dontcallastrid

[dontcallastrid]

- Não Tristan, você está na sessão errada. - Revirou os olhos diante a falta de destreza do rapaz. Astrid já não era a pessoa mais sociável do mundo, e ter que treinar um voluntário na biblioteca piorava ainda mais esse status. Ela não era dotada de um pavio muito longo, e orientar Tristan sobre o trabalho no local estava sendo um verdadeiro desafio. - Os livros infanto-juvenis não ficam na seção infantil. Quantas vezes vou ter que repetir?

‘ ACHO   QUE   VOCÊ   ESTÁ   na   sessão   errada.   nada na mão da pessoa indicava que ela buscava livros infantis. tudo bem que não era o melhor voluntário da biblioteca e estava enferrujado no contato com outras pessoas depois do isolamento forçado.

[dontcallastrid]

Jessica Barden

[dontcallastrid]

jaxwn​:

estava focado somente na comida, sua atenção sendo mínima ao que a outra dizia, até que a confissão o atingiu. ele piscou rapidamente, focando na moça com uma expressão surpresa. não estava admirado dela nunca ter ido para um encontro, mas ter esperanças que o primeiro fosse ser bom; nunca era. “bom… se serve de consolo, a primeira vez é sempre inesquecível, mas dificilmente boa na maioria das coisas.” comentou, tentando aliviar um pouco as expectativas ali. “por que escolheu seu primeiro encontro às cegas e em dupla?”

- Não escolhi que fosse assim, na verdade nem pensava nisso como um encontro, e sim em um favor para uma amiga. - O tom em que falava era firme, pois não queria transparecer o quanto a sua falta de aptidão social a deixava insegura e constrangida. Fraqueza era uma coisa que Astrid recusava-se a demonstrar, e Jaxon já tinha arrancado reações inesperadas demais dela naquela noite. - Posso nunca ter ido a um mas entendo bem o conceito para saber que isso.. - Apontou entre os dois para referir-se a eles - Não é bem um encontro. - Por mais que tentasse evitar, Astrid era uma garota jovem, e tinha sonhos de como seu primeiro encontro seria. Com certeza, nada do que estava acontecendo estavam nesses sonhos, então ela preferia não entender que sua primeira experiência seria aquela.

[dontcallastrid]

paodcmel​:

dontcallastrid​:

A tensão feminina expandiu-se a uma taxa exponencial, acarretando no enrijecer de sua postura ao fitar a mulher. Desde que Astrid havia se mudado para morar com ela e o namorado, a Specter alterara o próprio alarme para que pudesse sair antes da outra acordar e regressava tarde o suficiente para não esbarrar com ela a noite. Nesse contexto, em dias genuinamente bons, a americana poderia fingir que eram apenas ela e Oliver no apartamento. Aquele, infelizmente, não era um desses casos. “Sim, claro, eu só… Imaginei que poderia estar indo encontrar alguma amiga. Ou amigo. Ou qualquer coisa.” Ela deixou escapar, evidenciando o próprio desespero de evitar a cunhada. “Ah, é, o bolo… Não deu muito certo, eu acabei recebendo uma ligação sobre o…” A morena se interrompeu. Por mais complexo que fosse fazê-la manter-se em silêncio, havia algo no olhar de Astrid que a impelia a calar-se. E não apenas isso, mas a impor tanta distância quanto fosse possível. Durante as primeiras semanas, havia sido menos complexo evitá-la, afundando-se no próprio trabalho para não ter que lidar com a presença feminina. Agora, tantos meses mais tarde, e sem previsão de uma melhoria do cenário, Melissa não poderia se sentir mais sufocada. “Nada demais. Bom, eu estou realmente atrasada.” Mentiu, desviando o olhar para o relógio delicado em seu pulso. “Espero que tenha um ótimo dia e, ah, se importaria de avisar ao Ollie que eu estarei na casa de uma amiga por uns dias? Ainda não sei exatamente quantos mas… É. Obrigada.” Tentou se manter breve, apesar da tendência natural a tagarelar.

