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Adeus
Eu sempre acreditei na bondade das pessoas e no amor verdadeiro.
Desde sempre me vi fadada a ser alimentada por amor, por cuidado e por respeito.
Quando conheci certo alguém, senti e acreditei em todas essas boas intenções.
Foi meu maior erro.
Ou meu grande aprendizado. Depende do ponto de vista.
Uma pessoa que me fez pensar que eu havia encontrado alguém especial e que de fato foi em alguns momentos, mas porque eu o coloquei neste pedestal.
E sorrateiramente foi me conduzindo a algo doentio e nojento. Uma pessoa que se declara romântica, “old school”, mas que nas atitudes é manipuladora, abusiva e vil. E eu levei tanto tempo para realmente ver tais facetas dessa pessoa que me arrependo amargamente de tê-la conhecido.
Todos dizem que situações ruins nos levam a ter uma perspectiva diferente da vida e nos traz maturidade. Uma pessoa que me trouxe transtornos e me fez viver no passado por muito tempo, que me traumatizou e amaldiçoou meus futuros relacionamentos.
Uma pessoa que diz amar você, viver por você e que também te faz sentir a pior pessoa do universo, que destrói sua autoestima, esmaga suas esperanças com as mãos e depois manipula tudo contra você. Corra de alguém assim. É sério, corra para muito longe.
Eu acredito de verdade que algumas pessoas mudem.
Mas o caráter não. Embora o ambiente em que o indivíduo viva seja muito importante, o homem traz em si seu caráter desde o momento do nascimento. Ele pertence ao próprio espírito, os padrões educativos interferem apenas nas escolhas do sujeito, mas mesmo estas se guiam principalmente pelo caráter.
E hoje esta mesma pessoa que se intitula como boa e vive novamente outro relacionamento mesmo dizendo que me amava muito, pode estar fazendo as mesmas coisas de forma velada, para que toda a sociedade tenha pena e depois se orgulhe por ter dado a volta por cima.
Uma pessoa que se diz não viver de aparências, mas que só sabe cultuar o próprio corpo. Que usa drogas para se aceitar. Que julga a aparências de outras pessoas.
Uma pessoa que depende de outro ser humano para que se sinta viva novamente não é uma pessoa saudável. Digo isso porque a felicidade vive dentro de nós e nada nem ninguém deve alimentar-se de outros seres humanos para que se sinta pleno e completo. Só demonstra e reforça a prova de que ele não mudou. Que continua a mesma pessoa aproveitadora e abusiva de sempre.
Caráter não muda.
Às vezes eu sinto uma imensa pena de pessoas assim. Que se sentem superiores porque acham que são diferentes de outras pessoas. Como se realmente fosse necessário reforçar sua identidade e crenças para se aceitar.
Sou melhor porque sou romântico. Sou melhor porque sou “old school”. Sou melhor porque meu braço é grande. Sou melhor porque sou mais inteligente. Sou melhor porque sou mais forte.
Digno de pena, realmente.
Acredito muito em energias. Sei que a lei do universo existe.
Amém! Quando você causa o mal para alguém que mais te amou, o universo faz questão de retribuir. Não que eu esteja dizendo que algo ruim irá acontecer, mas é o que dizem, cada um colhe o que planta. E isso se adéqua a todos, inclusive a mim.
Às vezes eu só queria ter todo o tempo que perdi em vão de volta. E tenho vergonha e arrependimento de ter dado uma chance para alguém tão baixo. Existem tombos na vida que te levam para caminhos melhores e eu acredito. Hoje tenho ao meu lado alguém que sempre sonhei ter. Me ensinou novamente o que é amar. Sem querer nada em troca. E isso não se compra, não se faz, não se copia, não se vende. Amor é amor.
E é nisso que me apego. No presente. Na reciprocidade. No que me agrega. No que me deixa em paz. No que não se mede. E em todas as coisas boas que me aconteceram depois destes grilhões que eu mesma me soltei.
Pela primeira vez me sinto completamente livre, apesar do transtorno de ansiedade que desenvolvi. Sinto-me livre de todo o sentimento de raiva e impunidade que sentia. Eu achava injusto o fato de alguém que tanto me fez sofrer viver livremente, mentir a céu aberto, totalmente velado por sua família estar impune. E eu, que passei por poucas e boas durante tudo isso, vivi por um tempo imersa num sentimento de revolta e insatisfação, me sinto livre para deixar todo esse passado abusivo onde ele merece estar e pensar apenas em coisas boas. Em mim mesma. Sem pesos. Promessas. Mágoas. Mentiras. Traições. Abusos.
