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"if i were in heaven, i should be extremely miserable." (@daviantc)

━ É UMA COISA MUITO CURIOSA DE SE DIZER. ━ franziu o cenho, virando o rosto lentamente na direção do homem, tomando seu tempo para processar que, talvez, ele estivesse reclamando de alguma coisa consigo. ━ mas o que te leva a pensar que vai para o céu, a ponto de já se considerar miserável? está sentindo que falta um pouco de rebeldia em sua vida? porque se for isso, eu posso te ajudar.

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NEREZZA DEU UMA RISADINHA, NEGANDO COM A CABEÇA. por sorte, apenas ela ouviria aquele absurdo, pois não sabia se os dragões receberiam com tanto entusiasmo um khajol dizendo que era tão temível quanto eles. a mulher ignorou totalmente a sensação diferente dos dentes de gale em sua pele, pois ela já estava acostumada com as tentativas de ser marcada por ele. ━ é? seria divertido virar uma duquesa. eu poderia descer o cacete em vários khajols que me torram a paciência, sem correr o risco de ser punida.

O SORRISO SE SUSTENTOU NO ROSTO DA MULHER, mesmo que ela, aos poucos, se entregasse àquele flerte que parecia inevitável quando se tratava dos dois. nerezza estava ali por puro interesse em desfrutar um pouco dos luxos que apenas os khajols tinham, mas será que era este seu único motivo? ela se perguntava, enquanto os olhos se perdiam nos traços do rosto de gale. ━ não posso te culpar, mas posso tentar te impedir. não posso ter você se viciando tanto assim em mim.

ERA DIFÍCIL NÃO PENSAR EM COMO SERIA INTERESSANTE TER GALE NA PALMA DE SUA MÃO, se usasse os artifícios certos para mantê-lo por perto, mas ao mesmo tempo ela se sentia péssima por cogitar usar o khajol daquela maneira. ah, mas não seria divertido? não é como se houvesse qualquer sentimento além do desejo pelo corpo um do outro. pelo menos, era isso que nerezza pensava toda vez que se deixava cair no charme do khajol. não seria a primeira vez.

SE SURPREENDEU COM A ATITUDE DELE, porém tão logo a surpresa deu lugar a uma risada incrédula e até divertida. ━ você lavando roupas? desde quando é tão caseiro, gale? ━ desencostou-se da banheira, levando o corpo na direção dele, assim poderiam se encontrar no meio do caminho. ergueu-se nos joelhos, saindo com o tronco desnudo da água, estendendo as mãos para o khajol. ━ meu khajol terrível.

"Sim, sabia", e seu tom de voz indolente, tão despreocupado, acompanhava uma face neutra, tentando ao máximo não sorrir com as próprias piadas", tão temível quanto um dragão." Como se fosse um aviso, brusco e dramático, abriu a boca com um rugido falso, quase ronronando, e apenas tocou os dentes e os caninos estranhamente largos na pele exposta da jovem, ao longo de sua clavícula, dando um passo para trás com uma lufada de ar pelas narinas. "Você fala com muita certeza do que eu estou pensando. Cuidado pra não ficar arrogante demais, vão acabar te dando um título de duquesa", indicou com a cabeça o mundo lá fora, porque, para Gale, era simplesmente assim que (des)funcionava a realeza.

"Você consegue me culpar", comentou ligeiramente ébrio, embora não tivesse uma gota de álcool no corpo, aliviando a pressão da massagem para deixar que as mãos a percorressem acima do nível da água de forma mais… sucinta, basicamente espectrais, " por querer esticar aquela noite por mais alguns dias?" Mas teve que ajeitar a postura, colocando a coluna para trás, ereta tal qual em suas aulas de etiqueta. Os olhos o traíam, tentando se focar na face dela, mas continuamente caindo para a banheira, esperando que as bolhas deixassem de escondê-la, infrutífero. "Acho que você é quem é terrível", murmurou por dois motivos: primeiro, pela proximidade; e, segundo, por nem pensar enquanto falava, como se as cordas vocais estivessem hipnotizadas por aqueles lábios aos quais se…", sabia?", e teve que cair num riso curto ao vê-la se afastar, como armadilha que magnetizava sua presa.

Gale ponderou o convite, inconscientemente mordendo e lambendo a própria boca, tanto em dúvida quanto em vontade. Algo em seu âmago, provavelmente a personalidade insuportavelmente teimosa, não queria dá-la o completo prazer de simplesmente obedecê-la, ainda que, considerando a situação, fosse difícil não aceitar o chamado. "Beleza", disse, por fim, tendo uma ideia de como seguir o íntimo rebelde e acompanhá-la na banheira: simplesmente não se despiu além dos sapatos e das meias. De roupa tão nobre quanto os trajes informais de um khajol de boa família, sentou na beirada mais próxima a ela, passando uma e logo outra perna para dentro. A barra de sua camisa inicialmente flutuou; sem demora, porém, a capilaridade do tecido subiu pelo corpo do jovem, que praticamente se deitava sobre ela, com a cara mais pícara que tinha, maliciosamente divertida. "Oops. Acho que vou ter que lavar essa roupa depois, de novo."

