cotidiamar
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Cotidiamar
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cotidiamar · 4 years ago
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fratura
carrega no peito chumbo quente cria raízes em terra vulcânica afoga e mapeia o próprio mar tem colo de ervas e coxas cheirando pitanga descansa a cabeça no peito guarda os pelos enroladinhos na ponta do dedo cata caquinhos de si pelo chão guarda na sua malinha de mão tem medo de se expor na mesa de jantar em seu jardim, babosa pra cura pés descalços riso de amora te oferece chá você bebe com as mãos faz ninho no sol é desassossego na própria tempestade mas o raio alumia o mergulho pra dentro cata caquinhos queima paredes de sua morada atiça fumaça é gozo é fera abatendo presa é água mansa é terra fértil abraçando carniça é densa é incerteza é ódio é nada é tempo em espiral e escrita não acabada
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cotidiamar · 4 years ago
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Ele tem cheiro de aconchego.
@cotidiamar
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cotidiamar · 5 years ago
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chá com gosto de boca queimada
o chá que eu tomo tem gosto de boca queimada
sufoca a garganta queima o estômago enche minhas veias de veneno e eu derreto
não me derreto feito quando amo derreto e sumo intoxicada desapareço viro brasa de dentro pra fora
o peito pesado tenta mas cansa arde com as lágrimas amargadas dia e noite cansa
lá vai o chumbo quente encostar no travesseiro colocar barragens conter oceanos em fúria
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cotidiamar · 10 years ago
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Porque eu quero
Já comeu alguma coisa que te causa boas sensações? Algo que aguça todos os seus sentidos? Algo que por si só já é bom? Algo que gera uma certeza positiva sobre tudo o que passa a acontecer nesse degustar? Algo que gere uma ansiedade em provar seu gosto?
Pois então, hoje eu me peguei pensando em você e senti falta de algo. Senti saudade (porque saudade a gente só sente quando vale a pena). Senti vontade. Senti falta de te abocanhar, devagar e firmemente. Senti falta de fechar os olhos e me concentrar em cada pedacinho, cada textura, cada som ao te ter em minha boca. Senti falta de te olhar e ser a tua vez de fechar os olhos. De mergulhar no seu tesão e acompanhar toda sua expressão de deleite.
Hoje eu senti falta do seu pau na minha boca.
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cotidiamar · 11 years ago
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Quereres
   De tempos em tempos sinto um vontade de te procurar e perguntar se você está bem, conversar de forma leve e aconchegante sobre qualquer coisa, até sobre aqueles problemas que não costumamos dividir com qualquer pessoa, sabe?
   Pois é, tenho estado assim ultimamente. Quero te ver, sentir aquele frio na barriga de quando te vejo por aí e perder as palavras ao chegar perto. E pra falar a verdade também te quero nu numa cama ao som de guitarras melodramáticas, prontos para desfrutarmos de todas as segundas, terceiras, infinitas intenções cultivadas nas entre linhas de cada palavra dita e não dita.
   Vem então, aproveitar que aquele convite pra um café, num dia qualquer ainda está de pé. Vem compartilhar dos bons sabores da vida na minha mesa e se aparentemente faltar espaço, meus amores e eu puxamos as cadeiras para a sua caber, dividimos a conta e até a cama. Falando em cama, não precisa ser grande... Ás vezes dois corpos são melhores quando o espaço entre eles é menor.
   Eu quero é um céu estrelado na tua boca, um rio quente no teu corpo e nos meus ouvidos o prazer a sussurrar a quentura que vem de dentro de nós.
   Vem querer ser café na minha boca.
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cotidiamar · 11 years ago
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Desatino
Por entre milhares e milhares de páginas, centenas de livros organizados entre estantes e do outro lado do corredor: você. Atentamente e pausadamente te observaria a tal ponto de não disfarçar quando teus olhos cruzassem o caminho dos meus.
