devlishsmile:
𝖋𝖑𝖆𝖘𝖍𝖇𝖆𝖈𝖐 ╱ dia do amor verdadeiro.
Quem diria que, ao fazer vinte e cinco anos, Araminta sentiria-se com quinze novamente? A ironia de estar com o mesmo garoto pelo qual era apaixonada na época — e, agora permitia-se admitir, por quem fora apaixonada desde então — era digna da letra cursiva do Narrador. Pior ainda era lidar com o mesmo nervosismo, ou talvez até maior. Ah, se a Araminta de quinze anos pudesse emprestá-la um pouco de sua cara de pau... Seu consolo era perceber que Qi Liang, tal como ela, não tinha ideia do que estava fazendo. Até comentaria sobre o quão adorável ele ficava quando estava com vergonha, se apenas a ideia não a deixasse nauseada e com vontade de bater com a própria cara na parede. Credo, que tipo de pessoa estava virando?!
O sorriso, no entanto, era impossível de conter, pois não havia como esquecer-se da situação em que se encontravam quando ela fazia tanto esforço para ser reconhecida. Eram só os dois, no Dia do Amor Verdadeiro, em uma atração que replicava um dos momentos mais românticos da História dos contos. Se a enxergasse por outra ótica, chegava a ser ridícula: Araminta De Vil e Fa Qi Liang, filha de Cruella e filho de Mulan, dois que não perdiam a oportunidade de infernizar um ao outro, em um passeio de barco romântico sob a luz do luar. Quem quer que estivesse roteirizando aquele ano, certamente sabia como desenvolver um bom plot twist — só podia dar uma maneirada nas maldições, ataques e desastres.
E voltando àquele nervosismo, ele tomou-a outra vez quando a resposta de Qili a fez pensar em uma possibilidade terrível. Havia o pressionado? Tinha sido chamada porque ele queria ou porque sentiu-se obrigado? Araminta pensava demais naturalmente, mas raras eram as vezes que duvidava de si própria; por este motivo, Qi Liang merecia um prêmio. Certo, tinham plena consciência de que os sentimentos que nutriam um pelo outro eram correspondidos, porém, nada sobre um relacionamento fora diretamente discutido desde seu aniversário. “Ah, mas sem pressão! Digo, foi só um beijo, não precisamos… Sabe…” Só um beijo, e uma costela quebrada, duas brigas, um anel, um colar, uma declaração bêbada e outra sóbria. Mesmo uma excelente mentirosa, não havia quem enganasse com aquelas palavras. “Não quero que você sinta como se tivesse que fazer alguma coisa.”
— Só um beijo? — Os olhos estreitos e o sorriso desacreditado puxando o canto dos lábios configuravam a expressão de alguém que tinha ouvido a maior bobagem do mês inteiro. Não era nenhum Don Juan, mas tinha experiência o suficiente para já ter dado só um beijo e saber que, definitivamente, não era o caso com Araminta. Apesar do nervosismo, ainda era Qili; sem a intransponível barreira do achar-se não correspondido, não tinha paciência pra ser um cara legal, místico e misterioso, restando para ele ser impulsivo e impaciente demais para ficar de rodeios. Para quem falava tanto sobre Zane ser um emocionado, a Mítica plana certamente capotou. — Precisamos sim, do que você tá falando? — Tomou a mão alheia nas suas em um ímpeto antes de continuar, impaciência depois de uma década de lenga-lenga sobrepujando o nervosismo — ainda que certamente fosse ficar terrivelmente envergonhado de tê-lo feito depois que desse conta de que fez, mas isso era um problema para o Qi Liang do futuro, por que o do presente estava ocupado no momento. — Pode me pressionar o quanto quiser, não foi isso que eu quis dizer. Eu tenho sim que fazer alguma coisa, mas eu quero fazer direito. Não por impulso ou por causa de... outras coisas. — Agora não era o momento para trazer à tona o Calanmai, mas as outras coisas eram drogas. — Mas por que eu quero. E eu quero! E espero que... Huh, que você também queira. — Certo, aquilo tinha sido o suficiente para que ele precisasse procurar por algo muito interessante nos próprios sapatos por algum motivo, apenas para perceber pela visão periférica que ainda estava com a mão alheia entre as suas.
