Tumgik
#pov001.
mollymayfair · 8 months
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( ♡ ) — POV I: FLASHBACK TO THE ANIMAL SAVING.
Todo mundo ao redor de Molly, incluindo seus pais, achava que a garota gostava de causar problemas. Era mais comum encontrar a filha de Circe tendo que consertar alguma coisa mais do que a encontrar fazendo alguma coisa certa. O problema era que isso não passava de uma interpretação errada da Mayfair, pois não gostava nenhum pouco de causar problemas, apenas atraía aquilo como imã atrai metal.  
Entretanto, tinha um único tipo de problema que a garota fazia totalmente de propósito. Estragar o dia de empresários nojentos. Alguns anos depois de ser recebida no Acampamento Meio-Sangue a garota resolveu entrar em uma ONG de proteção à natureza e aos animais, pois sendo uma bruxinha muito dedicada, ela queria ajudar o meio ambiente de todo modo que podia. E nessa brincadeira Molly acabou formando um grupinho de ativistas mais radicais, que sem avisar a ONG, costumavam invadir fábricas de cosméticos para destruir tudo. Quer dizer, libertar os animais que eles usavam para fazer os testes químicos. 
Molly estava naquele exato momento em uma van, acompanhada de cinco mortais, indo para uma fábrica que eles haviam descoberto se tratar de uma fachada para experimentos animais. Ou seja, era sua maior inimiga atual. A filha de Circe, entretanto, tinha noção de que não podia sair por aí usando seus poderes ou conjurando feitiços, afinal iria acabar atraindo monstros e estava sozinha com aquelas cinco pessoas que sequer conseguiam olhar através da névoa, mas mesmo assim decidiu os acompanhar. 
Invadiram o lugar mais horrível do mundo com uma maestria assustadora, pois já haviam se tornado veteranos. Conseguiam andar por aqueles corredores sujos e nojentos sem fazer sequer um barulhinho. E sem muitas delongas chegaram no lugar onde todos os coelhinhos e ratinhos estavam presos. O coração de Molly se apertou no mesmo instante. Como podiam fazer aquilo com bichinhos tão fofos? A bruxa já achava ruim quando eram maldosos com animais mais desprovidos de beleza, mas com aqueles que poderiam ser os pets mais adoráveis do mundo? Tinha que ter um coração podre demais para fazer aquilo. 
Molly correu para soltar aqueles que estavam mais perto de si, enquanto os outros foram em direção às demais gaiolas. Eles já estavam treinados para fazer aquilo naturalmente, mas aparentemente um deles deve ter feito barulho demais, pois logo todas as luzes acenderam. Merda, haviam sido pegos. 
“— Ok, saiam daqui. Agora!” avisou para os outros, que a olharam de maneira estranha. Não era comum, mas Molly teve que revirar seus olhos. Não podia explicar o que estava prestes a fazer, porque não podiam apenas lhe escutar e irem embora? “— Não se preocupem, eu sei o que to fazendo.” tentou mais uma vez, mas eles não pareciam tão convencidos. 
Foi naquele exato instante que um guarda entrou no lugar, gritando igual um maluco e segurando um taser. Desde quando os seguranças tinham tasers? Bom, talvez tivesse sorte de não ser uma arma de fogo. Por ter ficado na gaiola mais próxima da gaiola é claro que a Molly foi a primeira tacada, e quando homem acionou aquela arminha e os fios para lhe eletrocutar foram direcionados, a semideusa simplesmente desviou com uma velocidade divina e se abaixou para chutar suas pernas em uma rasteira que era digna de alguns elogios de seus amigos combatentes. 
Ok, talvez as aulas de combate corpo a corpo fossem úteis no final das contas. 
Ela não perdeu tempo, pois mais dois seguranças estavam entrando na sala. “— Se vocês não forem embora agora… Eu juro que os próximos a levar isso aqui vão ser vocês!” ameaçou e finalmente pareceu surtir algum efeito, com os cinco mortais correndo para pular pela janela.
Enquanto os seus colegas não saiam dali, Molly teve que se virar com apenas golpes marciais. Ela não era a melhor lutadora do acampamento, mas contra dois mortais usando armas idiotas que com toda certeza se achavam muito mais do que eram? Era praticamente o Bruce Lee. Conseguiu parar todos eles, e quando se virou, seus amigos haviam ido embora. 
“— Ai, graças a minha avó!” exclamou aliviada, então olhando para os três mortais caídos no chão. Riu, sussurrando um feitiço que ficassem grudados ali até ela sair. E depois disso foi muito mais fácil simplesmente pegar as gaiolas para retirar pela janela. Todos os seus amigos levaram os pobres animais para a van, com a intenção de os entregar para abrigos e também os libertar na natureza. Isso era algo que iam fazer mais organizadamente depois, mas naquele momento Molly simplesmente estava feliz de ter conseguido salvar os bichinhos. 