Eu lembraria daquelas conversas baratas e rasas dos últimos meses, de todo decoro construído sobre as palavras não ditas, que bem sabemos, não agradariam os ouvidos dos mais castos. Uma troca de sorrisos e tudo poderia acabar-se no instante posterior, mas efervesceu. Um desassossego, um desatino, uma ânsia tomariam conta de nossos seres. A passos firmes e alguns minutos após: a confirmação. Você, ainda com vários livros nos braços apareceria em minha porta e antes de repousá-los sobre a mesa perguntaria "posso" olhando para a cadeira à minha frente; "claro" seria a resposta.
[...]
Logo os livros se tornariam entediantes e o silêncio incômodo. "Tudo bem?" "Tudo bem sim" "Hum..." "Vem aqui!" "Oi?" "Tem um cílio solto no seu rosto." Você aproximaria seu rosto e o cílio seria cuidadosamente retirado. Você sorriria, eu também e de  beijos sôfregos transbordaríamos.
Minha pele colada à tua, as temperaturas se ajustando, minhas mãos segurando teu rosto, as tuas mãos apoiando-te sobre os braços da minha cadeira. Nossos beijos avançariam corpo adentro, atiçando o tato, aumentando a loucura! Me rendendo aos meus desejos por teus encantos, ajoelharia entre tuas pernas. Por sobre a roupa, lhe sinto, lhe cheiro, lhe mordo, lhe aperto. Tuas mãos tenderiam a passear por minhas costas, por vezes abarrotaria minha roupa. Procuro teu olhar para me certificar dos limites dessa aventura. Teu olhar me pede sim.
"Posso te chupar?" Tuas mãos retiram do caminho esses pedaços de pano que a moral nos impôs; para deleite meu e teu, a pele nua, quente, pulsante é exposta. Com toda volúpia lhe beijo. A quentura faz um arrepio percorrer-me. Do teu gosto, da tua textura, do teu cheiro e do teu querer me aposso. Me farto nesse enlace de corpos. Você segura o fôlego, tenta arfar baixinho, treme na cadeira, tenta conciliar a calma e exaltação que brigam dentro de ti. Mais... Mais... Mais... A cada instante o frenesi vai tomando conta dos teus sentidos. A cada instante a satisfação vai tomando conta de mim. O teu gozo correria em minha direção, assim como o rio em direção ao mar. Observaria e sentiria o resultado da combinação entre adrenalina e endorfinas em suas veias. A imagem da maior satisfação de quem quer dar prazer: o prazer do outro. [...] Depois mesmo que o vento batesse forte e gelado a caminhada seria bem proveitosa. No final o quarto estaria a nos esperar.
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cotidiamar · 11 years ago
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Sinto sempre, escrevo quando puder
Queria ter melhores palavras para explicar-lhe o que sinto, mas só sei sentir. Toda vez que tento lhe escrever, meu coração pulsa mais forte, a respiração fica descompassada, minha pele arrepia, minha boca se enche de saliva, lembro do teu cheiro, da tua temperatura, da tua voz, do teu gemido. Meu corpo enrijecesse, minhas entranhas lhe pedem. Fico embriagada, não consigo escrever. Por vezes deito, te imagino aqui ao meu lado.  Então, é como se minha mão conduzisse a tua a navegar pelo meu corpo, me tomando, me querendo, deixando-me molhada, totalmente tua. Ansiando pelo gozo.
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cotidiamar · 12 years ago
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Encontros perdidos
Tu bem sabes que não é de hoje que meus olhos te cobiçam, mas você não sabe do quão inflamável é o meu desejo por ti e o quanto sinto por não repetir as doses de madrugadas ao teu lado.
Não estou querendo ser sentimental ou que você seja. Bem conhecemos nossos limites e tratados selados aos beijos entre goles de cerveja, mas é que me bateu uma vontade de você.
Talvez você saiba o porquê. Dias quentes me excitam e por vezes me pego pensando em ti. Nessa tua pele morenada, ardida como o sol. Nesse teu corpo pulsante, vivo como o sol. Nesses beijos desenfreados que me cobrem como o sol.
