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#uma coisa simples só para não perder a abertura
inimigodoblazer · 1 year
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੭       ˙ ˖ ⠀     𝐌𝐈𝐃𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓 𝐑𝐈𝐕𝐄𝐑  !     alto ,  quem vem lá ?  oh ,  é  blaise  milhaud  bourbon ,  o  2º  primo  da  princesa  de  vinte  e  seis  anos ,  como  é  bom  recebê-lo !  fazia  tempo  que  não  nos  encontrávamos  aqui  pelo  castelo ,  espero  que  esteja  tendo  um  ótimo  dia .  senti  falta  de  sua  personalidade  criativa  e   comunicativa ,  só  espero  que  não  continue  sendo  tão  inconstante  e  indelicado .  por  favor ,  por  aqui ,   estão  todos  lhe  esperando !    ꒰   jacob  elordi ,  ele /  dele   ꒱
* 𝐩𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐞𝐬𝐭 . * 𝐜𝐨𝐧𝐧𝐞𝐜𝐭𝐢𝐨𝐧𝐬 .   * 𝐞𝐱𝐭𝐫𝐚𝐬 .  
Blaise veio ao mundo na iminência do nascer do sol; seu nascimento, embora inesperado tão cedo pela manhã, transcorreu relativamente tranquilo, com o maior estresse sendo a ansiedade gerada por sua chegada iminente. Os olhos castanhos da criança, adornados por manchas parciais de prata que brilhavam como as estrelas, capturaram a atenção de todos que o viram pela primeira vez. Seu genitor, orgulhoso do nascimento de seu segundo filho, lançou uma profecia que ecoaria ao longo de sua vida: "Esta criança está destinada à grandeza." Nasceu com um sobrenome que teria sido mais fácil de suportar se o medo de quebrar as expectativas criadas em volta dele não fossem tão grandes. Afinal, ele era sobrinho do rei da França e filho de uma ex-princesa, uma conexão que não passaria despercebida pela corte. Cresceu mimado até o âmago, cercado por um ambiente de requinte e privilégios que poucos podiam igualar. Quando visitava o luxuoso palácio de Versalhes, não havia desejo que ele não pudesse satisfazer com um simples gesto. Blaise rapidamente se acostumou a ter suas demandas prontamente atendidas, preparando-o para um destino que o aguardava além dos limites da província de Fontenay.
Blaise sempre manteve uma relação íntima com seu lado artista, uma conexão que foi profundamente influenciada pelo ambiente culturalmente rico de Fontenay, a província onde ele cresceu. Fontenay era muito mais do que apenas seu lar; era um berço de criatividade e expressão artística, uma fonte constante de inspiração que moldou sua alma desde tenra idade. O jovem Bourbon estava imerso em um mundo onde as artes eram celebradas e valorizadas. As ruas da cidade estavam salpicadas com cores e formas, graças às inúmeras galerias de arte que exibiam obras de uma ampla gama de artistas. Ele passava horas a fio desenhando, pintando e experimentando diferentes formas de expressão artística. Sua admiração pelas artes era acompanhada por um desejo ardente de contribuir para a cena artística de Fontenay. Ele não queria apenas apreciar a beleza ao seu redor; ele ansiava por ser parte dela, por compartilhar sua própria visão criativa com o mundo. A inquietação artística de Blaise o impulsionou a buscar uma compreensão mais profunda e abrangente do mundo que o rodeava, sabendo que essa era a base para a criação de uma visão artística genuína e significativa.
Ousou em almejar além das fronteiras de Fontenay e conseguiu convencer seus pais a financiarem suas viagens com uma promessa firme de estudar sobre a política de outros países, mesmo que essa não fosse uma área que o atraísse naturalmente. Com o apoio financeiro da família, Blaise embarcou em uma série de aventuras pelo mundo, cada destino se tornando uma tela em branco para sua mente criativa. Ele mergulhou em culturas e paisagens completamente diferentes, absorvendo novas perspectivas e ampliando seus horizontes. Mesmo que tivesse inventado a desculpa de estudar política como uma maneira de assegurar o apoio dos pais, descobriu que ela estava intrinsecamente ligada à condição humana e que sua compreensão profunda desses aspectos enriqueceu seu trabalho de maneiras que ele jamais imaginara. À medida que Blaise viajava e explorava, sua visão artística florescia em uma paleta rica e diversificada de cores, sons e palavras. Cada obra que ele criava contava a história de sua jornada e a transformação de sua perspectiva sobre o mundo. Essas viagens de autodescoberta e expressão artística tornaram-se os alicerces de sua carreira, moldando-o não apenas como um artista talentoso, mas como um verdadeiro visionário capaz de tocar corações e mentes através de sua arte única e multifacetada.
Após suas jornadas ao redor do mundo em busca da essência artística, Blaise finalmente retornou à França, onde uma ocasião especial estava prestes a ocorrer. A notícia da seleção de sua prima havia se espalhado como fogo, pois essa seleção era singular em todos os sentidos. Enquanto o reino debatia fervorosamente as implicações desse novo sistema de seleção, Blaise optou por manter-se neutro. Sua presença no evento era principalmente por curiosidade e entretenimento, mas, como artista, ele também via essa ocasião como uma fonte inesgotável de inspiração. À medida que ele antecipava os desdobramentos do evento, Blaise sabia que, de alguma forma, isso também se tornaria parte de sua narrativa artística, uma história que ele estava ansioso para contar por meio de suas obras de arte. Enquanto a seleção da princesa agitava a França, Blaise encontrava em sua volta uma nova tela em branco, pronta para ser preenchida com as cores e as nuances desse momento histórico.
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DIÁRIO DE PLANEJAMENTO #3 - Preparando a base
Oii, como vai? Hoje continuaremos com nossa programação normal e veremos um pouco mais de como estruturar nossas histórias. Você sabe quais são suas cenas base?
Tudo bem, até que aqui já temos algumas ideias e provavelmente algumas cenas ou capítulos, as coisas estão indo bem e você está se divertindo, certo? Certo. Esse é o momento onde começo a acumular algumas palavras, cerca de quinze a vinte mil, vendo que a história está indo para onde ela quiser ir, o que geralmente costuma indicar uma bagunça mental e que logo o bloqueio vai vir pelo simples motivo de eu não ter muita noção do que fazer em seguida. 
Se você disse planejamento, acertou. É apenas o começo dele, a pontinha de linha que irá me guiar até fim da história. Assim, chegou o momento de nos perguntarmos quais são nossas cenas mais importantes. Sempre me faço as mesmas perguntas em início de história: a primeira cena é interessante? (ela chama a atenção do leitor e dá o ritmo que a história vai adotar), onde quero que a história chegue? (desenvolvimento: o que deve acontecer para chegar até o clímax narrativo?) e como essa história se encerraria? (que tipo de final seria? Amarrei todos os pontos soltos? Terá continuação?) 
Gosto de responder essas perguntar ou tê-las em mente conforme vou escrevendo. Se eu não pensar sobre essas coisas desde o começo a probabilidade de eu me perder em milhares de sub-enredos ou personagens secundários é de oitenta por cento. Eu me conheço bem, me entedio facilmente e acabo buscando outros pontos de vista na história e outros objetivos. Por isso que ficar de olho na direção que o enredo toma é essencial para mim.
A boa notícia é que fiz um post sobre isso explicando detalhe por detalhe bem aqui
Também escrevi outro texto sobre o assunto:
As três cenas são:
Abertura ou exposição
Ela deve mostrar seu personagem principal, o que ele fazia antes da aventura começar e já deve mostrar o problema ou objetivo que ele deverá realizar e resolver.
O meio da história ou desenvolvimento
Geralmente é o ponto de virada, quando acontecesse algo importante para a história e empurra o personagem a enfrentar seus problemas ou medos. É onde ele deve enfrentar o antagonista. Nesse ponto ele já está na jornada dele, já conhece seus aliados e está ciente de que tem um objetivo a cumprir.
Final ou conclusão
Aqui é onde a história deve terminar ou onde vemos o resultado da missão. É onde saberemos se o personagem saiu vitorioso, se ele aprendeu algo e quais foram as mudanças no próprio personagem e na história. É claro que pode ser um final em aberto, pode ser uma derrota também, e as coisas podem até não se resolver se for o caso, entretanto o leitor precisa sentir que houve mudanças e que algo foi ganho ou perdido, o personagem tem que ter passado por algum tipo de coisa, nem que seja psicológico. O personagem precisa estar diferente de como ele começou.
Exemplos:
Soldado voltando da guerra. Estresse pós-traumático. Ele tenta se recuperar e ter uma vida civil. Finge que está bem.
Ele tem uma crise, é levado ao hospital, obrigado a fazer terapia e enfrentar seus medos.
Ele finalmente aceita ajuda e entende que não precisa ser forte o tempo todo. Começa a viver novamente e se recupera aos poucos.
Pronto, está feito. Essas cenas não precisam ser perfeitas. Elas só precisam estar ali para servir de guia para a escrita. Algo que te mantenha no caminho certo. Tenho a noção que pode não ser necessariamente fácil, mas quis mostrar a vocês que esse esquema pode ser feito para qualquer tipo de história.
Eu gosto muito dessa técnica, especialmente para quem não gosta de planejar muito. Ainda temos o gosto do mistério e de ir descobrindo as coisas conforme vamos escrevendo sem perder o controle do enredo. O desafio desse post é: você usa alguma técnica ou macete para manter seu enredo no caminho certo ou apena deixa o escrita te levar? Falo isso porque já escrevi sem prestar atenção no caminho que eu trilhava, não foi um final muito satisfatório. Compartilhe sua experiência de escrita conosco. 
Até a próxima!
POSTS ANTERIORES
Apresentação
Dia 1 -  O início da ideia
Dia 2 -  Visualizando as cenas
Interlúdio -  Como eu NÃO Planejei meu Livro
CONTRIBUIÇÕES
Como eu NÃO Planejei meu Livro, por @EGBRAGA
***
Onde me encontrar:
https://escritoremaprendizado.tumblr.com/
https://desafiodeescritadiario.tumblr.com/
Me apoie se você puder:
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lareh · 1 year
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23h54
Era tudo sobre você, eu era a lua e você era o meu sol (se lembra?). Graças a você desde muito cedo eu aprendi a lidar com a dor da perda, de perder e perder diversas vezes a mesma pessoa, graças a você desde muito cedo aprendi a lidar com a dor de se sentir rejeitada por alguém que ocupa uma boa parte do seu coração. Muitos “nãos” foram recebidos até eu ter conseguido uma pequena abertura, na época esse gesto foi para mim como um troféu até porque eu era literalmente só uma criança. Mas como nossa história pode ser resumida em pequenas subidas e gigantescas descidas você tinha uma inclinação enorme em ir, você sempre ia e cada vez levava consigo uma parte do meu coração. Pior do que correr atrás de alguém que não te quer é literalmente correr atrás de alguém que não te quer, lembra?
Talvez isso possa ser um exagero dentro do seu ponto de vista, mas isso tem uma explicação: eu lembro de tudo muito facilmente e você se esquece tão facilmente de coisas que não deviam ser esquecidas; depois de um break up eu levava anos para me recompor e começar a flertar com a ideia de começar a me abrir para um outro alguém, você conseguia me substituir tão facilmente... desapego sempre pareceu uma especialidade para você e eu sempre me vi muito apegada na ideia de estar com você; eu queria estar perto de você não importava como e você sempre me afastou sempre que possível, éramos como água e fogo. Eu era intensa, grudenta e sempre levava tão a sério todas as promessas que fiz e as que ouvi de você... você se lembra de alguma? Pois eu tive a infelicidade de ver você realizando alguma delas com alguém que mais tarde te descartaria assim como você me descartou algumas vezes.
Durante uma inteira década vivemos de encontros e desencontros... frequentemente imagino se eu nunca tivesse te conhecido, fico imaginando se eu não fosse uma pessoa teimosa e apegada, se eu não tivesse naquele lugar naquela especifica época. Se lembra de como nos conhecemos? Da maneira que como nossos caminhos se cruzaram você sabe que é um em um milhão, talvez seja por isso que eu apostei e insisti tanto em nós (além de todo o processo extenso e custoso até se chegar em algo mútuo) achava que com o apesar dos pesares uma hora seria nós sem instabilidades, sem desvios, sem nenhuma inconveniência e inesperados, apenas a mais absoluta certeza de “nós” e uma droga de um “feliz para sempre”, mas nada nunca foi tão simples para a gente, né?
Era tudo sobre você, mas aos poucos deixa de ser. Entrando na casa dos 20 ainda reconheço que embora muito jovem tudo que eu senti foi autêntico e válido porque tudo foi muito sentido, nunca vou esquecer das noites sem dormir, dos choros, das crises e dos intensos sentimentos. Se nossa adolescência não tivesse sido essa montanha russa certeza estaríamos com um anel de noivado, mas isso só acontece na fanfic que escrevi e postei no spirit. Sim, ambos os lados estão com suas sequelas, mas isso é apenas um textinho de desabafo em consequência de se viver em primeira pessoa. E eu teria tantas e tantas outras coisas a mais para te contar mas seu coração está fechado no momento como quase sempre esteve, então é melhor eu dar continuidade em lidar com minhas próprias frustrações. Você quebrou o meu coração de várias maneiras e eu nunca vou esquecer, mas continuo te amando o suficiente para não te desejar mal até porque você sempre vai significar muita coisa para mim.
Retrato: by me || nome: 07/10/2017
09/2023
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gamextreme · 1 year
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Dia 2 do magistral
Desconsiderando a lista de física computacional e o relatório de experimental que tinham prazo ontem e dia 02, ta td tranquilo... As coisas de programação chegaram em um ponto na qual não sei fazer sem ler nada sobre os métodos numéricos novos e absurdos que foram inventados... I hate that... Aparentemente física experimental será minha carta de continuação no curso para o próximo semestre, vamo q vamo....
Quanto ao torneio, estamos 3/4 tendo vencido de enzo suzarte depois de dolorosas 4 horas... Ele fez vários lances imprecisos na abertura e entrou em um meio jogo/final muito sofrido, o qual perdurou até eu perder o controle com uma volta de peça para e1, ele não jogou o melhor lance e deu chances para continuar sofrendo até eu entrar em um final de torres com peão a mais porém a minha incompetência levou tudo a um final completamente empatado... Rh1 h2 Tg6, Tf7 Rf2 era a configuração e meio que eu fiquei fazendo lance até dar os 50 pra empatar forçado ou eu notar que de fato não tinha mais nenhum truque... Em determinado momento ele defendeu Tg6 Rf1? Ao invés de Tf7, ele preferiu deixar a torre em h... Permitindo Tf6 Re2 e dando um arzinho ao rei porém a torre tinha q estar na quinta para poder cobrir os cheques da torre de f7... Eu notei e percebi que bastava eu repetir a mesma posição porém com a torre na quinta, dez lances depois, Tg5 e ele Rf1 e opa
Tf6 Re2 Rg2 Tg7 Rh3 Th8 Rg3 Th8 Tf4 e abandonou, uma insistência minha depois de perder toda a vantagem que construí a partida toda que acabou dando certo... Fazer o que...
Na segunda partida contra Giovanni, eu de whites me divertindo com a Catala: d4 d5 c4 e6 cf3 cf6 e uns 5 min pensando hm, esses jovens não tem o que fazer da vida, todo mundo conhece minha conta q tem 15 mil partidas, das quais 2 mil é só nessa posição.... E pensei, vou confiar que compreendo o que pode vir melhor do que ele... g3 be7 bg2 0-0 0-0 Cbd7 e já percebi que tinha uma grande chance dele não saber o que estava fazendo, normalmente ele gostaria de posições mais abertas e não uma Catala fechada... Estranha escolha de defesa mas seguimos: Dc2 c6 Cbd2 Te8? E na hora que ele fez esse lance eu já sabia que iria ganhar a partida.... Nesse momento eu estava com 1:30 e ele com 1:18 e essa diferença só piorou daqui em diante... Td1 Bf8 e4 dxe?! O normal é dxc mas aqui já está tão ruim que não deve nem fazer diferença deixar as whites jogar com c5... Bem... ce4 ce4 de4 cf6 dc2 c5 a3 cxd cd4 a6 b4 e5!? Uma ideia interessante pra liberar o bispo de c8 porém cf5 df6 ce3 -> cd5 meio que implode a posição mais rápido.... Eu escolhi por um caminho mais seguro e pra manter a pressão com os lances rápidos de melhora com ce3 cf6? Bg5 be7 c5 e talvez a última chance dele era bg4 pra ao menos tirar o cavalo q ta indo pra d6... Porém bd7? Cc3 bc6 bf6 bf6 bc6 dc6 td6 df3 ce4 e a posição está uma catástrofe completa, nesse momento em diante comecei a usar o tempo pra garantir que não estava fazendo nenhuma caquinha, ele tinha por volta de 50 min agora e eu continuava com 1:30... Seguiu: be7 td7 tad8 tad1 td7 td7 td8 td8 bd8 dd2 be7 dd5 da3 db7 dd3 e depois de 20 min pensando em como converter da melhor forma, percebi o simples db8 bf8 de5, defendendo tudo, preparando c6 c7 e de olho em cg5 ou similares... Seguiu db4 c6 db6 dd5 1-0 abandonou por não existir mais nenhuma forma de tentar escapar, porém seria legal se tivesse ocorrido dc7 cg5 (->Df7 Df7 Cf7 Rf7 c7 1-0) bd6 cf7 df7 dd6 df5 e aqui ainda estaria ganho mas ao menos eu teria de me expôr para cheques pra conseguir promover... Seria uma forma de seguir ainda que provavelmente eu procuraria uma outra forma mais assertiva de ganhar... Perder o controle como na de suzarte não seria algo agradável....
Bem, deixando o chess parcialmente de lado, amanhã jogamos de pretas com marcio pela manhã e contra urquiza de pretas... Vamos tentar sobreviver a marcinho de whites com ódio profundo buscando recuperar os pontos que está a perder, 4.8 :(... Contra urquiza pelo que notei ele não está nos melhores dias, jogando muito lento e com ideias um tanto estranhas, porém irei de pretas oq meio que anula qualquer defeito possível de aparecer no jogo das whites zzzzzz... Na última teremos daniel Paiva e eu de brancas, o que é um emparceiramento tranquilo visto ele não jogar exatamente as coisas mais sólidas e naturais....
Uma das coisas que me alegraram bastante depois da decepcionante vitória contra suzarte foi um pequeno feedback do boy, informando que estava s sair de casa para voltar novamente ao trabalho de montar e colar adesivos em lembrancinhas pra um evento 🥺🥺 muito fofiiiiinho 😭😭 e meio que combina com o davi que raramente responder coisas no zap... Já falamos e a solução será infelizmente ficar juntos vendo filme abraçados 😭😭😭😭😭
Amanhã, no caso hoje, teremos aniversário de maia em um rodízio, potencial partida de 4 horas com marcio e no domingo o resto do dia sofrendo com o relatório de experimental... Tenho que voltar a solucionar as listas de álgebra abstrata e quem sabe o prof tem piedade e mim... Meio que não importa tanto assim pois o próximo semestre será o último então quero mais é que todo mundo se exploda do DFTE.....
Depois desse magistral, ao fim desse mês a seletiva JUBS e espero chegar nele com no mínimo 2050... O qual era a força projetada para o davi pós quarentena, melhoramos bastante nestes últimos anitos, muito mais focado em experiência do que qualquer coisa, porém não posso deixar passar a influência das aulinhas de chess na minha evolução... Estar sempre antenado, vendo posições, analisando e quebrando a cabeça todas as semanas ajuda a manter o ritmo e eventualmente descobrir/encontrar novas ideias para usar de blacks contra Firmo e perder miseravelmente.... Tenho que melhorar isso pra ontem 🤣🤣🤣🤣
Bem, ao fim do torneio irei convidar o crush pra perambular por ai e nos conhecermos melhor 🥺🥺🥺 tomar sorvete, comer hamburguis, jogar just dance, ver filminhos, coisinhas fofas que tornam estes períodos dolorosos leves e agradáveis...
And now let me sleep
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Because I Love U - w/ Louis Tomlinson
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Mais um dia extremamente difícil e estressante havia chegado ao fim e a única coisa que a grande empresária desejava era retirar toda a tensão de suas costas tomando alguma bebida bem forte, um banho relaxante e por fim cair na cama.
Já se passavam das 22h quando Michael estacionou o carro em frente a casa de S/N e finalmente disse que ela estava entregue.
- Obrigada, Michael. - respondeu após um longo suspiro, encarando sua morada por alguns segundos, ainda dentro do carro.
