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Colecionadora de Vazios
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colecionadoradevazios · 1 year ago
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Sobre as consolações
As consolações divinas são para nós como uma espécie de combustível para o fogo da devoção e parecem aparecer principalmente naquele período inicial, quando nos descobrimos no erro e voltamos nossa vida para Cristo. É como um aperitivo do que é o céu, um lembrete de que vale a pena abnegar dos prazeres mundanos.
Conforme vamos amadurecendo na fé, entretanto, elas diminuem e por vezes parecem findar por completo. Eis um ponto complicado: nos desfazemos dos prazeres terrenos e não temos nenhum consolo celeste. Citando São Francisco de Sales, "parece-lhes que não estão nem no céu nem na terra e que vivem cercados das trevas de uma noite perpétua". Podemos então nos perguntar: por que Deus permite que isso aconteça? Por que Ele parece nos abandonar? Ora, porque Deus não quer seus filhos como crianças mimadas.
Gosto muito de me imaginar como criança aprendendo a dar os primeiros passos e descobrindo o mundo, e a Deus como um pai paciente, mas firme. Pois bem, um bom pai dá consolos a seu filho, permite um doce ao fim da refeição e entrega beijos de boa noite. Ao mesmo tempo, um bom pai ensina ao filho a ter disciplina e que certas coisas devem ser feitas mesmo que sem recompensa alguma. Para uma criança no processo de deixar a chupeta de lado, parece razoável entregar um presente em troca, mas se na noite seguinte ela chora pedindo a chupeta, é preciso que ela aprenda a lidar com a própria dor. É preciso que ela aprenda que o que é bom nem sempre será doce e agradável. Conforme os anos avançam, ela precisa aprender a cumprir com suas obrigações sem esperar por presentes e afagos.
Assim somos nós, como crianças abandonando a chupeta. No princípio, ao abandonarmos a vida velha e iniciarmos a vida nova, Deus, como um pai, nos consola pelo mal que abandonamos e que pensávamos ser um bem. Mas, para que possamos amadurecer, é preciso que não nos prendamos somente a essas sensações e que façamos o que precisa ser feito mesmo sem receber nada em troca.
Amadurecer é um dos pontos, amar verdadeiramente é outro. É muito fácil "amar" enquanto somos constantemente recompensados, quando de nossos olhos correm lágrimas de emoção, quando nossa pele se arrepia e quando tudo em nossa vida corre bem. É muito fácil para uma criança abraçar seu pai quando ele lhe entrega uma bala. É um amor falso, egoísta, que só pensa em si. Quando nada temos em troca, quando nada sentimos, e ainda assim permanecemos, eis aí o amor verdadeiro.
O amor à Deus precisa ser como um casamento, é preciso renovar constantemente as promessas feitas no altar: amar na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Amar enquanto Deus nos consola e permanecer amando mesmo se ele tudo nos tirar. Amar sabendo que não somos merecedores de nada, sabendo que o céu não é uma garantia, sabendo que nossa existência é fruto exclusivo da misericórdia de Deus. Amar como disse Santa Teresinha de Lisieux: "Senhor, se por acaso eu for para o inferno, até lá continuarei te amando".
Quando as consolações vierem - se vierem - agradeçamos ao Senhor por sua piedade, mas tenhamos cuidado. Se elas não nos trazem fruto algum, é provável que sejam uma cilada. Citando novamente São Francisco de Sales: "ver-se-á, digo, que essas lágrimas tão ternas caem num coração viciado e não o penetram, são-lhe inteiramente inúteis".
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colecionadoradevazios · 2 years ago
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eu queria te escrever e dizer tudo o que estou sentindo, mas não sei se devo. a cada duas semanas eu vivo e morro. a cada duas semanas eu fico em carne viva quando você vai.
eu sou racional durante as duas semanas, mas quando te vejo não consigo deixar o sentimentalismo de lado. quando te vejo, meu coração derrete, meus olhos brilham, meu coração bate mais rápido. e dói, dói feito mil punhais furando minha carne. dói te ter ao meu lado e não poder te tocar. dói saber que temos poucas horas até que você vá.
toda vez que você vai, eu choro. toda vez que você vai, eu espero pelo dia em que não terei mais que me despedir.
é como aquela música do skank: te ver e não te querer, é improvável, é impossível.