Era claro que a cunhada gostava da companhia de Astrid tanto quanto ela. Melissa podia ter seus defeitos, mas evidentemente não era lerda, pois não tinha demorado a entender que a caçula dos Blanchard não era sua maior fã. Portanto, fazia todo o trabalho de evitar que o caminho das duas se cruzassem, e ao menos isso fazia Astrid feliz. A justificativa de Mel sobre seu engano, entretanto, causou o efeito contrário. Era óbvio para todos que Astrid não tinha amigos. Nem ali, nem em sua cidade natal. Ela nunca fora boa em os fazer e dizia a si mesma que era assim que gostava de viver, por mais que a solidão as vezes ameaçasse a sufocar. Simplesmente revirou os olhos e bufou, virando-se novamente em direção da televisão que estava assistindo antes da chegada da outra. Duvidava que ela fosse calar a matraca, então ao menos que tivesse a distração de passar os canais enquanto isso. - Estou com cara de secretária, por acaso? Pegue seu celular e avise ele. - Respondeu com rispidez, a amargura era algo que saia quase imediatamente de si toda vez que abria a boca. - Qual o problema, afinal? Não quer passar um tempo de qualidade com sua cunhada preferida? - Virou-se novamente para ela só para exibir o seu sorriso mais sarcástico. 

[dontcallastrid]

jaxwn​:

jax olhou mais uma vez ao casal, constatando que estavam mesmo se beijando. franziu o nariz em nojo, desviando o olhar para o restante do restaurante, como se pudesse achar outro entretenimento. ao final, escolheu pegar seu celular, mexendo nele por um tempo antes dos pedidos chegarem. sentiu vontade de rir, mas conseguiu se conter. “e você achou que sua noite poderia ser boa? porque eu não.” pegou sua cerveja e já foi tomando um gole longo. “detesto encontros.” concluiu, deixando o copo sobre a mesa, pegando algumas batatas para ir comendo.  

- Bem, eu tinha esperanças.. - Murmurou a resposta mais para si mesma com o olhar baixo enquanto brincava com o descanso de copo da cerveja. Era difícil de admitir que a razão de sua mudança para Saint-Gingolph não se dava só pelo emprego como bibliotecária como também pela sua incapacidade de se relacionar com outras pessoas em sua cidade natal. Lá, sua fama de desagradável já estava consolidada, e por mais que dissesse sempre estar muito bem somente com sua própria companhia, a solidão a sufocava as vezes. No fundo, tinha esperanças de que em SG fosse diferente. Mas dada a sua recente e já fadada ao fracasso relação com Jaxon, parecia que sua fama havia a seguido até ali. - Eu nunca fui a um encontro. - Confessou sem nem perceber quando estava distraída demais absorta nos próprios pensamentos. Quando se deu conta do fato constrangedor sobre si mesma que havia deixado escapar, recobrou sua postura, sentando-se mais ereta no banco e pigarreando antes do tomar um gole da cerveja.

[dontcallastrid]

allcnemily​:

“é, é sim.” pensou em dizer que esse era o primeiro, não o que procurava, mas a bibliotecária não parecia ser das pessoas mais fáceis. então, só ficou calada, aguardando. “deveriam mesmo… só tem uma cópia de cada? quer dizer, não tem como você saber do primeiro, né… não pesquisou no sistema, digo.”

- Essa cidade é bem pequena, geralmente não tem necessidade de haver mais de uma ou duas cópias de um mesmo livro. - Deu de ombros, citando aquele fato como uma coisa óbvia que, em sua mente, todo mundo deveria saber. Astrid tinha dificuldade em enxergar visões ou opiniões diferentes da sua. - Bem, vou pesquisar então. É lógico que se tem o segundo, também deve ter o primeiro, né? Você precisa de mais alguma coisa? - Fazia o possível para manter-se educada, já que o interesse pelo livro despertou em Astrid uma certa simpatia na garota.

[dontcallastrid]