E claro, antes de simplesmente ir embora, teve que sussurrar mais um feitiço: o dono daquele lugar iria ser acertado por um dos tasers de seus seguranças na próxima vez que fosse ali. Acidentalmente, claro.
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erikxphantom · 5 months
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                                     ◃ 𝐼'𝑣𝑒 𝑔𝑜𝑡 𝑎 𝑚𝑜𝑛𝑠𝑡𝑒𝑟 𝑖𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒 𝑚𝑒                  𝐻𝑒 𝑖𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑙𝑦 𝑐ℎ𝑎𝑛𝑔𝑖𝑛𝑔 ℎ𝑖𝑠 𝑚𝑖𝑛𝑑 𝑜𝑛 𝑡ℎ𝑒 𝑑𝑎𝑖𝑙𝑦. 𝒕𝒉𝒊𝒏𝒌 𝒕𝒉𝒂𝒕 𝒉𝒆 𝒉𝒂𝒕𝒆𝒔 𝒎𝒆
𝐴𝑓𝑡𝑒𝑟 𝑡ℎ𝑒 𝑤𝑒𝑙𝑐𝑜𝑚𝑒 𝑓𝑒𝑠𝑡𝑖𝑣𝑎𝑙 𝑝𝑙𝑜𝑡 𝑑𝑟𝑜𝑝 _ 𝑡ℎ𝑖𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝒑𝒐𝒊𝒏𝒕 𝒐��� 𝒗𝒊𝒆𝒘!
A volta para casa foi regada pro flash's dos acontecimentos noturnos e pelos inúmeros questionamentos que rondavam a cabeça de Erik: como estariam os outros mundos? Quanta magia ainda tinham para sustentar tudo? E os perdidos, que parte eles realmente teriam em suas tramas? As questões pareciam não ter fim e criavam ecos em sua cabeça ao longo do caminho até a Dusty books. Velhos hábitos nunca morreriam afinal, ele ainda residia nos lugares onde trabalhava de algum modo. Destrancou a porta lateral, já familiarizado com o ambiente, não precisou ligar uma luz que fosse, para que achasse o caminho das escadas que levavam ao andar superior, onde ficava seu quarto e outros cômodos onde só ele poderia ir.
Desabotoou as roupas, deixando-as alinhadas no encosto da cadeira ao lado da cama, antes de ir tomar um banho para finalmente deitar-se. O peso das vestes ainda parecia recair sobre seu corpo, mesmo agora quando sentia a água gelada escorrer por sua pele. A cabeça ainda rodava com tudo que viveu durante o dia, incapaz de desligar-se por alguns míseros segundos que fosse. Erik finalmente deitou-se, incerto de quanto tempo levou até que conseguisse adormecer, mas se ele soubesse o que aconteceria, seguramente teria tomado umas boas xícaras de café para continuar acordado.
Tudo começou calmo e tranquilo. Era dia de espetáculo no teatro e tudo parecia correr como o planejado. Do seu camarote particular, Erik assistia ao ensaio da equipe, todos mascarados assim como ele, e sua sensação não era de ser um estranho ali, mas de alguma igualdade, ou melhor, superioridade. Ele dava as coordenadas, ajustando uma coisa ou outra, mas a única que parecia fazer tudo perfeito, era Christine. Ela ainda detinha toda sua atenção e afeição. Movendo-se de forma angelical pelo palco, enquanto seguia todo o roteiro escrito exatamente para ela.
Era em momentos assim, quando o olhar se prendia em Christine, que Erik conseguia esquecer do restante do mundo. Poderia ter cem pessoas em cima daquele palco, ainda assim, ele só veria e ouviria ela. Isso, é claro, até que seus olhos identificassem o desafeto pelos cantos. Raoul era sempre um incomodo, espreitando por todos os lados, com seus olhos tristes e sua postura de bom moço. Os olhos de Erik reviraram ao notá-lo fazer algo errado, como de costume. Se você quer algo bem feito, faça você mesmo, não é o que dizem? Erik então desceu do seu camarote rumo ao palco para fazer as correções de perto.
Não sabia ao certo quanto tempo levou, mas tudo pareceu acontecer num piscar de olhos. Repentinamente, o cenário não era mais o palco do teatro, mas sim a coxia. A silhueta que se forma a sua frente era turva e estranha para ele, como alguém que desconhecia, até que ele puxou um violino do canto e começou a tocá-lo com maestria. O musico era uma ameaça a tudo que tinha construído - ao menos era o que Erik conseguia pensar - e a cada nota que ele acertava, Erik percebia algo em seu cenário ruir e oscilar. Como tela verde, as cenas mudavam em flash's, alterando em frames de segundos. E quanto mais ele tentava aproximar-se do músico, mais distante ele ficava.