O futuro chegou muito mais rápido do que esperava.
Seria esquisito se simplesmente soltasse, certo? E não é como se quisesse fazer isso, verdade seja dita. Então simplesmente ficou lá, o olhar passando meio segundo no rosto alheio e mais meio segundo nos próprios pés e mais meio segundo em alguma coisa atrás de Araminta por que ele simplesmente não fazia ideia de onde colocar os olhos enquanto aguardava uma resposta pra pergunta que na verdade ele não fez, o calor no rosto diferente do tipo que o fazia literalmente entrar em combustão; e talvez essa fosse uma alternativa menos embaraçosa ao rubor que atingia até as orelhas.
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𝕥𝕙𝕖 𝕔𝕙𝕒𝕣𝕚𝕠𝕥 ➳ The Chariot tarot card is all about overcoming challenges and gaining victory through maintaining control of your surroundings. This perfect control and confidence allows the charioteer to emerge victorious in any situation. The use of strength and willpower are critical in ensuring that you overcome the obstacles that lie in your path. The Chariot's message comes to make you stronger as you strive to achieve your goals.
Trilha sonora: qual seria a música que definia o seu personagem no primeiro dia deste semestre e qual se encaixaria melhor pro atual cenário de Aether?
track I. little lion man (mumford and sons): tremble little lion man, you'll never settle any of your scores, your grace is wasted in your face, your boldness stands alone among the wreck, now learn from your mother or else spend your days biting your own neck
track II. follow your heart (jung): Don't you know it's gonna haunt you, don't forget what you want, 'cause you're the one that will feel regret, [...] so follow your heart when it's hard and it hurts in the middle, [...] follow your heart when it burns like a shot from a pistol
Relação com contos: considerando o seu desenvolvimento, nesse exato momento você acreditaria que seu personagem assumiria qual papel num conto?
É inegável que Qili tinha, até pouco tempo, certa preocupação em relação ao que viria a ser seu conto — nunca teria a facilidade e segurança de poder seguir exatamente os passos da mãe, dado o pequeno detalhe de que não é uma mulher; um homem da sua idade indo pro exército não seria nada demais, imagine digno de uma história épica que viveria no imaginário popular de um país por milênios —, ou até mesmo se conseguiria um. No entanto, graças aos eventos recentes, é inegável que Qi Liang seguirá o caminho de um herói, provavelmente tornando-se o protagonista de seu próprio conto na guerra da China com algum país vizinho.
Casa de Aether: o seu personagem se considera parte da casa na qual ele está inserido? Se pudesse, você acredita que ele faria uma mudança para entrar em alguma outra casa?
Qi Liang tem uma relação no mínimo conturbada com a casa azul e dourada. Ao mesmo tempo que admira e se identifica com os valores ralienos, ele simplesmente não suporta a presunção inerente aos nobres que ocupam os dormitórios da Ralien; basicamente, gosta da Ralien, mas desgosta de grande parte dos ralienos. Além da Ralien, infelizmente, nas palavras de uma grande poetisa de Mítica: “Em aether não há casa pra mim”.
Lembranças: qual é a primeira lembrança que seu personagem tem de Aether? Que idade tinha quando aconteceu? Foi algo importante?
Qi Liang foi mandado à Aether aos 14 anos apenas — a família, tradicional como era, jamais permitiria que o precioso primogênito tivesse menos que uma educação básica clássica, oferecida pelos mais renomados tutores confucionistas e taoísticas que a China poderia oferecer —, ingressando diretamente na Grade IV, de Caçadores e Heróis. A primeira lembrança, e impressão geral de Aether, foi opressor. Em suas terras, mesmo o mais suntuoso castelo imperial era convidativo, colorido, vivo; observar a pedra cinzenta e inerte de Dillamond o fez sentir que estava entrando em uma masmorra glorificada. O mesmo sentimento colore sua visão não só de Aether, mas de todas as grandes construções do ocidente de Mítica. Para Qi Liang, realmente não há lugar melhor que sua casa.