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ERA, NO MÍNIMO, CURIOSO SER ENCARADA DAQUELA FORMA POR UMA KHAJOL, ainda mais quando esta khajol era ninguém mais e ninguém menos que deirdre de colmain. nerezza já havia recebido instruções para não se indispor com tal família, mas ela tinha muito sangue changeling correndo pelas suas veias para simplesmente ficar calada em sua situação como aquela. seus dias naquele instituto já eram irritantes o suficiente, não havia motivo algum para que mais uma pá de terra caísse em sua cabeça, então quanto antes resolvesse qualquer questão que tivesse levado a outra a sustentar o olhar em si por tanto tempo, melhor para todos.

FOI COM ESTA MOTIVAÇÃO QUE SE LEVANTOU, deixando seus colegas e sua caneca para trás, caminhando na direção da outra com o nariz igualmente empinado. ━ você estava encarando. por qual motivo eu viria até aqui? para te prestar alguma reverência? ━ alteou as sobrancelhas, cruzando os braços. ━ sei... e você tem algum traço de inteligência para se preocupar com livros? o que está lendo, afinal? ━ soltou uma das mãos para bater com os dedos no livro, empurrando-o para cima, só para ver o título e sem se importar se ele cairia das mãos dela. ━ se você consegue compreender este livro, então certamente sabe que poderes não se manifestam com tanta facilidade assim. é uma desculpa que você está usando. ━ suspirou. ━ o que está acontecendo?

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Ter um alterego para seus momentos de fuga e diversão nunca lhe foi um problema, especialmente depois que a magia lhe ajudava a se disfarçar a modo de trocar a cor do cabelo, dos olhos e a forma que lhe viam por completo para uma nova. Usava o nome do meio nessas horas, tanto por ser o nome que mais gostava, quanto por que era o nome que ela mais associava a liberdade. E bem, quando ela era Maeve não se tornava outra pessoa, era apenas ela mesma sem todas responsabilidades e o peso do sobrenome Colmain, sem a sensação de que precisava agradar quem quer que fosse por que ninguém lhe reconheceria. E na maioria das vezes, não tinha consequências para lidar e não pensava muito no que fazia quando tinha liberdade ou com quem fazia. E talvez fosse por isso que quando os changelings vieram para Hexwood e ela reconheceu Nerezza entre eles, foi como se uma nova preocupação surgisse em sua mente. E tudo bem, era basicamente impossível associar Maeve com uma mulher futil e mimada da família mais anti changeling do império, mas o problema extra nessa questão é que durante suas diversas fugas havia construído um tipo de amizade com a morena e isso a deixava ainda mais em pânico sempre que via a outra por perto... Mesmo que soubesse pouco, sabia demais. ❝O que? Não, claro que eu não estava te encarando!❞ Estava sim, estava ponderando se a outra tinha alguma ideia de quem ela era depois dos últimos meses ou se ainda não fazia ideia de nada. Ajeitou a postura e arrumou os cabelos antes de seguir, erguendo o nariz. ❝Apenas não quero correr o risco de você adquirir algum poder estranho perto de mim e destruir meu livro, apenas isso.❞

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“ Try me. I dare you to try me. ”

NEREZZA FRANZIU AS SOBRANCELHAS, dando um passo perigoso na direção de gale, fitando seu rosto com aquela severidade típica dela quando em sua posição de changeling. ━ sou eu quem te aconselho a não me testar, porque nada de bom vai sair disso e você sabe muito bem que eu não volto atrás no que eu digo. ━ esperou para se certificar de que o outro estava mesmo disposto a dar continuidade. ━ é melhor não se arrepender das suas escolhas depois, khajol.

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━ EU DIRIA QUE TUDO BEM SER ESNOBE DE VEZ EM QUANDO, mas aí eu estaria mentindo bem na sua cara, o que não é legal. fiz a promessa de não mentir pra você, então fica aí a minha opinião. ━ deu de ombros, sem realmente se preocupar com o fato óbvio sobre os khajols. nerezza já havia lidado com muitos até ali para saber que a outra tinha completa razão. ━ mas não acha que ela fez tudo isso para escapar um pouco da pressão?

PONDEROU POR ALGUNS INSTANTES, se solidarizando com a condição da khajol de quem fofocavam. ━ talvez ela quisesse ser vista, talvez quisesse ser pega. vai saber? apesar de tudo que eu vi, ela não parece ser do tipo que faz as coisas de maneira impulsiva. ━ franziu o cenho, pensativa, bebendo mais um pouco de seu chocolate. sua expressão mudou ao erguer uma das sobrancelhas para brianna. ━ você se surpreenderia com o quão divertido é. não quer dar sequer uma chance? vai que o amor da sua vida está escondido nos fundos de um bar?