Era como um looping, cada vez que Erik estava a passos de distancia, prestes a interromper a sinfonia, a cena mudava e lá estava ele de volta ao ponto de partida. Não importava o quanto ele tentasse, e ele tentou bastante. Correu, aproximou-se com calma, tentou ser sutil, gritou, apontou-lhe uma arma e chegou até a disparar, lançou uma corda para enforcar o musico, dentre uma série de outros atos condenáveis, típicos do fantasma da ópera. E todos eles não surtiam qualquer efeito.
A raiva crescia em seu peito, assim como a sensação de impotência e de estar enlouquecendo. Perdeu as contas de quantas vezes as cenas trocaram, até que se encontrasse exausto, sentado no ponto de partida, abraçando as pernas junto ao corpo, com a cabeça apoiada sobre os joelhos, enquanto pedia, ou melhor, enquanto suplicava baixinho para que aquilo acabasse.
Erik despertou em sua cama, no primeiro andar da Dusty books, ofegante e com lágrimas escorrendo pelo rosto. O corpo, suado e tremulo, cansado, como se tivesse corrido uma maratona e, de fato, praticamente o fez. Sua mente estava nublada e confusa, mas uma coisa ele tinha certeza: aquele foi o sonho mais vívido que ele já teve.
personagens citados: @theatrangel, Raoul e @moaehyu.
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xavcaguilar · 2 years
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epistolas ad adeena
Dear Elizabeth Bennet, 
Faz alguns dias que não te escrevo, não sei se reparou ou sentiu minha falta, mas bem, compreendo que isso talvez seja minha culpa, desculpe por ainda não conseguir me revelar.  Hoje o dia amanheceu um pouco especial, acredito que talvez tenha sido assim por ter sonhado com você — um sonho inocente, te prometo —, ou por sempre acabar te relacionando com as manhãs de primavera. Falei algumas vezes que prefiro outonos, gosto dos tons alaranjados e marrons das folhas, o clima que começa a mudar e ficar um pouco mais frio, as chuvas inesperadas. Mas acredito que gosto especialmente do outono, por que ele vem depois da primavera — e mais uma vez, esta me lembra você —, como um par, que combina perfeitamente em tudo, mas que só se encontra em momentos pontuais. Talvez um pouco como o sol e a lua também, com funções importantes e um amor praticamente impossível. Choram e anseiam por um eclipse que seja, para diminuir a dor que é a saudade um do outro. E tudo isso também me faz lembrar um poema, o qual hoje vou deixar apenas um pedaço com você, que para mim, cabe perfeitamente em algo que sol ou a lua diriam, em algo que eu diria a você.
"𝒮𝑒 𝑚𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑠𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑒𝑟, 𝑒𝑢 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑒𝑟𝑖𝑎  𝑒𝑠𝑡𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑙 𝑜𝑑𝑒𝑖𝑜, 𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑛ç𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑒 𝑝𝑎𝑒𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠.”. 
É sem sentido, eu sei, mas sou inseguro e por agora, escolho esse amor que odeio, que é te ver de longe e silenciar meus desejos quando estamos perto.
                                                                     cum amore, ex arcano tuo admiratore, Darcy
notas extras: Xavier deixou o bilhete no armário de Adeena, como de costume. As cartas são feitas uma vez por semana. Quando as cartas são enviadas assim, não dão margem para respostas da outra. Mas, algumas vezes ele acaba colocando pontos onde podem se comunicar, fazer uma troca ou coisa assim. Como quando sugere que deixem textos dentro dos livros na biblioteca, ou coisa assim. Foi dessa mesma forma que começou a usar o codinome dos personagens do seu livro favorito, pride and prejudice, um clichê tal qual Romeo and Juliet.
@adeenah 
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maelthas · 4 years
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POV — #001
– 𝔱𝔥𝔢 𝔭𝔞𝔦𝔫 𝔞𝔫𝔡 𝔱𝔥𝔢 𝔴𝔬𝔲𝔫𝔡𝔰 𝔞𝔯𝔢𝔫'𝔱 𝔱𝔥𝔢 𝔴𝔬𝔯𝔰𝔱... 𝕿𝖍𝖊 𝖜𝖔𝖗𝖘𝖙 𝖎𝖘 𝖙𝖍𝖊 𝖍𝖚𝖒𝖎𝖑𝖎𝖆𝖙𝖎𝖔𝖓. –
               Sentia o vento bater em seu rosto, assim como atravessando e movimentando seus cabelos. Abria seus olhos lentamente, quase perfeitamente compassado com o pulsar de seus pulmões, sentindo a claridade invadir sua visão, causando uma breve cegueira que ofuscava seus olhos por alguns milissegundos.