Passado: cite algum acontecimento desse semestre que marcou fortemente o seu personagem. Quando aconteceu e como isso o afetou?
Tem poucas coisas mais memoráveis que ver a morte de perto, situação na qual Qi Liang se encontrou por vezes demais durante o semestre para que esteja confortável com o número. A mais marcante, no entanto, foi sua jornada pela floresta onde quase foi morto não por uma, mas por duas criaturas diferentes. Seu encontro com a segunda, algum tipo de bicho psiônico subaquático gigante (foi um dia um pouco fora do normal, como se pode perceber), certamente levou o prêmio. Foi graças a ele que Qi Liang finalmente, após 24 anos, decidiu ser um herói — não por que precisava, ou por causa do legado familiar, ou por que era o que esperavam de si, mas que era o que ele queria pra ele mesmo. Esse lindo momento de reflexão foi seguido pela sua terceira experiência de quase-morte do mês (foram longos quatro dias esses que ele passou na floresta), em que chegou bastante perto de simplesmente desmaiar graças à uma concussão e definhar para a perda de sangue do braço em frangalhos. Se isso não aconteceu, foi por que sua irmã mais nova catou o trapo que ele estava do chão e arrastou-o do meio da floresta até a enfermaria do castelo. Inevitavelmente, isso cimentou a imagem de Meili como alguém verdadeiramente capaz e com quem ele podia contar, diferente da imagem de donzela-em-perigo e irmãzinha-que-preciso-proteger que a mais nova outrora ocupou em seu imaginário. A experiência em si é algo demasiado recente para que tenha sido completamente superado, ainda que isso jamais vá ser vocalizado pelo guerreiro, mas volta e meia acorda suando frio quando tem pesadelos com suas desventuras e ganhou um desgosto ímpar pela sensação tátil de substâncias gelatinosas contra a pele. Sem banheira do Gugu pra ele.
Família: como seu personagem tem lidado com as suas relações familiares? O contato com seus pais tem sido mantido? Existe alguma pressão para que ele deixe o instituto?
Qualquer um que passe mais de dez minutos com Qili sabe como família é importante pra ele; não passa mais do que uma semana sem ligar para casa para perguntar como estão os avós, pais, tios, primos, vizinhos, animais de estimação… Permanece em constante contato com os pais através do transmissor, ficando horas falando em chinês e reclamando horrores de tudo de ruim que acontece em Aether, sobre como isso é um total absurdo e uma vergonha. Não há pressão para que ele, especificamente, deixe o castelo — está há poucos meses de se formar, afinal, e seria um desperdício largar tudo com tão pouco tempo faltando —, mas há certa inclinação para que ele traga os irmãos mais novos de volta pra casa.
Rotina: como tem sido a rotina do seu personagem em Aether? A sua participação em clubes/atividades escolares têm sido frequentes? E como tem estado os seus estudos? Transcreva o último boletim do char, utilizando a grade curricular escolhida por ele.
Qi Liang tem o dia impossivelmente cheio, tendo momentos de calmaria apenas em suas pausas para meditação ao acordar e antes de dormir, e assim o prefere; afinal, leva a sério a máxima de sua avó de que mente vazia é oficina do cramulhão, ainda mais para alguém tão inclinado ao overthinking quanto Qili. Como pode-se notar pelo seu boletim, é estudioso e dedicado às aulas, mesmo que as disciplinas mais teóricas não o interessem genuinamente — para essas, não tem problemas em enfiar a cara nos livros até aprender, nem que seja à força. Já em tudo o que envolva conhecimento pr��tico de artes marciais ou sobrevivência é um verdadeiro prodígio, às vezes até mesmo se sentindo entediado com os assuntos abordados, como alguém fluente em inglês frequentando aulas no nível the book is on the table. Assim, não é surpresa que sua participação mais assídua seja no clube de artes marciais, sendo do tipo que permanece depois das reuniões para continuar treinando. O de esgrima é simplesmente uma curiosidade pessoal de aprender o manejo de armas de gente branca outros povos, se sobressaindo não necessariamente por sua habilidade com o florete mas por que seus poderes o dão uma vantagem natural; e sua participação na equipe de equitação é simplesmente por que gosta de andar à cavalo e não queria ter um espaço livre em sua rotina semanal.
