cloverjng

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drewiers​:

— Não soe tão surpresa, Clo… você sabe que eu não consigo largar esse fim de mundo. — A súbita aproximação da coreana foi um choque para Wieners, de todos os lugares que a imaginava, Arcana encontrava-se fora de cogitação. — Hannibal Lecter decidiu fazer internship aqui em Arcana? — O tom de voz carregado de ironia e até um pouco brincalhão demais para a situação acabou escapando, ainda não sabia a relação dela atual com o acontecimento de três anos atrás, então em questão de segundos fez questão de se desculpar por “pensar alto demais”. — Opa, acho que saiu em um contexto errado, eu venho em paz. — O riso formou-se no semblante explicitamente constrangido procurando esconder a gafe cometida.

⸺⸺ sério mesmo? você ainda consegue ver alguma graça nessa cidade? ⸺⸺ fez a pergunta genuína, porque ficava admirada quando qualquer pessoa demonstrava ter algum apreço por arcana. porém, as frases carregadas de sarcasmo de andrew faziam a ficar incerta se ele estava falando a verdade ou só sendo ele mesmo mais uma vez. ⸺⸺ você não muda, né?! ⸺⸺ soltou a risada sincera após a piada do rapaz. era até bom para clover ver alguém ainda com bom humor apesar da situação em que se encontravam. ⸺⸺ eu não voltaria aqui nem se fosse paga! só dei as caras para não acabar sendo considerada suspeita depois que inventaram de reabrir o caso... ⸺⸺ reclamou, enquanto lembrava que àquela hora estaria estudando no seu apartamento ou fazendo compras com alguns amigos. ⸺⸺ onde esteve esses anos todos, hm?

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hermitmcrcus​:

“Cinema.” O disse seco, impaciente. Clover foi responsável por piorar aquilo que já era um pesadelo para si, e como se não fosse o suficiente, ainda foi obrigado a se afastar do elo familiar deveras importante não só pela zombaria, como proteção em torno da tia categorizada como a bruxa da cidade. De fato, talvez a mulher realmente fosse alguém assim, mas não se lembrava de jogarem ovos nas janelas do padre local. “Não.. Não fale como se fôssemos amigos. Como pode ser tão cara de pau? Aposto que falava tanta besteira que mal lembra o que fez comigo.”

⸺⸺ eu? cara de pau?  ⸺⸺ questionou falsamente incrédula, tendo certeza a partir daquele momento que realmente teria espalhado alguma notícia sobre marcus. seria uma boa hora para clover acabar lembrando o que tinha falado, mas o rapaz tinha razão. saíam tantos fatos alheios de sua boca que mal conseguia encontrar em sua mente o que poderia tê-lo machucado tanto. ⸺⸺ ah, marcus, você sabe... eu era adolescente, não tinha a cabeça que tenho hoje. não quero que carregue mágoa por algo que fiz quando era imatura. ⸺⸺ a estudante falou, mesmo não fazendo muita questão do perdão do outro. mas não queria permanecer em arcana pelo tempo que fosse com alguém podendo a maldizer por aí. ⸺⸺ eu posso te pedir desculpas, se for melhorar a situação!

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ecvie​:

a palma se acomodou sobre o peito e por um segundo pareceu inconformada, quase ofendida. “ah não, eu as adoro. é burrice, mas eu amo.” assentiu. preferia não fazer parte ou lhe dar confiança ao ponto de se tornar uma vítima, mas informação era sinônimo de poder quando bem usadas. no caso da querida clover, se tratava de desespero e ambas sabiam. “não seja boba, nos divertíamos antes de tudo acontecer e emily não era tão querida pra sofrermos eternamente com isso. vamos?”

clover ergueu uma das sobrancelhas com a fala da modelo, mas resolveu não retrucar. apenas seguiu com a proposta lançada pela loira, fazendo com que ela começasse a ponderar se realmente valeria a pena. precisava relaxar após a viagem e a missa, mas não sabia se poderia confiar totalmente em evie naquele momento. mas quem sabe ela conseguiria descobrir alguma coisa a mais quando estivessem a sós... ⸺⸺ certo. eu topo, mas só se for em um lugar reservado ou na sua casa. ⸺⸺ respondeu, lembrando que seus pais não iriam aprovar em nada que levasse uma amiga para a residência. mais do que tudo, eles prezavam pela imagem que a filha passava em cada atitude.  ⸺⸺ emily iria merecer um brinde em homenagem a ela. 

