Tumgik
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As gotas de suor escorriam pelo meu rosto, fruto do sol forte e seu calor, ainda suportável. Durante minha corrida semanal, gravava vários vídeos para meus seguidores, falando sobre os melhores lugares para conhecer em Londres — um tema frequente no meu Instagram, com muitos pedindo dicas e sugestões. Terminei os vídeos, guardei o celular na mochila de pano que sempre levo comigo, dobrei o pau de selfie e o coloquei junto.
— Hoje corri 6 quilômetros a mais. E se eu fizesse vídeos sobre minhas corridas? Batendo recordes, cumprindo desafios… — murmurei, sem ligar para o fato de estar conversando sozinho no meio da rua. — Assim me mantenho em forma e ainda inspiro outros jovens… até adultos.
Sorri, satisfeito com mais uma das minhas “grandes ideias”. Voltei a focar na corrida, tentando controlar a respiração para não me cansar rápido. No entanto, desacelerei ao avistar Camille Robert, sentada numa cafeteria, conversando com uma garota — provavelmente mais uma das namoradas que ela tentava encontrar pela internet. Pensei em dar um “oi”, mas achei que poderia ser um incômodo. Melhor seguir em frente. Caminhei em direção ao mercado onde sempre faço compras, pensando no que preparar para o meu lanche da tarde.
— E se eu tentasse aquele croissant que vi? Ah, mas e se der errado? Não, posso aproveitar para fazer uma live. — sorri ao me aproximar da entrada do mercado. — Vou fazer algo digno de um chef de cozinha.
Depois das compras, fiquei na frente do estabelecimento, aguardando um táxi. Quando finalmente consegui um, fiz sinal e fiquei aliviado ao vê-lo parar. Entrei, dei o endereço e relaxei no banco de couro, de olhos fechados, esperando chegar em casa. Quando o carro parou, suspirei aliviado, paguei o motorista e saí rapidamente. O porteiro, me vendo com as sacolas, correu para ajudar.
— O mercado estava cheio, Sr. Chung? — perguntou educadamente.
— Mais ou menos, mas tive a sorte de ficar na fila da caixa mais lerda do mercado. — brinquei, rindo. — Quase que trabalhei por ela.
— O senhor é muito engraçado, Sr. Chung. — ele riu, me ajudando a carregar as compras até o elevador.
— Obrigado! Toma aqui um agrado. — entreguei uma nota, agradecendo. — Nossa, tô morrendo de fome.
Ele hesitou, mas aceitou o dinheiro enquanto a porta do elevador se fechava. Subi até o meu andar, torcendo para não encontrar vizinhos querendo papo — só queria preparar o croissant. Entrei no apartamento com as chaves já na mão, suspirando ao sentir o ar fresco.
— Ah, meu apartamento fresquinho! — sorri, levando as compras para a cozinha, higienizando e guardando o que não iria usar de imediato. — Vou organizar tudo e começar a live.
Tirei algumas coisas da mochila, como o celular e a garrafa de água. Coloquei o celular para carregar, enchi a garrafa e, antes de tudo, fui tomar um banho para relaxar antes de começar a live.
Saí do banho me sentindo uma nova pessoa, coloquei uma roupa confortável e fui direto para a cozinha. Com o celular já carregado, o posicionei no tripé e preparei o cenário: bancada limpa, ingredientes à vista e, claro, minha boa disposição — algo que nunca faltava em meus vídeos.
— Oi, gente! — comecei, com um sorriso. — Hoje vou tentar fazer algo que nunca fiz em toda minha vida. Vou tentar fazer um croissant aqui em casa, bem caseiro. Finalmente vou mostrar minhas habilidades culinárias com mais detalhes pra vocês! — ri, brincando, enquanto lia os primeiros comentários animados.
Comecei explicando os ingredientes, um a um. A câmera captava os detalhes enquanto eu colocava a farinha de trigo na bancada, fazendo uma pequena montanha no centro. Fiz um buraco no meio, criando uma espécie de vulcão para adicionar os outros ingredientes.
— Eu vi que, para um bom croissant, precisa de paciência e técnica. Se você errar na massa… esquece! — comentei, enquanto quebrava os ovos e os misturava cuidadosamente com a farinha.
A cada passo, eu explicava em detalhes, sempre respondendo a alguns comentários engraçados que surgiam. Até que Lee Hankyeom entrou na minha live, fazendo-me forçar levemente minha vista para ler o que ela havia escrito.
— “Quero pau duro vermelho”. — levantei uma das minhas sobrancelhas e cruzei os braços. — Que palhaçada é essa, Hankyeom?
Após reclamar da brincadeira de minha melhor amiga, ela saiu da live e começou a me encher de mensagens, atrapalhando a transmissão ao vivo. Pedi um tempo aos meus seguidores e coloquei o celular no modo "não perturbe", voltando a fazer a receita. Então, mostrei como misturar a manteiga gelada na massa, uma das etapas mais importantes para as camadas do croissant.
— Manteiga gelada é o segredo! Se estiver mole, pode esquecer as camadas. — falei, enquanto enrolava a massa e a colocava para descansar na geladeira. — Agora, vamos esperar um tempinho. Enquanto isso, vou contar umas curiosidades sobre as corridas de hoje.
Depois de alguns minutos me esforçando para interagir com todos os meus seguidores, retirei a massa da geladeira e comecei a abrir com o rolo, sempre focado nas dobras necessárias para criar o folhado perfeito.
— Se você não dobrar direito, o croissant não vai crescer. E acreditem, uma amiga minha fez isso errado antes. — ri, lembrando de uma tentativa trágica de Camilla na cozinha.
Finalmente, cortei a massa em triângulos, enrolei cada pedaço com cuidado e os posicionei na forma. Olhando para os croissants, senti a ansiedade de querer experimentá-los surgir em meu corpo e respirei fundo, tentando focar em algo antes de comer aquela bandeja toda crua.
— Agora vou ter que colocar os croissants no forno. — falei, aproximando a câmera da forma para mostrar. — Mas o forno demora um pouco, então vou desligar a live por aqui e volto com o resultado nos stories! Fiquem de olho!
Encerrei a live, ajustei a temperatura do forno e coloquei os croissants para assar. Sentindo que o trabalho pesado já tinha sido feito, me deixei relaxar. Peguei o controle remoto, me joguei no sofá e liguei a TV, clicando em alguns botões, trocando de canais até encontrar algo interessante. Fiquei ali, deitado, acompanhando um programa de culinária, satisfeito com a ideia de que logo teria croissants frescos para saborear. De repente, ouvi o toque de meu celular e sorri genuinamente ao ver o número de Shin Donggyu.
— Donggyu! — exclamei animadamente, com um sorriso formado em meus lábios.
— Oi, Hyu. Tudo bem com você? — perguntou o mais velho, sua voz cheia de preocupação.
— Eu que pergunto. Você parece preocupado. Eu tô bem, sim. — ri, ajeitando-me no sofá e imaginando o que aconteceu para toda essa preocupação.
— É que ontem você passou o dia todo sumido e até agora não respondeu às minhas mensagens. Como você quer que eu não me preocupe? — Donggyu pareceu um pouco irritado, fazendo-me engolir a seco.
— Ai, me desculpa. É que ontem eu dei uma geral aqui no apartamento e, quando terminei, caí no sono. — ri de forma descontraída, tentando esconder a vergonha que senti. — Enfim, como tá a sua perna?
— Ainda sinto um pouco de dor, e é desconfortável ter que ir ao banheiro, até mesmo deitar na cama. — reclamou o mais velho, quase em um gemido de dor. — EU ACABEI DE BATER A PORRA DO MEU PÉ NA MESA!!
— Você também tem que parar quieto, né. Aliás, vai processar a pessoa que te atropelou? — comentei, curioso.
— Não dá. A pessoa que me atropelou é um pouco importante para mim… — sua voz insegura, demorando para escolher as palavras. — Ela é minha ex-namorada.
A explosão veio do nada, como se o mundo tivesse desmoronado no quarto ao lado. A televisão desligou repentinamente, assim como a minha ligação com Donggyu. O apartamento inteiro tremeu, acompanhado do som explosivo que tomou conta de tudo. A parede tremeu com tanta força que, por um segundo, achei que o prédio inteiro fosse ceder. O ar sumiu do meu peito, e o vaso de cristal com algumas flores em cima da mesa caiu, estilhaçando no chão.
— Que merda foi essa? — murmurei, sem entender direito o que estava acontecendo.
Levantei de um salto, com o coração batendo descontroladamente. Meus ouvidos zuniam, e o som de coisas caindo no quarto ao lado só aumentava minha confusão. Corri até a porta do meu quarto, já que o som vinha de lá, e, no momento em que a abri, o cheiro de queimado entrou rapidamente pelas minhas narinas. A fumaça, infestando todo o meu quarto, começou a transbordar para a sala, fazendo-me ver o enorme estrago. A parede estava em pedaços, minha cama despedaçada e metade do cômodo em chamas, assim como o quarto do vizinho, grudado ao meu. Era impossível não ouvir os gritos — gente pedindo ajuda, pessoas presas em meio ao fogo que já havia consumido metade do outro lado. Senti o pânico crescendo dentro de mim. Eu não sabia direito o que fazer, até que ouvi fortes batidas na minha porta. Alguém a abriu com força e entrou.
— Seunghyun! Você tá bem!? — Jackson Miller correu em minha direção, pegou na minha mão e tentou me puxar para fora. — O prédio vai desabar.
Meus olhos estavam arregalados. Não consegui reagir, apenas segurei sua mão com força e corri ao ver que as paredes e o teto tremiam sem parar, com o pó do concreto saindo das beiras das lâmpadas e até mesmo dos quadros pendurados. O corredor estava um caos, os detectores de fumaça molhando todos que corriam desesperadamente — todos fora de si. Minha mente estava confusa, tão confusa que não fui capaz de avisar um grupo de adolescentes que entrar no elevador não era uma boa ideia. Só consegui fechar os olhos e tentar ignorar o som dos gritos enquanto eles eram prensados pela força da camada de aço caindo sobre eles. Jackson Miller foi o primeiro vizinho que falou comigo no dia em que me mudei, e o primeiro a me buscar para fugir junto com ele. Eu o olhava, meus olhos cheios de lágrimas, completamente agradecido por sua empatia. Os andares de cima começaram a desabar, mas estávamos à frente de uma enorme multidão que corria atrás de nós.
As pessoas se empurravam, correndo pelas escadas, e o cheiro de queimado ficava cada vez mais insuportável. Cada passo parecia me afastar de tudo o que conhecia e, quando finalmente cheguei lá fora, senti o ar encher meus pulmões. Minhas pernas, porém, tremiam tanto que achei que fosse desabar. Parecia o inferno, mesmo quando fomos acolhidos pelos bombeiros e tivemos de assistir àquele enorme prédio, que era um lugar tão importante para mim, se desfazer. Jackson me abraçou, e eu retribuí, mesmo que fosse levemente desconfortável abraçar um homem com quase dois metros de altura.
— Tudo vai ficar bem, Seunghyun. Você tá bem e está vivo. — disse ele, acariciando minha cabeça enquanto me apertava fortemente.
— O que… O que aconteceu? — perguntei, com a voz trêmula, enquanto buscava forças para me afastar.
— Eu também não entendi, mas o seu apartamento foi o único que não foi afetado completamente pela explosão. — Jackson estava nervoso, suas mãos tremiam enquanto me soltava. — Eu tive mais sorte porque o meu apartamento fica em frente ao seu e do lado direito, mas a explosão toda foi do lado esquerdo.
— O prédio tem tantos andares, mas dá pra contar nos dedos quantas pessoas estão aqui fora… — falei, em um tom triste, secando as lágrimas enquanto observava o desespero das pessoas. — Os repórteres… Eu preciso avisar minha melhor amiga que estou bem!
Tirei o celular do bolso, com as mãos trêmulas, e tentei ligar para ela. Chamou, chamou, mas nada. Nenhuma resposta. Comecei a andar em círculos, pensando no estado em que ela se encontrava, provavelmente preocupada comigo, assim como todas as pessoas que me conheciam. Lee Hankyeom e Kang Eunhoo provavelmente ainda não sabiam de nada; eu morava muito longe deles para que a notícia chegasse, e não dividíamos o mesmo fuso horário. Com certeza eles estavam dormindo.
— Seunghyun! Seunghyun, Seunghyun! — a voz de Camilla, cheia de desespero, seus olhos marejados; ela me segurou em um forte abraço, quase me jogando no chão. — Eu vim correndo assim que soube. Eu fiquei com tanto medo de perder você. Eu amo você, Seunghyun. Não morre agora, por favor.
Senti um nó na garganta. Não sabia o que dizer. Eu tinha perdido quase tudo, mas vê-la preocupada comigo doía mais do que qualquer outra coisa. Eu a abracei com a mesma intensidade, afundando meu rosto em seu ombro e deixando todas as lágrimas saírem de uma vez só, um choro que eu nunca havia experimentado.
— Vai ficar tudo bem. — ela sussurrou, mesmo sem parecer acreditar muito no que dizia. — A gente vai superar isso… juntos.
Eu apenas assenti, as lágrimas escorrendo e molhando a manga de sua blusa. Enquanto olhava ao redor, observando as chamas que ainda queimavam, os destroços e o caos, percebi que, apesar de tudo, eu estava vivo. E isso era tudo o que importava.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 27/06/2022.
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A luz crepuscular do sol iluminou a vasta cozinha, tingindo paredes e móveis de um tom alaranjado. Christopher Bahng e Lee Yongbok se esforçavam para deixar tudo perfeito. Metade das comidas já estava pronta, mas algumas ainda precisavam de tempo. Enquanto mexia a massa do brownie, Christopher se distraiu, pensando na reação de Lee Hankyeom ao ver tudo o que ele havia preparado. As mãos tremiam levemente, e a certeza de que não poderia esquecer os presentes dela o fazia suar frio.
Felix lançou um olhar de canto, mantendo o rosto voltado para frente. Os lábios tremeram antes de se formarem em um sorriso. Fazendo algumas bolinhas de massa de cookie, ele soltou uma risada baixa.
— Vai tentar esconder seu nervosismo até quando? Até entrar em desespero? — perguntou Felix, colocando a bandeja no forno.
— Nervoso? Eu? — Christopher riu, mas o som saiu mais tenso do que pretendia.
Yongbok arqueou uma sobrancelha e, com um sorriso, pegou o pote de massa de cookie. Entregou uma colher a Christopher.
— Se isso é não estar nervoso, imagina se estivesse quase em pânico. Vai dar tudo certo, irmão.
— Ela nunca veio aqui antes. E, sabe, ela mora em uma mansão. Não dá nem pra comparar. — Christopher comeu um pedaço da massa de cookie crua enquanto se aproximava da cadeira. — Só quero causar uma boa impressão, entende?
— Você gosta mesmo dela, né? — Felix sorriu, colocando a forma de brownie no forno. — Nem tem como mentir, irmão.
— Gosto, mas tenho medo de amar muito e ela enjoar de mim. Não entendo como ela pode gostar de mim. — Christopher suspirou, sentando-se e fixando o olhar no chão. — Eu não sou do mesmo nível que ela. Raramente recebe críticas, enquanto eu…
— Por que você se coloca para baixo o tempo todo? Irmão, tantas pessoas…
— Vamos esquecer isso. — Christopher interrompeu, levantando-se e indo em direção à pia para lavar o pote.
Por que esse encontro mexia tanto com ele? Seus sentimentos por Hankyeom não eram mais um segredo para os garotos, para ela, nem para si mesmo. Vagando em sua própria mente e analisando seus pensamentos sobre a mais nova — o que o levava a enlouquecer — desejava que um dia fosse capaz de realizar todos os desejos de Hankyeom, assim como tudo o que sua mente o fazia imaginar com ela. Pensar um pouco em situações confortáveis e amorosas fez com que seu nervosismo o deixasse em paz.
Enquanto Christopher se ocupava com a louça, o mais novo pegou o celular e seguiu para a sala, sentando-se no sofá com as pernas cruzadas. Ele reclinou as costas e relaxou, fechando os olhos por um momento. Yongbok observava preocupado o estado de seu melhor amigo, que parecia nunca conseguir aumentar sua autoestima, sabendo que levaria tempo até que Chris se sentisse satisfeito consigo mesmo.
— Você acha que ela vai gostar de tudo o que preparamos? — perguntou Christopher, aproximando-se, um pouco inseguro.
— Você sabe que ela não vai ligar para nada disso, né? — Felix disse de repente, rindo. — Ela está vindo para ver você, não a comida.
Antes que Christopher pudesse responder, o som da campainha interrompeu a conversa. O coração dele deu um salto no peito. Ela tinha chegado. Felix olhou para o mais velho, esperando que ele dissesse algo sobre a chegada de Hankyeom. Apenas um sorriso genuíno pôde ser visto.
— Ela chegou! — exclamou Christopher, pulando de alegria como uma criança. — Melhor eu abrir a porta, né? Calma, eu preciso parecer sério e maduro.
Yongbok riu da brincadeira do amigo, então voltou a olhar para o celular. Christopher suspirou, dando passos rápidos em direção à porta. Ele colocou sua mão sobre a maçaneta e, com a outra, girou a chave, respirou fundo e abriu a porta sorrindo de forma genuína.
— Hankyeom!? Que bom que chegou! — Christopher olhou para ela da cabeça aos pés, analisando tudo o que vestia. — Você está deslumbrante.
— Obrigada, Chan-ah! — Hankyeom sorriu, sentindo suas bochechas esquentarem. — E você é magnífico como uma obra de arte. Enfim, é uma pena que poucas pessoas tenham paciência para parar e observar essa linda escultura... — disse ela, aproximando-se dele aos poucos, tocando suas mãos no rosto do mais velho. — Sabe o lado bom disso, Christopher? É que assim, eu posso ser a única a vislumbrar e compreender essa arte.
— E-Eu não… — gaguejou Christopher, suas orelhas ficando vermelhas enquanto mantinha contato visual com ela; seus olhos presos aos dela. — Sei o que dizer. Isso é lindo, Hankyeom. Não tem como recusar um elogio desses.
— Que bom, Chris! É pra aceitar mesmo. — a mais nova sorriu docemente e, de repente, o abraçou com força.
O corpo de Christopher tremeu, assustado com o abraço surpresa. Seus pelos se arrepiaram ao sentir as frias mãos de Hankyeom subirem por baixo de sua camisa: as pontas de seus dedos tocando suas costas delicadamente. Ele demorou alguns segundos para retribuir o ato de carinho, mas, quando reagiu, envolveu a cintura de Hankyeom com seus braços, apertando-a com firmeza, apoiando seu queixo em seu ombro. Era como se todos os seus problemas tivessem desaparecido, tendo certeza de que os braços dela eram o seu lugar. Ela encostou o nariz no pescoço do mais velho, sentindo-se satisfeita com o cheiro do perfume. De repente, soltou um gritinho e o corpo de Bang Chan.
— F-Felix? Que susto! Eu nem te vi aí. — Hankyeom olhou para Felix e depois para Christopher, seu rosto corando.
— Tudo bem! Eu já vou, só queria ver você antes. — ele se levantou do sofá com um sorriso caloroso e a abraçou de forma desajeitada. — Espero que vocês se divirtam bastante!
— Nós vamos. Obrigado, Felix. — Christopher deu alguns tapas nas costas dele e sorriu gentilmente. — Muito obrigado, mesmo, tá!?
— Já vai? Poxa. — Hankyeom fez uma expressão triste, mas logo sorriu. — Bom, obrigada por ter ficado um pouco só pra falar comigo.
— Aproveitem muito, tá? Aliás, vocês estão sozinhos. — um sorriso pervertido se formou no rosto de Yongbok, e ele passou pela porta antes que o mais velho reclamasse.
— Estamos sozinhos? — perguntou Hankyeom, passando por trás de Christopher, que fechava a porta.
— Sim, estamos. Os meninos saíram porque marcaram um compromisso há muito tempo, mas, se não tivessem nada, com certeza estariam aqui pra comemorar com a gente. Eles gostam muito de você. — Christopher sorriu para ela, pegou a bolsa que estava pendurada no ombro dela e colocou no pendurador pregado na porta. — Sinta-se em casa. Pode sentar no sofá. Eu vou pegar o que preparei.
— Não quer ajuda!? — disse ela, fazendo contato visual com o mais velho.
— Eu faço questão de te servir, Hankyeom. — ele sorriu gentilmente, então correu antes que ela tentasse de novo.
— Eu adoro homens assim, sabia? É bem excitante ser servida por um cara gostoso. — a mais nova falou em um tom alto e provocativo; ele precisava ouvir.
Da cozinha, Bang Chan congelou por alguns segundos, pego de surpresa com a fala da mais nova. Ele engoliu seco, sentindo a tentação o abraçar em um forte e quente abraço. Tentando voltar ao foco, pegou uma enorme bandeja e colocou as comidas que iria servir antes da sobremesa, então as levou até a sala e colocou sobre a baixa mesa de madeira em frente ao sofá.
— Que cheiro maravilhoso, Chris. Uma pena que perde para o seu. — Hankyeom esfregou as mãos uma na outra, e seus olhos brilharam com as comidas. — Minha barriga tá roncando.
— Você também tá cheirosa. Doce como eu gosto. — Christopher sentou ao lado dela, entregou os hashis e pegou os seus. — Que tal assistirmos Rapunzel? É o seu filme favorito, não é?
— Sim! Como você sabe? — a mais nova sorriu e falou em tom animado.
— Sempre que dá, você fala dela. — O mais velho riu um pouco sem graça, olhando para ela.
— Nossa. — Ela desviou o olhar, com medo de parecer desagradável. — Me desculpa. É que eu gosto tanto da Rapunzel que…
— Tudo bem. Eu gosto de te ouvir, Hankyeom. — Ele tocou o rosto dela com a ponta dos dedos, tirou alguns fios de cabelo da sua boca e ajeitou o corpo para mais perto. — Vamos comer agora, princesa.
Hankyeom assentiu, esperando que Christopher colocasse sua própria comida primeiro, mas ele, com um sorriso, decidiu servi-la antes. Pegou o controle remoto e colocou o filme favorito dela, enquanto ambos se acomodavam para comer. Christopher, concentrado em cada garfada, parava de vez em quando para perguntar se ela estava gostando. A sala estava envolta em uma atmosfera carregada, uma sensação que ia além da simples comemoração do seu décimo nono aniversário. O silêncio entre eles era convincente — seus olhares e sorrisos diziam tudo.
— Gostou da comida? Eu preparei tudo só pra você. — Christopher perguntou, um sorriso radiante iluminando seu rosto.
— Eu adorei, Chan-ah! Está delicioso. — Hankyeom respondeu, sorrindo de volta, antes de se inclinar mais perto. — Você me ama muito, não é?
— Você acha que eu te amo? — Ele assumiu uma expressão séria, olhando profundamente nos olhos dela.
— Vai mentir para mim, Christopher? — Ela também ficou séria, sustentando o olhar.
— Não, não vou. — Christopher sussurrou, mordendo levemente o lábio inferior enquanto se aproximava, suas testas encostando suavemente. — Eu amo você.
O coração dela acelerou, sincronizando-se com o dele. Era como se o silêncio falasse, expondo uma atração mútua que vinha de dentro. Com um sorriso gentil, Hankyeom segurou o rosto de Christopher entre as mãos, acariciando suas bochechas com os polegares enquanto suas testas permaneciam juntas.
— Eu também amo você… mas o cheiro de baunilha vindo da cozinha está me deixando com mais fome. — Ela sussurrou, olhando nos olhos dele. — E eu não quero devorar você… ainda.
Christopher riu, beijando suavemente a testa dela antes de se levantar. — Tudo bem, princesa. — Ele disse, os lábios curvados em um sorriso. — Mas… esfriou ou eu estou ficando maluco?
— Parece que esfriou mesmo… Por que não pega um lençol para nós dois e ficamos aqui agarradinhos, hein? — Comentou Hankyeom em tom animado.
— Boa ideia, princesa! — Ele concordou com um sorriso amigável e foi para a cozinha.
Caminhando em direção à cozinha, Christopher se esforçava para segurar os risos e sorrisos que queriam fugir. No instante em que retirou a bandeja de cookies e brownie do forno, o cheiro de baunilha e chocolate se misturou, transbordando pela cozinha e chegando à sala, fazendo com que Hankyeom sentisse o sabor na ponta de sua língua. Ele retornou à sala, sua expressão de satisfação deixando a mais nova curiosa para experimentar.
— Que esteja bom. — Desejou Christopher, sua voz levemente tensa e insegura, enquanto apoiava a bandeja em cima da mesinha. — Agora vou lá pegar o lençol.
— É claro que está. — Os olhos de Hankyeom brilharam ao ver seus biscoitos favoritos, preparados por Christopher, fazendo com que ela quase babasse. — Mas, Chris, eu vou te esperar aqui para comermos juntos, tá bom?
— Ah, ok! — Christopher respondeu de forma descontraída e em tom levemente alto, sorrindo docemente.
Hankyeom ficou de perto olhando para os cookies, "paquerando-os" e pensando no sabor que demorava a chegar em sua boca. Antes que Bang Chan voltasse, ela teve um pequeno surto de felicidade ao perceber que tudo estava dando certo, pensando em como dezenove anos é a idade perfeita.
— Dezenove anos! Eu amo ter dezenove anos! — Exclamou Hankyeom, rindo de felicidade.
— Você realmente tá gostando de ser maior de idade, né? — Christopher soltou uma risada descontraída, aproximando-se com um lençol e sentando-se no sofá, cobrindo o corpo dos dois.
— Uhum. — Ela sorriu, então pegou a bandeja e encostou seu corpo no dele, ficando bem próxima. — Eu tô amando passar o tempo com você, Chan-ah.
— Isso me deixa tão aliviado, lindinha. — Ele retribuiu o sorriso, então tocou no nariz dela com o dedo indicador e pegou os cookies. — Prova primeiro.
— Posso te provar primeiro? — Hankyeom falou seriamente, sorrindo para ele.
— Você é bem ousada. — Christopher riu, a ponta das orelhas ficando vermelhas, assim como suas bochechas. — Claro que pode.
No momento em que ela se aproximou para dar um beijo no mais velho, começou a tocar "Vejo Enfim a Luz Brilhar" do filme Rapunzel, e Hankyeom afastou seu rosto do dele, começando a cantar. Christopher franziu o cenho, mas não conseguiria ficar chateado vendo a mais nova cantar com um lindo sorriso no rosto. Ela parou de cantar para comer os cookies, maravilhada com o sabor de baunilha e as gotas de chocolate que derretiam na boca.
— Que biscoitos deliciosos, Chris! — Ela sorriu, completamente surpresa com o sabor.
— Você gostou? Ai, que bom! — Ele também sorriu, ficando mais contente a cada segundo.
O filme terminou, assim como o pote de cookies e brownie. Eles se entreolharam e sorriram ao mesmo tempo. Christopher entregou o controle da televisão para ela, que logo colocou uma playlist no Spotify com músicas que os dois adoravam. De repente, Bang Chan levantou-se do sofá em silêncio, foi até a cozinha e voltou com uma garrafa de vinho e duas taças.
— Quando eu apareci de surpresa na sua casa e perguntei a primeira coisa que você queria fazer quando completasse os dezenove anos, você me disse que queria beber. — Christopher sentou-se de frente para ela, encheu uma taça e entregou à protagonista. — Então, eu quero ter certeza de que você vai beber com pessoas legais, e não com desconhecidos.
— Ah, você não quer que eu beba com qualquer pessoa, né? — perguntou Hankyeom, aceitando a taça e esperando ele se servir.
— Eu odiaria te ver bebendo com outra pessoa. Talvez eu seja um pouco ciumento, mas o que eu posso fazer, não é mesmo? — Ele encheu a taça com a mesma quantidade que a dela, sorrindo amigavelmente. — Eu comprei um dos melhores, então espero que você goste.
Com um pouco de receio, Hankyeom aproximou a taça de seus lábios e demorou um pouco para beber, analisando a expressão no rosto de Christopher. Ela sorriu, então experimentou um gole do vinho e arregalou os olhos.
— Nossa, Chris. Isso é muito bom. — exclamou Hankyeom em uma voz cheia de gosto. — Isso realmente está muito bom!
— Que bom que você gostou, Yemy. — Christopher descansou uma de suas mãos na coxa dela e deu um gole em seu vinho. — Eu tenho dois presentes para você, princesa.
— Mais? — perguntou a mais nova, em um tom cheio de surpresa.
— “Mais?” Mas… — Ele desviou o olhar, levemente confuso, tentando lembrar dos outros presentes. — Mas eu ainda não te presenteei com nada.
— Nossa! Eu achei que meu presente fosse o dia com você e o vinho. Então, não? — Ela riu, um pouco sem graça ao achar que tudo era um presente. — Eu sou muito boba.
— Espera aí. — Christopher deixou a taça em cima da mesinha, levantou-se e correu até o seu quarto, voltando com duas caixas: uma pequena e outra de tamanho médio. — Prontinho, prontinho.
— Você gastou dinheiro comigo, Chris!? — Hankyeom fingiu estar surpresa, então sorriu. — Eu me sinto um pouco envergonhada com isso, mas não tem como não gostar!
— Olha, eu não sabia muito bem o que te dar, mas sei que você gosta bastante de acessórios, e como eu nunca te vi usando esse… — O mais velho entregou a menor caixa, com uma expressão insegura em seu rosto. — Eu realmente espero que você goste.
Hankyeom abriu a pequena caixa, e um enorme sorriso surgiu em seu rosto. — Uma Swarovski!? Que lindo! Que colar lindo, Chris!
— Que bom que você gostou! Eu imaginei que ficaria lindo em você, então precisei comprar. — Christopher riu, um pouco envergonhado, e pegou o colar da mão da mais nova, colocando-o em seu pescoço. — Eu sabia que você iria ficar maravilhosa com esse colar.
— Aff, eu fico boba com você, Christopher. — declarou Hankyeom, com um riso contido. — E essa caixa maior?
— É… — Ele suspirou e entregou a caixa, evitando contato visual. — Eu não achei um parecido, e comprei esse médio porque não acharia justo um maior que o meu.
— Maior que o seu…!? — Ela franziu o cenho, então olhou para a caixa mais uma vez, tentando imaginar o que poderia ser antes de abrir.
Sem conseguir pensar em absolutamente nada, Yeomie gargalhou nervosa e abriu a tampa da caixa. Abriu a boca, surpresa. A protagonista olhou para Channie, depois para o presente, então o tirou de dentro da caixa e passou a ponta dos dedos, sentindo cada detalhe.
— Um brinquedinho sexual para mim? Isso é tão gentil da sua parte. E um igual ao que você quebrou… Eu tinha até me esquecido disso, sabia? — mencionou Hankyeom, com um sorriso pervertido em seu rosto. — Muito obrigada, Chan-ah.
— Esquecido? O Eunhoo me disse que você comentava o tempo todo sobre o tentáculo que quebrou. — riu Christopher, expressando-se de forma sarcástica.
— A-Ah… fofoqueiro! — Suas bochechas ficaram avermelhadas, enquanto evitava fazer contato visual com Christopher.
Bang Chan gargalhou, com uma risada que soltava mais ar do que fazia som, enquanto olhava fixamente para Hankyeom, que ainda segurava o brinquedo sexual na mão. A música de fundo fez com que o clima mudasse em questão de segundos. A graça acabou, e a mais nova olhou em volta, observando a luz amarelada de um abajur que iluminava apenas metade da sala, e o reflexo da lua, que entrava pela janela e batia no canto do sofá. Envergonhada, ela colocou os dois presentes em cima da pequena mesa de madeira e sorriu lindamente para ele. Mas, ao perceber que ele continuava com os olhos fixados nela, com um sorriso quase feito em seu rosto, sentiu-se intimidada e pegou um pouco mais de vinho para disfarçar.
— Conversa comigo, princesa. Antes você não estava tímida… — Christopher sorriu de canto, observando o vinho se mover dentro de sua taça. — A bebida te deixa com vergonha? Essa é nova pra mim.
— Ah… sim! Vamos conversar como dois adultos. — respondeu Hankyeom, dando um gole no vinho e sorrindo. — Como foi o seu dia ontem?
— Eu que pergunto. Ontem foi seu aniversário. — Ele continuou a olhar para ela, às vezes desviando o olhar para analisar seu corpo.
— Ontem foi muito bom, Christopher. O Eunhoo me levou para vários lugares legais, e eu gostei muito. Acho meio difícil sentir saudade da minha família tendo um amigo como ele. — Seus olhos brilharam ao citar seu melhor amigo, sorrindo amigavelmente.
— Você tá ficando vermelhinha com esse vinho. — O mais velho colocou a taça em cima da mesa, aproximou-se dela com suas mãos na parte inferior das coxas da mais nova e abriu levemente suas pernas. — Se você ficar bêbada, provavelmente vou ficar mal se não conseguir me segurar mais. Eu não quero que você se esqueça de mim realizando os seus desejos, Hankyeom.
Paralisada, Hankyeom sentiu seus pelos arrepiarem, e a atmosfera erótica caiu sobre os dois. — Pode ter certeza de que eu estou mais excitada do que bêbada, Christopher. — Ela deu um último gole e colocou a taça na beira da mesa, quase a derrubando.
Gentilmente, Christopher foi se aproximando do corpo da mais nova, seus olhos fixados em seu pescoço, capturado pelo cheiro que tanto o atraía. Por outro lado, Hankyeom esperava ansiosamente pelo que ele iria fazer com ela, desejando sentir sensações extremas como um ótimo presente. Ele começou com beijos delicados no pescoço da bailarina, sentindo a tensão sexual entre os dois aumentar. Ao olhar rapidamente para baixo e ver que, sem pedir, ela já desabotoava os botões da blusa, o mais velho riu, o ar da risada fazendo com que os mamilos dela endurecessem.
— Você é bem esperta, sabia?
— Me sinto lisonjeada, Chris.
Ela envolveu os braços ao redor do pescoço de Christopher, puxando-o para um beijo profundo e cheio de desejo. O toque suave dos lábios dela contra os seus fez seu coração disparar. Ele reagiu prontamente, suas mãos firmes deslizando pela cintura dela, antes de segurá-la com força e trazê-la para seu colo. O corpo dela se encaixou no dele com naturalidade, como se não fosse a primeira vez que eles fizessem isso confortavelmente, e a atração que sentia se manifestou claramente na rigidez dentro de sua calça.
O beijo se intensificou, suas línguas se encontrando em uma dança lenta e sensual, que parecia aumentar a temperatura entre os dois. Cada separação para respirar chegava acompanhada de um estalo agradável, como se o ar fosse uma pausa inesperada para seus sentimentos, mas necessária aos corpos. As respirações se tornaram mais pesadas, ofegantes e carregadas de um tesão excêntrico. Hankyeom, sentindo o calor do corpo do mais velho atingir o seu, começou a se mover suavemente sobre seu colo, sentindo a ereção que antes parecia menor crescer mais.