               O som de alguns tambores ritmizavam seus movimentos, muito mais ágeis que o normal, quase como uma dança, que o fazia desviar das diversas lâminas que cortavam o ar ao seus lados com imensa facilidade, como se estivesse se movendo no automático – quer dizer, era exatamente isso. O falava mais alto que qualquer outra coisa, apenas necessitando dos sentidos deveras aguçados para sentir e projetar a posição dos demais, a visão podia ser dispensável, principalmente quando seus “inimigos” eram tão barulhentos. — Assim fica fácil, eu preciso de mais. — pediu, no segundo que já havia deixado para trás, uma dezena de homens que empunhavam as mais diversas armas cortantes. Não foi necessário um golpe sequer para se livrar deles… os treinamentos pareciam estar fazendo efeito, afinal.
               Enfim, voltou seus olhos, que brilhavam em uma cor azul de tonalidade bem clara, na direção dos companheiros de treino. Eles ainda ficavam abismados com o que o meio-elfo podia fazer sem nem mesmo observar para onde deveria se mover. Um segredo que fingia guardar a sete chaves, mas sequer existia, ele apenas se movia guiando pelo som, vento e tremor da terra, que era criado pelos colegas guardiões.
               “Não comemore ainda, garoto. É minha vez.” A voz que surgiu do nada, fez com que o jovem Mael’Thas engolisse em seco. O que seu “pai” queria dizer com aquilo? Manteve-se estático por mais alguns segundos, antes de virar-se na direção do mais velho, armado dos pés a cabeça, como se estivesse pronto para a guerra. Ele era imponente, um meio-dragão de apavorar qualquer desavisado, capaz de, com um sopro, destruir uma tropa inteira. Illidan era apenas um guardião em treinamento, claro que se julgava melhor que a maioria, mesmo com pouca idade, mas jamais passaria em sua cabeça enfrentar Alduin daquela forma.
               — O que está fazendo, pai? — indagou. Era possível perceber um pouco de tremor em sua voz, fora pego completamente de surpresa, bem como todos no local, que já formavam uma roda, uma verdadeira arena para os dois guardiões. De um lado, Alduin, um dos guerreiros mais respeitados da guilda. Do outro, um garoto, pode-se dizer que prodígio, mas muito longe das capacidades do patriarca. E uma espada foi-lhe arremessada, caindo bem em seus pés. Ao menos não lutaria desarmado...
               Não lutaria… 
               No mesmo instante que se abaixou para empunhar a arma, sentiu o peso de uma maça ir de encontro ao seus ombros, com uma força descomunal, jogando o jovem longe, sem ter a chance de pegar a arma que lhe foi arremessada. “Nunca tire sua atenção do inimigo, criança.” ele não era seu inimigo, ele era seu pai. Seus olhos começavam a mudar de cor, sem nem mesmo ter percebido, havia desejado queimá-lo. Sem nem ter se tocado, um corte em sua mão tinha sido criado quando tentou pegar a espada. Era a primeira vez que entrava naquele modo ritualístico em uma batalha, conseguindo enxergar a espada que estava no chão, começar a ferver, fazendo uma fumaça ser criada pelo contato com a terra do chão. 
               Instintivamente, o meio-elfo tratou de se levantar em um salto, ignorando a dor que percorria seu ombro pelo golpe sujo de Alduin, e logo se pôs a correr na direção da espada, precisava pegá-la. Não contava com a investida do meio-dragão, que se colocou no meio da arma e do garoto, golpeando-o com o cabo de sua maça, com força, atingindo o rosto dele, fazendo-o cair ao chão. “Quer passar por mim? Seria mais fácil tentar empurrar as montanhas de lado. Não passa de um filhote de cervo, fraco.” e o tom de voz do mais velho soava como uma afronta real, podia perceber aquilo pela risada de todos ao seu redor, assim como pelos risos que acompanhavam a própria fala. Sádico.
               O gosto férrico do sangue preenchia suas papilas gustativas e escorria pelo canto de seus lábios. Já podia sentir seu rosto inchar, seu ombro arder. Sua moral rasgar-se perante aquela multidão da guilda que observava sua humilhação. Afinal, esse era Alduin, esse era seu pai. Aquele que o jogaria para o outro lado de Brightland, não uma, mas duas vezes, entregue como mercadoria.
               E esse era uma de suas recordações mais dolorosas, que teimava em reviver por diversas noites. Até o gosto do sangue ainda era real em sua boca, ainda ouvia as risadas e ofensas provindas dos demais. Não gostava de olhar para trás, esse era um dos motivos.
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rottenxqueen-blog · 7 years
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❝evil isn’t born, it’s made❞ • POV
                                       ❝ I wish I’ve been a teen idle
                                                    Wish I’ve been a prom queen fighting for the title
                                                    Instead of being sixteen and burning up a biblie
                                                    Feeling super suicidal
                                                    The wasted years, the wasted youth
                                                    The pretty lies, the ugly truth
                                                    The day has come where  I have died
                                                    Only to find  I’ve come alive. ❞
Já se perguntou se o reflexo no espelho é real? Se, de fato, aquela pessoa em sua frente é mesmo você? Já sentiu como se fosse um completo estranho em seu próprio corpo onde a única coisa familiar eram as cicatrizes marcadas sobre ele? Respirar fundo, é o que dizem. Respire fundo e lentamente que qualquer estresse e medo irá passar. Bem, isso é uma completa mentira, afinal de contas, não é? É difícil explicar, mas pior ainda é o sentimento de perder sua essência. Algumas vezes, quando ainda restam cacos o suficiente, com muita paciência e perseverança, é possível juntar um coração outra vez. Jamais será o mesmo, mas pode voltar a bater. Contudo, quando se destrói uma alma, não é realmente possível recuperar o que havia antes.
