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Bardeando
29 posts
Meu blog de escritos, pensamentos, poemas e desejos - Meu porto nada seguro onde me exponho em alma nua! Aqui tudo que escrevo eu vivo e desejo
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bardeando · 1 year ago
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Será depende de se - I
Eu quis, você não quis.
Você quis, eu não pude.
Nós quisemos, ninguém pôde.
Nós fingimos não querer, tivemos medo.
O ciclo passou, o tempo correu.
A vida mudou e não saiu do lugar.
Ainda quero, não tenho medo.
Você também quer, mas finge bem.
Ainda esperamos, por puro ego.
A vida continua, inexoravelmente.
Espero você, e você espera o melhor momento.
Se tivermos sorte, nos encontramos antes do túmulo.
...
O se do será se acorrenta no medo, no quando, no quê...
a sede não morta definha nossa história.
A culpa é da espera, e a culpa gera espera...
A sobra do aguardo é um infinito quase querendo ser.
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bardeando · 1 year ago
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Ódio meu - I
Hoje o termômetro acusou a sensação de 37ª C, e voltou aqui após um hiato de procrastinação e outras dores (físicas) para deixar bem claro, para o mundo inteiro, meu total repúdio:
Eu odeio o calor, menos o do seu corpo
Odio el calor, excepto el de tu cuerpo
I hate the heat, except yours
Odio il caldo, tranne il tuo corpo
Je déteste la chaleur, sauf la tienne
暑さは嫌いです、あなたの体だけは除いて
Я ненавижу жару, кроме твоего тела
我讨厌热,除了你的身体热
Ich hasse die Hitze, außer deine
나는 더위를 싫어해요, 당신의 몸 빼고는
Sıcağı sevmem, senin dışında
我唔鍾意熱,除咗你個身熱
Tôi ghét cái nóng, trừ nhiệt độ của cơ thể bạn
أكره الحرارة، باستثناء حرارة جسدك
Aku benci panas, kecuali panasmu
मुझे गर्मी से नफरत है, तुम्हारे शरीर की छोड़ कर।
காய்ச்சலை நான் வெறுக்கிறேன், உங்கள் உடலுக்கு உள்ளது மேல்
Mo gbọdọ igbalẹ, kan nikan ti ẹni rẹ
ਮੈਨੂੰ ਗਰਮੀ ਨਫ਼ਰਤ ਹੈ, ਤੁਹਾਡੇ ਸਰੀਰ ਦੇ ਇਲਾਵਾ।
ฉันเกลียดความร้อน ยกเว้นของคุณ
Μισώ τη ζέστη, εκτός από αυτή του σώματός σου
گرما را دوست ندارم، به جز گرمای بدن شما
Nha'ẽmbo'e ñe'ẽ ta'ýra, kuarahy opa nderehe ñe'ẽ rupi
Calorem odio, excepto tuo corpore
Pelo menos imagino que seria assim....
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bardeando · 1 year ago
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Desejos - I
Numa mistura de masoquismo e ânsia, te desejo como quem se joga num vulcão sem pensar que vai se queimar, confrontando em negação todas os tabus que o mundo nos impõe. E desejo desde o primeiro olhar que cruzamos, quando vi em ti a personificação de tudo o que sempre sonhei. Mas esse desejo eu joguei e acorrentei no porão mais escuro do meu coração. Incontáveis dias abnegando minha carne e suprimindo o que ardia dentro de mim, e dessa forma, me consumindo em silêncio.
Mas te desejo, e não apenas pelo teu corpo, pelo teu rosto, mas pelo seu eu que transborda sonhos tão parecidos com os meus próprios anseios. Então, toda vez que nós trocamos olhares, o tempo desacelerava enquanto me questionava se erámos metade de uma história a ser contada, ou apenas eu, Pierrot apaixonado, fadado a um samba de um homem só.