Christopher, com os olhos semicerrados, a olhou carinhosamente, suas mãos explorando as costas dela enquanto seus corpos se ajustavam a cada movimento, sem espaço para diálogos — apenas para o toque e a sensação que ambos desejavam desde o início. Ela sorriu docemente para ele, acariciando o rosto do mais velho delicadamente enquanto sentia suas mãos descerem até seus glúteos. Hankyeom puxou seu sutiã para baixo, seus seios sobressaindo sobre a roupa íntima e chamando a atenção do idol, que aproximou seu rosto para alcançar um dos mamilos, umedecendo o esquerdo primeiro com sua língua e depois o aquecendo com o resto da boca. Ela gemeu de forma prazerosa.
Enquanto chupava os mamilos da mais nova constantemente, suas mãos se esforçavam em desabotoar os botões e abrir o zíper do short jeans que ela usava. Ela levantou o corpo rapidamente, abaixou o short até seus joelhos e deixou sua calcinha à mostra.
— Da minha cor favorita ainda? Você já esperava por isso, sua safada. — Christopher mordeu os lábios enquanto olhava, com um sorriso perverso, para a calcinha de cor preta.
— E se eu disser que sim? Sempre vou estar preparada para uma foda nossa, Chris. — Hankyeom falou em um tom baixo, quase um sussurro.
— Alguém já te masturbou? — perguntou o mais velho, dando alguns tapas de leve por cima da calcinha dela. — Hein?
— Não, eu sempre quis que você fosse o primeiro. — respondeu a mais nova, timidamente.
— Que bonitinha. E você vai trocar seus brinquedos por mim, não vai? Não quero que use eles sabendo que me tem. — sugeriu Christopher, massageando o clitóris dela por cima da calcinha, olhando seriamente para o fundo de seus olhos. — A não ser que eu possa assistir você…
— Você tá me fazendo ficar com vergonha. — Hankyeom tampou seu rosto, segurando os gemidos.
Ele achou graça da reação de Hankyeom, então ficou em silêncio ao perceber que a estava deixando levemente envergonhada. A masturbando por cima da calcinha, sua mão entrou aos poucos por dentro da roupa íntima, brincando com seu dedo indicador no clitóris dela, pressionando e esfregando para cima e para baixo — ela deixou seus gemidos escaparem. Bang Chan passou a ponta de seus dedos suavemente por cima de toda a parte íntima, enquanto a beijava intensamente, ficando animado a cada ação entre os dois. Ao sentir toda a região molhada, ele introduziu seus dedos lentamente, com movimentos controlados, indo até onde conseguia. Cuidadosamente, deitou o corpo da protagonista sobre o sofá, ficando por cima, enquanto a velocidade de seus dedos dentro dela ganhava cada vez mais força. Christopher sorriu ao perceber a delicadeza nas reações de Hankyeom, suas bochechas corando com a intensidade do momento. Com sua outra mão, suavizou o toque pelo seu rosto, que desceu até seus seios; apertando-os sem machucá-los, como se quisesse memorizar cada sensação, toque e reação. Os lábios deles se encontraram novamente, o beijo transbordando de um desejo que estava sendo contido há muito tempo. As mãos de Christopher deslizaram pela cintura dela, antes que ela alcançasse seu clímax, fazendo com que as pernas da bailarina parassem de tremer.
— A-Ah, Chris… você não fez isso… — murmurou Hankyeom, revirando os olhos.
— Não tenho pressa. — sussurrou Christopher, próximo ao ouvido dela. — Se você segurar, vai ser mais gostoso na hora de sair tudo.
Ele beijou a testa da mais nova, então voltou suas mãos ao quadril de Hankyeom, descendo cada vez mais até sua parte íntima. Seus dedos voltaram a explorar profundamente seu interior, provocando tremores mais fortes no corpo dela. Ela mordeu o lábio, tentando conter os sons que queriam escapar, mas o contato era tão intenso que não poderia ser ignorado. Christopher inclinou-se mais, seus lábios se movendo até o pescoço dela, deixando alguns beijos suaves que a faziam arquear levemente o corpo. Ela segurou as costas do mais velho com firmeza, fazendo um pouco de força para se aproximar de seu ouvido.
— Eu não quero te deixar sozinho nessa, meu amor. — mencionou Hankyeom, sua voz trêmula.
A voz de Hankyeom dizendo “meu amor” ecoou inúmeras vezes dentro da cabeça de Christopher, fazendo com que suas pupilas dilatassem e as batidas de seu coração ficassem cada vez mais rápidas. De repente, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios, então afastou-se do corpo dela.
— Quer fazer isso por mim? — Christopher olhou para sua ereção, ainda sorrindo de forma maliciosa.
— Com certeza. — Ela ficou de joelhos em questão de segundos, permanecendo de frente para ele. — Eu esperei tanto por esse momento, Chris…
Ela abaixou o short e a cueca de uma vez só, fazendo com que a ereção saltasse para fora; seus olhos fixados no que ela sempre desejou ver, experimentar e tocar. Com cuidado, passou a ponta de seu polegar sobre a glande, um pouco molhada com o pré-gozo, e sorriu perversamente ao ouvir o som de Christopher — um quase gemido. Hankyeom começou a espalhar beijos delicados sobre todo o membro, sentindo cada detalhe antes de começar sua brincadeira. A mais nova cobriu a cabeça rosada com sua boca, fazendo movimentos circulares com a língua e também para cima e para baixo, olhando para o mais velho, que gemia baixinho; um quase choro.
— Caralho, Hankyeom. — gemeu Christopher, sorrindo de satisfação com as sensações. — Tem como você me chupar todo dia?
Ela levantou a cabeça, então sorriu. — Eu voltei a morar sozinha, então todo dia eu estou livre para você.
— CARALHO, CHEGAMOS NA HORA ERRADA! — berrou Han Jisung, completamente assustado com a situação.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 26/06/2022.
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No banho, pude ouvir o som da chuva caindo do lado de fora e senti um frio na barriga ao imaginar que isso poderia atrapalhar a comemoração do meu aniversário. Retornei o foco ao banho demorado — esse cheiro de ovo podre não sai de mim de jeito nenhum. Que péssima ideia Kang Eunhoo teve ao me acordar jogando uma caixa de ovos inteira em mim! O lado bom é que ele decidiu arrumar o quarto com toda a bagunça, mas percebi que tirar o cheiro do meu corpo não seria tão fácil quanto pensei.
— Que ideia de bobo, Kang Eunhoo… — murmurei, esfregando a bucha de banho pela oitava vez só nos meus braços. — Que ideia genial, Eunhoo…
O odor diminuiu após tantas lavadas, mas aquele maldito cheiro ainda parecia se esfregar em meu nariz. Acredito que seja apenas algo da minha mente, mas isso não muda o fato de que ainda me incomoda. Saí de dentro do box, peguei a toalha pendurada e comecei a me secar, pensando nos lugares onde meu amigo iria me levar. Vesti um top de manga curta, com detalhes franzidos na parte da frente, botões centrais e um pequeno recorte na parte do meu busto. Passei pelas minhas pernas uma saia curta com pregas e um cinto de fivela largo. Sentei-me no vaso sanitário e puxei meus calçados novos para perto, um par de sapatos com saltos de tamanho médio, acabamento brilhante e alça no peito do pé.
Quando me aproximei do celular para desligar a música que estava ouvindo durante o banho, Christopher Bahng começou a me ligar, e meu coração acelerou — mesmo que eu já esperasse que fosse por causa do meu aniversário.
— Chris… Christopher? — falei em um tom amigável, um pouco ansiosa.
Nada foi dito, apenas uma respiração ofegante e um som ambiente completamente calmo. Sua respiração ecoava pelo cômodo. Eu congelei, sentindo-me nervosa com a situação.
— Hankyeom… — ele gemeu, mas não propositalmente, um gemido inesperado que soltou ao tentar me chamar.
— Chris? O que você está fazendo? Estou ficando assustada. — Minha voz estremeceu e eu mordi os lábios, nervosa.
— Pode me atender em chamada de vídeo? — Ele demorou a responder, mas quando o fez, sussurrou.
— É… Sim! É claro que posso! — exclamei, excitada para saber o que ele estava fazendo. Pode ter certeza, meus pensamentos são sujos.
Engoli seco, pensando se finalmente havia chegado o momento de ver o que eu sempre imaginei. Salivei imaginando o tamanho, a sensação de pegar, a cor — eu estava ansiosa para ver Chris excitado e se masturbando para mim. Sentei-me no vaso sanitário, sentindo meu coração quase sair pela boca, e aceitei a chamada de vídeo. Estava tudo escuro na câmera dele.
— Agora espera só um pouco, porque o que vou te mostrar tem que ser de longe, tá? — disse Christopher, com a voz mais baixa, provavelmente por causa da distância.
— Tá! — gritei, tremendo uma das pernas, ansiosa por ele.
De repente, a luz se acendeu e fui capaz de ver todos os membros do Stray Kids em uma pose em conjunto. Eu não acredito que imaginei tudo errado. Lee Yongbok correu para um canto, e então uma música alta começou a tocar: era um remix de “Pity Party”, da Melanie Martinez. Segurei o riso. Em sincronia, todos começaram a dançar no ritmo da música. Era tanta informação que eu tentava entender o que realmente estava acontecendo. Seo Changbin tornou-se o centro, fazendo um passo de hip hop e guiando os outros membros a fazerem o mesmo. Hwang Hyunjin e Kim Seungmin entraram na frente de Binnie, esforçando-se para fazer um passo de balé completamente perfeito. Eles perderam o equilíbrio, mas não caíram. Yang Jeongin, nas costas do mais velho entre eles, balançava uma fita roxa e fazia outros movimentos enquanto Christopher o levava para vários cantos. Han Jisung e Lee Minho apareceram com dois lança-confetes e estouraram enquanto todos gritavam “Feliz Aniversário” ao mesmo tempo. Eu não sabia se chorava de felicidade ou continuava sem reação; estava completamente perdida naquela chamada de vídeo.
Christopher escorregou até o celular, pegou-o e sorriu para mim.
— Gostou? — Ele se aproximou dos membros, ainda sorrindo.
— Se eu gostei? Ah, é claro que gostei, mas fiquei um pouco confusa, sabe? Mas estou muito feliz! Foi lindo ver vocês dançando, mesmo que por menos de um minuto. — Ri, lembrando deles dançando ao som da minha cantora favorita. — Isso foi tão aleatório, mas eu amei.
— Sabíamos que você iria amar. Aliás, Bang Chan nos falou que essa tal de Melanie é sua cantora favorita. — Hyunjin, sempre convencido, como de costume.
— Eu que tive essa ideia, tá? — exclamou Felix, sorrindo de um jeito tão bonito que me fez sorrir também. — Sabia que você ia gostar, então planejei tudo isso.
— Isso foi muito fofo da parte de vocês, e me desculpem por ter atrapalhado o tempo de vocês com isso. — Levantei-me do vaso sanitário e saí do banheiro. — Muito obrigada, meninos.
— Não atrapalhou nada, Hankyeom. Nós que quisemos fazer isso, e também viemos mais cedo para fazer essa surpresa antes de começarmos o trabalho. — Changbin fez o sinal de “OK” para mim e sorriu gentilmente. — Estávamos cansados de tanto dançar pensando no que iríamos fazer para você. Por isso, estávamos tão ofegantes assim. Acho que esse detalhe estragou um pouco a nossa surpresa.
— Princesa, você… — Christopher afastou-se um pouco deles para falar comigo, sorrindo de um jeito um pouco diferente do normal.
— Ui, ui, ui! “Princesa”! — os meninos gritaram por cima dele, atrapalhando sua fala.
— Larga de palhaçada, vocês sete! — gritou Christopher, franzindo as sobrancelhas. — Que tal passar no meu dormitório amanhã à tarde? Podemos assistir a um filme juntos… Também quero cozinhar para você e te dar um presente.
— Um presente? Posso receber um spoiler? — Mostrei o maior sorriso da minha vida; aquilo me deixou muito feliz.
— Você é esperta. Se eu der mesmo que a inicial, você vai descobrir. — Ele sorriu meio sem jeito, mas tentou voltar ao foco. — Espero que você se divirta muito hoje. Mais tarde, conversamos mais, tá bom? Eu te amo.
— Eu também te amo, Chan-ah. Eu amo todos vocês! — gritei para que todos ouvissem.
Eles retribuíram o “eu te amo” e Christopher acenou para mim, despedindo-se com um lindo sorriso no rosto. Fui para a sala, com minha mente sendo consumida a cada passo pela surpresa que Chan faria amanhã. Aproximei-me de Eunhoo e sentei ao seu lado. Ele sorriu gentilmente para mim e perguntou:
— Podemos ir? Vou te levar para tomar café da manhã em uma das melhores cafeterias da Coreia.
— Podemos. Só vou pegar minha bolsa e já vamos. — Levantei-me de um salto, quase pulando do sofá, e corri até o meu quarto, que ainda fedia.
Depois que peguei todos os meus pertences, Eunhoo chamou seu motorista particular para nos levar até o local onde tomaríamos o café da manhã. Minha mente repetia várias vezes que agora tudo iria dar certo. Aliás, era a idade que eu sempre desejei ter, e agora finalmente faria tantas coisas. Também iria deixar a casa do meu melhor amigo. Pararia de perturbá-lo, mesmo que fosse triste para mim estar sozinha em uma grande mansão na maioria das vezes. Fiquei feliz ao saber que não seria mais um problema para Eunnie. Eu estava focada no celular, analisando os comentários sobre a revista que foi lançada com meu ensaio sexy e as fotos que já foram postadas no meu perfil do Instagram. Recebi comentários positivos e negativos, mas continuei me sentindo incrível.
— Chegamos, Hankyeom — disse Eunhoo, ao abrir a porta do carro e sair primeiro, esperando por mim.
— Ui, que lugar lindo! — meus olhos brilharam no instante em que pisei no chão e fechei a porta, despedindo-me do motorista. — Nossa, que vazio! Para estar assim, as comidas aqui devem ser bem caras, né?
— Que nada. Eu que mandei fechar o local só pra você — respondeu ele, pegando minha mão e me puxando para dentro.
— Meu Deus, amigo! — ri sem graça, surpresa com a situação.
— Você pode pegar, comer e beber tudo o que quiser — afirmou, orgulhoso por ter preparado tudo.
Assenti, sorrindo enquanto nos acomodávamos em uma mesa. Pegamos o cardápio ao mesmo tempo e rimos, felizes por estarmos juntos novamente. Com nossos pedidos em mente, chamamos a garçonete e fizemos os pedidos — o melhor é que eu iria comer de graça. Tudo parecia perfeito no melhor dia da minha vida. O início da minha comemoração de aniversário começava agora, mas meu coração palpitava tanto que parecia que já estava me despedindo de meu melhor amigo. Lembrar disso doeu um pouco meu coração, não de forma literal.
Comemos por bastante tempo e, depois de tanto, percebemos que já era hora de ir embora. Levantei-me, olhei ao redor, e o pensamento de tirar uma foto surgiu em minha mente. Eunhoo estava pagando a conta, então fiquei atrás dele, segurando minha bolsa e esperando que sua conversa com o garçom terminasse.
— O que foi? — ele me olhou, confuso.
— Tira algumas fotos minhas? E comigo também? — perguntei, balançando meu corpo nas pontas dos pés. — Por favor.
— Aham — respondeu ele, pegando meu celular da minha mão e esperando que eu fizesse alguma pose. — Cadê o sorrisão?
— Que sorrisão o quê! — exclamei, envergonhada. — Não fala assim comigo… parece um pai. Quero tirar foto nessa parede aqui.
— Tá, mas sorri — ele riu e mirou a câmera do celular para mim.
— Sorrir? Aff… — revirei os olhos, mas fiz o que ele pediu, esforçando-me nas poses.
Depois de algumas fotos, nos despedimos dos funcionários e fomos caminhando até o nosso próximo destino. Eunhoo disse que seria surpresa e que, por mais que eu implorasse, ele não me diria para onde estávamos indo. Comecei a reconhecer as ruas, becos e lojas ao nosso redor, e meus olhos se esforçaram para dar uma resposta ao meu cérebro: estávamos indo ao clube de patinação no gelo. O caminho ficava cada vez mais claro, tornando difícil para Eunhoo continuar escondendo a próxima surpresa.
— Agora você já deve saber para onde estamos indo — confirmou ele, olhando para mim.
— Eu sei? Não tenho certeza, mas estou me corroendo por dentro para não perguntar — gargalhei, um pouco nervosa, desviando o olhar. — Já estamos chegando?
— Sim, sim. Fecha os olhos — disse ele, já tampando-os.
— Ai, começou — suspirei, sentindo um nervosismo crescente. — Ainda bem que eu confio em você.
— Não parece — respondeu ele, de forma objetiva e seca.
Eunhoo começou a me guiar com cuidado e, de repente, senti uma mudança de ambiente: o ar-condicionado me envolveu friamente, e eu me arrepiei. Ouvi o som de lâminas deslizando no gelo e tive certeza: iríamos patinar no gelo. As mãos do meu amigo deixaram meu rosto, e eu sorri genuinamente, sem conseguir controlar.
— Vamos patinar — disse ele, indo até o atendente e pegando os patins do seu tamanho, assim como os acessórios de segurança.
— Me espera, amigo! — gritei, correndo atrás dele.
— Não consegue ficar sozinha por alguns segundos? Você que demorou muito — reclamou Eunhoo, enquanto colocava os patins.
— Óbvio que consigo, mas viemos para passar tempo juntos, né? — murmurei, estalando os dedos.
— É, pode-se dizer que sim — respondeu ele, rindo levemente, o que me fez sorrir também.
Peguei meus patins, sentei ao seu lado e os calcei. Fiquei um pouco triste ao descobrir que agora era obrigatório usar cotoveleiras, joelheiras, capacete e outros equipamentos de proteção. Eunhoo não parecia se incomodar, então tentei seguir seu exemplo e ignorar. Levantamo-nos, ansiosos para nos divertir em uma pista de gelo, depois de tantos anos sem patinar.
Começamos a patinar, tomando cuidado com as outras pessoas e tentando chegar ao lado mais vazio da pista. Quis registrar o momento, mas percebi que, se usasse o celular, talvez perdesse alguns momentos com meu melhor amigo. Decidi deixar as lembranças apenas na memória. Patinamos por uma hora e, depois, paramos para tomar um suco juntos. Conversamos sobre as vezes em que patinávamos quando crianças, junto de Chung Seunghyun, que tanto faz falta para mim.
Perdida em minha própria mente, permaneci estática, meu olhar preso em Eunhoo, que continuava a falar sobre algo que eu não fazia ideia. Eu poderia mentir e dizer que estava prestando atenção no que ele dizia, mas, na verdade, minha mente estava cheia de pensamentos bons sobre o meu melhor amigo. Ele sempre esteve ao meu lado, assim como Seunghyun. Ambos são as melhores pessoas que já conheci em toda a minha vida, mas o que diferencia um do outro é que apenas um está na Coreia comigo. Eunhoo parecia impaciente agora, mas eu não conseguia fazer absolutamente nada, mesmo que quisesse.
— Hankyeom! — Ele balançou a mão em frente ao meu rosto. — Ei!
— Oi! — Me assustei, levantando da cadeira por impulso e apoiando as mãos na mesa. Ri sem graça e sentei de novo. — Desculpa, acabei me perdendo nos meus próprios pensamentos, que loucura.
— Percebi. Tava pensando no quê? — Eunhoo se levantou com uma das sobrancelhas arqueadas, pegou a carteira e deixou uma gorjeta para o garçom.
— Não sei... — Levantei-me novamente, fui para o lado dele e demorei um pouco para responder. — Eu realmente não sei.
— Ah, é mesmo? — disse ele, em tom sarcástico, olhando para mim como se não acreditasse.
— E-eu tô falando sério! Eu realmente não lembro. — Revirei os olhos e suspirei, irritada.
— É a velhice, tá ficando esquecida já. — Eunhoo riu, andando à minha frente. — Como se sente com 19 anos? Você sempre quis ter essa idade.
— Me sinto incrível! Por mim, teria essa idade para sempre. Imagina como eu continuaria linda! — falei de forma empolgada, incomodando um pouco as pessoas à minha volta. — Acho que falei um pouco alto... — Ri, envergonhada, e continuei andando ao lado do meu melhor amigo. — Agora eu posso beber e ir em boates!
— Você fala como se saísse de casa o tempo todo — comentou ele, pegando o celular e entrando no contato de Soobin.
— Humm... Soobin!? Subibi não mandou nada? O que será que ele tá fazendo? — perguntei, curiosa para saber o que estava acontecendo entre eles. — Af, me conta sobre você e o Binnie.
— Não tenho o que contar. Nada mudou entre nós dois, ele só tá mais carinhoso... e um pouco pervertido também — disse ele, desviando o olhar, com as bochechas levemente coradas. — Não vou ficar dando satisfação do meu relacionamento, tá doida? Sua fofoqueira.
Cruzei os braços, fingindo estar chateada, mas nem o meu esforço valeu a pena. Eunhoo me conhece tão bem que, mesmo de costas, ele com certeza me reconheceria. — E se eu tentar isso futuramente? Não, eu não sou mais criança para tentar descobrir se ele é meu amigo de verdade; ele com certeza é. Saímos do clube de patinação no gelo juntos e pegamos um táxi para o grande teatro da cidade, onde assistiríamos a uma apresentação de balé. Enquanto o motorista nos levava ao destino em silêncio, senti-me um pouco ansiosa, já que meu melhor amigo ainda escondia de mim qual seria a história.
Ficamos alguns minutos presos no trânsito por causa de um pequeno acidente no caminho, mas nada que me deixasse entediada. Logo chegamos ao local e entramos juntos, impressionados com a beleza e todos os detalhes do teatro. O teto era decorado com vários elementos dourados e, no centro, um enorme lustre com tantas velas que parei de contar na trigésima terceira. As colunas internas não atrapalhavam o ambiente, ao contrário, tornavam-no mais encantador, com detalhes impossíveis de ignorar. Subimos as escadas comentando sobre como o teatro era bonito e, ao passarmos pela porta da sala, sentamos nas melhores cadeiras. Quando foi anunciado que o espetáculo iria começar, Eunhoo olhou para mim.
— Vamos assistir Coppélia. — ele sorriu e voltou a focar no palco.
— Coppélia!? — A surpresa me fez reagir de forma um pouco exagerada, mas logo me ajeitei na cadeira ao notar os olhares incomodados ao meu redor. — *Coppélia?* Nossa, faz tanto tempo que não assisto...
— Sério? Mas você gosta, né? — A voz de Eunhoo pareceu insegura.
— Gosto, só tinha enjoado, mas gosto — respondi, descontraída, desviando o olhar. — Vai começar. Silêncio.
Voltei a me concentrar na apresentação, rindo um pouco com a situação que Eunhoo parecia não entender muito bem. Fiquei surpresa ao perceber que ele levou a sério quando pedi para ficar em silêncio. Estávamos na metade do espetáculo, e Eunhoo dormia profundamente ao meu lado, sem mover nem um dedo. Segurei o riso. Não fiquei brava com isso; ele já havia se esforçado só para me trazer aqui, mesmo sabendo que poderia achar entediante.
Faltava pouco para eu ir embora com meu melhor amigo, então observei, com um enorme sorriso no rosto, os bailarinos que estavam na ponta do palco, mostrando sorrisos de agradecimento aos espectadores. Os personagens principais entraram de mãos dadas, levantaram os braços e abaixaram os troncos. Todos aplaudiram, e as cortinas se fecharam. As luzes se acenderam. Eunhoo parecia um pouco assustado, tanto pelos aplausos quanto pelas luzes, com o rosto tomado por uma expressão de confusão. Eu ri e nos levantamos ao mesmo tempo que as outras pessoas.
— Gostou? — ele me perguntou, sorrindo enquanto esfregava os olhos para se acostumar com a claridade.
— Claro que gostei. E você, gostou? — falei em tom brincalhão, passando meu braço pelo dele e me encostando em seu ombro.
— Pode ter certeza de que não me lembro de nada além das luzes se apagando — ele sorriu para mim e seguiu andando.
Antes de irmos embora, tiramos algumas fotos juntos e também conversei com algumas fãs que assistiram à apresentação. Íamos a um restaurante, mas pedi para passarmos antes em uma biblioteca ao lado do teatro. Comprei apenas dois livros que faltavam para completar minha coleção de uma escritora estrangeira, recusando a oferta da bibliotecária de não pagar nada, já que era meu aniversário — ninguém nunca havia recebido essa oportunidade; não achei justo aceitar.
— Depois do restaurante, o que vamos fazer? — perguntei, trocando a sacola dos livros da mão esquerda para a direita.
— Não vou te falar — ele nem sequer olhou para mim, realmente evitando o assunto. — Você fica perguntando à toa, sabe que não vou te responder.
Revirei os olhos, mas não pude evitar sorrir. — Muito chato, não é possível.
— Com certeza sou chato — Eunhoo debochou de mim.
— Amigo, você vai sentir minha falta quando eu me for? — continuei ao lado dele, mantendo o foco no caminho que fazíamos.
— Até parece que você vai morrer — ele me olhou e riu. — Talvez eu sinta sua falta, mas nada que me mate.
— Achei que fosse ficar com depressão caso eu voltasse para casa, até pensei em ficar mais um tempo... — comentei, enrolando uma mecha de cabelo no dedo indicador direito. — O que acha?
— Nem pensar! Vou ficar bem — exclamou o mais velho, parecendo assustado, mas com um toque de ironia.
Nos encaramos em silêncio por alguns segundos, mas logo caímos na gargalhada. Decidimos conversar sobre questões importantes da nossa amizade, enfatizando pontos que, se vistos por ambos os lados, poderiam mudar algumas situações. Sabíamos que isso nos ajudaria a lidar com relações futuras e até mesmo com problemas entre nós. Deixei claro que seria bom falar com Seunghyun quando o dia acabasse, assim um ajudaria o outro a manter uma boa relação entre amigos.
Posso dizer que amo tanto meus melhores amigos que, se ficasse sem um deles, meus dias certamente voltariam a ser deprimentes.
Paramos em frente ao enorme restaurante, cuja entrada era completamente de vidro, permitindo observar as pessoas que comiam lá dentro. O lugar era tão bonito que esquecemos por alguns segundos que viemos para jantar em comemoração ao meu aniversário; mais um dos presentes. Um funcionário nos levou até uma mesa ao lado de uma grande janela, sob um lustre de cristal impossível de ignorar. Sentamos e analisamos o cardápio antes de falar qualquer coisa sobre o local.
— Olá, boa noite — um garçom, que parecia mais novo do que nós, se aproximou com um sorriso caloroso; senti-me confortável com sua educação. — Já sabem o que vão querer pedir? Temos muitas opções, então podem pedir ajuda.
— Hoje é um dia especial, queria algo que combinasse com uma comemoração — abaixei o cardápio e sorri de forma agradável. — Estou me tornando maior de idade, então quero algo que diferencie esse aniversário dos outros.
— Ah, sim... Primeiramente, meus parabéns, senhorita — disse o garçom, em um tom doce e carinhoso, sorrindo alegremente para mim. — E, em segundo lugar, temos uma pequena lista para comemorações no final do cardápio. Os pratos mais escolhidos são os que têm cinco estrelas ao lado e estão em primeiro lugar. O que acha de pedir um desses?
Olhei para meu melhor amigo para ver se ele queria dizer algo, mas ele ainda parecia focado em escolher o que comer. Suspirei, sorri docemente e finalmente decidi o que pedir para começar minha noite e quase finalizar meu aniversário de 19 anos. O garçom fez a mesma pergunta a Eunhoo, anotando tudo o que seria preparado para nós dois.
Comemos bastante e conversamos muito, aproveitando cada momento antes que o amanhã chegasse. O tempo passava, e eu só conseguia pensar se conseguiria me acostumar à solidão de voltar a morar naquela mansão, mas também sentia que tiraria um peso das costas do meu melhor amigo — se ele estivesse feliz, eu também estaria.
Não demoramos muito no restaurante, já que apenas comemos e conversamos por um longo dia, o que na verdade durou mais de uma hora de conversa. Ao terminarmos e pagarmos a conta, recebi uma torta de chocolate como presente de aniversário, e os funcionários me desejaram parabéns, assim como alguns clientes. Depois que fomos embora, Eunhoo finalmente me levou ao nosso último destino antes de voltarmos: uma linda praia, onde brincávamos quando éramos mais novos. Era possível ver a lua refletida na água, sua imagem levemente distorcida pela delicada movimentação do mar, enquanto o som das ondas criava uma atmosfera aconchegante e tranquila.
— Nossa.
— Não gostou?
— Não.
— O quê?
— Tô brincando, Eunnie. Faz muito tempo que não venho aqui, sabia?
— Eu também não costumo vir. Mas lembro de quando eu, você e Seunghyun fugimos de casa à noite e marcamos de nos encontrar aqui.
— Nem me fala, demos muito trabalho aos nossos pais naquele dia. Sua mãe quis te bater na nossa frente, fiquei com medo dela querer fazer o mesmo comigo.
— Em casa, ela me perguntou o que tinha feito para eu fugir, mas até hoje não lembro.
— Eu só vim porque... Eu não sei.
— Será que o Seunghyun lembra? Vamos perguntar a ele depois.
Assenti com a cabeça e olhei para baixo, observando a água molhar a ponta dos meus dedos. Quando levantei o rosto, percebi que Eunhoo tirava algumas fotos minhas. Corri para pegar o celular da mão dele, mas ele conseguiu fugir a tempo. Com preguiça de correr atrás dele, cruzei os braços e o observei com uma careta, tentando parecer emburrada.
— Nem adianta me olhar assim, eu sei que depois você vai me pedir a foto — disse Eunhoo, balançando o celular na minha frente.
— Muito obrigada, Eunhoo — ignorei o comentário e sorri.
— Por quê? — Ele arqueou uma sobrancelha e abaixou o celular, prestando atenção em mim.
— Por tudo — continuei sorrindo, mesmo querendo chorar. — Eu sou feliz por causa disso.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 25/06/2022.
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Com movimentos precisos e uma leve complexidade, o calor começou a tomar conta do meu corpo a cada passo que eu dava. Estava focado em chegar ao meu limite, esforçando-me para melhorar na dança — na verdade, prefiro cantar a dançar, mas, para realizar meu sonho, preciso aprender tudo o que o mundo me permite. Agachei-me no chão, peguei minha garrafa de água e bebi como se estivesse morrendo de sede. Lee Hankyeom apareceu atrás de mim, com uma expressão assustada no rosto; aquilo me preocupou.
— O que houve? Tudo bem!? — levantei-me, aproximando-me dela.
— Você arrasou! — exclamou a mais nova, seus olhos brilhando de admiração. — Muito bom, amigo! Se a Hybe não te aceitar, juro que vou obrigar eles a te darem dinheiro.
— Duvido que eu faria isso. — respondi com firmeza. — Nem brinca.
— Se você tiver haters, eu vou colocar fogo na casa de cada um deles, amigo. — Hankyeom sorriu genuinamente para mim, soltando uma leve risada.
— Isso é algo normal, Hankyeom. — tirei o suor da minha testa com as costas da mão. — Espero realmente conseguir debutar como artista solo.
— Claro que vai! Eu confio muito em você. — ela parecia mais determinada do que eu quando o assunto era realizar meu sonho. — Imagina, filho da Jiyoon e idol. Incrível!
— Ai, meu Deus. — ri, colocando uma mão no rosto, ficando com vergonha. — Começou.
— Amigo, quer um lanche? — Hankyeom ficou parada no meio da sala, me encarando.
— Quero. — aproximei-me dela, pegando o suor do meu rosto e passando na roupa dela. — Molhadinho.
Ela virou-se, empinando a bunda.
— Come.
— Sua oferecida! Coisa feia. — fiz uma expressão de nojo, então bati com a garrafa na sua bunda. — Vou gravar essas safadezas que você fica fazendo em casa e mostrar para todos os seus amigos.
Ela mostrou um sorriso travesso, e uma risada maléfica saiu entre seus dentes. Empinou a bunda mais uma vez para mim e, quando eu iria acertá-la com um tapa, começou a correr. Eu até correria atrás dela, mas ainda faltava uma dança para terminar meu treino, e continuei muito concentrado em concluir meu treinamento antes de qualquer outra coisa. Daqui a algumas horas, meu professor de canto viria para as aulas presenciais e para levar mais a sério o preparo vocal.
Depois de terminar de dançar todas as músicas que sabia serem necessárias, pesquisei alguns estilos diferentes do meu apenas para ter uma noção de tudo o que posso proporcionar às pessoas que um dia irão me avaliar pessoalmente. Cansado, respirei fundo e exalei todo o ar dos meus pulmões. Bebi toda a água da minha garrafa enquanto caminhava em direção à cozinha, onde Hankyeom estava preparando algo para comermos.
— Tô quase terminando, tá? — disse ela, tirando do forno uma bandeja com biscoitos. — Ficaram bonitos, né? Que bom.
— Sim, ficaram mesmo. — aproximei-me da mesa para observar os biscoitos mais de perto; estavam muito cheirosos. — Meu professor de canto vai vir hoje, ok?
— Sim, senhor. — respondeu a mais nova, sorrindo genuinamente como sempre. — Depois da sua aula de canto, que tal irmos ao shopping? Vamos comprar algumas coisas e também comer algo juntos.
— Faz um tempo que não vou ao shopping, então vamos sim. Bom que até compro umas roupas novas, tô precisando de cuecas também. — respondi enquanto colocava minha garrafa para encher.
— Sério? E eu tô precisando de calcinha! Muito conectados mesmo. Eu peido e furo a calcinha. — Hankyeom falou em um tom sarcástico, mas não conseguiu segurar a risada.
— Ai, que raiva de você! — ela me pegou desprevenido, então comecei a rir. — Ai, minha barriga.
Encerrei minha conversa com Hankyeom para tomar banho e ficar pronto antes que meu professor de canto chegasse. Corri para o meu quarto, peguei as primeiras roupas que vi ao abrir o guarda-roupa e entrei no banheiro: fui tirando as roupas até chegar ao box. Liguei o chuveiro e deixei a água quente cair sobre mim, sentindo meus músculos relaxarem a cada gota que deslizava pelo meu corpo — com um banho desses, seria impossível perder a paciência ou vacilar durante a aula de canto.
Ao terminar, saí do box e peguei a toalha que estava pendurada ao lado, começando a me secar. Com o corpo completamente seco, vesti minhas roupas e saí do banheiro. Enquanto esfregava a toalha no cabelo, fui até o quintal e a pendurei no varal. Entrei pela porta da cozinha, assustei minha melhor amiga e comecei a rir.
— Chato. — Ela cruzou os braços e ficou parada.
— Não pode nem assustar mais que já fica de drama. — Aproximei-me dela, sentei à mesa e peguei uns biscoitinhos. — Isso ainda tá cheiroso.
— Isso é porque fui eu que fiz, né? — Ela respondeu com um sorriso meio forçado, fingindo estar brava.