Hoje me sinto leve. Não preciso carregar ex neurótica, outra ex do inferno, a garota que ele fez sexo virtual da academia, as amigas simpáticas demais da faculdade, as amigas simpáticas demais da academia, a amiga que se dizia minha amiga, mas que era falsa e todas as outras que não cheguei a conhecer, mas que estiveram presentes e principalmente, não preciso carregar um ex namorado abusivo, irresponsável, imaturo, mau caráter e digno de pena.
Eu fiz tudo que podia. E me despeço com felicidade deste pedaço de tempo que vivi. Com arrependimentos, sem dúvida. Mas com a sensação de missão cumprida. Então assim a vida caminha. Porque cada um oferece o que tem. E dentro de mim só cabe amor.
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Pseudo-depressão
Primeiro ela começa mansinha, como se sua presença não fizesse diferença ali. E de fato não faz porque ela é quase imperceptível. Aos poucos vai te tirando as cores da vida, como se alguém te colocasse numa tabela de filtros e aos poucos fosse te escurecendo. Dia após dia, sorrateiramente, ela começa a esconder sua vontade de coisas novas. Você não quer mais saber daquele livro que acabou de lançar, não quer mais ir ver aquele filme no cinema que você esperou ansiosamente pela estreia, não quer mais ouvir aquela música que você sempre gostou e não quer mais terminar aquela série que você até juntou dinheiro para comprar todos os livros da saga. Ela te suga a energia que você recuperou durante a noite e ao decorrer dos dias o débito que você possuía se transforma em cheque especial, você fica no vermelho e não entende com o que gastou. Mas ela é assim. Pouco a pouco, dia após dia, minuciosamente acaba com a felicidade das pequenas grandes coisas da vida. E sem ao menos perceber, você cava um buraco ao seu redor e quando se dá conta, está dentro dele. E o pior é que ele é tão grande e tão fundo que você tem dificuldade de enxergar o que há fora dele. No começo você tenta, por muitas vezes até, mas depois isso se torna tão cansativo, aliás, tudo é muito cansativo. Abrir os olhos e tentar ver uma luz, mesmo sendo um buraco tão grande se torna exaustivo demais e aquela energia que você mantinha no cheque especial não é o suficiente para te manter de olhos abertos e, você até acaba se entregando e fechando vez ou outra só para ver se consegue mais energia. E nessa ordem cronológica você não percebe, mas passam-se minutos, horas, dias, meses e anos até você não conseguir mais se manter de olhos abertos. Você está enclausurada com ela. Vocês estão juntas nessa e, por mais que isso pareça amigável, ela te suga cada vez mais. Você começa a tentar entender de verdade o que está acontecendo, por que seus dias estão tão cinzas e por que você não tem vontade de fazer nada. Questionamentos começam a surgir como: “por que estou nesse buraco?”, “o que há de errado comigo?”, “como faço para sair daqui?” e “eu não consigo...”. Você começa a ter vários lapsos de memórias, memórias boas, de dias felizes, dias que você conseguia fazer tudo muito bem e por mais que não fizesse perfeitamente, sabia que no próximo dia poderia tentar novamente. Você se lembra de pequenos detalhes como acordar e se olhar no espelho, e se olhar tão bem a ponto de enxergar sua própria alma, mas seria isso possível? Talvez, se você acreditar. Você começa a se lembrar de quando conseguia equilibrar suas tarefas, quando conseguia ler, quando via filmes repetidos e isso te dava um enorme prazer. Como andar na rua fazia com que você se sentisse viva só por ver o céu azul entre os prédios, ou só ver a lua. Como você se enxergava de uma maneira orgulhosa e até de certa forma vitoriosa por saber que você está chegando longe, não só por sua profissão, mas por seu caráter e maturidade. Você se sentia feliz. Mas hoje tem dificuldade até para abrir os olhos. Todos os dias acontece uma luta entre você versus você para encontrar motivos, razões pelas quais lutar, porque lutar por você não faz mais sentido. E por mais que seja tudo tão notório, ao mesmo tempo é um desafio, uma charada, um enigma que você simplesmente não consegue desvendar. E nessa aventura de tentar descobrir todos os “porquês” dessas respostas você se sente impotente, porque elas não possuem respostas. Um labirinto que, de acordo com a teoria teria uma saída, se torna uma armadilha que você está prestes a cair de novo e de novo e de novo. Quando você pensou que não conseguiria mais abrir seus olhos, você por reflexo enxerga uma luz, parecidas com aquelas dos filmes, aquela luz no fim do túnel e se agarra nela com força, porque ao contrário do que qualquer pessoa consegue ver de fora, você luta contra aquilo até sua última lágrima, então a luz te puxa de volta e você recebe uma notificação de mensagem. Algumas vezes é sua mãe, outras um amigo, as vezes até o seu chefe, mas sua realidade precisa vir a tona e então você retira, por mais um dia, aquela força de dentro de você para seguir. Alguns chamam de fé, outros de força de vontade e incrivelmente tem aqueles que chamam de “vergonha na cara”. Para alguns é fácil viver, para outros uma verdadeira tragédia. Eu prefiro o meio termo porque sei como funciona viver entre os extremos. Nem muito feliz, nem muito triste, apenas o suficiente para seguir entre os dois até o fim. Se houver um fim.