Os lábios pintados de vermelho vivo deixaram uma marca na porcelana quando Brianna levou aos lábios, provando da bebida e se aquecendo, não só com o líquido cremoso e doce, mas também se aquecendo com o fato de que sempre esteve correta em seus julgamentos sobre quem falavam. — Assim, eu não posso julgar de todo essa postura, ser esnobe está em nosso sangue para começo de conversa. — Comentou sem a menor vergonha da sua origem e como os nobres eram criados para se verem como seres especiais, literalmente sendo escolhidos pelos deuses para ocupar a posição que tinham. — Apesar disso, é um pouco inconsequente da parte dela se render a paixões assim, como podemos ver não é o jeito mais discreto de conduzir… escapadas românticas. — O julgamento em seu tom de voz era muito mais pelo fato da colega ter sido pega do que de fato pelo que fazia em seu tempo livre. Brianna tentou conter a absoluta repulsa com a sugestão de Nerezza, por mais que prezasse por sua amizade, aquele era o tipo de programa que renderia a ela uma reputação tão ruim quanto a daquela sobre quem fofocavam. E por mais que a rebeldia fosse algo tão natural quanto respirar para ela, alguns limites eram melhor se não cruzados. — Eu vou dizer isso com todo o amor do meu coração, então por favor não se ofenda. Mas eu prefiro comer vidro do que ir em um evento desse tipo.

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━ OLHA, ANTES FOSSE... ━ comentou com um tom de voz cansado, olhando para o corredor, na direção que os khajols tomaram para irem embora. ━ mas estão nos acusando de ter espalhado aqueles malditos panfletos. consegue imaginar? como se não tivéssemos coisas melhores para fazer. ━ levou as mãos até a cintura, bufando. ━ se não fosse você, eu teria continuado aqui escutando e escutando e escutando. sério, chega a ser um tédio ter que lidar com os seus colegas. sempre as mesmas picuinhas. ━ torceu os lábios, claramente descontente com toda a situação. ━ fiquei nervosa com isso, que saco. agora você vai ter que me pagar um pedaço de torta de pêssego em calda para me acalmar. ah, freyja! eu bem devia aprender a transformar khajols em sapos.

Nerezza jamais precisaria de ajuda de verdade e aquilo era do conhecimento de Freyja e poderia tê-la deixado se virar, mas o sorriso satisfeito dado pela outra fez valer a pena, o qual não foi retribuído pela khajol diante do da ofensa gratuita que veio a seguir. Ainda era orgulhosa demais para deixar passar a mínima provocação que fosse, embora tivesse lá sua empatia para a dificuldade que os changelings passaram desde o começo de Hexwood. Não queria necessariamente se envolver, mas se permitiu compreender além do estereótipo. "Em uma próxima vez pode acabar sendo." Poderia ter dito que ela com certeza havia provocado primeiro, porém, não queria a discussão. Estava exausta e não estava se esforçando para esconder. "Qual era o motivo da encrenca? Viraram ratos e entraram na sua bota?"

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ELA NÃO PODIA DISCORDAR. era sempre mais fácil quando se tinha alguém para fazer as coisas por você, mas nerezza não era da realeza e desde pequena foi obrigada a se virar sozinha. e ali, deitada naquela banheira, ela percebeu como era simples se acostumar com os pequenos prazeres da vida. ━ você é mesmo terrível, sabia? mas não te julgo. é ótimo estar aqui, então obrigada pelo esforço. prometo que vou te recompensar de alguma outra forma que não esta em que você está pensando.

DEU UMA RISADINHA BAIXA, enquanto fechava os olhos de vez e relaxava nos dedos do homem. ━ eu não disse no sentido de não me achar bonita. disse no sentido de você não conseguir esperar para reviver aquele dia. ━ ela finalmente se movimentou na água, virando o corpo para apoiar os braços na beirada da banheira, erguendo-se um pouco para se aproximar mais do outro. ━ este acordo me agrada muito, gale, mas não deixo de me preocupar com as consequências. não quero que você seja punido. e também não quero ser punida... pelos outros. por você, tudo bem, haha. ━ ela se afastou de vez, deslizando pela água até as costas encostarem do outro lado da banheira. ━ entra aqui comigo.

Se era o mar reflexo do céu, Gale estava se sentindo à deriva; e adoraria que fosse verdade, porque cada pedaço de sua pele se sentia melhor quando hidratado pelo sal. "Ehh, é fácil quando se tem vários criados para fazer os preparativos difíceis para você", comentou com uma falsa sinceridade no tom, só por provocar aquela noção contínua de que nenhum khajol sequer levantara um dedo em sua vida, apesar de ter sido ele, quem diria!, que ajeitara aqueles detalhes. "Eu só tive que parecer mais ou menos apresentável pra me deleitar nessa paisagem", e se permitiu desviar o olhar para as partes expostas da pele alheia, embora tanto de mais interessante estivesse escondido sob as bolhas de sabão.