Peguei mais um biscoito e mordi, sentindo o sabor doce na boca. Antes que eu pudesse responder, o som da campainha ecoou pela casa. Olhei para o relógio na parede e vi que já estava na hora. Meu professor de canto, Lee Erick, tinha chegado. Comi um último biscoito, levantei e fui até a porta. Ao abrir, lá estava ele, com aquele jeito tão contagiante de sempre. Erick foi o único professor com quem me senti confortável, sempre me tratando bem e sendo engraçado às vezes, mas sabendo a hora de ser sério. A forma como ele ensina é firme, apontando meus erros sem me fazer sentir mal; ele é ótimo com as palavras. Descontraído, ele sorriu ao me ver.
— Pronto para a aula de hoje? — Perguntou com uma voz animada, mas suave.
— Sempre. — Respondi, abrindo espaço para ele entrar. Ele entrou na sala e olhou ao redor, como sempre fazia, talvez à procura de alguma mudança na decoração ou apenas para se acostumar ao ambiente.
— E aí, como tá se sentindo hoje? — Ele perguntou, colocando a mochila em um gancho para bolsas.
— Tranquilo. — Sorri gentilmente, voltando para a cozinha e indicando para ele me seguir. — Tomei um banho daqueles e comi uns biscoitos que minha amiga fez, então estou ótimo. — Ri de forma descontraída, olhando para Hankyeom e Erick. — Pode confiar, esses biscoitos estão deliciosos.
— Oi, Erick! Quanto tempo. — Hankyeom se aproximou do mais velho, apertando sua mão com um sorriso amável. — O Eunhoo fala isso, mas raramente eu erro o ponto dos biscoitos, sabia? Ele é meu melhor amigo, mas não me valoriza.
Erick riu, pegou um biscoito e o analisou antes de morder. — Humm… se estão tão bons quanto parecem, vamos começar a aula com o pé direito. — Sorriu para ela e arqueou as sobrancelhas. — Ele não te valoriza, é? Que amigo ruim. Eu posso virar seu melhor amigo, o que acha?
— Duvido que você aguente ela por um dia inteiro. — Falei em tom sarcástico, rindo.
— Bom, os biscoitos estão maravilhosos, Hankyeom. Mas eu vim aqui só para dar aula e tenho um compromisso importante depois. — Comentou Erick, esfregando as mãos nas coxas e sorrindo um pouco sem graça. — Podemos marcar um dia para lancharmos juntos, nós três, né?
— Seria magnífico, Erick! — Hankyeom exclamou, animada com a ideia. — Melhor vocês irem treinar logo. Boa aula para vocês dois!
Eu poderia ter sugerido que ficássemos na sala para a aula, mas surpreendi Erick ao dizer que o cômodo onde produzo minhas músicas já estava pronto. Erick ficou animado, elogiando enquanto me seguia. Entramos na sala, puxei uma cadeira para ele e o observei arrumar algumas partituras e exercícios vocais. Quando tudo estava pronto, ele fez um simples sinal, indicando que a aula realmente ia começar. Tentei não demonstrar a tensão que comecei a sentir, mas ele, como sempre, percebeu.
— Relaxa, estamos aqui para melhorar, não para ser perfeito de primeira. — Disse, incentivando-me a começar os exercícios. — Não é a primeira vez que você faz isso, mas podemos ir no seu tempo.
Senti-me um pouco triste, como se não confiasse nem nele nem em mim. Erick sempre foi um profissional tão atencioso, nunca me tratando com desdém, mesmo com meus erros. Parecia que todo o esforço dele tinha sido em vão — como assim seu único aluno perdeu a confiança? Não entendia por que deixei de me sentir bem com minha própria voz. Eu gosto tanto de cantar.
Fiquei em silêncio por alguns segundos, tentando entender o que havia de errado comigo para ter medo de cantar na frente dele. Não seria a primeira vez que ele ouviria minha voz.
— Você quer que eu te deixe testar sua voz primeiro? Ou quer ficar sozinho por um tempo e depois voltamos? — Ele me encarou, falando com firmeza e sem desviar o olhar. — Eu sou seu professor, mas também me importo com você, Eunhoo. Sei que ficamos um bom tempo sem aula, e é diferente cantar por diversão e de forma séria.
— Não, eu vou cantar sim. Podemos começar. — Olhei para ele e sorri, tentando confortar a mim mesmo e a ele.
Fomos aos poucos, e a cada exercício que eu completava, minha confiança voltava gradualmente. Eu posso estar me achando um pouco, mas os olhos de Erick mostravam admiração e carinho ao perceber que, mesmo com medo, eu ainda tentava. Posso dizer que foi uma das melhores aulas que tive com ele. Apesar do tempo que ficamos sem fazer isso, eu estava melhor que antes. Quando a aula terminou, nos despedimos, e eu o acompanhei até o lado de fora, esperando com ele por seu motorista particular. Na calçada, Erick deixou claro o quanto gostou do tempo que passamos juntos e elogiou meu progresso, mas também ressaltou a importância de continuar melhorando. Depois que ele foi embora, entrei em casa inspirado e animado com o dia, mesmo com o sol já se pondo.
Ao retornar para dentro de casa, observei Hankyeom sentada no sofá, bebendo suco, enquanto assistia ao filme da Rapunzel pela quarta vez só hoje. Aproximei-me dela, sentei ao seu lado e peguei o copo de sua mão; bebi todo o suco e sorri.
— Você que fez? Muito bom. — Coloquei o copo no chão e apoiei minha cabeça em seu colo.
— Que bom que gostou, amigo. Aliás, como foi a aula? Tudo de boa? — Ela perguntou, focada na televisão.
— Fiquei um pouco inseguro no começo, mas depois comecei a me soltar, e foi uma das melhores aulas de toda a minha vida! — Falei com animação, feliz com a aula de hoje.
— Ai, que bom, amigo. — Hankyeom sorriu de forma descontraída. — Já sabe com qual roupa você vai para o shopping?
— Verdade. Vou lá ver para não atrasar nem nada. — Levantei-me, peguei o copo e levei para a cozinha antes de ir para o meu quarto.
No instante em que entrei no quarto, comecei a pensar nas opções de roupas, mas rapidamente decidi o que vestir. Peguei a camiseta cinza da Adidas que ganhei de aniversário da minha mãe e combinei com as calças jeans largas e desbotadas que tanto gosto. Completei o look com meu cinto preto de couro e calcei meus tênis brancos da Nike. Quando voltei para a sala, Hankyeom já estava pronta. Ela usava aquela roupa toda preta que sempre chamava atenção. A blusa de mangas longas e a saia combinavam com o casaco de couro que ela ganhou de seu irmão. As botas de plataforma a deixavam mais alta do que já era.
— Essa saia é a mesma de ontem? Você tá bonita nessa roupa. — Elogiei, enquanto ela ajustava a jaqueta de couro nos ombros.
— É a irmã dela, relaxa. Você também tá ótimo. Vou pedir um motorista pessoal, tá? — Hankyeom sugeriu, pegando o celular.
— Tá bom. — Sentei-me no sofá, peguei meu celular e vi se havia alguma mensagem. — Hoje o Soobin não me mandou nem um "bom-dia". Será que aconteceu algo?
— Provavelmente não, talvez só esteja ocupado. — Respondeu minha melhor amiga, sentando-se ao meu lado.
— O Bang Chan falou com você? — Perguntei, curioso para saber se apenas Soobin havia sumido.
— Ele me mandou uma foto trabalhando e disse que estava ansioso para saber como seria meu dia amanhã. — Ela sorriu ao falar sobre ele, completamente apaixonada. — Mas só isso mesmo.
— Entendi. — Falei em um tom um pouco triste, afinal, queria saber por que Soobin sumiu.
Enquanto esperávamos, continuamos sentados no sofá, agora em silêncio, mas com uma certa expectativa de como seria a nossa noite no shopping. Hankyeom desligou a televisão e levantou-se do sofá apenas para apagar as luzes da casa antes que nosso motorista chegasse. Quando voltou, suspirou sem paciência e sorriu para mim.
— Ele está chegando, amigo. — Disse Hankyeom, seguindo até o lado de fora da casa.
— Então vamos. — Segui-a, apagando a luz da sala antes de sairmos.
O motorista parou em frente à minha casa bem no momento em que pisamos fora — aquilo com certeza foi incrível, agilizando ainda mais nosso tempo. Entramos no carro e fomos em direção ao shopping em silêncio; o motorista não parecia querer conversar, e nem Hankyeom. Nosso destino era longe de casa, então demoramos um pouco para chegar devido ao trânsito, que não estava tão bom.
Quando finalmente chegamos ao shopping, Hankyeom e eu descemos do carro, agradecendo ao motorista antes de seguirmos em direção à entrada principal. Entramos naquele enorme lugar, onde o ambiente se transformava em pessoas apressadas, lojas com luzes chamativas e até músicas fáceis de reconhecer. Estava à noite, e o lugar estava lotado. Senti uma leve pontada de ansiedade no peito, mas tentei ignorar esse sentimento para não atrapalhar meu momento com minha melhor amiga, tentando aproveitar a noite que não tínhamos há muito tempo.
— Vamos dar uma volta antes de irmos até praça de alimentação? — Sugeri, tentando parecer animado.
— Claro! Tem uma loja nova de roupas que eu queria ver, vem comigo. — Hankyeom puxou meu braço e me guiou pelo extenso corredor.
— Acho que também vou comprar algumas roupas. — Falei enquanto era puxado por ela. — Conhece alguma loja boa?
— Várias. — Ela deu alguns pulinhos animados. — Vamos comprar muitas roupas!
— Você já tá ficando muito empolgada, não precisa disso tudo. — Respondi, arrependendo-me um pouco do que disse.
As vitrines pelas quais passávamos estavam repletas de roupas e ofertas que chamavam nossa atenção: impossíveis de ignorar. Era preciso lembrar minha melhor amiga de manter o foco sempre que ela pensava em entrar em lojas que não fossem de roupas. A loja que Hankyeom mencionou estava cheia de roupas estilosas e acessórios que faziam parte da moda atual, tanto feminina quanto masculina. Animada, ela começou a analisar todas as roupas das araras, em busca de algo que a agradasse. Permaneci perto dela o tempo todo, observando os manequins e tentando imaginar como aquelas roupas ficariam em mim. Tentei me focar em outras coisas para evitar que a ansiedade tomasse conta, mas parecia que nada funcionava, e continuei tentando me concentrar no passeio.
— Ai, amigo. — Reclamou Hankyeom, me observando segurar algumas roupas. — Você encontrou as roupas perfeitas para você, mas a única coisa que gostei agora foram as calcinhas.
— É assim mesmo. Acho que podemos procurar outra loja que talvez consiga te conquistar. — Esforcei-me para sorrir, mas falhei. — É…
— É. Pode ir para o caixa, tá? Vou pegar minhas calcinhas e já vou. — Ela sorriu para mim e virou as costas, correndo até a área das calcinhas.
Fiz o que ela pediu, seguindo em direção ao caixa, segurando as roupas que realmente queria. Como não havia ninguém na fila, fiquei esperando por poucos minutos. Quando ela chegou, começamos a pagar nossas compras juntos e rimos da reação das atendentes ao ver a quantidade de roupas íntimas que havíamos comprado. Saímos da loja satisfeitos, mas Hankyeom ainda não parecia ter gostado das roupas vistas nas lojas do shopping. Então, decidimos comer em algum restaurante antes de procurar mais algumas lojas.
Nós comemos em um dos melhores restaurantes do shopping, sem nos preocuparmos com o valor tão caro das comidas. Aliás, os pratos eram maravilhosos, e sabíamos o valor do seu preparo. Conversamos abertamente sobre como seria o dia de amanhã, planejando tudo o que iríamos fazer juntos para comemorar o aniversário dela. Depois de um tempo comendo e conversando no restaurante, terminamos a refeição e dividimos a conta sem medo do garçom nos julgar. Nos retiramos do local e continuamos nosso passeio, caminhando mais um pouco pelo shopping, rindo e conversando sobre assuntos aleatórios. Foi então que alguns olhares começaram a se voltar para nós. No começo, não dei muita importância, mas logo notei que algumas pessoas estavam se aproximando, reconhecendo-nos.
— Ei, você é o Kang Eunhoo e ela, Lee Hankyeom? — perguntou uma garota, tímida, mas claramente empolgada.
— Somos sim. — Hankyeom sorriu, sempre atenciosa com todos.
— Desculpa o incômodo, mas posso tirar uma foto com vocês? — A fã sorriu, ainda tímida.
Assentimos com a cabeça, mesmo que não estivéssemos muito afim de tirar fotos e conversar com nossos fãs. Por algum motivo, não conseguimos recusar. Tiramos algumas fotos com ela, mas foi apenas o começo. Logo, uma enorme fila de fãs se formou bem na nossa frente, e ficamos completamente assustados. Continuamos tirando fotos e também conversamos rapidamente com algumas pessoas. Depois de uns bons minutos, conseguimos escapar por um tempo de todos eles. Hankyeom parecia estar lidando bem com a situação, mas, aos poucos, comecei a sentir um desconforto crescente. À medida que mais pessoas nos reconheciam, a aglomeração ao nosso redor aumentava. Tudo começou a ficar estranho para mim: as luzes brilhantes se tornaram mais intensas, os sons mais altos e desconfortáveis, e minha respiração ficou pesada. Tentei me concentrar em Hankyeom, que ainda sorria e conversava com os fãs, mas a sensação de sufocamento começou a sair do controle. O pânico começou a tomar conta.
— Eu... preciso de um pouco de ar — sussurrei para ela, tentando não parecer alarmado.
Hankyeom notou de imediato a mudança no meu tom de voz e no meu jeito. Ela se despediu rapidamente das pessoas ao nosso redor, mas precisou ser um pouco curta e seca com nossos fãs. Minha melhor amiga me puxou gentilmente para um canto mais afastado, longe da multidão que tanto nos atrapalhava, tentando escapar do nosso problema.
— Tá tudo bem, respira, calma — disse ela, sua voz agora baixa e tranquilizadora. — Vou pedir o carro para irmos embora, tá? Você quer que eu pegue água pra você?
— Não me deixa sozinho, Hankyeom. — Fechei os olhos, tentando estabilizar minha respiração. — Eu juro que não queria que isso acontecesse.
— Não, não! Tá tudo bem. — Ela pegou as bolsas de roupa dos meus braços e as colocou no chão. — Agacha.
— Que sensação horrível, Hankyeom! Que dor horrorosa. — Comecei a ficar desesperado, perdendo o foco na respiração.
Eu não estava nada bem. Meu peito doía, e a sensação de que o mundo estava se tornando completamente desconfortável ao meu redor era como estar em um beco sem saída. Continuei agachado no chão, tentando controlar minha respiração, mas o pânico já havia tomado conta de mim. Lágrimas involuntárias começaram a escorrer pelo meu rosto, enquanto Hankyeom me observava, claramente preocupada, sem saber exatamente o que fazer até nosso motorista particular chegar.
— A gente vai embora agora, ok? — Ela disse, pegando minha mão e apertando-a levemente. — Vamos pra casa.
Eu não fui capaz de responder, e aquilo me deixou pior do que já estava. Demorou alguns minutos até que eu conseguisse me levantar. Hankyeom ficou perto de mim o tempo todo, chamou o motorista novamente e, em silêncio, voltamos para casa. Durante o trajeto, ela continuou a segurar minha mão com firmeza, enquanto me ajudava a sincronizar minha respiração com a dela.
Ao chegarmos em casa, entrei rapidamente e corri em direção ao meu quarto, exausto tanto física quanto emocionalmente. Mesmo preocupada, Hankyeom sabia que o melhor a ser feito seria me deixar sozinho e não veio atrás. Ela preparou a janta para nós e deixou separada para mim depois de comer sozinha, mas eu estava me sentindo tão mal que nem senti fome. Só queria entender por que isso tinha acontecido comigo, mesmo sabendo que meu dia havia sido incrível. Felizmente, consegui adormecer após um longo tempo, preocupado com situações que ainda nem haviam ocorrido e que eu não fazia ideia do que eram.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 24/06/2022.
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O sol estava forte, mas o clima era tão agradável que nenhum dos protagonistas queria levantar da cama. No entanto, minutos depois, após pegarem no sono novamente, o mais velho acordou e ficou um pouco confuso ao perceber que sua melhor amiga não estava mais dormindo. Kang Eunhoo levantou-se, ainda sonolento, e foi em direção ao banheiro de seu quarto, a fim de começar o dia com um bom banho, querendo se despertar antes de sair para tomar o café da manhã. Seu objetivo era apenas jogar uma água gelada no corpo e vestir-se com uma roupa confortável.
Na cozinha, cantarolando baixinho uma música quase ininteligível, estava Lee Hankyeom preparando o café da manhã, que, se o olfato do protagonista não estivesse enganado, era bacon com ovos. O mais velho se aproximou por trás, fazendo-a se assustar ao sentir sua mão em seu ombro; seu rosto empalideceu.
— Ai, que susto! — Hankyeom riu um pouco, cruzando os braços. — Bom dia.
— Bom dia. Bacon com ovos? — Eunhoo sorriu de forma descontraída, deixando a mais nova ainda mais surpresa.
— Sorrindo de manhã? Sonhou com o gostoso do Soobin? — seu tom de voz estava cheio de surpresa.
— Sonhei. — o mais velho arqueou uma sobrancelha e riu. — Como você sabe?
— Você gemeu o nome dele enquanto dormia. — a mais nova pegou um prato e colocou os ovos e o bacon em cima. — O café está ali na mesa, e as xícaras também.
Os olhos de Eunhoo se arregalaram, suas pupilas transformando-se em uma pergunta: ela realmente ouviu isso? Ele ficou paralisado por um tempo, olhando para ela assustado e um pouco envergonhado.
— Tá falando sério!?
— É claro!
— E eu falei mais alguma coisa?
— Não sei. Eu só ouvi quando fui fazer xixi e, depois que deitei, caí no sono rapidamente.
— Ah.
— Não quer me contar sobre o sonho?
— Eu não lembro de muita coisa… Melhor comermos.
— Tá bom.
Hankyeom ficou um pouco indecisa, sem saber se seu amigo estava apenas com vergonha de falar o que aconteceu ou se ele realmente não se lembrava. Com o tempo, entendeu que, soubesse ou não o que ele sonhou, isso não mudaria muita coisa. Eles começaram a conversar sobre um assunto completamente diferente do sonho de Eunhoo, discutindo as bicicletas que pretendiam comprar enquanto comiam a primeira refeição do dia juntos. Eunhoo parecia de bom humor durante a conversa, assim como Hankyeom, que não parava de sorrir apaixonadamente. De repente, ambos ficaram em silêncio, sorrindo, então se olharam e riram.
— Eu nem acredito que ele gosta de mim! — os dois falaram ao mesmo tempo, mas a entonação de Eunhoo parecia mais forte.
— Você acha que vai namorar com ele algum dia? Eu acho que você e o Soobin vão estar namorando ainda este ano. — Hankyeom brilhou os olhos, sorrindo docemente.
— Eu, namorar com ele este ano? Acho difícil. — Eunhoo sorriu do mesmo jeito que ela. — Você acha que ele vai me pedir em namoro algum dia?
— Óbvio. Ele te ama. — A mais nova terminou de comer e deitou a cabeça sobre a mesa. — Sabe, eu fiquei tão feliz quando o Chan-ah se declarou para mim, mas acho estranho eu conhecer ele há mais tempo do que ele me conhece.
— Você acha que há mais chance de ele parar de gostar de você? — perguntou Eunhoo, prestando atenção nela.
— Não isso em específico, mas eu me sinto meio que só uma fã perto dele quando me lembro disso. — Ela falou em um tom triste, mas depois levantou o rosto com um sorriso. — Pelo menos ele me ama!
— Cara, depois que eu descobri o real motivo do Soobin ter ficado estranho comigo, eu fiquei tão irritado. — Eunhoo soltou uma risada de alívio. — Ao mesmo tempo que fiquei irritado, também achei engraçado.
— Nossa, sim. Eu conversei com o Chris e o Tyun sobre isso, e, tipo, nós três achamos engraçado que, se o Soobin tivesse perguntado de quem você gostava, nada disso teria acontecido. — Hankyeom levantou-se da mesa, juntando os pratos de porcelana.
— Vocês fofocando sobre mim? Que feio. — Ele riu mais uma vez, levantando-se ao mesmo tempo. — Acho que vou até mandar uma mensagem para ele.
— Vai lá. Eu vou lavar a louça, falar com meu futuro esposo e depois tomar um banho para irmos comprar as bicicletas! — Ela deu três saltinhos, mais empolgada do que nos dias anteriores. — AI, EU AMO O CHRISTOPHER!
Eunhoo riu de canto, achando engraçado o pequeno surto de sua melhor amiga por estar apaixonada. Também tendo alguém que faz seu coração bater mais rápido ao pensar nessa pessoa, ele se identificou um pouco, mas sempre manteve seus momentos intensos em relação a Choi Soobin mais escondidos. Ele caminhou em direção ao seu quarto, pegou o celular e voltou para a sala, sentou-se no sofá, colocou um anime para assistir e mandou uma mensagem para o amor de sua vida.
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O protagonista suspirou, deixou o celular de lado e decidiu continuar focado no que estava passando na televisão. Ele olhou para o corredor por alguns segundos, esperando algum sinal de vida de sua melhor amiga, mas nada pôde ser ouvido; o silêncio tomou conta de toda a casa.
Hankyeom, que estava em seu quarto pesquisando sobre as bicicletas disponíveis na loja para onde iriam, parecia animada em comprar uma personalizada da Rapunzel. Então, ela ligou para o número do local e perguntou se poderiam fazer uma com o tema de sua princesa favorita para uma bicicleta de adulto. Disseram que demoraria pelo menos uma hora. Paciente, ela deixou bem claro que não teria nenhum problema, desde que pudesse comprá-la. Com o entusiasmo percorrendo por suas veias, levantou-se da cama e ficou ainda mais animada ao ver que Christopher Bahng havia mandado algumas mensagens.
— Aff, eu amo ele. — Hankyeom sorriu de forma idiota, completamente apaixonada.
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Ela desligou a luz do quarto, deitou-se na cama de costas para a porta e fez uma chamada de vídeo para Christopher. Ele também estava deitado, sorrindo lindamente enquanto pensava no que dizer — talvez estivesse com um pouco de vergonha.
— Você tá agindo como se nunca tivéssemos feito uma chamada de vídeo — comentou Hankyeom, a voz cheia de confusão.
— Não é isso… — Christopher desviou o olhar da câmera, focando no canto do quarto. — É que, quando olho para você, lembro do… do dia em que nos beijamos.
— Ah, esse dia… — As bochechas dela ficaram avermelhadas, misturando-se com o tom de sua pele. — Eu não quero lembrar das coisas que te disse, mas o nosso beijo foi muito bom!
— Não existem palavras para expressar o quão bom foi o nosso beijo, princesa — ele se levantou da cama e se aproximou do guarda-roupa. — Bom, me ajuda a escolher uma roupa?
— Claro, meu amor. Me mostre tudo o que o senhor tem — disse ela, observando-o colocar o celular sobre a cama, com a câmera mostrando-o completamente, de frente para o guarda-roupa. — Ui, como ele é fofo com essa roupinha.
— Eu tô com um pouco de vergonha de mostrar minhas roupas, mas… — Christopher ficou de costas, abriu a porta do armário e nada pôde ser visto.
— Chris, você só tem roupa preta. Eu não consigo enxergar nada — Hankyeom estreitou os olhos, tentando ver algo.
— Quer que eu pegue alguma roupa pra você ver? — perguntou ele, um pouco sem jeito.
— Que seja chique, por favor — ordenou ela em tom brincalhão.
— Tá, pera aí — ele começou a mexer nas roupas com cuidado, tentando não bagunçar as pilhas. — Eu tenho essa blusa, essa calça e essa jaqueta. Você acha que fica chique?
— Tem alguma jaqueta preta? — ela parecia concentrada, pensando em um look. — Jaqueta preta, calça preta e uma regata ou blusa branca de manga mesmo.
— Tenho essa jaqueta e essa calça — ele pegou a jaqueta e mostrou para ela. — A blusa eu posso pegar com o Bin.
— Ai, tá bom — Hankyeom sorriu. — Ele tá em casa?
— Sim, deixa eu pegar lá com ele — Christopher pegou o celular e foi até Changbin. — Bin, me empresta uma blusa branca.
— Virei vendedor de roupa? Por que você não compra uma blusa branca? — Changbin cruzou os braços, sentado na cama. — Tá em chamada? Com quem? Hannah? Hanky… Hankyeom? HANKYEOM!?
— Oi, Changbin! — a protagonista gritou.
— Ela tá me ajudando com as roupas. Legal, né? — o mais velho sorriu gentilmente.
— Aham… Legal — Changbin sorriu e apontou para o armário. — Só pegar.
Christopher não disse mais nada, foi até o armário de Seo Changbin e pegou a primeira blusa branca de manga que viu. Agradeceu ao dono da blusa e voltou ao seu quarto, ansioso para ver como ficaria seu look e também para mostrar à mais nova. No quarto, ele colocou o celular no mesmo lugar de antes e começou a tirar a blusa, sentindo uma vergonha que talvez fosse desaparecer aos poucos. Hankyeom, que estava observando atentamente, manteve os olhos bem abertos para não perder nenhum detalhe do corpo do mais velho.
— Agora tira a calça — Hankyeom brincou.
— Ah, é? — Christopher desfez o laço do cadarço do short.
— AGORA TIRA A CALÇA? — gritou Eunhoo, aparecendo atrás da mais nova. — Foi isso mesmo que eu ouvi? Você de safadeza com um homem mais velho que você? Que isso, sua safada!
Com o grito de Eunhoo, ambos se assustaram e berraram ao mesmo tempo. Christopher rapidamente desligou a câmera do celular e ficou em silêncio, envergonhado por ter sido pego paquerando com ela, mesmo que de brincadeira. Hankyeom, por outro lado, mesmo achando excitante esse tipo de comportamento mais atrevido, também se sentiu constrangida. Já Eunhoo, que apenas queria brincar com seus amigos, achou suspeita a reação de ambos, embora soubesse que não estavam falando sério.
A mais nova, nervosa, tentou se explicar:
— Estávamos brincando um com o outro, Eunhoo!
— Isso é verdade, Eunhoo. A gente não acha maneiro ficar… — Christopher parecia desesperado.
— Gente, eu só tô brincando — disse Eunhoo, rindo da situação. — Só vim avisar que daqui a pouco vamos sair, então se vista logo, Hanky.
— Ah, sim! Eu já separei minha roupa. Vou tomar um banho depois que terminar de ajudar o Chris aqui, tá? — Hankyeom sorriu para ele e ajeitou-se na cama, ficando sentada.
— Se for atrapalhar, não precisa mais me ajudar, princesa — exclamou Christopher, ainda envergonhado.
— Fiquem de boa — Eunhoo saiu do quarto, ainda rindo do que fez com os dois.
Depois que Eunhoo saiu, eles voltaram a conversar como antes, mas um pouco mais tímidos após a situação que passaram juntos. Hankyeom acertou o look de primeira, deixando Christopher satisfeito com as primeiras roupas que experimentou. Para não ocupar muito o tempo da mais nova, o idol disse que iria se arrumar para trabalhar e depois ir ao seu compromisso mais tarde. Eles se despediram com um pouco de dificuldade, não querendo desligar a ligação, mas sabiam que poderiam conversar em outros momentos.
Hankyeom levantou-se da cama, colocou o celular para carregar e decidiu continuar com sua rotina, lembrando-se da bicicleta que iria comprar hoje. Exausta após um longo dia, decidiu que era hora de tomar um banho revigorante. Ao entrar no banheiro, ligou o chuveiro, mas, ao invés da água quente — a temperatura que seu melhor amigo costumava usar com frequência — foi surpreendida pela água gelada que escorria sobre sua pele. O choque a fez arrepiar-se completamente, mas respirou fundo e deixou que a água fria trouxesse toda a energia necessária para seu dia. Após um banho rápido, Hankyeom desligou o chuveiro, enxugou-se rapidamente e seguiu para o quarto. Vestiu a blusa branca de mangas longas, ajustando-a ao corpo enquanto sentia o vento passar pela janela. Em seguida, colocou uma saia preta curta, sentindo-se magnífica. Para finalizar, calçou botas de cano alto e salto grosso, sentindo-se mais confiante, como a cereja do bolo para um look simples.
— Eunhoo! — ela pegou o celular, colocou-o dentro de uma bolsa e saiu correndo do quarto. — Cadê você? Estou pronta!
Ela ficou surpresa ao ver seu melhor amigo mais arrumado que ela, observando-o usar uma camiseta preta de manga curta, com um corte simples e um pequeno logotipo no peito, junto com um short jeans largo, de cor azul clara. Nos pés, o visual era completado com um par de tênis Adidas Samba, em branco com detalhes em preto e cinza, e meias brancas com o logo da Nike, sem chamar muita atenção.
— Essa saia não tá muito curta, não? — perguntou Eunhoo, franzindo a sobrancelha.
— Não acho. Você quer que eu troque? Eu tô com um short de proteção por baixo, mas ele é bem curto, tipo cueca boxer, só que maior — respondeu Hankyeom, tentando acalmar seu melhor amigo.
— Tá, então vamos — ele falou, mas saiu correndo para pegar algo antes de sair.
Quando ele voltou, eles saíram de casa ansiosos para ver as bicicletas que iriam comprar. Fazia um tempo que os dois melhores amigos não saíam juntos para fazer algo legal, então estavam muito felizes de passear.
Enquanto caminhavam, observando a linda paisagem que o céu proporcionava aos dois, Eunhoo lembrou de falar com Hankyeom sobre passar na casa de Soobin depois que comprassem a bicicleta e, logo depois, visitar a mãe dele.
— Hankyeom, o Soobin nos chamou para passarmos lá depois — comentou Eunhoo, ao lembrar do convite que o mais novo fez.
— Ah, sério? Vamos sim. Podemos comprar pão doce em alguma cafeteria da sua mãe para levarmos, o que acha? — exclamou ela, animada com a ideia.
— Bom que não aparecemos lá de mãos vazias — disse ele, com as mãos dentro dos bolsos enquanto caminhava focado em olhar para frente.
Eunhoo e Hankyeom continuaram a caminhar pela calçada iluminada pelo sol da tarde, discutindo animadamente sobre qual bicicleta cada um escolheria.
Ao chegarem à loja de bicicletas, um lugar muito chamativo com vitrines grandes que exibiam diversos modelos coloridos, eles se aproximaram aos poucos, analisando cada tipo de bicicleta e curiosos para saber mais sobre as que iriam comprar. Um vendedor simpático, de meia-idade, com um sorriso caloroso no rosto, aproximou-se deles.
— Posso ajudar vocês a escolherem a bicicleta perfeita? — ele perguntou, olhando de Eunhoo para Hankyeom.
Eunhoo, com os olhos brilhando de expectativa, respondeu primeiro:
— Estou procurando uma bicicleta vermelha e branca.
O vendedor fez um gesto para que eles o seguissem até uma seção específica da loja.
— Tenho exatamente o que você precisa. Esta aqui é uma bicicleta de alta qualidade, com um design aerodinâmico e, claro, nas cores que você mencionou. O quadro é leve, mas resistente, e os freios são de última geração.
Eunhoo analisou a bicicleta com muita atenção. Era exatamente o que ele imaginava — bonita, com uma combinação perfeita de vermelho e branco que contrastava com os metais. Ele sorriu satisfeito.
— Eu gostei. Vou ficar com esta.
Enquanto Eunhoo fazia sua escolha, Hankyeom observava outra bicicleta que havia chamado sua atenção. Ela tinha um design personalizado com detalhes inspirados na Rapunzel, sua personagem favorita. A bicicleta era de um roxo pastel, com detalhes dourados e pequenas ilustrações da personagem ao longo do quadro.
— Essa bicicleta... É perfeita! — exclamou Hankyeom, tocando nos detalhes com delicadeza.
— Essa é uma edição limitada. É única e foi feita especialmente para você, querida — o vendedor riu levemente, surpreso ao ver que realmente era uma mulher que iria comprar aquela bicicleta. — Raramente mulheres da sua idade procuram bicicletas como essa, mas fico feliz em saber que consegui atender aos seus interesses pessoais.
— Eu definitivamente vou levar esta! É incrível e linda como eu imaginei. Vocês realmente fizeram um trabalho maravilhoso! — Hankyeom afirmou, empolgadíssima com a bicicleta.
Com as bicicletas escolhidas, eles seguiram para o caixa, onde o vendedor foi avisado de que não seria preciso embalar as bicicletas, pois os dois iriam usá-las para voltar para casa.
— Vocês dois estão prontos para sair pedalando por aí — disse o vendedor, entregando as bicicletas a eles. — Espero que aproveitem ao máximo.
Eunhoo e Hankyeom saíram da loja, sorrindo de orelha a orelha enquanto montavam em suas novas bicicletas. Eles estavam ainda mais ansiosos por finalmente comprarem o que tanto queriam, curtindo o presente que haviam dado a si mesmos. Como prometido, pedalaram até a confeitaria de Kang Jiyoon mais próxima e compraram alguns pães doces para levar aos amigos que iriam encontrar em alguns minutos. Estava na hora de visitar Soobin e os outros no dormitório deles, e, para chegarem mais rápido, a mais nova decidiu que seria melhor pegar um atalho que poderia ser um pouco perigoso, mas que seria mais rápido para chegar lá. Eles pedalaram em direção ao atalho e, à medida que se aproximavam, começaram a perceber que o "morro" que Hankyeom mencionara era, na verdade, bem mais íngreme do que haviam imaginado. A rua se transformava em uma descida cheia de adrenalina, com o asfalto irregular e cheio de rachaduras — é, isso realmente não seria uma boa ideia.
— Isso parece mais uma montanha do que um morro, Hankyeom! — brincou Eunhoo, rindo nervosamente ao observar a inclinação. — Tem certeza de que quer descer isso?
— Ah, vai ser tranquilo! Só temos que descer com cuidado. Eu já fiz isso uma vez, mas foi de patins — respondeu Hankyeom, sentindo um frio na barriga.
Eles começaram a descida, no início, controlando a velocidade das bicicletas com os freios. No entanto, o embalo da descida logo se mostrou mais forte do que eles imaginavam. A gravidade parecia puxá-los para baixo com uma força tão intensa, fazendo com que o arrependimento os abraçasse ao mesmo tempo, e, em pouco tempo, os freios já não eram suficientes para manter o controle total da velocidade. A velocidade das bicicletas aumentou, os pneus faziam um som estridente contra o asfalto enquanto eles tentavam se equilibrar, com suas mãos balançando sobre o guidão.
— Segura firme, Eunhoo! — gritou Hankyeom, tentando manter a voz firme. — A gente consegue!
Eunhoo respondeu entre risos nervosos e gritos:
— Isso é mais rápido do que eu esperava!
Então, o caminho à frente começou a diminuir e a se ajustar perigosamente e, antes que pudessem reagir, uma curva fechada apareceu de repente, levando-os direto para uma cerca de madeira que dividia o quintal de uma casa.
— Ah, não! — foi tudo o que Eunhoo conseguiu gritar antes de perder o controle da bicicleta.