É por isso que desejei ontem, hoje e para sempre, de uma forma que, na sua singularidade, a lógica e as moralidades estabelecidas por todos os que nos cercam. Mesmo quando somos rotulados como errados, imorais ou cínicos pela sociedade, o meu desejo permanece inabalável, mesmo que possa ser canalhice da minha parte.
Então se um dia, por um golpe de sorte do destino, eu te ter da maneira que sempre quis, ainda assim, continuarei te desejando, porque a paixão que sinto é tão parte de mim quanto a minha própria respiração, indissociável da minha essência, e na dor de amar o impossível, eu me mantenho vivo.
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bardeando · 1 year ago
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Rigor Mortis - I
Na noite silente, onde sombras se alongam,
Ecos de uma verdade ressoam, sem alarde,
"Morri, mas sobrevivo", mantra que repito,
Revelando verdades ocultas pela vida.
Em cada encruzilhada escura, em cada beco sem saída,
Me perdi e me encontrei, como o rio em seu fluxo,
Cada queda, um suspiro, uma morte breve,
Mas das cinzas me ergui, renascido, indelével.
Não são as grandes vitórias que me sustentam,
Mas os pequenos atos, as pequenas centelhas,
Encontrei na escuridão minha essência,
E na dor, a chave para o que é existir.
Contemplo agora o vapor calmo noturno,
Aceitando as curvas, os tropeços do percurso,
Não busco mais a perfeição, mas sim plenitude,
Em cada respirar, em cada pulsar, a sobrevivência.
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bardeando · 1 year ago
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Solidão é ser só? - II
Na silêncio que ecoa no meus copos vazios voltando da minha boca à mesa, grita o meu desejo de ser notado por você. Ser não ser apenas mais um rosto na multidão da sua vida, um estranho-conhecido. E por isso uso minhas palavras, escritas com toda a minha visceralidade, na esperança de que a mensagem seja decodificada.
Então vê se me nota, nos detalhes que não consigo expressar em voz alta, nos pequenos gestos que não consigo controlar. E por mais estúpido e piegas eu me sinta nessa sina, vivo procurando um lugar teu onde eu possa me encaixar.
E digo novamente: Me nota, no silêncio do elevador vazio, como se eu fosse uma melodia desafinada, um som fora de lugar que do qual você não consegue ignorar.
Me nota e confesse, me dizendo quantas vezes já invadi teus sonhos sem convite, em busca de algum sentido que me faça entender o porque me atraio tanto nesse bagunça linda que é você.
Também ne nota no gosto estranho do chiclete tutti-frutti, que juro ter o gosto do meu beijo, quando a dúvida quase age como impulso na centelha do "será?" que acelera seu pulso.
Não me deixa afundar no vazio, no silêncio que machuca. Diz alguma coisa, qualquer coisa, só não permita mais que fique sozinho com meus pensamentos, lentamente morrendo na ânsia de que, de alguma forma, me note.
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bardeando · 1 year ago
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(Des)inspiração habitual
Hoje eu tô que tô! Estou totalmente sem inspiração, e sem inspiração não há execução. Sem execução não tenho satisfação em escrever, mas ainda assim escrevo, porque além do estar, eu sou. E se tem uma coisa que sou é teimoso.
Mas me sinto como se estivesse flutuando em um oceano de verborragia, onde estímulo soprado por Calíope decidiu fazer uma escapada prolongada para um retiro solitário.
Tentar aqui neste momento é como remar contra a correnteza em um rio indômito, sentindo cada impulso dos remos como um lembrete cáustico de que a genialidade resolveu tirar férias sem mim.
No entanto, mesmo diante dessa carência cósmica da centelha artística, continuo encarando o desafio da folha em branco. Porque, verdade seja dita, minha vontade é inexorável, assim como a minha teimosia inesgotável, e a ideia de capitular é tão estranha para mim quanto um dia sem sol.