- Você não quer entrar, não é? - o senhor proferiu as palavras após observá-la pelo retrovisor, fazendo-a sorriu sem graça como resposta.
- Está tão na cara assim?
- Há duas semanas, S/A. - respondeu ao dar uma pausa entre as frases. - O que há de errado? Não se sente bem em sua própria casa?
- Antes fosse isso. - S/N levou as mãos até os olhos e os coçou de leve, tentando desmanchar o pensamento ruim que lhe tomou a cabeça. - Eu amo minha casa. Acho ela tão aconchegante. - explicou sorrindo fraco. - A única coisa que não está me deixando bem é o que está dentro dela. Ou melhor, quem está lá dentro. - Michael não demorou muito para entender quem estava causando tamanha tristeza em sua chefe. Apesar de ser somente um funcionário, o carinho que sentia pela mulher era semelhante ao que sentia pelos filhos.
- Sabe que pode desabafar comigo quando quiser, certo? Estarei a disposição para você sempre. - o homem deixou de encará-la pelo espelho do carro e decidiu virar o rosto para então olhá-la cara a cara, para que toda a preocupação sentida por ele fosse transmitida.
- Eu sei. Agradeço muito por isso. - a moça levou sua mão até o ombro dele, acariciando-o de leve, demonstrando seu agradecimento e um ato simples de carinho ao motorista que a era como da família. - Além de um belíssimo funcionário, você é um amigo para lá de especial. - ela sorriu para Michael e deu-lhe um abraço antes de sair do carro, agradecendo-o mais uma vez pelos serviços prestado no dia de hoje.
Já fora do carro, S/N andou até a porta de casa devagar, não se importando com o fato da rua estar vazia, e esperou alguns minutos antes de entrar. Essa noite não seria nada fácil e ela tentava ao máximo se manter calma e centrada, para que nada saísse dos eixos.
- Oi, amor! Que bom que você chegou! - Louis disse assim que a viu entrar e fechar a porta.
- Oi! - falou enquanto retirava o salto preto e o deixava próximo ao cabideiro.
- Como foi no trabalho? - perguntou indo até ela, abraçando-a pela cintura.
- Cansativo. Bem cansativo. - Louis sorriu fraco e puxou a esposa, colando seus lábios delicadamente com a intenção de deixá-la mais relaxada.
- Está com fome? Eu e Molly preparamos a melhor sopa do mundo. - S/N concordou sorrindo e abraçou seu marido mais forte, sentindo de perto o perfume de sua camisa para ter certeza de seus próximos passos. - Ótimo, vou esquentar para você.
O rapaz deu um selinho rápido nos lábios gelados dela e foi até a cozinha, sendo seguido pela esposa segundos depois.
- Molly já está dormindo?
- Sim. Ela apagou depois de ouvir a última história do livro das princesas.
- Aquele livro finalmente acabou? - a pergunta saiu com uma risada leve e Louis concordou soltando um riso, enquanto aquecia o jantar no fogão. - E como foi seu dia? Muito agitado?
- Um pouco. Tive que resolver alguns problemas na gravadora, mas nada demais.
- Entendi. - S/N se dirigiu até às bebidas da casa, próximo à janela da cozinha, buscando dois copos pequenos e enchendo-os com vodka, pura e simples.
- Como está o caso do vice-presidente? - questionou interessado. - Conseguiu contratar outra pessoas que não tome tanto o seu tempo?
- Ainda não. - só de pensar no assunto, a mulher sentia um frio na espinha e bufava, como fez após a pergunta do esposo. - Não sei se quero lidar com outro alguém dizendo que minhas ideias não funcionariam e ser a última a bater o martelo toda vez que não entrarmos em um consenso.
- Mas você sabe que isso seria muito melhor. - o olhar matador dele para ela a deixou um tanto quanto intimidada, virando-se para o rapaz. - Sentimos sua falta aqui em casa, S/A. - a mulher ainda estava de costas quando Louis a agarrou e beijou a parte de trás de seu pescoço.
- Sei.. - falou se esquivando do carinho e saiu dos braços do moreno, bebendo o líquido transparente de uma só vez.
- Tudo isso é stress?
- Grande parte.
- Tem alguma coisa que eu possa fazer para acabar com ele? - o rapaz se aproximou dela novamente mas não a tocou. Ele a conhecia muito bem e sabia com certeza que algo a incomodava. Contudo, o palpite dele foi apenas concretizado quando S/N olhou bem no fundo de seus olhos e puxou coragem de onde nem ela sabia que tinha para iniciar o assunto.
- Você se lembra que prometemos falar a verdade para o outro sempre?
- Claro.
- E por que você não me falou? - a voz embargada da mulher foi mais do que suficiente para entender sobre o que ela estava falando. Os olhos que antes estavam focados nela, agora foram apontados para o chão. O arrependimento que carregava há dias ficou dez vezes mais forte ao sentir S/N fitá-lo sem piedade, com as lágrimas engasgada na garganta e olhos lacrimejantes. A vergonha por ter cometido tamanha besteira ficou clara quando Louis levantou a cabeça e finalmente olhou para a esposa.
- Se eu te disser que te contaria hoje mesmo, você acreditaria em mim?
- Eu só exijo explicações. Não quero escutar as histórias sem nexo que você tem para me contar.
- S/A, eu juro que está noite eu abriria todo o jogo para você e me livraria dessa dor dentro de mim. Te esperei ansiosamente, com meu coração acelerado e toda a culpa gritando em meu peito. Até escrevi um texto enorme no laptop, caso eu não conseguisse dizer o que eu tenho para falar. - Louis caminhou rápido até a sala e trouxe o notebook branco em mãos, deixando-o em cima do balcão da cozinha, perto de onde estavam. - Eu não estou mentindo, querida. Acredita em mim.
- Quando isso começou? - perguntou olhando para a janela da cozinha, tentando permanecer forte.
- Dois meses atrás. Mas eu juro que não houve sentimentos nenhum. Ela é mãe de uma das amigas da Molly e eu acabei me aproximando dela quando buscava nossa filha no colégio.
- Eu sei quem é, Louis. Todas as mães do segundo ano sabem. - com os braços cruzados, S/N voltou seu olhar para o moreno envergonhado e cabisbaixo.
- Como você soube?
- Você deixou o WhatsApp aberto no meu computador e por acaso a primeira conversa era com ela. - falou, sentindo as primeiras lágrimas caírem. - Descobri há pouco mais de duas semanas.
- Por que não me disse nada?
- Porque eu te amo! - aquelas palavras doeram tanto nela quanto nele. Louis sentia-se a pior pessoa do mundo por ter feito S/N chorar. Seu coração só não estava mais quebrado que o dela, pois a bomba veio de quem era contra qualquer tipo de traição. Ela, por sua vez, perdeu todo o chão quando gritou que ainda amava seu marido. S/N não podia negar que ele era um excelente pai e uma pessoa incrível. Louis faria tudo por qualquer um e sempre quis o bem de quem o amava, contudo, ele não levou em consideração o amor que sua esposa sentia por ele. - Eu sei que estou ausente a maior parte do tempo, que não dou a atenção necessária à você, mas eu nunca deixei de falar o quanto te amava e o quanto você significava na minha vida. Sua presença foi fundamental nos últimos anos, principalmente quando fundei a empresa. - ela ficou em silêncio, dando um suspiro profundo para só depois sentir a dor da traição e enfim soluçar, deixando o ar pesado adentrar o cômodo. - Não imaginei que um dia você cometeria o erro que tanto repugnava.
- E foi justamente por isso que dei um fim nisso tudo! - explicou de modo nervoso. - Eu errei feio, como nunca errei em toda a minha vida. Não sei o que deu em mim. Talvez o fato de você trabalhar tanto tenha sido uma abertura para que eu me perdesse e deixasse de lado tudo o que defendi durante anos.
- Se o problema é meu trabalho, eu arranjo outro vice-presidente agora mesmo e acabo com essa merda toda!
- Não! - retrucou negando com a cabeça. - Eu sei o quanto você lutou para ter seu próprio negócio e não quer perder o sono por entregar seu cargo para alguém que te menospreze. Não precisa fazer isso por mim. Quem errou fui eu e você não tem nada a ver com isso.
- E o que eu faço para salvar o nosso casamento? Ou você quer continuar com aquela mulher?
- Nunca! Acabou, amor. Não precisa mais se preocupar com isso. Eu coloquei um ponto final nisso há dois dias. Me desculpa por te causar tanta dor, do fundo do meu coração. - relatou assim que a encarrou triste. - Agora a decisão é sua em me perdoar e dar uma chance para eu ser diferente, provar para você que me encontrei de novo e que eu te amo muito! - Louis não conseguiu segurar o choro e deixou que as lágrimas caíssem, revelando seu lado sensível e extremamente frágil. - Eu não consigo falar mais nada. - soluçou. - Por isso te escrevi. - ele pegou o notebook e entregou para S/N enquanto limpava seu rosto com as mãos. - Vou dormir na casa da Lottie essa noite e te dar todo o tempo do mundo. Apenas haja conforme o seu coração mandar. Só quero que você seja feliz. - após o rapaz encerrar sua fala, caminhou até a porta e saiu de casa, deixando S/N sozinha com o laptop em mãos.
A sensação que ela tinha era que a qualquer momento sua cabeça explodiria e que a única pessoa capacitada para ajudar-lhe naquele momento horrível era Louis, pois ele sim era seu conselheiro quando tudo virava de cabeça para baixo. Mas agora, o rapaz era a última pessoa em quem ela podia pedir socorro.
Sendo assim, depois de tomar mais um copo de vodka, S/N andou até a sala e ligou o computador enquanto sentava-se na poltrona, iniciando a leitura assim que se acomodou no móvel.
“ Se você está lendo isso é porque eu não consegui me segurar. Você, mais do que ninguém, sabe que quando os sentimentos tomam conta de mim eu não consigo falar mais nenhuma palavra, e como esse assunto mexe muito comigo dessa vez não seria diferente. Primeiramente, me desculpe. Desculpe por ser um hipócrita e por estragar o nosso relacionamento. Eu fui um completo idiota e você sabe disso. Hoje eu me sinto a pessoa mais infeliz desse mundo por estar te causando tamanha dor. Você não merecia isso. Você não merecia passar por essa situação, e não merece derramar nenhuma lágrima por minha causa. Se arrependimento matasse, eu já estaria a sete palmos debaixo da terra há muito tempo. A cada dia que passava, eu me sentia mais sufocado e sujo pelos meus atos inaceitáveis, mas quero que saiba que, independente do que houve, eu te amo, profundamente. Sim, S/N, eu te amo de verdade, como nunca amei ninguém em toda minha vida. Você é a minha maior conquista e te perder seria doloroso demais para mim. Porém, se a sua vontade for partir, eu respeitarei sem questionar. Entretanto, se você ainda me amar, se você ainda sentir algum sentimento por esse cara totalmente insano e idiota, menor que seja, peço que confie em mim, pela última vez, e me perdoe. Me dê mais uma chance para provar que eu não sou aquela pessoa que sempre critiquei e deixe-me reconquistar seu coração por inteiro. Prometo cuidar dele mil vezes melhor do que um dia eu já cuidei, e além disso, juro que serei o homem apaixonado que eu nunca deveria ter deixado de ser. Porque você é a única na minha vida, mesmo que seja difícil acreditar agora. Eu te amo. ”
Após ler as palavras digitadas naquela tela fria, S/N voltou a chorar como antes. Ela não sabia como proceder diante daquela situação e resolveu tomar o tão esperado banho para que sua cabeça se encaixasse no lugar, antes de tomar alguma decisão.
Depois de horas pensando sobre exatamente tudo que lhe veio à cabeça, ela pegou seu celular e foi até as mensagens, entrando na conversa com seu marido e vendo que ele estava online, já de madrugada.
*Mensagens*
S/N: Ainda acordado?
Louis: Sabe que não vou conseguir dormir enquanto não souber a sua decisão.
S/N: Não é uma escolha fácil, Louis.
Louis: Eu sei. Não estou te pressionando. Leve o tempo que precisar.
S/N: Eu li o que escreveu.
Louis: Fui cem por cento sincero com você, meu amor.
Louis: Sei que agora é muito difícil acreditar em minhas palavras mas você é tudo para mim.
Louis: Eu fui um imbecil em cada atitude e me arrependo amargamente de ter entrado nessa lambança. Mas eu prometo, se você me der a oportunidade eu farei tudo diferente.
S/N: Venha para casa e resolvemos essa situação como adultos.
Louis: Quer mesmo olhar na minha cara depois do que eu fiz?
S/N: Temos que ser maduros agora, certo?
Louis: Claro. Estou indo para aí.
S/N: Tudo bem.
Louis: S/A..
S/N: Oi.
Louis: Eu te amo.
S/N: Te espero no quarto.
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xoxo
Ju
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[THE INSURGENT] ou [ZIPPORAH R. DUBOIS] atualmente tem [30 ANOS], mora em New York e trabalha como [colunista de uma revista]
Na East Wenk diziam que era muito parecida com [SARA WAISGLASS], mas atualmente vivem comparando ela com [CONOR LESLIE]. Em seu yearbook, [Zipp] disse: [“ We need and we can change the world”].
“Sim, você era diferente e qualquer um que te visse pelos corredores afirmaria isso com convicção. Você sempre foi convicta, sempre teve seus ideais, o socialismo utópico, a luta antimanicomial, dentre outros, numa reinvenção quase própria da “Festa da vida”. Jamais deixaria algo lhe abalar ou afastar de sua ideologia, certo? Errado. Esqueceram de te avisar que a humanidade é por si corrupta, e assim talvez fosse você. Afinal, quem diria que lutar contra o sistema teria um novo sentido depois da primeira noite nos lençóis de algodão egípcio? Você até tentou se manter firme às raizes, fazer o certo e honrar a memória daquela que te criou com diretrizes tão justas e bonitas. Era mais fácil se compadecer quando você mesma fazia parte da realidade, mas do topo, a vista para baixo fica meio embaçada. Passou ensino médio tentando manter a voz ativa, as lutas engajadas, as causas. Mas, seria questão de tempo até se acostumar com o luxo de uma vida nova? Será que você realmente achava o “capitalismo selvagem” assim tão ruim? Será que ainda dá tempo de encontrar o rumo de volta, ou a caminhada fica mesmo mais fácil com um solado vermelho?”
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DESENVOLVIMENTO.
Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos. É provável que Zipporah Dubois nunca tenha sabido quem ela era, embora afirmasse com frequência verdades quase improtestaveis pelos corredores da East Wenk. Afinal, a pior cegueira é a mental, já dizia Saramago. Ela faz com que não reconheçamos o que temos pela frente. Um mundo caótico que precisava ser mudado era o que dizia sua mãe. “Estamos a destruir o planeta e o egoísmo de cada geração não se preocupa em perguntar como é que vão viver os que virão depois”. Um mundo vasto que precisava ser conquistado, já dizia seu pai. “A única coisa que importa é o triunfo do agora”. Confusa, sempre esteve confusa, perdida na cegueira da razão. “Nem oito, nem oitenta.” Se ao menos lhe tivessem ensinado o ditado… Ela teria percebido que o equilíbrio era a chave. Uma pena que equilíbrio sempre esteve em falta na calorosa porém efêmera relação de Alexandra Dixon e Michael Dubois.
Herdeiro de um legado importante do direito, Michael teve seu devaneio de jovem rebelde aos vinte e dois, quando correntes ambientalistas e socialistas lhe tiraram o sono, no último ano de faculdade. Foi em um manifesto que conheceu Alex, a jovem idealista que, com muita sorte e sem qualquer apoio dos pais hippies, conseguiu chegar à faculdade de jornalismo. Três encontros e uma paixão avassaladora, daquelas que te fazem questionar se a vida havia começado ali. E de certa forma precisou começar, já que o romance mal aceito pelo pai do homem, lhe rendeu a expulsão de casa e dos negócios, assim que ficou ciente do bebê que Alexandra esperava.
Contas e mais contas, mal conseguiam pagar o minúsculo apartamento em NY. O problema do idealismo e das causas pro-bono é que dificilmente elas ajudam nas contas ao fim do mês. Completamente desiludido, o bom filho à casa tornou, deixando para trás as dificuldades financeiras e consequentemente, seu grande amor. Não foi preciso uma semana sequer para que o homem assumisse sua posição na dinastia dos Dubois, duas para solicitar a guarda da criança de um ano que colocara no mundo.
Tomada pelo medo de perder a filha, Alex fugiu o mais rápido e para o mais longe que pode. Como diabos ela poderia competir judicialmente com pessoas tão importantes,que ainda por cima tinham experiência na área? Matou seu nome para não ser reconhecida, dando assim espaço para Anika Reece nascer. Com a ajuda dos ônibus hippies que seguiam como nômades de um lado a outro e a ajuda dos mesmos para cuidar da criança, acabou parando em Oregon, em uma comunidade de moradas alternativas. Lá, alguns casos depois, iniciou um relacionamento com Suki, uma geógrafa em busca de bases culturais para seu documentário complexo demais para ter um título. Ela lhe abriu espaço de morada no loft em Portland e assim, foi formada a primeira família que Zipp conheceu.
Zipporah cresceu em meio a manifestações, câmeras, máquinas de escrever, livros, horta comunitária e socialismo. Tinha na mãe sua inspiração de escrita, os roteiros escritos, junto com as dissertações a encantavam desde que aprendera a ler; a magia visual e ideias de geografa a levavam à euforia, aprendendo como se expressar pelas mais diversas artes. Treze anos e Zipp queria mudar o mundo. Frequentadora assídua de protestos, fosse pelo direito de morar, de casar ou de ir e vir, ela sempre estava lá, ao lado de suas duas mães, desafiando o mundo. Porém, quando um desses protestos se acalorou e a polícia interviu aos tiros, desejou não ter de desafiar. 5 civis mortos. 7 gravemente feridos. Maldita incidência que lhe tirou a melhor pessoa do mundo. Mas, as divindades tendem a levar os melhores para si.
O velório aconteceu em uma tarde nublada de abril e desde a data, o clima se enquadrou ao novo humor de Suki. De brilhante e cheia de vida, a mulher se tornou uma pessoa distante, sem vontade, que não conseguia pensar no que viria a seguir, fazia bicos que mal davam para se sustentar, imagine como uma criança. O dinheiro que Zipp conseguia atendendo mesas em uma lanchonete era pouco demais. Como tudo agora era. Olhar a jovem, que tanto se parecia com a mãe lhe destruía a cada dia. O emaranhado de pequenas coisas foi suficiente para as discussões começarem e se intensificar, até o ponto de a situação se tornar insustentável e foi assim que Michael conseguiu sua filha de volta.
Eram seis da manhã de quarta feira quando o telefone tocou sem parar na mansão dos Dubois, em Jersey City. A tempo entre a notícia de que sua filha estava viva, a proposta de enviá-la de volta, o pagamento das passagens, do depósito de dinheiro extra que Suki pediu para começar a vida longe dali e a chegada de Zipporah a mansão foi de uma semana. Uma festa com tudo que tem direito foi o que o homem preparou, com a ajuda de sua esposa, para a chegada de sua filha. Um desapontamento, Zipp odiou as extravagâncias, o desperdício, os empregados uniformizados, ter de estar alí. Sentiu-se como o vagabundo conhecendo a dama, só que ao invés de amor, o sentimento para com a aristocracia era de nojo. As tentativas de fuga a priori foram frequentes, porque claro… Viver no inferno com a maldita que praticamente a vendeu era melhor que numa mansão com um pai que te ama e quer te dar o mundo. Anos de persistência sobre humana foram necessários para a relação de pai e filha começar a ser construída, mas, Michael conseguiu. Com muita paciência e certa abertura disciplinar fora convencendo a filha de que ela podia ser o que quisesse, mesmo ali. Bem, Zipporah não queria ser uma rica mesquinha, por isso passou a mentir na nova escola sobre quem ela era, ainda que fosse mais fácil lutar pelo mundo com uma roupa confortável de algodão cru.
Pequenos luxos iam sendo mastigados por Zipp enquanto ela teimava em achar que estava nadando contra a corrente, fingindo uma realidade que já não lhe pertencia tanto. A hipocrisia ficava disfarçada para quem visse de fora, afinal, as roupas de brechós pareciam simples, a fala era bonita e convincente, talvez porque de fato, ela acreditava no que dizia. Acreditava na necessidade de igualdade, na queda de relações hierárquicas e abusivas, inclusive na escola. Transformou a East Wenk em seu palco, onde ela tinha a necessidade de debater sobre temas que achava relevante; proferia verdades pelos corredores ou nas crônicas ácidas que escrevia, cercada pelos insatisfeitos com o sistema e amigos da natureza. Em contra-partida, se acostumou cada vez mais a ter os benefícios que só a hierarquia podia lhe proporcionar, como as banheiras para relaxar após um debate intenso ou a vaga na Ivy League. Não que curricularmente falando, Zipp não fosse impressionante, mas, ter um pai amigo do reitor da Brown, ajudava, claro.
