10-09-1995

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pensei em você a noite inteira. pensei em te escrever, abri aplicativos de mensagens, escrevi, apaguei e repensei. puxei um papel da primeira gaveta da minha cômoda, aquela que você costumava guardar suas coisas; então abri com muito peso na mão o meu estojo velho, especificamente o do ensino médio.

já faz tanto tempo… foi o que eu pensei. foi a única coisa que eu consegui pensar.

comecei a rabiscar algumas coisas sem sentido; procurava por palavras fáceis, porque queria que você entendesse rápido, como quem olha pro sinal verde e atravessa a rua de imediato.

percebi que escrevi menos do que eu queria e mais do que eu conseguia.

em todas as linhas que ocupavam um espaço branco, vazio, sem conteúdo que foram impressas e carimbadas em uma fábrica aleatória de lugar-algum, se tornaram folhas encharcadas de lágrimas que estavam presas há tanto tempo que era quase imensurável.

com tudo finalizado, deslizei meus dedos sobre o papel e senti as marcas do texto afundadas, a escrita da mão pesada, carregando uma dor imensa de não poder mais te dizer tudo o que eu costumava dizer quando você ainda estava aqui.

arranquei a folha.

dobrei o papel, passei a língua entre as pontas e o guardei na mesma gaveta que você costumava guardar suas coisas.

nunca vou conseguir te entregar.

então eu dormi. porque não importava o que eu fizesse, eu não podia fazer nada além do que só sentir naquele momento.

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I know what you really want in your deep mind

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Touch addicted

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Aos 13, eu fui expulsa da sala de aula. Não por desrespeito. Mas por dizer uma verdade que adultos preferem esconder atrás de datas e livros empoeirados. Era aula de história. O tema: Hitler. O professor perguntou com tom de quem já sabe a resposta: “Quem foi o responsável pela guerra?” E eu — com minha alma antiga, sem filtro, sem medo — respondi: “Nós.” A sala congelou. O professor se irritou. “Como assim, nós?” — ele esbravejou. E eu, com a calma de quem já sabia que ia ser mal compreendida, disse: “Meu bem, Hitler não tinha poder para fazer todo aquele estrago sozinho. Ele foi o porta-voz. O monstro? Não. O reflexo! O culpado foi quem deu poder a ele. Quem preferiu seguir. Quem preferiu se calar. Quem virou o rosto. Quem fingiu que não viu.” A sala silenciou. Meu corpo saiu. Mas a minha verdade ficou ali, pairando no ar… incomodando consciências adormecidas. Hoje tenho 31. E sigo com o mesmo pensamento. Mas agora ele é mais ácido. Mais assertivo. Mais afiado. Porque enquanto houver gente disposta a causar dor "em nome do poder"... todos seremos cúmplices. É fácil demais jogar a culpa num líder, num nome, numa face. Difícil é encarar que o verdadeiro mal sobrevive na conveniência, na omissão, na covardia coletiva de quem finge que não é com ele. A história não se repete por acaso. Ela se repete porque a humanidade ainda prefere heróis e vilões… ao invés de assumir sua própria parcela de escuridão.

— Desabafo de uma Alma Cansada

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🫀

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A gentle caress..

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I’m trying y’all