E nos meus rabiscos, a escrita se converte em uma espécie de embate de xadrez com o bloqueio criativo, uma luta ferrenha entre meu ego e minha inabilidade momentânea. É como tentar extrair pérolas imaturas de uma ostra, cada palavra arrancada com dedicação, e ainda assim, de brilho escasso.
Ainda assim, mesmo quando as vozes da incerteza estão realizando uma conferência barulhenta nos meus ouvidos, continuo teclando como se estivesse disputando uma maratona intelectual. Porque, afinal de contas, a obstinação é meu trunfo secreto, o alicerce que me mantém firme quando as tempestades da procrastinação tentam me derrubar.
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bardeando · 1 year ago
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Ode ao cansaço - I
Saúdo o cansaço, velho amigo, mas não aquele cansaço comum, não o tipo de exaustão que se esvai com uma soneca rápida. Não, estamos falando de um cansaço mais profundo, daquele que te atinge como um soco bem dado no estômago e deixa marcas invisíveis por todo o corpo.
É o tipo de cansaço que vem depois de horas intermináveis de luta, quando cada passo foi dado com uma mistura de determinação e desespero. É o cansaço que se instala após dias sem fim de trabalho árduo, quando sua mente está tão cheia de tarefas que mal consegue lembrar o próprio nome.
É o cansaço que se manifesta nos olhos pesados, nas olheiras profundas e na irritabilidade constante. É o tipo de cansaço que faz você questionar todas as escolhas que já fez na vida e se perguntar se vale a pena continuar lutando.
Mas, apesar de tudo, há algo de poético nesse cansaço. É como se fosse um lembrete de que você está vivo, de que está se esforçando para sobreviver em um mundo que muitas vezes parece estar conspirando contra você. É como se fosse um sinal de que você está fazendo algo certo, mesmo que tudo pareça estar dando errado.
E assim, enquanto o cansaço continua a te envolver como um cobertor pesado, você se pega desejando apenas uma coisa: uma boa noite de sono - regada a clonazepam, álcool ou sons de baleias em looping. Porque é no silêncio da noite, no aconchego da cama, que você encontra a força para continuar lutando, para enfrentar os demônios que ainda estão por vir.
Portanto, que possamos abraçar esse cansaço com um pequeno sorriso cansado, sabendo que, no final do dia, sabemos que ainda vivemos por algo que nos move, e somos fortes o bastante para usar o subterfúgio de meio-descanso para recarregar as energias e enfrentar o que estiver pela frente. Porque, como diz o velho ditado, "quem dorme, descansa; quem cansa, dorme".
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bardeando · 1 year ago
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Portunhol proseando Drexler
Nas notas que dançam no ar, encuentro um refúgio para mi coração inquieto. Las melodías de Drexler, presentes en sua obra maestra "12 Segundos de Oscuridad", crean uma atmósfera de emociones que atravessam barreiras linguísticas y culturais.
Cada acorde es un viaje personal, un convite para explorar los recantos más íntimos de mi alma. Entre suspiros y murmullos, as músicas se entrelazam, como hilos de uma tela tejida con nostalgia, esperanza y saudade.
Las letras, cargadas de poesía y profundidad, susurran segredos a mi corazón, mientras los ritmos latinos resuenan en armonía con el latido de mi própria vida. Cada canción es como un eco de las experiências vividas, un reflejo de mis deseos más profundos.
En medio de la oscuridad que a veces me envuelve, las melodías de Drexler lanzan una luz suave, iluminando caminos desconocidos y despertando sentimientos adormecidos. Es uma jornada de autoconocimiento, un mergulho en las profundidades de mi ser, donde las fronteras entre lo real y lo imaginário se desvanecen.
Así, envuelto por la magia de la música, navego por los "12 Segundos de Oscuridad", explorando los misterios de mi existencia y encontrando consuelo en las notas que me abrazan como viejos amigos. Es una experiência que trasciende el tiempo y el espacio, uma viajem más allá de las palabras, donde sólo la música habla el lenguaje de minha alma.