Jornalismo, escolha natural, foi um mundo de descobertas; entendeu porque sua mãe enchia os olhos sempre que falava da faculdade. No entanto, apesar de encantada, Zipp não se esquivava de bater de frente com as injustiças, professores abusivos ou panelinhas aristocratas, defendendo com unhas e dentes os bolsistas com quem havia feito amizade. Ela realmente ainda achava que ia mudar o mundo, mas, sim… Era mais fácil mudar o mundo no seu apartamento de 120 metros quadrados. Contudo, como mentira por mais que dure, dura pouco, no segundo ano, quando os amigos próximos começaram a estranhar certos acontecimentos e descobriram suas origens, puxaram o tapete da garota, a expulsando de toda e qualquer atividade que faziam juntos, como se ser herdeira fizesse menos de você. Zipporah ficou sozinha, excluída dos idealistas, chacota dos mesquinhos e dos que não se importavam com nada.
Complexada na Brown, com um bom currículo na mão, mas sem nenhum certificado de quem ela era ou do que estava fazendo. Na fragilidade da situação, foi acolhida com toda compaixão por Michael, que lhe explicou mais uma vez como entendia a desigualdade do mundo, e como mudá-lo era mais eficaz quando você tentava de cima. A encheu os olhos com suas causas defendidas, estimulando uma pós-graduação em jornalismo, direitos e cidadania. Talvez ele tivesse razão… talvez eles tivessem, talvez até Haylee, sua madrasta, estivesse certa quando dizia que era mais útil lutar pelas causas em um meio de comunicação visível. Pós-graduação em jornalismo digital e mudança de ares. A madrasta agiu como fada madrinha; a convencendo que teria muito mais visibilidade para suas ideias na Scarlett, revista feminina com alcance nacional, que no pequeno jornal que trabalhava em Providence. Assim, pensando unicamente em mudar o mundo, Zipporah aceitou o cargo de colunista, e isso foi ótimo. O primeiro texto da garota foi publicado no blog da revista um mês depois, na plataforma digital, já que achava impressões um crime contra a natureza e não fosse em papel reciclado, claro. "As facetas do machismo" foi um sucesso, as pessoas queriam ouvir o que ela tinha a dizer e ela queria dizer mais e mais. No entanto, você sabe...as pessoas só querem ouvir o que você tem a dizer, dependendo do que disser. Por isso, com os anos, as pautas sociais e revolucionárias ficaram cada vez mais contidas, eufemizadas, comercializáveis, digamos assim. E, à medida que subia em sua posição na empresa, sucumbia cada vez mais aos prazeres da hierarquia e do capitalismo. Cinco anos foram o suficiente para Zipp sair de idealista em ascensão a rainha consumista. Começou com a comida, porque você sabe...tudo orgânico é melhor mas, quem tinha tempo para ficar cuidando de hora? Economizar água é muito mais prazeroso em uma hidromassagem; algodão cru é confortável e natural, até não ser, comprar e vender Chanel; e pasme, cartão timbrado em papel machê. Sim, é muito mais fácil mudar o mundo de cima. O problema é que no topo, você frequentemente esquece de olhar para baixo, e para si.
PERSONALIDADE.
Zipporah é uma força da natureza, domesticada ou não para fins lucrativos. Quando mais nova, teimava em obedecer normas ou convenções sociais, tendo conceitos muito libertinos sobre relacionamento, o que podia gerar certo desconforto nas pessoas com as quais se envolvia. Em uma escala mais discreta, isso ainda é verdade, embora atualmente já tenha engatado em um ou dois namoros pouco duradouros, por pressão social. Ela adora aventura, embora atualmente se entregue muito pouco a trilhas em lugares pouco desbravados sem a ajuda de um guia turístico, antes, Suki era sua guia. É dona de uma confiança inata, ou ao menos se mostra assim para o mundo, já que com todas as mudanças ocorridas durante seu amadurecimento, vez por outra sente-se perdida com relação a si mesma, afinal...quantas partes de si mesmo alguém pode perder até parar de se reconhecer? De toda forma, se tem uma coisa que aprendeu a fazer com os anos foi a fingir, o semblante de quem não é afetada por nada é frequente no rosto da mulher, sustentando o nariz em pé que Michael a ensinou a ter, tempos depois. Além disso, com os anos, a garota energia que estava sempre pronta para vencer uma briga, fosse pelo cansaço ou pelo grito, foi se tornando mais contida, aprendendo jeitos muito mais sutis para ter o que deseja, e sim, se você entendeu manipulação, entendeu bem.
TÓPICOS
Quando criança, Zipporah tinha o costume de colecionar insetos, tendo uns 3 bullets jornals construídos com o mesmo. O hábito a segue até hoje, não necessariamente em relação a insetos mas a construção de páginas, fazendo com que seja uma pessoa muito útil no design da revista, vez por outra.
A mágoa da solidão foi sublimada em competitividade, acabando por aprender os ditos “esportes chics”, como por exemplo hipismo, o que poderia ser considerado uma ironia para uma protetora de animais.
Ainda durante sua vida com a mãe e Suki, aprendeu diversos tipos de arte, os quais aprimorou com o pai e professores, sendo assim, em parte de seu tempo de repouso, usa para pintar e esculpir.
O Zipp your mouth, blog colaborativo com a Scarlet, é um dos maiores engajamentos da revista, apesar de ter diminuído bastante o fluxo e as criticas, vez por outra apresenta crônicas ácidas em um quase resgate de sua personalidade antiga. Talvez seja o blog a maior prova que Zipporah ainda está no meio caminho entre em ela era e quem se tornou.
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devlishsmile · 4 years
Text
outfoxing the fox   ╱   task five
i looked back, bracing the wind; a thousand emotions beset me.  who knows if, with such thoughts,  i will not find my destiny further intertwined with yours?
Trigger warning: sufocamento, autodepreciação.
Nota OOC: eu coloquei o pov em um docs para os que preferirem ler por lá, já que a leitura em themes do tumblr pode ser chatinha. A inspiração para ele veio de lendas do Leste Asiático.
PARTE I: O ANEL.
O que você faz? Araminta queria perguntar ao anel, que cutucava com uma pinça, incerta demais para tocá-lo com os próprios dedos. Qi Liang havia conquistado-o para ela na barraca de tiro ao alvo como prêmio na Ilha dos Prazeres, mas a aprendiz não ousara colocá-lo em si mesma. Curiosa como fosse, não era idiota para tocar um objeto amaldiçoado sem antes saber quais seriam as consequências. 
O anel parecia ser feito de prata e, em seu centro, havia uma grande pedra vermelha de formato oval. Na parte de dentro do aro, figuras em uma língua ou código que ela desconhecia foram gravadas, enquanto na parte de fora era adornado de desenhos espirais. Pelo tamanho, Araminta soube que era destinado a uma mão masculina. Deduzira que a joia pertencera a alguém abastado; talvez fosse uma relíquia passada por gerações entre uma família, eventualmente perdida e encontrada por alguém do parque na Ilha. Talvez fosse usada por algum mago ou feiticeiro, o que explicaria a estranha e angustiante aura que o objeto emanava quando a imrense passava tempo demais com ele por perto. Ou, talvez, tenha simplesmente sido roubada de um nobre e vendida ao Cocheiro. Qualquer que fosse sua origem, ela queria descobri-la.
Durante aquelas semanas, Araminta ocupara-se com locar quaisquer livros da biblioteca que pudessem auxiliá-la na busca. Livros sobre maldições, registros de famílias nobres de Mítica, dicionários de línguas antigas, enciclopédias de arcanismo… Certamente, para os que observavam de fora, era impressionante como a jovem arranjava tempo para ler tudo aquilo e, ainda assim, lidar com suas disciplinas e extracurriculares, especialmente em uma época tão caótica quanto a que viviam. Bem, a resposta encontrava-se no próprio questionamento: se já estava curiosa sobre o anel antes, depois do que ouvira de Qi Liang na noite do Calanmai, de sua última conversa com Hugo e do desastre que a abertura dos jogos intercasas se tornou, viu-se desesperada por algo que a distraísse da própria cabeça.
Normalmente, esta responsabilidade era atribuída à costura e a dança. Mas enquanto estivera, de fato, passando mais tempo no ateliê de costura do que normalmente fazia, o estúdio de dança tornara-se uma área proibida pelos próximos trinta dias; o ataque dos ogros rendera-lhe uma costela quebrada e um tornozelo torcido, e a curandeira insistiu que ela recebesse dispensa de todas as atividades físicas até que estivesse inteiramente saudável. Todos os dias, desde o jogo, passava na enfermaria para pegar um frasco de poção para os ossos e outro para as dores. Já havia machucado o tornozelo antes, afinal, era uma dançarina, só não esperava que a costela fosse incomodá-la tanto (nem que levaria tanto tempo para voltar ao lugar). Assim, a energia que gastava ensaiando agora precisava ser canalizada em outra ocupação, e se não podia exercitar o corpo, que exercitasse a mente inquieta.
No entanto, mesmo depois de muita pesquisa, Araminta continuou no mesmo ponto em que começara. Não sabia quem era o dono do anel, nem o que ele fazia, nem o que os símbolos gravados nele significavam. Mistérios costumavam atraí-la — um bom desafio sempre significava diversão —, porém, com tantos problemas em suas costas para resolver, gostaria que pudesse solucionar ao menos aquele. Sem ter sequer uma pista, voltava a pensar no que acontecia ao seu redor e, pelo Narrador, se passasse mais um minuto sem se alienar, era capaz de explodir.
À porta do dormitório, ouviu uma chave girar na fechadura. Anette havia voltado. Rapidamente, Araminta fechou a caixinha do anel, levantou-se da cama e foi até o guarda-roupa. O fundo falso do móvel nunca fora de tanto auxílio, pois tornara-se o esconderijo da joia enquanto ela ainda não havia a decifrado. Levantou a madeira, colocou a caixa no compartimento escondido e o tampou. A quantidade de roupas no armário disfarçava com segurança a linha que denunciava seu segredo, uma vantagem para Araminta, que escutara alguns de seus colegas queixarem-se de pertences desaparecidos após o dia do ataque.
O maior mistério de todos, entretanto, continuava em aberto. Uma vez era um acontecimento: o desaparecimento de Jason Bee, em dezembro do ano anterior. Duas vezes era uma coincidência: a maldição do sono. Três vezes, ataque inimigo: o desaparecimento dos aprendizes no Trem Fantasma da Ilha dos Prazeres. Quatro, então… Estava certa de que o que acontecera no jogo de beisebol conectava-se aos outros eventos fora do comum que abateram Aether nos últimos meses, e o fato de que Merlin não encontrara um culpado para nenhum deles era o comprovante. Sob a redoma mágica, ela se perguntava quanto demoraria até que a quinta vez acontecesse. O que quer que estivesse preso com eles, certamente não estava feliz com isso — e como havia demonstrado anteriormente, possuía meios de desarmar o diretor. Quanto à sua identidade, Araminta não tinha teorias; somente sabia que portava poderes grandiosos o bastante para ir contra o maior mago de Mítica, e a percepção disso, por si só, era assustadora. O que outrora impressionaria De Vil era motivo para tirar-lhe o sono à noite, pensando nos aprendizes que foram levados, temendo que seus amigos fossem os próximos.
Que ela fosse a próxima. O pensamento de que poderia perder tudo estando tão perto de sua liberdade mantinha-a desperta mesmo depois das luzes se apagarem, quando o único brilho no quarto vinha da lua, refratado pela janela. Em toda sua confiança, Araminta não estava preparada para acreditar que havia a chance de acabar de mãos vazias, não depois de tanto tempo de espera.
PARTE II: VOZES.
Venha até mim…
As árvores farfalharam em uníssono, uma assombrosa melodia que gelava suas entranhas. De certa forma, era seduzente — como o frio na barriga logo antes de um salto. A brisa noturna tomou seus braços nus e a fez encolher-se na camisola, mas ela não se afastou. À sua frente, as árvores curvavam-se para moldar um caminho reto entre o bosque, convidando-a para que o adentrasse. Os pés de Araminta vacilaram, incertos se deveriam ou não dar o próximo passo, fincando-se na terra gelada.
Venha até mim resgatar seus amigos…
Marzia. Cheryl. Alizayd. De alguma maneira, sabia que era sobre eles — e os outros aprendizes desaparecidos — que as árvores sussurravam. Estiveram ali o tempo inteiro, bem debaixo de seus narizes? Queria crer que sim, que resgatá-los seria fácil. Na verdade, queria que qualquer coisa fosse fácil. Não recordava-se de alguma vez ter se sentido tão cansada, chegando ao ponto de não se importar em entregar-se a uma solução simples. Vivera uma vida trilhando o caminho difícil, pensando demais, se esforçando demais, fazendo tudo ao seu alcance para obter o melhor resultado possível. Não acreditava em intervenção divina, fosse do Narrador ou de qualquer outra entidade que os assistisse, mas o universo tinha que recompensá-la. Era o justo.
Venha até mim…
Subitamente, a ânsia para que entrasse na mata foi substituída por um medo paralisante. Sentiu o gelo espalhar-se por todo o corpo, prendendo-a no lugar, engolindo qualquer espaço que sobrasse para uma emoção que não fosse o completo pavor. A brisa soprou mais forte, balançando a copa das árvores, fazendo a grama dos jardins reverenciar o caminho na floresta. As árvores murmuraram outra vez:
Venha até mim ou os que ama serão os próximos…
Quando despertou, Araminta percebeu que lágrimas quentes escorriam por suas bochechas.
Ela olhou ao redor. Estava em sua cama novamente, nos dormitórios da Imre, com Anette a dormir na outra ponta do quarto. Foi um pesadelo. Sentada e de respiração ofegante, ela puxou ar para os pulmões e soltou-o lentamente, até que as batidas pesadas do coração voltassem a relaxar. Esfregou o dorso das mãos no rosto, enxugando as lágrimas. Não era a primeira vez que chorava enquanto dormia, mas era a primeira em certo tempo — e a primeira também a perturbá-la daquele jeito. Não quis ligar o abajur na mesa de cabeceira para não acordar a colega de quarto, então apanhou o transmissor e acendeu sua lanterna. Na tela do aparelho, viu que ainda era madrugada. Passou as pernas pela beira da cama e encaixou os pés em suas pantufas felpudas, da mesma cor lilás que a camisola. 
Ao levantar-se, Araminta já sabia aonde queria ir. A torre da Casa de Jafar tinha uma visão privilegiada da Floresta Assombrada, majestosa à distância. Porém, como o anel amaldiçoado, o arvoredo agora exalava uma energia quase proibida; Araminta sentiu que, se a olhasse por mais tempo, seria sugada de volta para o sonho.
Balançou a cabeça, afastando a ideia. Um pesadelo, nada mais. 
Quando enfim conseguira pegar no sono mais uma vez, o céu já tomava a cor alaranjada do início da manhã. Ela acordou com o barulho do despertador, sem um resquício sequer de descanso. Quando estava prestes a sair para o café da manhã, olhou para a janela uma última vez e, dela, voltou a avistar a floresta. Não havia maneira racional de explicar o incômodo em seu estômago ao lembrar-se daquela voz, e depois de desaparecimentos, maldições e ogros, Araminta finalmente o sentia: o pressentimento de que o que estava por vir era maior do que qualquer um deles.
●●●
Pelas noites que se seguiram, Araminta sonhou a mesma coisa. Certa madrugada acordara aos berros, para o espanto de Anette. Não era somente nos sonhos que os terrores a perseguiam, no entanto; pegara-se escutando a mesma voz durante o dia, nas aulas, no ateliê de costura, na biblioteca. Hospedara-se em sua consciência como um inquilino indesejado. Ainda assim, ela recusava-se a atender o chamado. Estava mesmo disposta a arriscar-se na Floresta Assombrada por um problema que não era seu? Ora, a responsabilidade de salvar os desaparecidos era de Merlin, não dela. Seus poderes eram ótimos para espionagem, mas não tanto para combate — como bem percebera no dia do jogo —, ao menos não enquanto não tivesse maior soberania sobre eles. Também duvidava que o que a aguardava na floresta fosse sequer derrotável, afinal, se sua teoria estivesse correta, era o mesmo indivíduo (ou indivíduos) que sabotavam o diretor do instituto desde o início do ano. Além disso, haviam as criaturas mágicas que habitavam a floresta, motivo para ser assombrada. Ninguém sabia exatamente o que morava ali, e era mais seguro dessa forma.
“Pensou sobre o que conversamos?” Ela escutou Hugo perguntá-la, retirando-a de seu devaneio. Estavam juntos no refeitório para o almoço e, apesar de estar ali há uns minutos, o prato em frente a Araminta continuava intacto. Ela ergueu o olhar e encontrou-o com o do amigo, que a encarava em antecipação.
“Ainda não.” Respondeu Araminta, frouxamente. Vozes e pesadelos à parte, aquele era um assunto que exigia mais que apenas uma semana para decidir-se sobre.
“Tudo bem, não precisa tomar uma decisão agora. Só quero que considere.”
Ela esteve considerando. A proposta ecoava em seus ouvidos como quando inicialmente a recebera, na semana anterior. Havia visitado o dormitório do amigo quando Qi Liang não estava presente, pois era ele o tópico em questão que desejava discutir, porém, a conversa tomou outro rumo quando Hugo mencionara o que se passava entre a realeza de Asablanca; Estrela havia retornado e estava em Aether. Apesar da realidade do outro ser distante da sua, Araminta sempre dispunha-se a dá-lo apoio e aconselhá-lo quanto às intrigas reais e familiares (destas, conhecia muito bem). Não era tão boa oferecendo suporte emocional como era bolando estratégias e resoluções objetivas, o que funcionava perfeitamente para Hugo, que, tal como ela, era melhor lidando com as situações de forma direta do que emotiva.
“Quando tudo isso acabar e eu tomar minha coroa de volta,” Disse ele, enquanto os dois estavam sentados à beira de sua cama. Araminta espectava-o com interesse; Hugo descansava as mãos sobre o próprio colo, entrelaçadas uma à outra. “precisarei de um conselheiro de confiança ao meu lado. Alguém que não esteja atrelado aos jogos políticos da realeza.” Araminta assentiu. Fazia sentido que o amigo ponderasse mudanças na corte, visto que, após seu próprio pai mostrar-se favorável a um golpe de estado contra ele, confiança não era mais uma garantia entre os moradores e funcionários do palácio. Contudo, ela falhara em compreender a verdadeira intenção que havia naquelas palavras. Hugo ergueu a cabeça e, neste momento, ela viu algo diferente em sua expressão. Os olhos acastanhados do príncipe miraram-na com um pedido não-dito. “Alguém que me conheça tão bem quanto eu o conheço.”
Precisara de alguns instantes para entender o que ele estava a oferecendo. A questão não era Araminta perceber-se inapta para o cargo: com a sincronia que ela e Hugo possuíam, trabalhar juntos fluiria naturalmente. Um rei havia de ser um exemplo para seu povo, mas o mesmo não precisava ser dito sobre seu conselheiro, que era, em seu melhor sentido, uma sombra. A mão direita que auxiliava, mas jamais usurpava-o de seu protagonismo. Era uma oportunidade de recomeço, sem os estigmas que a rodeavam em Aether ou em sua terra natal. Teria a carreira bem-sucedida que tanto almejava, daria à mãe a vida que sempre quis entregá-la, conquistaria seu conto ao lado do melhor amigo. Aquele pedido significava mais para Araminta do que Hugo provavelmente sabia, e, mesmo assim, também causava-lhe total indecisão. Porque a De Vil havia passado tantos anos convencendo-se de que seu destino era o de uma vilã, para obter vingança sobre as injustiças que os ditos heróis cometeram contra ela e a mãe, que o repentino pensamento de que poderia ir além era como um puxão de tapete.
Quando concorrera à presidência do Grêmio Estudantil, Araminta escolheu o lema de sua chapa por um motivo. Homo est architectus suae sorte. “O homem é o arquiteto de seu próprio destino”. Acreditava nele tanto quanto acreditava que o mundo não era feito apenas de heróis e vilões. Pretendia transformar Dillamond em um espaço igualitário, em que os descendentes fossem ouvidos e considerados independente das origens de seus pais; julgados por quem eram, e não por sua afiliação. Arquitetos de seus destinos. Por que, então, a vilania era o único destino que enxergava para si mesma?