Os olhos castanho-amendoados da rainha russa se fixavam em seu próprio reflexo já há longos minutos. Havia acabado de deixar o chuveiro e agora o quarto todo estava preenchido por um fino vapor da água quente. Deixou que a toalha que cobria seu tronco deslizasse por seu corpo até cair ao chão. Ajeitou os cabelos molhados para trás dos ombros, sentindo leves arrepios quando o acúmulo de água em seus fios escorria dentre suas costas. Lana era uma pessoa com muitas camadas, de fato. As camadas que escondia, as que projetava para que as pessoas vissem e as reais. Todavia, já não era capaz de diferenciar àquele ponto. Deslizou lentamente alguns dedos pela cicatriz pouco abaixo de sua barriga. Agora era quase uma linha fina, quase invisível, mas em sua mente era bem maior do que o espelho poderia revelar. Não necessitou de fechar os olhos para que a lembrança invadisse seu pensamento. Pensava naquilo todos os dias, todos os segundos.
Yvon Lefkó Wolkov Delavich seria o nome dele. Yvon tinha origem seu país natal, a Rússia, e significava guerreiro. Lefkó tinha origem grega, significava branco, iluminado, cheio. Remetia ao grande carinho que Lana sempre tivera pelas histórias e a cultura grega. Para Alexei o nome significava tudo, tinha de ser algo forte e decidido, mas ela sequer se importava. Só queria segurar seu garotinho nos braços e enfim poder respirar outra vez. Antes da gravidez ela estava perdida, havia decidido que ou acabaria com aquela maldita miséria que chamava de vida ou fugiria pelo resto da mesma. Yvon foi seu último sopro de vida, sua última esperança. Jurou em secreto para a criança que crescia dentro de si que lutaria pelos dois, que não desistiria até que a morte viesse busca-la e não o contrário. Aguentar o marido tornou-se absurdamente fácil visto que sabia que tudo valeria a pena quando a criança nascesse. Mas Lana, é claro, não podia estar mais enganada.
Havia sido uma cirurgia de risco, onde haviam altíssimas chances de tanto a mãe quanto i filho perecerem no parto. A rainha, por outro lado, prometera que lutaria e foi isso que o fez. Juntou todas as suas forças para continuar firme até que seu bebê viesse ao mundo, tudo o que importava era Yvon. Àquele ponto já havia se afastado de sua família e o sogro, o mais próximo de um amigo, havia falecido. Porém havia seu filho, não estava mais sozinha, poderia cuidar dele e ele, de certo modo, cuidaria dela apenas por estar ali. Estava entupida de anestesia, a cabeça girava e girava. Os olhos insistiam em se fechar ainda que algo lhe dissesse para não se entregar ainda. Foi mais forte que ela, no fim das contas. Desmaiou bem a caminho da sala de cirurgia, entregando-se ao inconsciente.
Os olhos voltaram lentamente a abrir, mas tudo em volta estava banhado num profundo silencio. Só havia o barulho dos aparelhos ao seu lado, apitando continuamente. Todavia a rainha não estava só. Pelo contrário, a sala estava lotada de pessoas, mas nenhuma delas ousava dizer coisa alguma. E como poderiam? Tudo era embaçado e distante, mas podia lembrar-se muito bem de ver o marido ao longe e sorrir para ele, tentando mover a mão para alcança-lo. Nos últimos tempos Alex estava sendo mais paciente, carinhoso e compreensivo com ela. Lana jamais quis que ele mudasse, apenas que a aceitasse e que a deixasse fazer parte de sua vida. Porém, a expressão de Alexei não era feliz, pelo contrário, era devastada. Em suas mãos estava algo tremendamente pequeno. Um corpo. Parecia estar dormindo nos braços do pai, mas sequer respirava mais, não tinha vida alguma. Yvan morreu algumas semanas antes de Lana dar a luz e a rainha só descobriu sobre aquilo anos depois. O filho não morrera por causas naturais ou algum problema simples, mas sim devido a um surto de Alex. Nunca teve a coragem de dizer isso a ele, talvez por medo que ele a atacasse outra vez, achando que estivesse mentindo. Ou por, uma parte de si, ainda amá-lo e não querer machuca-lo ainda mais. Ainda se atrevia a pensar que o marido a odiava tanto por alguma falha que cometera com ele. Talvez não houvesse sido boa o suficiente, amado o suficiente, insistido o suficiente...