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bardeando · 1 year ago
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Ensaio sobre a nostalgia - I
No labirinto do tempo que nós meros humanos conhecemos, a nostalgia se ergue como uma imponente torre, permeando nossas eras e gerações com suas sombras e luzes dançando num eterno dueto. É como se estivéssemos em um constante balé entre a doçura do passado e a urgência do presente, onde nossas memórias não são apenas lembranças, mas fragmentos de quem somos e já fomos. Nesse palco efêmero da vida senciente, a nostalgia muitas vezes assume o protagonismo, desafiando-nos não só a revisitar o que éramos, mas também a vislumbrar o que poderíamos ser.
A atração por esse estado de saudade idealiza é tão antiga quanto a própria humanidade. Desde tempos remotos, buscamos nos conectar com nossas origens, relembrando histórias ancestrais e revivendo momentos que marcaram nossas vidas. No entanto, é intrigante como essa conexão com o passado pode virar uma armadilha, uma teia em que nos enredamos, incapazes de escapar do ciclo incessante de recordações e emoções.
É curioso observar que, enquanto algumas culturas celebram a nostalgia como uma virtude, outras a veem como um fardo. Em seu livro "O Mal-Estar na Civilização", Sigmund Freud (1856 - 1939) reflete sobre essa dualidade, observando que "o passado, com suas dores e prazeres, suas esperanças e desilusões, é uma parte inseparável de nós mesmos".
Mas por que então nos agarramos tão firmemente às lembranças do passado? Será por medo do presente, solidão, egoísmo ou uma busca incessante por prazeres fugazes? A resposta a essa pergunta parece escapar às fronteiras do racional e mergulhar nas profundezas do inconsciente humano. Em sua Magnus Opus "Assim Falou Zaratustra", Friedrich Nietzsche (1844-1900) disse que "O homem é uma corda estendida entre o animal e o super-homem - uma corda sobre um abismo".
Entretanto, é crucial reconhecer que a nostalgia não é apenas uma lembrança, mas também uma força motriz que nos impulsiona para o futuro. Ao revisitarmos o passado, encontramos não só respostas para os desafios do presente, mas também inspiração para construir um futuro mais promissor. Em um frase atribuída ao escritor Stendhal (1783-1842), é dito que "O sentimento de nostalgia é uma prova de que a experiência foi verdadeira".
Wilhelm Wundt (1832-1920), considerado o pai da psicologia moderna, tem uma frase atribuída a ele, apesar de sua autoria nunca ter sido confirmada, na qual diz que "A mente humana é uma janela para o mundo interior, onde as lembranças se entrelaçam com a percepção, criando uma tapeçaria única de experiência". Usando da licença poética em acreditar na autoria desta frase, podemos nos inspirar na visão de Wundt, reconhecendo que nossas lembranças do passado moldam não apenas nossas percepções do presente, mas também influenciam a maneira como navegamos pelo mundo ao nosso redor.
Assim, a verdadeira essência da nostalgia pode residir na capacidade de equilibrar o peso do passado com a leveza do presente. Honrar nossas memórias sem nos perder nelas, abraçar o presente com coragem e gratidão, e olhar para o futuro com esperança e confiança. É nesse constante movimento entre recordações e possibilidades que encontramos a verdadeira beleza da vida, um eterno ciclo de nostalgia e renovação, onde cada lembrança é uma estrela no vasto céu da existência humana.
Ampliando as fronteiras dessa reflexão, podemos visualizar a nostalgia como um espelho que reflete não só nosso passado individual, mas também as vicissitudes da condição humana como um todo. Em uma livre interpretação modernas das ideias de Carl Jung (1875-1961) sobre a psique humana e o tempo, entendemos que o passado é sempre parte do presente, e o presente é um elo entre o passado e o futuro. Tal visão sugere que a nostalgia não é apenas uma experiência pessoal, mas sim um fenômeno universal, enraizado na própria essência da humanidade.