Tu bem sabes de tudo isso, porém o que é bom pede outras doses.
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cotidiamar · 12 years ago
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Não mais
gritou calei machucou escondi bateu corri queria recusei forçou enfraqueci satisfeito chorei amanheceu saiu fugi achou gritou calei machucou escondi bateu corri queria recusei forçou enfraqueci satisfeito chorei anoiteceu acordei dormiu dormi acordou não acordei mais
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cotidiamar · 12 years ago
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REDenção
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Rodoviária. Ônibus de saída. Sorriso largo. Lábios cor de vinil vermelho. A mais bonita. Cabelo crespo, camisa social branca, jeans e tênis descolado. Ela troca algumas palavras com o motorista. Descubro em que cidade irá desembarcar. Uma pena, gostaria tanto de te encontrar no meu destino, nega. Você que está na poltrona do outro lado do corredor, dorme feito criança, ronca baixinho e eu aqui do outro lado te observo. Meu desejo é sentar ao teu lado, sentir de perto teu cheiro, teu calor, oferecer meu ombro como travesseiro e ouvir mais da tua voz.
Pois é moça, gostaria de saber seu nome, seus gostos, seu sabor de menina moça. Percorrer seu relevo, embalar-te em meus braços.
Quem sabe num momento de coragem eu me despiria de todo pudor e te chamaria para uma aventura, só nós duas aqui mesmo, debaixo do cobertor, na madrugada da estrada neste silêncio quase cheio ou lá na cabine do banheiro. É moça, você já vai descer e eu espero que nessas andanças da vida nos encontremos novamente.
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cotidiamar · 12 years ago
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Fragmentando
Olhos que se arrastam, que se conhecem.
Mãos que se tomam, que se possuem.
Bocas que se devoram, que se consomem.
Corpos que se chamam, que se permitem. Cheiros que se despertam, que se pedem. Fluídos que se espalham, que se fundem. Sexos que se ganham, que se vivem.
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cotidiamar · 12 years ago
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Parágrafo único
Antes de aceitar teu convite pensei que estava me arriscando, sair com uma pessoa há pouco conhecida. Mas eu acredito nas pessoas, que elas são sinceras e sensíveis ao mundo ao seu redor. Fui. Você abriu a porta. Não esperei cavalheirismo, isso me ofenderia, prefiro a gentileza e assim foi. Com você a conversa flui, poderia passar horas conversando ou somente ouvindo tuas palavras. Você me faz rir, gosto disso. Sentamos no sofá, já sabia o que esperar, só estava meio sem jeito, sabe como é, todo mundo tem suas paranoias, mas você me puxou pelo braço, sem rodeios me tomou por inteiro. Foi direito ao ponto, não me importei, também te desejava. Pois é, você me surpreendeu, me tomou em teus braços, foi o mais atencioso possível, um pouco feroz, mas quem não gosta de uma sacanagem? Infelizmente o tempo corre, não tinha mais tempo, foi quando saquei algo diferente no teu olhar. Fui saindo feito uma fugitiva, pedi desculpa por qualquer coisa e até o copo d’água recusei. Só lamento por esse final. Deveria ter te dado um beijo de despedida, ter te convidado pra qualquer dia desses continuarmos o que começamos, sorrir e dizer até mais. Pensando bem, foi bom ter recusado o copo d’água, pois pude sentir o teu gosto por mais algum tempo em mim.
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cotidiamar · 12 years ago
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Voa bem-te-vi de volta para os braços de alguém que um dia te quis.