O impacto foi impossível de evitar. Ambos atravessaram a cerca, que se partiu com um som muito alto, e, em questão de segundos, estavam caindo no gramado do quintal da casa. A forma como tocaram no chão com força fez com que rolassem pelo chão, em meio a pedaços de madeira e grama espalhada. Quando o mundo parou de girar e o barulho sumiu, Eunhoo e Hankyeom ficaram deitados, olhando para o céu, ofegantes e sentindo um pouco de dor.
Hankyeom riu baixinho, mesmo sentindo dor:
— É… Acho que subestimamos o morro.
Ambos se levantaram com cuidado, analisando tudo o que havia acontecido. Felizmente, não haviam se machucado gravemente, apenas alguns arranhões nos braços e pernas. De repente, uma adolescente saiu de dentro da casa com os olhos arregalados e o rosto pálido, assustada com o que acabara de acontecer.
— Tios, vocês estão bem? — uma menina de franjinha, tranças e uniforme escolar parecia muito preocupada. — Eu… Eu posso ajudar de alguma forma? Isso foi muito irado, mas vocês querem remédio?
— Menina… É… D… Doeun? Kim Doeun — Hankyeom olhou para ela, viu seu nome no uniforme e falou com um pouco de dificuldade. — Pode nos dar água?
— Lee Hankyeom? A modelo? Kang Eunhoo? O filho da melhor confeiteira da Coreia? Nossa, eu ganhei na loteria e não sei? — o tom de voz de Doeun tornou-se animado e ela correu para dentro de casa. — VOU PEGAR A ÁGUA DE VOCÊS!
— A gente vai pagar, né? Pelo menos as bicicletas estão bem — Eunhoo riu um pouco nervoso, mas já estava de pé. — Nem acredito nisso.
— Vou pagar a cerca. Cara, os pães estão a salvo, que milagre. Obrigada, Jesus! — Hankyeom juntou suas mãos e ficou de joelhos, agradecendo. — Ai, deixa eu ver meu celular.
Hankyeom pegou sua bolsa, que estava jogada no chão ao lado dos pães doces. Ela abriu e viu como estavam seus pertences pessoais; seu celular trincou só a película e o de Eunhoo continuou sem nenhum arranhão. Eles esqueceram dos machucados ao verem que seus itens estavam em segurança, então levantaram suas bicicletas, que felizmente não tiveram dano algum, tendo certeza de que compraram no lugar certo. Kim Doeun voltou com dois copos de água na mão e uma garrafa de água em seu colo, tomando cuidado para não derrubar nada. A menina estava chocada com a situação, mas também feliz por ter conhecido duas pessoas famosas em Seul, ansiosa para contar a todos na escola que as conheceu de um jeito impressionante.
— Querem que eu faça um curativo? Eu posso comprar para vocês! — os olhos de Doeun brilhavam enquanto ela assistia aos mais velhos beberem água.
— Fica tranquila, minha linda — disse Hankyeom, terminando com a água em um gole. — Eu vou pagar pela cerca, tá? Toma aqui.
— Estamos bem — Eunhoo soltou uma risada sarcástica. — E também temos um compromisso depois daqui.
— Ah, sim. Tá bom, gente. Nossa, vocês parecem tão mais legais pessoalmente — a adolescente continuava animada por ter conhecido os dois pessoalmente.
Os três permaneceram conversando por mais alguns minutos, explicando tudo em detalhes para a adolescente, para que ela pudesse avisar seus responsáveis sobre como a cerca da casa foi quebrada. Eles se despediram, mas antes de irem embora, Hankyeom pagou Doeun para que ela desse o dinheiro à sua mãe e o estrago fosse resolvido. Os protagonistas subiram em suas bicicletas e seguiram em direção ao destino: o dormitório dos meninos do Tomorrow X Together.
Hankyeom e seu melhor amigo chegaram à casa de Soobin e os outros, onde foram recebidos com muita alegria e preocupação ao verem o estado de ambos. Após a entrada, Soobin fez um gesto para que se sentassem na sala de estar. Eunhoo, ainda um pouco ofegante, começou a explicar a situação detalhadamente. Contou sobre o acidente e o estrago causado, enquanto a mais nova completava a história com os detalhes necessários.
— Nossa, isso é loucura! — Beomgyu ficou muito surpreso com a história dos dois. — Parece coisa de filme, né?
— Mas tudo isso foi porque ela inventou de descer aquele morro íngreme. — Eunhoo apontou para a mais nova.
— Pelo menos não sou medrosa. — rebateu Hankyeom, com os braços cruzados.
— Aqui, eu trouxe uns curativos. — apareceu Taehyun, sentando-se ao lado da protagonista e sorrindo. — Deixa eu cuidar de você...
— Deixa eu cuidar do meu pequeno. — Soobin pegou alguns curativos da mão dele e foi para perto de Eunhoo, começando a cuidar de seus machucados. — Tadinho, todo ralado.
— Moemoe, a sua bicicleta é muito maneira! Você que mandou fazer? É literalmente a sua cara. — comentou Kai, sorrindo gentilmente.
— Ah, eu vi. Literalmente a cara dela. — Yeonjun riu, um pouco surpreso. — Ai, nunca vi uma mulher adulta usar uma bicicleta como a sua.
— E ela é adulta? — Beomgyu olhou para o mais velho, confuso. — Ela não tem 17 anos?
— 17 anos? Eu tenho 18! — Hankyeom continuou de braços cruzados, olhando para Taehyun com um sorriso discreto. — Não falta muito para o meu aniversário de 19, sabia?
— Ninguém sabe quando é o seu aniversário. — Eunhoo arqueou uma das sobrancelhas para ela, mas voltou a prestar atenção em Soobin.
— É 25 de junho. — responderam Taehyun e Kai ao mesmo tempo, na mesma entonação.
— Jurei que fosse 29 de junho. — disse Soobin, terminando de pôr os curativos nos machucados do garoto de quem ele tanto gosta. — Sou um pouco ruim com algumas datas.
Depois que os dois melhores amigos foram cuidados por eles, Soobin convidou Eunhoo e Hankyeom para lanchar, arrumando a mesa com os pães que eles levaram e também com o que tinham na geladeira. Eles se sentaram à mesa, onde havia diversos petiscos e bebidas que todos gostavam.
— Soobin, você vai pedir o Eunhoo em namoro este ano? — perguntou Hankyeom, em um tom cheio de determinação.
— HANKYEOM! — Eunhoo gritou, engasgando-se com o pão doce.
— ALGUÉM AJUDA ELE! — Beomgyu berrou, desesperado. — SOOBIN!
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 23/06/2022.
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❝ Eunhoo’s pov ❞
Durante o dia, Kang Eunhoo se perguntou inúmeras vezes o que levou Choi Soobin a mandar mensagens para ele depois de tantos dias o ignorando e tratando-o como se nem o conhecesse. Sua melhor amiga achou estranho o convite do mais novo para sair de madrugada, mas disse que, se ele recusasse, seria muito pior. Ambos pensaram em diversas situações que poderiam ocorrer no encontro entre eles, mas nenhuma delas parecia realmente possível. O mais velho e a mais nova fizeram uma aposta: se acontecesse algo que um deles havia previsto, o perdedor teria que fazer todas as tarefas da casa sozinho por uma semana. Isso os deixou levemente tranquilos.
— E se ele disser que está namorando alguém e por isso se afastou? — exclamou Hankyeom, com os braços cruzados enquanto sua perna esquerda tremia ansiosamente.
— Namorando? Você acha? — Eunhoo mordeu os lábios e suspirou. — Não, não… Eu sou o melhor amigo dele, ele com certeza me contaria.
— Você me conta tudo sobre você? — a mais nova lançou um olhar sério para seu melhor amigo.
— Não. — o mais velho respondeu, mas seus olhos estavam fixos no teto. — É, acho que entendi o que você quis dizer.
— Que bom, amigo. — ela soltou um suspiro entediado e se ajeitou no sofá. — Ele te disse para onde vai te levar?
— Ainda não. — Eunhoo pegou o celular e entrou no contato de Soobin para ver se havia alguma mensagem. — O quê… Ai! Eu estou ansioso, sabia!?
— Claro! Eu também estou. Imagina você, amigo. — Hankyeom cruzou os braços e começou a tremer as duas pernas. — Ai, eu quero saber o que ele vai te dizer.
Eles ficaram em silêncio, se encarando por alguns minutos, até que a mais nova pulou do sofá, animada, e pediu que Eunhoo ficasse na frente dela. O rosto do mais velho demonstrava confusão, cruzando os braços e esperando para ver o que Hankyeom iria aprontar.
— Agora eu sou o Soobin. — ela abaixou a cabeça e jogou o cabelo para trás, como se mudasse de personalidade. — Eunhoo… a verdade é que eu sempre fui apaixonado por você, e eu… eu quero que você mande em mim! Quero ser sua putinha triste.
No mesmo instante, Eunhoo franziu a testa e o nariz, dando pequenos passos para trás. Hankyeom gargalhou, mas rapidamente voltou ao seu teatro, fingindo ser o melhor amigo do protagonista.
— Eu prometo ser submisso a você… e fazer bolinho de… — Hankyeom teve a boca tampada pelo mais velho.
— Não. — Eunhoo fez uma expressão de nojo e tirou a mão dela de sua boca. — Isso parece mais você falando com o Bang Chan do que comigo.
— Eu não falo assim com ele. — ela olhou dos pés à cabeça para ele e revirou os olhos. — Nem vou te contar como eu falo com ele.
— Ainda bem, deve ser cada safadeza… Depois você diz que não é safada! Deve ficar toda “ai, come minha buceta, lobão!”. — ele começou a rir enquanto falava, mal conseguindo segurar a vergonha de dizer algo assim.
— Ai, cala a boca. — a mais nova se virou e correu para o quarto.
— Ué, do nada isso? — o mais velho cruzou os braços, ainda mais confuso. — Melhor eu ver o que temos para o jantar hoje.
Ele caminhou em direção à cozinha e decidiu preparar um jantar simples para si e sua melhor amiga, algo que pudesse ser feito rapidamente, mas com carinho. A escolha foi um prato que sempre agradava Hankyeom, assim como a ele mesmo. Ele começou a preparar macarrão com linguiça, aquecendo uma das maiores frigideiras que tinha na cozinha e adicionando um pouco de óleo. O som do óleo quente ficou mais alto ao encontrar as linguiças cortadas, soltando alguns respingos que quase o acertaram.
Enquanto a linguiça dourava, Eunhoo focou no macarrão. Colocou uma panela com água para ferver, adicionando uma pitada generosa de sal. Quando a água começou a borbulhar, ele deslizou o macarrão para dentro, mexendo suavemente para não grudar.
Com a linguiça dourada, o mais velho adicionou cebolas picadas e alho na frigideira, deixando-os refogar até ficarem macios. Minutos depois, despejou as linguiças na panela com macarrão e começou a mexer com uma colher de pau. Em seguida, colocou a comida em dois pratos, finalizando com bastante queijo parmesão ralado. Ele sorriu ao ver o prato completo, exalando um bom cheiro à sua frente.
— Eunhoo, o Soobin te mandou mensagem? — de repente, Hankyeom apareceu atrás dele.
Eunhoo sorriu de canto, achando graça da curiosidade dela. Por fora, ele parecia estar animado, mas por dentro o medo tomava conta de tudo, e havia tantas perguntas que precisavam ser respondidas por Soobin.
— Não, ainda não. — disse ele, tentando esconder a frustração na voz. — Talvez ele esteja ocupado, como sempre esteve nesses dias…
Sua amiga fez uma careta, claramente insatisfeita com a resposta, mas logo tentou disfarçar a decepção no rosto.
— Ele deveria tomar no cu dele, você sabe disso, né? — insistiu ela, cruzando os braços.
Eunhoo deu de ombros, pois, mesmo estando triste com o que o mais novo fez, ainda tentava entender o que havia acontecido para que Soobin mudasse tão repentinamente.
— Ele precisa levar um soco, isso sim. — respondeu, depois de um tempo em silêncio, colocando os pratos sobre a mesa. — Vamos comer agora, depois pensamos nisso, tá?
— Ai, mas esse viado, ai! Ai! — Hankyeom sentou-se à mesa com raiva e suspirou. — AI, QUE RAIVA DO SOOBIN! Se ele soubesse o quanto você sofreu por causa dele…
Ele não a respondeu, dominado por inúmeras perguntas que precisava fazer a Soobin, se corroendo por dentro enquanto se lembrava de tudo o que seu melhor amigo o fez passar. Seus sentimentos estavam embolados, sem saber se sentia raiva ou tristeza, paixão ou felicidade... Uma confusão que nem ele mesmo conseguia explicar. Eunhoo girou o garfo por cima do macarrão, enrolando-o e brincando com a comida, se esforçando para ignorar o que estava sentindo. Hankyeom percebeu que ele estava levemente incomodado, talvez querendo dizer algo, provavelmente confuso em relação à ação do homem que ele tanto amava.
— Hankyeom — disse ele, em um tom mais baixo, quase inaudível. — Você acha que ele sempre pensou em mim?
— Como assim, amigo? — perguntou ela depois de dar algumas garfadas na comida.
— Você acha que ele sempre quis me mandar essas mensagens ou só percebeu o quanto me magoou hoje? — Eunhoo parou de mexer na comida, com os olhos focados na mesa.
— Impossível ele ter parado de pensar em você todo esse tempo — ela respondeu no mesmo instante, como se já tivesse essa resposta em sua mente há muito tempo. — Vocês sempre foram próximos, não tem como ele te esquecer, mesmo que por um único dia.
— Então... — a voz do mais velho ficou trêmula, seus olhos se enchendo de lágrimas. — Por que ele fez isso comigo?
— Eu também quero saber, meu amor — a mais nova sorriu para ele, tentando confortá-lo. — Amigo, eu entendo que seja triste, mas... Coma antes de pensar nisso. Não quero que você perca a fome.
— É... — ele concordou em um tom desanimado, sem nem sequer olhar nos olhos dela.
O melhor a se fazer em um momento delicado como aquele era ficar em silêncio, evitando que palavras erradas fossem ditas e que perguntas pudessem atrapalhar a refeição um do outro. Assim, eles evitaram uma conversa triste em relação ao problema de Eunhoo. Quando terminaram de comer, Hankyeom decidiu lavar a louça do jantar para que seu amigo pudesse pensar em qual roupa iria usar no "encontro". A ansiedade estava sobre os ombros do mais velho, atrapalhando-o sempre que tentava focar em outras coisas que não fossem sua situação desconfortável com Soobin. Nunca havia imaginado passar por algo assim com alguém que tanto ama, sem entender o que havia acontecido para que isso ocorresse.
— Ai, não é possível! — Eunhoo gritou consigo mesmo, dando alguns tapas na cabeça. — Eunhoo, para de se desconcentrar por causa desse idiota!
Ele ficou alguns minutos se encarando no espelho, buscando entender seus próprios sentimentos e procurando respostas para todas as suas perguntas. Não queria ficar irritado com Soobin, mas se tornava impossível não se sentir assim depois de tudo o que passou nesses dias — todas as noites em que chorou, os pensamentos ruins que teve e as crises de ansiedade que enfrentou.
— Ele realmente me considera o melhor amigo dele? Melhores amigos fazem isso um com o outro? — ele abaixou a cabeça e suspirou. — Ai, eu não entendo.
Depois de alguns minutos escolhendo uma roupa confortável para o encontro com Soobin, que aconteceria em algumas horas, Eunhoo decidiu aproveitar que o clima não estava tão fresco e tomou um banho. Ele caminhou em direção ao banheiro, sentindo um leve arrepio ao tocar os pés no chão gelado. Então, tirou suas vestes e entrou no box, ligando o chuveiro de uma só vez. Deixou a água fria percorrer seu corpo, passando por lugares específicos que o ajudariam a se manter mais acordado durante a madrugada. Depois de alguns minutos no banho, o som da água parando ecoou pelo banheiro, e ele estendeu a mão para pegar a toalha que sempre deixava ali. Com a toalha já em volta do quadril, caminhou até o quarto, pegou roupas íntimas no guarda-roupa e decidiu vestir as roupas que havia deixado sobre a cama. Começou pelo moletom cinza com zíper. Em seguida, pegou a bermuda jeans desbotada, de comprimento acima dos joelhos. Abaixando-se, Eunhoo vestiu as meias brancas com listras pretas, ajeitando-as para que ficassem bem esticadas, quase até a altura da canela. Por fim, levou os tênis brancos com detalhes em azul-marinho até a porta, deixando-os em um canto até que saísse de casa.
— Já está pronto!? — Hankyeom se assustou.
— Hankyeom, já são dez e meia da noite — Eunhoo respondeu, olhando para o relógio da sala.
— Caramba, é verdade! Ai, eu vou dormir, já está na minha hora — a mais nova desligou a televisão e se levantou, indo até seu melhor amigo e o abraçando. — Espero que tudo dê certo, amigo.
— Eu também — o mais velho a abraçou de volta, fortemente. — Também espero que tudo volte ao normal. Não quero ficar estranho com ele o tempo todo.
— Tudo vai ficar bem, eu acredito em vocês dois — ela deu alguns tapinhas nas costas dele, sorrindo docemente. — Boa noite, amigo.
— Boa noite — ele sorriu de volta, mesmo que ainda estivesse um pouco nervoso por dentro.
❝ Soobin’s pov ❞
Choi Soobin caminhava de um lado para o outro no quarto, cada passo carregado de ansiedade e expectativa, que o consumia desde o momento em que Choi Yeonjun mandou aquelas mensagens para Kang Eunhoo. A lua iluminava uma parte de seu quarto, mas não conseguia roubar sua atenção nem por um segundo. Sobre a cama, diversas peças de roupa estavam espalhadas: uma jaqueta jeans desbotada, uma camisa branca de botões, um par de calças pretas e até mesmo uma gravata que ele pegou de Yeonjun.
Ele experimentava uma camisa azul pela terceira vez, ajeitando-a com cuidado, como se cada ajuste em sua roupa o deixasse mais atraente e escondesse a insegurança que sentia só de lembrar que encontraria seu melhor amigo. Observou-se no espelho, virando-se de um lado para o outro, avaliando aquele look que não parecia tão casual quanto o normal, mas sem parecer que ele se esforçou demais para estar muito arrumado. Afinal, era apenas um encontro na praça, mas, com Eunhoo, nada parecia simples; era como se ele fosse encontrar seu maior pesadelo — que, na verdade, parecia ser mais um sonho que ele sempre quis realizar.
Enquanto vestia a camisa, ele se lembrou da última vez que se encontraram. A maneira como Eunhoo ficou depois que ele saiu correndo da farmácia por impulso o deixava mais ansioso, sentindo seu coração acelerar de amor e medo. Soobin sabia que queria impressionar, mas também sabia que tinha uma desvantagem por ter vacilado com seu melhor amigo.
Com a camisa ajustada da forma que ele queria, ele se aproximou do espelho, olhando fixamente para o reflexo. A expressão séria o deixava tranquilo por fora, mas os pensamentos que dominavam sua mente eram horríveis. Como começar a conversa? Deveria ser direto ou esperar o momento certo? Essas duas perguntas tomaram conta de sua mente o dia todo, e ele as fez várias vezes para todos os membros do grupo — nenhum deles quis ajudar.
— Olá, Kang. Eu realmente… — ele fez uma careta. — Isso tá muito formal, não parece que somos melhores amigos.
Ele levantou a mão direita, acenando para o espelho e sorrindo de forma positiva.
— Hoo! Tava te… Muito falso!? Nós ficamos muito tempo sem conversar, vai parecer estranho e falso. — Ele coçou o nariz enquanto se encarava no espelho, pensando em formas de parecer natural e seguro de si.
— O que você tá fazendo? — perguntou Taehyun, entrando no quarto e sentando na cama, longe das roupas. — Que bagunça.
— Não sei como vou falar com o Eunhoo — Soobin fez uma expressão triste. — Parece que, sempre que eu tento imaginar ele na minha frente, parece falso ou simplesmente me dá vontade de chorar! — sua voz estremeceu. — Eu não sei como vou fazer isso, Taehyun…
— Você só precisa ser você mesmo, Soobin — ele riu de forma sem graça, suspirando e relaxando os ombros. — Se quiser chorar na frente dele, chore. Mas não tente fingir algo que você nem é, e nem esconda seus sentimentos, vai ser pior.
— Eu vou parecer mais idiota ainda — o mais alto cruzou os braços, fazendo um biquinho.
— Você vai parecer um idiota de qualquer forma — o mais baixo levantou as sobrancelhas e sorriu de forma descontraída. — Isso não tem como evitar, Soob.
— Você tá piorando a situação — disse Soobin, colocando as mãos na cabeça e andando de um lado para o outro. — Meu coração tá apertando... Falta tão pouco! Eu fiz... Eu fiz muita merda! Se eu tivesse ficado normal, não teria que passar pela vergonha de encarar a cara dele depois da besteira que fiz.
— Não posso mentir pra você, mas tu vacilou mesmo — disse Taehyun em um tom sério, enquanto olhava para as roupas jogadas sobre a cama. — Você só precisa se esforçar para explicar tudo direito e fazer com que tudo volte ao normal, entende?
— Ninguém nessa casa tá do meu lado! — ele bateu o pé no chão e saiu do quarto. — NINGUÉM PARECE GOSTAR DE MIM!
— Eita! — exclamou Beomgyu, que acabara de sair do banheiro. — Mas aí você pediu também, né. — Ele se aproximou e riu. — Pra quem foi um idiota com o melhor amigo, bem feito mesmo.
— Incrível como eu sempre sou um idiota — Soobin gritou, olhando com raiva para Beomgyu.
— Mas você foi um idiota mesmo — Beomgyu colocou as mãos na cintura, olhando para ele com deboche. — I-D-I-O-T-A.
— O que tá acontecendo!? — Yeonjun se aproximou, comendo um pedaço de bolo.
— O Beomgyu e o Taehyun me chamando de idiota, quando não é... — Soobin olhou para a mão do mais velho. — O que você tá comendo?
— O bolo que... — Yeonjun apontou para trás, mas Soobin gritou, assustando-o.
— O BOLO!? O BOLO DE LARANJA QUE EU COMPREI PARA O EUNHOO!? — Soobin correu em direção à cozinha, vendo que o bolo estava pela metade. — QUEM MAIS COMEU O BOLO?
— Ué, todo mundo — Kai apareceu atrás dele. — Até eu comi.
— Ah, gente... — Soobin suspirou, triste. — Ah, gente...
Ele não sabia o que dizer, não sabia como reagir e nem expressar o que sentia no momento: tristeza. Soobin cortou o bolo em pedaços e os colocou dentro de um pote transparente, sem dizer absolutamente nada. Ele só queria que tudo saísse perfeito, que tudo desse certo e, no final, sua amizade com Eunhoo voltasse ao normal. Mas, a cada segundo que passava, ele desanimava ainda mais com o encontro. A ansiedade o incomodou o dia todo, sem deixá-lo pensar e nem agir de forma normal; sempre estressado e triste, sem conseguir seguir sua rotina. Ele colocou o pote dentro da geladeira e caminhou até a sala, sentando-se no sofá e focando o olhar em um ponto aleatório.
— Desculpa, Soobin — todos eles pararam na frente dele.
— Tudo bem — Soobin olhou para eles e riu.
— Mas você não deixa de ser um idiota — murmurou Beomgyu.
— Tadinho, ele já ouviu tanto isso que até já sabe — disse Kai, com uma expressão de decepção no rosto.
— Nossa, muito obrigado, Kai — Soobin cruzou os braços e suspirou de raiva.
Eles ficaram desconfortáveis com a reação de Soobin, então decidiram parar de perturbá-lo; cada um foi para o seu lado. Ainda ansioso, Soobin retirou o celular do bolso, sua mão tremendo e suando mais do que o normal. Ao ver o horário, ele suspirou nervoso e percebeu que era hora de se concentrar em não estragar tudo de novo, então mandou uma mensagem para Eunhoo.
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Aquilo era péssimo. Os olhos de Soobin se encheram de lágrimas no "tchau" que precisou dar a Eunhoo. O problema não era se despedir — afinal, eles iriam se encontrar em breve —, mas ver a forma como seu melhor amigo estava o tratando deixava seu coração ainda mais sensível. Lágrimas escorreram por seu rosto enquanto ele pensava nas palavras que usaria para resolver o obstáculo que criou entre os dois. Talvez se declarar fosse a melhor coisa a fazer; assim, ele tiraria o peso de guardar esses sentimentos e daria um sentido a tudo o que aconteceu. Ele passou as mãos pelo rosto, suspirou e riu nervosamente; já estava na hora de ir.
— É, não posso mais fugir — disse ele, levantando-se do sofá com um falso sorriso no rosto.
— Você está pronto? — Yeonjun apareceu, aproximando-se dele com uma expressão tranquila. — Pode ter certeza de que todos nós estamos torcendo por você, mesmo que você seja o errado dessa história.
— Eu vou resolver isso — Soobin respirou fundo. — Não quero estragar tudo por burrice minha.
— Que bom. Eu confio em você — o mais velho o abraçou fortemente, acariciando suas costas. — Boa sorte.
— Obrigado — Soobin retribuiu o abraço com a mesma intensidade, depois soltou o corpo dele. — Melhor eu ir logo.
Nervoso, ele tentou controlar a respiração enquanto caminhava em direção à cozinha para pegar o bolo de laranja que daria a Eunhoo. O idol abriu a geladeira, pegou o pote e o colocou dentro de uma sacola de pão, algo simples e rápido. Então, pegou as chaves que estavam em cima da mesa da cozinha e olhou por alguns segundos para a bicicleta que estava no canto, mas hesitou em usá-la. Ele foi até a porta, com a respiração controlada, e, antes de sair, olhou para trás, rindo ao ver que os meninos estavam atrás dele com sorrisos encorajadores.
A batida do coração ecoava por todo o seu ser, e o nervosismo estremecia seu corpo. Sua respiração estava instável, como se ele fosse ter um ataque de ansiedade enquanto caminhava pela rua. Ele sentiu o corpo esquentar e começou a balançar a blusa para tentar se acalmar. Suas mãos suavam, fazendo com que ele as limpasse o tempo todo nas calças, secando-as constantemente. Soobin começou a se perguntar se deveria acelerar o passo, se talvez Eunhoo já tivesse chegado ao local ou se ele simplesmente havia desistido. Olhou para o celular, à procura de alguma ligação ou mensagem dele. Uma leve dor na barriga o incomodava, e ele ficava mais nervoso a cada sintoma que sentia.
— Eu só não posso me cagar aqui na rua — murmurou, envolvendo a barriga com os braços e respirando fundo. — Calma, Soobin. O Eunhoo também deve estar nervoso, não se preocupe com isso. É normal.
Após alguns minutos andando, ele finalmente chegou ao seu destino, sentindo o coração acelerar ainda mais. Sentou-se em um banquinho, olhando para as árvores e ouvindo o som da noite, em busca da tranquilidade que tanto desejava. Até que Soobin ouviu passos vindo de trás, e seu corpo paralisou, parando de respirar por alguns segundos.
— Soobin? — era a voz de Eunhoo.
Soobin voltou a respirar, e seu corpo tremeu ao olhar rapidamente para trás.
— Eunhoo...
Eunhoo ficou em silêncio, aproximando-se aos poucos com uma expressão séria em seu rosto, mas suas pernas tremiam. Ele sentou ao lado de Soobin, com as mãos em sua coxa, buscando coragem para olhar para o rosto, para aquele rosto que ele sentia tanta falta. Então, o mais novo se aproximou, mas suspirou decepcionado ao ver que seu melhor amigo se afastou em um só movimento.
— Eu comprei esse bolo para você, Eunhoo — Soobin entregou a sacola para ele. — É de laranja, seu sabor favorito.
— Obrigado — Eunhoo olhou para o presente, evitando contato visual. — Por que me chamou para vir aqui?
— Eu te disse que queria sair com você, não disse? Pode ter demorado… — ele não conseguiu terminar de responder.
— Você esteve em casa todo esse tempo. Por que demorou tanto? Não faz sentido. Você mentiu para mim todos esses dias! — os olhos do mais velho estavam cheios de lágrimas. — É sério que você não vai dizer nada sobre isso? Não tem como você vir aqui, olhar para mim e agir como se nada tivesse acontecido!
— Me desculpe, Eunhoo — Soobin abaixou a cabeça, envergonhado. �� Eu sei que te magoei, mas eu nunca quis fazer isso com você!
O menor ficou em silêncio, olhando fundo nos olhos de Soobin enquanto lágrimas escorriam por seu rosto. Ele estava esperando uma explicação, mas parecia que a voz de Soobin o irritava, uma sensação horrível de ver que a pessoa que ele ama estava, na verdade, o deixando desconfortável. Eunhoo ainda não aceitava estar chorando por seu melhor amigo; aquilo não era justo e nunca seria justo. O coração do protagonista parecia que ia sair pela boca, batendo tão rápido que o mais alto era capaz de ouvir; sentia-se mais ansioso ao perceber que havia deixado Kang tão nervoso.
— É só isso? Desculpas?
— Não, Eunhoo. Eu não sei se consigo te dizer.
— Eu vim aqui à toa? Soobin, se você não vai me dizer nada, então eu vou embora.
— Eu estava triste! Eu fiquei triste.
— E o que eu fiz para te deixar triste? Não era só ter falado comigo? Nós somos melhores amigos, sempre resolvemos nossos problemas.
— É diferente.
— O que é diferente? Só porque agora não somos mais crianças? Isso não é difícil, Soobin.
— Não quero que a gente mude.
— Como assim?
— Você gosta de alguém?
— Hã?
— Você realmente gosta de alguém?
Os olhos de Eunhoo ficaram vazios. A confusão invadiu sua mente ao ouvir as perguntas feitas por Soobin, que chorava sem parar. Ele não sabia se Soobin estava falando sério; o mais velho o amava, amava tanto, e ele estava querendo saber isso? O que deixou ele triste? Eunhoo queria saber o que aconteceu para deixá-lo triste, mas o mais alto parecia fugir dessa pergunta.
— Você quer saber se eu gosto de alguém? — as lágrimas de Eunhoo secaram.
— Eu não quero que você goste de alguém, Eunhoo — gritou Soobin, a voz trêmula enquanto as lágrimas pingavam no banco de madeira. — Eu amo tanto você, eu te amo mais que um melhor amigo e não aceito que pense em outra pessoa! Eu quero que você também sinta o mesmo por mim, Hoo. — ele falou tão rápido que precisou puxar um pouco de ar. — Eu sempre amei você, e descobrir que você gosta de outra pessoa detonou o meu coração. Eu fiquei tão triste que fiquei com vergonha de ver você, porque sempre que eu pensava em te ver novamente, meu coração doía só de imaginar te ver com outra pessoa.
Eunhoo acertou um tapa doloroso e surpreendente no rosto do mais novo, com os olhos cheios de lágrimas e ódio.
— EU ME DECLARO PARA VOCÊ E RECEBO ISSO? — Soobin ficou sem reação.
O protagonista sorriu de canto e, sem pensar, aproximou seu corpo do dele enquanto envolvia os braços em volta do pescoço de Soobin. Seus lábios tocaram os dele. As pupilas do mais novo dilataram, seus olhos arregalados e seu corpo todo arrepiado, encostado no de Eunhoo. No momento em que percebeu o que aconteceu, fechou os olhos e abraçou seu melhor amigo fortemente. Soobin não entendeu o que fez para merecer aquilo, mas gostou; não quis nunca mais desgrudar dos lábios do menor. O beijo suave e gentil envolveu os dois em uma aura só, transformando-os em um. A sincronia entre eles se tornou tão perfeita que nem parecia ser o primeiro beijo. Ambos não estavam só conectados por um beijo, mas também emocionalmente. Eles se separaram, respirando com dificuldade e olhando um para o outro como dois idiotas apaixonados.
— Agora você sabe de quem eu gosto?
— Pera, você gosta de mim?
— Você é muito idiota, sabia? Seu idiota! Você é burro!
— Como eu iria saber?
— Perguntasse.
— Nossa, eu…
— Eu amo você, Soobin.
— E eu amo você, Eunhoo.
— Cara! Que vontade de te espancar com esse bolo de laranja.
— Ai, me desculpa.
— Eu te desculpo, mas só porque eu amo você.
— Eu também amo você. Não vai pedir desculpas pelo tapa?
— Claro que não! Você mereceu por ser tão burro. Eu chorei muito por sua causa, sabia? Se você não fosse tão lerdo, não teríamos sofrido tanto!
— É, eu sei. Eu vacilei real.
— Ainda bem que sabe.
Eles ficaram se olhando em silêncio por alguns minutos, provavelmente pensando no tempo que levaram para se declarar um para o outro. Soobin estava levemente triste por ter sido tão idiota a ponto de nunca ter percebido que seu melhor amigo sentia a mesma coisa que ele, mas também ficou muito feliz por saber que o amor que sentia era recíproco. Eunhoo lembrou ao mais novo da mensagem que ele havia mandado dizendo que queria mostrar algo para ele. Então, o maior lembrou-se. Os dois se levantaram de mãos dadas, e Soobin começou a guiá-lo até um local que não era muito longe, mas que eles nunca haviam visitado antes.
— Uma fonte!? — perguntou Eunhoo, confuso.
— Eu joguei uma moeda ali dentro e desejei que você também gostasse de mim — Soobin olhou envergonhado para ele. — Mas eu quero que você olhe para a lua.
— Uau — disse o mais velho, impressionado com a visão perfeita da lua. — Por que ela parece mais bonita aqui?
— Não sei, mas eu quero te beijar em um lugar tão bonito como esse — o mais novo acariciou o rosto dele e sorriu.
Eunhoo sorriu genuinamente, então olhou para a fonte de pedra, de onde a água cristalina fluía suavemente, criando um som relaxante. A fonte era cercada por lindas flores, como tulipas e orquídeas, que brilhavam sob a luz da lua, destacando os detalhes em suas pétalas. Ao redor, árvores altas com flores que balançavam levemente com a brisa noturna e um caminho curto de pedras brancas até a fonte refletiam a luz suave. O lugar era realmente muito lindo, perfeito para um clima romântico e agradável. Dessa vez, Soobin o beijou, tocando suas mãos no peitoral de Eunhoo e encaixando seus lábios nos dele enquanto movia sua cabeça em sincronia com a de seu melhor amigo calmamente, como se soubesse o que estava fazendo. Ele sabia que era o certo.
Após horas conversando sob a luz suave da lua, Eunhoo e Soobin se entregaram um ao outro com as palavras de amor que sempre desejaram dizer. Eles se tornaram ainda mais íntimos, sentindo um sentimento crescer a cada toque, cada beijo e cada olhar. Era como se o mundo ao redor tivesse desaparecido, concentrados em passar o tempo que perderam juntos, felizes por terem resolvido o problema que poderia ter acabado com a amizade deles e até mesmo com o amor que sentiam um pelo outro.
Quando a madrugada começou a se aproximar do fim, Soobin decidiu levar Eunhoo para casa como uma recompensa depois de ter o deixado tão triste. O protagonista recusou diversas vezes, mas nada adiantou. Eles se levantaram, um pouco tristes por terem que se separar depois de tanto tempo longe um do outro, mas sabiam que as coisas iriam mudar daqui para frente, ansiosos para novas experiências.