Com uma moção de ator, levando a mão ao peito como se sofrendo uma taquicardia, seu cenho todo se franziu ao perder a pose de galante para algo mais próximo de ferido. "Ouch, 'desesperado' é realmente a melhor palavra que você encontrou? Quão bonita você não se acha para acreditar que só em desespero alguém poderia te desejar?", perguntou em desvio, em fatal escapismo constante, pousando sobre ela uma dúvida para escapar do que lhe fora questionado. "Acho que a chave de tudo é o se. São os grandes e se? que dão brilho à vida", e se abaixou mais próximo a ela, com os dedos tocando-a na altura da nuca, quase arriscando passarem às laterais do pescoço de Nerezza, enquanto ele mesmo diminuía o tom de voz. Porque certas coisas, particularmente, mereciam ser ditas em segredo, ao pé do ouvido, como era o caso. "Acredito que temos um acordo, Nerezza, e espero que tal acordo agrade a ambos."

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OI, PESSOAL. Voltei e estou pronta pra participar do askgame. Vou mandar as coisas pra todo mundo.

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A REAÇÃO DA OUTRA ERA O INCENTIVO QUE NEREZZA PRECISAVA. longe dela fazer a caveira de outra pessoa, mas era impossível não comentar com brianna sobre a inimiga em comum. ━ não só é possível como eu vi tudo com estes mesmos olhos que a terra há de comer um dia. ━ inclinou o corpo na direção da outra, sorrindo de canto. ━ e posso dizer que ela estava aproveitando bem. fica se fazendo de super pura e que não se envolve com pessoas fora do círculo dela, huh... que grande mentira. eu sabia que tinha algo no meio dessa pose toda que ela insistia em for��ar.

PARA ALIVIAR UM POUCO A LÍNGUA DE VENENO, nerezza bebericou do seu chocolate quente. ━ você, com certeza, deveria. posso te levar nos lugares que sempre geram esse tipo de entretenimento. já vi cada coisa... já sei! vamos combinar para a próxima semana. vai ter um encontro às cegas entre todo mundo que aparecer, vai ser ótimo!

Era uma verdade universalmente reconhecida que comentar sobre a vida alheia unia os mais diversos indivíduos, de qualquer classe ou espécie, e a cumplicidade estabelecida entre Brianna e Nerezza era a mais evidente prova de tal fato. A mulher, geralmente indiferente a tudo e todos, estendeu as mãos para a bebida que lhe fora oferecida, aproveitando-se do calor da porcelana para aquecer as mãos, seus olhos brilhando em antecipação para uma longa sessão de fofoca para animar o seu espírito. 

Seus lábios se partiram, formando um círculo perfeito, em absoluta descrença ao que ouvia. — Não é possível! — Exclamou, o riso carregava uma pitada de veneno, como era comum quando se falava sobre situações que nada lhe diz respeito. — Se fosse qualquer outra pessoa eu até acreditaria, mas ela? Você, jura? Isso é um escândalo! — Aventuras românticas eram comuns em sua realidade, apesar de fortemente desencorajadas, e por esse mesmo motivo tendiam a se discorrer de forma discreta o suficiente para que todos ao redor tivessem a delicadeza de fazer vista grossa. A ideia de alguém de nascimento nobre aos beijos com um plebeu, em uma taverna acima de tudo era ridícula e absolutamente o tipo de fofoca que ela precisava para animar o seu humor que ainda estava desestabilizado devido ao seu infortúnio encontro com o maluco do machado.  — Eu acho que deveria sair com mais frequência, para poder presenciar esse tipo de catástrofe com meus próprios olhos.

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OS OLHOS DE NEREZZA ESTAVAM QUASE ENTRANDO NO CRÂNIO. a cada palavra que saía da boca daqueles kahjols, ela tinha ainda mais certeza de que eles fugiam da inteligência toda vez que ela aparecia. já havia desisto de discutir, então apenas escutava com os braços cruzados e a maior cara de tédio que conseguia oferecer. é claro que ela que ela estava envolvida em tudo aquilo, totalmente possível, tinha mesmo todo o tempo disponível.

FOI RETIRADA DE SEU TORPOR quando escutou uma voz familiar. até demais. com o cenho franzido, ficou observando freyja espatifar com os folgados e precisou reprimir um sorriso vitorioso. ━ não precisava mesmo, mas você sempre se mete nas minhas coisas. ━ deu de ombros, finalmente descruzando os braços. ━ mas obrigada mesmo assim, eu já estava de saco cheio. só fiquei com medo de dar as costas e me atacarem, não dá pra confiar muito em khajols.