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ecvie​:

não se encaixava entre suas intenções dizer as coisas claramente pois no fundo contava com o discernimento de cada colega para não defender somente o próprio pescoço, como dos outros participantes ajudando a encobrir o crime. porém como claramente não podia contar com sequer um neurônio de nenhum deles, precisou ser mais clara num murmurio ácido. “exatamente, ninguém. então é o que dirá quando te perguntarem o que houve.” antes ou depois, a penalidade seria a mesma. logo o corpo projetou-se para frente, erguendo os ombros com o brilho corroendo a face pela empolgação vista no fracasso. “nesse caso, acho que daqui a uma semana devemos combinar de tomar café juntas.” curvou os lábios. não confiava em clover, mas gostava das informações armazenadas pela mesma. “distúrbios alimentares, drogas e prostituição. assim que é, e talvez um conhecido esteja envolvido com pelo menos duas dessas opções, mas arranco sua língua se disser que ouviu isso vindo da minha boca.”

⸺⸺ o interrogatório est�� longe de acontecer, vamos deixar esse assunto de lado por enquanto.  ⸺⸺  finalizou o assunto, olhando mais uma vez ao seu redor, procurando por algum curioso que estaria escutando a conversa das duas. ⸺⸺ você sabe que nunca espalhei com quem colho as minhas informações! ⸺⸺  sorriu disfarçadamente, extremamente curiosa em descobrir quem de seus antigos colegas estava envolvido nos tópicos trazidos por evie. ⸺⸺ você tem minha palavra que nada sairá daqui.

interação fechada!

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thestrwngth​:

“não por escolha.” admitiu com um breve suspiro, massageando a têmpora enquanto os discursos soavam como trilha sonora no fundo de sua mente. por mais que parecesse insensível dizer algo assim, era verdade; o motivo de estar ali, prestando homenagem a emily, não era nada além da própria culpa que sentia com toda a situação. se pudesse escolher, fora da bolha de sentimentos, não estaria ali. uma risada incrédula deixou seus lábios ao mesmo tempo em que cruzava os braços. ”sinto te decepcionar, clover, mas nem todos tivemos a sorte de deixar arcana e seguir a vida longe daqui.” embora soasse amarga, não julgava quem havia utilizado qualquer oportunidade para ter uma vida normal e esquecer a investigação, assim como o acidente. a morte, o luto, a culpa. “você quem vai ter de me alimentar com novidades.”

⸺⸺ ah, eu sinto muito...  ⸺⸺ falou com as expressões exageradas, porém sem nenhuma mentira em sua fala. continuar em arcana depois de tantos anos parecia um pesadelo. clover sentia-se eternamente grata de ter sido enviada para outra cidade, muito diferente do interior em que foi criada. ⸺⸺ ainda assim, espero que você tenha sorte de sair desse buraco o mais rápido possível. nem sei como esse lugar ainda está de pé. ⸺⸺ suspirou pesado, cruzando os braços em frente ao corpo. ⸺⸺ não pense que não há novidades para me contar! você vai ser a responsável em me atualizar sobre quem ainda está em arcana. algum professor chato já se aposentou?! alguém foi preso?  ⸺⸺ começou a questionar, em genuína curiosidade sobre seus antigos vizinhos. arcana era tão parada que qualquer atitude fora do “normal” virava assunto da cidade por semanas. ⸺⸺ o que quer saber sobre? eu estive em new york e estudando, como uma futura universitária de medicina.

