contas, o governo decidiu elevar as alíquotas de PIS/Cofins e a gasolina subiu cerca de R$ 0,41 por litro. Já o diesel subiu R$ 0,22 e o etanol ficou, em média, R$ 0,20 mais caro. Karime Fernandes, 52, trabalha com transporte escolar e já sentiu no bolso. “Normalmente, gastava R$ 170 para completar o tanque com diesel. Depois do aumento, fui abastecer e passou de R$ 200. E o pior é que não tenho como repassar porque faço contrato anual com os pais, para que eles se programem para o ano inteiro”, explica a motorista.
No mês passado, a gasolina foi a vilã, ao lado da conta de luz. “Em junho, esses dois itens tinham caído de preço e foram responsáveis pela deflação. Agora, voltaram a subir e a tendência é continuar em alta em agosto, que ainda terá impactos de repasses indiretos, pois o frete vai subir”, explica Thaize. Segundo ela, o IPCA deve encerrar este mês igual ou maior do que os 0,70% de julho.
A aposentada Lourdes Kineip, 65, sentiu o peso do aumento da energia elétrica. “Eu paguei R$ 130 no mês passado, agora subiu para R$ 157. E o condomínio também veio mais alto. Desse jeito, como é que a gente vai comer?”, questiona. “Tenho crianças em casa e preciso dar uma alimentação saudável. Caso contrário, o gasto depois vai ser com remédio”, afirma Lourdes.
No grupo alimentação, o destaque negativo ficou por conta do tomate. “Subiu 41,8% em julho”, afirma a coordenadora de pesquisas do Ipead/UFMG. A cesta básica, que vinha registrando consecutivas quedas de preço, também teve alta. De junho para julho, o valor subiu 0,64%. A banana caturra, o leite, o arroz e o óleo de soja também ficaram mais caros.
Confiança em queda. Diante das incertezas políticas e econômicas, o consumidor continua desanimado. O índice de confiança dos belo-horizontinos medido pelo Ipead/UFMG registrou 35 pontos. Para demonstrar otimismo, o indicador tem que passar dos 50 pontos. “Cada vez que vem uma notícia ruim, o índice piora. Ele não passa dos 50 pontos desde janeiro de 2013”, observa Thaize.
Apesar das altas, tudo indica que 2017 terá uma inflação menor do que a de 2016. “Até julho, o IPCA acumula 2,47% em Belo Horizonte. No ano passado, na mesma época, chegava a 6,59%”, compara a economista.
Juros
Descompasso. A taxa básica de juros (Selic) teve novo corte em julho, para 9,25% ao ano. Mas o custo dos empréstimos pessoais ainda está alto. O rotativo do cartão está em 350% ao ano.
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