despido e cru, ácido e sensível, paradoxal suicídio da minha imagem pública
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diário de guerra 1

às vezes um limão é mesmo um limão
já é quase 3a feira e ainda não me acostumei com o sensação do estouro das bombas à distância.
sábado de manhã fui pedalando para abrir o café, um pouco antes das sete horas da manhã, chegando lá dou bom dia para Daniel e escuto o primeiro de vários outros alertas que viriam a ocorrer. Ele me explica que existe algum atrito relacionado aos laços diplomáticos estabelecidos entre israel e arábia saudita enquanto conversa com uma clientes que chegou mais cedo para pegar um café. Mais alguns estouros foram ouvidos e alguns clientes recebidos então perto das dez da manhã nossa amiga Ifat chega para tomar café. ela nota que esqueceu seu copo e diz que vai passar em casa para pegá-lo. alguns minutos se passam desde que ela saiu quando soa a sirene: sinal de que era preciso trancar o café e ir para bunker do hotel ao lado. entre clientes, funcionarios e transeuntes éramos entre 15 a 20 na sala protegida esperando por algum bum, mas não ocorreu.
Daniel e eu voltamos para o café e começamos o processo de fechar a loja. Nossa amiga Ifat chegou com seu copo querendo conversar, mas não era momento de ficar de papo. fiz um café pra ela e limpei a máquina, ela se sentou na rua. quando trancamos tudo ela estava conversando com Naomi, e nos mostrou em seu telefone videos do que havia acontecido na fronteira sul. aquelas imagens me tocaram e foi se como a cidade inteira tivesse sentido também. ficamos sentados no chão da cidade, não passavam carros, não havia gente, mas não queríamos arredar o pé daquele momento em que ainda tínhamos uma doce ignorância, já em processo de decomposição.
voltei pra casa um pouco apreensivo e um pouco cansado pra variar, durante a tarde e noite explosões à distância e por três vezes o soar da sirene e a evacuação para a sala protegida que fica no andar térreo do prédio onde moro.
no apartamento 5 desse prédio moram Marquinhos e eu. As notícias que ele me dá sobre seus amigos e sobre o que fizeram no lugar em que ele viveu são difíceis de acreditar, mas cada vez os noticiários e vídeos vem a comprovar que o incrível está acontecendo.
apesar do entorno eu ainda estou mentalmente saudável. a guerra ainda não me levou, mas não é isso o que passa com a maioria. a resposta natural ao sofrer um ataque crítico é neutralizar, revidar e vingar. no entanto, a vingança nunca é plena e estamos hoje vivendo as vinganças de tempos idos. estamos fazendo aquilo que sempre esperavam que fizéssemos, e estamos perdendo, mas com certeza alguém está ganhando. E isso eu gostaria muito de saber.
o trabalho foi suspenso no domingo, fiquei em casa e fui com Marquinhos no supermercado de noite, não havia mais água engarrafada para vender. uma sensação estranha pairava no ar, fizemos compras consideráveis e voltamos sem rodeios.
hoje cedo fui trabalhar e constatei que a guerra também acontece longe das fronteiras, tiros, mortos e feridos: ela acontece no coração.
nossos amigos no fronte, nossas famílias em perigo. às vezes um limão é somente um limão.
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Gabi rei do falafel (Taken with Instagram at היפו פלאפל אורגני)
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merci beaucoup ariane mnoucknine!
tem momentos em que eu me sinto levitando, congelado, extasiado, sem fôlego. não é quando estou sendo profundo, é quando estou a flor da pele, no raso, no seco, exposto na totalidade.
verdadeiro, sincero, honesto e espontâneo em carne e osso? parece difícil. pergunto: é só em momentos de profundidade que se chega à raiz das idéias? por que é bom ser profundo? por que ter que se afogar pra chegar a algo que valha a pena? o estado original está no todo e não só no fundo.
ser integral é desafio no mundo de especialistas. mas e aí? antes de ser engenheiro, gari, médico ou zelador o cara é humano. judeu brasileiro ou brasileiro judeu? isso é só uma parte do todo. é impossível entender as partes sem ver o todo, mas também é impossível entender o todo sem ver as partes.
quando eu me perco nesse diálogo entre eu, parte do todo, e o todo, parte de mim, é que eu chego lá.
lá!
aqui!
foi assim que eu me senti assistindo a montagem de ariane mnouchkine. não é uma obra cênica, não é uma peça de teatro, não é cinema, é um tratado sobre a natureza humana. não é para especialistas ou apreciadores de arte, é para humanos. está além da arte, ultrapassa os limites do que é conhecido, é novo ao mesmo tempo em que é tão familiar.
a técnica é orgânica e indefectível, mas a humanidade é onipresente. é como um espelho inteligente, pedagógico e sensível. posso dizer que foi o melhor espetáculo que vi na vida. em três horas e quarenta e cinco minutos eu entendi melhor o mundo e a mim. e foi bom.
* 'Os Náufragos do Louca Esperança ' por Théâtre du Soleil
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Merci beaucoup (Taken with Instagram at Théâtre du Solei em Canoas)
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caiu como uma luva!