Desde aquele dia Svetlana Wolkov Delavich também se tornou Mavra. O completo oposto do nome do meio que seu filho teria. Trevas, preto, vazio. Aquele foi o dia de sua morte, enquanto Alex gritava e lhe atacava com tapas e socos Lana tombou ao chão, com os olhos vidrados e ocos. A cicatriz da cirurgia novamente aberta e com o sangue jorrando pelo chão. Mas não havia dor, não havia tristeza e nem angústia. Todos aqueles sentimentos ruins haviam ido embora, assim como também os bons. Só restara o vazio. O mavro.
A rainha virou-se de costas para o espelho, agora puxando o cabelo para cair sobre o lado direito. Do ombro esquerdo até quase o meio das costas havia outra cicatriz. Teve de olhar acima do ombro para notar melhor o que havia ali. Diferente da de sua cirurgia, aquela ali não estava desaparecendo. Tinha um ou dois tons mais escuros que sua pele, uma mistura de corte e queimadura. Sempre desejara fazer uma tatuagem junto à cicatriz, para tornar aquilo menos dramático e mais artístico. Talvez um dragão, um corvo ou até um lobo, já que era o significado de um de seus sobrenomes.
Haviam algumas outras cicatrizes por seu corpo, mas todas bem mais sutis. Algumas bem finas em seus dedos e se alguém observasse com atenção, também notaria os calos nas mãos devido ao cuidado com sua fazenda. Outras menores em suas pernas das milhares de vezes que havia corrido pelos morros para sentir a chuva em seu rosto e acabava escorregando ladeira abaixo. Aquelas eram cicatrizes boas, de boas lembranças, que quase a faziam rir com a memória tão antiga.
Quando piscou os olhos para voltar à realidade atual o vapor já havia se dissipado. O imenso ambiente parecia vazio em meio ao silencio que se instalou. A russa soltou um suspiro, expirando o ar que sequer sabia que estava segurando por tanto tempo. Claro que ainda haviam sentimentos nela, sentimentos que martelavam em sua cabeça, mas todos tinham a ver com culpa e desgosto. Mesmo que restasse amor, não era forte o suficiente. O amor nunca foi forte o suficiente. Querendo ou não, o poder pareceu a única coisa estável que ela podia confiar e, quando mais poder, mais segura ela ficava. Começou a ouvir um barulho, era distante e baixo até que foi aumentando mais e mais. Os lábios de Lana curvaram-se relutantemente para cima em um sorriso sem jeito, mas aliviado ao reconhecer o que era. Agachou-se apenas para puxar a toalha de volta e enrolá-la novamente sobre o corpo, dando passos largos até a janela e empurrando as cortinas para os lados. Empurrou as portas duplas de vidro, adentrando a varanda e caminhando até a parte que não estava coberta pelo telhado. Fechou os olhos, tombando a cabeça para trás e sentindo os finos pingos de chuva molharem o seu rosto. Era gélida e arrepiava sua pele, mas de um jeito bom. Bem ali, parada na varanda de seu quarto no Palácio francês foi como se, por um mísero segundo, voltasse a ter dezoito anos, sonhando com um príncipe encantado e um final feliz. Escalando montanhas e subindo morros no meio da madrugada para observar o céu e sentir a chuva. Ali no topo sentia-se capaz de qualquer coisa, sentia-se invencível. Presa em seu mundo de fantasia aquela garota jamais poderia prever que o que ela desejava tinha um preço muito mais alto do que estava disposto a pagar. Custou seu marido, sua família e seu primogênito. Custou-lhe tudo. No fim do dia, ela pagou assim mesmo e agora que não havia mais nada com que se apegar o que seria meramente capaz de impedi-la de conseguir o que queria?
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ssxrem · 5 years
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pov001. — broken hearts and twisted minds.
"Sorem."
Apesar do som parecer distante, as sacudidas em seu corpo não estavam. Eram fortes e decididas enquanto o chamado por seu nome se tornava algo repetitivo a seus ouvidos. Depois de algumas tentativas, de quem quer que fosse, acabara sendo arrastado vagarosamente e com muita dificuldade do mundo dos sonhos. Os olhos sequer queriam abrir, por isso apenas um deles se deu ao trabalho de tentar identificar quem chamava seu nome. Era seu pai. "Que horas você chegou?" A pergunta o pegava desprevenido. Não que fosse necessário mentir, ele apenas não saberia mesmo responder. Estivera completamente desatento ao relógio desde a hora que entrara na tal festa. Permitiu que um grunhido cheio de sono escapasse enquanto esfregava os olhos para então forças os dois a se abrirem e, enquanto isso acontecia, correu os dedos pelos cabelos escuros, com a cabeça ainda no travesseiro. Acabou por acenar negativamente, indicando ao mais velho que não tinha mesmo aquela resposta. — Já tinha amanhecido. — Lembrou-se, a voz rouca, carregada de sono. À essa constatação, seu pai crispou os os lábios e Sorem percebeu que ele não estava sequer minimamente satisfeito com a história.