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cotidiamar · 12 years ago
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Vila I
O bairro é afastado, costumam chamar de periferia. Pra chegar até aqui tem que atravessar a rodovia, tem que prestar atenção nos buracos da pista e na má iluminação Não é raro acidente nem fiscalização
É virando à direita, numa ruazinha estreita. Cuidado, tem gente morando atrás dessa mata! O Estado aqui só passa se na mão tiver o porrete Mas meu senhor não se esqueça que favelado também é gente
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cotidiamar · 12 years ago
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Brisa sorrateira
Ao meu lado sentia seu corpo despertar, logo não demoraria para que ela se virasse em busca de meu rosto. Lívia tinha esse estranho hábito de me encarar, não importava se eu estivesse dormindo ou acordado, várias vezes me deparei com seus olhinhos castanhos pela casa. Ela era esse tipo de pessoa que consegue achar graça em pequeninos atos, como por exemplo o esvaziamento da xícara de café enquanto o bebe, era até engraçado vê-la nesses momentos de contemplação, uma criança olhando pelo caleidoscópio. Então virei-me e lá estavam aquelas amêndoas a me observar, bem como seus lábios inchados, sua face amaçada e cabelo esparramado por todos os lados e como que dizendo bom dia sorri e me beija num beijo preguiçoso, tão preguiçoso que terminou em um bocejo. Espontânea e sincera como sempre.  Saiu da cama e eu sabia que ela iria tomar banho, aproveitei para me espreguiçar e sentir seu perfume. O barulho do chuveiro era a trilha sonora e eu de olhos fechados, imaginava minha musa lá, dançando sob águas quentes. Depois do café da manhã-quase-tarde iriamos começar a faxina, juntos. Depois de certo tempo acabamos criando uma rotina, que além de envolver tarefas domésticas incluía também escorregões ao lavar o banheiro, roupas manchadas depois de saírem da máquina de lavar, miojo no jantar de sexta á noite, chinelos trocados, maratona de vídeo game, indicações de livros e filmes, novidades na cama, palavrões, choros, visitas de amigos e parentes...  Depois de cuidar do básico, tirar pó, varrer, passar pano e lavar a louça enquanto Liv cuidava do banheiro, lá estávamos na área de serviço, parecia que todas as peças de tecido da casa resolveram serem lavadas.  Liv colocava algumas peças na máquina e as mais delicadas, segundo ela, eram lavadas á mão e eu, sentado no chão separando as roupas pela cor, segundo suas instruções.  Algumas vezes ela ficava quieta, como se não estivesse ali, naquele momento acho que ela estava pensado num lugar para aproveitar o sol, o céu azul, o calor e a brisa fresca ou no que comeríamos ao terminar a faxina. Quebrando o silêncio fui colocar um som, o dia (eu) pedia por Carlos Santana e Liv ficaria feliz, ela também curtia as músicas do cara, principalmente os solos, ela dizia que tinham uma espécie de magnetismo que te envolve, impossível de resistir.   Encostada na tanque esfregando alguma roupa, sem se preocupar em molhar o chão ou a si mesma, lá estava ela balançando o corpo feliz, já envolvida pela música. Ela me olha e sorri. Dali, da porta onde eu estava apoiado vê-la simples, crua, viva, leve, suave, uma imagem de caráter puro, mas de essência profana só porque eu a desejava, tinha gosto de paraíso, porém para minha sorte era real.  Da janela aberta vinham ventos brincar com seus cabelos mau arrumados num coque, secar o suor que escorria pelo seu pescoço, balançar seu vestido florido molhado, cuja uma das alças pendiam pelo braço. Como ela estava linda!  Vencido por seus encantos...  - O que foi?  - Ahhh... Olha só pra você, eu não consigo ficar longe.  Lívia ficava constrangida toda vez que era elogiada mesmo que indiretamente, porém só pra reforçar o elogio inconscientemente sorria o tempo todo, pensando que tolo por estar elogiando-a, provavelmente. Ela tinha esse paradoxo dentro de si, era amável e dura ao mesmo tempo, uma peça rara, muito defeituosa como costumava teimar em dizer.  Interrompendo-a num abraço. Instintivamente seu corpo relaxa e com meu rosto apoiado na curva de seu pescoço digo que a amo, mais um sorriso sem jeito. Beijo cada pedacinho que alcanço, posso sentir que sua retribuição devido a sua respiração mais profunda, devido ao balanço de seu corpo junto ao meu. Estávamos rendidos. Vencidos.  Face a face uma longa pausa, Liv está me encarando. Com suas pequenas mãos molhadas envolve meu rosto nos levando a um profundo beijo, seguido de intensos olhares, sorrisos e carinhos.   Já é tarde demais para pensar em ao menos baixar as cortinas da janela, a tenho envolvida em meus braços apoiada sobre a máquina de lavar e ela me tem envolvido entre seus braços e pernas. Amantes, livres, despretensiosos nos amamos.  Olhando em meus olhos ela pergunta:  - Sabe no que eu estava pensando?  - Não.  - Estava pensando que não haveria melhor forma de aproveitar esse dia lindo do que dessa maneira.  - Fazendo sexo?  Nós rimos.  - Sim, mas melhor do que só isso, com você, assim, sendo só.  - Que tal repetir a dose?  Rimos mais ainda. Ela me responde com um sorriso, um olhar enigmático e aquela combinação fatal de beijo com pegada pela nuca.  Ainda bem que os vizinhos da frente estavam viajando.