Obstáculos: que hábito ou pessoa mais atrapalha a vida de seu personagem? Ele tenta fazer algo para superar essa dificuldade ou tem esperança de que o problema se resolverá sozinho? O que ele faria ou até onde iria se não houvesse um obstáculo para detê-lo?
Honestamente? Ele mesmo. Qi Liang é alto, bonito, habilidoso, de boa família, e ele até cheira bem. Seu defeito? Todo o resto. Há quem prefira observar as qualidades do chinês, mas é inegável que todos os problemas que já teve e muito provavelmente os que vai ter são causados ou por sua teimosia, ou por seu orgulho, ou por sua impulsividade, ou por sua repressão emocional, ou por sua maneira demasiadamente direta e abrasiva de se comunicar, ou por sua… Enfim, você entendeu. Apesar de jurar que tenta melhorar essas coisas, não é lá muito fácil mudar sua personalidade inteira; no máximo, é capaz de maneira e contar até três (ou dez, ou vinte, ou cem) até se acalmar quando em relação àqueles que ama. Fosse capaz de superar todos os seus defeitos, obviamente só sobrariam qualidades — o que simplesmente não é factível, então ele (e todos que convivem com ele, honestamente) que lute.
Mudanças: caso seu personagem pudesse mudar três coisas em Aether, o que seriam? Por quê? Está disposto a fazer algo para realmente mudar essas três coisas?
Qili não é do tipo que pensa muito em cenários hipotéticos, sendo um grande proponente do aqui-agora e achando perda de tempo ficar sonhando acordado ao invés de fazer alguma coisa. Mas, pessoalmente, seria ótimo se as pessoas parassem de sumir, e tragédias deixassem de acontecer em Aether pelo menos pelos próximos três meses. Acha difícil que vá acontecer de verdade, no entanto — o Narrador jamais lhe faria tamanha gentileza.
Arrependimentos: há algo que seu personagem desejaria não ter feito no instituto? Quais foram as consequências trazidas por essa ação ou decisão?
A resposta fácil está na ponta da língua: ter sequer saído da cama para ir ao Calanmai. A verdadeira, no entanto, e que jamais sairia da boca de Qi Liang, é que ele arrepende-se do que deixou de fazer por muito tempo; sim, este gado vistoso talvez nunca vá deixar de se recriminar pela covardia em demorar nove anos e sei lá quantos meses para declarar-se à Araminta. Nunca deixou de amar a de Vil por todo esse tempo, veja bem, mas tinha medo — e ele não tem medo de muita coisa — de que ela o rejeitasse… E ficou nessa até dizer chega, de forma que agora tem três meses antes que ela parta para Asablanca e ele, para a China. Bonito, Qili, muito bonito pra sua cara.
Decisões erradas: alguma vez seu personagem fez ou decidiu algo que não deveria ser feito no instituto, mas acabou tendo uma boa história pra contar? É algo de que ele se arrepende ou o desfecho do caso fez o erro valer a pena?
Calanmai, obviamente. Sua jornada enquanto inebriado pelo vinho das fadas lhe traz sentimentos conflitantes; apesar de tudo de absurdo que fez sob o efeito do néctar feérico, e ele saiu até no jornal pelos tais feitos, sabe que não teria tido coragem de falar necas de pitibiriba para Araminta se não estivesse completamente fora de si. O narrador escrevendo certo por linhas tortas, vai. É isso que ele diz para si mesmo para não largar tudo e tornar-se um monge nas montanhas quando lembra do papel deplorável que fez no festival do fogo.
Passatempos: qual o passatempo favorito do seu personagem em Aether? Quando foi a primeira vez que fez isso e com que frequência faz atualmente?