No caminho até a casa de Eunhoo, o clima se misturava com sentimentos de nostalgia e satisfação. Ao chegarem ao destino, antes que ele entrasse em casa, Soobin fez questão de dar um último beijo. Este beijo foi diferente dos anteriores; carregado de uma doçura silenciosa e sentimentos que estavam guardados há muito tempo, como se fosse um pedido de desculpas.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 16/06/2022.
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Meus pensamentos parecem estar fazendo de tudo para que eu enlouqueça dentro do meu quarto. Pus minhas mãos de cada lado da cabeça, virei-me para o outro lado, enquanto minhas pernas chutaram o lençol para o chão. A imagem de Kang Eunhoo me olhando naquela farmácia foi o meu pesadelo da semana — nunca pensei que seria tão estúpido ao ponto de sair correndo de um lugar só porque vi meu melhor amigo, o homem por quem sou apaixonado há muito tempo. Acertei minha testa com tapas fortes e senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, lágrimas que não me deixavam em paz desde a noite passada. Eu queria abraçá-lo, beijá-lo e dizer o quanto o amo, o quanto sempre o amei — mas, sempre que ouço, vejo ou até mesmo penso em Eunhoo, só consigo imaginá-lo amando outra pessoa, alguém que talvez seja melhor do que eu. Por que eu não posso ser quem ele ama? Eu sei que, como seu melhor amigo, eu deveria apoiar todas as suas decisões, desde que o fizessem feliz e fossem o melhor para sua vida. No entanto, parece uma tortura esconder meus sentimentos por ele, porque sou um medroso que foge das situações que me assombram dia e noite: sou um fracote apaixonado.
Levantei-me da cama com os olhos levemente fechados, inchados de tanto chorar. Olhei para a cômoda do meu quarto e observei um porta-retrato com uma foto nossa quando éramos mais novos. Aquilo fez meu coração doer de uma forma que parecia que alguém estava esmagando-o com uma mão gigante. Respirei fundo e segurei as lágrimas. Dei passos lentos em direção à porta, olhei para ela por alguns segundos antes de abri-la e suspirei, observando Huening Kai parado na minha frente.
— Soobin…? Bom dia. — Ele desviou o olhar e coçou a cabeça, desconfortável. — Eu ia te acordar, mas já que...
— Não precisa fingir. — Sorri falsamente, apenas para confortá-lo; sabia que ele tinha me ouvido chorar.
— E você não precisa fingir que está bem. — Kai me abraçou fortemente, ajeitando seus braços ao meu redor e me aconchegando. — Não precisa falar para nós como se sente, mas também não queremos que fique longe de todos nós. Queremos te ajudar a resolver o que está te incomodando, Soobin.
— Eu sou um idiota. — O abracei com a mesma intensidade, então deitei a cabeça em seu ombro e fechei os olhos. — Eu sou um idiota! Eu simplesmente sou um idiota, Kai!
— E por que você é um idiota? Me conta. — Suas mãos me acariciavam cuidadosamente.
— Eu amo o Eunhoo! Eu o amo tanto que... Quando passa pela minha mente que ele gosta de alguém, sinto uma dor tão forte no peito que parece que vou morrer. — Minha voz ficou trêmula enquanto eu buscava as palavras certas para dizer tudo o que sentia. — Não... Eu não quero que ele beije outras bocas, nem que sorria daquela forma tão bonita para outros, e também não quero que ele se case com alguém que não seja eu.
— E você não vai lutar por ele? — Kai me pegou desprevenido com essa pergunta, fazendo-me parar de chorar.
Lutar? A palavra "lutar" nunca passou pela minha mente quando o assunto era Eunhoo — talvez isso seja o que falta para eu tê-lo? Eu preciso lutar por ele? Todo esse tempo eu sempre o desejei, mas nunca me esforcei para fazê-lo gostar de mim de volta. Eu realmente o amo? Não, eu não sou capaz de lutar por ele, mesmo que seja algo que eu tanto queira. Minha mente retornou ao mundo real, então soltei o corpo de Kai e fiquei em silêncio, observando sua expressão por alguns segundos.
— Não sou forte o suficiente para lutar por ele.
— E quem disse que precisa de força? Você precisa de determinação, Soob.
— Mas eu não sou bom o suficiente para ele.
— Claro que é.
— Não sou.
— É sim.
— Então por que ele não me ama?
— E ele te disse que não te ama?
— Não.
— Por que você está falando sobre isso e dizendo que o Eunhoo não te ama, sendo que você nem sabe de quem ele gosta? E se ele gostar de você? O que vai fazer?
— Eu com certeza vou ficar muito feliz, mas vou ficar com vergonha depois...
— Para de fugir, Soobin.
— Fugir…?
Eu estava fugindo todo esse tempo e colocando a culpa nele, como se ele fosse o problema, mas não. Por que estou incomodado com isso? Eunhoo não é obrigado a me amar, então meu objetivo será deixar de amá-lo. Isso ainda é fugir da situação? Todo esse tempo, estive pensando em mandar uma mensagem me desculpando, mas não sei nem como vou vê-lo novamente e viver como se nada tivesse acontecido. Acho que o melhor é sumir da vida dele para sempre.
— É, Bin. A única coisa que você está fazendo é ficar parado e choramingar. — Kai apoiou suas mãos em meus ombros e riu.
— Parado e choramingando? Não! Eu não quero ser assim. — Suspirei com raiva e bati o pé no chão. — Eu não quero ser assim, mas também não consigo parar de chorar!
— Vamos com calma. — Ele deu alguns tapinhas nos meus ombros e sorriu. — Que tal tomarmos café da manhã logo?
— É, melhor. — Sorri, então andamos em direção à cozinha.
Todas as palavras ditas por Kai estavam soltas na minha mente, esperando que eu as agarrasse e fizesse tudo o que deveria ser feito: ainda estou indeciso em relação a isso. Caminhamos em silêncio, um ao lado do outro, e, ao chegarmos ao cômodo, Choi Yeonjun e Kang Taehyun estavam conversando em pé, um ao lado do outro. Eles sorriram para mim, e eu me esforcei para sorrir de volta, mas falhei. Ambos sabiam muito bem como eu estava me sentindo em relação ao Eunhoo, então estavam evitando tocar no assunto até se tornar algo que realmente precisasse ser discutido. Sentei-me à mesa, observando as diversas opções que eu tinha para escolher e me alimentar. Kai sentou-se ao meu lado com uma expressão animada.
— Eu não sei o que fazer. — Meus olhos se encheram de lágrimas na primeira mordida que dei em um sanduíche já pronto. — Eu realmente não sei o que fazer.
— Como assim você não sabe o que fazer? Do que você está falando? — Taehyun puxou uma cadeira, sentando-se com uma expressão de preocupação estampada no rosto.
— O Eunhoo... — Respirei fundo e ri envergonhado. — Eu o amo, mas não tenho coragem de fazer nada por ele. Qual o sentido? Como posso amar alguém e ter medo de lutar por ele, Tyun? Isso realmente é amor?
— Ei, Soobin. — Yeonjun colocou a mão em meu ombro e, antes de falar novamente, suspirou. — Você o ama, mas está colocando várias coisas na sua cabeça e se confundindo.
— Verdade. — Taehyun olhou para mim e sorriu. — Se você ama tanto alguém, precisa dizer a ele!
— Tem certeza? Eu amo o Eunhoo, mas, às vezes, parece que eu não gosto dele tanto assim porque não pareço ter ações de alguém apaixonado. — Coloquei minhas mãos no rosto e decidi que não iria me obrigar a parar de chorar.
O silêncio dos três me incomodou por um momento, mas os olhares deles, como se eu fosse um cachorro abandonado, me deixaram ainda mais incomodado — talvez eu seja um coitado apaixonado, não um cachorrinho que sente falta do dono. Olhei para eles, esperando que dissessem algo que me fizesse parar de chorar ou chorar ainda mais do que já estava.
Yeonjun suspirou, e o som ecoou por todo o cômodo, fazendo-me estremecer dos pés à cabeça.
— Soobin, você realmente vai continuar assim? Olha, eu sei que você está triste em relação ao Eunhoo, mas não é só você que sente isso.
— Yeonjun… — não fui capaz de terminar de falar.
— Há quanto tempo você está ignorando o Eunhoo? — Yeonjun cruzou os braços, olhando para mim seriamente.
— E-Eu não sei… — gaguejei, nervoso.
— Não sabe, né? Mas, por você não conseguir explicar toda essa situação e como está se sentindo para ele, o Eunhoo ficou super inseguro e, com certeza, está muito triste por você estar ignorando-o. — Ele se aproximou de mim ainda com os braços cruzados, mas com uma expressão de decepção no rosto. — Eu só quero ver se o Eunhoo vai te perdoar depois de tudo isso, mas, olha, claro que ele vai. Ele gosta muito de você, e todo mundo sabe disso. Não sei por que você continua tratando ele assim, mesmo estando triste. Isso é injusto. Não é errado gostar de alguém.
Eu não queria me sentir culpado — desde o começo, nunca quis causar um problema de verdade, mas sei que fui o culpado pelo início dessa situação tão ruim, e não há como mudar isso. Mesmo que eu procurasse alguém que concordasse comigo, poderia perguntar a todos os membros da casa, até mesmo à melhor amiga de Eunhoo, e eu continuaria sendo o responsável pela tristeza da pessoa que tanto amo, e também pela minha. Todos continuariam dizendo a mesma coisa: eu sou um covarde. Ele não tem culpa de não gostar de mim da mesma forma que eu o amo, e, sabendo que estou apenas sendo dramático, não consigo aceitar isso. Sempre que penso que Eunhoo, meu Eunhoo, é apaixonado por alguém, não sei o que fazer. Tudo o que eu poderia fazer era ficar em silêncio. Abaixei a cabeça com um olhar triste e arrependido, refletindo sobre as novas palavras que me fizeram pensar sobre minha própria vida: eu já não tinha mais lágrimas. O clima na cozinha mudou por completo. Eles decidiram não dizer mais nada, e eu fiquei ainda mais desconfortável ao perceber que também os havia deixado mal.
Kai e eu terminamos nosso café da manhã, e, antes de sairmos da cozinha, Beomgyu apareceu na porta com um sorriso confuso e se aproximou, desejando um “bom dia” para todos nós. Respondi educadamente e me levantei da mesa, achando melhor pensar um pouco sobre tudo o que ouvi e tomar um bom banho para relaxar. Andei até o meu quarto, peguei roupas confortáveis e segui em direção ao meu objetivo: me banhar.
Entrei no box, liguei o chuveiro e fiquei sob a água quente. Fechei os olhos e deixei o som da água abafada pelo chuveiro silenciar o caos que controla minha mente. Mesmo com o calor da água me envolvendo em um abraço forte, o frio que sinto por dentro parecia aumentar sempre que me lembro de que sou um idiota. Enquanto ensaboava meu corpo, percebi que minhas mãos tremiam levemente. A imagem dele, o amor da minha vida, surgiu na minha mente. Ele costumava sorrir com facilidade, despreocupado. Antes de tudo desmoronar. Agora, quando penso nele, sinto um aperto no peito. Fui um idiota. Machuquei alguém que sempre esteve ao meu lado, e isso me consome por dentro. "Como pude ser tão idiota?", me pergunto, suspirando com nojo de mim mesmo.
Lembro-me dos momentos que passamos juntos, das conversas, das risadas. Deixei minha cabeça cair para frente, sentindo a água escorrer pelo meu cabelo e rosto. As lágrimas se misturaram à água quente, tornando difícil distinguir uma da outra, mas nem percebi que estava chorando.
Decidi continuar ali por mais alguns minutos, deixando a tristeza me consumir. Pensei em tudo o que poderia ter feito diferente, nas palavras que nunca disse, nas desculpas que deveria ter pedido, e até mesmo nas perguntas que devia ter feito antes de tirar minhas próprias conclusões. Quando finalmente desliguei o chuveiro, me senti vazio. O peso do que fiz ainda estava ali, firme sobre meus ombros. Encarei meu reflexo no espelho, em silêncio, sabendo que preciso enfrentar as consequências, mas sem a menor ideia de como começar. Deixei de me encarar no espelho, então peguei minhas roupas que estavam em cima da privada e me vesti. Olhei para meu reflexo mais uma vez, desta vez vestindo uma camiseta com um corte mais largo e solto, um short confortável, perfeito para mais um dia do cotidiano. Coloquei meias longas pretas nos pés, deixando-me ainda mais confortável.
— Você tá chorando de novo? — perguntou Beomgyu assim que eu saí do banheiro.
— De novo? Como você sabe? — perguntei, secando as lágrimas do rosto.
— Eu ouvi você chorar a noite toda, Soobin. — Ele fez uma expressão triste. — Por que você não conversa com o Eunhoo sobre isso?
— Porque eu não tenho coragem. — respondi, desviando o olhar.
— Não tem coragem, né? — De repente, Yeonjun saiu correndo do meu quarto com meu celular na mão.
— O que você vai fazer? — gritei, dando um passo à frente.
— O que você acha? — o mais velho gritou da sala em um tom brincalhão.
— Eita, gente. — Beomgyu fez uma careta, percebendo que aquilo não daria certo.
— Yeonjun! — corri até a sala, sentindo meu coração bater mais forte ao vê-lo digitando algo no meu celular.
— Olha, se você não tem coragem de fazer isso, eu vou fazer, e você não tem direito de não aceitar. — Yeonjun ficou de pé no sofá, tentando evitar que eu pegasse o aparelho de sua mão. — Estou fazendo isso pelo seu bem!
Palavras não me ajudariam em nada agora, então comecei a fazer de tudo para pegar o celular da mão dele. Quanto mais eu tentava, mais ele pensava em um jeito de não me deixar conseguir o que eu queria. Estávamos correndo pela casa, assustando os outros membros, que não conseguiam entender o que estava realmente acontecendo. Com as mãos nos joelhos, parei, olhando para Yeonjun, que ainda estava com meu celular na mão, digitando com um sorriso maligno no rosto. Quando ele fez o que queria, jogou meu celular no sofá, e eu corri para ver o que ele tinha feito.
Fiquei sem reação, apenas olhando para a tela do celular.
────────── 📨
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No instante em que vi a forma como Eunhoo respondeu as mensagens, de um jeito que eu nunca tinha visto antes, meu coração apertou como se fosse a primeira vez que eu sentia dor no peito. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas dessa vez meu choro não foi silencioso. Deixei o celular cair e tampei o rosto, como se isso pudesse proteger meus sentimentos, que estavam à mostra para meus amigos. Comecei a soluçar, perdendo o ar e esquecendo completamente como parar de chorar. Meu nariz escorria, e minhas lágrimas deixavam meus olhos ainda mais vermelhos. Finalmente percebi que realmente havia machucado meu melhor amigo.
Não estava preocupado com como iria me explicar para ele, mas sim com o medo de vê-lo depois de tudo o que fiz.
— Me desculpa, Soobin, mas foi preciso. — Yeonjun me abraçou fortemente, tentando me confortar.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 15/06/2022.
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Saí de dentro do avião ao lado de Daniel Kim e Soonjong Cha, aliviado por termos chegado em Seul após alguns dias viajando para diversos países e fazendo shows. No céu, brilhava um lindo sol, que era visível através do enorme teto de vidro no meio do aeroporto, acostumando os passageiros que desembarcavam à luz do dia. Eu me senti feliz por voltar para casa, mas também queria estar em Londres; lá tem algo que eu desejo. Estava pensando muito em como Chung Seunghyun estava. Infelizmente, não consegui me despedir dele e nem percebi que meus amigos estavam chamando por meu nome há um tempo; só atendi ao chamado quando Daniel me deu um empurrão.
— Oi? — respondi, assustado.
— Você estava indo para o caminho errado. — Daniel tirou a mão do meu ombro, trocando a mala de mão.
— Ah, eu nem percebi. — Eu ri, um pouco envergonhado.
— Nós sabemos. — Soonjong falou em um tom divertido, debochando de mim. — Perdeu sua mente por onde?
— Nada, eu só estava… — Sorri genuinamente ao lembrar que estava pensando em Seunghyun. — Lembrando de como estou feliz por ter voltado.
— Duvido que seja isso, mas se você tá dizendo… — Soonjong riu, passando na minha frente.
Ambos já tinham ouvido falar sobre Seunghyun, mas não faziam ideia de que eu o estava vendo de uma forma diferente do que pensavam: eu não queria ser apenas seu amigo. A verdade é que sou louco, louco por achar que gosto dele sendo que nem o conheço há tanto tempo assim — esse é um dos motivos pelos quais tenho medo de contar para os dois sobre meus sentimentos. E se eles me julgarem? Isso ecoa na minha mente sempre que sinto vontade de falar.
Em frente à saída, esperávamos por um táxi que pudesse nos levar até o centro da cidade, para que ficássemos mais perto de nossos apartamentos. Quando conseguimos um motorista, colocamos nossas malas no porta-malas e fomos em direção ao nosso destino, conversando sobre as férias que teríamos agora em Seul.
— Pode nos deixar aqui. — Daniel pediu ao motorista ao chegarmos na praça.
— Está bem. — O senhor parou o carro ao lado da calçada, mas sem atrapalhar os outros veículos.
— Obrigado. — Soonjong agradeceu e foi o primeiro a sair do carro, indo pegar nossos pertences no porta-malas.
— Bom trabalho, senhor. — Desejei em um tom amigável, saindo do carro logo depois de Cha.
Nós pegamos nossas bagagens, nos separamos, e cada um seguiu o seu caminho; aliás, iríamos nos encontrar daqui a algumas horas para jantarmos juntos ou algo do tipo, beber ou comer alguma coisa. Eu estava com saudade do meu apartamento, do meu quarto, da minha cozinha e de tudo que eu poderia sentir falta. Parei em frente ao meu prédio, sorri e suspirei aliviado por finalmente ter chegado após uma longa caminhada. Dei passos ansiosos até a portaria, feliz por finalmente estar em casa novamente. Então, fui em direção ao elevador e subi até o meu andar, que estava sendo cuidado por um amigo do mesmo andar: alguém em quem eu sabia que podia confiar.
Entrei no meu apartamento, coloquei minha mala ao lado da porta e tirei meu tênis, ansioso para tomar banho depois de tanto tempo longe de casa. Sem demora, caminhei em direção ao banheiro, desejando apenas o conforto de um banho tranquilo. Acendi as luzes do banheiro, revelando a decoração simples e aconchegante do meu apartamento, algo de que senti falta. O espelho acima da pia refletiu meu rosto, e eu ri — acho que vou precisar cuidar de mim esta semana. Tirei minhas roupas cansado, deixando-as cair no chão sem me preocupar se estava sujo ou não.
Com um sorriso no rosto, entrei no box. Girei o registro do chuveiro, desejando que a água gelada deslizasse pelo meu corpo e me despertasse após a longa viagem. Fechei os olhos, sentindo uma energia surgir dentro de mim com as gotas gélidas navegando pelo meu corpo.
Depois de um longo tempo sob o chuveiro, finalmente desliguei a água, já acostumado com o clima gelado do banheiro. Peguei a toalha que estava ao lado do box e comecei a me secar cuidadosamente, mais uma vez feliz por tudo estar voltando ao normal aos poucos. Com o corpo limpo, vesti uma roupa confortável, adequada para ficar em casa, para ser capaz de arrumar minhas coisas antes de sair com os meninos mais tarde.
— O que será que o Seunghyun está fazendo? — perguntei a mim mesmo, tentando estender a toalha na varanda. — Será que ele também está pensando em mim? Ai, qual é o seu problema, Donggyu? Deixa o menino em paz. — Parei por alguns segundos. — Por que estou falando sozinho?
— Por que você tá falando sozinho!? — Era a voz de Chansung, então me virei para ele.
— Chansung? Que bom ver você! — Corri em sua direção e o apertei com um forte abraço. — Senti sua falta, sabia?
— Claro que eu sei. — Ele me abraçou de volta, dando uns tapas nas minhas costas. — Impossível você não sentir minha falta, DongQ.
— Eu concordo com você. Bom, como você esteve todo esse tempo, hein? Foi difícil cuidar do meu apartamento? — Afastei-me, sorrindo docemente para ele.
— Difícil? Claro que não! Na verdade, foi mais tranquilo do que eu pensei. Felizmente, você é um homem muito organizado, e foi fácil lidar com absolutamente tudo. — Ele colocou a cópia da chave do meu apartamento na palma da minha mão, sorrindo gentilmente para mim. — Espero que eu não tenha feito nada de errado.
— Se eu confiei meu apartamento nas suas mãos, é porque sei que você não faria nada de errado. — Dei alguns passos para trás e virei-me para a estante, onde estava minha bolsinha de dinheiro. — Quanto você quer?
— Não quero dinheiro. — Chansung revirou os olhos e deitou-se no sofá. — Só me leva para jantar, Donggyu. Isso é tudo o que quero.
— Você falando assim até parece que nós não saímos juntos. — Olhei para ele e cruzei os braços.
— Mas não saímos. Você anda ocupado, mas me sinto feliz por você, Donggyu. — Ele sorriu para mim, e aquilo confortou meu coração.
— Ah, não fala assim! — Sentei ao seu lado, acariciei sua perna e ri. — Você falando assim até parece meu namorado.
— Até parece que eu gosto de homem, Donggyu. — Ele mordeu os lábios e riu sem graça. — Você sabe muito bem que é apenas um irmão para mim.
Involuntariamente, meu olhar e o dele se perderam um no outro em um silêncio absoluto — como se não houvesse uma resposta para o que ele acabara de dizer. Estávamos confortáveis com a companhia um do outro, mas, por alguma razão, aquilo pareceu criar um clima levemente estranho para mim; talvez só para mim. Conversando mais um pouco como amigos, decidimos que aquela tarde seria perfeita para assistirmos a alguns filmes juntos e matarmos a saudade que sentíamos. Fomos até a cozinha para escolher o que iríamos comer durante o filme. Quando chegamos a um acordo, voltamos para a sala animados para as horas de diversão que estávamos prestes a ter e organizamos todos os pacotes de doces e salgadinhos em cima da pequena mesa de vidro em frente ao sofá.
— O que a gente começa assistindo? — perguntei, olhando para a televisão enquanto segurava o controle remoto.
— Que tal aquele filme de ação que um dia você disse que era bom? — sugeriu Chansung, já abrindo um pacote de balas de goma e me oferecendo.
Peguei algumas balas e sorri. — Boa ideia!
Chansung gargalhou genuinamente e se jogou ao meu lado, pegando uma almofada para se acomodar melhor no sofá e deitando-se com o rosto virado para a televisão. À medida que o filme avançava, senti que estávamos nos aproximando, como se fosse a primeira vez que víamos um filme juntos, sem parecer que fazíamos isso há tempos. Ficar com ele me fez sentir um sentimento antigo, o de quando éramos muito próximos na vida escolar e na juventude. Nossas risadas e piadas idiotas sobre o filme me deixaram ainda mais confortável e muito feliz por estar ao lado de alguém que sempre admirei.
A atmosfera estava tão acolhedora naquela sala que perdemos a noção do tempo assistindo a vários filmes juntos. Só percebi que, em alguns minutos, eu precisava me encontrar com Daniel e Soonjong quando os dois me ligaram para avisar que logo nos encontraríamos em uma praça perto do meu apartamento. Disse a Chansung que iria sair com meus amigos, e ele entendeu sem nenhum problema, tranquilo em deixar nossa maratona de filmes para outro dia. Para não expulsá-lo de repente do meu apartamento, pedi sua ajuda para escolher um look.
Fomos para o meu quarto; ele se sentou na cama e ficou me observando enquanto eu olhava para o armário, com os braços cruzados.
— Tem alguma ideia? — ele perguntou, deitando-se na cama e fechando os olhos.
— Nenhuma, Sun. — Soltei uma risada nervosa. — Mas eu preciso pensar em algo agora mesmo!
— Ai, deixa eu ver esse guarda-roupa. — Chansung se levantou, ficou do meu lado e começou a apontar para algumas peças de roupa. — Junta esse com esse, e esse com esse!
— Sim, senhor. — Peguei as peças de roupa, e ele saiu do meu quarto para que eu pudesse me vestir.
Vesti a roupa com rapidez, curioso para ver como ela ficaria em mim. Quando terminei, me senti satisfeito ao me olhar no espelho: estava vestindo uma jaqueta marrom de shearling, um suéter branco com um ursinho estampado, jeans pretos e mocassins marrons. Saí do quarto para mostrar a Chansung que gostei do look que ele montou para mim em questão de segundos, e que com certeza eu o usaria mais de uma vez. Ao olhar para a tela de bloqueio do meu celular, percebi que já estava na hora de me encontrar com Daniel e Soonjong no local combinado. Saímos do meu apartamento, nos despedimos, e peguei o elevador para o térreo, onde encontrei outros vizinhos.
O sol já havia desaparecido do céu, que estava entre uma cor azulada e roxeada. Peguei meu celular para avisar a Daniel e Soonjong que já estava a caminho, enquanto cantarolava uma música que não saía de jeito nenhum da minha mente. A cidade estava viva ao meu redor — o barulho dos carros, as conversas de pessoas apressadas, o som de crianças rindo enquanto passeavam com seus pais. Tudo parecia comum, como se nada tivesse mudado durante minha viagem.
Cheguei à esquina onde sempre atravesso. Não era um cruzamento perigoso, pelo menos nunca havia sido para mim. Olhei para os dois lados, como sempre faço, e não vi nenhum carro se aproximando. Respirei fundo, apertei meus dedos na calça e pisei primeiro com o meu pé direito. Foi nesse momento que ouvi. Primeiro, o som dos pneus rasgando o chão, um som agudo e assustador que imediatamente fez meu coração disparar. Levantei a cabeça e, ao longe, vi um carro rosa vindo em alta velocidade. Não sei se foi o pânico ou a surpresa, mas meu corpo congelou. Era como se o tempo tivesse desacelerado. O carro parecia cada vez maior, mais próximo, e eu, incapaz de me mover.
"Não pode ser real", pensei, mas o impacto foi.
Tudo aconteceu tão rápido que não tive tempo de reagir. O carro me atingiu na lateral, e no mesmo instante senti meu corpo sendo lançado no ar. Por alguns segundos, não havia som, apenas a sensação de estar flutuando, de estar fora do meu corpo. Então, a gravidade fez seu trabalho, e o chão de concreto me recebeu com uma brutalidade que jamais imaginaria. A dor veio em seguida, uma onda de choque que começou na minha perna esquerda e se espalhou pelo resto do corpo. Gritei, ou pelo menos acho que gritei. Meu cérebro parecia estar em chamas, confuso, tentando processar tudo ao mesmo tempo. Tentei mexer a perna, mas a dor foi tão extrema e diferente das que sempre senti, que quase desmaiei. As pessoas à minha volta começaram a se aproximar; a visão de suas expressões era clara, mas as palavras se tornaram murmúrios distantes. Tentei me concentrar em respirar, mas, a cada inspiração, a dor se espalhava ainda mais pelo corpo. Olhei para a motorista que saiu correndo do carro, seu rosto completamente pálido, e, pode ter certeza, quando a reconheci, assustei-me tanto quanto ela. Meus olhos se arregalaram, e então comecei a ouvir tudo o que estava sendo dito naquela multidão; ela agachou-se ao meu lado com o celular no ouvido.
— Donggyu!? Ai, meu Deus! Donggyu, me desculpe por isso, eu realmente não fiz de propósito. — Suas mãos tremiam, sua voz era trêmula, e seus olhos estavam cheios de lágrimas. — Eu não acredito que isso aconteceu.
— J-Jimin!? — Gemi, olhando para minha perna e logo depois para ela. — Você tá bem?
— Eu que te pergunto! A ambulância já está vindo, tá bom? Me desculpa. — Ela colocou as mãos na cabeça, completamente desesperada.
— Não, eu não tô bem, Jimin. Acho que vou morrer de tanta dor! — Desisti de segurar as lágrimas e fiquei parado. — O Daniel e o Soon... Eles devem estar preocupados comigo!
— Quer que eu ligue para eles? — Jimin guardou o celular no bolso. — Onde está seu celular?
— Não. Me deixa em paz agora. — Continuei a chorar, sem saber o que fazer.
Eu queria que, naquele momento, a dor parasse. Minha mente tentava me convencer de que estava tudo bem e que logo tudo voltaria ao normal, mas a situação estava me irritando, assim como todas as pessoas ao meu redor. Fechei os olhos por um momento, tentando bloquear tudo ao meu redor, mas a dor, a maldita dor, não me deixava. Eu queria gritar para que todos me deixassem em paz, mas sabia que, se eu fizesse qualquer coisa, a dor voltaria pior. Ouvi as sirenes e suspirei aliviado, mesmo que a quantidade de pessoas estivesse atrapalhando a passagem dos socorristas, que pareciam tranquilos em uma situação como essa.
— Vai ficar tudo bem, Donggyu.
— Jimin, você vem, não vem?
— Eu tenho que ir, eu que te atropelei.
— É, logo você.
— Você tá bravo comigo? Eu perdi o controle do meu carro, meu carro literalmente tá com a sua marca! Não reclama, não.
— E eu reclamei? Eu quero ir embora, só quero ser cuidado e ficar em paz, Jimin.
— Ah, entendi.
Eu não tinha nada contra ela, mas também não queria que minha ex-namorada voltasse para minha vida do nada. Jimin foi a minha primeira, única e última namorada antes de eu aceitar que, na verdade, sentia atração por homens. Eu não sabia que seria desconfortável olhar para ela depois de tanto tempo; aliás, quem terminou com ela fui eu, e infelizmente ela não conseguiu lidar muito bem com isso na nossa adolescência: fui taxado como o errado. Quando os paramédicos começaram a trabalhar, senti um pequeno alívio, principalmente porque sabia que estava sendo cuidado por pessoas que iriam me fazer melhorar. A voz deles era reconfortante, mesmo que eu não conseguisse focar direito nas palavras, mas sim em como esse acidente aleatório estragou meu primeiro dia em Seul. Senti quando estabilizaram minha perna, e, embora isso tenha aumentado a dor momentaneamente, logo senti algo começar a amenizar o sofrimento. Eles me colocaram na maca, e naquele momento percebi que ainda estava vivo, ainda aqui, ainda respirando. Fechei os olhos enquanto me levavam para a ambulância. A dor começava a diminuir, talvez pelos remédios, mas eu sabia que o que realmente importava agora era o que viria depois. Eu estava ferido, assustado, mas vivo.
A preocupação em relação aos meus amigos tomou conta da minha mente, e eu queria avisar aos dois sobre a situação em que me encontrava para justificar meu atraso, mas saber que eu precisaria explicar o ocorrido já me deixava cansado antes mesmo de pensar nas palavras que usaria. A ambulância já estava me levando em direção ao hospital, e me senti feliz com isso; porém, a presença de Jimin, que não parava de se desculpar, me deixava desconfortável. Que chatice ter que ouvir uma ex-namorada se desculpando por um acidente — ela por acaso quis me matar propositalmente para perder seu tempo com isso? Não queria tratá-la mal, mesmo que uma parte de mim quase o fizesse por impulsividade: me segurei.
Pode ter certeza, a pior parte foi quando descobri que teria que usar gesso.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 14/06/2022.
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Não foi a primeira vez em que convidei Lee Hankyeom para sair em cima da hora, mas fiquei surpreso ao ver que ela aceitou sem pensar duas vezes. Cozinhando para os meninos, senti meu coração bater cada vez mais rápido a cada segundo que eu pensava em estar ao lado de Hankyeom — ela é tudo o que eu quero no momento e não posso evitar sentir isso.
— Isso tá ficando com um cheiro muito bom — alguém falou baixo, aproximando-se de mim.
Assustei-me enquanto cortava os tomates e tirei uma pontinha do dedo. — Ai, Hankyeom!
— Hankyeom? — Changbin olhou para mim, confuso. — Desde quando sou a Hankyeom, Chris? Tá delirando?
— Hã? Ah, Bin — coloquei os pequenos cubos de tomate dentro da panela e olhei para ele. — É que eu estava pensando nela. Aliás, aproveita e leva o que já está pronto para a mesa!
Ele fez o que eu pedi, levou as comidas prontas para a mesa e a ajeitou com os meninos. Fui com a enorme panela de caranguejo em direção à mesa, o local que sempre usamos em todas as refeições, e coloquei a panela em cima de um pano de prato para não queimar a mesa. Seo Changbin, Han Jisung e Hwang Hyunjin esperavam ansiosamente que eu me sentasse para que eles pudessem comer. Sentei-me com um sorriso no rosto, imaginando como seria meu encontro com Hankyeom e a analisando em minha mente, então comecei a me servir.
— Por que está tão sorridente? — Hyunjin olhou para mim enquanto pegava um caranguejo da panela.
— Hoje eu vou ver a minha mulher — respondi em um tom gentil, pegando arroz para mim.
— A Invi? — Han começou a rir, batendo nas costas de Changbin a cada gargalhada.
— As meninas do Ive? Deus me livre — franzi o cenho e coloquei mais arroz para mim.
— QUE MENINAS DO IVE O QUÊ! Tô falando da Invisível — ele revirou os olhos. — Tinha que ser velho e surdo.
— Ele vai ver a Hankyeom — Changbin colocou um pedaço de carne para mim com um sorriso perverso no rosto. — O que vocês vão fazer?
— Eu não falei para ela ainda, mas quero levá-la a um restaurante e depois para o karaokê que costumamos ir — comi o pedaço de carne que ele colocou para mim.
— Vai se declarar para ela? — Hyunjin perguntou, comendo outra tigela de arroz.
— Ainda não — suspirei, me levantei e fui em direção à cozinha pegar refrigerante para nós.
Quando voltei com uma lata de refrigerante para cada um, todos me agradeceram e continuamos a comer. O assunto sobre meu encontro com Hankyeom não durou muito, mesmo que eu soubesse que eles queriam saber dos detalhes — pelo menos eu iria contar para eles depois da minha saída com ela. Depois que almoçamos, Hyunjin e Han saíram juntos e fiquei em casa jogando videogame com Changbin, que não aguentava mais perder para mim no FIFA.
Ansioso, peguei o celular para ver a hora mais de dez vezes. Changbin, que esteve presente a todo momento, disse que seria bom eu conversar um pouco com a Hankyeom antes de sairmos — talvez ele estivesse certo e me deixasse menos nervoso.
— Você está tremendo, mano — Changbin colocou sua mão em meu ombro em um tom preocupado. — Tem certeza de que não vai se declarar para ela?
— Ela gosta de mim, e eu gosto dela! — segurei as mãos do mais novo, apertando-as com força e olhando no fundo de seus olhos. — Isso quer dizer que toda vez que penso nela, quero fazer coisas que não posso fazer ou… Ah, eu nem posso te falar o que ando pensando.
— Você tá dizendo que tá com medo de beijar ela ou mais que... — ele arregalou os olhos e suspirou.
— É, mas claramente eu não quero fazer nada contra a vontade dela! O problema é: e se ela quiser? — um ar nervoso saiu de minha boca e eu me levantei com as mãos na cabeça. — Eu simplesmente tô ficando louco por ela! Mas eu sou um idol.