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chadwickvharris​:

“Pft, que me vão fazer? Prender porque tenho a opinião que todos falam? Existe pessoas com mais razão de a ter assasinado do que eu.” Falou sem medo, eles não o poderiam prender, ele só estava dar opinião. O caso também foi há três anos atrás, não seria agora que iriam descobrir quem matou a outra, se esta foi assasinada. “Cidade é grande, dificil encontrar alguém ao contrário de Arcana. Sim, já lancei e está num dos new york’s best sellers…. Se chama “O apartamento 315″. É um livro criminal com parte de terror.”

⸺⸺ se para você não há problema em ser escutado falando assim, não sou eu quem vou te confrontar. na verdade, eu entendo o seu rancor.  ⸺⸺ deu a trégua, lembrando-se vagamente de tudo que bowe fez o garoto se envolver ainda na adolescência. mostrar uma espécie de compaixão também era uma forma de conseguir aos poucos descobrir o que queria sobre a vida das pessoas, mas não era bem isso que estava atuando ali. por mais que não tivesse muitos amigos, chadwick era uma das poucas pessoas que ela conseguia se dar minimamente bem da turma 95. bom, até se afastar dele repentinamente a pedido de emily. ⸺⸺ grande ou não, agora você está intimado a me ver quando voltarmos para lá. ⸺⸺ continuou, como se ainda tivesse o mínimo de intimidade com o rapaz para tal. ⸺⸺ criminal? com um pouco de terror? macabro... está explicado como virou um best seller assim.

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hermitmcrcus​:

Determinados tom de voz provocavam o arrepio subindo a espinha, e Clover definitivamente possuía tal timbre, umedecendo os lábios lentamente para ganhar tempo nas palavras. “Infelizmente.” Os olhos castanhos a encararam com desconfiança, logo retornando a visão ao padre ocupando o altar num show de religiosidade. “Sai daqui e estudei pra ter dinheiro e não precisar voltar.” O curvar dos lábios quase estampou um sorriso, mas não havia humor ali. “Sabe que não vou render nada de muito interessante pra contar aos outros, certo?”

⸺⸺ só vai me falar isso? nem mesmo o que estudou?  ⸺⸺ questionou o rapaz, fingindo desaprovar a atitude dele, enquanto maneava a cabeça discretamente em negação. clover tinha uma lembrança vaga que havia espalhado alguma fofoca sobre marcus, o que explicaria a falta de continuidade no assunto. porém, nem aquilo a faria parar de ser tão indiscreta quando tinha vontade de se atualizar. ⸺⸺ não fala assim, tenho certeza que sua vida foi muito interessante nos últimos três anos. qualquer novidade sobre meus antigos colegas é boa demais para ser ignorada! ⸺⸺ exagerou em sua última frase, pois tinha total noção que estava longe de ser colega (e muito menos amiga) de grande parte de seus antigos companheiros de turma.

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fizzyfm​:

‎   ‎   ‎   aquilo tudo era uma bobagem à perspectiva de felicity, fazia anos desde a morte de emily, ninguém precisava relembrar daquilo. a vida de muitas pessoas havia sido definida pelo trágico incidente, inclusive a sua. jamais pensara que seus pais poderiam ser ainda mais frios e rígidos, mesmo assim, no tempo que sucedeu ao óbito da prima o tal aumentou gradualmente. fora embora de arcana na primeira oportunidade, fora admitida em uma universidade ivy league do outro lado do país, sequer olhou para trás no dia que se mudou. ainda que tivesse se esforçado tanto para evitar retornar, já estava ela, com os óculos escuros escondendo a expressão apática em suas feições. somente ao ouvir a voz feminina que notou a sua presença ali, a loira estava absorta demais em seu mundinho, tentando ignorar toda a baboseira que era falada por ali parar se focar nas pessoas ao seu redor. ergueu uma de suas sobrancelhas em resposta a primeira pergunta alheia, ora, é claro que ela estava ali. ❛ deus me livre! ❜ pronunciou rapidamente ao ouvir a menção da possível estadia em arcana. ❛ eu me mudei para cambridge quando me formei, estou estudando literatura inglesa. ❜ forçou um sorriso em seu rosto, tentando parecer minimamente educada.  ❛ e quanto a você? ❜

