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atteruyo · 19 days ago
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Sou um amante de animes e já vi vários, dos mais clássicos aos mais desconhecidos (e até duvidosos), mas alguns realmente marcaram o meu coração pela beleza da animação, pela história, por seus personagens cativantes e, principalmente, por seus finais esplêndidos. Uma dessas obras é o anime Tsurune. Hoje trago uma análise do último episódio da segunda temporada e a cena que, para mim, foi a mais linda do anime, cheia de simbologias e significado para quem acompanhou a evolução do grupo principal. Contém spoilers.
A cena final da segunda temporada é, sem dúvida, um dos momentos mais poéticos e significativos da série. Aquela cerimônia xintoísta, silenciosa e solene, na qual os meninos disparam flechas acompanhando seu mentor, é quase como um rito de passagem — não só como arqueiros, mas como pessoas que cresceram interiormente.
Em Tsurune, o tiro nunca é apenas físico. Ele carrega o estado mental, emocional e espiritual do arqueiro. Na cerimônia, a flecha se torna um símbolo de tudo o que foi vivido até ali:
– as dúvidas de Minato,
– o orgulho superado de Kaito,
– a abertura de Seiya,
– a gentileza reencontrada de Nanao,
– a paixão reacesa de Ryohei.
Cada flecha lançada naquele santuário é um testemunho silencioso da jornada de cada um. E isso diz muito sobre o espírito do kyūdō (弓道), que não é um esporte, mas um "caminho" (dō) de vida.
Outro lindo detalhe é o silêncio solene antes de cada disparo. É como se eles estivessem oferecendo não apenas um tiro, mas um agradecimento. Um reconhecimento do que aprenderam, do que deixaram para trás, e do que desejam alcançar daqui em diante.
Essa cena me emociona porque ela fala de amadurecimento, de silêncio que cura, e de vínculos que não precisam ser gritados para serem eternos. O tsurune sempre foi sobre o som que não se ouve — o som da alma no instante do disparo. E nessa cerimônia, todos eles, juntos, disparam suas histórias. É um adeus à incerteza e um olá a uma nova estação.
E você? Já assistiu?
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atteruyo · 1 month ago
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Analisando o filme Monster (2023) — dirigido por Hirokazu Kore-eda que também já dirigiu outras grandes obras como Ninguém Pode Saber (2004) e Assunto de Família (2018) — pude notar alguns detalhes interessantes; detalhes que deixam a obra dolorosamente ainda mais encantadora. Contém spoilers.
Nesse filme acompanhamos a história de Minato Mugino, um jovem rapaz aparentemente comum, que vai à escola e parece ter uma relação amigável com sua mãe, Saori, que o criou sozinha. Entretanto, Minato começa a demonstrar um comportamento arredio e, por vezes, violento, principalmente em casa, onde desperta a preocupação de sua mãe e a faz buscar respostas na escola, onde aparentemente está a raiz do problema segundo ele: seu professor. Chegando lá, Saori se depara com uma barreira que a impede de avançar em sua investigação por respostas. Nesse momento, o filme nos traz a perspectiva dos fatos através dos olhos de Saori. Assim como ocorre com o professor e, mais tarde, com o próprio Minato.
As coisas parecem desandar quando Minato passa a ficar mais próximo de Yori Hoshikawa, seu colega de classe que sofria bullying dos demais meninos da turma — provavelmente por conta de seu jeito mais delicado e sensível. Yori chega a ser alvo de duras ofensas, entre elas de que ele teria um "cérebro de porco" e que, por isso, não seria humano como os outros. Considerada uma doença contagiosa, Minato, de imediato, também acredita nessas acusações preconceituosas e em determinado momento até chega a cortar seus próprios cabelos após Yori tocar neles.
O primeiro detalhe que reparei quando assisti — dentre muitos outros que fui vendo ao pesquisar sobre o filme — foi justamente a descoberta de Minato em relação à tal "doença" que Yori tinha. Ou melhor, que não tinha. Quando Minato se joga do carro em movimento e acaba no hospital, ele precisa fazer uma tomografia para assegurar que estava tudo bem com seu corpo. Quando Saori confirma que não havia nada de errado em seu exame, ali a ficha cai e o personagem fica visivelmente em choque. Nessa altura, Minato já estava se relacionando com Yori e, talvez, até gostando dele.
Outra cena muito interessante é a interação de Minato com a diretora da escola que, por sinal, também carregava a sua própria cruz. Eles têm um pequeno, mas importante diálogo onde seus sentimentos são expostos através da música. Ali, Minato confirma o que de fato sentia por seu amigo, mesmo sabendo que não seria possível revelar aos outros.
E por fim, a cena final. Ainda que Saori e o professor não os tenham encontrado e ainda que não tenhamos visto seus corpos, prefiro acreditar que os dois tenham morrido naquela tempestade. Além de ter sido muito violenta, a tempestade teria virado o vagão que serviu como esconderijo secreto para os dois amigos. Logo depois, vemos os dois meninos correndo entre os arbustos no mesmo bosque em que brincavam; com a diferença que agora, o tempo está bom, eles estão iluminados e não há mais cercas que os impeçam de seguir em frente.
Monster é, sem dúvidas, um filme que toca profundamente. É necessário uma visão ampla e atenta para captar as mensagens que Kore-eda tenta transmitir através dos personagens. Fiquei muito feliz por ter visto esse filme e o considero um dos melhores filmes japoneses que já assisti.
E você? Já assistiu?
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