— Tenta não perder o controle, pensando com a cabeça de cima e lembrando que você é um idol. O “esposo” das STAYs — o mais novo cruzou os braços e encostou as costas no sofá.
Assenti com a cabeça, peguei meu celular e decidi mandar mensagem para ela. Sentei no sofá de novo e fiquei observando Changbin jogar um jogo de terror enquanto eu esperava ela me responder.
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Fiquei por alguns minutos olhando para a tela do celular, esperando que, em algum momento, Hankyeom lembrasse de mim e me respondesse; infelizmente, querer não é poder. Após um bom banho, entrei no meu quarto com a toalha em volta do meu quadril e escolhi uma das minhas melhores cuecas para caso acontecesse algum acidente — nunca se sabe quando minhas calças podem cair. Abri a porta do guarda-roupa, peguei uma calça jeans de cintura alta e uma jaqueta do mesmo tecido; retirei do cabide uma regata preta e, de uma das gavetas, um cinto da mesma cor que a parte de cima. Depois de me vestir, peguei um secador de cabelo e comecei a arrumar meu cabelo. Coloquei a corrente que sempre uso no pulso e passei meu perfume favorito por todo o corpo — até em lugares não necessários.
Olhei-me no espelho e fiquei por alguns minutos pensando se eu deveria passar alguma maquiagem. Sem me decidir, chamei Hyunjin e fiquei confuso quando não precisei chamá-lo mais de uma vez.
— Pode falar — ele entrou no quarto fazendo alguns movimentos exagerados; parecia estar tendo uma convulsão. — Seu mestre Hyunjin está aqui!
— Eu passo maquiagem? — perguntei com os braços cruzados, olhando para ele com o olhar semicerrado e as sobrancelhas franzidas.
— Fica natural. Ela vai gostar de te ver sem maquiagem — ele cruzou os braços, sorrindo para mim da forma mais doce possível.
— Bom, então acho que já estou pronto — suspirei, ajeitei minha roupa e coloquei meu celular no bolso.
— Se divirta bastante, tá? — Hyunjin começou a dar alguns tapinhas nos meus ombros enquanto eu saía do quarto.
Ao passar pelos garotos que estavam sentados no sofá, eles me desejaram boa sorte como se eu fosse fazer algo difícil. Saí de casa um pouco nervoso, entrei no carro e dirigi em direção à casa de Kang Eunhoo, ouvindo minha playlist do Bruno Mars. Enquanto dirigia, desejei o tempo todo que o pequeno restaurante que reservei não estivesse cheio e com fãs meus ou de Hankyeom.
Estacionei o carro em frente à casa de Eunhoo, mandei uma mensagem para Hankyeom e dei algumas buzinadas. A porta da frente abriu-se, o dono da casa saiu com uma expressão neutra, e comecei a pensar em tudo o que poderia ter acontecido para ele vir aqui — será que aconteceu algo muito sério com ela? Essa pergunta me enlouqueceu dentro do carro.
— Bang Chan, entra aí porque ela vai demorar um pouco — Eunhoo coçou o nariz e riu envergonhado.
— Ah, okay — desliguei o carro, abri a porta e apertei a chave para trancá-lo. Entrei na casa dele pela primeira vez. — Que casa aconchegante.
— Obrigado — ele sorriu para mim. — Quer uma água? Pode sentar. Fica à vontade!
— Estou bem. Mas, o que aconteceu? — sentei-me no sofá, olhando para o dance practice de “No Rules” do TOMORROW X TOGETHER que estava aparecendo na televisão. — Quando vai tentar começar como cantor solo?
— Ainda não sei — ele sentou ao meu lado, ajeitando-se no sofá. — O que aconteceu foi: eu e a Hankyeom estávamos tendo nosso soninho da tarde quando ela acordou desesperada. Aí, ela ficou horas procurando qual roupa usar e, quando encontrou, foi tomar banho e terminar de se arrumar, mas a base explodiu na cara dela e sujou a roupa toda. Antes de pensar em algo, começou a chorar e a correr pela casa procurando produto de limpeza, pano, etc. para limpar tudo.
— E como ela resolveu isso? — meus olhos estavam arregalados, minha boca aberta, chocado com o ocorrido.
— Não sei — Eunhoo olhou para o corredor e suspirou. Ele pegou o controle e mudou para outro dance practice.
Ouvi passos pesados vindo do corredor, engoli em seco e ajeitei minha postura, olhando para Eunhoo e tentando ficar tranquilo, mesmo que eu estivesse nervoso. Hankyeom parou na divisão entre o corredor e a sala de estar com as mãos na cintura, seus olhos se arregalaram ao me ver, e no mesmo instante ela correu em minha direção com os braços abertos. Levantei-me para abraçá-la. Se eu não tivesse mantido a base de meus pés firme, ela facilmente teria me derrubado no sofá. Suas mãos não estavam mais apertadas; elas deslizaram em minha cintura e foram para seu rosto, que, pela sua expressão, estava levemente envergonhada. Eu ri sem graça, tentando manter meu foco em seus olhos — a verdade é que meu coração estava quase explodindo dentro do meu peito, e o nervosismo parecia aumentar dentro de mim.
— Eu ia perguntar para o Eunhoo se esta roupa está boa para ir, mas já que você está aqui… — ela deu um passo para trás, brincando com uma de suas mechas de cabelo e olhando para o chão. — O que achou?
Olhei para seu vestido de cima para baixo: a cor branca permitia saber que ela estava sem sutiã e usando um short branco por baixo. Seu decote em V perdeu o destaque para suas clavículas que brilhavam, e seu vestido era o menor de todos que eu já havia visto. Perdi o foco em seu rosto, meus olhos se encontraram em estado absorto, como um participante no show de um mágico.
Senti os lados da minha boca curvarem-se para cima, e meus dentes, que queriam aparecer, perderam o momento quando percebi que estava prestes a sorrir.
— Você está incrível! Ye, você sempre está linda. — acariciei seu rosto com as pontas dos meus dedos, sem segurar o sorriso.
— PARA! Eu não consigo fazer contato visual com você depois do que o Eunhoo fez. — suas bochechas coraram e suas mãos tamparam seu rosto. Ela deu alguns passos para trás.
— Ué, quem bateu siririca pensando nele não fui eu. — Eunhoo arqueou a sobrancelha e virou o rosto para o outro lado, segurando o riso.
Senti minhas orelhas esquentarem — elas provavelmente estavam vermelhas, e, infelizmente, não era algo capaz de controlar. Hankyeom iria perceber que eu estava explodindo de vergonha por dentro. Concentrei-me para não imaginar como ela faz aquilo pensando em mim. Segurei a mão da mais nova, soltei uma risada sem graça tentando melhorar o clima e olhei para Eunhoo.
— Acho melhor Hankyeom e eu irmos.
— Ah, eu também acho bom irmos! Minha bolsa está ali. — Hankyeom me puxou até a cozinha, e eu apenas a segui. — Olha, Chris, me desculpa mesmo pelo que o Eunhoo disse.
— Pode ter certeza que eu nem lembro mais o que ele disse. — apertei sua mão mais um pouco, querendo segurá-la minha vida toda.
— Ah, que bom. — Ela pegou a bolsa que estava em cima da mesa e correu para a porta. — Vamos logo.
— Não vai levar seu filho? — Eunhoo gritou.
— Seu filho? — Semicerrei os olhos e olhei para Hankyeom.
— O Wolfchan! — A mais nova começou a me puxar para um dos cômodos do corredor, segurando minha mão o tempo todo e nem sequer conseguia olhar para trás. — Eu disse para o Eunnie que iria levar nosso filho para o encontro.
— Nosso filho para um encontro? Estamos saindo em família? — Um sorriso bobo se formou pelo meu descuido, então apertei sua mão um pouco mais. — Nosso filho vai no seu colo, né? Era pra você ter avisado que eu colocava a cadeirinha pra ele.
— Ele é bem grandinho, tá? — Ela abriu a porta do quarto dela e, em cima da cama, estava o Wolf Chan com um moletom preto, uma bermuda, tênis e uma touca.
— Que fofo! Posso carregar ele? — A brincadeira realmente me deixou empolgado. Ela assentiu com a cabeça e peguei a pelúcia em cima da cama, segurando-o com meu outro braço. — Ai, que lindinho. Agora podemos ir?
— Podemos! — Ela deu alguns pulinhos ao me responder com um enorme sorriso no rosto. — Hoje eu vou arrasar no rap!
Eu ri, achando fofo vê-la animada com nosso encontro — talvez um de nossos primeiros? Sempre saímos como amigos, mas hoje, para mim, estava tão diferente e eu não conseguia olhar para ela sem querer dizer o quanto a amo. Nos despedimos de Eunhoo e entramos no carro, conversando sobre o que estávamos esperando da nossa noite juntos. Ela colocou o Wolf Chan no banco de trás com o cinto e posso dizer que perdi o olhar por alguns segundos — eu não deveria ter olhado para aquele lugar. Pedi para que ela colocasse uma playlist para nós, então ela escolheu uma do The Weeknd. Enquanto eu dirigia em direção ao restaurante, fiquei levemente preocupado ao perceber que ela não dizia absolutamente nada e nem sequer olhava para mim. Caramba, eu sou tão entediante assim? Confuso, decidi perguntar:
— Tudo bem?
— Me desculpa, Chan-ah. — Ela abaixou a cabeça e falou em um tom baixo, a voz cheia de arrependimento.
— E o que a senhorita fez? — Eu ri sem graça, tentando entender o que aconteceu.
— Você sabe. — Hankyeom olhou para mim, colocou suas mãos nas coxas e suspirou. — O áudio do Eunhoo.
— Tá falando sobre você se masturbar pensando em mim? É triste saber que você faz isso, enquanto eu queria estar fazendo por você. — Estacionei o carro em frente ao restaurante e sorri perversamente.
— Quê? O que você disse? — Ela se aproximou de mim, em um tom de nervosismo.
Fiquei em silêncio, saí do carro e abri a porta para ela. Seus olhos encontraram os meus, abundantes em curiosidade, e não conseguiam deixar os meus — até que era uma sensação boa deixá-la curiosa. Suas mãos seguraram meus ombros, aproximando-se de mim aos poucos; meus ombros caíram e olhei para ela de baixo para cima.
— Repete o que você disse! Eu não entendi direito. — Ela curvou seus lábios para baixo.
— E eu disse algo? — perguntei, me fazendo de desentendido.
— Você aprendeu isso com o Eunhoo? — Ela cruzou os braços e franziu as sobrancelhas.
— O quê? — Dei alguns passos para trás, rindo.
— Se fazer de idiota. — A mais nova virou o rosto, fechou a porta do carro e começou a caminhar em direção ao restaurante.
— Você está irritada? — Peguei sua mão firmemente, fazendo-a olhar para mim. — Me desculpa, Ye.
— Ah, é claro que não! — Ela sorriu de forma descontraída, então aproximou-se de mim, abraçando-me. — Eu nunca ficaria irritada com você.
— Mesmo? — Eu sorri, abraçando-a com força. — Me desculpa?
— Sim, mas só se você me der um beijo. — A mais nova agarrou minha cintura e umedeceu os lábios.
— Eu te dar um beijo? Mas lá dentro tem uma refeição nos esperando. — Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e sorri sem mostrar os dentes. — Não quer comer antes?
— Sabe o que eu quero comer? — Ela mordeu os lábios e sorriu perversamente. — Na verdade, o que você quer comer? Posso te dar algo antes de entrarmos?
— Ah, é? — Arqueei a sobrancelha e comecei a aproximar meu rosto do dela, aproximando meus lábios dos seus. — E o que você pode me dar, Hankyeom?
A sensação de estar sendo provocado por ela foi estimulante o suficiente para quase me deixar ereto. Hankyeom foi capaz de fazer com que minha libido tomasse conta de todo o meu corpo como uma droga. Observando-a ficar em silêncio, acariciei seu rosto ao perceber que seus olhos arregalados deixaram perceptível o susto que ela levou ao perceber que eu estava paquerando-a há um tempo. Ela mordeu os lábios, desviando o olhar dos meus olhos e dando alguns passos para trás.
— Vamos entrar. — Ela olhou para mim com um sorriso no rosto antes de começar a saltar em direção à porta do restaurante. — Você me disse que não podíamos chegar muito tarde, mas acho que passamos do horário.
— Eu esqueci que tínhamos um horário! — Exclamei, alcancei-a e segurei sua mão, puxando-a para dentro do restaurante que ficava em um beco. — Quero que você coma bastante, tá bom?
— Ah, eu nem como tanto assim… — Ela tampou o rosto com uma mão, suas bochechas avermelhando e um sorriso envergonhado se curvando em seus lábios. — Até parece que eu como muito.
— E você não come? — Entramos no restaurante, mas eu soltei sua mão ao falar com uma das funcionárias. — Então, eu reservei uma mesa, mas chegamos atrasados.
— Nossa, Chan-ah. — A mais nova falou em um tom triste, então cruzou os braços.
— Ah, vocês que reservaram a mesa, né? Bom, o atraso de vocês não tem problema porque vocês são os únicos clientes mesmo. — A funcionária sorriu docemente para a gente, então nos levou até a nossa mesa. — Fiquem à vontade! E obrigada.
Movimentei a cabeça levemente, assentindo as palavras da funcionária, e sentei-me à mesa junto da mais nova, que parecia um pouco desconfortável. Comecei a me perguntar se havia dito algo que a deixou assim, a culpa subindo em meus ombros. Seus olhos estavam concentrados no cardápio, e eu, concentrado em seu rosto — eu achava um espetáculo a forma como ela conseguia ser impecável apenas por ser ela mesma. Ela colocou o cardápio em cima da mesa e olhou para mim, sua sobrancelha direita arqueada, mas sem dizer absolutamente nada. Desviei o olhar para a lâmpada que oscilava acima de nós, então, uma risada sem graça escapou da minha boca.
— Já sabe o que pedir? — Hankyeom olhou para mim com um sorriso genuíno no rosto. — Eu quero Kimchi, Mandu e água.
— Tá falando sério? — Olhei para ela com uma expressão séria, então soltei uma risada nervosa.
— Com licença, já sabem o que vão querer? — A funcionária sorriu, segurando um bloco de notas na mão.
— Eu quero Mandu, Bulgogi, Samgyeopsal, Kimchi e o melhor chá que vocês tiverem. Isso para mim e para ela, está bem? — Peguei na mão de Hankyeom e sorri gentilmente para ela. — Fica tranquila porque eu vou pagar absolutamente tudo.
— Eu me sinto um pouco mal por isso. — A mais nova tampou o rosto com as mãos e suspirou. — Eu não queria te fazer gastar dinheiro comigo.
— Eu raramente gasto dinheiro, então pode ter certeza de que isso não vai mudar nada para mim. — Acariciei suas mãos, ainda sorrindo, mas sem mostrar os dentes. — Como vai o balé?
— Eunhoo não te contou? — Ela riu nervosa, então começou a brincar com minhas mãos, mexendo em meus dedos.
Eu perguntei a ela, mas quando Hankyeom começou a contar o que aconteceu para que seu professor de balé a impedisse de fazer as aulas por um mês, fiquei assustado — eu claramente não estava preparado para descobrir o motivo. Senti-me mal por ter feito-a lembrar do ocorrido, então decidi tentar adivinhar sua cantora favorita.
— Billie Eilish?
— Pode ter certeza que não.
— Dua Lipa? Você tem cara de que gosta da Dua Lipa.
— Tá indo por aparência? Tenta pelo meu jeito.
— Lady Gaga?
— Só porque meus dois melhores amigos são gays?
— O quê? Não! Ahm… Ariana Grande!
— Não! Ai, Chris, desiste.
— Madonna…?
— Melanie Martinez!
— Melanie Martinez?
— Melanie Martinez.
— Nossa! Melanie Martinez?
— Sim, Melanie Martinez.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, olhando um para o outro com um sorriso sem mostrar os dentes. De repente, a garçonete apareceu com a nossa refeição e o silêncio foi quebrado pelo “bom apetite” que a funcionária nos desejou. Começamos a comer, e preocupado com sua alimentação, coloquei minhas carnes em seu prato diversas vezes.
— Chris!
— O que foi?
— Para de ficar me dando carne. Você come mais que eu e tá colocando quase a comida toda no meu prato.
— É que eu quero encher sua barriguinha.
— Por que não enche outra coisa?
— Que isso.
— Chan-ah, quando eu completar 19 anos, que tal bebermos juntos?
— Beber comigo? Ah, isso com certeza seria legal.
— Espero que esse dia chegue logo.
— Por quê?
— Porque eu acho que assim vamos poder agir como amigos de verdade, Chris.
— Do que você tá falando?
— É que às vezes me sinto triste por ser mais nova que você. Mesmo que eu ache excitante, infelizmente não podemos ser vistos por outras pessoas que com certeza falariam algo ruim.
— Tá, eu só consegui prestar atenção em “mesmo que eu ache excitante”. Ser mais nova que eu é excitante?
— É animador.
— Ah, animador.
Nossa conversa ficou mais interessante com o passar do tempo e, enquanto compartilhávamos nossos sonhos, percebi o quão incrível Hankyeom era, contando sobre tudo o que sonhava para sua vida. Era confortável conversar com ela sobre tudo o que eu queria, sem medo de me sentir julgado e sabendo que ela nunca contaria nada para ninguém; era uma conversa só entre nós. Posso dizer que prefiro quando só preciso ouvi-la falar, prestando atenção em todo seu rosto e usando a desculpa de que estou apenas ouvindo tudo que ela precisa me dizer. Seu celular tocou inesperadamente, interrompendo nossa refeição com o leve susto. Ela ignorou a ligação, dizendo que não era ninguém importante, mas seu rosto ficou nervoso depois de ver o número de quem ligava. Eu fiquei com medo de perguntar se realmente não era ninguém importante e decidi ignorar o que aconteceu, fingindo não ter ficado preocupado.
Ao terminarmos de comer, paguei a conta completamente satisfeito, tanto pela comida quanto pela certeza de que Hankyeom também estava satisfeita. Antes de nos levantarmos, ficamos mais alguns minutos conversando sentados à mesa, sem nos preocupar se estávamos atrapalhando o restaurante ou não. Quando vimos que um casal chegou ao estabelecimento, levantamos, mantendo o mesmo assunto de antes, e, ao ouvirmos o som da chuva, a mais nova sorriu enquanto olhava para mim.
— Não acredito que está chovendo!
— Isso é um problema para você? — Meus dedos brincavam com uma das mechas do seu cabelo, enquanto eu prestava atenção nela.
— Na verdade, eu gosto bastante da chuva, inclusive do som e da calmaria que ela me faz sentir. — Ela esticou o braço para sentir as gotas caírem na palma de sua mão.
— Você já tomou banho de chuva? — Franzi os lábios, concentrado em enrolar as mechas do seu cabelo nos meus dedos.
— Meus pais diziam que tomar banho ou brincar na chuva não era algo para uma pessoa como eu. Não sei o que isso significa até hoje. — A mais nova ofegou, encolheu os ombros e riu de forma sem graça.
— Quer tomar banho de chuva? — Segurei sua mão com força e corri para a chuva, puxando-a comigo. — Não se preocupe caso acabe molhando o carro, apenas se divirta!
Ela demorou para se acostumar com as gotas de chuva que desciam por todo o seu corpo, deixando sua roupa transparente e, levemente envergonhada, começou a rir — uma risada tão agradável que eu poderia transformá-la em uma música que apenas eu seria capaz de ouvir. Fui hipnotizado pela graciosidade transmitida por ela, fazendo-me ficar tão concentrado na forma divertida com que a mais nova dançava, que demorei para perceber que estava imóvel. Aos meus olhos, tudo o que Hankyeom faz de forma descontraída a torna mil vezes mais bela — isso me faz desejá-la de forma extrema, como se eu fosse morrer se não pudesse tocar em seu interior ao menos uma vez na vida. Eu quero que ela seja minha.
Eu queria dizer isso a ela; minha boca formigou ao tentar contar a verdade, mas falhei. Não emiti nenhum som, apenas dei um passo à frente e respirei fundo. Ela percebeu, olhou para mim: seu rosto iluminado por um sorriso contagiante. Um som ecoou dentro de mim, meu corpo estremeceu e eu sorri, sorri como nunca havia sorrido antes. Perdi o olhar em seus lábios mais uma vez; eu estava louco para beijá-la.
— Isso não é justo. — Gemi, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
— Chris? — Ela riu nervosa, então começou a coçar a orelha. — O que não é justo?
Perdi-me de mim, agindo com impulsividade para realizar um desejo que eu tinha certeza que não era só meu. Minhas mãos seguraram seu rosto com firmeza, seus olhos se arregalaram, e pressionei meus lábios contra os seus. Um beijo brando e inesperado; uma ação que ambos queríamos que acontecesse. Desci minhas mãos para sua cintura enquanto seus braços envolviam meu pescoço, acariciando minha nuca com a ponta dos dedos. Entramos em uma conexão que ninguém seria capaz de comprometer, nem mesmo a mídia — eu estaria pronto para lutar pelos lábios que tanto desejei. Seu corpo tremia de frio, então a abracei com força, prendendo-a em meus braços. Nosso beijo perdeu a calmaria inicial, abrimos nossas bocas alguns milímetros e as encaixamos; senti nossas línguas se misturarem em sincronia com uma onda de fortes sentimentos, todos misturados. Senti seus mamilos endurecidos encostarem em meu peitoral, deixando meu corpo completamente arrepiado. Eu estava perdendo o fôlego, mas se eu morresse naquele momento, com certeza teria a morte mais feliz da minha vida.
Ela parou o beijo ofegante, seus olhos focados na minha boca por alguns segundos antes de olhar diretamente para mim.
— Eu estou sonhando!? — A chuva parou e seus olhos se encheram de lágrimas. — Por que está chorando?
— Pelo mesmo motivo que você, Hankyeom. — Acariciei seu rosto, então sorri. — Eu amo você e não posso mais esconder isso. — Segurei suas mãos e olhei no fundo dos seus olhos. — Todo esse tempo, eu estive pensando em você de uma forma como nunca pensei que iria pensar. Eu sou completamente afim de você, e seria completamente injusto esconder tudo o que sinto. Não é justo! Isso não é justo! É triste fingir que não amo você na frente dos outros, mas não quero fingir isso pra você. Eu te amo, eu te amo e quero você!
Dessa vez, ela me beijou. Suas mãos agarraram minhas costas com força, puxando-me para ela, beijando-me brutalmente. Hankyeom tinha algo que me fazia perder o controle. Eu não ligava se ela estava me usando, mas eu queria que ela fizesse algo comigo — mesmo que eu não precisasse tirar minha roupa. Ela parou de me beijar, e eu busquei seus lábios mais uma vez; ela encostou o dedo indicador na minha boca.
— Eu também amo você, Christopher. Não aguentava mais esconder isso de você. Eu sempre amei você. Eu te amo mais que tudo. Eu posso ser sua, com certeza! — Ela começou a rir enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, então me abraçou com muita força. — Eu te amo muito, Chris. Saber que você sente o mesmo por mim é como viver o que sempre desejei.
— Por que você demorou tanto para deixar seus sentimentos óbvios para mim? Como você nunca percebeu que eu também gostava de você? — Acariciei suas costas com rapidez, sentindo minhas mãos aquecerem.
— Como eu ia me declarar? Você nunca deixou seus sentimentos óbvios para mim! — Hankyeom parou de me abraçar, rindo da situação.
— Ei, para de me imitar! — Balancei meu corpo nas pontas dos dedos, rindo de forma genuína. — Melhor entrarmos no carro, alguém pode nos ver.
— É, eu concordo. — Ela sorriu para mim, pegou em minha mão e roubou um selinho.
Sorri apaixonadamente, meu coração pulando de alegria por finalmente ter tido a chance de dizer o que eu sempre senti por ela. Eu olhava para ela, deixando escapar algumas gargalhadas bobas que a deixavam confusa. Fomos para dentro do carro, liguei o motor e ela selecionou uma playlist do Chase Atlantic para ouvirmos; nós estávamos em silêncio. De repente, voltou a chover e ficamos observando as gotas que escorriam pelo para-brisa.
— Chris, não sei se quero ir para o karaokê. — Ela olhou para suas pernas, que pareciam tremer de frio.
— É a chuva? Você está mal? Febre? — Perguntei em um tom de preocupação, então cobri suas pernas com minha jaqueta.
— Não estou com frio, Christopher. — A mais nova tirou minha jaqueta das pernas enquanto as separava, deslizando seu tronco suavemente para baixo. — Eu tenho uma ideia ainda melhor, Chan-ah.
Desliguei o carro e ajeitei meu corpo para prestar atenção no que ela tinha para me dizer, sorrindo gentilmente.
— E qual é essa ideia?
— Você realmente não consegue entender o que estou querendo dizer? — Hankyeom aproximou-se de mim com um sorriso travesso no rosto e sentou no meu colo, seus braços em volta do meu pescoço.
— Ah, agora eu sei do que você está falando. — Engoli em seco, minhas mãos apertaram sua cintura e mordi os lábios antes de sorrir. — Olha, você é muito nova, Hankyeom.
— Só seis anos, Chris. — Sua face transformou-se em uma expressão triste, ela suspirou. — O que começa em um carro, termina no carro.
— Eu tenho 24 e você 18. — Eu também suspirei, me esforçando para pensar com a cabeça de cima. — Se alguém descobrir, nossas carreiras vão por água abaixo!
A mais nova olhou para mim, seus olhos fixados nos meus enquanto acariciava meu rosto de uma forma tão delicada e amorosa que pude sentir o cuidado na ponta de seus dedos. Ela estava em completo silêncio, esperando que eu a respondesse de forma positiva — eu realmente queria concordar com ela e deixar meus instintos vencerem o meu lado racional, que perdia as forças a cada provocação que Hankyeom fazia. Meus pensamentos estavam sendo manipulados pelo desejo da mais nova, que com suas ações me fez imaginar cenas inapropriadas em um momento como esse; eu fiquei ereto. Seu rosto perdeu a cor, minha boca se curvou em um sorriso perverso e aproximei meus lábios dos dela, quase a beijando.
— Não podemos fazer isso, querida. — Falei em um tom sereno, com um sorriso sem mostrar os dentes.
— É claro que podemos, Chris! — Seus olhos ficaram tristes por alguns segundos, mas ela sorriu, um sorriso tão lindo que até seu olhar participou.
Sem o controle de mim mesmo, a beijei mais uma vez. A segurei fartamente na cintura, envolvendo meus braços em uma volta que me fazia tocar em sua barriga. Com seus braços envolvidos em meu pescoço, ela retribuiu o beijo na mesma intensidade que a minha, me deixando cada vez mais excitado. Movíamos nossa cabeça em sincronia, assim como nossas línguas, que pareciam ter nos dominado. Seus quadris se moviam de modo que me fazia pensar se valeria a pena pedir para que ela parasse com aquilo; percebi que não poderia deixar que a situação se tornasse mais profunda. Afastei meu rosto do seu, mesmo que uma parte de mim ansiava estar perdida em seus lábios por uma eternidade.
— Eu realmente acho melhor irmos para o karaokê, Yemy. — Soltei uma risada envergonhada e apertei de leve a ponta de seu nariz. — Que tal deixarmos isso para uma outra hora? Depois dos seus 19.
— Hum, por mim tudo bem. — Ela sorriu docemente para mim, então beijou minha bochecha rapidamente. — Mas você gostou, não gostou?
— A reação do meu corpo não deixou isso óbvio, princesa? — Eu a abracei, apoiando minha cabeça em seu ombro. — É claro que eu gostei, e estou ansioso para saber o que mais você consegue fazer, mas isso não pode acontecer agora.
— Se isso irá te deixar mais confortável, tá bom. — Ela deu alguns tapinhas na minha cabeça e saiu de cima de mim quando soltei seu corpo. — Bom, então vamos cantar, né? Bem que eu queria cantar em um microfone diferente.
— Ei, ei! Que isso!? — Girei a chave e ri mais uma vez, dessa vez sem olhar para ela. — Não esperava isso de você, na verdade, eu nunca esperei nada desse tipo vindo de você até o dia que eu tive aquela surpresinha na sua casa.
— Ai, Chan-ah, nem me lembre disso, por favor. — Seu rosto corou em segundos, ela tentou esconder sua vergonha com as mãos. — Vamos para esse karaokê logo.
Uma parte de mim ficou infeliz por não ter concebido os desejos de Hankyeom, assim como os meus, que eu tanto ansiava. Porém, pude pensar pelo lado bom — pelo menos minha mente estaria livre de arrependimentos. Enquanto eu dirigia com um sorriso em meu rosto, repetia a cena de nosso beijo inúmeras vezes em minha imaginação, completamente obcecado em lembrar da sensação de um amor recíproco. A mais nova começou a contar o quão ansiosa estava para voltar a morar na mansão. Mesmo que amasse a companhia de seu melhor amigo, sentia que o incomodava sempre. Era bom ouvir sobre ela. Eu amava saber que ela se sentia confortável em contar o que achava de algo ou até mesmo sobre situações que a incomodavam.
— Eu sempre estou falando de mim. Fala sobre você. — Ela passou a mão na minha coxa, fazendo-me arrepiar por inteiro.
— O que você quer saber sobre mim? — Eu perguntei, focado em observar a rua escura.
— O que você quer que eu saiba sobre você? — Hankyeom esticou-se no banco, então virou a cabeça para o outro lado.
— Que sou sortudo. — Estacionei o carro e sorri genuinamente para ela.
— Sortudo!? — Ela olhou para mim, confusa.
— Sortudo por ter você, Hankyeom. — Segurei suas mãos delicadamente, olhando para ela e desejando que percebesse pelos meus olhos o quanto eu a amava. — Agora que eu sei que posso demonstrar tudo o que eu sinto por você, quero dizer o quanto eu te amo!
Ela olhou para minhas mãos por alguns minutos, então riu com o olhar focado na marcha do carro.
— Eu estou com vergonha. Você diz coisas tão lindas para mim, enquanto minutos atrás eu te agarrei. Estou me perguntando se isso realmente pareceu que eu amo você, Chan-ah.
— Não se preocupe com isso, meu amor. Se você fosse maior de idade, nem estaríamos conversando agora. — Segurei seu rosto com minhas mãos e beijei sua testa.
Seus olhos se encheram de lágrimas. Ela me puxou para um forte abraço e deitou sua cabeça em meu ombro, fazendo-me sentir sua respiração em meu pescoço.
— Chris…
— O que foi? Por que quer chorar? — Comecei a acariciar sua cabeça, falando em um tom baixo, tentando confortá-la.
— Quero chorar porque estou feliz. Pode ter certeza de que esta noite vou dormir sorrindo e chorando ao lembrar que você se declarou para mim e que nos beijamos. — Sua voz ficou trêmula, e seus lábios tocaram de leve meu pescoço, fazendo meu coração acelerar. — Eu amo você, Chris.
Fato interessante? Eu também a amava.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 13/06/2022.
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verzweifeltcharlotte · 2 months
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Depois de ter batido na porta do quarto de Lee Hankyeom mais de uma vez, cruzei os braços ao ouvir o som dela se levantando da cama e fiquei parado em frente à porta. Ela destrancou, abriu a porta e deu um passo à frente com os olhos ainda fechados.
— Por que demorou? — uma de minhas sobrancelhas se arqueou.
— Eu estava cansada. — um sorriso torto surgiu em seu rosto. — Minha buceta deve estar roxa de tanto que me macetei pensando no Chris.
— Ah, é? Eu vou falar pra ele que você acorda tarde porque fica fazendo essas coisas feias pensando nele. — eu ri, peguei o celular do bolso e entrei no contato dele. — Deixa eu mandar um áudio.
— NÃO! — ela berrou. — Não faz isso! Eu estava brincando, não estou falando sério!
— Se é brincadeira, por que está nervosa? — olhei no fundo de seus olhos, rindo de sua cara.
— É. — Hankyeom cruzou os braços e sorriu de forma travessa.
Sorri ao ver que ela baixou a guarda e comecei a gravar o áudio.
— Ô Bang Chan! Você sabia que a safada da Hankyeom fica a madrugada toda siriricando enquanto pensa em ti!? Ela não... — ela pegou o celular da minha mão, mas consegui enviar o áudio antes.
— Eu vou apagar! — ela pressionou o dedo na tela do meu celular, mas escorregou da sua mão e, ao pegá-lo de novo, fez uma expressão assustada. — NÃO! Eu apaguei para mim.
Comecei a gargalhar ao ver a expressão em seu rosto e peguei o celular de sua mão. — Bem feito! Agora ele vai ouvir e vai descobrir o que você faz.
— Mas eu falei brincando! A última vez que eu fiz isso foi quando ele chegou bem na hora. — a mais nova começou a estalar seus dedos, coçar a cabeça e mexer em suas roupas, evitando contato visual.
— A última vez? Cara, você é muito safada. — mandei uma mensagem para Chris dizendo que não precisava ouvir. — Olha, vou ser bom com você e pedi para ele não ouvir. Mas eu espero muito que ele ouça!
— É assim que você é um amigo? — ela cruzou os braços.
— Vai se trocar porque nós vamos dar uma corrida no parque. — empurrei ela para dentro do quarto. — Eu vou pegar minha carteira para comermos algo lá.
Ela assentiu com a cabeça, mas parecia estar levemente desanimada e sua expressão ficou na minha mente até eu pegar minha carteira. Sorri de canto, então olhei para a bolsa de balé dela e a peguei; carreguei o objeto e joguei dentro do quarto de Hankyeom — fingi não ouvir o gemido dela ao atingir sua cabeça. Curioso, olhei minha conversa com Chris para saber se ele já havia ouvido o áudio, mas suspirei ao ver que não e ri ao receber a mensagem de Choi Soobin; ignorei.
— Eunhoo! Estou pronta! — senti suas mãos em meus ombros e guardei meu celular no bolso. — O que está fazendo?
— Nada. — eu ri, então olhei para ela. — Que roupa é essa?
— Não gostou? Tô vestida de Rapunzel Corredora! — ela fez um joinha e piscou para mim.
— Rapunzel Corredora? Isso existe? — franzi o cenho e ri nervoso.
— Agora existe. — ela começou a saltar até a sala girando sua bolsa na mão. — Vamos ou não?
Eu sorri. Mesmo que fosse algo novo para mim, talvez eu estivesse levemente animado para correr com minha melhor amiga. Ela esperava por mim com um enorme sorriso em seu rosto, e mesmo que eu me sentisse triste por causa do Soobin, me divertir com ela poderia me ajudar a esquecer tudo. Saímos de casa animados, então começamos a caminhar em direção à praça.
— Eunhoo, mais tarde vou me encontrar com Lucca, está bem? — disse ela, enquanto observava o céu.
— Tudo bem. Posso saber o que vão fazer? — olhei para ela, esperando por sua resposta.
— Ele me disse que faríamos algo divertido hoje, mas não sei o quê. — ela mordeu o lábio inferior, parou de andar e olhou para trás.
— O que foi? — olhei para trás também. — Maluca.
— Ai, que saco! Maluca? Eu não sou maluca. — ela olhou para mim e aumentou o tom de voz, mas quando dei um passo para trás, ela diminuiu. — Eu só... Achei que alguém estivesse nos seguindo. Perdão.