Aquele tinha tudo para ser mais um dia normal na biblioteca. Estava encarregada de categorizar uma nova leva de livros que haviam sido comprados para o acervo, graças ao dinheiro arrecadado pelo baile beneficente. A tarefa exigiria atenção total de Astrid, então estava grata pelo fato da biblioteca estar mais vazia e quieta que o usual. Preparava todo o material necessário para começar o trabalho de trás do seu balcão, quando ouviu seu nome ser chamado e levantou o olhar para ver quem era. Nada poderia ter preparado seu coração para o imenso pulo que ele deu. Eddie Beaumont-Muller era da mesma faculdade que Astrid, e fora uma das únicas pessoas que conheceu capaz de a tirar de seu centro. O garoto nunca pareceu se abalar com o modo ríspido e combativo dela, muito pelo contrário. Ele sabia o jeito certo de fazer Astrid se calar, e ela odiava isso. Bom, ao menos era o que dizia a si mesma durante toda a faculdade para esconder o fato de que, na verdade, sentia uma leve atração por ele. Ok, talvez não tão leve assim. - Eddie, o que está fazendo aqui? - A sua voz carregava o tom exigente de sempre, mas dessa vez nem mesmo sua arrogância foi capaz de esconder a surpresa explícita no tremer da fala. 

Eddie estava precisando distrair a cabeça aquele dia, por isso resolveu fazer algo que não fazia a algum tempo, ler. Caminhou, mesmo que ainda mancando um pouco devido ao acidente, gostava de andar ao ar livre, ajudava a não ficar o tempo todo se sentindo sufocado, como estava nos últimos tempos. Podia fugir de qualquer coisa, inclusive dos olhares curiosos das pessoas da faculdade que o observavam como se ele fosse um espécime em uma exposição, o cara que havia sobrevivido, só não conseguia fugir da própria culpa. Havia conversado recentemente com sua psicóloga, como se sentia terrivelmente culpado e não sabia se sentia culpa por ter sobrevivido, por ter deixado os amigos serem irresponsáveis, por ter participado da brincadeira idiota, ou por tudo. Respirou fundo, sentindo o coração acelerar um pouco, mas afastou aqueles pensamentos, não querendo entrar naquela espiral no meio da rua. Entrou na biblioteca e piscou algumas vezes para ter certeza do que estava vendo assim que ele notou a bibliotecária que estava atrás do balcão. - Astrid? - Ele perguntou meio confuso, olhando para @dontcallastrid​

[dontcallastrid]

berndegavre​:

dontcallastrid​:

Ah Astrid, assim você me magoa… - lamentou, colocando a mão no peito, claramente exagerando já que mantinha o mesmo sorriso de canto no rosto. - Tem de admitir que devo ser uma das poucas pessoas interessantes na sua vida, pelo menos somos parecidos em algumas coisas. - Bernard deu mais um gole do vinho, mantendo o olhar fixo no da outra. - E quem disse que tem de viver conformada e estagnada? Há tanto para fazer por aí, por conhecer, experienciar… só precisa arriscar. 

Ela nunca admitiria, mas Bernard provavelmente estava certo sobre ser uma das poucas pessoas interessantes em sua vida. Por ser terrivelmente crítica, era difícil estar rodeada por outros tão diferentes de si. Portanto, era quase um milagre que havia conseguido estabelecer uma relação minimamente descente com o rapaz. Talvez ela estivesse mesmo evoluindo em suas aptidões sociais. - O que há para fazer aqui, por exemplo? Qual é o seu conceito de se arriscar? - Perguntou, com sincera curiosidade, mas já pronta para rebater qualquer resposta com uma crítica. Em sua opinião, arriscar-se era algo desnecessário e imprudente. Talvez a atitude mais arriscada que já havia tomado fora se mudar para Saint-Gingolph, e ainda assim, só viera porque sabia que teria um emprego e a companhia do irmão. Quem sabe alguém como Bernard não poderia finalmente convencer Astrid de extrapolar os próprios limites.

[dontcallastrid]

allcnemily-archive​:

com o revirar de olhos, emily se sentiu culpada por pedir ajuda. até cogitou dizer que não precisava mais, mas não teve coragem. assentiu e silenciosamente seguiu a outra, nem notando que estava um pouco encolhida, com o pedido de desculpas na ponta da língua. somente saiu de sua cabeça quando escutou as instruções, assentindo rapidamente. “sim, entendi. obrigada.” falou baixo, temendo perturbar mais alguém. “ah, hm, é continuação. o primeiro chama aristóteles e dante descobrem os segredos do universo. é sobre dois amigos latinos, nos anos 80, crescendo e aprendendo. é simples, mas achei bem desenvolvido.”