ONDE: Passagem Norte

COM: @blckness

É claro que khajols e changelings voltariam a discutir sobre os panfletos já que não podiam contestar a ordem do imperador pelo risco de ter o pescoço cortado durante o sono. Mais uma vez, sentia o clima tenso entre eles e não foi diferente quando, atravessando o corredor, viu um par de khajols acusando alguém pelos panfletos, ainda que discretamente. Semicerrou os olhos e conseguiu ver Nerezza como alvo e imediatamente deixando Freyja irritada. Não pensou muito antes de ir na direção da encrenca; não era a melhor amiga de Nerezza, mas tinha algo em particular com a mulher. Podiam até discutir e existia um afeto esquisito ali, de maneira que ver os colegas tentando prejudicá-la a deixou desconfortável. Tomou o panfleto das mãos da dupla e os amassou antes de jogar contra eles. "Já não temos problemas o suficiente?" Falou em tom baixo e recebeu o olhar enojado de ambos que decidiram se afastar. Pelo menos Freyja ainda tinha sua importância familiar. Colocou as mãos na cintura e se voltou para a morena, os olhos cansados. "Tudo bem?" Perguntou e ergueu o queixo levemente. "Já sei que não precisava de defesa ou seja lá o que você queira dizer."

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NEREZZA ESTAVA SE SENTINDO NO CÉU. tinha plena consciência que devia sentir vergonha por usar da boa vontade de gale com o intuito de desfrutar de um bom momento, mas é que ela não podia simplesmente deixar a oportunidade passar. afinal de contas, colocar um khajol para lhe servir, mesmo que de forma momentânea, era um privilégio. com a voz dele lhe chamando a atenção, virou a cabeça de forma preguiçosa para o lado, pescando uma das uvas com os lábios. ━ está ótimo. muitos não colocariam metade do esforço. ━ comentou de forma sincera, se ajeitando na água cheia de espuma e com água ainda quente. suspirou, erguendo os olhos para o outro.

━ VOCÊ ESTAVA TÃO DESESPERADO ASSIM? ━ riu baixinho, mas não se opôs ao toque, relaxando os ombros e fechando os olhos para aproveitar a massagem. ━ sabe, gale... isso vai colocar nós dois em problemas, se alguém descobrir. eu não quero problemas com os seus colegas, então não conte para ninguém sobre isso.

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As bolhas da banheira cobriam-na, e o vento razoavelmente frio que chegava da varanda não era convidativo o suficiente para fazê-la se levantar, ou ao menos era o que imaginava Gale. Ele também imaginava algumas outras coisas, especialmente certas coisas -- no momento -- submergidas, mas ainda cumpria a função estabelecida mais cedo, no quarto dela, que lhe fora pedida, quase demandada. "Dragão do, ahn…, vinho?… pela direita", avisou-a, ao levantar tentadoramente o cacho de uvas arroxeadas por seu caule frente à boca de Nerezza, e apoiou a bandeja com a miséria de banquete que conseguira juntar às pressas: outras cores daquela fruta, croissants de chocolate, algum queijo de nome difícil e uma jarra de suco da estação. "Espero não ter frustrado suas expectativas de, como foi que você disse?", e afinou os olhos como se precisasse disso para recordar as exatas palavras.

"Na sua banheira, com uvas assim na boca", e obrigatoriamente subiu a voz uma oitava, numa péssima imitação do tom da garota. Os olhos dele se fixaram nos dela, mas logo se pegou medindo outros detalhes: a altura de suas maçãs do rosto, a conexão entre o nariz e a boca, quão larga era a distância entre seus lábios… De seu transe, saiu após piscar inadvertidamente. "O que, se eu bem me lembro, significava", e se levantou para contorná-la conforme levantava as próprias mangas um tanto para trás, até a altura dos cotovelos, puxando uma cadeira para a ponta da banheira. Gale passou um pouco de sabão nas mãos, que logo se dirigiram ao final do pescoço e início dos ombros dela, "que eu podia te tocar, ou algo assim?", indagou ligeiramente em dúvida, dando-lhe certo espaço para a recusa, apesar de já iniciar uma massagem ao apertá-la com suavidade firme ao redor das primeiras vértebras da coluna.

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━ É UMA IDEIA ÓTIMA, NÃO É? ━ questionou, dando uma última olhada na bolsa para garantir que havia guardado tudo com segurança. afinal, precisava de tudo com certa urgência e não podia se dar ao luxo de ter que ir até a cidade comprar mais. ━ justo. ━ riu mais um pouco. ━ sabia que existe um drink chamado saliva de dragão, né? ele é todo azul e refrescante. qualquer dia, quando você estiver desocupado, te levo para experimentar. ━ deu uma piscadinha para zayden, apenas para sustentar aquele ar brincalhão.