Fiquei em silêncio, coloquei as mãos nos bolsos e voltei a andar; logo acelerei o ritmo dos meus passos e comecei a correr. Hankyeom correu na mesma velocidade que eu, mesmo podendo correr mais rápido.
Começamos com cinco voltas e depois fomos aumentando, até que decidimos fazer uma corrida entre nós dois — infelizmente ela ganhou — e depois dar uma pausa para finalmente comermos algo como café da manhã. Enquanto comíamos, ficamos sentados em um banco debaixo de uma árvore e decidimos conversar sobre algumas músicas que eu havia escrito. Comecei a cantar com ela ali mesmo, ela pensando em um instrumental que combinasse com a letra.
— Eunhoo, bem que você podia escrever uma música triste sobre o Soobin. — sentada no banco, ela mexia em algumas pedras no chão.
— E por quê? — lancei a cabeça para trás e ri com desdém.
— Porque você está triste com ele. — ela cruzou os braços e ajeitou a postura na cadeira.
— Sim, mas não vou escrever. — suspirei. — Que tal tirarmos uma foto?
— Vamos. Eu acho que os paparazzis têm mais fotos nossas do que a gente, olha lá. — ela acenou para uns caras com câmeras nas mãos. — Podia ser pior, né?
— Ainda bem que não é. — peguei meu celular e me aproximei mais dela. — Você acha que eles pensam que somos um casal?
— Quer testar? Vamos nos beijar. — seus lábios fizeram um biquinho e ela fechou os olhos.
— Sai fora! — exclamei, empurrando seu corpo para longe do meu. — Não quero problemas. Mas vamos tirar foto do mesmo jeito.
Eu ri, aproximei-me dela mais uma vez e levantei meu celular para uma selfie, mas ao sentir que não estava ficando bom em nenhum ângulo que eu escolhia, pedi a ela que tirasse. Tiramos algumas fotos juntos, aproveitamos para postar nos stories e levamos um leve susto quando um fã se aproximou de nós pedindo por algumas fotos. Hankyeom, como sempre, era muito gentil com seus fãs e, mesmo que eu não gostasse muito da vida de famoso por causa de suas desvantagens, decidi tirar foto com o fã também.
Estávamos conversando quando Hankyeom pareceu mais interessada em observar umas senhoras de idade e decidi me calar. Sorridente, ela olhou para mim e se levantou em um só pulo.
— Vamos dançar com elas? — ela deu a mão para mim.
— Precisamos ir de mãos dadas? — peguei em sua mão e me levantei.
— Não me sinto muito bem, mas não é nada físico. Só quero segurar sua mão antes de qualquer coisa. — ela sorriu novamente, e mesmo que eu estivesse triste, aquilo me confortou.
— Tudo bem. — eu sorri de forma desajeitada.
Caminhamos juntos em direção às idosas e descobrimos que, na verdade, estava acontecendo uma batalha de dança que valia um cupom de churrasco grátis em uma churrascaria muito conhecida. Nós dois entramos em um acordo e colocamos nossos nomes em uma lista das pessoas que iriam participar da batalha de dança; só tinha nossos nomes e os das senhorinhas. Observei Hankyeom e as senhoras de terceira idade se alongando, elas pareciam ansiosas para a batalha que iriam fazer, e eu só conseguia pensar nos passos.
Um homem sentou-se em uma cadeira de madeira em nossa frente e, com uma lista na mão, olhou para todos nós. Minha melhor amiga se aproximou de mim e suspirou nervosa, como se nunca tivesse dançado na frente de outras pessoas. O senhor pediu para que ficássemos prontos para iniciar a batalha e nos avisou que iria começar com as senhorinhas. Fiquei surpreso ao ver a capacidade das senhoras, mas é bom dizer que eu e Hankyeom ganhamos delas. Ao recebermos o cupom de comida grátis, deu para perceber a expressão de raiva no rosto de cada idosa presente no local, e aquilo me deixou levemente desconfortável.
Enquanto comemorávamos, as senhoras de idade se aproximaram e ameaçaram roubar nosso cupom. Para evitar problemas com elas começamos a correr juntos para casa de novo, e felizmente elas não nos alcançaram — fiquei feliz por elas não terem fingido que nós as espancamos ou algo do tipo. Então entramos em casa e fomos tomar um banho depois da leve aventura.
À tarde, fiquei conversando com minha melhor amiga enquanto ela arrumava sua bolsa para passar a noite na casa de Lucca Petit, o único homem em quem eu podia confiar para ficar com ela além de Li Weifang. Depois que ela terminou, preparamos o lanche da tarde e ficamos assistindo televisão até que o segurança dela chegasse.
Quando fiquei sozinho em casa, pensei seriamente em aproveitar a ocasião e me masturbar, mas estava triste demais para isso. Então, decidi passear e fazer algo que não fazia há muito tempo: jogar boliche. Fui para meu quarto, abri o guarda-roupa e peguei uma jaqueta preta com capuz e zíper da Nike, um gorro preto, um cinto preto da Diesel, calças jeans escuras com diversos bolsos e um tênis preto da Adidas com listras brancas. Depois de me vestir, tranquei todas as portas da casa e fui para a rua pegar um táxi com todos os meus pertences necessários. Para minha felicidade, o boliche não ficava muito longe e cheguei mais rápido do que pensei, um pouco curioso para saber como seria a experiência de jogar sozinho.
Conversei com o recepcionista e fui guiado por um outro funcionário à área onde acontecia a brincadeira, que me avisou que, se eu precisasse de algo, poderia contar com ele e com os outros funcionários. O lugar não era muito conhecido e, na parte de fora, estava bem acabado, mas o interior sempre esteve muito bonito e bem cuidado. Eu sabia que ali era um bom lugar para passar o tempo sem me preocupar com fãs ou paparazzis. Por ser um lugar pouco conhecido, nunca tinha muitas pessoas ou barulho, o que me deixava confortável. Além de mim, havia dois meninos rindo e jogando boliche, que pareciam ter acabado de chegar. Quando o funcionário me colocou na pista próxima a deles, fiquei surpreso.
— Seungmin? Jeongin? — minha boca aberta de surpresa transformou-se em um sorriso.
— Oi. — Seungmin sorriu para mim, acenando.
— Oi, Eunhoo! Nossa, a gente quase não se vê quando estamos sem a Hankyeom ou o Chris… — Jeongin aproximou-se de mim, apertando minha mão enquanto sorria genuinamente. — Primeira vez que te vejo aqui.
— Verdade. Vocês costumam não vir muito aqui ou eu que fiquei muito tempo sem vir? — eu ri, levemente feliz por ter encontrado amigos.
— Acho que os dois, mas é bem capaz da gente ter frequentado o boliche na mesma época, mas em horários e dias diferentes. — Seungmin pegou uma bola e jogou, acertando apenas metade dos pinos. — Eunhoo, por que não se junta a nós?
— Tem certeza? — perguntei, encolhendo os ombros e rindo envergonhado.
— Para de palhaçada! — Jeongin empurrou meu ombro levemente e sorriu docemente, fazendo um leve som entre os dentes.
— Que tal jogarmos com uma punição para os dois que perderem? — Seungmin fez uma expressão travessa, colocando seus braços em cima de mim e do mais novo.
— Seria bom. Isso deve deixar o jogo mais divertido. — respondi, ansioso para saber qual seria a punição para os perdedores.
— Mas como seria essa punição? Irmão, você tem as melhores ideias, na verdade, as piores. — o mais novo gargalhou, gostando da ideia assim como eu.
— Os dois perdedores terão que dar um beijão de língua, um bem babado, sabe? — ele franziu o nariz e suspirou com repugnância.
No momento em que ouvimos o que Seungmin havia dito, ficamos boquiabertos por um tempo e olhamos um para o outro, como se estivéssemos tentando conversar telepaticamente. Falhamos e precisamos usar a forma que sempre costumamos usar. Ele aproximou-se de mim, colocou as duas mãos na minha nuca e fez contato visual comigo por alguns segundos antes de puxar minha cabeça para perto dele, aproximando seus lábios do meu ouvido. Senti meu corpo se arrepiar, engoli em seco tentando ignorar o ato simples e comum que acabara de acontecer. Pude sentir o ar vindo de seu sorriso, então ele riu suavemente e sussurrou:
— Você acha que é uma boa ideia? Você é bom jogando boliche?
— Eu não sei se sou bom no boliche, Jeongin. Realmente faz muito tempo que não jogo e não tem como eu garantir ficar em primeiro lugar. — evitei fazer contato visual com o mais novo e continuei a olhar para o chão.
Jeongin me soltou, afastou-se de mim e olhou para Seungmin com um sorriso convencido, sem mostrar os dentes, levemente torto para a direita.
— É uma pena ter que dizer isso, mas eu com certeza ficarei em primeiro lugar e vocês irão perder. — ele apontou para si mesmo, mas falou em um tom sarcástico. — Infelizmente vocês vão disputar contra o melhor jogador de boliche do mundo todo!
— Você? Irmão, você realmente acha que pode vencer de mim? Logo de mim? — Seungmin cruzou os braços, olhou de baixo para cima para Jeongin e riu.
— Eu acho e vou! Se eu ganhar, vocês vão se beijar e ainda vão pagar um chá gelado, café… Tanto faz! — Jeongin passou os dedos entre as mechas de cabelo e continuou a sorrir. — Eunhoo, por que não começa?
— Ah, okay! Estava esperando vocês dois terminarem de discutir. — tentei sorrir de forma agradável, então peguei uma bola e respirei fundo antes de lançá-la pela pista de boliche.
Após lançar a bola, observei-a rolar pela pista até atingir os pinos, derrubando sete deles. Suspirei, contente com meu desempenho inicial. Mesmo que eu estivesse sentindo um medo superficial em relação à punição — e se alguém visse? Essa pergunta ecoou diversas vezes em minha mente, mas ao mesmo tempo, a adrenalina de beijar alguém de uma forma como nunca havia feito antes era levemente excitante. Eu sabia que iria perder. Olhei para Seungmin e Jeongin, esperando por alguma reação ou fala vinda da parte deles.
— Nada mal, hein? — disse Seungmin, pegando uma bola e se preparando para sua jogada. Ele lançou com habilidade e derrubou oito pinos, mostrando sua prática. — Vamos ver se você consegue superar isso, Jeongin.
Jeongin riu e pegou sua bola, lançando com confiança. Ele derrubou nove pinos, o que nos fez aplaudir surpresos.
— Não posso mentir, vocês são muito bons! — admiti, enquanto esperava minha vez novamente. — Mas ainda não acabou.
Então, peguei outra bola e a lancei, tentando controlar minha força e mirá-la no centro dos pinos. Toda a minha estratégia deu errado, errei a bola e as outras depois dessa também. Jeongin era o que mais acertava e, parando para pensar, ele estava certo ao dizer que era o melhor de nós e que iria ganhar. Comecei a ficar nervoso a cada pino que ele acertava; a quantidade que ele derrubava só aumentava, e senti um frio na barriga. Continuamos jogando por mais algumas rodadas, rindo e conversando entre as jogadas. Cada um de nós teve seus momentos de destaque, mas a competição era amigável e divertida, sem levar para o lado pessoal. Quando terminamos nosso jogo e verificamos os resultados, Seungmin e eu nos olhamos nervosos.
— Ah, não! — exclamei, ao ver que eu tinha ficado em último lugar por apenas alguns pontos. Seungmin ficou em segundo, e Jeongin, como havia prometido, ficou em primeiro lugar. — É.
— Parece que você e Seungmin vão ter que cumprir a punição! — disse Jeongin, rindo e apontando para nós.
Seungmin e eu trocamos olhares mais uma vez, mas esse foi diferente, nós fomos capazes de sentir a vergonha que estávamos sentindo. Porém, lembrei que tudo era apenas uma brincadeira entre amigos. Dei um passo à frente e sorri gentilmente para quebrar o clima. Dessa vez, aproximamo-nos um do outro e, com sorrisos tímidos, decidimos finalmente completar a punição. Ele segurou meu rosto com as duas mãos delicadamente, fechou os olhos assim como eu e demorou alguns segundos antes de encostar seus lábios nos meus. Nossas bocas não se encaixaram de primeira, mas quando entendi o que precisava fazer para aquele beijo dar certo, logo fiz. A primeira sensação foi estranha e, quando nossas línguas se envolveram uma na outra, quis puxar seu corpo para perto do meu — estava com vergonha de fazer isso e ele achar que talvez eu estivesse interessado nele.
Se Seungmin não tivesse deixado suas mãos caírem de meu rosto e afastado seu corpo do meu, acho que o beijo nunca teria acabado. Estávamos ofegantes, mas rimos ao ver Jeongin chocado com a cena que tinha acabado de acontecer na sua frente.
— Ok, ok, a punição está cumprida! — disse Seungmin, rindo. Ele deu uns tapinhas nas costas de Jeongin, tentando deixá-lo menos chocado. — Agora, vamos tomar um café ou um chá gelado por minha conta.
— Eunhoo, é diferente de beijar uma boca sem aparelho? — Jeongin perguntou, impressionado.
— Foi o meu primeiro beijo de língua. — respondi, rindo envergonhado.
— Seu primeiro beijo? — os dois falaram ao mesmo tempo, mas a voz de Seungmin parecia mais surpresa.
— Sim.
— Não pareceu. — Seungmin colocou a mão na boca ao rir, então começou a andar sozinho até a saída.
— Deve ter sido bom, Eunhoo. Mas, vamos tomar o que ele vai pagar. — Jeongin sorriu para mim antes de correr atrás do outro.
Saímos do boliche e fomos para uma cafeteria próxima. Sentados em uma mesa, pedimos nossas bebidas e continuamos conversando sobre diversos assuntos, desde música e shows até nossos planos futuros. Após um longo tempo de bate-papo, percebemos que estava na hora de nos despedirmos. Mesmo que eu não quisesse ir embora, eles precisavam, e eu não podia pedir para que ficassem um pouco mais.
— Foi muito bom passar o tempo com vocês hoje — disse Jeongin, levantando-se da mesa. — Precisamos fazer isso mais vezes, sem esperar tanto tempo.
— Concordo. — respondi, sorrindo. — Vamos manter contato e planejar algo mais para frente!
— Mas sem beijos! — Seungmin fez um X com seus indicadores.
— Com certeza! — eu ri.
Eles entraram no mesmo táxi, acenando para mim com enormes sorrisos em seus rostos. Peguei meu celular depois de tanto tempo focado em outras coisas e vi a mensagem de Hankyeom avisando que estava indo dormir e outra, a que mais me chamou a atenção, de Christopher, logo depois de ter escutado o áudio que enviei.
— “Isso não é coisa que se faça, mas irei dar um jeito nisso.” — semicerrando os olhos, continuei a olhar para a mensagem e ri antes de entrar no meu táxi. — O que ele quer dizer com isso? Será que pergunto ou espero Hankyeom me contar algo? Acho melhor esperar.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 12/06/2022.
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verzweifeltcharlotte · 2 months
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Após dias e dias, finalmente decidi fazer algo que vinha adiando há muito tempo: um dia de spa. Os meses intensos de trabalho com parcerias e muitas gravações, junto de uma rotina sem pausas, fizeram com que meu corpo e minha mente pedissem por um descanso. Londres é uma cidade vibrante e cheia de vida, mas também pode ser exaustiva. Então, seria uma boa ideia aproveitar os seus melhores spas, que mudariam todo o meu estado.
O sol da manhã iluminou todo o meu quarto, e a brisa fresca acariciou meu rosto, assim como a forte luz que me fez abrir os olhos. Antes de me levantar, movi-me pela cama de um lado para o outro, com preguiça, e me aproximei da cômoda onde estava meu celular. Peguei o aparelho e sorri ao ver que Shin Donggyu havia me mandado uma mensagem.
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Então, me levantei da cama; peguei a roupa que deixei separada desde ontem à noite e corri para o banheiro. Fui acordado pelas gotas geladas que caíram em minha cabeça e deslizaram pelo resto de meu corpo. Enquanto me banhava, pensava em como seria no spa e se eu iria conseguir fazer alguma amizade ou conhecer algum fã, talvez…
Terminei meu banho, usei a toalha para me secar e logo me vesti, pois estava um pouco frio dentro do banheiro.
Ao sair do banheiro, segui em direção à cozinha para comer; mas, ao ver que não tinha absolutamente nada — porque infelizmente esqueci de fazer a compra do mês — decidi comer em alguma padaria e depois ir para o spa. Peguei minha mochila que estava jogada no sofá, felizmente já estava com a minha carteira e outros pertences que eu não podia ficar sem; guardei meu celular e saí do meu apartamento para finalmente fazer meu café da manhã.
Caminhando pelas ruas ainda meio vazias da manhã, encontrei uma padaria charmosa, com cheiro de pão fresco e café que me atraíram para dentro dela. Entrei e fui recebido com um sorriso caloroso pelo atendente. Pedi um café preto e um croissant, algo simples e que acabaria com a minha fome.
Meu pedido chegou rapidamente, e me sentei perto da janela, apreciando o movimento lento da cidade acordando.
Comi com calma, observando as pessoas que estavam dentro do estabelecimento enquanto trabalhavam e comiam ao mesmo tempo: alguns comendo apressadamente para chegar ao trabalho mais rápido e outras mais calmas, conversando e parecendo felizes com a vida que tinham.
Após terminar, agradeci ao atendente e saí da padaria, sentindo-me animado e pronto para tudo que iria acontecer no dia.
Ao entrar, fui imediatamente recebido por uma onda de calmaria e serenidade. O cheiro confortável e levemente nostálgico, junto à música suave de fundo, me fez relaxar no instante em que coloquei meu pé dentro do estabelecimento. A recepcionista, uma jovem com um lindo sorriso, me conduziu a uma sala de espera aconchegante, onde me perguntaram se eu aceitaria uma boa xícara de chá, mas eu acabara de tomar meu ótimo café da manhã.
Minutos se passaram, e fui levado para uma sala de troca, onde vesti um roupão macio e chinelos confortáveis, sentindo a tensão do meu corpo desaparecer aos poucos.
Entrei em uma sala, onde a primeira etapa seria uma massagem, algo que eu estava realmente precisando. Deitei-me na maca e, à medida que a massagista começou a trabalhar nos nós e tensões acumuladas em meus ombros e costas, senti o estresse ser liberado. A cada pressão e movimento, eu não conseguia deixar de suspirar de alívio.
Depois da massagem, fui conduzido a uma sala de relaxamento. Era um espaço com almofadas macias, cobertores leves e outros motivos que a fazia ter o ambiente perfeito para um cochilo. Deitei em uma baixa cama com um travesseiro extremamente macio e, sem esforço, caí em um leve sono. Quando acordei, senti-me muito melhor do que antes.
A próxima etapa seria um tratamento facial profundo. Minha pele sempre sofreu com os efeitos do estresse e da poluição, então um cuidado especial com ela sempre foi importante. A especialista iniciou com uma limpeza profunda, seguida de uma esfoliação que removia todas as impurezas e células mortas da pele. A sensação das máscaras e cremes era maravilhosa, e o aroma delicado de lavanda e rosa era narcótico. Enquanto os produtos faziam efeito, ela fez uma massagem nas partes laterais da minha cabeça e couro cabeludo, que me relaxou ainda mais — quase me fazendo adormecer novamente.
Após passar pela massagem facial e outros cuidados com meu rosto, fui levado para a sauna. O ambiente era aconchegante, com paredes de madeira e luzes suaves, dando-me uma boa sensação de calor e conforto. Sentei-me em uma das bancadas de madeira e deixei o calor envolver meu corpo. Cada respiração era uma limpeza em mim mesmo, sentindo-me mais leve a cada minuto. O suor que escorria pela minha pele parecia levar embora todas as toxinas e preocupações que eu tinha.
O próximo passo foi um mergulho em uma piscina de hidromassagem. A água morna e os jatos de água ajudaram a aliviar o que restava da tensão muscular. Fiquei ali por um tempo, deixando meus pensamentos vagarem por um mundo totalmente diferente da realidade, completamente desligado do mundo exterior.
Após a hidromassagem, fui conduzido a uma sala onde faria uma terapia de pedras quentes. Deitei-me novamente, e a terapeuta começou a colocar pedras quentes ao longo da minha coluna, nas palmas das minhas mãos e nas solas dos pés. O calor das pedras penetrava profundamente nos músculos, fazendo-me sentir ainda mais relaxado.
Finalmente, terminei o dia no spa com uma sessão de reflexologia. A terapeuta trabalhava nos pontos de pressão de forma correta e impressionante, sendo uma sensação prazerosa que eu nunca havia sentido antes.
Quando finalmente deixei o spa, sentia-me renovado. A cidade de Londres parecia agora um pouco mais suave aos meus olhos. Caminhei pelas ruas movimentadas de maneira relaxada, sem me preocupar com os barulhos e outras coisas que antes me estressavam, agradecido por ter dedicado um dia inteiro para cuidar de mim mesmo.
Cheguei em meu apartamento ao anoitecer, ainda sentindo os efeitos calmantes do dia de spa. Preparei uma refeição leve, algo simples e saudável, e sentei-me na varanda, feliz por ter lembrado de passar no mercado. O resto da minha noite foi maravilhosa; vi muitos filmes e esqueci completamente o que era sentir estresse — contente por isso.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 11/06/2022.
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verzweifeltcharlotte · 3 months
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Em posição, suspirei com tédio observando Kim Hyunwoo ensinar as alunas novas que não sabiam o básico de balé — elas realmente estavam na turma certa? Tivemos de repassar tudo o que aprendemos junto com elas para que conseguissem se adaptar à classe, mas aquilo me incomodava. Olhei ao redor, depois para mim pelo espelho e sorri genuinamente por estar ao lado de Kim Nayoung.
Após minutos e minutos observando o professor ensinar às meninas novas os passos que estávamos aprendendo, ele finalmente decidiu passar a sequência que havia passado nas aulas anteriores. Minha posição não era mais na frente, e isso me estressava porque eu continuava sendo uma das melhores. Se eu soubesse que perderia todo o meu destaque para bailarinos que nem são tão bons assim, não teria exposto todo o abuso que sofri nas mãos de Kim Sunwoo e Kim Jinwoo — acho que prefiro receber a atenção que mereço.
Tudo estava indo bem, meus passos sendo executados com destreza e no tempo certo, mas tudo foi interrompido quando a bailarina novata caiu em cima de mim.
— Que droga! — coloquei a mão no nariz ao ver uma gota de sangue no chão. — Toma cuidado, Garam.
— Eu tropecei. Você não deveria ficar tão perto assim de mim, não quero te machucar. — Garam se levantou e estendeu a mão para mim.
— Se não quer me machucar, volta para sua turma. — levantei-me sozinha e voltei à minha posição. — Hyunwoo, pode começar se quiser.
Eu não queria saber se ela me machucou ou se ela estava machucada, não me importava se ela era boa ou ruim; eu só queria poder dançar e reconquistar o lugar que só perdi por causa de um simples problema. Meu foco estava em cada passo, minha mente se esforçando para que tudo ocorresse bem e que os elogios aumentassem a cada aula. A sequência parou, os alunos pediram uma pequena pausa de 5 minutos e, enquanto bebia água, Nayoung aproximou-se de mim com um sorriso torto.
— Não teve uma boa noite de sono? Você parece estressada, sabe. — ela mordeu os lábios, tensa. — Eu posso te dar uma dica para tentar te acalmar. Você sabe que o estresse pode acabar atrapalhando seu desempenho, né?
— É óbvio que eu sei, mas não quero dicas. Olha, Nayoung, eu só quero poder recuperar tudo de novo e continuar sendo a Hankyeom. — exclamei, olhando para ela com os punhos cerrados.
— Mas você é a Hankyeom, continua sendo a mesma Hankyeom de sempre, amiga. — ela olhou para os lados, riu sem graça e se aproximou mais.
— Não! Você não entende. Eu não sou a mesma Hankyeom de antes, eu não consigo mais pensar como antes ou viver minha vida normal, Nayoung! — admiti em um tom mais alto, sentindo as lágrimas se formarem em meus olhos. — Eu só quero poder recuperar meu lugar de antes, eu quero ser uma boa bailarina novamente!
Vi seu sorriso desaparecer, mas aquilo não importava agora e tudo o que eu precisava era conter as lágrimas. Corri em direção ao banheiro sem pensar duas vezes, entrei dentro de uma das cabines e sentei-me no chão.
— Eu não quero enlouquecer. Por que eu me sinto assim? Eu não quero chorar agora, não existe motivo para eu chorar! — olhando para cima, respirei fundo e pisquei inúmeras vezes para que as lágrimas caíssem. — Preciso voltar.
Me levantei, limpando as lágrimas que escorriam por meu rosto, e respirei fundo mais uma vez, mas no instante em que abri a porta, dei de cara com Nayoung, claramente assustada.
— O que foi? Nunca me viu chorar? — eu ri. Me aproximei da pia, abri a torneira e lavei meu rosto.
— Não é isso, é que eu não entendo o que está acontecendo com você. — ela se encostou em uma das cabines, olhando para mim pelo espelho do banheiro. — Os bailarinos também não entenderam nada, inclusive Hyunwoo. Ele está fazendo algo com você que eu não sei?
— O problema não é ele, o problema sou eu. — bufei.
— Entendi. Acho melhor eu parar com as perguntas. — Nayoung sorriu desconfortavelmente e saiu do banheiro sem dizer mais nada.
Na verdade, nem eu sabia se o problema realmente era eu, só queria dar uma resposta — pessoas como eu precisam ter respostas para tudo. Olhando-me pelo espelho, sorri falsamente para mim mesma e saí do banheiro, voltando para a sala de aula. Todos estavam olhando para mim, sem se preocuparem em tentar disfarçar. Hyunwoo olhou para mim, assentiu com a cabeça e eu também assenti; ele sorriu. Fiquei na minha posição na barra ao lado de Nayoung, que parecia fingir que eu não estava ali.
— Bom, agora que todos estão reunidos, quero dar uma boa notícia! — Hyunwoo falou em um tom animado e foi para o centro da classe. — Estou pensando em fazer “O Lago dos Cisnes” ano que vem, o que vocês acham?
Aquilo fez meus olhos brilharem, meu coração começou a bater mais rápido e por um momento esqueci como respirava — aquele finalmente seria o meu momento.
— As bailarinas vão competir para assumir o papel de Odette e Odile, o resto: corpo de baile. Alguém quer se candidatar? — Hyun sorriu, olhando para todos.
— Eu! — levantei minha mão e dei um passo para frente.
— Eu também quero tentar. — Garam ficou ao meu lado e sorriu para o professor.
— Quero tentar também. — Nayoung se aproximou de mim.
— Só três bailarinas? — Woo cruzou os braços e se aproximou de nós três.
— Sim, mas não acho justo a Hankyeom querer tentar porque ela sempre consegue os papéis desde o começo. — Garam cruzou os braços, passou o peso do corpo para a perna esquerda e riu. — Você não acha que outras bailarinas precisam ter essa chance?
— E por que você está se metendo nisso? Se eu consegui todo esse tempo, é porque me dediquei como bailarina. — rebati, franzindo o cenho e sorrindo de lado sem mostrar os dentes.
— Por que se dedicou? Todo mundo sabe que você só conseguia aqueles papéis porque o Sunwoo te fodia, e com tudo o que você queria, você claramente adorava quando ele te abusava. — ela cuspiu as palavras na minha cara, eu não sei qual foi a expressão que fiz, mas pode ter certeza que não foi uma muito boa.
Eu perdi o controle.
Eu avancei nela de uma forma que nunca imaginei que avançaria em alguém; minhas mãos se apertavam em seu pescoço com uma força que veio de todo ódio guardado por mim, enquanto minhas unhas se cravavam profundamente em sua carne. Seu rosto estava inchado e vermelho, sufocando sob a pressão inexorável, enquanto os bailarinos, em pânico, tentavam me arrancar de cima dela. Minha raiva havia se tornado uma criatura própria, tomando um pleno controle de mim, e cada som ao meu redor alimentava ainda mais meu desejo de matá-la ali mesmo.
Ela tentou resistir, agarrando meu cabelo em um ato desesperado. Então, mordi sua orelha com uma força brutal, arrancando um grito estridente que me deixou levemente confusa sobre minha própria ação. O sabor metálico de sangue invadiu minha boca, mas observar o terror em seus olhos foi o maior prazer que pude sentir.
Meu corpo foi puxado para trás com violência, os gritos de horror dos presentes se misturavam entre si. Alguns, apesar do choque, pareciam excitados com a cena.
— Essa cachorra é louca! — Garam arfou, pressionando sua mão contra a orelha ensanguentada.
— Eu vou estourar a porra do seu crânio! — urrei, minha voz rouca e rasgada pela intensidade da emoção. Hyunwoo envolveu seus braços ao redor de mim, tentando me conter, mas eu continuava com raiva.
Contra minha vontade, carregaram-me até a sala de Hyunwoo, que ligou para meu responsável e contou tudo o que eu fiz, sem mencionar o fato de Garam ter dito aquela coisa horrível para mim. Quando Kang Eunhoo chegou, tivemos que ouvir meu professor reclamando de mim por quase uma hora, e fui proibida de participar da futura apresentação, assim como das próximas aulas por um mês inteiro.
Eu queria matar ele também.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 10/06/2022.
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verzweifeltcharlotte · 3 months
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Após uma péssima noite, eu finalmente acordei. Suspirei ao perceber que seria mais um dia em que nada mudaria, mais um dia me perguntando o que aconteceu para Choi Soobin estar tão estranho comigo e também ansioso para nosso encontro, que ainda não tinha um dia certo. Levantei-me da cama, desejando que minha melhor amiga não viesse conversar comigo às 7 da manhã — eu não estava de bom humor e não queria tratá-la mal sem pensar direito. Vesti uma blusa, calcei minhas pantufas e abri a porta do quarto, feliz pelo silêncio que estava por toda a casa.
Minha rotina é sempre a mesma, então fiz tudo o que sempre faço quando acordo e logo depois fui preparar o café da manhã. Todos os dias eram as mesmas coisas, mas parecia que quanto mais eu pensava no Soobin, pior eu ficava — eu não suportava mais nada. Os dias em que eu tinha psicóloga eram sempre os mesmos assuntos e não tinha como evitar; as dúvidas em minha mente pareciam estar me deixando louco cada vez mais.
Com uma xícara em minha mão, balancei-a e observei a última gota de café mover-se de forma circular no fundo da porcelana. Coloquei o objeto em cima da mesa, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Soobin. Eu me sentiria um idiota se não o amasse o suficiente para ser um completo idiota. Eu sei que estou literalmente me humilhando por ele e que, se Chung Seunghyun descobrisse... Quem liga para o que ele vai pensar? Eu amo o Binnie, eu amo ele mais que tudo.
— E se eu ligasse para ele? Isso iria parecer desesperado demais, né? — suspirei nervoso, olhei para meu celular e revirei os olhos.
Esperei alguns minutos, olhei para meu celular e olhei para o relógio que minha mãe me deu; senti meu peito queimar e levantei-me frustrado por não receber nenhuma mensagem dele. Porém, Christopher Bahng me mandou uma mensagem e, no momento em que entrei nos meus contatos para respondê-lo, cliquei sem querer na minha conversa com Soobin e vi que ele estava online — aquele desgraçado estava me ignorando. Suspirei, sentindo a vontade de chorar voltar, e decidi responder Chris.
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Levantei-me da mesa da cozinha e suspirei de forma triste. Se minha melhor amiga ouvisse, claramente perguntaria o que aconteceu, e como sempre, eu responderia: Soobin. Fui em direção ao meu quarto em busca de uma roupa mais casual para ir à padaria e, enquanto procurava alguma roupa, estranhei o fato de Lee Hankyeom estar dormindo até agora; iria dar 9 horas. Talvez ela só estivesse um pouco cansada após ter treinado por 13 horas e ainda assim querer arrumar a casa, mas tudo bem, eu não podia fazer com que ela deixasse de fazer o que mais ama.
Procurando por alguns minutos qual roupa iria usar, finalmente a encontrei: uma calça marrom com cintura elástica e cordão ajustável de cor branca, blusa preta com a estampa de um corpo com efeito térmico colorido, simulando um mapa de calor, e tênis casual, que costumo usar para ir a lugares não tão longe. Arrumado, olhei-me rapidamente no espelho e peguei a carteira que estava em cima da minha cômoda, assim como meus fones que estavam ao seu lado, e os encaixei em meus ouvidos. Saindo do quarto, escolhi uma música, guardei meu celular no bolso esquerdo e a carteira no outro.
Saí de casa e comecei a caminhar pelas ruas com as mãos nos bolsos, apenas sentindo a vibe da música e ignorando os outros ao meu redor. Fui diretamente até a padaria: meu único objetivo. Ao chegar lá, comprei os sonhos de doce de leite e, depois de pagar, saí do estabelecimento com um doce dentro de uma sacola de papel e outro na minha mão. Ouvindo “Meant To Be - Yerin Baek”, comecei a comer enquanto andava em direção à minha casa, que não ficava muito longe, e cantava animadamente por estar me deliciando com um sonho delicioso. De repente, pisei em falso e caí de cara em uma árvore com uma cerca de arames em volta: a ardência que os machucados me proporcionaram foi horripilante. Um senhor ajudou-me a levantar, e eu quis entrar em um buraco e nunca mais sair depois da vergonha que passei na frente de tantas pessoas em uma única calçada — de onde surgiu tanta gente assim?
— Ai, que lixo. — resmunguei ao ver que o sonho que estava dentro do saco ficou preso em um dos arames, completamente destruído. — Que porra.
O que eu estava comendo caiu no meio da terra, não tinha como pegar e limpar antes da regra dos cinco segundos. Agora, eu estava todo arranhado, um pouco perfurado e agoniado por também estar sujo como aquele meu sonho; o sonho que estava delicioso. Peguei a sujeira de doces que fiz ao cair e joguei tudo na lata de lixo mais próxima, muito triste. Decidi ir até a farmácia que era perto de onde eu estava para comprar algo para que eu pudesse fazer curativos.
Entrei no lugar, segui em direção ao balcão e perguntei para a atendente onde ficavam os curativos; ela parecia assustada pelo estado em que eu me encontrava, mas não perguntou o que aconteceu. Fui atrás dos curativos e, enquanto procurava pelo que costumo usar, fui surpreendido ao perceber a presença de alguém na prateleira em frente à que eu estava; meus olhos se arregalaram e eu fiquei nervoso, sentindo um frio na barriga.
— Binnie? — deixei a caixinha de curativos cair no chão, assustado.
— Eunhoo? — seus olhos se arregalaram, a boca levemente aberta e uma voz cheia de surpresa. — Não…
No instante em que comecei a me aproximar do mais novo, ele deixou o shampoo que estava em sua mão na prateleira e saiu correndo sem olhar para trás. Tentei alcançá-lo, mas parei ao perceber que ele não queria conversar comigo; ele desapareceu na esquina. Um nó se formou rapidamente em minha garganta, e eu não estava chorando pela ardência dos cortes pelo meu corpo.
— Por que você está fazendo isso comigo? — perguntei, minha voz trêmula.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 03/06/2022.