"Anda, levanta." 
— Levantar?! — Exclamou, claramente surpreso com a ordem. Contrariando-a, Sorem acabou por puxar o cobertor de volta sobre o tronco nu e aconchegou-se um tanto mais na cama quentinha. "Temos treino em meia hora." As engrenagens em sua mente finalmente começaram a trabalhar, arrancando-lhe um choramingo ao conferir o relógio sobre o criado-mudo e perceber que o outro tinha razão. Nunca se esquecera que tinha treino, só não esperava que fosse acontecer tão rápido. Parecia que fazia tão pouco tempo que deitara... Suspirou, cansado. Honestamente, ainda sentia-se completamente bêbado. — Podemos deixar um pouco mais para a tarde? — Perguntou, esperançoso, mas não esperou resposta para virar-se na direção da parede, pronto para voltar a pegar no sono. "Não. Não é minha culpa que você é irresponsável. Encontre-me lá fora em meia hora". E sem dizer mais nenhuma palavra, ele se fora do quarto do filho. Sorem podia escutar seus passos fortes contra a madeira.
Sabendo que seria ainda pior se ignorasse aquelas ordens, arrastou-se para fora da cama a completo contragosto. apesar de ter tomado banho quando chegara, optou por tomar mais um. Na verdade, apenas entrou sob o jato de água gelada e deixou que ela caísse sobre sua cabeça até que sentisse que estava um pouco melhor. Sequero lhou-se em qualquer espelho ou se importou com o que vestia, entrando no primeiro par de calças de moletom e camiseta preta, lisa, que conseguira alcançar. Os cabelos escuros, ainda molhados, pingavam em sua camiseta, mas a sensação não o incomodava. Pegou a varinha sobre a cama e enfiou no bolso antes de descer para a cozinha. Apesar do estômago já ter visto dias melhores e o arrependimento por ter misturados tantas bebidas alcoólicas fosse inevitável, abriu a geladeira atrás de um copo gelado e generoso de suco de abóbora, sorvido a goles lentos enquanto os olhos fitava  o pai no quintal dos fundos, pela janela da cozinha. Estava tentando ganhar tempo, mas sabia que seria inútil no exato momento em que o auror virou a cabeça e notou a presença do filho do cômodo. Rapidamente desencostou-se da ilha e fingiu procurar algo sobre as prateleiras do armário. — Não tem mais poção revigorante? — Perguntou alto o bastante para que o outro o escutasse. Era uma pergunta genuína no fim das contas, todavia, permanecera sem resposta. Seu pai apenas avisara-o que já era a hora de começarem.
Descalço mesmo, caminhou até o quintal, sentindo os pés afundando um tantinho na grama. Entretanto, a sensação era boa. com a varinha bem presa entre os dedos, ocupou a posição que lhe era habitual. Pelo menos quatro vezes por semana seu pai o tinha ali para treiná-lo no que quer que suas habilidades ainda não fossem excelentes. Eram um processo recorrente e, aparentemente, interminável. "Conjura um patrono, Sorem."
Ainda que tivesse a varinha em punho, sua primeira reação foi soltar um suspiro. Estivera esperando aquele comando, mas aquilo não significava que estivesse pronto para obedecê-lo. Fechou os olhos por um breve segundo, separando suas memórias mais felizes. Concentrou-se e conjurou o patrono por meio de um feitiço silencioso, nos quais tinha grande habilidade. Porém, como todas as outras vezes que tentara, ele ainda era disforme. Fraco, impreciso e altamente frustrante. Ao erguer os olhos para o pai, o viu de lábios crispados novamente, igualmente frustrado. De novo. De novo. De novo. Algumas horas mais tarde e ele já não saberia dizer quantas vezes tinha escutado aquilo. E em nenhuma das tentativas posteriores chegou a um resultado melhor que o primeiro. De vez em quando conseguia algum progresso, podia jurar que já vira um animal quadrúpede uma vez, mas só Deus sabia que animal era. De todo jeito, não importava o quanto fizesse, seu corpo e, principalmente sua mente não estava em uma boa condição naquela manhã. ele sabia que não conseguiria ir muito longe, mas seu pai não parecia se importar. E odiava com todas as forças quando isso acontecia. Seu pai costumava ser pulso firme, sim, sempre fora. Todavia, era também muito doce. Então, quando assumia aquela postura fria, quase alucinada, Sorem quase não o reconhecia. E foi por estar fitando tão intensamente o rosto do pai, questionando-se o que diabo tinha acontecido naquela vez que notou aquela suave alteração em sua expressão que o permitira salvar-se de um ataque.