FRANZIU O CENHO COM A COLOCAÇÃO DELE, porém não disse nada. era do direito do outro gostar daquele lugar e nerezza precisava concordar que haviam locais muito bonitos mesmo, mas sua experiência ali estava longe de ser totalmente agradável. ainda que tivesse uma personalidade expansiva, capaz de atrair todo tipo de pessoa para seu círculo social, a jovem cavaleira ainda se sentia mais confortável na academia, entre seus iguais. ━ sim, estou bem. só ansiosa pelo fim das férias. descansar é legal, mas eu sinto um pouco de falta da adrenalina. acho que é por isso que viskarra anda tão agitada e arrumando tantos problemas. ━ suspirou, ajeitando a bolsa no ombro. ━ às vezes, acho que a sua profissão é mais tranquila.

Zayden observou os pequenos frascos. Fazia bastante sentido o que ela dizia, e Zayden queria ajudá-la a completar a coleção, até porque o changeling nunca negava um favor que poderia cumprir, já que um dia poderia ser ele a precisar de algo. E os montadores podiam ser bastante úteis na maioria das vezes. "Tudo bem. Talvez eu também precise de um pouco." Até porque Zayden sentia-se um tanto fraco nos últimos dias. Precisava de algo que o deixasse revigorado. Com a fala dela sobre ser chamada para seu quarto, Zayden teve que segui-la na risada, achando graça. "Achei que a saliva de dragão era a bebida." Foi a resposta dele, brincando também. "Boa ideia." Concordou com a ideia dela, dando meia volta para ir até seus aposentos buscar as plantas. "Eu estou me adaptando bem." Zayden discretamente ignorou a primeira pergunta dela, ou não soaria tão confiante de que ele estava bem. Não estava. "Tenho que admitir que aqui é um lugar muito bonito. E é um bom lugar pra aprender sobre perspectivas diferentes." Pelo menos era bom pra ele, que era um curandeiro e podia aprender mais sobre plantas diversas que não existiam na academia. "E você? Está bem?"

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━ pela deusa, o que eu arrumei pra cabeça? ━ comentou mais para si mesma do que para o outro. era curiosa aquela relação, sobretudo após ter jurado para si mesma que não cairia mais nos encantos de gale depois daquele fatídico encontro dos corpos. só que era mais fácil dizer do que fazer, pois poderia tê-lo expulsado assim que entrou sem bater em seu quarto alguns minutos atrás, mas ao contrário disso, estava se convidando para ir até o quarto dele para um suposto banho, um suposto café e uma suposta conferência da situação das folhagens na varanda. era um absurdo, ela só podia estar ficando maluca.

de qualquer forma, não se moveu para romper a distância dos dois, até por ter descruzado os braços e estar segurando a cintura do homem também. ━ acho que você só está procurando uma desculpa para me beijar de novo. ━ sorriu. ━ eu não sei qual é o seu quarto, não é como se eu fosse super bem-vinda nos dormitório dos khajols. ━ deu de ombros. ━ mas você vai me exibir assim pra todos os seus colegas? que ousado. todo mundo vai saber que fui eu quem te deixou com todas estas marcas.

Tanto ao início como ao fim, Gale pôde apreciar duas naturalidades de Nerezza, que a faziam ligeiramente mais real e, ao mesmo tempo, tinham seu respectivo charme. Por um lado, aquela gargalhada larga preencheu o dormitório inflacionado e sem espaço; por outro, os braços cruzados aliados à feição carrancuda eram... fofos, por assim dizer, já que ela ainda mantinha aquele rostinho tão aprazível de se admirar.

"Relação", repetiu, como se precisasse escutar da própria boca, mas decidiu não gastar os poucos neurônios que tinha com aquilo — não agora, nem de novo. "Bom, é, isso vai ter que ser você. Nem com duas cabeças eu pensaria tanto assim", e, como se comprovasse o que acabara de dizer, deixou as orbes castanhas caírem da mão que lhe estapeara para o vestuário alheio. "Hm... olha, pra ser sincero, você fica bem gatinha de armadura...", e mordeu suave, mas descaradamente o lábio inferior, recordando de vê-la assim de soslaio pelos corredores de Hexwood antes de... bem, de vê-la com muito menos.

De novo, calando-se (o que era uma raridade), encarou os braços cruzados de Nerezza e a expressão facilmente azeda que ela fazia. "Você sabia", iniciou conforme as mãos se esticavam para a barra da calça dela, convidando-a pouco a pouco para matar a distância, "que esse seu bico tem todo um jeito de quem quer um beijo?", e inclinou a cabeça curtamente para frente, parando naquele limite onde é difícil dizer a quem pertence cada lufada de ar. "Mas beleza. Uvas na minha banheira", e interpôs os dois pares de lábios com sua gravata, oferecendo-a ela tal como coleira, depois de ter abotoado a camisa de volta. "Quer me puxar até lá, ou eu te mostro o caminho, Nerezza? Posso te mostrar que não caem tantas folhas na minha varanda." Assim, quem sabe, não repensasse a troca de dormitórios.