Aquela conversa a orbitara mesmo após sair do dormitório do amigo, e orbitava-a também naquele momento, sentada de frente para ele, no refeitório. Continuou a fazê-lo até quando retirou-se para a própria Casa, e a quietude do quarto vazio recordou-a da voz dos pesadelos.
Venha até mim… 
O que você quer? Araminta perguntou a si mesma. Era fama? Glória? Poder? Novamente, caminhou até a janela ao lado de sua cama, de onde a vista para a Floresta Assombrada quase fazia-a esquecer dos males que ela abrigava. Era o retorno de seus colegas? A segurança de Aether?
Venha até mim…
Em um futuro não muito distante, Araminta olharia para si mesma e apontaria o quão estúpida havia sido. Não era nenhuma heroína, muito menos uma aventureira e, pior ainda, não havia nada em seu âmago que a impulsionasse ao altruísmo. Contudo, havia um formigamento dentro de si mesma que a fazia pensar que ir à floresta era uma boa ideia, como se ela pudesse dar-lhe as respostas que queria. E como fora burra de cair naquela armadilha.
“Tá bem. Eu vou até você.”
PARTE III: VERDADEIRA FORMA.
Ir para a floresta no meio da madrugada sem qualquer preparo era, obviamente, uma ideia estúpida. Por isso, Araminta decidira ir não como si mesma, mas como outra coisa. Podia dar uma olhada no local, descobrir de onde vinha a voz e obter as informações que precisava sobre os colegas desaparecidos sem sequer colocar-se em perigo. Caso algo inesperado acontecesse, bastava voltar ao próprio corpo dentro do dormitório. Quanto ao animal que receberia sua consciência, ela já havia o escolhido; o falcão em que entrara no ataque fora adotado por Draco e, desde então, tinha até ganhado um nome: Rapina. De pernas cruzadas, Araminta se acomodou por cima da cama, deixando a consciência fluir para onde ela deveria ir. Caso estivesse acordada, Anette veria os olhos da amiga tornarem-se completamente brancos enquanto sua mente escapava do corpo e vagava pelos terrenos de Dillamond. 
A presença de Rapina na Anilen foi sentida por Araminta, e a ave não hesitou em dar-lhe permissão. De repente, enxergava pelos olhos atentos do animal, empoleirado ao lado da cama de um Draco adormecido. Aproveitando-se da janela do quarto aberta, ela voou para fora da Casa da Árvore e seguiu floresta adentro. 
Venha até mim... 
Desta vez, a voz não mais parecia vir da floresta como um todo. Possuía uma origem, que estava mais e mais próxima, à medida que aprofundava-se na mata. Esquadrinhou os espaços entre as árvores, os galhos dos quais outras aves a observavam, clareiras que recebiam um pouco mais da luz da lua que o restante sombrio do bosque. Finalmente, a voz ecoou de novo, e Araminta conseguiu detectar de onde vinha. Mergulhou e pousou em um galho baixo, de onde via a entrada de uma pequena gruta, embora o que havia dentro estivesse completamente tomado pelas sombras. A rocha, ela percebera, estava cercada por uma névoa espessa, tal como boa parte daquele lado da floresta.
“Você se acha tão inteligente.” Algo — que não soava como a voz de seus pesadelos — dentro da gruta falou, fazendo as penas de Rapina se eriçarem. Araminta permaneceu imóvel e em silêncio. Estava falando com ela? Como se a respondesse, a voz afirmou: “Sim, estou falando com você. Não pode me enganar, mas se veio aqui no corpo de outro animal pensando que o faria, não merece minha atenção.” A aprendiz soube, então, que o discurso era diretamente dirigido a ela. As garras apertaram e soltaram o galho, inquietas. Sentia-se exposta, como se houvesse sido pega fazendo algo de errado. “Vá, e retorne apenas quando estiver em sua verdadeira forma. Assim, responderei suas perguntas.” Anunciou. Araminta demorou alguns instantes, mas enfim obedeceu à voz e alçou voo para longe da floresta.
Após deixar Rapina em segurança no dormitório de Draco, que continuava a dormir, ela encontrou-se de volta em seu corpo, sentado na cama. Anette, também adormecida, não notara sua saída. Inspirou fundo e deixou que o cansaço a tomasse — não estava acostumada a percorrer distâncias tão grandes no corpo de um animal e, agora que havia retornado, sentia-se exaurida. O cansaço, entretanto, não era o mesmo que sono, pois mesmo depois de deitar-se e enfiar-se por baixo das cobertas, o que a criatura na gruta a dissera não a permitia descansar. Havia um desafio ali. Araminta De Vil, que os adorava — e odiava ser subestimada —, o aceitaria.
Na noite seguinte, preparou-se para ir à floresta como si mesma. O transmissor estava completamente carregado, guardado no bolso da calça moletom que tinha esquecido possuir. Os usuais vestidos longos e glamurosos pouco combinavam com uma aventura no bosque, então foram substituídos por roupas mais práticas, assim como os saltos (que, graças ao tornozelo torcido, fora proibida de usar por uma semana) por tênis. Foi quando tirou as roupas do armário que encarou seu fundo falso, escondendo o que ela falhara em desvendar. Mesmo sob a madeira, a aura angustiante do anel perdurava, mas, naquele momento, havia algo distinto. Sua intuição pedia para que o levasse consigo. Araminta olhou por cima do ombro, para certificar-se que não despertara a colega de quarto, antes de cuidadosamente erguer o fundo de madeira e retirar a caixa do objeto. Pegou uma de suas bolsas transversais, jogou a caixinha dentro e saiu dos dormitórios das Imre.
Rapina guiou-a pela mata, pelo mesmo caminho que seguiram na noite anterior, enquanto a lanterna do transmissor da aprendiz o iluminava. A caminhada era muito mais longa do que o voo, mas, com o animal, sentia-se mais protegida ao atravessar o lado obscuro da floresta. Quando outra vez a gruta revelou-se para ela, Araminta hesitou em se aproximar. A névoa cobria-lhe até o meio da canela, mesmo a uma distância segura da entrada, e a escuridão não permitia-lhe ver nada do que havia além dela. Rapina empoleirou-se no galho de uma árvore próxima, assistindo à cena em vigilância. Apontando a luz do transmissor para a caverna, a jovem proclamou:
“Estou aqui. Em minha verdadeira forma, como você pediu.”
Por alguns segundos, o silêncio. Começava a arrepender-se de aparecer ali sem saber o que estava enfrentando, mas então, uma voz. A voz.
“Muito bem. Você tem coragem, isso preciso admitir, Srta. De Vil.”
A maneira como ela enunciara seu sobrenome deixou Araminta enojada. Soava debochado, ofensivo, assim como quando a chamara de inteligente na noite passada. A aprendiz engoliu em seco e perguntou:
“Não vai aparecer? Eu te mostrei minha verdadeira forma, devia me mostrar a sua também.”
Era ousado de sua parte, fazer exigências a uma criatura desconhecida da floresta, porém, a pergunta funcionara. Das sombras da gruta, uma figura semi-humanóide saiu, expondo-se à lanterna do transmissor. Pela aparência, parecia ser um pouco mais alta que ela; era coberta por pelos e tinha olhos fundos e amarelos, que brilhavam diante da luz artificial. Araminta reparou que, embora possuísse pernas longas, a criatura andava sobre quatro patas. As orelhas grandes e a mandíbula para a frente compunham um rosto que, apesar de apresentar traços humanos, era predominantemente animalesco.
“Você é um…”
“Macaco, sim, todos dizem isso.” A criatura a interrompeu. Ela sentou-se em uma rocha, um pouco mais próxima da aprendiz, que em retorno deu alguns passos para trás. “Mas esperava que alguém como você talvez pudesse me conhecer.”
“Alguém como eu?” Araminta questionou, confusa. Um aprendiz de Merlin? Ou alguém com uma conexão com os animais? Seus olhos se apertaram enquanto ela tentava entender o que aquilo significava. Foi assim que um lampejo de memória trouxe a lembrança de uma aula de Criaturas Mágicas, em seus primeiros anos em Aether. O professor havia requisitado que produzissem um trabalho escrito sobre uma criatura originária de suas culturas, mas Araminta, que não possuía tanto contato com a magia em sua terra natal como no instituto, não conhecia muitas criaturas de seu reino. Procurara, portanto, por criaturas do reino de origem de seus ancestrais, uma herança que perdera-se entre as gerações dos De Vil. Quando Cruella nascera, sua família já havia, há muito tempo, abandonado o lugar. A criatura que escolhera era um demônio das montanhas que tomava a forma de um homem-macaco, e cujas habilidades telepáticas eram usadas para atormentar suas vítimas. As lendas afirmavam que, antes de devorá-las, as perturbavam com seus próprios pensamentos, até que estivessem tão emocionalmente fragilizadas que sequer lutariam contra. “Você é um no-ang-seol.” Disse, por fim.
“No-ang-seol. Satori. Yamabiko. Já fui chamado de muitas coisas.” O homem-macaco retrucou. Parecia satisfeito por ter sido reconhecido.
“Pensei que sua espécie habitava montanhas, em reinos bem distantes daqui. O que faz nesta floresta?”
“Poderia perguntar-lhe o mesmo, não? Embora, para esta pergunta, eu já saiba a resposta. Pessoas vão a muitos lugares por muitos motivos, Srta. De Vil, não acho que preciso explicá-la isso.”
Aquilo confirmou o que Araminta temia: ele já estava em sua mente. Assim que este pensamento a ocorrera, o no-ang-seol exibiu um pequeno sorriso. Mesmo aquele pequeno raciocínio fora ouvido.
“Foi você quem…”
“Não, não fui eu quem raptei aquelas crianças, nem quem a chamou aqui, a propósito.” Ele a cortou outra vez, não permitindo que terminasse sua frase. Era o principal comportamento descrito nas lendas do no-ang-seol: falar em voz alta os pensamentos de suas vítimas antes que elas mesmas pudessem colocá-los para fora.
“Então quem foi?” O tom seco não passava de uma tentativa de parecer firme, que, considerando os poderes da criatura, não era de serventia alguma. Sabia que estava nervosa, que sentia-se insegura, que queria ir embora antes que ela achasse coisas em sua mente que deveriam continuar escondidas.
“Por que precisa saber?” A pergunta foi seguida de silêncio. O no-ang-seol pendeu a cabeça para o lado, como se a estudasse. Araminta entendeu o que estava acontecendo, e suas entranhas gelaram tal como fizeram em seu sonho. “Ah, entendo. Você veio para salvá-los. Não por vontade, é claro, por mais que... Marzia, sua amiga, sim? Está entre os desaparecidos. Mas esta não é sua preocupação...  Você está preocupada com os que ainda estão no castelo. Tem medo de perdê-los. Ora, sempre achou que os abandonaria primeiro, não podem fazer isso com você.”
A mandíbula de Araminta travou. Aquela era uma ideia que jamais havia compartilhado com outro alguém, pois custava-lhe admitir que receava a partida de seus amigos. Estando em seu último ano, sempre imaginara a si mesma deixando-os primeiro; aos mais novos, cederia seus conselhos de como sobreviver ao instituto pelos anos seguintes, e aos colegas de sua idade, prometeria mensagens e visitas que gradualmente viriam a ser mais espaçadas, até que deixassem de existir por completo. Uma separação lenta e indolor. Não poderiam continuar amigos, afinal, não quando De Vil era tomada por manias de grandeza, não quando sentia-se tão diminuta que precisava fingir ser grandiosa para abafar o sentimento. Contudo, se a deixassem primeiro, o coração já pequeno certamente murcharia com a perda fora de seus termos, tão frustrado ficaria com ser o que mais sentia. Sentir era um quesito problemático para alguém que tanto se esforçava para criar uma caricatura de si mesma.
“Pare.” Ela demandou. “Não vim aqui para uma sessão de terapia, vim para obter respostas. As que você me prometeu.”
O homem-macaco não parecia surpreso — não poderia estar, afinal —, mas os olhos amarelados ainda fitaram-na com curiosidade.
“Nós nem sempre conseguimos o que queremos, Srta. De Vil, você sabe disso. Mas por que a ideia de que leiam sua mente tanto a perturba? Sente-se invadida? Violada? Ou é porque não quer encarar o que há dentro dela?” Araminta não precisou verbalizar uma resposta para que o no-ang-seol a obtesse. “Ah, sim, eu os vejo. Todos eles. Seus fantasmas.” 
Em algumas histórias sobre o no-ang-seol, associavam-no também ao dom de emular vozes humanas. Araminta não recordava-se deste detalhe até, para o seu horror, escutar a voz da própria mãe sair da boca da criatura.
“Aquela que admira.” O sotaque britânico de Cruella ressoou, a imagem da criatura a usá-lo perturbadora demais para que a jovem impedisse o rosto de torcer-se em uma careta. “Aquelas que quer proteger.” Outra voz — duas, na realidade. Reconhecia os timbres doces de Delilah e Meili, juntos aos sotaques facilmente distinguíveis um do outro. “Aqueles em quem confia.” Desta vez, vozes masculinas. O no-ang-seol imitou Draco e Hugo. “Aquela que inveja.” Autumn. A percepção de quem era a dona daquela voz feriu-lhe o orgulho, mas não mais do que o que veio em seguida: “Aquele que ama.” Disse a criatura, na voz de Qi Liang. “Aquela que teme mais que qualquer outro.” Algo dentro de Araminta pesou quando ela percebeu que a última voz pertencia a si mesma. “Sim, no fim tudo se resume a isso, não é? Medo. Você prefere tornar-se a vilã de sua própria história do que aventurar-se no desconhecido, de tentar e falhar. Falha. Insuficiência. Indigna de atenção, indigna de felicidade, indigna de amor. As coisas sempre ficam pela metade com você, não ficam, Srta. De Vil? Você se convence do que deseja, de que só precisa de si mesma, mas, no fim, conhece a verdade. Você teme a solidão.” 
A palavra prolongou-se mesmo após partir da boca do demônio. Sim, no fim, tudo resumia-se àquilo. Solidão, o medo de terminar sozinha. A certeza de que não era o suficiente para que alguém ficasse. Era melhor que abandonasse primeiro, assim não teria de lidar com a eventual ida — porque ela viria, sim, ela sempre vinha, todos os seus relacionamentos tinham um prazo de validade. Os que criam em suas qualidades se desencantariam quando os defeitos as abocanhassem, tal como o mundo fazia com os ingênuos, enquanto os que permaneciam ao seu lado pelo alinhamento em comum se afastariam, ambos absortos demais no próprio egoísmo para zelar por uma amizade que não ofereceria uma moeda de troca.
O no-ang-seol levantou-se da rocha e aproximou-se da aprendiz, mas ela não recuou. Como no sonho, estava paralisada. Pensar aquelas coisas e ouvi-las em voz alta causavam sensações distintas. Tornavam-nas reais. Tudo do qual havia fugido nos últimos dias, ocupando-se com tarefas sem fim, procurando pelo que a distraísse de si mesma, agora era jogado em sua face num só sopro.
“Sua mãe a ama, claro que sim, mas não é o bastante. Ainda que também a ame, há um peso. Você sente que cuida dela mais do que ela o faz por você. Seus amigos a amam, mas até quando? Uma vez que pisar seus pés no mundo afora, não haverá escapatória. Para sobreviver, precisará de um conto, e você sempre acreditou na sobrevivência do mais apto, não é?” Araminta permaneceu silenciosa. Lembrou-se da conversa que tivera com Delilah na noite do Calanmai. Do quão dura fora com a amiga, dizendo-a para criar coragem e aprender a lidar com confrontos, como se fosse simples daquele jeito. Era a criação que Cruella havia dado: amor bruto, o único que conhecera antes de Aether e também o único que sabia dar. “Não há amor para vilões que não venha de seus próprios filhos, Srta. De Vil, pois eles são ensinados a isso. E assim você se tornará como sua mãe, sozinha, amarga, assistindo ao mundo lá fora pela janela. Eternidade, mas a que custo?”
Um custo alto demais.
“Você não sabe nada sobre mim.” Havia um resquício de firmeza nos olhos de Araminta, que, apesar de marejados, miravam a criatura fulminantemente. Ela, por outro lado, pouco aparentava se importar com as promessas vazias de valentia. Assim, deu mais um passo.
“Pelo contrário, logo eu saberei tudo. As coisas boas, as ruins, seu passado, seu presente e até mesmo seu futuro. E você desejará que eu as tome, sim, porque assim não precisará lidar com a possibilidade de um erro.”
Erro. Ali estava a palavra que andara procurando. Ultimamente, Araminta sentia estar andando em direção ao erro. Deixara-se amolecer, importar com o bem estar além do próprio. Tornara-se uma confidente, uma conselheira, alguém a quem os amigos recorriam quando estavam com problemas, e embora não soubesse demonstrá-los sua preocupação da forma correta, ela estava lá: na grosseria de seus conselhos, nos abraços pouco dados, nos pequenos gestos de carinho, no amor bruto. 
Porém, mais que isso, Araminta tornara-se uma protetora. As adversidades dos últimos meses revelaram seu lado defensor, aquele que faria o possível e impossível pelos amigos, até colocar a própria segurança em risco. Seu senso de autopreservação dera lugar à empatia e o cuidado, dois elementos tremendamente inconstantes e, por isso, perigosos, pois inconstâncias eram a chave para o erro. Por catorze anos, Cruella a alertara sobre deixar que outros se aproximassem, para não confiar em qualquer pessoa além de si mesma; se não fossem obstáculos, seriam traidores, que lhe passariam a perna na primeira oportunidade. Fora ensinada a viver a vida como jogava uma partida de xadrez, manipulando os outros como peças, estudando que jogada seria a mais vantajosa e pondo seus peões para conquistá-la a vitória. Meios para um fim que beneficiaria somente a ela. No entanto, desde o desaparecimento de Jason Bee, ela não mais sentia-se como uma jogadora. A partida continuava a acontecer à sua frente, mas as peças moviam-se sem sua permissão, caminhando para um xeque-mate cada vez mais próximo. Estava perdendo o controle, de si mesma e dos outros. Desde quando arriscava-se para salvar a vida alheia? E desde quando arriscavam as suas por ela? Quando dera a permissão para que a enxergassem como algo além da mulher vil, traiçoeira e individualista que era?
Mas, quanto mais pensava sobre ela, menos certeza tinha de que queria sê-la. Certa vez dissera a Melena que não nascera má, mas se era tratada como um desastre prestes a acontecer, tornava-se questão de tempo até que ela mesma acreditasse nisso. Enquanto Araminta jamais deixaria seus impulsos de lado, fazer o mal por puro prazer não era um objetivo. Podia debochar, fazer comentários sarcásticos, espionar e chantagear, mas, em seu cerne, a verdade era que ansiava pela tranquilidade. Pelo direito da própria escolha, fosse esta ser uma vilã, uma heroína ou nenhum dos dois. Pela felicidade da mãe, pelas atividades que gostava, pelas pessoas que prezava. Simples, como tanto queria que aquela situação fosse. Simples, como nada nunca fora para ela.
O no-ang-seol deu mais um passo à frente, atento à expressão alheia.
Este fora o verdadeiro erro de Araminta De Vil. Não abrir-se para os próprios sentimentos, mas sim acreditar que tinha algum controle sobre os outros — sobre si mesma —, porque, por mais que desejasse, sua vida não era um tabuleiro de xadrez. Não haviam peças pretas ou brancas, nem poderia ela movimentá-las como e quando quisesse sem que as mesmas protestassem. Eram arquitetas do próprio destino, tal como ela. E a falha aconteceria, ela sempre aconteceria, mas não era sinônimo de tudo perdido. Com as falhas, aprenderia como seguir adiante, e ao lado dos que pela aprendiz velavam, jamais estaria desamparada. Não precisava colocar-se em uma caixa, tinha a eternidade inteira para compreender o que era. Se quisesse sentir, que sentisse. Se fosse egoísta, que fosse. Tons de cinza eram muito mais interessantes do que duas só cores.
O erro do no-ang-seol, entretanto, fora pensar que a domaria tão fácil.
Outro detalhe sobre as lendas do demônio era que, para derrotá-lo, sua vítima teria que esvaziar a mente por completo. Se ele não pudesse lê-la, não havia como atormentá-la, e assim tornava-se tão aborrecido pela astúcia alheia que perdia suas forças. Ao gradualmente recobrar suas emoções, Araminta lembrou desse detalhe; porém, esvaziar a mente parecia, para ela, inconcebível. Como poderia esvaziar o que nunca estava vazio? Sua cabeça era uma confusão de ideias e possibilidades, vontades que não cessavam, frases embaralhadas e uma sobre a outra. Se mente vazia fosse mesmo oficina do diabo, seu sobrenome não seria De Vil.