⸺⸺ literatura inglesa, sério?!  ⸺⸺ questionou incrédula. pelo que lembrava de fizzy, tinha suas apostas que ela teria uma vida “pós-arcana” muito mais movimentada do que estudar literatura. ⸺⸺ de qualquer forma, fico feliz que tenha se mudado. imagino que lá deve ser muito mais divertido do que aqui, né? ⸺⸺ comentou, tentando perdurar o assunto e conseguir o máximo de detalhes possíveis da antiga colega de turma. se queria saber sobre tudo da vida alheia, precisaria da falsa simpatia ao máximo para cumprir o objetivo.  ⸺⸺ ah, para mim? eu estive em new york, estudando e me preparando para mandar minha aplicação às faculdades de medicina no ano que vem. só espero que não seja obrigada a ficar tanto tempo em arcana. pode atrasar meus planos.

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ecvie​:

“ninguém faria. todos nós a amávamos.” e o disse um pouco mais alto, recolhendo os ombros assim que a família da garota passou, se cobrindo com os óculos escuros outra vez já que não haviam lágrimas para ajudar com o teatro particular. estar abalada era o suficiente pensando o tempo passado. “eu não teria sugerido algo se você tivesse ficado quieta. e não me lembre desse dia como se de repente eu fosse me arrepender e chorar de culpa.” ou ficar com medo, pensou. “na verdade, acho uma ótima ocasião para ficar bêbada.”

suspirou fundo com o comentário de evie. sabia bem que se tivesse ficado quieta, sua vida teria tomado um outro rumo. talvez muito menos conturbado. mas o que poderia fazer se a fofoca era quase um vício para ela? ⸺⸺ você fala como se não gostasse das fofocas que eu garantia... infelizmente, com todo ato vem sua consequência. eu apenas passei a informação. ⸺⸺ ditou, numa forma de tentar finalizar o assunto. afinal, ainda estavam em público e não deveriam correr tantos riscos falando abertamente sobre a fatídica noite. ⸺⸺ eu sinto em concordar... mas só bebo de novo quando estiver bem longe dessa cidade. quero ter noção de cada segundo em que passar aqui.

[cloverjng]

ecvie​:

se durante toda a manhã evie comprimiu os lábios afim de esconder o sabor vitorioso em voltar para a cidade natal e surpreender os colegas de classe com suas conquistas, com o comentário de clover não foi capaz de evitar o sorriso curvando os cantos pintados de carmim. acariciava os ouvidos e não era nem um pouco modesta. “eu entendo sairmos de arcana por ser um fim de mundo, mas não por causa da emily ou o que aconteceu. ela caiu, certo? foi burra, acidentes são inevitáveis com pessoas estúpidas.” deu de ombros, sussurrando. repetira aquilo tantas vezes que quase podia acreditar, mas novamente as palavras provocavam o próprio bem, evitando a prisão e o fim da vida luxuosa. “tente não se tornar tão frigida quanto os outros médicos.” inclinou a cabeça levemente, numa atitude quase amigável do que poderia ser considerado um conselho. o riso nasal escapou fraco. “sua capacidade de descobrir as coisas é um talento. inclusive adoraria saber se não temos nenhuma grávida na nossa reunião de turma, porque fracassados consigo contar vários.”

mesmo depois de tanto tempo convivendo perto de evie, ainda se surpreendia com a capacidade que a garota tinha em convencer a si mesma que suas mentiras eram verdade. quem não a conhecia de longe e não percebesse a acidez em suas palavras, poderia cair em sua lábia rapidamente. ⸺⸺ quem sou eu para discordar de você? eu só soube depois de tudo. ⸺⸺ clover sussurrou assim como a loira, os olhos brilhando logo após a colega dar uma chance de comentar sobre a vida alheia. tinha acabado de chegar, mas já estava começando a colher suas informações como conseguia.  ⸺⸺ eu pagaria para descobrir que alguma delas está grávida. ainda não tive tempo de colher nada, mas em menos de uma semana já vou saber o que cada um fez da vida nesses três anos. aliás, você mesma deveria me contar como são os bastidores da moda...