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colecionadoradevazios · 3 years ago
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He did say I was pretty, but emphasized I wasn’t the prettiest; he did say I was good, but emphasized I wasn’t that good. He never surprised me, even knowing I loved surprises; he never took me to places I wanted to go, or told me the things I wanted to listen. When I opened myself and showed him my scars, he didn’t hug me or told me everything was going to be ok - he told me he was tired of watching me crying, he told me I was crazy.
I had to beg for his time, over and over. I had to beg for his words, over and over. I even begged for his love.
It didn’t make me stronger, it made me weaker. It made me think nobody will ever see me as someone truly important, as someone worth it. 
I don’t know if I’ll ever get what I want, the love I want. The damage has been done, but he won’t hurt me again.
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colecionadoradevazios · 3 years ago
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É assim que acaba. Quando você não se decide, quando você sabe o que quer mas resolve brigar com seu coração. É assim que acaba. As pessoas seguem em frente, elas não tem obrigação alguma de esperar por você. Enquanto você não se decide, você magoa as pessoas ao seu redor e as motiva a te esquecer; você as obriga a decidir por você, e a decidir por algo que você talvez não queira.
É assim que acaba, sem adeus, sem beijo de despedida, sem um ponto final. Aliás, ponto final em uma frase nunca escrita? Você não teve a coragem de iniciar algo, você não tem o direito de esperar por um fim decente.
É assim, com um vazio no peito, com uma ausência justificável, que acaba.
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colecionadoradevazios · 4 years ago
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Eu era ninguém. Eu era uma casca oca que andava por aí fingindo ser alguém. Um oceano raso: ao olhar, parecia vasto e profundo, mas ao tentar mergulhar a água não chegava a seus joelhos.
Eu estava perdida, desde criança eu estive perdida. Vagando por aí a procura de um propósito, errando e caindo e pensando acertar. Eu chorei por nada e eu morri por nada. Eu era ninguém.
Ainda vago aos tropeços e meus joelhos ainda estão machucados de tanto cair, mas agora não finjo ser alguém. Agora tenho a consciência do que sou e do que não sou. E tem tantas coisas que eu não sou! Mas Ele veio até mim, Ele me acolheu quando eu não era nada além de um vaso sujo e quebrado e vazio. Ele me trouxe a possibilidade de um dia ser alguém, e eu quero ser alguém.
Eu quero, ardentemente, ser alguém.
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colecionadoradevazios · 4 years ago
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A sensação de que algo está faltando sempre volta. É difícil convencer o coração de que está tudo certo. Eu vivi todo o tempo perseguindo algo que nem sei se existe, desejando algo que nunca vi. Um olhar que me tiraria o ar, um toque que me arrepiasse. Alguma coisa que durasse. É claro que a vida é feita de ciclos, e como "boa" sanguínea que sou, estou acostumada a paixões que vem e vão muito rápido, mas eu queria algo que durasse. Um amor que depois de anos ainda me fizesse ficar boba, que me deixasse ansiosa e que me fizesse feliz. Todo mundo fala que depois de um tempo a paixão esfria mesmo, mas como posso passar minha vida toda ao lado de alguém que não me desperta emoção? Meus ideais mudaram e mais do que nunca eu desejo algo que vá comigo até a morte, porque para mim não existe mais a possibilidade de volta depois que o anel dourado estiver em minha mão esquerda. E por mais que eu possa fingir para o mundo que sinto, não posso vestir uma máscara ao olhar para o espelho. Ou ao falar com Deus.
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colecionadoradevazios · 5 years ago
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Eu tinha o habito de comparar pessoas intensas com bebidas. Elas eram como uma garrafa de uísque e uma unica dose era capaz de me derrubar. Eu tenho essa coisa de ter medo de beber e de repente querer virar uma garrafa e depois querer ficar sóbria logo.
Eu pensei em te comparar com uma garrafa de uísque, mas você é mais, simplesmente mais. É capaz de me fazer cair com um gole e me levantar com a mesma quantidade. O alcool pode viciar, mas não tão rapido quanto você. E no momento me encontro numa abstinência profunda. Você costuma me causar euforia e tranquilidade quase simultaneamente e quando você não está por perto parece que fica um vazio (me refiro a perto de verdade, perto da alma e não apenas de umas poucas palavras e beijos trocados).
Você é um remédio a base de codeína: causa uma reação em meu organismo que o transforma em morfina e cessa até as dores mais profundas. O tratamento prolongado causa dependência.
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