Cogitara clamar pelo auxílio de Rapina, ou qualquer outro animal que a ouvisse naquela floresta, todavia, o plano não funcionaria; a criatura leria seus pensamentos assim que os tivesse e desviaria do ataque. Investir contra ele também não adiantaria — além de ele prever seus movimentos, Araminta não era dotada de muita força física. Se ao menos conseguisse distraí-lo por tempo o suficiente... 
A mesma sensação desconfortante que sentira no dormitório se fez presente. Não, não a de quando olhara pela janela — a de quando abrira o armário para pegar suas roupas, antes de ir à floresta. A que sentia desde a Ilha dos Prazeres, quando tomou posse do anel da barraca de tiro ao alvo. O anel. Em sua bolsa, ele emanava uma energia magnética, ordenando que o pegasse, e, neste momento, Araminta percebeu que havia mais de uma maneira de derrotar o demônio.
Ora, se não podia esvaziar a mente, que a inundasse.
O anel. O anel. O anel. O anel. Repetia de novo e de novo, afogando seus pensamentos, acobertando-os para que a criatura não conseguisse lê-los. Com o barulho em sua cabeça, não haveria como concentrar-se em qualquer coisa que não o objeto amaldiçoado.
“Anel?” O homem-macaco indagou, mais para si mesmo do que para a aprendiz. Araminta olhou de relance para a bolsa transversal. A isca estava plantada. 
Bem, se curiosidade havia matado o gato, talvez também matasse um macaco. 
“O que é esse anel?”
“Nada. É da minha conta, não sua.” O no-ang-seol soltou uma risada de escárnio.
“Você ainda tem coragem. Não desiste fácil. É admirável. Gosto quando minhas presas tentam revidar.”
Ela não teve tempo para reagir: num piscar de olhos, a criatura atirou-se nela e arrancou-lhe a bolsa, com uma violência surpreendente em comparação ao quão retida estivera até então. Araminta tinha uma janela de meros segundos para enganá-la. Rapina estava a postos e, quando ela pediu por sua ajuda, desceu diretamente no no-ang-seol, enfiando-lhe as garras nos olhos e rasgando-lhe o rosto. A criatura urrou de dor, e a bolsa com a caixa do anel caiu ao seu lado. Araminta apanhou um galho solto, correu até o demônio e, assim que a ave dera-lhe espaço, empurrou o pedaço de madeira contra o pescoço dele, imobilizando-o no chão.
“Me diga o que sabe sobre os aprendizes desaparecidos. Agora!” Exigiu entre os dentes. O no-ang-seol, com a visão prejudicada pelo falcão, inicialmente pareceu perdido. Então, entre a tosse e a falta de ar, um sorriso presunçoso ergueu-se nas pontas de seus lábios, enquanto ele esforçava-se para soltar uma risada.
“Tão corajosa. Tão altruísta. Para uma futura vilã, me parece que você foi contaminada pela bondade de seus colegas. Tem certeza que é este seu destino, Araminta?”
Pela primeira vez a criatura tratou-lhe por seu primeiro nome, como se fossem iguais. A segunda risada, todavia, veio de Araminta.
“Não sei. Nunca gostei de rótulos mesmo.” 
PARTE IV: RUMO.
Araminta fitou a si mesma no espelho do banheiro. Havia sobrevivido à Floresta Assombrada sem um arranhão sequer, mas, mesmo assim, estava exausta. O transe do no-ang-seol esgotara grande parte de suas energias e o uso dos poderes para ir e voltar com Rapina terminara o trabalho, além do esforço demasiado para quem não havia recuperado-se completamente do ataque dos ogros. A figura no reflexo, geralmente bem tratada e elegante, agora só mostrava sua necessidade gritante de cair na própria cama: as olheiras, roxas e fundas, destacavam-se na pele clara; os olhos, pequenos e redondinhos, estavam tingidos do vermelho de noites mal dormidas. Desviou o olhar de si mesma para baixo, para a caixinha que segurava em sua mão, emanando sua aura inusual, porém, que não mais a incomodava.
“Ainda não sei o que você faz, mas me salvou de ser engolida por um macaco hoje.” Murmurou para a caixa, que guardou no bolso da calça. O objeto pareceu querer ajudá-la naquela noite, o que não fazia sentido algum, afinal, objetos não queriam nada. Contudo, deixara de vê-lo como um mau agouro para considerá-lo uma espécie de amuleto da sorte. Talvez, quando descobrisse suas origens, também entendesse o que havia acontecido.
Traumas emocionais, macacos demoníacos das montanhas e anéis amaldiçoados de lado, Araminta havia, enfim, encontrado algo novo para ocupá-la: primeiro, tinha uma pista a decifrar. Depois, um mistério a resolver. E, por último, uma conversa com Hugo sobre as condições de sua proposta.
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renaultportugal · 4 years
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Renault Trafic: há 40 anos o parceiro preferencial de tantos negócios
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Em 1980, o final da linha para o icónico Renault Estafette abriu o caminho e a porta de sucesso para o modelo Trafic. 40 anos depois, os cada vez mais reduzidos custos de utilização, a cada vez maior versatilidade, a otimização do espaço interior e carga, bem como constante inovação tecnológica continuam a trilhar o caminho do êxito. Parabéns Renault Trafic!
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O Renault Trafic é um sucesso comercial: 2 milhões de unidades vendidas, desde o seu lançamento, em 1980! Em 2019, 103.234 veículos foram vendidos em mais de 50 países em todo o mundo, o que associado aos restantes veículos comerciais ligeiros da gama Renault, Kangoo e Master, colocam a Renault em primeiro lugar no mercado europeu deste tipo de veículos (excluindo pick-ups), desde 1998. Mas a equação do sucesso, está longe de passar apenas pela grandeza dos números…
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Mais do que um expressivo algarismo matemático, o êxito do Renault Trafic representa a confiança e cumplicidade dos utilizadores do modelo, vocacionado, maioritariamente, para a vertente profissional e do negócio.
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Está na hora de “mergulhar” na história das quatro décadas de êxito do modelo, que, mais do que um simples veículo de transporte de passageiros ou mercadorias, sempre soube criar uma relação de profunda empatia e cumplicidade com os seus utilizadores…
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Renault Trafic I (1980-2000)
Quando, depois de 22 anos fiéis serviços, o Renault Estafette terminou a carreira, no arranque da década de oitenta, o segmento dos veículos comerciais ligeiros estava pronto para entrar numa nova fase. A exigência dos negócios era cada vez maior e a ela associava-se a cada vez mais rápida exigência no transporte de mercadorias, a cada vez maior necessidade de capacidade de volumetria de carga, bem como do bem-estar e conforto a bordo, ou seja… o “palco” ideal para a entrada em cena do Renault Trafic!
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Lançado em setembro de 1980, o Trafic modernizou, desde logo, o conceito de veículo comercial ligeiro, com as formas distintas, onde sobressaía a frente elegante e inclinada, algo diferente do formato de carroçaria mais tradicional entre os veículos comerciais ligeiros.
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Igualmente diferente era a secção dianteira do Trafic, de acordo com as suas motorizações. Surpreendente? Não. Apenas uma questão de necessidade, uma vez que enquanto ao motor a gasolina de 1397 cm3 bastava uma grelha de proteção e refrigeração frontal plana, para o motor a gasolina de 1647 cm3 e para o diesel de 2068 cm3, a grelha de plástico “esticava-se” para fora da carroçaria, obrigando também a aumentar o volume dos para-choques dianteiros.
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Ao longo das duas décadas de existência, a primeira dinastia do Renault Trafic contou com uma grande variedade de motorizações, a gasolina e diesel. No primeiro caso, versões de 1397 cm3, 1647 cm3, 1721 cm3, 2165 cm3 ajudaram a glorificar a história do modelo, mas não tanto como as motorizações diesel, com 2068 cm3, 2068 cm3 (turbo diesel), 2445 cm3 e 2499 cm3, responsáveis por oferecerem autênticas maratonas de quilómetros aos utilizadores que por elas optavam.
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Mas se o desempenho dinâmico foi sempre um fator importante para a Renault (mesmo num segmento como o dos veículos comerciais ligeiros), a versatilidade disponibilizada em termos de opções de carroçaria não podia receber menor atenção, desde o lançamento. Variantes com carroçaria fechada, vitrificada, de teto elevado, cabine prolongada, mas também as populares autocaravanas ou carroçarias especialmente apetrechadas para responderem aos desafios de diversas forças de segurança ou unidades especiais ajudaram igualmente a celebrizar e dar um cunho especial à primeira geração do Trafic.
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Na prática, onde havia um objetivo a concretizar, o Renault Trafic podia ser visto como um forte aliado para o atingir: fosse ele transportar uns simples jarrões de cerâmica ou caixas de fruta, entregar um generoso volume de correspondência dos correios, acomodar uma corporação de bombeiros ou força antimotim, viajar de férias em família ou até servir de transporte funerário.
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Na verdade, espaço era sempre coisa que não faltava, com cargas úteis que podiam variar entre os 800 e os 1400 kg, correspondentes a um peso bruto de 2,1 a 3 toneladas.
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Uma versão de tração integral, introduzida em 1984, especialmente adequada para a progressão em terrenos mais difíceis, deu o carácter ainda mais versátil ao primeiro Renault Trafic, através de um sistema 4x4 (herdado do Renault 18 4x4 Break).
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Com nove anos no ativo e bem vividos, a Renault ofereceu ao Trafic o seu primeiro “restyling” em 1989, com melhorias estéticas rejuvenescedoras no painel dianteiro e para-choques mais arredondados, entre outros elementos, de onde também se salientava um novo tablier ao nível do interior. 
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Tudo antes de nova “injeção de revitalização”, com a conclusão do último “facelift” da primeira série Trafic, em 1995, que incluiu uma nova grelha dianteira, um novo desenho de luzes traseiras e o aumento do tamanho dos espelhos retrovisores duplos. A estas mudanças, associou-se ainda, no interior, um novo painel de bordo mais moderno e assentos com múltiplos ajustes, capazes de oferecerem ainda maior conforto a condutor e passageiros.  
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Renault Trafic II (2000-2014)
A segunda geração do Renault Trafic “viveu” entre 2000 e 2014 e o novo ciclo de vida permitiu modernizar o seu design. Uma configuração de cabina ligeiramente arredondada no teto, em contraponto com o restante “corpo” mais “quadrado”, causava sensação, numa imagem que mantinha a identidade de outros modelos Renault, mas que que “respirava” jovialidade com os novos faróis monobloco (que integravam os “piscas” tipo cristal) e um novo e mais refinado desenho da grelha frontal. 
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À retaguarda, o alongamento vertical das óticas traseiras ajudou a aperfeiçoar, tanto o estilo, como a funcionalidade prática, com a possibilidade da mais ampla abertura de portões traseiros, fruto também de uma carroçaria mais larga, que permitiu novas e mais generosas volumetrias interiores.
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No habitáculo, a evolução também foi notória, com novos ambientes apoiados numa mais elevada qualidade dos materiais e acabamentos. Bastará dizer que à conceção do posto de condução foi dedicada particular atenção, para que fosse possível conjugar habitabilidade, funcionalidade e superior conforto de condução, bem visível, por exemplo, na colocação da alavanca do comando da caixa de velocidades, que passou a estar integrada no painel de bordo, ou na inclusão de numerosos e mais ergonómicos espaços de arrumação.  
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A mudança também teve reflexos no nível de equipamento de segurança, bastante acrescido face à primeira geração do Trafic. Por exemplo, era já possível contar com acendimento automático dos faróis, função de iluminação de acompanhamento, limitador de velocidade, bem como uma nova geração de sistema de navegação, só para referenciar alguns exemplos. 
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Em prol da segurança, também os dispositivos de assistência à condução (como o sistema de assistência à travagem de urgência, o limitador de velocidade, o trancamento automático das portas em andamento, a desativação do airbag do passageiro, os para-brisas com limpeza automática e sensor de chuva ou o acendimento automático dos faróis) tornavam o Trafic tão seguro em viagens de curta distância, como de média ou longa quilometragem.
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Com tudo isto e uma invejável versatilidade, onde sobressaíam versões desde três lugares (com todo o espaço traseiro disponível para carga) até nove lugares, disponíveis com uma ou com duas portas laterais deslizantes para facilitar o acesso, o “ponta-de-lança” da Renault para o transporte de mercadorias ou passageiros, só podia ser bem-sucedido.
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Um mérito alcançado pelo departamento de design corporativo da Renault do Technocentre que projetou o modelo, mas cujos louros dividiu com a Opel/Vauxhall e a Nissan, que também produziram o modelo adaptado à sua imagem (com os nomes de “Vivaro” e “Primastar”, respetivamente), naquela que se mostrou uma parceria de sucesso, prolongada no “facelift” do Trafic de 2006 e que manteve o modelo na rota do êxito até ao verão de 2014, altura em que cessou a produção.  
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Renault Trafic III (2014)
Foi então em 2014 que o Renault Trafic iniciou o terceiro capítulo da sua história, operando uma evolução, mas não uma revolução. Afinal em “equipa que ganha, (pouco) se mexe!”. O estilo da carroçaria regressou a formas mais “quadradas”, mas, nem por isso, conservadoras.
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Aliás, a modernidade do estilo evidenciava-se, desde logo, numa secção dianteira totalmente revista (com grelha e losango Renault de dimensões generosas e óticas com novo desenho totalmente original), enquanto o para-brisas passava a ter uma inclinação superior, com benefícios aerodinâmicos. 
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Já a secção lateral, ganhava novos contornos, com dobras “corporais”, capazes de enfatizar o estilo elegante e contemporâneo, mas sem perder a imagem de robustez que, afinal, há 40 anos caracteriza o modelo.
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Atrás do eixo traseiro, o Trafic cresceu 11 centímetros, em comprimento, o que o tornou ainda mais prático e lhe deu uma capacidade de carga superior (com volumes úteis entre os 3,2 e os 8,6 m3), mesmo se manteve a altura, a largura, bem como as dimensões de aberturas de portas.
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Mais do que as suas medidas, o seu principal trunfo, a versatilidade, foi reforçado, com nada menos do que 270 versões (275 a partir de 2019), onde se incluiram as múltiplas variantes de chassis (versões van, de alturas diferentes e comprimentos diferentes, mas também uma luxuosa versão “SpaceClass” (https://bit.ly/3bLLvKT), autêntico salão móvel para transporte de passageiros. Veículos especialmente transformados, “feitos à medida” das necessidades profissionais das empresas (com câmara frigorífica ou caixa basculante) também integram as opções da atual geração do Trafic, num hino à flexibilidade móvel!
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Também no habitáculo, as melhorias foram evidentes e ainda mais aprumadas no Phase II (ou “facelift”) do Trafic, introduzido pela Renault em 2019. Todos os detalhes foram pensados para melhorar a experiência dos ocupantes, mostrando a última versão do modelo já um elevado grau de conectividade. 
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Aliás, tendo ao serviço plataformas digitais tecnologicamente avançadas como os sistemas R-Link Evolution e Media Nav Evolution de ecrã multitoque e compatibilidade com Android Auto™ e Apple CarPlay™, o Trafic está hoje preparado para desempenhar as funções de escritório móvel. Tanto mais que soluções práticas como mesa para escrever com uma mola para folhas, suportes para smartphone e tablet, bem como diversos compartimentos de arrumação (num total de 90 litros de volume), facilitam a realização de tarefas profissionais a bordo.  
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Dinamicamente, a imagem de um veículo comercial pesado, lento e incapaz de proporcionar agradabilidade na condução, própria das viaturas deste segmento na década de 80, perdeu-se em definitivo. Se o Trafic II já tinha ganho reputação de bom estradista, o Trafic III elevou a fasquia, adicionando ao maior conforto, segurança e eficiência de transporte, prestações plenamente satisfatórias, a par de reduzidos consumos.
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Os motores, cada vez mais desenvolvidos tecnologicamente - primeiro o bloco 1.6 dCi e atualmente o 2.0 dCi (cuja versão mais potente atinge os 170 cv de potência e 380 Nm de binário) – contribuíram, definitivamente, para a mais valia dinâmica do modelo. E até a opção da moderna caixa automática EDC de 6 velocidades e dupla embraiagem, tornam agora a condução ainda mais confortável e prazerosa, sobretudo, em ambiente urbano.
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Inspiração e sucesso
Curioso é o facto de, independentemente da geração, o Renault Trafic ter servido sempre de motivo inspiracional, assumindo outras identidades menos conhecidas em diversas partes do globo. Foi o caso do “Opel/Vauxhall Arena”, do “Chevrolet Trafic”, do “Chevrolet Space Van”, do “Winnebago LeSharo”, do “Inokom Permas” e do “Tata Winger”, todos nascidos com base no Renault Trafic.
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Olhando para trás e fazendo uma viagem de 40 anos, é fácil verificar que, em qualquer das suas gerações, o Renault Trafic foi, e continua a ser, indissociável do sucesso profissional de muitas empresas ou corporações, tendo conquistado o seu lugar na história dos veículos comerciais de mercadorias e de passageiros, mas também no coração de muitos particulares que o souberam aproveitar para fins lúdicos e que tantas “estórias” viveram com este modelo.
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Passado e presente de boas memórias e… agora que venha o futuro e, pelo menos, mais 40 anos de Trafic!
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minervmc · 5 years
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A janela estava aberta, e por mais que eles não houvessem combinado nada, ela sabia que era para si. A noite havia sido longa, e por mais que o sereno da madrugada fizesse seu pelo ficar úmido, ela sabia que era a forma mais segura de se deslocar por Hogsmead. Ainda em sua forma animal, a mulher se dirijiu a abertura observando uma luz alaranjada.
"Você pode usar a porta, se quiser." A voz dele lhe brandou por completo a medida que ela saltou para dentro da residência. Ephistone estava gracioso como sempre, deitado sob a sua cama a segurar um livro e a lhe dar um sorriso.
Tomando para si sua forma natural, a morena se pois a fechar a janela e se jogar na cama de maneira atravessada, deixando parte de suas pernas para fora da cama. Estava ali, no seu lugar seguro. Aonde ela se permitiu fechar os olhos e respirar fundo.
Ainda a olhar ao teto, ela mordeu seu lábio inferior. O misto de confusão e desafio lhe rondava. Como uma garotinha acanhada e medrosa lhe confessava que havia se passado na aquela noite.
Ela finalmente havia recebido uma resposta positiva sobre sua escrita a Louis Lozzano, aonde lhe pedia a oportunidade de lecionar. Mas a sua escrita havia sido a semanas atrás, antes de tudo o que haviam obrigado Malcolm a fazer.
É por mais que o ódio ainda lhe borbulhasse, ela estava dividida.
O coração da mulher já não pertencia totalmente ao Ministério e com essa nova oportunidade, ela só conseguia pensar no que teria a ganhar. Malcolm estaria seguro e ela passaria mais tempo junto a Robert Jr.
"O que você acha?" Foi a primeira coisa que ela lhe disse a medida que arrumava sua postura ao se sentar na cama. A voz da morena trazia um certo tom de preocupação, e foi a primeira vez na aquela noite que ela realmente se pois a olhar o homem nos olhos. O livro que antes estava nas mãos de Ephistone pousavam agora em seu colo, e o seu olhar era intrigado.
"O que eu acho?" A voz do homem era descreditada, como se a ele soasse quase que um insulto a pergunta da jovem mulher. Ephistone se pois a empurrar o travesseiro para trás de sua cabeça a se espreguiçar. Levou as mãos até o seu rosto e levou seu olhar de encontro ao dela. "Você quer a minha opinião, ou quer que eu diga o que quer ouvir?"
"Eu não tenho tempo para os nossos jogos." Ponderou Minerva a medida que se aproximava do peito do homem aonde pousou sua cabeça. "Apenas diga."
Sentiu os lábios quentes do homem a tombar por sua testa e seu cabelo a ser acariciado.
"Eu acho que você quer virar as costas ao ministério, Minnie. E isso não é prudente, não agora."
As palavras de Ephistone traziam sim sua carga. Ela sabia que era verdade. Era apenas uma situação em que ela precisava ouvir dos lábios de outra pessoa o que a voz em sua mente lhe julgava prudente.
"Porém..." O tom quase que amigável do homem tornou presente mais uma vez e lhe roubava de seus devaneios. "Você sabe que não teria pessoa mais qualificada para o cargo que você... E eu sei que você está exausta, meu amor. Você acha que todo esse desgaste que está tendo será proveitoso?"