Ao mergulharmos nesse oceano de lembranças e emoções, somos confrontados com uma infinidade de perguntas e paradoxos. A nostalgia nos oferece conforto e familiaridade, como um abraço caloroso em meio à tempestade da vida, mas também pode nos aprisionar em um ciclo interminável de saudade e melancolia, impedindo-nos de abraçar o presente com coragem e determinação.
Portanto, a nostalgia pode ser vista como um teste de resistência, uma jornada pelas paisagens da memória, onde somos desafiados a confrontar não só as dores e os prazeres do passado, mas também nossa própria natureza sapiens. Em frase atribuída ao poeta Rainer Maria Rilke (1875-1926), é dito que "A nostalgia é como um oceano profundo e silencioso, onde cada lembrança é uma estrela que brilha no céu da alma".
Explorando os meandros dessa experiência complexa, somos levados a questionar não só o significado de nossas próprias vidas, mas também o papel que a nostalgia desempenha na tessitura do tecido social. Em sua obra seminal "A Sociedade do Espetáculo", o filósofo Guy Debord (1931-1994) argumentou que a nostalgia é uma arma poderosa nas mãos dos poderes dominantes, uma ferramenta para manipular as massas e mantê-las subjugadas ao status quo.
No entanto, essa visão sombria da nostalgia não deve nos cegar para suas dimensões mais profundas e transcendentes. Em uma observação atribuída ao escritor Hermann Hesse (1877-1962), é dito que "A nostalgia não é apenas uma lembrança do passado, mas também uma antecipação do futuro". Essa perspectiva nos convida a repensar nossa relação com o passado, não como um fardo a ser carregado, mas sim como um recurso precioso a ser explorado em nossa jornada rumo à autodescoberta e à realização pessoal.
Portanto, em vez de nos resignarmos à nostalgia como uma mera expressão de saudade e melancolia, podemos vê-la como um convite para mergulhar nas profundezas de nossa própria alma, explorando os recantos mais íntimos de nossa identidade e encontrando significado e propósito em meio às vicissitudes da vida. Como é dito na frase atribuída ao escritor Marcel Proust (1871-1922), "O verdadeiro paraíso não está no passado, mas sim no futuro. O passado é apenas uma ponte para o futuro".
À medida que navegamos pelas correntezas da memória e da emoção, somos lembrados de que a nostalgia não é apenas uma experiência individual, mas sim um fio condutor que nos conecta uns aos outros, tecendo os laços invisíveis que nos unem como seres humanos. Em sua obra "Sonho de uma Noite de Verão" o rei dos bardos, William Shakespeare (1564-1616), disse que "Somos todos feitos da mesma matéria dos sonhos". Essa consciência nos convida a abraçar a nostalgia não como uma fonte de tristeza e melancolia, mas sim como uma celebração da nossa humanidade compartilhada, uma homenagem às histórias e experiências que nos tornam quem somos.
Em última análise, a nostalgia é mais do que uma simples lembrança do passado; é um lembrete da nossa capacidade infinita de sonhar, de criar, de amar. É uma canção que ecoa através dos séculos, lembrando-nos de que, embora o tempo possa nos separar fisicamente, nossos corações permanecem unidos pela força indomável do amor e da memória. Como a máxima atribuída ao autor William Winter (1836-1917), "A nostalgia é a poesia da alma".
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bardeando · 1 year ago
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Sede - II
Mata minha sede, que nunca parece se saciar. Apazigua esse desejo avassalador que me consome. Apaga essa chama que queima em mim, devorando-me por completo. Mata minha sede, sê um oceano inteiro para eu me perder, mergulhar em tuas profundezas e me afogar em tua essência. Seja rio, corredeira, deixa-me beber de tua cachoeira até que eu me sinta pleno e minha alma se aquiete.