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cotidiamar · 12 years ago
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Mais café, por favor!
Admito que não foi na primeira vez que te vi, acho que foi algum tempo depois sem tê-lo sempre à vista que me dei conta do que estava acontecendo. Tentei negar mas depois que, por um descuido você olhou em meus olhos, fazendo meu coração parar por um segundo não pude mais fazê-lo.
 Então depois do café vieram os jantares, os passeios, os dias na minha casa, os dias na sua casa, os dias na nossa casa.
 Seu sorriso aberto, seus abraços, sua mão sobre a minha, nosso cheiro nos lençóis, todas as manhãs, todo dia.
 Ah, não pense que sou boba por estar assim te olhando meio derretida, é que andei fugindo dessa coisa que chamam amor, desse frio na barriga, dessa alegria repentina, desse sorriso torto estampado no meu rosto e agora cá estou totalmente imersa nele.
 Então olho para o relógio ainda faltam cinco minutos para acabar o meu intervalo, o meu café já acabou, a fila do caixa está maior hoje, muita gente vai ficar trabalhando até mais tarde, você parece preocupado, não para de olhar para a tela do celular, o seu café já esfriou...
 Eis que ela, aquela que eu nunca havia visto antes, senta-se na sua mesa, seus olhinhos cor de mel sorriem e aquele ar sério desaparece, você procura algo no bolso do seu casaco, segura a mão dela... Enfim você a pede em casamento, todos notaram o pedido meio sem jeito e aplaude os noivos...
 O meu intervalo já acabou, estou atrasada e um pouco surpresa com sua atitude, porém desejo toda a felicidade para o casal, até mais do que eu havia imaginado para nós nesses meus pequenos devaneios...
 A garçonete vai fechar minha conta, a nova banda da noite já vai começar a se acomodar no pequeno palco, vai ser blues, o guitarra senta-se no chão mesmo, começa a tirar o som... Ah... Um sorriso...
 - Por favor, mais um café!
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cotidiamar · 12 years ago
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Asas entregues
Diante de um abismo está meu ninho. Já é tempo de alçar voo; mas tenho medo. Pequenos ensaios não se comparam à uma vida inteira.
Lá em baixo um lindo rio, águas puras alimentam a região ao seu redor, desmanchando-se em riachos e lá na frente deságua nos braços da maré.
No horizonte minhas cores preferidas, no mais lindo momento que meus olhos capturam. A mata quente, úmida, ruidosa, a banhar-se sob o sol. Este sol que aquece, conforta, mas também machuca e queima; este sol que vagueia na imensidão profunda desse azul tão céu.
o vento vem, enche o vazio, envolve minha matéria. Se vai. Me provocando, deixando sempre a vontade de um voar intenso.
o canto de outros pássaros... Tão belos!  E então à beira do meu conforto um verdadeiro voo espreita.
Minhas asas tremem desengonçadas, uma sensação calorosa invade meu peito, o frio na barriga é intenso. Esse abismo tão eu. Tão ele.  Tão vivo, tão impossível de resistir. Tão você.
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