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Notas de Uma Pessoa Que um Dia se Arrependeu de Ter Nascido
Oras. Você aqui novamente. Sem freios ou receios me atormenta e me tira o sono. E eu aqui tentando entender o porquê você existe. Não, eu não quero esquecer o passado. Só quero viver meu presente em paz. Será que é pedir muito? As pessoas normais sonham em ser ricas, ter mansões e carros caros, mas a riqueza de verdade está na paz de espírito. Tenha todo o dinheiro do mundo, mas a paz de espírito terá de ser conquistada a ferro e fogo. E é justamente isso que preciso. E você não me ajuda. Atormenta-me no sono e quando acordo, me tira a energia do dia. Como uma sanguessuga. Ouço vozes, mas não sei de onde elas vêm. Vejo, de olhos fechados, formas bizarras, mas não sei quem são. Sinto cheiros que são tangíveis, mas não consigo senti-los. Meu coração dispara, mas estou inerte. Minha vida é um paradoxo. Sigo, mas não sei se em frente ou paraliso. Mas enquanto isso, sigo.
B.
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Cinzas
Domingo. O frio marcou um encontro comigo e chegou na hora certa. Não sentia meus dedos e minha cabeça doía. A sensação era vergonhosa. Eu deveria ser presa, somente pelo infeliz sentimento que me vem à cabeça toda vez que tento esquecê-lo. As pessoas se movimentando na rua, como se a vida delas fosse um cavalo domado. Como se a vida fosse leve e simples. Seguro as lágrimas de desespero e mais uma vez me faço acreditar que o frio vai embora. Os barulhos e grunhidos da minha cabeça ecoam de maneira desordeira a ponto de não haver controle. Eu estava em pane. Em pânico. Respirei fundo, recuperei o fôlego e olhei pela janela. As imagens que passavam nela eram ainda piores. Tudo que eu via era o que mais queria esquecer. Cada esquina, uma lembrança. E lembranças são como facas. Deve haver um cuidado enorme ao manuseá-las porque da mesma maneira que facas são úteis, elas podem ferir, cortar e, certamente matar.
A solidão era algo incrivelmente palpável. Eu a sentia sentada em meu colo. Respirando em meu pescoço e eu nada podia fazer para reverter isso. Talvez eu pudesse fazer algo. Mas não queria. Mágoa é algo muito ruim para se guardar dentro do peito. Deixo-me neste martírio não mais que alguns dias. Porque todos sabem que mágoas são como parasitas. Se as deixarem viver por um longo tempo de certo o matarão aos poucos. O desequilíbrio habitou-se de fora para dentro, pouco a pouco, como se fosse um velho conhecido. Eu nada quero fazer. Por mais que isso me doa por completo, sentir-se assim talvez seja o certo. E, por um breve momento, rolei meu polegar entre meu anelar e percebi que, além de todo esse desgosto, me senti saudosa. Mas durou segundos. Acho que a mágoa, por um momento se esvaiu. E voltou, só para eu me sentir pior do que já estava. Ela joga bem.
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2014
“Parece que não há mais caminho. Parece ser um labirinto e antes fosse o labirinto do fauno. Aqui a certeza se esvai no momento que lembramos que ela existe. Não há sossego e, quando se pensa que está sozinho, os fantasmas estão tomando chá da tarde ao seu lado. A única palpável certeza é o fim dos tempos. A fé ajuda, mas não impulsiona. A ansiedade é a pior das sensações, pois sem sossego a vida é tormenta. E por isso um dia de sol se torna facilmente cinza. Tantas desilusões que nem me desespero em contar. Dois passos para frente e três para trás. E quando se pensa que acabou, tudo começa novamente, em outras proporções, mas com a mesma aflição. A felicidade se esvaindo entre os dedos como aguá e a inércia como melhor amiga. Justo a hora em que mais se precisa. Palavras entrecortadas, meios sorrisos, meias verdades e uma vida inteira pra viver. De sofrimento ou de glória. Depende do ponto de vista.”