Tenta ao menos, pois meu desejo é como uma represa pronta para romper a qualquer momento. É como um turbilhão de luxúria que domina minha mente, deixando-me à mercê de meus instintos mais selvagens. É um infinito de amores vibrando na eletricidade da expectativa de me amornar em tua pele.
Derrama sobre mim tua volúpia, como uma tempestade que inunda tudo ao redor. Me incinera com teu calor, me entorpece com teu cheiro, me paralisa com teu tato e revela o sagrado proibido do teu gozo.
Sou escravo da tua presença, um viajante em busca do paraíso, vagando por um deserto de desejos inalcançáveis, onde tua simples presença ferve minhas veias e desperta minhas feras.
Então, acalma meu tormento. Sê um oásis para me deleitar de tuas provocações, pois nem em sonhos me deixas em paz. Mata minha sede, pois prometo que eternamente só beberei de ti.
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bardeando · 1 year ago
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Cartas que não enviei - I
Minha Querida,
Preciso despejar de uma vez por todas o que se revolve dentro de mim, uma mistura de turbilhão e calmaria que anseia por expressão. É crucial que você compreenda o que se passa em meu âmago quando meus olhos encontram os seus, quando nossos destinos ocasionalmente se entrelaçam em momentos fugazes.
Não há espaço para o amor onde não há amor-próprio, nem para o desejo onde não há vontade própria. Não posso me entregar a alguém que ainda carrega consigo algemas dos próprios medos e traumas, como se o passado fosse uma prisão inescapável.
O amor, minha cara, é um incêndio que consome e ilumina, um duelo de almas que se encontram em um frenesi de paixão. É carinho que se desdobra em abraços, beijos que incendeiam a pele e olhares que transbordam desejo. Mas não posso dançar essa valsa sozinho enquanto te vejo revirando os destroços pretéritos.
Sempre busquei uma entrega total, uma fusão de almas, mas não posso me entregar a alguém que não se entrega a si mesmo. Não serei o remédio para as tuas feridas não cicatrizadas, nem a bússola que orienta tua jornada se prefere vagar na escuridão.
Não desejo beijos frígidos, toques desprovidos de calor, olhares vazios de desejo. Não mereço uma relação pela metade, pois quando me entrego, é com toda a intensidade do meu ser, em corpo e alma. Quero-te, sim, mas quero-te livre, destemida o suficiente para enfrentar os demônios que te assombram.
Entende, minha cara, que esta jornada é nossa, mas cada um deve carregar seu próprio fardo. Não posso fazê-lo por ti, mas estarei ao teu lado, prontamente disposto a te apoiar, a te incentivar a buscar a paz que tanto almeja. Quando estiveres pronta, mas antes que as nossas vidas acabem.
Com todo o meu carinho.
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bardeando · 1 year ago
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Looping - I
Cansei,
Cansado parei,
Parado esperei,
Esperando cansei...
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bardeando · 1 year ago
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Más-línguas - I
Nos encontramos na penumbra de um quarto onde os contornos se desvanecem e as sombras dançam, criando um cenário tão palpável quanto a tensão que permeia o ar. Pra mim você é uma musa esculpida em curvas perigosas, um ícone de desejo feito em carne e osso, esperando ser devorada. E eu, como um faminto diante do banquete, me aproximo com a fome edaz de quem anseia pelo arroubo que apenas você pode oferecer.
Na volúpia da nossa intimidade libertina, me perco primeiro em seu pescoço longo e suave, exposto com uma provocação deliberada, um convite para que eu comece pelo seu colo desnudo, onde os suspiros se misturam ao perfume quente que exala da sua pele.
Sigo em uma jornada de descoberta e deleite. Cada toque, cada lambida, é uma sinfonia de prazer que ecoa através de nossos corpos, despertando sensações há muito adormecidas.