"E-eu suponho que sim"
"Você supõe?" A ironia era latente na voz do homem que se afastou da moça por alguns instantes. "Por Merlim, Minerva. Você passa toda noite se esgueirando com aquele auror. E você ainda supõe? Desista. Abandone o caso. Abandone Alastor."
Minerva sabia que as palavras de Ephistone não carregavam apenas ciúmes pelo tempo constante que ela estava a compartilhar com Alastor. Também era preocupação. Mas ainda ali, ela se encontrava dividida, entre vingar tudo o que haviam feito a Malcolm, ou simplesmente sumir com o garoto. O olhar dela passeou para o do homem que havia endurecido suas feições.
"Não é tão simples, o caso..."
"Eu posso fazer ser simples. Por você Minerva, eu faria." Aquele tom estava ali, o tom que a fazia lembrar de que ele a amava, o que a fez se afundar tanto no peito dele a ponto de quase sumir. "Eu falaria até com Moon, para te tirar disso. Você sabe que eu tenho poder legal para te tirar do caso de uma forma ética, sem precisar revelar..." Ele fez uma pausa. Ela sabia que ele não tinha segurança para por em termos o que eles eram. Ela gostava dele, porém ela havia decidido não assumir nada. Não pelo fato dele ser quase 10 anos mais velho, e sim pelo simples fato de querer conquistar suas vitórias sozinhas e não ser favorecida por tudo o que o cargo dele poderia lhe oferecer.
"Eu não quero deixar o caso... Ou discutir com você."
"Discutir." O homem balançava a cabeça negativamente, era notório a ela que ele estava a tentar suavizar suas feições e palavras."Você não pode ter tudo, Minerva. Você sabe que ainda tem pessoas a perder."
Um silêncio se instalou e a medida que ela estendeu ambos de seus braços para envolver o homem, e pousou sua perna sob a dele. Ela entendia o que ele queria dizer, mas sabia que não se tinha muitos animagos bem sucedidos ao lado do ministério e cada dia seu progresso estava sendo maior, afinal de contas, ninguém suspeitava de um singelo bichano.
"Você acha que eu deveria ir para Hogwarts?"
Hogwarts significava que provavelmente o que eles tinham iria acabar, ou pelo menos não se ver com tanta frequência.
Ela sabia disso.
Ele sabia disso.
"Acho que deveria ficar segura, e já que Hogwarts é uma opção... Você seria uma excelente professora. Nasceu para isso, até o seu nome soa bem. Já imaginou, toda uma geração sendo ensinada pela professora Minerva Mcgonagall?" O peito do homem se moveu quase em um riso, e pela respiração dos dois ela percebeu que estava tudo bem."Eu gosto do som, você não? Professora McGonagall.
"Não tente me manipular, Ephistone Urquart." Levantou a cabeça do peito tô homem e apoiou seu queixo em uma altura em que ela pudesse lhe olhar com um olhar encenado de desconfiança que não conseguiu sustentar por muito e se pois a sorrir. "Eu não sou mais uma garotinha, ou um peão em seu tabuleiro de xadrez."
"Manipular?" As mãos do homem se puseram a pousar em sua coxa lhe acariciando com seu indicador em movimento. "E claro que não é um peão, ou até mesmo a rainha, para mim McGonagall, você é o outro jogador sob o tabuleiro. Eu não tenho a intenção de lhe controlar, não temos isso pois somos iguais."
Um pequeno sorriso brotou para os lábios de Minerva a medida que os dedos dele desenharam sua cravicula afastando a alça do seu vestido se pondo a passear os lábios pela extensão desnuda até chegar a sua orelha. "xeque-mate. "
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caiosilvabrasil · 4 years
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Equinox 1.5 turbo aposta em menos fôlego para ir melhor nas vendas
Perder potência nunca é uma coisa boa. Mas, no caso do Chevrolet Equinox, a adoção do motor 1.5 de 172 cv como opção ao 2.0 (de 262 cv), que até então era o único disponível no Brasil, tem suas vantagens. A principal é o preço R$ 8 mil mais baixo que o do SUV de topo. Isso o deixa ainda mais competitivo em relação aos rivais.
Tabelado a R$ 135.190, ante os R$ 143.190 da versão 2.0, o modelo feito no México ganhou predicados para encarar o pernambucano Jeep Compass, líder de vendas do segmento e cuja versão de entrada, Sport, com motor 2.0 de 166 cv, parte de R$ 121.990.
O motor 1.5 turbo do Equinox entrega a potência máxima a 5.600 rpm e os 27,8 mkgf de torque a partir dos 2.500 giros. O câmbio é automático de seis marchas (na versão 2.0 são nove). No papel, os números são ótimos, mas o SUV é pesadão (1.673 kg) e, na prática, isso limita seu desempenho. O Chevrolet anda muito bem quando está embalado, com o motor lá pelas 3 mil rpm. Por isso, é bom para a estrada, mas não é um carro que acelera com vigor no meio urbano.
Ultrapassagens, por exemplo, podem ser feitas sem receio. Se o 1.5 não é pujante, está longe de ser manco. Mas fica o conselho: se você está de olho no SUV de entrada, não faça um test-drive com a versão 2.0. Caso contrário, você correrá um grande risco de se deixar levar pela emoção e gastar mais do que pretendia. Além de ter 90 cv e 10 mkgf a mais, a versão com motor 2.0 é apenas 20 kg mais pesada.
A suspensão tem ajuste voltado ao conforto. Rodar com o SUV na cidade é gostoso graças ao sistema independente com multibraço no eixo traseiro. O carro encara buracos e imperfeições no pavimento, além de lombadas, com tranquilidade, sem batidas secas no retorno dos amortecedores. O único senão é o grande diâmetro de giro, que obriga o motorista a fazer várias manobras para entrar e sair de vagas apertadas.
Veja também
Pandemia e dólar alto fazem GM aumentar preços de toda a linha
GM dá desconto de até R$ 36 mil para funcionários e amigos durante pandemia
Brilho interno
Se a carroceria do Equinox, com seus 4,65 metros de comprimento, já chama a atenção, a cabine é ainda melhor. Com 2,72 metros de distância entre os eixos, há espaço de sobra tanto na frente quanto atrás. Três pessoas viajam no banco traseiro com conforto. Para comparação, o Compass é 24 cm mais curto (4,41 m) e tem 9 cm a menos de distância entre os eixos (2,63 m).
O piso totalmente plano do SUV da Chevrolet facilita a movimentação das pernas. E se apenas duas pessoas estiverem atrás, o assento do meio ainda vira uma mesinha. O porta-malas com 468 litros também é bom. Há ainda um nicho sobre o estepe que pode ser usado para acomodar objetos pequenos e que precisem de maior proteção.
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Completo
O Equinox vem bem equipado de série. Todas as versões têm itens como acendimento automático dos faróis e air bags laterais e do tipo cortina. Assistente de partida em rampa, aviso de esquecimento de objetos e crianças no banco traseiro; além de ar-condicionado automático de duas zonas, também estão no pacote. Há ainda partida do motor por meio de botão, chave presencial, banco do motorista com ajustes elétricos e faróis de xenônio. O sistema de conectividade MyLink tem tela de 8 polegadas e navegador GPS.
A versão Premier, como a avaliada e tabelada a R$ 161.189, é a única com motor 1.5 equipada com tração 4×4. Além dos itens acima, acrescenta abertura automática do porta-malas, alertas de risco de colisão frontal e detecção de pedestres (com frenagem automática), de ponto cego, movimentação na traseira e saída involuntária de faixa.
Teto solar, rodas de liga leve de 19 polegadas (as das versões mais simples têm 18”), memória para o ajuste do banco do motorista, faróis com fachos direcionais, carregador de celular sem necessidade de uso de fio e sistema de som da marca Bose também vêm de fábrica.
CHEVROLET
Como deixar o motor do Camaro para lá?
Quando o Chevrolet Equinox chegou ao Brasil, em outubro de 2017, algo que chamou a atenção foi seu motor. Reinavam no País os SUVs compactos, focados no conforto e com motores “fracos”. Das marcas generalistas não havia nenhum modelo que oferecesse desempenho vibrante e fizesse virar os olhos e suar as mãos dos fãs de carros.
Mas o anúncio do novo GM usava como chamariz o fato de o SUV ostentar o mesmo motor utilizado na versão de entrada do Camaro vendido nos Estados Unidos. A marca apostou tanto no poder desse argumento que baseou a campanha publicitária nisso, com direito ao piloto Felipe Massa como garoto propaganda do SUV.
Na versão com o 2.0 de 262 cv (potência similar à do V6 do Omega “australiano”), o Equinox tem câmbio automático de nove marchas. Esse conjunto enche os olhos tanto na teoria quanto na hora de acelerar. Mas, por mais que fosse muito bom, com esse trem de força o preço do SUV era alto em relação aos principais rivais.
Sobretudo ao levar em consideração que o Equinox veio substituir o Captiva, que não ia bem das pernas há muito tempo. Esse foi um dos motivos que levou a GM a trazer a opção com motor 1.5 turbo. Afinal de contas, o objetivo das fabricantes é vender, não ostentar.
CHEVROLET
Equilíbrio é o tema da versão 1.5
Puristas, fãs e analistas torceram o nariz para a novidade. Parecia ser um demérito para o carro, que tinha como grande trunfo a potência do motor 2.0. Não é fácil deixar quase 100 cv de lado. Tanto que a GM focou a campanha de lançamento da opção mais “fraca” na racionalidade. Foi quase como um pedido de desculpas.
Ao avaliar a nova versão, fica claro que o motor 1.5 turbo casa até melhor com ele que o 2.0. Há mais equilíbrio. Os 262 cv do motor do Camaro eram ótimos de bradar em linha reta. A aceleração destoa da de outros SUVs oferecidos no Brasil e, com algumas ressalvas, pode ser comparada ate à de alguns modelos alemães.
Mas é muito motor para pouco carro. O ajuste da suspensão, voltada ao conforto, deixa a tarefa de encarar curvas algo emocionante demais para quem só quer levar os filhos à escola.
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renatosampaio101 · 4 years
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Equinox 1.5 turbo aposta em menos fôlego para ir melhor nas vendas
Perder potência nunca é uma coisa boa. Mas, no caso do Chevrolet Equinox, a adoção do motor 1.5 de 172 cv como opção ao 2.0 (de 262 cv), que até então era o único disponível no Brasil, tem suas vantagens. A principal é o preço R$ 8 mil mais baixo que o do SUV de topo. Isso o deixa ainda mais competitivo em relação aos rivais.
Tabelado a R$ 135.190, ante os R$ 143.190 da versão 2.0, o modelo feito no México ganhou predicados para encarar o pernambucano Jeep Compass, líder de vendas do segmento e cuja versão de entrada, Sport, com motor 2.0 de 166 cv, parte de R$ 121.990.
O motor 1.5 turbo do Equinox entrega a potência máxima a 5.600 rpm e os 27,8 mkgf de torque a partir dos 2.500 giros. O câmbio é automático de seis marchas (na versão 2.0 são nove). No papel, os números são ótimos, mas o SUV é pesadão (1.673 kg) e, na prática, isso limita seu desempenho. O Chevrolet anda muito bem quando está embalado, com o motor lá pelas 3 mil rpm. Por isso, é bom para a estrada, mas não é um carro que acelera com vigor no meio urbano.
Ultrapassagens, por exemplo, podem ser feitas sem receio. Se o 1.5 não é pujante, está longe de ser manco. Mas fica o conselho: se você está de olho no SUV de entrada, não faça um test-drive com a versão 2.0. Caso contrário, você correrá um grande risco de se deixar levar pela emoção e gastar mais do que pretendia. Além de ter 90 cv e 10 mkgf a mais, a versão com motor 2.0 é apenas 20 kg mais pesada.
A suspensão tem ajuste voltado ao conforto. Rodar com o SUV na cidade é gostoso graças ao sistema independente com multibraço no eixo traseiro. O carro encara buracos e imperfeições no pavimento, além de lombadas, com tranquilidade, sem batidas secas no retorno dos amortecedores. O único senão é o grande diâmetro de giro, que obriga o motorista a fazer várias manobras para entrar e sair de vagas apertadas.
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Pandemia e dólar alto fazem GM aumentar preços de toda a linha
GM dá desconto de até R$ 36 mil para funcionários e amigos durante pandemia
Brilho interno
Se a carroceria do Equinox, com seus 4,65 metros de comprimento, já chama a atenção, a cabine é ainda melhor. Com 2,72 metros de distância entre os eixos, há espaço de sobra tanto na frente quanto atrás. Três pessoas viajam no banco traseiro com conforto. Para comparação, o Compass é 24 cm mais curto (4,41 m) e tem 9 cm a menos de distância entre os eixos (2,63 m).
O piso totalmente plano do SUV da Chevrolet facilita a movimentação das pernas. E se apenas duas pessoas estiverem atrás, o assento do meio ainda vira uma mesinha. O porta-malas com 468 litros também é bom. Há ainda um nicho sobre o estepe que pode ser usado para acomodar objetos pequenos e que precisem de maior proteção.
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O Equinox vem bem equipado de série. Todas as versões têm itens como acendimento automático dos faróis e air bags laterais e do tipo cortina. Assistente de partida em rampa, aviso de esquecimento de objetos e crianças no banco traseiro; além de ar-condicionado automático de duas zonas, também estão no pacote. Há ainda partida do motor por meio de botão, chave presencial, banco do motorista com ajustes elétricos e faróis de xenônio. O sistema de conectividade MyLink tem tela de 8 polegadas e navegador GPS.
A versão Premier, como a avaliada e tabelada a R$ 161.189, é a única com motor 1.5 equipada com tração 4×4. Além dos itens acima, acrescenta abertura automática do porta-malas, alertas de risco de colisão frontal e detecção de pedestres (com frenagem automática), de ponto cego, movimentação na traseira e saída involuntária de faixa.
Teto solar, rodas de liga leve de 19 polegadas (as das versões mais simples têm 18”), memória para o ajuste do banco do motorista, faróis com fachos direcionais, carregador de celular sem necessidade de uso de fio e sistema de som da marca Bose também vêm de fábrica.
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Como deixar o motor do Camaro para lá?
Quando o Chevrolet Equinox chegou ao Brasil, em outubro de 2017, algo que chamou a atenção foi seu motor. Reinavam no País os SUVs compactos, focados no conforto e com motores “fracos”. Das marcas generalistas não havia nenhum modelo que oferecesse desempenho vibrante e fizesse virar os olhos e suar as mãos dos fãs de carros.
Mas o anúncio do novo GM usava como chamariz o fato de o SUV ostentar o mesmo motor utilizado na versão de entrada do Camaro vendido nos Estados Unidos. A marca apostou tanto no poder desse argumento que baseou a campanha publicitária nisso, com direito ao piloto Felipe Massa como garoto propaganda do SUV.
Na versão com o 2.0 de 262 cv (potência similar à do V6 do Omega “australiano”), o Equinox tem câmbio automático de nove marchas. Esse conjunto enche os olhos tanto na teoria quanto na hora de acelerar. Mas, por mais que fosse muito bom, com esse trem de força o preço do SUV era alto em relação aos principais rivais.
Sobretudo ao levar em consideração que o Equinox veio substituir o Captiva, que não ia bem das pernas há muito tempo. Esse foi um dos motivos que levou a GM a trazer a opção com motor 1.5 turbo. Afinal de contas, o objetivo das fabricantes é vender, não ostentar.
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Equilíbrio é o tema da versão 1.5
Puristas, fãs e analistas torceram o nariz para a novidade. Parecia ser um demérito para o carro, que tinha como grande trunfo a potência do motor 2.0. Não é fácil deixar quase 100 cv de lado. Tanto que a GM focou a campanha de lançamento da opção mais “fraca” na racionalidade. Foi quase como um pedido de desculpas.
Ao avaliar a nova versão, fica claro que o motor 1.5 turbo casa até melhor com ele que o 2.0. Há mais equilíbrio. Os 262 cv do motor do Camaro eram ótimos de bradar em linha reta. A aceleração destoa da de outros SUVs oferecidos no Brasil e, com algumas ressalvas, pode ser comparada ate à de alguns modelos alemães.
Mas é muito motor para pouco carro. O ajuste da suspensão, voltada ao conforto, deixa a tarefa de encarar curvas algo emocionante demais para quem só quer levar os filhos à escola.
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DIA 60 – Como escrever uma história e ir até o fim #100diasdeprodutividade
Olá, como vão todos? Hoje gostaria de compartilhar como costumo escrever minhas histórias e como faça para chegar ao fim delas.
Eu não sei se é o caso de vocês, mas para mim o problema não é começar e muito menos o desenvolvimento, mas sim chegar ao final da história. Seja por falta de ideias (planejamento) ou perda de interessante (total irresponsabilidade), os fins sempre foram os mais difíceis para mim. Também tem outras vezes que eu não quero terminar porque me apeguei tanto àquela historia que é difícil vê-la concluída.
Enfim, a seguir quero mostrar o passo-a-passo de como iniciar e terminar nossas histórias, de uma forma descomplicada.
Defina o tema e premissa.
Bem, temos que começar por algum lugar. Qual a ideia geral da história? O tema seria Amor? Vingança? Amizade? Romance? Se você não souber sobre o que escrever, use prompts ou vá em grupos de escrita, ou de fandom, está cheio de ideias interessantes que podemos usar. Depois disso temos uma premissa, isto é, a promessa que será feita nos primeiros capítulos.
Digamos que nosso tema é o amor e a premissa seria que o amor-próprio é mais importante do que o amor romântico.
Personagens e ambientação.
Eu geralmente já tenho ideia de quais personagens vou usar, pois, eles sempre são tirados de livros ou filmes. Entretanto, eu os modifico tanto que no final eles se tornam bem originais. Mas... porque eles mudam tanto? Simples, eu imagino que tipo de personagem caberia naquela historia e naquela ambientação, isto é, naquele tipo de sociedade e enredo.
Um personagem não pode agir separado dos lugares que frequenta, então, com isso em mente, voltemos a nossa história.
Tema: Amor.
Premissa: O amor-próprio é mais importante do que o amor romântico.
Personagem: Não vamos usar gêneros, ok? Assim, para haver algum tipo de embate ou argumento nessa historia, nossos personagens não podem ser perfeitos; devemos escolher uma característica fatal negativa e algumas positivas.
Digamos que o Personagem A (P.A) é um pouco egoísta, ele só liga para a própria carreira e deseja chegar ao topo, só que ele tem um namorado(a). O Personagem B (P.B), o namorado(a), é mais velho e já tem todo o sucesso que poderia ter na vida, querendo se aquietar e formar uma família, sendo completamente altruísta, só que o P.B pode ser muito teimoso e não escutar as pessoas.
Ambientação: Que tipo de mundo seria aquele? Super competitivo como o nosso? Focado mais na parte romântica do enredo? E a diferença socio-econômica entre os personagens? Experiencia de vida? Algum deles é mais maduro que o outro? E suas famílias? Onde estudaram? Tudo isso faz parte da ambientação, o tão famoso worldbuilding. Definir seus maiores desejos e medos, e ter uma ideia do passado deles, sempre ajuda.
Começo, meio e fim.
Agora que temos uma ideia geral do enredo é hora do planejamento inicial. Não, não vamos usar a estrutura de três atos ou a jornada do herói. Isso vem bemmm depois quando temos um enredo bem estruturado e ideias suficientes para fazer alguns arcos narrativos. Agora, vamos definir três cenas que servirão de base para toda a história. Uma para o início, que geralmente é a primeira cena do enredo; uma para o desenvolvimento, como queremos que a história evolua; uma para a conclusão, como queremos que a história termine.
Simples, certo? E realmente é.
Começo.
Nossa cena de abertura já começa com nossos personagens. Eles estão em um restaurante. P.A está mexendo no celular, enquanto P.B está lendo o cardápio, tentando chamar a atenção de P.A. P.B continua falando e P.A levanta a cabeça" Desculpe, queridx. Eu só preciso terminar esse e-mail." P.B suspira, já acostumado e olha para o lado, vendo as pessoas andarem pelo restaurante quando avista uma pessoa conhecida. Essa pessoa conhecida o avista na mesma hora e acena, se aproximando da mesa deles.
Esse personagem que se aproxima será chamado de Antagonista (ANT), ele será essa pessoa alta e loira, com um sorriso deslumbrante e só que muito competitivo e territorial.
O ANT se aproxima de P.B e o cumprimenta com um aperto de mão que dura mais de que o necessário. P.A só nota que algo mudou quando não houve mais a voz de P.B. P.A encontra uma pessoa alta e loira em cima de seu namoradx, e questiona quem é elx.