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chadwickvharris​:

“Acredito que veio toda gente. Novamente, tiveram as suas vidas paradas por Emily…Nem morta ela deixa ninguém viver em paz.” Respondeu há garota, não tendo nenhum filtro do que pensava da garota. Já tinha passado três anos mas ele ainda tinha raiva com a garota que estava enterrada e ainda mais, ele já tinha dito o que sentia antes da garota morrer, não era como se o que dizia a outra nunca ouviu “Estudei em nova iorque e agora vivo lá. Sou escritor.”

⸺⸺ shhhh... você tem que pensar bem no que fala. agora tem muito mais gente prestando atenção nas conversas alheias. ⸺⸺ a jovem alertou, tentando não abrir um riso com as falas do rapaz. entendia completamente o rancor que ele carregava de emily, até porque a garota sabia ser muito cruel quando queria. ⸺⸺ então estivemos na mesma cidade e eu não te vi uma vez? não acredito nisso. deveria ao menos ter me chamado uma antiga colega para o lançamento de um livro... já lançou um, certo?!

[cloverjng]

⸺⸺ ficou maluco de vez, garoto?!  ⸺⸺ falou entre os dentes, ao ter a sua atenção voltada ao rapaz próximo de si após a sua gritaria. por mais que uma festa fosse uma ótima ideia para se distrair em meio ao caos que era sua cabeça naquele momento, não iria arriscar a si mesma. juntar-se aos antigos colegas de turma seria no mínimo suspeito e o que mais queria era passar despercebida em arcana. ⸺⸺ você deveria medir mais suas palavras. caso não esteja sabendo, qualquer atitude pode nos transformar em suspeitos no caso da emily. é melhor andar na linha, ou pelo menos agendar as festinhas com mais discrição... ⸺⸺ revirou os olhos, tentando mais uma vez convencer a si mesma que embarcar naquela ideia seria muito mal visto.

‘‘ah cara, neeem fodendo que você gostou dessa celebraçãozinha aí…’‘ estava entediado, beirava a irritação por tamanha enrolação e tanto chororó por causa de emily. três anos já haviam se passado, eles tinham mais era que esquecer toda aquela merda e seguir com a própria vida… mas já que estavam praticamente presos ali, não via outra saída a não ser dar um jeito de aproveitar o momento. ‘’VAMOS DAR UMA FESTA!’’ exclamou para todos que estavam perto de si ouvirem, buscando em especial os ouvidos dos ex colegas que ainda se encontravam na igreja. ‘’opa, festa não… uma celebração privada para honrar a memória da bowe pra uns amigos íntimos… regada a muuuita cerveja.’’ tentou amenizar sua última frase, sem desistir completamente da ideia de realizarem uma festa. emily gostaria, ele tinha certeza disso. ‘‘não vai matar ninguém… eu juro.’‘ o sorriso em seus lábios seria quase cúmplice, se não estivesse carregado de ironia, afinal, estava fazendo uma analogia nem tão discreta ao que acontecera com emily anos antes. 

[cloverjng]

já faziam longos minutos que a garota estava posicionada a frente da igreja, tentando limpar a mente de todas as paranoias que tinha se livrado quando foi para new york. voltar para arcana significava ter que encarar todas as inseguranças que possuía quando adolescente e ainda as consequências de todas as atitudes que tomou sem pensar. pelo menos em sua nova cidade a grande maioria via nela apenas a nova riquinha da faculdade. foi assim, imersa em seus pensamentos, que acabou assustada com a aproximação de jördis, que mal pareceu notar sua presença bem ali, muito mais interessada em alcançar o maço de cigarros em sua bolsa. clover até pensou em cumprimentá-la, como uma boa antiga colega de turma, mas a loira foi mais rápida em oferecê-la um daqueles que estava tragando. ⸺⸺ muito obrigada, mas eu não fumo... ⸺⸺ acenou, negando veemente como uma pessoa criada por dois médicos. do que adiantava não fumar, se mesmo assim possuía outros costumes tão ruins quanto? ⸺⸺ não aguenta mais ficar lá dentro, né? eu só quero ir descansar, a energia daqui não é boa. 