Desço então pelo terreno sinuoso de seus seios, maturados pelo tempo em um tamanho perfeito, onde a tentação floresce em toda a sua glória. Minha língua é uma bailarina habilidosa, dançando entre os picos e vales, explorando cada centímetro de sua feminilidade com uma devoção apaixonada. E quando chego aos seus mamilos, não consigo resistir à tentação de morde-los suavemente, sentindo-os endurecer em minha boca, enquanto você deixa escapar um gemido abafado de prazer.
Nossos corpos se contorcem descompassados, os murmúrios se transformando em uma sinfonia de paixão enquanto nos perdemos no calor do momento. Cada toque é como uma faísca elétrica nos consumindo com uma dor deliciosa. O sabor do suor em nossos lábios, o calor da nossas peles se fundindo em uma só, a textura áspera dos pelos arrepiados sob o roçar ardente de nossas mãos, tudo se mescla em um frenesi de apetite insaciável.
Mas é quando alcanço o santuário secreto de sua feminilidade que a verdadeira magia acontece. Minha língua é uma adoradora devota, explorando cada centímetro de seus lábios íntimos com uma reverência quase religiosa. Cada beijo é uma oração, cada lampejo de calor uma bênção concedida.
Mas você não é apenas uma espectadora passiva dessa dança carnal, se contorcendo habilmente e tomando a posição de contra-ataque. Sua língua é uma serpente ardente, envolvendo-me em seu abraço vidrado, me guiando por um labirinto de desejo incontrolável.
Você, caprichosamente, me leva ao limite da loucura, subindo e descendo por minha masculinidade com uma destreza enlouquecedora, puxando a pele até expor totalmente minha glande pulsante. E quando finalmente sua boca me engole vorazmente, jorro toda a minha lascívia, entregando-me completamente ao êxtase do momento.
E então, quando chego ao ápice do prazer, sucumbo à tentação de sugar seu clítoris como se fosse o último mel que provaria em vida, fazendo-o vibrar sob minha língua até que de seu ventre flua um rio agridoce de júbilo.
Finalmente, quando alcançamos o ápice, é como se o mundo inteiro desaparecesse ao nosso redor, deixando apenas o silêncio ofegante dos amantes saciados, em um quarto tomando completamente pelo cheio almiscarado do nosso gozo.
Nesse momento de comunhão absoluta, nossas almas se unem em um arrebatamento profano, transcendendo os limites do tempo e do espaço. E ali, no calor da paixão, descobrimos que o verdadeiro paraíso reside não nas estrelas distantes, mas nos braços um do outro, enquanto nos recuperamos para em poucos minutos, mais uma vez, possamos experimentar o divino íntimo da nossa lascívia.
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bardeando · 1 year ago
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Sobre ser Greg - I
No emaranhado de expectativas e possibilidades que é a vida, meu coração se deixa embalar por todas as promessas que se desdobram ao longo do caminho. Para mim, são como delicadas pérolas, reluzindo na escuridão da incerteza, lançando um brilho fugaz sobre os recantos sombrios do destino.
Acreditar nas promessas alheias, desde as pequeninas até as juras homéricas, é como mergulhar em um oceano profundo e desconhecido, onde as marés da confiança oscilam entre a serenidade e a tempestade. É uma dança perigosa entre a fragilidade da minha fé e a força indômita do meu desejo, onde cada palavra pronunciada é um fio de esperança que tece o tecido do futuro, no qual acredito piamente.
Meu coração, em sua constante jornada no samsara das vidas, teima em pulsar ao ritmo dos pactos não cumpridos, como se cada batida fosse um eco da própria existência, um lembrete de que, apesar das desilusões, a vida continua a impelir em sua plenitude.