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verzweifeltcharlotte · 3 months
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Entrei na academia que sempre frequento em Londres com a determinação estampada no rosto, pelo menos é o que eu acho. A noite estava fria e chuvosa, mas nem isso poderia me desanimar. Ao entrar, fui recebido pelo calor do ambiente e senti a grande diferença de um ambiente para o outro. A academia estava relativamente vazia, o que era perfeito para mim, já que assim não me distraio com ninguém. Caminhei em direção ao meu personal trainer, Ramon, que já me esperava pacientemente, como sempre.
— Pronto para mais um treino intenso? — perguntou Ramon, enquanto ajustava a prancheta em que anotava alguma coisa.
— Vamos nessa. O que você preparou para hoje? — respondi, assentindo com a cabeça e mostrando um sorriso determinado.
— Hoje vamos focar em força e resistência. Vamos começar com um aquecimento leve, seguido de uma série de exercícios de levantamento de peso. Quero ver você se esforçando ao máximo, mas sempre mantendo a forma correta. — Ele sorriu para mim, então ficou ao meu lado.
Começamos com um aquecimento de dez minutos na esteira. Aumentei aos poucos a velocidade, sentindo meu corpo aquecer e meus músculos se prepararem para o esforço que logo faria. Ramon ficou ao meu lado, monitorando o tempo e ajustando a velocidade conforme necessário. Se não fosse por ele, eu com certeza me sentiria inseguro e acharia que estava fazendo os exercícios de maneira errada.
Após o aquecimento, fomos para a área de pesos livres. Ramon colocou alguns halteres de peso moderado em minhas mãos e suspirei fortemente.
— Vamos começar com séries de supino com halteres. Lembre-se de manter os cotovelos ligeiramente dobrados e o movimento controlado. — Ele colocou suas mãos cuidadosamente em meus braços e os ajeitou.
Deitei no banco e comecei as repetições. Ramon me observava atentamente, me corrigindo sempre que necessário.
— Excelente, Seunghyun. Lembre-se de respirar fundo e manter o ritmo. Vamos para mais uma série. — Ele sorria para mim. Não sei como, ele sempre estava sorridente.
Realizando as minhas séries com muito esforço e foco, o suor começou a escorrer pelo meu rosto. Ouvi atentamente cada instrução de Ramon com o objetivo de não me machucar por uma falha e falta de atenção.
— Muito bem. Agora vamos para os agachamentos com barra. Isso vai trabalhar seus glúteos e quadríceps. — Ele me ajudou a pegar os pesos, então os guardou para mim.
— Obrigado. Ah, finalmente! Estava ansioso para isso. — Tombei a cabeça e dei uma risada de alívio.
Posicionei-me sob a barra e ajustei o peso. Ramon estava ao meu lado, me auxiliando quando necessário.
— Lembre-se de manter a coluna reta e os pés firmes no chão. Vamos lá, desce devagar e sobe com força. — O mais alto encostou dois dedos nas minhas costas e fez força para baixo.
A cada repetição, senti meus músculos queimarem, mas eu não desistiria facilmente. Ramon me encorajava o tempo todo, elogiando minha técnica e me motivando a continuar. Seu objetivo estava dando certo. Por sua causa, eu continuava e, mesmo cansado, não deixava o desconforto me parar.
Depois de terminar os agachamentos, seguimos para o treino de costas e braços. Fiz séries de puxadas, remadas e bíceps, sempre sob a supervisão atenta de Ramon.
— O que está achando, Ramon? — perguntei, ofegante.
— Ótimo trabalho, Seunghyun. Agora vamos finalizar com alguns exercícios de core. Quero ver você trabalhando esses abdominais. — Ele deu alguns tapinhas no meu abdômen, e senti meu rosto aquecer.
O treino foi concluído com uma série de abdominais e pranchas. Fiquei exausto, mas satisfeito. Deitei-me no tapete de yoga para me alongar. Ramon aproximou-se de mim com um sorriso de aprovação.
— Você se saiu muito bem hoje. Está progredindo rapidamente. Lembre-se de se hidratar e descansar bem. Amanhã será um novo dia, Seunghyun!
— Obrigado, Ramon. Vou descansar e estar pronto para o próximo treino. Até amanhã. — Levantei-me, sorri e apertei sua mão.
Enquanto saía da academia, senti-me revigorado, apesar do cansaço. A noite em Londres ainda estava fria e úmida, mas sabia que cada gota de suor e cada esforço valiam a pena. Eu estava completamente determinado a alcançar meus objetivos e, com a ajuda de Ramon, sabia que estava no caminho certo. Vestindo um casaco esportivo e com a mochila pendurada em um ombro, comecei a caminhar de volta para meu apartamento, que, felizmente, ficava a cerca de quinze minutos dali.
As ruas estavam tranquilas, com poucas pessoas circulando. Então, decidi apreciar esses momentos de silêncio após um treino intenso, já que em situações como essa, finalmente poderia organizar meus pensamentos e planejar o dia seguinte. Coloquei os fones de ouvido e selecionei minha playlist relaxante favorita, sendo envolvido pela música enquanto caminhava.
De repente, senti uma sensação estranha, quase instintiva, de que algo estava errado. Olhei discretamente por cima do ombro e percebi três rapazes que me seguiam a uma certa distância. Eles vestiam roupas escuras e andavam em um ritmo que combinava com o meu. Tentei focar em não chamar muita atenção e não deixar claro que estava com medo; eu tremia. Tentando manter a calma, acelerei um pouco o passo. Os rapazes também aumentaram a velocidade, confirmando minhas suspeitas. Meu coração começou a bater mais rápido, e senti uma onda de adrenalina percorrer meu corpo. Pensando rapidamente, decidi seguir por um caminho diferente, entrando em uma rua lateral menos iluminada, esperando despistá-los.
Os passos atrás de mim continuaram a ecoar no silêncio da noite, e eu sabia que precisava agir. Tirei os fones de ouvido, guardando-os na mochila. Decidi não ser uma vítima fácil, então comecei a avaliar minhas opções e pensar no que poderia fazer caso eles tentassem algo comigo. Eu sabia que havia passado por uma série de treinamentos de autodefesa e estava em excelente forma física, mas enfrentar três adversários poderia ser muito arriscado.
Virei em uma esquina e avistei uma construção com uma área de sombra próxima. Resolvi me esconder ali, esperando que os rapazes passassem por mim sem me notar. Apertei os punhos e respirei fundo, tentando controlar a respiração e o nervosismo. Os passos se aproximaram, e fui capaz de ouvir as vozes dos rapazes conversando em tom baixo.
— Ele deve ter vindo por aqui. — disse um deles. — Vamos ver se o encontramos.
Os três passaram pela sombra onde eu estava escondido, sem perceber minha presença, e aquilo fez meu corpo se arrepiar por inteiro. Esperei alguns segundos até que estivessem a uma distância segura antes de sair do esconderijo. Com movimentos rápidos e silenciosos, comecei a seguir na direção oposta, esperando escapar sem ser notado.
No entanto, um deles virou-se e me avistou. — Ali está ele! — gritou, chamando a atenção dos outros.
Comecei a correr desesperadamente, sentindo o frio da noite bater em meu rosto e meus olhos lacrimejarem a cada passo que eu dava. As ruas de Londres eram um labirinto de becos e vielas, e por ter me acostumado, usei isso a meu favor, mudando de direção constantemente para confundi-los.
Avistei um grupo de pessoas saindo de uma boate e decidi correr em direção a eles, na esperança de que a presença de outras pessoas me protegesse. Chegando ao grupo, parei, tentando me misturar aos outros.
Aproveitei para pegar meu telefone e ligar para Ramon. — Ramon, estou sendo seguido. Preciso de ajuda. — falei rapidamente, dando minha localização.
— Estou a caminho, Seunghyun. Fique onde está e tente se manter seguro. — respondeu Ramon, com a voz cheia de preocupação.
Fiquei junto ao grupo de pessoas, tentando parecer o mais casual possível enquanto meus olhos procuravam qualquer sinal de perigo. Eu sabia que Ramon não demoraria, mas cada segundo parecia uma eternidade, e isso estava me fazendo ter um ataque de pânico. Os rapazes se aproximaram de mim novamente, mas hesitaram ao ver a quantidade de pessoas que estavam ao nosso redor.
Logo, Ramon apareceu, correndo pela rua. Ele veio em minha direção com uma expressão de preocupação em seu rosto, então se colocou entre mim e os rapazes. — Está tudo bem aqui? — perguntou Ramon, em um tom firme. O mais velho olhava para mim, sem medo de que os outros tentassem algo com ele.
Os perseguidores, ao verem a determinação nos olhos de Ramon e a presença do grupo de pessoas, decidiram que não valia a pena continuar. Eles murmuraram entre si e se afastaram lentamente, desaparecendo na escuridão das ruas de Londres, me fazendo ficar aliviado.
Soltei um suspiro de alívio e agradeci a Ramon.
— Obrigado por vir tão rápido. Não sei o que teria acontecido se você não aparecesse.
Ramon colocou uma mão em meu ombro, e mesmo sendo algo simples, me reconfortou. — Você fez o certo ao me chamar. Vamos para casa agora. É melhor não andar sozinho por aqui à noite.
Eu sorri gentilmente para ele, ainda me sentindo um pouco nervoso, mas estar ao lado dele me fez ficar mais tranquilo, e decidimos deixar para trás a tensão da perseguição. Começamos a caminhar juntos em direção ao meu apartamento, que ficou mais longe depois que entrei em becos e vielas inúmeras vezes para tentar despistar aqueles homens. Continuamos a conversar sobre o treino e os planos para os próximos dias. Percebi que Ramon, além de um bom personal trainer, também era um ótimo amigo e que, se eu precisasse dele, poderia pedir ajuda sem medo.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 02/06/2022.
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verzweifeltcharlotte · 3 months
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Enxaguei meu rosto, olhei-me no espelho e sorri falsamente — tão falso que nem um bebê acreditaria. Soltei um suspiro de aversão enquanto olhava para a pia do banheiro e tremi o corpo ao sentir uma mão em meu ombro. Olhei para o espelho e meus olhos se arregalaram ao ver minha única amiga da Academia de Ballet, Kim Nayoung.
— Naná! — gritei, então a abracei o mais forte que pude. — Você voltou. Eu estava com tanta saudade de você, Naná!
— Eu te disse que voltaria, lembra? E por que você trocou de número? Eu fiquei tão preocupada! — Ela acariciou meu rosto com um sorriso reconfortante formado por seus lábios.
— Uma longa história. Temos muito o que conversar ainda! — sorri docemente.
Nayoung era amiga da minha melhor amiga que se suicidou, mas ela precisou dar um tempo das aulas de balé ao engravidar e colocou o nome de sua filha de Yeeun, o nome de nossa falecida amiga. Nós fomos para a sala de aula conversando sobre tudo o que aconteceu enquanto estávamos longe e, ao entrarmos na sala, tornamo-nos amigas de barra.
Durante a aula, Kim Hyunwoo teve de me tocar algumas vezes para que pudesse me ajeitar em posições que não fui capaz de executar com perfeição. Seus toques me deixaram levemente desconfortável, lembrando-me de memórias horríveis com seus irmãos — que me estragaram por dentro. Eu não poderia culpá-lo por meus problemas, então tentei me esforçar para não me desconcentrar e continuar sendo uma boa bailarina, mesmo que eu não me sentisse mais assim. Depois que a aula terminou, meu professor me chamou para o canto da sala e, pela primeira vez, vi ele sorrir de uma forma que me fez sentir que fui bem.
— Você andou treinando mais? — ele deu alguns tapinhas em meu ombro, com um enorme sorriso em seu rosto.
— Hã…? Continuei treinando da mesma forma de antes, Hyunwoo. Eu nunca deixei de treinar. — senti o sorriso desaparecer aos poucos, cerrei os punhos e suspirei. — Você acha o quê? Acha que eu parei de treinar só porque as aulas pararam ou que fiquei traumatizada por culpa de seu irmão? Olha, realmente, muita coisa mudou na minha vida e, infelizmente, lidei com muitos problemas. Mas eu não me tornei preguiçosa! Nunca vou me tornar preguiçosa, eu sou a Lee Hankyeom! — bufei.
— Calma, Hankyeom! Não falei por mal, eu… — Hyunwoo olhou para os lados, então suspirou. — Não, desculpa. Tá liberada.
— Eu sei que estou. — respondi, sem paciência.
Despedi-me dos outros bailarinos e de Nayoung. Mandei uma mensagem para meu booker dizendo que já estava a caminho do estúdio e que logo chegaria. Observando as casas, suspirei de forma triste e percebi que, mesmo sendo considerada por muitos colegas meus como uma garota sortuda, minha felicidade era perceptível apenas em momentos rápidos com as pessoas que eu tanto amo. Estando sozinha à noite por Seul, me senti o mesmo vazio de sempre. Revirei os olhos e bati o pé no chão.
— Hankyeom, você tem que entender que nem tudo são flores, mas deveria parar com esse drama de sempre ser uma garota triste e blá, blá, blá! — exclamei, sem aceitar meus sentimentos. — Ai, mas você tá falando sozinha! Tô nem aí se eu estou falando comigo mesma, qual o problema?
Sim, realmente existia um problema em falar sozinha pela cidade: o olhar de quem estava próximo a mim. Primeiro, eu me importei, mas depois comecei a ignorar as pessoas que tanto olhavam para mim e alguns comentários que ouvi: “Nossa, ela é doida?” — e se eu for louca? Não, eu não sou louca e estou muito feliz sendo quem eu sou, eu acho...?
Após alguns minutos caminhando, finalmente cheguei no estúdio e fui recebida com muito carinho por todos os funcionários. Meu booker já estava lá e fiquei levemente surpresa por ter achado que ele demoraria mais que o normal. Fui guiada até a maquiadora e sentei-me confortavelmente em um banquinho da minha cor favorita. Kang Donghyun aproximou-se de mim com um enorme sorriso no rosto, os braços cruzados e uma postura exalando confiança.
— Tu vai entregar uma energia maravilhosa agora, Hankyeom! Preparada para as fotos? Sua roupa está... Ops, roupa não, sua lingerie está ali no cantinho, mi amore. — seu tom de voz era empolgadíssimo, seu sorrisão deixava claro que ele estava animado.
— Fica tranquilo porque farei um bom trabalho. — sorri gentilmente.
A maquiadora fez uma maquiagem leve em mim, mas que realçou todos os detalhes do meu rosto e focou bastante em meus olhos para torná-los mais profundos. Eu poderia estar mais confortável se ela não fosse uma das meninas que fazia bullying comigo quando eu tinha 16 anos, e que simplesmente espalhou meus segredos pela escola toda — deixando bem claro que meu pai traía minha mãe por anos. Não sentia nenhum ódio por ela, porém, fiquei em paz ao ouvir suas desculpas sinceras; seu corpo era explícito quando se tratava de mentiras contadas por ela mesma.
Quando a maquiagem ficou pronta, levantei-me cuidadosamente, mesmo estando muito ansiosa para começar as fotos. Vesti uma lingerie preta e fui para a frente da câmera, ficando em um fundo completamente branco e brilhante, realçando-me por completo.
— Vamos começar! — Donghyun gritou.
Fiz minha primeira pose, feliz por estar ouvindo elogios tão sinceros de quem me observava posar de lingerie pela primeira vez. Eu estava confiante e senti meu corpo exalar toda a confiança que eu sentia, a Hankyeom que eu queria mostrar a todos que também existia e não uma coitada que infelizmente passou por péssimas experiências. O sorriso no rosto do fotógrafo me deixou boba, então decidi ser mais ousada e deixar as fotos mais sensuais.
— Hankyeom, você está à vontade mesmo, não está? — meu booker me perguntou, sorrindo.
— Bastante. — respondi, ainda posando.
— Você confia em mim, não confia? — ele se aproximou de mim, mas sem atrapalhar as fotos.
— Sempre confiei. — ri levemente confusa.
— Solte o seu sutiã e segure os seios, tampando os mamilos — ele riu, um pouco envergonhado. — E faça uma expressão como se estivesse seduzindo alguém que você quer muito. Você está lutando por essa pessoa e precisa se esforçar para consegui-la.
— Nossa, isso foi muito específico! — Então, fiz o que ele pediu.
— Isso! Eu claramente cairia na sua armadilha, Hankyeom. — Donghyun começou a bater palmas e saltou para trás do fotógrafo.
Ouvi suas palavras com atenção e executei todos os seus comentários com a segurança de que estava fazendo um bom trabalho. Com as menções positivas sobre as ousadas poses que estava fazendo, comecei a sentir que estava completamente certa. Depois de algumas fotos, chegou o momento em que eu precisaria me trocar e colocar uma lingerie de cor branca. Com a roupa íntima no corpo, comecei a posar com uma energia mais genuína e ingênua, mas sem deixar de ser sexy e ousada. As expressões de quem me via fazer as poses eram de orgulho, felizes por estarem trabalhando com alguém como eu — eu tenho certeza disso.
Quando as fotos terminaram, fiquei muito feliz ao ver sorrisos nos rostos dos funcionários, inclusive o fotógrafo, que estava mais animado que Donghyun. Enquanto eu me vestia, senti uma mão em meu ombro e sorri ao ver que era meu booker.
— Donghyun? O que foi? — olhei para ele ainda sorridente.
— Me desculpe por não ter te buscado no balé. — ele cruzou os braços e fez uma expressão triste.
— Você fala isso como se fosse uma obrigação sua. — terminei de me vestir.
— Que tal uma carona? — Donghyun sorriu docemente.
— Eu adoraria! — abracei-o e encostei minha cabeça em seu ombro.
— Eu só vou me despedir da galera e já vamos, okay? — ele beijou minha testa, deu uns tapinhas em meu ombro e se afastou de mim. — Já volto!
Sentei-me em um banco próximo de onde eu estava, então aproveitei para fazer uns stories para meus amigos próximos, dizendo que eles teriam uma surpresa. Me assustei ao receber uma mensagem de um número desconhecido, mas era apenas Nayoung.
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Aproveitei para avisar ao meu melhor amigo que já estava indo para casa e que não precisava se preocupar com a minha demora. Donghyun voltou, então me despedi dos funcionários e entramos em seu carro. Porém, me senti levemente estranha ao achar que estava sendo observada por um homem atrás do poste próximo a nós. Tentei relaxar para esquecer isso. Meu dia foi bom e eu não podia estragá-lo com algumas paranoias anormais — raramente eu ficava ansiosa com situações como essa. O mais velho ligou o motor, pisou no acelerador e começou a falar sobre como eu fui incrível hoje, deixando-me lisonjeada.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 01/06/2022.
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verzweifeltcharlotte · 3 months
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No dia seguinte, acordei pior. Depois de ter chorado quase o dia todo ontem, meu rosto não estava nem um pouco legal. Ao meu lado, adormecida, senti uma sensação de dó por ter feito Lee Hankyeom ficar comigo a noite toda; porém, é bom saber que posso contar com minha melhor amiga. Levantei da cama com o mesmo incômodo de ontem, mas não tinha mais forças para chorar.
Saí do quarto lentamente, tentando não fazer barulho para não acordá-la. A casa estava silenciosa, exceto pelo som distante da obra que acontecia em alguma casa próxima à minha. Fui direto para a cozinha, decidido a preparar um café da manhã melhor que os anteriores, para pelo menos melhorar um pouco meu humor.
Quando tudo o que preparei já estava em cima da mesa, coloquei os pratos e me sentei. Eu poderia comer quantas torradas quisesse ou tomar várias xícaras de café; nada disso me faria deixar de sentir o vazio que tanto sentia. Eu não queria saber de pegar no meu celular. Talvez quisesse pensar um pouco e ficar fora das redes sociais, evitar ter que ver notícias ou até mesmo receber mensagens de Choi Soobin. Eu não estava chateado ou irritado com ele, mas queria deixar todos os meus sentimentos para quando eu o encontrasse e finalmente conseguisse dizer tudo o que sempre quis.
Ao terminar meu café da manhã, sentei-me no sofá e decidi começar uma nova série. Hankyeom caminhou em minha direção, se jogou no sofá e apoiou a cabeça em meu colo; eu sorri genuinamente, mesmo que estivesse triste.
— Bom dia. — Ela sorriu.
— Bom dia. Tudo bem? — Respondi, sorrindo sem mostrar os dentes.
— Só um pouco cansada. — Hankyeom se levantou e deu um salto. — VOU COMER!
Olhei para ela confuso. Se ela estava cansada, por que pulou? Acho que cansada ela tem mais energia que eu depois de dormir por 8 horas seguidas, mas aquilo me deixava tranquilo. Mesmo sabendo que podia contar com ela, eu sentia um pouco de medo de incomodá-la com meus problemas, já que ela também sempre tem os dela. Ela pegou seu café da manhã e sentou-se no sofá para comer enquanto conversava comigo sobre assuntos que me distraíram de pensar em muitas coisas ruins. Nós também assistimos alguns filmes antes de enjoarmos de ficar sentados na frente de uma televisão, e eu a convidei para me ajudar a escrever algumas canções.
— Vai escrever uma música cheia de sentimento? — perguntou ela, aproximando seu rosto do meu caderno de anotações. — Com uma batida mais melancólica?
— Tá falando que eu tô triste? — franzi a sobrancelha.
— Sim. — Hankyeom sorriu.
— Não sei ainda. E se eu escrevesse uma música triste sobre o Soobin e depois me arrependesse? — encostei o lápis em meus lábios e suspirei.
— Achei que não quisesse falar sobre o Soobin. — Ela riu sem graça. — Fiquei esse tempo todo tentando evitar falar sobre ele.
— Não tem como evitar, mas nós marcamos de sair e vamos resolver isso pessoalmente. — Tentei sorrir.
À tarde, ainda sentado no meu estúdio, continuei a tentar compor uma música, mas minhas mãos hesitavam sobre o bloco de notas. Tudo o que eu conseguia pensar era em Soobin. Sua imagem invadia meus pensamentos e me fazia pensar em palavras que deixariam óbvio o quanto eu estava triste com ele. Peguei meu caderno de anotações, onde rabiscava letras e ideias. Escrevi algumas palavras, mas logo as risquei, insatisfeito. Minha mente estava um caos, mas eu sabia que precisava esquecer esses sentimentos de alguma forma. Fiquei feliz que Hankyeom já não estava mais comigo, assim não veria minha falha como compositor.
— Porra, Soobin. — larguei o lápis e tampei meu rosto.
Pensei nos sorrisos, nos olhares trocados, nas conversas que pareciam nunca ter fim. Peguei o lápis de novo, movendo-o rapidamente sobre o papel, e logo uma nova letra começava a tomar forma. Mesmo que eu estivesse triste com meu melhor amigo no momento, não queria escrever uma música que futuramente me daria más lembranças; mesmo que eu gostasse de pôr meus sentimentos em cada trecho de minhas canções. De repente, as palavras que comecei a escrever me fizeram sorrir e, por um momento, me esqueci completamente da tristeza — felizmente me lembrei de nossos melhores momentos e prometi a mim mesmo que não deixaria nenhuma briga estragar nossa amizade.
As notas que antes pareciam vazias agora estavam preenchidas com um sentido profundo, como se cada tecla pressionada estivesse contando uma parte da nossa história.
— Eunhoo, o Yeonjun! — Hankyeom abriu a porta.
— Yeonjun? — perguntei.
— Yeonjun! — o sorriso em seu rosto era completamente genuíno. — Ele está chamando por você, mas eu tô com vergonha de atender.
— Ele tá há quanto tempo chamando? — coloquei as mãos na mesa e me levantei da cadeira. — Vai se tornar uma adulta e ainda tem vergonha de fazer o mínimo?
— Se ele tivesse dito “Hankyeom” eu com certeza abriria! — murmurou a mais nova, andando junto comigo.
— Você é a minha melhor amiga e está morando comigo por enquanto, já deveria aprender a abrir a porta para quem me visita. — acelerei os passos em direção à porta.
— Tá bom. — ela revirou os olhos e suspirou.
— Já falei para você parar com essa mania de ficar revirando os olhos! — reclamei e abri a porta, sorrindo ao ver Yeonjun. — Jjun!
— Eunhoo, quanto tempo! — Yeonjun sorriu para mim; aquilo confortou meu coração.
— Nossa, sim. — desci os degraus e abri o portãozinho para ele. — Por que veio aqui?
— Por que eu não viria? — ele riu.
— Porque idols são ocupados.
— Nem todos! — Hankyeom gritou de longe.
— Por que você tá se metendo aqui? — olhei para ela e cruzei os braços. — Entra, Jjun.
— Oi, Yeomie. — Yeonjun acenou para ela, então foi para dentro de casa comigo.
Nos sentamos na sala, ofereci a ele um lanche e fiquei muito feliz quando o mais velho aceitou. Fiz um rápido lanche para nós três e ficamos conversando sobre muitas coisas até Hankyeom dizer que iria se arrumar para sua aula de ballet. Enquanto eu conversava com Yeonjun, lembrava de Soobin e me segurava para não tocar no nome do mesmo. Suspirei de alívio quando minha melhor amiga fez isso por mim.
— E o Soobin? — perguntou ela, com os braços cruzados, esperando dar a hora da aula.
— Soobin? Você não falou com ele ontem? — Yeonjun riu e sorriu para ela. — Ontem mesmo ele estava reclamando que você, do nada, fica falando que ele joga mal, mas quando ele te chama pra x1, você não quer.
— É que ele anda sumido. — arregalei os olhos para Hankyeom e joguei meu olhar para a porta. — Vocês devem estar treinando muito, né?
— Chegou a hora. — Hankyeom mandou um beijinho para nós dois e saiu correndo. — Não vou levar a chave!
— Ele anda sumido? Mas faz alguns dias que estamos meio que ficando em casa, sabe. — ele me disse enquanto olhava para seu celular, que acabara de receber algumas mensagens.
Senti meu rosto relaxar por completo, não pude sentir mais nada além de tristeza e insegurança. Binnie estava mentindo para mim durante quanto tempo? E por quê? Enquanto pensava nas palavras certas para usar com Yeonjun, tentei me lembrar se havia dito algo errado na última vez em que vi o mais novo e suspirei ao não ter nenhuma resposta em minha mente.
— Eunhoo? — Yeonjun cutucou meu ombro.
— Oi! — falei em um tom mais alto, voltando ao mundo real. — Viajei.
— Percebi. — ele se ajeitou no sofá e se aproximou um pouco mais de mim. — Vou falar com o Soobin sobre isso, você quer?
— Não precisa, isso não é nada demais. — respondi no mesmo instante.
— Tem certeza? É que ele anda meio estranho ultimamente e eu queria saber também se era algo entre vocês dois. — o mais velho deu um sorriso desajeitado para mim, e me perguntei se ele estava desconfortável.
— Tenho, tenho. — mostrei um sorriso desconcertado, não pude evitá-lo.
Conversamos um pouco mais antes de ele achar que já tinha chegado a hora de ir embora. Nos despedimos e pedi para que ele me avisasse quando chegasse em casa. A primeira coisa que fiz no momento em que ele deixou minha casa foi pegar meu celular e ver se havia chegado alguma mensagem de alguém — a mensagem de Soobin me fez sorrir tristemente e a de Hankyeom me deixou aliviado por saber que estava bem.
Apaguei as luzes da sala, peguei uma garrafa de água e fui para meu estúdio continuar a canção que não fui capaz de terminar. Continuei escrevendo até minha melhor amiga finalmente chegar da aula, e, ao terminar, olhei para a folha de papel à minha frente. A letra da música estava ali, todos os meus sinceros sentimentos sobre meu melhor amigo. Me recostei na cadeira, sentindo uma mistura de exaustão e alívio; um pouco triste pela letra, mas feliz por ter terminado em um único dia.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 25/05/2022.
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verzweifeltcharlotte · 3 months
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Virei para o outro lado da cama, mas suspirei ao perceber que o sono que eu tanto queria que voltasse não iria voltar. Tirei as remelas que me incomodavam — estavam enormes por eu ter chorado antes de pegar no sono. Não seria agradável ver a reação de Lee Hankyeom ao analisar meu rosto. Não teria como mentir para ela; minha melhor amiga com certeza perceberia que chorei antes de dormir e ficaria preocupada, como ela sempre fica. Entrei no banheiro do meu quarto, fiz a mesma rotina da manhã que faço todos os dias quando acordo e, antes de sair do quarto, peguei meu celular.
No instante em que passei em frente ao quarto onde Hankyeom estava dormindo, fui capaz de ouvi-la cantando “God’s Menu - Stray Kids” e pensei seriamente em como ela conseguia ouvir aquilo às nove horas da manhã, mas decidi ignorar. Caminhei em direção à cozinha e comecei a preparar o nosso café da manhã. Enquanto eu preparava, os pensamentos que me fizeram chorar a noite toda voltaram e me desconcentraram totalmente na cozinha. “Por que Binnie não é mais como antes?” Essa pergunta ecoou pela minha mente a noite toda e eu não sabia mais o que fazer. Não quero ter que passar por isso mais uma vez. Tirei meu celular do bolso do meu short, respirei fundo e entrei no contato de Choi Soobin.
— Eunhoo, você precisa ter coragem e perguntar o que está acontecendo entre vocês! — admiti para mim mesmo, mas minhas mãos tremiam mais que o normal. — Não sei se tenho.
Tentei dizer para mim mesmo diversas vezes que não havia motivo algum para que eu me sentisse nervoso, mas, mesmo sabendo que eu não precisava ficar nervoso, eu continuei. Talvez, por estar guardando todos os sentimentos que sinto ao vê-lo, ao ouvir seu nome, ao imaginar seu rosto ou pensar em como seria poder tê-lo como meu namorado, eu estivesse claramente ficando louco de amor. Mesmo assim, continuei a esconder e continuo escondendo tudo o que sinto por medo de perder meu melhor amigo, perder quem tanto amo.
Com a tela de conversa com Soobin aberta, comecei a perguntar para mim mesmo se isso não é apenas um drama meu, e uma outra parte de mim respondia dizendo que, na verdade, é amor. Cliquei no botão de teclado e fiquei olhando para a foto de perfil antes de escrever, planejando tudo o que eu faria e como sairia da situação caso desse tudo errado. As vezes em que escrevi uns textos, mas apaguei, são capazes de serem contadas nos dedos — talvez umas seis vezes. Enviei um simples “bom dia, Bin” e ativei o som do meu celular para ouvir o som da notificação. Suspirei nervoso, meu coração começou a bater mais rápido e senti o arrependimento subir em minhas costas. Deixei meu celular em cima da mesa da cozinha, então sentei-me à mesa e apoiei meus cotovelos nela. Passei minha mão na cabeça e senti os fios de cabelo entre meus dedos, isso me acalmou por um tempo.
— Bom dia! — Hankyeom aproximou-se de mim com pequenos saltos e sorriu, o mesmo sorriso de sempre. — Dormiu bem?
— Não. — Suspirei, com os olhos focados em um ponto muito confortável, um ponto que não me fez parar de olhar. — Bom dia.
— Aconteceu algo? — Ela puxou a cadeira, então sentou-se na minha frente.
— É que faz um tempo que o Soobin não tá falando comigo direito e isso tá me deixando triste, sabe. — Respondi, perdendo meu foco e olhando para minhas mãos. — Na verdade, eu tô triste porque nossa relação mudou do nada e eu não sei como isso aconteceu.
— Eu sei que isso talvez te deixe triste, mas ele literalmente conversou comigo ontem e eu perguntei como vocês estavam... — Hankyeom riu um pouco sem graça, mas tentou disfarçar; eu percebi. — Ele me disse que estava tudo bem entre vocês dois.
Levantei-me para ver se o café já estava pronto — ele claramente estava. Coloquei o bule em cima da mesa e, quando peguei as xícaras, observei minhas lágrimas caírem dentro da porcelana. Olhei para minha melhor amiga; ela estava com pena de mim? Fiquei em silêncio, coloquei café para mim e olhei para o teto com o intuito de que as lágrimas voltassem para dentro — não era para eu estar chorando.
— Tá tudo bem chorar, Eunhoo. — Ela sorriu para mim e apontou para a cadeira onde eu estava sentado. — Senta, amigo.
— Não tá tudo bem chorar, eu não quero chorar. — Respondi, sentando-me na cadeira e tampando o rosto. — Ah, eu odeio quando isso acontece...
— Eu não queria te fazer chorar. — Hankyeom desviou o olhar. — Era para eu ficar quieta.
— Você não fez nada, ninguém é culpado nisso. Eu só preciso de respostas, Hankyeom. Respostas que só o Soobin é capaz de me dar. — Tirei as mãos do rosto e tentei sorrir para ela, mas não deu certo.
Eu olhei para ela. Suas sobrancelhas contraídas e o biquinho formado por seus lábios me fizeram questionar tudo o que estava sentindo. Parei de chorar; não queria deixá-la triste, de jeito nenhum. Eu ri. Acho que aquela risada foi a forma mais falsa de tentar acalmar alguém.
— Eu mandei mensagem para ele. — Peguei uma torrada e passei uma mistura nova que vi no supermercado. — Eu vou resolver isso. Nós vamos conversar e tudo voltará ao normal.
Eu não sabia se isso realmente iria acontecer, mas era o que eu queria. É o que eu quero. Meu celular tocou diversas vezes e, todas as vezes em que olhei, não era Soobin — precisava ser ele. Olhando para o celular em cima da mesa, meus olhos esvaziaram; eu claramente perdi o foco da minha própria mente.
— Você ainda está esperando por ele, não está? — Hankyeom se levantou. — Se o Soobin demorar, vou ligar para ele.
— Não vai ligar, não! — Opondo-me, levantei-me da cadeira também. — Se você falar com ele sobre isso, pode ter certeza de que não vou te perdoar!
Estávamos discutindo quando meu celular tocou. Pulei para pegá-lo e, ao ver que era Soobin, sentei-me na cadeira e cliquei na barra de notificação. Senti tudo ao meu redor perder o sentido, assim como meu coração, que desacelerou.
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Parado, continuei a observar a tela do meu celular — faço a mínima ideia de como está a expressão em meu rosto, mas sei muito bem que ela não é nem um pouco feliz. Tudo o que eu queria era falar com ele e simplesmente dizer tudo o que sinto, toda a tristeza que sentia há dias por causa de nossa relação; nada disso foi dito por mim. Se Hankyeom não estivesse ao meu lado lendo nossa conversa, tenho certeza de que ela estaria perguntando o que Soobin disse e eu com certeza não conseguiria responder.
Eu estava decepcionado, fiquei completamente decepcionado comigo por ter planejado tanto e pensado em inúmeras palavras para mostrar tudo o que sentia, mas eu não disse nenhuma, nem mesmo dei uma brecha para que pudéssemos conversar sobre nós mesmos. Deixei o celular em cima da mesa sem dizer absolutamente nada, dei um suspiro cheio de decepção e andei em direção ao meu quarto com os ombros caídos; para mim não havia sentido algum ajeitar minha postura, mesmo que minha mente me lembrasse de fazer isso.
Deitei na cama mais uma vez e fechei os olhos. Eu não estava com sono, mas não queria ter que pensar nele.
🗓️𓈒ㅤㅤㅤㅤ゙ㅤㅤㅤ— 24/05/2022.
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