Treinar, óbvio. Passa a maior parte do tempo livre praticando artes marciais, luta com sabres, o uso de seus poderes ou simplesmente malhando — talvez seu conto acabe sendo abrir a primeira academia de Crossfit em Mítica. No entanto, ultimamente tem passado uma quantidade de tempo incomum na biblioteca. Vai entender.
Amizades: quem são as pessoas com as quais seu personagem pode ser visto com maior frequência? Eles se deram bem desde o início ou tiveram um período de atrito? Conte um ponto mais sobre o que ele pensa das relações com essas pessoas.
Araminta, Coral, Ever, Hawke, Margaery, Neevan e Zane são as pessoas com quem é possível vê-lo com maior frequência, e Karou Bredenberg também era figurinha carimbada em sua mesa no refeitório antes de deixar a escola — para ela, o chinês manda cartas com certa frequência, atualizando-a dos absurdos e reclamando da vida. Qili não é de muitos amigos, graças ao seu jeitinho especial que, no caso, é não fazer questão nenhuma de ser simpático com absolutamente ninguém nunca. Os amigos que tem, no entanto, são tidos na maior estima possível pelo chinês, sendo quase família pra ele; sairia em defesa de qualquer um deles a qualquer momento sem pestanejar. A menos que estivessem errados; nesse caso, seria o primeiro a abrir a boca para chamá-los de imbecis, pois ele também não é de passar pano pra ninguém.
Inimizades: quem é o pior inimigo do seu personagem em Aether? Por que e desde quando eles se odeiam? Ele faria algo para reverter a situação com essa pessoa?
Qili tem muitos desafetos em Aether, o que já era de se esperar, conhecendo a personalidade difícil dele. Não tem, no entanto, não há ninguém que considere um arqui-inimigo pelos corredores de Dillamond. Para isso, precisaria ligar muito mais para as pessoas que não quer por perto do que realmente liga; os que menos gosta são Njord (graças aos eventos da maldição do sono, e particularmente por ter feito sua irmã de lavadeira), Anette (pelo que fez a Zane, um de seus melhores amigos, durante a maldição do sono), Maeve (por casualmente tentar matá-lo afogado no Calanmai) e Vincent (além considerá-lo um falso em geral, acha que o príncipe de Arcadia age o tempo todo como um playboy branco em uma crise de abstinência de cocaína), mas não sujaria as mãos com nenhum deles a não ser que fizessem algo abominável contra alguém que ama. Quem sujou suas mãos de fato foi Alizayd, que Narrador o tenha, filho de Aladdin, mas esse problema foi tirado de suas mãos pelo misterioso vilão que vem espezinhando Aether neste semestre. Não faz a mínima questão de demonstrar simpatia ou refazer as pontes que queimou em Aether, simplesmente não estando nem aí. Quem gostou bate palma, quem não gostou paciência.
Segredos: há alguma coisa que seu personagem esconde com todas as forças? Existe alguma chance de que seus colegas venham a descobrir esse segredo?
Qili não é muito dado a segredos; tão direto e íntegro como é, simplesmente não vê razões para esconder, ainda que seja algo que o traga vergonha — foi ensinado que um homem de honra admite tudo o que faz, seja bom ou ruim. Então, admite todas as merdas que faz, quando as faz, sem muita resistência.
Fofocas: há algo que seu personagem tentou esconder, mas todos ficaram sabendo? O segredo se espalhou por descuido do seu personagem ou alguém descobriu e contou para outros? Esse é um assunto que ainda marca a sua reputação em Aether?
Graças à magnífica Margaery e sua boca grande, todos os convidados da festa de aniversário da irmã mais nova — e todos em Aether não muito depois, claro — ficaram sabendo sobre sua vergonhosa experiência na Aderem no dia seguinte ao Calanmai, e por consequência da razão pela qual estava no quarto da irmã. Não chegou a afetar muito suas interações fora de situações extremamente pontuais, porém, talvez por que as pessoas tenham medo de tomar um socão flamejante na boca.
Descontrole: o que costuma deixar seu personagem estressado e como ele lida com isso? Como ele costuma agir com pessoas irritantes? Ele desconta a raiva em outras pessoas ou guarda pra si? Como identificar um dia de mau-humor do seu personagem?