E assim, entre as ondas revoltas das expectativas e os redemoinhos das possibilidades perdidas, sigo eu, indelével, como um marujo destemido em busca do horizonte que se esconde além do véu da incerteza. Pois, mesmo quando as promessas se desfazem como fumaça ao vento, resta a fé inabalável de que um dia, por quem nunca se esquece do prometido, os sonhos encontrarão sua morada na realidade.
Até lá, mantenho-me firme e leal, guiado pela luz tênue da possibilidade, sabendo que cada trato não cumprido é apenas mais uma estrela cadente a iluminar a estrada da minha marcha terrena.
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bardeando · 1 year ago
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Café com leite
Na tarde escaldante, a chaleira anuncia seu sibilar sedutor, convocando a dança dos grãos. O café, negro como o silêncio antes de um beijo, encontra o leite, uma aliança de opostos que se desfaz no calor da xícara.
O aroma sutil sussurra segredos enquanto os grãos recém moídos se rendem à água quente, revelando poesia no efêmero. A primeira golada é um convite à vigília, a cafeína sussurrando promessas ao meu cansaço.
Na penumbra, o café com leite é um rito moderno, mais que uma bebida; é um pacto com o agora. Entre goles, o tempo desacelera, e a vida assume tons mais suaves, como um poema contemporâneo que se desenha em cada degustação.
Sob a sombra de pensamentos vagos, a xícara repousa como confidente. Café com leite, um elixir que não se limita ao corpo, mas ecoa na mente ávida por inspiração. Cada gole, um suspiro na sinfonia moderna da existência, onde o leite ameniza o amargor do café, afinal, a vida já é amarga o bastante.
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bardeando · 1 year ago
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Procrastinando - I
Ia escrever, mas desisti
Passou a vontade...
Quem sabe mais tarde.
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bardeando · 1 year ago
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Sobre Prozac e outros males - I
Numa esfera de penumbra, eu me encontrava, naufragando nos meandros do meu próprio labirinto de apatia. Busquei, então, no Prozac, um farol de esperança, uma luz artificial a dissipar as sombras que insistiam em atormentar meus dias.
No início, a pílula cor-de-rosa se revelou como a panaceia, um antídoto pessoal para a tristeza que impregnava minha alma. Sorria sem razão aparente, como se a felicidade pudesse ser encapsulada em pequenos comprimidos. O Prozac, tornou-se meu confidente, uma muleta emocional em tempos de desequilíbrio.
Mas, óh, como as coisas se metamorfosearam. A tênue linha entre a cura e o vício desapareceu, me engolindo numa teia de dependência. O Prozac, outrora aliado, transformou-se em um senhor tirano, ditando meus humores e as nuances da minha existência.
Então, no embalo do torpor químico, a realidade escorreu por entre meus dedos. O mundo transformou-se num espetáculo distante, um esboço desbotado de emoções reais. Cada dia tornou-se uma repetição insossa, uma sinfonia monótona regida pelo antidepressivo que se apossara da minha essência.
E, na incessante busca por uma fuga, encontrei um novo refúgio - o néctar amargo e dourado do whisky. As noites passaram a ser permeadas pelo aroma enebriante da bebida, misturando-se ao eco silencioso dos meus comprimidos. O líquido âmbar escorria pela minha garganta, aquecendo a alma de maneira efêmera, como um lenitivo para a frieza do mundo.
Nesse ciclo vicioso de autossabotagem, Prozac e whisky dançaram uma dança macabra, entrelaçando-se na minha busca desesperada por uma redenção cada vez mais distante. A melancolia, outrora enclausurada, escapava como fumaça pelos meus poros, revelando uma vulnerabilidade crua e desgastada.
Enquanto a sociedade prosseguia em seu curso acelerado, eu, perdido no enredo de minha autodestruição, afundava inexoravelmente. A cura transformara-se em prisão, a esperança, em desespero. Na penumbra dos meus dias, a linha entre a lucidez e a loucura desvanecia, deixando-me à mercê de um ciclo interminável, um vórtice de ilusões.
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