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━ você sabe... quando estamos em missões, não dá pra ter um curandeiro para cada cavaleiro, então decidi ter um pequeno estoque de tudo para conseguir me virar em casos de necessidade. ━ sorriu, mexendo em sua bolsinha para mostrar os pequenos frascos. ━ vê? desde poções simples de cura até elixires revigorantes. aqui eu levo folhas normais também, para caso eu precise fazer um emplastro. ━ tornou a guardar tudo, enquanto ria baixinho. ━ woah, geralmente os caras me pagam uma bebida antes de me chamar pro quarto. ━ brincou, sustentando a expressão divertida. ━ pois é. eu geralmente pediria para o dragão do professor harbinger, mas eu não quero ter que lidar com o professor depois. bom, vamos buscar as plantas e depois saímos atrás dos dragões, o que acha? ━ indicou o caminho de volta com a cabeça. ━ mas me conta como você está? faz tempo que não conversamos. como tem se adaptado aqui?

Zayden não parou de imediato quando Nerezza o chamou, muito enrolado com os próprios pensamentos para pensar nos arredores. Ele não gostava de baixar a guarda desse jeito, mas Zayden não podia evitar se preocupar com o que o futuro guardava, fosse o dele ou no dos changelings no geral. Quando Nerezza estava próxima, foi que o rapaz sorriu para cumprimentá-la, forçando-se a ser simpático por mais que ainda tivesse um semblante cansado pela noite mal dormida. "Hum... não, não estou ocupado." Ele franziu o cenho para o pedido dela. "Eu posso perguntar por que você precisa dessas coisas?" Questionou, com sua curiosidade tomando conta e deixando as antigas preocupações de lado. Ele ajeitou os óculos, cruzando os braços na altura do peito. "Bem, as plantas medicinais são fáceis, eu tenho algumas nos meus aposentos." A maioria das pessoas imaginaria que ele as usava para estudar, mas na verdade a maioria era pra ele mesmo. Não deixava de ser um estudo, é claro, já que sua doença ainda era um mistério às vezes. Mas ele não iria falar disso para Nerezza agora. "Mas a saliva... Podemos tentar a sorte."

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cruzou os braços assim que o professor começou a falar, com aquele tom que ditava que uma reclamação estava vindo, porém nada a preparou para aquele comentário que, por sinal, deixou a estudante de queixo caído. ━ "filhote de cruz credo"? pois dread devia era agredecer de viskarra dar um pingo de moral pra ele. ela é bonita, muito simpática e inteligente, até mesmo void, o dragão do professor cillian, gosta dela. que dragão não iria querer um ovo, huh? ━ suspirou, irritada, olhando brevemente para o lado, só para controlar a vontade de destilar mais desaforos para o mais velho. ━ vou contar pra ela sobre sua opinião, vamos ver quem vai sair chamuscado primeiro. ━ concluiu, tornando a olhar para nexus. ━ sério? é um hábito deles, o que posso fazer? apenas pague os pastores e assunto encerrado. ━ com isso, nerezza retornou para o lugar onde estava sentada, cruzando as pernas e abrindo o livro na página que lia anteriormente à chegada do homem. ━ não vou sair para juntar pedaços de cabras, vacas ou qualquer outra coisa que tenham caçado. tampouco chamarei viskarra de volta, ela já está estressada o suficiente com tudo o que vem acontecendo e eu não quero ser a responsável por acabar com uma das poucas diversões que ela tem.

A boca, semiaberta, pronta para iniciar o discurso moralista sobre os cuidados draconicos, se calou. O único som que rompeu seus lábios foi um suspiro ruidoso, como se estivesse expelindo o estresse em uma única lufada de ar. Inevitavelmente a mão foi até o quadril, lançando o peso do próprio corpo sobre a outra perna. "Escuta aqui, Nerezza..." Engatilhou as palavras ranzinzas que ainda rodeavam seus pensamentos. "Eu não tenho pretensão alguma de me responsabilizar pela separação de um ovo de dragãozinho. O Dread com certeza não me deixaria afastar o filho e eu garanto que essa mistura seria, literalmente, um filhote de cruz credo." A hipótese de um cruzamento entre os dragões parecia, no mínimo, assustadora. Viskarra era conhecida pela teimosia e Dread esbanjava egocentrismo. Antes mesmo que pudessem discorrer acerca de questões visuais, o temperamento era, sem sombra de duvidas, o maior dos problemas. "Mas é exatamente isso que me trouxe aqui. Viram os dois passeando por aí e aparentavam estar caçando, mais uma vez..." Mais uma vez. A rotina peculiar adquirida pelos dragões consistia na caça repentina de algum animal doméstico, geralmente cabras, as quais eram escolhidas aleatoriamente para servirem de peteca. A brincadeira só possuía um defeito: cabras não são tão boas no vôo e a mordida repentina dos dragões derrubava uma chuva de restos mortais pela região. Eles eram facilmente reconhecíveis e seus domadores também, logo tornou-se frequente a ida de criadores de cabra até as portas do instituto, demandando o valor em moedas pelos danos causado. "Quer ir comigo juntar os pedaços do almoço deles ou vamos tentar chamá-los?"