A essa altura é mais fácil perguntar o que não irrita Qi Liang. Ele se estressa com pessoas burras, ralienos, pessoas que andam muito devagar no corredor, sapatos com solado de borracha que fazem um barulho agudo ao deslizar no chão, pessoas que acham que tratar os outros mal é uma personalidade inteira, gente ingrata, gente puxa saco, injustiças, gente branca fazendo pouco de fantasmas, gente que se acha melhor que os outros por qualquer motivo, aprendizes que perguntam se podem fazer dupla de três, ver quem ama em perigo, borrar o que estava escrevendo no caderno, que sequer pensem em olhar feio para um de seus amigos, tentativas de assassinato (eu sei que você vai ler isso, Maeve.), livros que terminam em cliffhangers sem que o livro seguinte já tenha sido lançado, cadeiras e mesas desniveladas, que maltratem quem lhe é querido, sacos de pancada meio murchos, comida sem graça, roupas de cama que arranham, roupas apertadas demais, coleções com partes faltando… Não acho que temos tempo o suficiente para terminar uma lista interminável como essa. Para o bem de toda a Aether, ele foi ensinado desde sempre a tomar para si e fazer algo produtivo de toda a raiva que lhe vem tão fácil; assim, costuma descontar essa quantidade absurda de micro frustrações treinando, razão pela qual seu saco de pancadas é certamente o mais judiado do clube de artes marciais, e seu índice de gordura corporal é tão baixo — seus workouts são tão intensos que mereciam acompanhamento musical. Quando confrontado com interlocutores irritantes, no entanto, geralmente dá as costas e deixa a pessoa falando sozinha, por que não tem paciência o suficiente para entretê-los, e é bem capaz de dar um chute na costela de quem o irritar o bastante, ainda que suas crenças pessoais sobre parcimônia e autocontrole o façam ter um pavio bem mais comprido do que se imaginaria dele. Entre sua cara fechada e os olhos que literalmente faíscam laranja de raiva, não é exatamente bom em esconder quando está puto da cara.
Superação: alguma vez seu personagem passou por cima de um obstáculo? Como tem sido a evolução dos seus poderes em Aether? Ele estaria pronto para lutar em um novo ataque?
Para alguém tão emocionalmente constipado, Qi Liang é certamente bastante bem resolvido consigo mesmo; no máximo, pode classificar como superação ter se declarado para Araminta (drogado, mas abafa), ou a escolha que fez em seu encontro com Aboleth na floresta. De resto, realmente não tem lá muitos medos ou receios a superar, sendo seguro de si de todas as maneiras que importam. Em relação aos poderes, a evolução do guerreiro aconteceu à olhos vistos; literalmente, já que tem uma manifestação extremamente denotativa do despertar de seus poderes de fogo na forma da tatuagem de tigre no peitoral esquerdo. Sua pirocinesia está bem mais sob controle do que antes, muito menos atrelada às emoções do chinês do que era em sua gênese, e ele consegue realizar ações bastante complexas com o fogo no contexto de batalha. Permanece apenas o problema de, depois de começar, ser difícil de parar: usar os poderes é como atear fogo em folhas secas; é preciso certo esforço para mantê-lo sob controle antes que consuma tudo em seu caminho. Já estar pronto para lutar é quase a personalidade inteira de Qi Liang, convenhamos, de forma que ele jamais se acovardaria diante de um ataque, encarando da mesma maneira que o fez com todos os contratempos já ocorridos neste semestre: na linha de frente e de peito aberto. Nem que seja o próprio Narrador o seu algoz, Qili certamente tentaria dar um tubão no queixo dele.
Expectativas: quais são as verdadeiras expectativas do seu personagem pro fim do ano letivo? Existe algo que ele ainda esteja com vontade de fazer nesse semestre?
Honestamente, suas expectativa é não morrer e não enterrar nenhum de seus amigos até o final do semestre; só quer ficar de boa e aproveitar com Araminta até a formatura. Não é pedir muito, Narrador, então pense com carinho.
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