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Trust
"O ato de confiar em alguém vai muito mais além de se doar para o outro. Para confiar deve-se, acima de tudo, confiar em si mesmo para que esteja pronto para que o outro te decepcione. Não digo que devemos confiar já pensando na decepção, apenas que ela é algo inevitável. Confiar, além de ser um ato de amor, não mais acima dele nos tempos atuais, é um ato de coragem."
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Talvez
Talvez, o meu talvez esteja tinindo. Eu sei da confusão aqui dentro e não nego, mas não quero ser julgada por correr atrás de ser feliz, afinal, é isso que as pessoas normais fazem, não? E mesmo depois de tudo o que já vi, já senti, já chorei, já sofri, essa é a mais plausível solução. Correr atrás de sua felicidade. E a minha felicidade não é nada palpável. A minha felicidade é o momento, é aquele momento fragmentado que dura as vezes horas e que também pode durar segundos. E minha felicidade não é inteira, não, ela é fragmentada, mas ela existe. Talvez o meu talvez esteja latejando, sim, mas não me sinto culpada de maneira alguma. E me lembro bem quando um dia, na aula de literatura, minha professora dizer que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Não que minha alma seja enorme, mas a causa é gigantesca. O talvez voltou, sim, mas junto com ele aquele medo que não sentia há tempos. Estava até morrendo de tédio de tudo e todos, agora me sinto até curiosa. Dizem que é o medo que move as pessoas, mas eu não concordo, eu concordo que o que move as pessoas é aquele talvez. Porque o talvez é aquela vertente de caminhos disponíveis e uma hora terá que escolher um, ou voltar, ou seguir em frente sem olhar para os lados, mas concorde, uma hora você encontrará a felicidade nele ou algo parecido com ela. Mais do que conversa de doido, é esse talvez. Mas é melhor que o não sei. Talvez.
Bruna P.
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Sejais!
"Ainda é preciso mais do que simplesmente se arriscar. (mais ações, menos promessas) É preciso fazer antes de pensar, é preciso amar antes de ser amado, é preciso viver antes que o tempo se esgote, é preciso realizar antes de sonhar. (amar o recíproco e o não recíproco) Passar uma vida inteira almejando ser, crer, saber, entender e viver o que só temos aqui dentro, puro equívoco! (é preciso transbordar) Só o legado e a felicidade plantada permanecerá. Que sejamos agora, que acreditemos no impossível e que compreendamos as desventuras. Assim viva literalmente (uma, duas, três vezes o não vivido!)."
Bruna P.
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Quase
“Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. E não é arrependimento, acredite. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. São todos esses conflitos que juntos transformam o quase em quase arrependimento, mas ainda sim não é. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono, de deixar para o amanhã. Pergunto-me, as vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta vem com facilidade, é mais do que corriqueira, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença do "bom dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz, pelo menos na maioria das vezes. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. a chave está em explorar os extremos, o que na maioria das vezes é o que faz a diferença num dia e no outro, como causa e efeito. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, mas para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, entretanto preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para erros há perdão; para fracassos, chance; para amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma, isso existe, mas não pode existir. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando do que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.“
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Você
"Você viveu o suficiente pra entender que nessa vida nunca estaremos prontos. Você passou por tanto sofrimento em tão pouco tempo que sabe o valor de um dia de sol. Você acordou tantas vezes se perguntando quem escolheu isso tudo pra você e obteve só o silêncio. Você muitas vezes agradeceu por ter tão pouco e, ao ter muito, chorou por horas e ajoelhou-se. Você que por tantas vezes pensou em desistir de tudo, hoje olha seu fracasso como ponto forte. Você que acreditou em tantos amigos, agora se vê ao lado de sua sombra. Você que tanto rezou por pessoas vis, hoje não se arrepende de nada. Você que já viveu um dia por outros hoje vive por você."