Pedro Da Rocha Cruz
obrigado TIM Celular... Viver sem fronteiras é passar o dia todo sem sinal no celular... Viver sem fronteiras é mesmo assim sair de casa otimista, descobrir os novos lugares naturalmente, encontrar os velhos amigos pelo mero acaso. Viver sem fronteiras é voltar pra casa sem 10 chamadas não atendidas. =D
Curtir (desfazer) · · há 30 minutos próximo a Porto Alegre ·
Você e outras 6 pessoas curtiram isto.
Ana Negreiros haoieaheaeiha eu fiquei foi muito p !
há 15 minutos · Curtir
Pedro Da Rocha Cruz viver sem fronteiras é criar menos expectativas e não precisar de muito. =P
há 9 minutos · Curtir (desfazer) ·
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maravilhas
tá rolando a famosa ressaquêra. ela vem coroar a noite de ontem que coroou muito bem o dia de ontem.
hãn?
ontem foi o dia mais importante da semana, de (teoricamente) não fazer nada, de poder ser / sábado, seu lindo.
ontem eu experimentei a vida. a vida no exato momento em que ela acontecia. analogicamente. e quem vivia era eu.
senti paris. onde a vida acontece em cada esquina e nada pode ser mais interessante do que o cole porter tocando seus próprios standards no maxim. é lá onde acontecem as melhores conversas e sacadas. é lá onde o hemingway diz que qualquer história verdadeira é a melhor história, desde que seja verdadeira. é lá que não existe preocupação pra que o futuro seja melhor que o agora. é lá!
"eu seeeeeeei (pausa) que a vida devia ser bem melhor e será" (?!?!?!)
não será porra nenhuma! ela não devia ser, ela TEM que ser, ela é.
//
em porto alegre, o sangrento assassinato do futuro.
no aqui, agora.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaGÓRA!
//
um especial agradeceminto a todos tus e tuys de ontem que se fizeram "presentes". foi sensação lionel.
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Radio comunitária dos vizinhos do DJ. (Taken with instagram)
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vou embora
aquela famosa vontade contida de abandonar o barco, o excesso de peso, a dor conhecida. mudar pra poder começar coisas novas, um lugar onde tudo é lucro, até o que tem um valor mínimo passa a ser considerado / sensação de consideração. o que você levaria para uma ilha deserta? em uma viagem de balão?
é como acampamento, mochilão / tenho há tempos querido começar um jogo novo de pokemón.
eu poderia capturar vários, me entreter com o aumento de possibilidades / sem ter que escolher, só encher o balde / transbordar, anestesiar (?!)
a seleção natural não é uma batalha, é uma derrota. (citar o autor que não lembro quem é.)
os dinossauros se extinguiram por culpa de asteróides, meteoro de pégasus. perdeu, dragão.
quem que não simpatiza com os dinos? se as crianças gostam, todo mundo gosta, essa é a tendência. (pedobear vem aí)
existe(m) (?) dois caminhos. a manutenção constante , pedras grandes, pequenas, areia, mas no frigir dos ovos é tudo líquido. de repente vale mais a pena chutar o balde mesmo e ver o que continua lá.
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dois
não sei o que vai acontecer//
eu tô compreendido no "delta tê" do agora.
eu pensei em seguir uma linha. fiquei orgulhoso e meio bobo por sentir um feedback positivo. queria me manter no topo do monte / na barra da saia olalá.
quis ser blasè e escrever que tô cagando pelas mãos, isso é meu, só meu, eu sou profundo, suficiente e palha. não me importo. falsidade que resiste.
redundância que não cânsia.
meu nome é thaíde.
//
essa porcaria escatológica não é nada senão vômito verborrágico, desordenado.
não é para seguir uma linha.
não vai chegar a nada.
é o que é.
está sendo, des-sendo, ex-sendo.
essendo.
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começou a circular o expresso / pra depois do ano doismil.
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opcional
ah, acabei a faculdade, mais ou menos, foi uma merda e tal, os professores não entendem nada de educação, eu sou um sensível de merda, senti o ambiente e correspondi a ele. a faculdade era ruim comigo, eu era ruim com ela, mas isso era ruim pra mim, aí foda-se, me rendi, afinal, para que serve o orgulho mesmo?
//
tenho que aprender a escrever, a rimar, a ritmar, a romário. meu ídolo da seleção de 94 campeã do mundo os estados unidos, roberto baggio bola fora.
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eeeeeee, mãos pra cima/ estilo lemey/ escrever uma merda nova todos os dias, talvez algum dia saia uma merda mais nova do que merda / se eu comesse algo mais novo e bom a merda sairia melhor/ tá deu: tadeu, o macaco da violeta, é nozes no brownie. sem meias-pala // enter!
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texto bruto, teste, tentativa, coisas sem intenção de ter sentido, experimentação, caos palavrado, palavras caosadas e casadas, ensaio, sensual (?), não, nada, niente pico, sem meias-pala,
enter!
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