Ansiedade, talvez esse fosse o sentimento que se destacava entre o turbilhão que dançava ferozmente no peito de Jördis. Conseguia ignorar a melancolia que a tomou no momento que pisou os pés novamente em Arcana, mas a ansiedade era impossível, teimando em se expressar na forma do pé batendo rapidamente no assoalho de madeira da igreja ou nos seus dedos roçando nervosamente um no outro em busca do tão sonhado cigarro. Em algum momento entre as palavras de algum familiar emotivo, a loira levantou de seu lugar no fundo da igreja, atravessando a porta em uma velocidade quase que exagerada. Estava se sentindo sufocada, aquele sentimento em sua garganta se recusava a passar, se ficasse mais um minuto naquela igreja poderia desmaiar. Na mesma velocidade que se levantou, os dedos nervosos pegaram o maço de cigarros em sua bolsa, não tardando mais para acender um e levá-lo aos lábios. O tragou com prazer, puxando o ar de forma lenta para que pudesse aproveitar da sensação que a tomava antes de soprar a fumaça. “Quer?” Perguntou para a pessoa que estava perto de si, referindo-se a um dos cigarros em seu maço, finalmente notando a presença alheia.. ou será que havia chegado a pouco? Jördis estava presa demais em seu mundo para notar. 

[cloverjng]

ecvie​:

“jamais perderia qualquer homenagem à minha grande amiga.” o disse irônica para os ouvidos afiados daqueles conhecidos a tanto tempo, quase soando melancólico aos olhos de outros parecendo especialmente atentos no que queria dizer a famosa turma 95. “não finja que não sabe, clover. aposto que meu rosto está no instagram da marca do blush que está usando.” o nariz se moveu num gesticular mostrando as bochechas rosadas, encarando o padre ocupando o altar para disfarçar a conversa fora de hora. “nunca mais ouvi falar de você. quando terminamos o colégio quase apostei que seu nome apareceria como escritora de revista de fofocas. o que tem feito?”

⸺⸺ eu estou até enjoada de ver seu rosto por new york, a esse ponto... ⸺⸺ brincou discretamente com evie, pois ela realmente estava certa. clover lembra bem quando assustou-se ao encontrar o rosto da antiga colega de turma em uma de suas lojas favoritas. ⸺⸺ não iria ouvir, eu preferi me afastar de tudo que remetia a arcana depois de me mudar. ⸺⸺ comentou, tentando não se abrir muito. não era nem um pouco próxima de evie para desabafar com ela, ainda mais depois de anos sem trocarem uma palavra sequer. ⸺⸺ eu só estive estudando. vou seguir o caminho dos meu pais e me tornar médica... bem, vou tentar. se nada der certo, posso seguir seu conselho e me dedicar às fofocas. esse seria o significado de trabalhar com o que ama.

[cloverjng]

ecvie​:

para evie, ocasiões desagradáveis como aquela serviam muito bem a favor da própria imagem. cordial, silenciosa, abatida, dentro da igreja o teatro fora convincente o suficiente para que o policial de sobretudo engordurado não a considerasse suspeita ou apática em excesso. mas longe do olhar masculino, não tinha razão para tal. “está com medo, clove?” girou o queixo minimamente, a encarando junto ao sorriso que estampou os lábios pintados num vermelho vivo, quase inapropriado. “ela está chorando tão alto que não me ouviria mesmo se quisesse.” e o som a incomodava, vislumbrando o céu radiante demais pensando a ocasião que se encontravam. “acho engraçado que todos tentem ser tão legais com a mãe da emily como se não tivéssemos sido uns filhos da puta com a filha preciosa. inclusive você, certo?”

clover revirou os olhos para a loira, mostrando desaprovação pelas atitudes da mesma. não que aquilo fizesse diferença para evie, até mesmo concordava em partes com o que ela falava, mas tentaria ao máximo manter a imagem de boa moça e antiga amiga de emily bowe. ainda mais com a polícia tratando a antiga turma como suspeitos no caso. ⸺⸺ eu?! ⸺⸺ questionou incrédula, mais falsa do que já estava acostumada a ser. ⸺⸺ você sabe bem que eu fazia parte do círculo de amigos da emily. eu nunca faria nada de ruim para ela. ⸺⸺ ditou, sorrindo falsamente e observando ao seu redor com atenção antes de continuar a falar em um tom mais baixo ainda. ⸺⸺ nada daquilo foi ideia minha, pelo que me lembro.