O som da varinha cortando o ar pelo gesto de seu pulso atingiu seus ouvidos um milésimo de segundo antes do ruído do feixe de luz atingir o escudo que conjurara. — Você ia me estuporar? — Questionou, altamente ofendido pela atitude do outro homem. "Você não está prestando atenção!" Ele exclamou, sobressaltando Sorem. Seu pai também não era um homem de erguer a voz. — Não adianta! — Sorem gritou antes que pudesse se conter. — Não adianta você ficar me pedindo para fazer de novo, não importa quantas vezes, nunca vai dar em nada! — Estava farto de tudo aquilo. E não era daquela manhã. Aquela rotina era cansativa e desgastante, em algum momento os dois ali teriam que entender que não adiantaria de nada, por mais que tentassem. Nem tudo podia ser resolvido com prática e Sorem sabia daquilo melhor que ninguém. — Você sabe o que é um patrono, certo? Você sabe que isso é um acumulo de energia positiva e eu não tenho isso! Eu não sou como todo mundo e nós dois sabemos disso. Não vai adiantar! Isso é demais para mim, pai! Nunca vai dar certo! — Não era acostumado a gritar. Dificilmente algo o levaria tão longe em suas atitudes sempre tão controladas. Entretanto, ali estava o seu limite. Desde que deixara Hogwarts que seu pai se preocupava que ele não conseguisse conjurar um patrono. Sorem sabia bem o que tudo aquilo implicava, mas nunca estivera em seus planos enfrentar dementadores sozinho, de todo jeito. O que não parecia o suficiente para seu pai que sempre insitia nas possibilidades. Claro, podia acontecer, de fato. Todavia, sabia que já tinha feito o melhor que podia, mesmo em melhores condições e seu pai pressioná-lo não faria um milagre acontecer.
"Você não tem a opção de desistir." A voz de Benjamin era firme, inabalado pela reação do filho. Verdade fosse dita, admirava isso no homem tanto quanto o deixava irritado. "Você sabe o que vai acontecer se você não tomar o controle sobre seus poderes, Sorem. O que vai acontinuar acontecendo. Você está deixando a frustração tomar conta de você, está perdendo o controle por estar se tornando um irresponsável! Você sabe dos seus comprimissos. Sabe o quanto isso é importante para você e ainda assim optou por fazer como queria, não é? Agora concentre-se!"
— Não estou perdendo o controle de nada! — Rebateu, quase cortando a fala do pai. — Pelo contrário. Estou muito bem. Não tem nada acontecendo. Há muito tempo. Por que você não consegue ficar feliz por mim? Estou indo muito bem na universidade, tenho boas chances de me tornar um auror tão bom quanto você. Eu encontrei meus amigos ontem, me diverti muito! Você sabe o que significa para mim poder dizer que eu tenho amigos depois de tudo o que passei quando era mais novo? Sabe como é circular pelos lugares sem que as pessoas te olhem de canto? Você não sabe, mas ainda assim imaginei que fosse ficar feliz por mim. Entretanto, aí está você completamente histérico. — Por mais que odiasse admitir, sentia-se à beira do choro. A voz começava a embargar, as linhas d'água queimavam pelas lágrimas se acumulando ali. De qualquer maneira, não permitiu que nenhuma delas rolasse por seu rosto.
"Eu tenho medo, Sorem. Tenho medo que você..." Benjamin cortou a confissão ao que desistia de fitar o filho e baixava os olhos acizentados para o chão com um suspiro pesado. Sorem não precisava do resto das palavras para entender o que ele queria dizer. — Você acha que vou acabar virando algum tipo de monstro, não é? — Perguntou, então, em tom baixo. — Você acha que um dia desses vou sair e você acordar com a notícia de que cometi um massacre, eh? — O homem não respondeu. Não fez nada além de deixar a mão que segurava a varinha cair ao lado do corpo. Sorem também não precisava de resposta para concluir que elas seriam positivas. Não era surpresa, se tivesse que ser completamente honesto. Era um comportamento que todo mundo já esperava dele em algum momento de sua vida. No entanto, esperava que seu próprio pai tivesse mais fé nele do que qualquer outra pessoa. Aparentemente, estivera enganado de esperar por aquilo. Foi sua vez de suspirar pesadamente antes de fechar os olhos e balançar a cabeça negativamente. — Eu fico mais próximo de perder o meu controle aqui, com você, do que com qualquer outra pessoa. — Comentou, pouco mais alto que um sussurro. — Porque você me deixa estressado, nervoso, ansioso e frustrado, pai. Você não é mais a pessoa que me estabiliza. — Concluiu, incapaz de esconder a melancolia em seu tom. — Por hoje chega, por favor. — Sem esperar por uma resposta, deu as costas, caminhando o mais rápido que podia para dentro de casa e então escada acima, de volta ao seu quarto. De onde nunca queria ter saído.
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