"Ninguém importante", o próprio ANT responde. Ele tira um cartão do bolso e oferece a P.B que aceita, com um sorriso no rosto. Antes de ir embora, ANT se abaixa e sussurra para P.B, "Me ligue, eu não me importo de dividir." Ou algo provocativo desse tipo.
ANT sai andando em direção a uma mesa cheia de pessoa e se senta, já conversando com os amigos.
Meio
Pronto, a primeira cena está feita. Ela começa em um ponto da rotina dos personagens e algo acontece para mudar isso. Os personagens principais são apresentados, a ambientação também (fazer a descrição do restaurante aqui é mega importante, se for um restaurante chique, quer dizer que eles são ricos; se for um mais modesto quer dizer que eles, ou um deles, não se importa com riqueza), e o antagonista também é apresentado. Tendo quase todos os aspectos necessários para um bom enredo. A única coisa que falta aqui é a época, mas só por mencionar um celular já nos diz que é na atualidade.
Agora, precisamos decidir para onde essa historia irá. P.B vai telefonar para o ANT? Ele vai contar de onde conhece o ANT? P.A e P.B vão brigar? P.B finalmente vai dizer que precisa de mais na vida? Esse é o ponto mais importante. Lembra da premissa feita lá atrás? É agora que devemos cumpri-la.
P.B e P.A discutem muito e P.B é sincero, dizendo que ele precisa de mais. P.A pede outra chance, que vai mudar. P.B diz que aceita, que ama P.A, só que ele em um impulso liga para o ANT e eles começam a conversar.
É aqui que eu me focaria, a vida de P.B e P.A, como P.A se esforça para dar atenção para P.B e tentar ser uma pessoa melhor. Ele até consegue no início, mas então uma oportunidade de negócio que ele não pode perder aparece e P.B fica sozinho e abandonado de novo. Enquanto isso P.B está conversando com ANT, todos os dias e durante as noites quando P.A não está lá, até que um dia ANT diz que quer que eles se encontrem. P.B aceita, já que P.A não estaria em casa até a próxima semana. O primeiro encontro vai muito bem. Ele conversam e tomam muito vinho, mas nada mais do que isso acontece. Eles tem mais um encontro e mais um até que P.B conta todas suas frustrações para ANT e ANT o consola, o abraçando e falando que tudo vai ficar bem. ANT, também já sendo mais velho e bem estabelecido, entende o que P.B está falando. ANT apenas abraça P.B, assim conquistando a confiança dele.
Final
Agora, chegamos ao clímax da nossa história. P.B vai trair P.A ou não? As cenas finais aconteceriam assim: P.A chega de viagem e encontra a casa silenciosa. Ele passa pelos cômodos e vai até o quarto, esperando encontrar P.B dormindo. Enquanto ele entrá lá, vê P.B e ANT. O final vou deixar que vocês decidam.
Opção 1: ANT está ajudando P.B com alguma coisa e eles estão vestidos e olhando algo no computador.
Opção 2: ANT e P.B estão na cama, debaixo dos lençóis.
Eu, pessoalmente, escolheria a opção 2 já que sou bem vingativa. E já que essa historia é sobre amor-próprio, o P.B continuar se sacrificando por uma relação que não vai a lugar algum não faz sentido. Qual seria a sua escolha?
Pesquisa e detalhes.
Depois de nossas cenas base completas é quando faço uma pesquisa se for necessário. Para a ambientação ou algum termo mais técnico referente a profissão deles, se eu for abordar isso. Também adiciono os detalhes que faltaram, como a reação dos personagens e dou uma verificada nas cenas para ver se algo faltou.
Estendendo as cenas.
É quando a história toma forma. A primeira vista tudo que faço é adicionar mais descrições, dando aquela cara de narração. Conto um pouco da vida deles, misturando o contar e mostrar, e vou estendendo as cenas com mais diálogos e detalhes até que eu julgue estar bom.
Nesse momento, decido se quero um conto assim, menorzinho, ou transformo em uma longfic. E como fazer isso? É só pensar no mundo e nas pessoas rodeando nossos protagonistas. Eles tem amigos e familiares, não? Escreva sobre isso. Faça mais cenas com os personagens interagindo, com eles no espaço de trabalho e o que eles fazem quando chegam em casa. Esses momentos de tranquilidade e normalidade são muito importante para dar um senso de continuidade para a história. Também pode ser um bom momento para usar alguma técnica narrativa, como a jornada do herói, mas só se isso se adequar a sua história.
Eu geralmente faço tudo isso, só que dentro da minha cabeça. Às vezes, coloco todos esses dados no papel, outras, vou escrevendo cena por cena até chegar ao final. É bom anotar tudo para não esquecer detalhes, e não se preocupe, novas ideias para a história sempre surgem durante o processo de escrita. Se não acontecer, deixe a historiar descansar por alguns dias e depois volte para revisa-la, esse sendo um passo muito importante. Para mim, sempre dá certo. Quando vejo, a história alcançou o triplo de palavras, parecendo que não terá fim.
O que vocês acharam desse post? Foi útil? Me digam nos comentários e não se esqueçam de curtir e compartilhar!
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grd-jr · 5 years
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PIROMANCIA
A luz quente e forte irradiava por todo o lugar. Demorei para abrir os olhos, na tentativa de me acostumar com a claridade daquele sol jovial. Quando consegui definir a visão e perceber o que me rodeava me veio o primeiro pensamento: onde estava?  
Ao meu redor havia um céu azul límpido, muito verde e árvores frondosas. Passei a mão pela cabeça tentando alinhar os pensamentos e me assustei. Meu cabelo antes cortado bem curto e tingidos quimicamente de loiro natural, estavam impressionamente na altura dos ombros e bem revoltos. Calma, calma, calminha.... Respira e expira. Conte até 10. 
Precisava de um cigarro. Passei a mão pelo corpo atrás de algum bolso, mas.... Nua.... Estava como vim ao mundo, completamente nua, no meio do mato e sem.… cigarro? Aquilo não estava acontecendo comigo. Quem fez isso? Fui sequestrada? roubada? estuprada? Não conseguia me lembrar. Olhei ao redor como se a explicação estivesse no chão, ou quem sabe na loucura, só estava atrás de algum cigarro mesmo.
- Vejo que já começou a apreciar a paisagem... 
Me assustei com a aparição repentina da pessoa, dei um grito abafado e acabei pulando de tanta surpresa. Um homem angelical, com feições femininas e meio baixo surgiu do nada. Ele estava vestindo uma túnica branca, sorria complacentemente e parecia muito bem colocado naquele lugar, enquanto eu... pensei em xingar, mas não saiu.
- Q... Q... Q... – Não consegui construir uma frase conexa. 
- Desculpa, vim lhe guiar por esse local sagrado. Já percebeu o seu privilégio?
- Quem é você? – A frase enfim saiu definível por entre meus lábios.
- Sou o anjo zelador do jardim, é claro. – Estava começando a perder a paciência.
- Isso aqui é um jardim? – Falei com certo desdém, por que aquilo estava bem longe do que conhecia como aqueles lugares bem cuidados. Parecia uma selva livre e sem planejamento.
- Este é o jardim do éden... – Interrompi sua explicação com minha risada debochada.
- Você deve estar brincando comigo. Que palhaçada é essa? - O lugar que eu sempre achei que seria mandada direto é para o inferno e agora vem essa piada de mal gosto... - Jardim do éden? Francamente... 
-Trouxe roupas caso queria tampar suas vergonhas.
- Só carrego orgulho, obrigada. Eu quero saber é como eu saio daqui. – Gritei enquanto começava a caminhar para longe do tal anjo e na busca de uma rua, casa ou qualquer coisa que me remetesse a civilização.
Caminhei um bom tempo até que comecei a gritar por ajuda. Depois de tanto esgoelar percebi que os únicos seres que apareciam eram os animais. Vi todo tipo de animal - lógico que quando surgiu na minha frente um leão, um elefante e até rinoceronte - eu sai correndo, mas eles não pareceram interessados em mim. Surpresa de não ter sido morta ou comida, comecei até a apreciar aquele bonito lugar com inúmeras aves coloridas e muita vida. Será que era verdade o que ele tinha dito? 
Caminhando cheguei no muro, ou uma espécie dele, que na verdade era uma relva fechada e cheia de espinho que parecia uma parede. Ele parecia ter uma grande extensão e seguia para dentro das árvores. Fui seguindo na tentativa de ver até onde iria.  
Ao longe fui avistando uma clareira que se abria para uma fenda que se esguia no meio do muro natural. Corri para lá, feliz em ter uma perspectiva de saída daquele local. Quando me aproximei, vi que era uma abertura larga e no seu meio uma espada enorme que estava cercada de fogo. Não conseguia crer no que estava vendo. Fiquei um tempo admirada que aquela história poderia ser real. E agora como iria sair dali se aquela espada não parava de girar ameaçando cortar minha cabeça.
Estava matutando formas de atravessar, quando ouvi um movimento do outro lado da abertura. Da paisagem inóspita que tinha, apareceu uma mulher altiva, de pele queimada, três vezes maior que eu e um pouco mais velha. Ela me encarou, como se esperasse que eu falasse algo.
- Oi, tudo bem? Estou tentado sair. Como você conseguiu? – Meio sem graça perguntei e fiz minha cara de por favor e piedade.
- Eu escolhi é claro, minha filha.
- Fácil assim? – Já estava impaciente com o modo de falar das pessoas daqui, pois primeiro aquele “anjo” e agora ela?
- Não, não foi fácil, mas foi preciso. – Pude ver que seus olhos encheram de lágrimas.
- Parece que você sente falta daqui...
- Não da forma que você pensa. É um encargo muito grande a verdade, a vida e as ações. Não reclamo. Sei que cumpri meu propósito.
- E qual foi? 
- De tomar minhas decisões, de ter a oportunidade de escolher, de gerar vida e de crescer. Eu sou sua mãe... – Minha cabeça girava rapidamente. Estava de frente da pessoa que eu pensava ser. Então eu realmente estava no jardim do éden. Aquele anjo safado realmente estava falando a verdade.
- Mas que raios está acontecendo aqui?
- Preste atenção, minha filha, você está tendo a mesma oportunidade que eu. Escolha sabiamente. Escolha o desenvolvimento e o progresso.
- Olha não quero ser grosseira, mas a vida é uma droga. Não sei o que você fez de bom para você me dá palpite não. Suas escolhas definiram toda a disgraça que caíram nas mulheres desde então. Eu não te culpo, é claro, mas você tem que entender que se eu puder eu vou fazer do meu jeito.
- Só existem dois jeitos. Eu escolhi não apenas por mim, mas por você meus filhos. Eu sei que os percalços e o que isso cobrou, mas é vale a pena e isso eu posso lhe garantir. Então escolha a oportunidade de errar, de sentir e de amar. Você entendeu?
Queria dizer que não havia entendido. Cheguei mais perto, num impulso automático que foi interrompido pelo movimento da espada que chiou e soltou fagulhas de fogo. Sim, a espada proibitiva existia! Aquele tempo que passei estudando a Bíblia me serviram para alguma coisa.
- Então você está aí? Estive lhe procurando. 
O anjo apareceu novamente, tão silenciosamente quanto da primeira vez. Olhei novamente para o outro lado, mas ela já não estava mais lá. 
- O que você quer?
- Não seja rude. Quero lhe mostrar o pomar do jardim, pois vejo que já conheceu bastante sozinha. 
- Sim, sou uma mulher independente.
- Isso não quer dizer que não possa ter ajuda.
Fui sendo praticamente levada por ele, que segurava 'gentilmente' meu braço. Aquilo foi me dando nos nervos.
- Estou sabendo que para sair daqui só preciso fazer uma escolha. O pomar que você fala é onde estão as árvores que a bíblia cita. 
- É sim, e como você ficou sabendo disso? – Ele não parecia tão surpreso assim.
- Não importa. Sim ou não?
- Nada é tão simples e toda ação tem sua consequência, então aja com sabedoria. – Cento e dez palavrões perpassaram em minha mente, porém nenhum conseguiu escapar para responder ele.
Chegamos no meio do pomar. O número de árvores era enorme, porém no meio delas era possível ver aquilo que só é descrito na bíblia. No meio existia 3 fiapos de água que cruzavam o jardim seguindo até perder de vista e entre elas existiam duas árvores. É impossível descrever elas. Uma era toda colorida, com todas as cores da primavera e outono em uma arvore só, e a outra era dourada refulgente, como nunca tinha visto em toda a minha vida. Fiquei sem respirar e tentando entender como aquilo era tão bonito, tão sagrado e me senti mais deslocada do que tudo. 
- É aqui que o maior acontecimento da história da vida aconteceu ... – ele começou a narrar. – É que você terá a oportunidade de .... – Eu estava encaixando as coisas na minha cabeça como se fosse um quebra cabeça complicado demais. – Portanto, é preciso que entenda que isso é mais que emblemático é a oportunidade...
Ele nem chegou a terminar o que ele falava tão efusivamente. Uma risada ecoou por entre as árvores. Com um ar carrancudo e com minha curiosidade aflorada, viramos buscando de onde havia saído. Dentre as sombras saiu uma mulher majestosa, nua e com um ar levemente zombeteiro.
- Olha só o que temos aqui... – Ela olhava diretamente para mim.
- Quem é você? 
- Não seja insolente. Olhe bem para onde você se encontra. Seja qualquer uma das minhas facetas, sou superior. – Ela ralhou comigo e me assustei com seu ar arrogante, mas não deixei transparecer. 
- Como você entrou? – Tive que perguntar.
- Como entraria se nunca deixei esse lugar? – Ela riu.
- Isso não importa para mim. Quero apenas sair daqui.
- Algo que você percebeu que não é tão simples.
- Estava justamente explicando, antes de ser bruscamente interrompido por ... – o anjo bem que tentou continuar.
- Cala a sua boca. – Mandou imperiosamente para o ser celestial que se afastou.
Ela gentilmente me abraçou e me colocou de frente para a arvore dourada. Ela pegou uma folha e foi até o primeiro córrego. Com a folha ela pegou um pouco de água e me disse para beber. Quando eu vi aquelas gotas de água, senti sede. Sorvei o líquido das plantas.
Então eu lembrei.... Lembrei  dá dor de ser humana, de ser mulher e de existir. Me lembrei do frio, do calor e da sensação que era o medo, a raiva e o desgosto. Lembrei das limitações que carregava e como me sentia fraca perante elas. Olhei pedindo ajuda e ela estava rindo.
- O que você fez comigo? – Nem conseguia ficar em pé.
- Tudo o que você está sentindo virá se você escolher a mortalidade novamente. E agora que você se lembrou a disgraça que é a humanidade. Quem gostaria de sofrer, ser humilhada, assediada e até violentada todos os dias. Agora você está diante da possibilidade de sobrepujar as fraquezas, sensações humanas e até a morte. 
- Você é o diabo?
- Aquela serpente velha e egoísta? Não! Eu sou aquela que sobrepujou os desígnios estabelecidos. Eu sou aquela que decidiu permanecer sobre a luz e suas sombras. Agora você tem a chance de ficar também, entende? Apenas tem que comer do fruto dourado e tudo vai dissipar. Coma e o jardim será seu também.
- O que você pensa que está fazendo? – O anjo voltou e começou a reagir. Não parecia nada feliz. – Você não pode intervir de novo. 
Eles começaram a discutir. De um confronto de opiniões começou a inflamar e assustar os animais. Era possível escutar ao longe os gritos. Fui melhorando e me afastando. Já sabia como eu iria acabar com aquilo. A discussão demorou um bom tempo até que eles deram por minha falta. 
- Cadê a menina?
- Não era para você tomar conta dela? 
- Que barulho é esse?
Um barulho começou a inundar o jardim. Correria, zombarias e tropeus eram ouvidos em todo lugar. Os animais pareciam desesperados. Uma névoa surgiu dentre as folhagem.
- Mas que fumaça é essa?
- Está vindo dali!
Me alcançaram quando eu estava colocando fogo em mais uma árvore.
- Onde você arrumou isso?
- Você ficou louca?
- Peguei emprestado o fogo divino daquela maldita espada e agora veremos se preciso fazer alguma escolha. – Gritei histericamente, enquanto mostrava metade do jardim pegando fogo e se aproximando do pomar. 
Geraldo Henrique Júnior
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1139andreameister · 5 years
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Serenidade
Há alguns dias, fui contatada por um grupo de acadêmicos da Stanford University que estudam o stress e seus efeitos.
O contato veio porque estão buscando os extremos, para entender melhor os mecanismos que deixam uma pessoa estressada e tão vulnerável a problemas de saúde, um mal de nossos tempos modernos.
De acordo com meu prontuário médico, estou no outro extremo.
Meus exames mostram o quanto sou calma e, por conta disso, uma sobrevivente.
De onde vem a minha calma? 
É o que um longo questionário que me apresentam quer descobrir.
Fazemos uma entrevista por Skype e as perguntas vêm desde as características dos meus familiares mais próximos até os meus hábitos mais prosaicos.
Não sei a que conclusão eles chegarão e depois eu conto, quando receber a conclusão do estudo que estão conduzindo com algumas centenas de pessoas, a maior parte delas bem estressada.
Descubro que a calma é artigo de luxo para o ser humano e eles têm dificuldade de achar pessoas com essas características fora dos estereótipos (monges, yogues, etc.)
Fico feliz e agradeço internamente essa benção.
Fico pensando na minha opinião a respeito e faço uma pequena lista das coisas que considero fundamentais para permanecer serena, no intuito de compartilhar algo que pode funcionar para alguém que está precisando de tranquilidade:
Dar aos problemas a devida proporção: zero de drama, apenas o real e simples. Isso torna a vida bem mais fácil e não nos coloca na fácil posição de vítimas.
Nada de televisão: o que é importante chegará até mim via internet ou celular Então, foco no jornal que eu gosto e leio aquilo que me faz bem.
Respiração: respirar certo e calmamente é, muitas vezes, tudo o que uma pessoa precisa para se acalmar de verdade.
Rir muito. E sempre! Há tantas coisas gostosas de ver e ler que trazem risadas garantidas… Além disso, ouvir músicas de Natal fora de época sempre me deixam feliz!
Procurar sempre o lado bom: ele existe. É só ter boa vontade de procurar.
Parar: parece simples, mas pouca gente para, mesmo que seja por poucos minutos. Pare e olhe as nuvens. Os pássaros. Não há stress que sobreviva a isso.
Oposto ao parar: também ocupar-se para manter a mente produtiva, fazendo coisas interessantes como aprender um novo idioma ou executar uma receita diferente.
Ficar momentos sozinha: ajuda muito apreciar a própria companhia. Pessoas que não sabem ficar sozinhas sofrem muito!
Ter abertura para o novo: quem se acostuma com o risco não se desestabiliza com mudanças e por isso não fica com os nervos à flor da pele quando algo diferente acontece.
Fazer coisas com começo meio e fim: dá a sensação de controle, de poder contar com si mesmo e isso é muito calmante.
Não reclamar: isso virou um hábito que estressa a pessoa e quem está do lado. Ao invés de perder tempo reclamando, por puro hábito, faça uma coisa legal (e deixe o mundo muito mais legal também).
É isso. A lista poderia seguir infinitamente mas, um texto longo deixa as pessoas nervosas!
Aqui, música para acalmar, que nunca é demais:
https://www.youtube.com/watch?v=BGrqcIT6hiM
E aqui, passo a colocar o link  do meu primeiro post, de onde começa a minha história, atendendo a pedidos das pessoas que me perguntaram: 
https://1139andreameister.tumblr.com/post/175730059229/1139
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A CHUVA
- É meio estranho alguém que você nunca viu pessoalmente escrever coisas assim tão íntimas sabe? -- disse ele depois de ler o conto que mandei sobre uma possível transa entre nós.
- pode até ser até estranho, mas quando temos admiração e consequentemente atração pela pessoa acaba sendo normal, pensa comigo... -- retruquei.
- hahaha pensando por esse lado, faz sentido.
Sempre na defensiva não é moço? Pensei mas não mandei essa mensagem.
Deixei para lá. Quem sabe né?
Acabei mandando:
- nada é tão real quanto a fantasia, só basta acreditarmos nela e CABUM! Ela é real. -- respondi dando de ombros.
- hmm então você quer que seja realidade? -- responde me provocando...
- quero né, mas quando um não quer duas lombrigas 🤷🏾‍♀️ -- respondi desapontada.
- hahaha. O que? 🤔
- huehuehue. Quando um não quer dois não brigam -- respondi rindo (pelo menos eu fiz ele rir né, mas eu queria mais)
- ah sim. Não falei que não quero... -- respondeu depois de um bom tempo.