[cloverjng]

hazcel​:

❝ é claro que eu estou aqui, reynolds. você, que tem o ouvido nas paredes, parece que não se atentou aos boatos que sempre nos rondaram. os presentes na viagem da turma de dois mil e dezoito são, tecnicamente, obrigados a aparecerem ou se tornam suspeitos. ❞ sussurrou a última parte para que só clover pudesse ouvir, inclinando-se de modo a ficar mais próxima da figura feminina. ❝ principalmente agora que reabriram o caso. você recebeu a intimação, não recebeu? ❞ não estava curiosa, longe disso; hazel estava mais afim de comentar sobre esse encalço que havia encontrado no seu caminho mais uma vez, quase que como a necessidade de desabafar. claro que ela não faria isso com clover – ainda que tivesse aprendido a “conviver” com a outra após os acontecimentos que não são dignos de serem relembrados, esse nível de intimidade se encontrava bem longe de ser alcançado. ❝ fiz o que todos fizeram. procurei emprego e a independência dos pais. canadá foi meu destino. está bom ou prefere que eu seja mais detalhista? ❞

⸺⸺ ainda bem que são só boatos, hm? eu trabalho apenas com a verdade. recebi a intimação, mas sei que só vim perder meu tempo aqui. mais uma vez não vai dar em nada... ⸺⸺ piscou discretamente um de seus olhos para a garota, em uma tentativa de mostrar que não se abalava com o caso de emily bowe voltando a ser investigado. a verdade é que se abalava muito, mas não iria demonstrar isso a qualquer um, principalmente hazel. ⸺⸺ você sabe que quanto mais detalhes, melhor! você tem que me contar como foi parar no canadá e o que faz por lá também, poxa. em que está trabalhando? atriz? vendedora? conselheira matrimonial? ⸺⸺ sorriu em uma falsa simpatia, pois na verdade não tinha um verdadeiro apreço pela outra. na verdade, apenas suportava hazel para mostrar que sempre foi melhor do que a traição que sofreu por parte dela e seu ex-namorado. ⸺⸺ eu fui para new york e me dediquei aos estudos, só isso. tentei me manter longe de problemas lá.

[cloverjng]

thwdevil​:

‘‘eu tenho cara de algum fodido que ficaria nessa cidade de merda?’‘ respondeu de forma simples, não conseguia pensar em um único motivo que prenderia uma pessoa a arcana. a cidade interiorana mais parecia uma prisão do que qualquer outra coisa para o rapaz que não pensou duas vezes antes de se mandar com o pensamento de nunca mais voltar, mas ali estava novamente, puxado de volta para o grande monte de merda que era arcana. ‘’depende do que você considera bom… e aí, clo. qual a boa?’’ 

⸺⸺ não iria me surpreender se alguém tivesse continuado aqui. mas você tinha que ir arranjar problemas em um lugar novo, né?! ⸺⸺ brincou com o rapaz e soltando o ar pelo nariz logo após. não aguentaria mais um minuto dentro daquela missa, mas precisava manter a imagem o mais limpa possível em meio a nova investigação. ⸺⸺ qualquer novidade é boa pra mim, você sabe! gosto de ser atualizada sobre tudo. ⸺⸺ comentou, pouco se importando em esconder que apenas tinha curiosidade em saber sobre tudo de vidas alheias. ⸺⸺ passei esses três anos presa em new york. não que tenha sido ruim, lá é bem mais movimentado que aqui e as pessoas são muito mais interessantes. ninguém que conheço estaria fazendo uma missa depois de três anos da morte da mesma pessoa.