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♡ CAMILA MENDES via instagram ( camimendes )

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nerezza deu uma gargalhada gostosa com a revolta de gale, chegando até mesmo a jogar a cabeça para trás e fechar os olhos. era tão divertido saber que homens eram iguais em todos os lugares, era tão fácil brincar com eles. aos poucos, o riso foi morrendo, até que a changeling apenas deu de ombros. ━ alguém precisa ter um cérebro nesta relação. ━ provocou mais uma vez, observando-o colocar seu caderno de volta na mesa. nezza não era a mais inteligente de sua turma, outras pessoas carregavam a pesada coroa do conhecimento, mas ela tinha lá do que se orgulhar, sobretudo sua capacidade de ser prática em qualquer situação.

━ é? esta hora da manhã e você esperava que eu estivesse como? de armadura? ━ deu um tapinha no topo da cabeça dele. ━ dormi sem, mas acordei com um monte de folha no cabelo. não sei se valeu a troca, gale. ━ praticamente bufou, mas toda a pose se foi com aquela mão em sua cintura, com as memórias frescas do encontro voltando rápido demais e fazendo com que o corpo de nerezza quisesse se lembrar um pouco mais de como era sentir gale.

ela estava bem pronta para deixar toda a implicância de lado e se afogar no cheiro dele, porém antes que pudesse concretizar sua vontade, ele não estava mais tão perto assim. sendo assim, ela apenas tornou a cruzar os braços e a expressão incomodada voltou com tudo para seu rosto. ━ é. na sua banheira, enquanto você me serve com uvas assim na boca. e talvez, eu deixe você me tocar um pouco.

"Dois barra cinco?", indagou duas oitavas mais altas, a voz falhando como a de um pré-adolescente e as mãos imediatamente puxando as costas da camisa para cima, ao mostrar-lhe todas as marcas de unhas que se fincaram em sua pele. "Será que eu posso ao menos ter os metros de epiderme que você me arrancou?", mas, por mais indignada que fosse sua voz, era fácil ver em seu rosto como nem gostaria de que aceitassem devoluções. Do diário alheio, após fisgá-lo, entendeu apenas vagas ideias dos diagramas presentes, mudando o foco dela aos escritos, como quem aprecia uma obra de arte moderna: bela, ainda que não entendesse nada. "Uh, olha só. Você realmente não é só um rostinho bonito", e ameaçou tocar a caderneta contra a ponta do nariz, só por susto, recolocando-o na mesa atrás de si.

"Hm. Confesso que não esperava te ver de pijama, na real", e apoiou o queixo em cima dos braços cruzados, sobre a cadeira em que ela sentava há pouco. pela altura do próprio rosto, mediu-a mais ao corpo que na face, demorando-se sem cerimônia nas curvas escondidas pelo pijama da jovem, já que "Da última vez, você dormiu sem", e a boca entreaberta denunciava quem não se incomodaria de tornar à última vez, recursivamente, outra e outra vez. "Se você me permitir uma safeword, eu tenho certeza de que pode pensar em várias maneiras de tirar esse sorriso do meu rosto", e uma ou outra já passavam por sua cabeça, enquanto se aproximava perigosamente de roçar-lhe o pescoço com a respiração, nem pensando nos movimentos involuntários de suas mãos ao se dirigirem à cintura de Nerezza, entre os braços descruzados, só para aumentar suas superfícies de contato.

Quase por instinto, por mais que pudesse se afogar no triângulo fundo da clavícula dela, Gale revirou os olhos com força ao se afastar à menção de outras; ¡no plural, ainda!, queixou-se inaudível. Mas o princípio de revolução foi contido ao praticamente ronronar na ponta do cafuné em seu cabelo, tornando-se, como bom homem, imune às palavras de uma mulher bonita e só assentindo ligeiramente com a cabeça, hipnotizado por cair na armadilha dela. "Calma, ahnnn, o que você disse, aí no final?", e buscou se desvencilhar de seus braços de víbora, que amassiava a carne antes de matá-la, ao sentar mais sobre a escrivaninha, afastando os lápis da jovem para o lado. "Com o que eu acabei de concordar? O que você quer agora? Um banho?", porque, ainda que já tivesse tomado um mais cedo e sofrido com as ardências das lembranças de suas unhas nas costas, não reclamaria tanto se estivesse sendo convidado a tomar outro.