Paralisei. É isso mesmo produção? Ele está afim de algo? Meu cérebro foi a mil e não pude esconder minha excitação.
- tá livre hoje mais tarde. Sei que tu trabalha perto da Paulista, posso te encontrar lá depois. -- respondi depois de um tempo pensando naquela resposta.
- parece bom -- respondeu.
- umas oito, pode ser; ali no shopping são Paulo? -- sugeri.
- combinado 😘💜
Dei like na mensagem e segui com meu dia. Confesso que muito animada e ainda sem acreditar. Quem sabe realmente rolaria algo a mais, porém, coloquei na minha cabeça que não ia criar expectativas sobre nada. Apenas deixar a coisa rolar. Eu não queria (e nem podia) deixar a ansiedade falar mais alto.
Segui com esse mantra até uma 18 horas quando já estava me preparando para sair. Queria sair antes pois queria ir de metrô para esfriar a cabeça (entenda como amenizar todo o tesão que eu estava sentindo). Sai e no caminho coloquei minha playlist e fui cantando cada música.
Eu estava de macaquinho preto que ganhei de aniversário de uma amiga, tênis branco, uma pochete preta e uma jaqueta jeans que personalizei. O ar condicionado do metrô estava bem frio, inversamente proporcional a temperatura do meu corpo, eu fervia, mas seguia plena.
Desci na estação e fui andando em direção ao ponto de encontro. Em frente ao shopping tinha uma pequena banda com um tecladista , um guitarrista e uma mulher. Ela começou a cantar Trip da Ella Mai. Fiquei encantada com voz forte dela.
Eram umas 19:20 ainda estão resolvi parar e admirar. Me empolguei e comecei a cantar junto. A cantora percebeu e me chamou para cantar junto. Fizemos uma espécie de dueto e entrei na música. Algumas pessoas começaram a sacar o celular e gravar. Comecei a ficar com vergonha, mas superei e continuei.
A música acabou e alguns aplaudiram. Eu fiquei morrendo de vergonha. Mas nos elogiamos e ela disse por que não investia na música, expliquei que a vida tomou uns rumos meio loucos e não pude seguir com nada e agora já era tarde.
- nunca é tarde mulher -- disse Joyce, esse era seu nome.
- vamos de apaga a luz? -- perguntou ela toda animada.
Olhei a hora e vi que ainda eram 19:40. Então tinha um tempinho. Começamos a música e eu comecei a introdução; fazia tempo que eu cantava assim então errei um pouco na hora de entrar mas tudo bem. Enquanto cantava percebi que ele estava na porta do shopping me olhando. Gelei por um milésimo de segundo, mas não errei a letra. Foquei meu olhar aos outros que assistiam, na Joyce e na banda.
Em alguns momentos da letra eu olhava para ele, como se eu estivesse mandando um recado. Ele dava um leve sorriso ou uma leve arqueada na sobrancelha. Gostei de ver ele assim.
A música acabou e eu peguei o contato da Joyce e agradeci a banda pela abertura.
Meu coração palpitava enquanto eu ia na direção dele. Minha mão suava e meu corpo ascendeu em brasa.
- oi, tudo bem? - o comprimentei dando um leve beijo no rosto e um abraço rápido.
Nesse momento senti seu cheiro e era como se fosse uma droga. Eu queria me deleitar nele, por longas horas, até seu perfume se impregnar em mim.
- oi, estou sim e você? -- disse tímido mas com uma voz calma e muito sexy.
- tô bem, deu para perceber né, até cantei ali com a mulher hahaha -- falei meio sem graça tentando me recompor do combo cheiro + voz que ele jogou como uma bomba nos meus sentidos.
- eu vi, você canta muito bem, parabéns -- retrucou me olhando nos olhos.
- obrigada -- agradeci e imendei: onde vamos? Quer dar uma volta?
- vamos sim -- ele assentiu.
Fomos caminhando sentido o MASP e a passos lentos conversávamos sobre a vida, sobre a arte e filmes também. Vi o quanto ele era apaixonado por aquele universo e pensei em como ele era inteligente e legal. Eu sabia que eu não estava atraída apenas pela aparência mas sim por tudo. Conversa vai e conversa vem ele me fez algumas perguntas sobre os contos e eu respondi o mais sincera possível.
- uau, nunca pensei que alguém poderia fazer algo assim sabe. Fiquei bem surpreso. -- disse.
- é, se bem que as brincadeiras que eu sempre faço tem fundo de verdade. Mas como as coisas não são tão simples assim eu preferi descarregar parte do meu desejo nos contos. -- retruquei olhando em seus olhos. Senti meu corpo cada vez mais quente, mas me contive.
- Ah sim, interessante -- respondeu.
Chegamos no vão do MASP e decidimos sentar por ali mesmo. Ele sentou e eu sentei na frente dele. Continuamos a falar sobre nossas vidas, contei a minha ligação forte com a Paulista e que sempre que vou para lá algo bom acontece.
- ah e o que você espera que aconteça hoje aqui? -- perguntou.
Ela sabia muito bem o que eu ia responder.
- eu espero que a gente converse mais, coma alguma coisa e quem sabe outras coisas né -- respondi.
- hm, que outras coisas? -- perguntou aproximando seu rosto e apoiando o braço no banco em que sentávamos, bem perto da minha perna.
Eu quis entrar no jogo dele e respondi me inclinando para ficar próximo ao seu ouvido:
- ah que eu possa te dar um beijo e ir te perguntando o plural de decimal, que tal?
Ele me olhou rindo com o trocadilho e respondeu:
- eu gostei dessa "outra coisa". Rimos e continuamos a conversar sobre outras coisas, o papo fluía e sinceramente eu gostava assim. Apesar do tesão estar tomado no corpo por causa da sua voz e linguagem corporal, aquele momento único de conexão era muito mais íntimo que qualquer trepada.
Depois de um tempo decidimos ir em uma cafeteria que ele gosta na região e pedimos um café. Ele gosta assim como eu: puro e sem açúcar, para aproveitar ainda mais o aroma e as nuancias do sabor do café. Falei à ele que sempre que tomo café sinto uma palpitação no peito mas que chega a ser gostosa é apesar de atacar um pouco minha ansiedade, eu gosto de aproveitar esse prazer.
- olha eu meio que sinto o mesmo. Tomo de teimoso mas foda-se -- disse ele, entre um gole de café. Notei que o café molhou seus lábios e meio que me distrai com eles. Como eu queria aqueles lábios nos meus, no meu corpo, na minha buceta. AAAAAAAAA. Mas me acalmei e voltamos a papear. Pedimos uns doces, comemos e decidimos dar uma mais uma volta pela avenida.
Quando começamos a se distanciar da cafeteria uma chuva começou a cair gradativamente. Não era leve mas não faria grandes estragos.
- Você tem guarda chuva? - perguntou.
- Não, eu queria curtir um pouco da chuva antes da gente se abrigar em algum lugar. -- respondi olhando em seus olhos e senti o calor da retribuição (talvez desejo).
- um, que interessante. -- respondeu meio pensativo.
- que foi? Olha, tu fez minha concepção sobre a chuva mudar. Ela realmente lava nossa alma, floresce nossos pensamentos mas também pode devastar nossas estruturas e ventar nossas ideias. Gosto de pensar assim. Hoje eu curto ela é depois me abrigo absorvendo tudo o que ela me trouxe: bom ou ruim. A Chuva é o resumo da vida. E temos que aprender a viver com ela, pois ela sempre estará lá, sobre nós e nos momentos mais inesperados.
Ao falar isso percebi que ele me olhava fixamente. A Chuva estava um pouquinho mais forte, e o pouco dos seus cabelos que estavam fora do capuz estavam meio umidos já. Ele é bem alto, uns 1,80m e eu um gnominho, uns 1,55m.
- nossa. Tô até sem palavras Fran. - respondeu me olhando fixamente. Seus lábios estavam entreabertos e percebi que respirava mais forte. Me aproximei mais dele e disse:
- Não precisa falar nada, o momento já diz tudo. - respondi.
Ele se aproximou de mim e com os nós dos dedos tocou meu rosto já úmido pela chuva. Meu corpo se ascendeu em chamas, aquela mão, aquele toque me fizeram perder o chão por um momento. Eu fiz o mesmo. E senti seu corpo mexer. A pele era macia e cada traço, mesmo imperfeito, realçavam ainda mais sua beleza. Fiquei na ponta dos pés, e mesmo assim não pude alcançar seus lábios.
- o que está fazendo? -- disse rindo de mim.
- tentando te beijar mas tu é um elfo alto pra caralho - retruquei fazendo voz de brava.
- e você é um gnominho muito ousado.
Ao falar isso ele me puxou para si me enrguendo a ponto de nossos rostos quase se unirem. Nossos lábios se encontraram. E um beijo que se iniciou calmo e sutil se transformou em uma avalanche de desejo e calor. Sua língua invadia minha boca e a minha a dele. Eu apertava sua nuca e entrelaçava meus dedos em seu cabelo. Ele com uma mão segurava minha cabeça me guiando e com a outra mão segurava meu quadril com força e pude sentir suas unhas na minha pele. O tesão tomou contra do nosso corpo. Eu queria que ele me fodesse ali. O seu cheiro, seu toque fizeram minha buceta enxarcar e pulsar quando percebi que seu pau também está ficando duro e apertando minha barriga. Comecei a me mexer mais para instigar ainda mais sua ereção. Sua respiração estava ofegante. O calor do corpo dele se unia ao do meu. A Chuva começou a engrossar mais. Até que ele soltou meus lábios, ainda me segurando, disse:
- essa é a hora que eu digo o plural de decimal? Falou mais calmo, sexy e provocante possível.
Ofegante, somente ri e saímos correndo para se abrigar em algum toldo ou algo do tipo. Não achamos nada como um toldo mas tinha uma rua pequena com algumas lajes que podíamos nos abrigar. Estava meio ruim de iluminação e a chuva estava torrencial. Não havia ninguém na rua. Só nós.
Coloquei sua mochila atrás de mim para que ela não molhe mais. E voltamos a nos atracar. Ele me beijava com força e começou a tocar minhas costas e quadril. Chegando ao meu bumbum. Ele o apertou forte e soltei um gemido leve. Ele começou a beijar meu pescoço e eu coloquei minha mãos dentro da sua blusa e abraçando- o arranhei suas costas com minhas unhas. Ele me empurrou mais contra parede soltando um "hmmm" carregado de tesão.
Olhei ao redor para detectar alguma câmera por ali e não vi nehuma.
Voltamos a nos olhar nos olhos e fui descendo minha mão para seu peito e enquanto fazia ele me olhava e mordia de leve o lábio. Sorriu e rapidamente segurou minha mão em negativa.
- tá louca Fran, estamos na rua. Podem nos ver. -- disse cauteloso mas se roendo de tesão.
- que nada, não tem câmera ao redor e a chuva não daria para ver muito coisa.
Desci minha mão até chegar no seu pau, que estava duro como pedra. Comecei a alisa-lo suavemente, para cima e para baixo. Ele colocou o corpo mais perto de mim. E gemia de leve no meu ouvido enquanto eu o punhetava por cima da roupa mesmo. Eu também gemia e meu tesão era tanto que eu poderia gozar ali a qualquer momento, só de sentir aquele membro gostoso e aqueles gemidos sexys. Até que fui surpreendida com ele dizendo:
- Desce mais... desce mais... -- sussurrou.
Dei uma rápida olhada em volta e fui abaixando a calça e cueca dele a ponto que só seu pau ficasse à mostra. Seu membro estava pronto para mim e sua glande reluzia de um mel que estava louca para beber. Ao colocar seu pau na boca, o fiz olhando em seus olhos. Sua boca estava entreaberta e assim que abocanhei seu pau por completo ele fechou os olhos e com uma mão que estava apoiada na parede onde estávamos segurou minha cabeça. Comecei a chupar aquele pau com fervor. Ele gemia, mas os sons era abafados pela chuva forte que caia.
Ele começou a guiar minha cabeça com mão e eu a acariciar as suas bolas. Continuei chupando e fui sincronizando com as mãos em uma leve punheta que começava da base do seu pau, bem rente aos pelos até metade do membro. Eu tirei levemente o pau da boca e fui lambendo e chupando a glande até que engoli seu pau novamente.
- Fran, para, eu vou gozar.-- disse entre gemidos.
- então goza -- respondi. Mas sei que ele não me ouviu.
Continuei engolindo seu pau com mais rapidez, até que ao engoli-lo completamente e fechar a boca ele empurrou mais minha cabeça e projetando sua pelve contra mim pulsando e gozando na minha garganta. Suas pernas tremiam enquanto ele esporrava na minha boca. Era muita porra. O líquido quente encheu minha boca e enquanto seu pau ainda esporrava fui lambendo toda a extensão dele e a glande que ainda pulsava. Depois de deixar ele limpinho, eu coloquei seu pau dentro da calça de novo, dei um beijinho e cambaleando me ergui. Por incrível que pareça, eu gozei com ele fodendo minha boca; enquanto ele me guiava e gemia minha buceta pulsava e na sua última estocada, quando finalmente ele se libertou com aquele gozo quente e viril, eu explodi em um gozo magnético e pulsante; por alguns segundos eu fui ao céu e voltei.
Seu olhar era um misto de tesão e incredulidade.
- o que foi? -- perguntei curiosa. Ele ainda ofegante, apoiando um braço na parede e com uma mão em meu ombro disse:
- não acredito que você engoliu minha porra. E não acredito que fizemos isso no meio da rua... -- desabafou meio ofegante ainda.
Eu sorri e disse calmamente:
- você disse: desce mais. O que eu poderia fazer? -- respondi dando de ombros. Ele deu uma gargalhada e encostou minha cabeça em seu peito me abraçando. Ficamos assim por um tempo. Conversamos mais, nos beijamos até a chuva dar uma amenizada.
Fomos caminhando até o metrô. Carreguei meu bilhete e fomos para plataforma. Entramos no trem e por coincidência encontramos dois amigos dele. Nos comprimentamos, e eu desci na próxima estação.
Os dias após esse foram bons. Como todos os outros e a chuva sempre voltou a cair... [...]
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Autocrítica
Um papo eu comigo
Lembro perfeitamente quando escrever (especialmente sobre música) começou a perder sentido pra mim. Enquanto assistia um desses festivais que custam um salário mínimo pela TV, acontecia uma das primeiras manifestações de domingo na Av Paulista em volta de um pato de borracha com todo mundo usando a camiseta da seleção brasileira como abadá.
O ano era 2014 ou 2015 e desde 2013 já estava transtornada com a história da PM de SP descendo bomba e bala de borracha na galera que se manifestava por causa de passagem de ônibus. Aliás, daí vem a história de “não é pelos R$0,20”. É porque uma mina tinha perdido um olho com um tiro na cara, jornalistas apanhavam e a repressão era absurdamente inaceitável e desproporcional.
Enquanto assistia `a apresentação da Karol Conká, uma das primeiras a se posicionar e fazer discurso político-feminista num festival de pinterest como aquele, meu estômago se embrulhava a cada imagem daquele delírio cego e coletivo protagonizado por pessoas que há um ou dois anos falavam que “política, futebol e religião não se discutem”.
Como eu poderia voltar minha energia e atenção para algo que fazia por amor e diversão enquanto testemunhava uma loucura daqueles? Comecei a ter uma dificuldade absurda para me concentrar, meu rendimento caiu absurdamente e acabei focando em textos e pautas sobre músicas de protesto e mulheres na música, algo que conversava minimamente com o momento em que vivíamos.
Depois começaram os pedidos de impeachment da Dilma. Lembro que ninguém levou muito a sério no começo porque estávamos acostumados com um certo bom senso. Lembro especificamente da tranquilidade que sentia quando aparecia notícias que juízes pediam aumentos absurdos, projetos de lei surreais e o conforto de saber que “a Dilma nunca ia deixar isso passar”. Nunca passava.
Aí veio o dia da votação na Câmara dos Deputados. Nosso primeiro contato com aquele show de horrores ao vivo. Lembro do choque que senti. Da garrafa de vinho que bebi sozinha no meio da tarde. E da primeira (de muitas vezes) em que chorei na frente da TV.
Pula para o dia em que Dilma ficou 13 horas respondendo cada uma daquelas perguntas em sua defesa. Lembro de colocar meu relógio para despertar `as 9h. Acompanhar seu discurso de abertura que muita gente acreditava que seria de panos quentes. Não foi. A mulher falou tudo com todas as letras. Entendi melhor o significado do conceito de “luta” acompanhando cada minuto daquelas 13 horas. E enquanto pessoas falavam de “soberba”, adesivos de violência sexual com sua imagem nos carros de família eram naturalizados.
A essa altura eu já estava bem doente. Não conseguia fazer as mais simples tarefas, emagreci drasticamente e me sentia desabando numa velocidade vertiginosa enquanto lutava contra efeitos colaterais de inúmeros remédios.
Lembro do sabor de cada uma das lágrimas do dia do afastamento da Dilma e posse de Temer. Lembro de pensar no futuro e saber quantos sonhos, caminhos e vidas se encerravam naquele momento. Vieram as reformas e novamente fui tomada por uma dor absurda pensando como isso significava a sentença de morte de inúmeras pessoas.
Enquanto isso estava paralisada. Mal conseguia escrever meu nome, o que dirá uma linha sobre qualquer coisa. Lembro de escrever sobre não conseguir escrever. Me culpava e me odiava por estar daquele jeito. Não conseguia mais acompanhar sequer minha caixa de emails, e só a ideia de responder alguma inbox já me esgotava. A única coisa que ainda sabia fazer era discotecar. Coisa que sempre me salvou desde a época em que estudava e trabalhava com coisas que me faziam mal. Era o único momento em que me conectava comigo mesma e segue a única coisa constante em minha vida. Mais ou menos na mesma época aquele playboy sem vergonha era eleito no primeiro turno para prefeito de SP.
Corta pra 2018. O ano mais incerto que já sobrevivi. Que depois de um tempo focando em minha recuperação, procurar ferramentas para me entender comigo, curar feridas que nem sabia que tinha, gabaritei todo tipo de situação clichê dos early 30s e tive que atravessar o inferno para poder renascer.
Uma vida nova, sem saber direito por onde começar. Uma chance única, mas ainda com o gosto amargo de perdas, desilusões e coração inúmeras vezes partido. E um tumulto dentro do meu peito que acordava dolorido, vivia em gritaria e por fim encontrava-se estilhaçado.
Mas ainda tinha a porra das eleições.
Como ter um plano, saber qual caminho tomar, onde investir, por onde começar não reconhecendo mais a própria realidade? O mundo inteiro avisando. Discursos abertamente fascistas. Violência. Pessoas que você ama acreditando em realidades paralelas de notícias falsas.
A única coisa que restava era focar nessa luta. Tive esperança até o último minuto não por acreditar de fato nas chances reais do país não eleger uma caixa de comentários de portal para presidente, mas porque ainda poderia me dar ao luxo de ter esperança.
Foi indo votar no segundo turno portando um livro que me dei conta do tamanho do significado desse simples ato. As pessoas já estavam morrendo, universidades e jornalistas já estavam sofrendo ataques, mas precisei da experiência de carregar um livro da Angela Davis a um -veja bem- COLÉGIO eleitoral, recebendo olhares tanto de desaprovação como de subversão para sentir na pele o que estava acontecendo.
Pensei muito na minha profissão (que sinceramente nem sei mais direito qual é). Me peguei pensando que se hoje é arriscado sair de vermelho (e muitas pessoas evitam a cor “pra não causar”) quanto tempo demoraria para a censura de fato. Quão seguro seria ser uma “escritora” daqui por diante. E foi aí que me reencontrei. Voltaria a escrever porque ainda posso. Continuaria a escrever por ter meu caráter formado pela leitura de obras incríveis. Não deixaria de escrever nem que isso demandasse coragem.
Quando o resultado das urnas foram divulgados, eu já tinha certa experiência em lidar com a tristeza e desgosto de eventos como esses. Pensava em quantas pessoas seriam mortas e agredidas naquela noite, mas ainda conseguia me apegar ao meu recém-encontrado eixo.
Até bater o olho num papo privilegiado, sem vergonha, e escapista de paz interior para lutar (típico dos últimos a rodarem) enquanto já tinha sangue escorrendo pela minha timeline. Não consigo lembrar a última vez em que senti uma raiva tão profunda, tão poderosa e tão cauterizante. Finalmente tudo se encaixou em seu devido seu lugar, no impulso que eu precisava para me recolocar no mundo e voltar a existir.
Sim, a verdade lhe libertará. Mas antes te deixará puta da vida.
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