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Calor
"A vida pode ser mais leve. Mais inventada, sem rudeza ou complicações. Mais lúdica. Nós levamos sempre tudo muito a sério. Se eu não brincasse, enlouqueceria. Não posso e nem sei ser essa imagem que tanta gente congelou a respeito do que é ser adulto. Me assusta até. Passo longe desse freezer. Quero o calor da vida. O pulsar da insegurança, o frio na barriga. Quero o sonho e a realidade com todo o pé no chão. Quero alguma inocência que não seja maculada. Quero descobrir coisas que não suspeito existirem e, que para minha surpresa, tem significado para o meu coração. Não há uma fórmula para crescer. Não existe um método pra se viver. A vida é uma só e é preciso senti-la como a respiração, tão naturalmente. Adulta, quero caminhar de mãos dadas vida afora com a criança que me habita: curiosa, arteira, espontânea, feliz."
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E se For do Coração?
"Eu nunca fui perfeita. E vamos falar a verdade, perfeição é muito cansativo, é chato. Acordar cada dia diferente, com uma feição distinta da de ontem, mudar de lado na cama, sonhar que se está deixando cair no âmago do sem fim. Não há dúvidas que o imperfeito é muito mais que perfeito porque ele nunca é igual, se torna mágico, colossal. Muda a cor da unha, pinta, corta, modela os cabelos. Se olha no espelho, se perde na rua, se irrita, se desnuda. A fome, a sede, a sensação de ser sempre assim, a coisa que sempre se coisifica e fica, vai, volta, para e continua. Mais que eu imperfeito, é a vida, que muda as rédeas, puxa a corda, revira e volta, dá um nó no estômago. Faz bem, faz mal, é espírito, é carnal, é retilínea dando a volta no sistema solar. É filosofar. É se perder no tempo e prometer nunca mais voltar! É se soltar. E o mais engraçado é que a vida programa algo não programável, te passa a perna e te levanta, tira o chapéu e te balança até fazer você perder o ritmo. Mas então quem, aquele e aquela se encontram, imperfeitos, com defeitos pra dar e vender. Se aguentam, se revezam e se descobrem muitos afins. Fim? Não, a vida é descompasso do peito, é tombar o coração de alento, borboletas flutuantes lá dentro. É sentir no fundo um (re)começo."
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De Repente
"A cada dia, situações nebulosas se tornam mais claras, mas em minha mente a confusão persiste. Eu sei que tudo a minha volta e todos insistem que você não faz bem pra mim, mas seu abraço acalentador faz falta demais. Essa foi a primeira noite que não nos falamos, nem trocamos mensagens, nem ao menos sei se chegou bem em casa. É triste demais nos perdemos assim um do outro, mas sei que esse sacrifício irá nos ajudar e nos fazer crescer. De repente não era pra ser agora, ou de repente não era pra ser.
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Cansei
“Toda essa rotina me cansa. Me cansa acordar todos os dias, cedo ou tarde. Me cansa trabalhar e trabalhar e não mover-se do chão. Me cansa motivar o não motivável. Me cansa o choro que molha toda a face. Me cansa lavar o rosto e retocar a maquiagem. Todos os dias. Arruma, usa, lava, seca e arruma. Me cansa o mesmo café, me cansa a Tv, o sofá e as paredes. Me cansa a dor de cabeça, dor na consciência, me cansa sentir. Me cansa ligações cortadas, pela metade, meia palavra, meias verdades. Me cansa esperar e me cansa parar, estagnar. Me cansa as unhas, o cabelo, as roupas, falta um tempero. Me cansa a sede de mais. Me cansa o pouco, me cansa a sobra do que falta. E me falta a sobra que me cansa.”
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Alma(s)
“Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregado à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria. Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega para os erros do mundo, até que talvez encontre no ar algum sopro de vento que me rebente. Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada, mas que nem por isso deixará de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto — serei ainda eu, horrivelmente esperta. Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de ‘dois e dois são quatro’ é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo em meu espírito, sinto isso, sinto…”
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Escudo
"Eu não me importo se o mundo inteiro cair por terra, se todos se voltarem contra mim, se eu perder o emprego, se me baterem ou me roubarem, não me importo se tiver que passar frio ou pegar cinco vezes o metrô. Se eu sei que você está comigo então eu já me sinto bem, livre e pronta pra tudo."
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(bem)-(querer)
"Alguns sentimentos são impagáveis. Não são capazes de se nomear nem de se palpar. Cada vez que os sinto, meu mundo torna-se outro. É uma sensação incrível, não há como explicar, só como sentir. Uma mão na outra, um rosto colado, um banho compartilhado e um desejo enorme de tê-lo pelo resto dos meus dias. Não há como nomear o amor, mas acredito que ele seja mais que um sentimento. O amor é uma junção de vários outros, bons e ruins e quando se fundem, transformam-se em bem-querer. Mais que bem-querer, mais quer bem e mais que querer."
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