Por mais que Astrid odiasse admitir, havia achado o título do livro interessante, assim como a premissa. Infelizmente, era péssima em dar o braço a torcer e orgulhosa demais para falar isso na frente da outra. - Entendi.. É, parece bom. - Deu de ombros, como se não se importasse muito. Porém, vencida pela curiosidade, ela começou a procurar pelo restante da estante, perguntando-se se talvez aquele primeiro livro podia estar por ali. - Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo, não é? - Perguntou para certificar-se que estava procurando pelo título certo. - A antiga bibliotecária que trabalhava aqui não fez um bom trabalho aparentemente... Esses livros deveriam permanecer juntos.

[dontcallastrid]

Astrid podia muito bem suportar viver com o irmão. Eles eram bem parecidos, e apesar de se irritarem com facilidade, conheciam bem os limites um do outro. A garota estaria totalmente satisfeita com aquele acordo de moradia se não fosse pela namoradinha tagarela de Oliver. Quando ela entrou no apartamento, os olhos de Astrid quase saíram da órbita de tão agressivamente que os rolou. - Como diabos você não sabia que eu estava aqui, Melissa? Eu moro aqui. - Não fazia questão de esconder o desgosto que sentia por ela. Ainda não entendia como o irmão podia ter se envolvido com alguém tão destrambelhada. Irritava-se tanto com Melissa que até mesmo as pequenas coisas a davam ranço, como a maneira que ela chamava Oliver de Ollie. - O Oliver foi ao mercado. Algo sobre você ter derrubado toda a bandeja de ovos hoje de manhã e agora estarmos sem nenhum. - Mostrou um sorriso amarelo e irônico.

“Sem risadas, lindo!” A morena protestou ao adentrar o apartamento onde morava com o namorado, ciente das provocações que seguiriam sua entrada. “Eu sei que eu disse que a partir de hoje eu nunca mais esqueceria de levar **, mas… Foi só um pequeno deslize, ok? Acidentes acontecem! E não me venha com a história de mais de três vezes ser um padrão, eu não sou uma pessoa tão distraída assim!” Aquela era uma grande mentira e qualquer um que passasse mais do que cinco minutos próximo da mulher teria essa certeza - o que tornava ainda mais impressionante a habilidade de Melissa em organizar eventos. “Você ouviu? Não vai se repetir, eu…” Ela se interrompeu ao repousar o olhar sobre @dontcallastrid, ao invés de Oliver. “Astrid! Eu… Não sabia que estava aqui. Hum, está tudo bem? Onde está o Ollie?” Questionou, imediatamente sentindo-se tensa com a presença da cunhada. 

[dontcallastrid]

jaxwn​:

a implicação estava na ponta da língua; ele não pediu por cheddar. e se tivesse intolerância a lactose? por acaso ela pensou nisso? mas, jaxon estava cansado e sabia que tinha uma adversária ali muito irritante. aflorava o pior de si e não sabia se tinha interesse em ativar esse lado ali. deu uma olhada no casal, franzindo de leve seu nariz e novamente pensando que deveria ter cobrado mais para aturar esse tipo de coisa. mas, ficar só com astrid? igualmente ruim. “não, quero ficar aqui. assim eles vão presenciar que não demos bem e não preciso explicar o porquê não vai ter um segundo encontro.”

Rolou os olhos, pois aquela atitude era quase um reflexo involuntário de Astrid e ela não podia evitar. Ele tinha mesmo que ser tão difícil? Será que ela própria era assim tão teimosa? Jaxon não podia perceber que aquela era ela tentando ser legal? - Não acho que eles estejam presenciando nada. Estão muito ocupados enfiando a língua um na boca do outro. Mas ok, como você quiser. - Deu de ombros, resolvendo que não iria insistir naquela questão. Estava fazendo a sua parte. Pediu desculpas, estava oferecendo uma trégua, mas se Jaxon quisesse continuar nervoso, era uma escolha dele. Astrid entendia que havia sido desnecessariamente rude, mas não era muito dotada de empatia para entender o tamanho do incômodo do rapaz. Finalmente, deu graças aos céus quando a atendente retornou com o pedido. Imediatamente tomou um longo gole de sua cerveja, torcendo para que o efeito do álcool tornasse toda aquela situação um pouco mais suportável. - Um brinde ao casal do lado, eu acho. Ao menos eles estão tendo uma noite boa. - 

[dontcallastrid]

jaxwn​:

foi bom ouvir um pouco de silêncio, mesmo que o clima não fosse dos melhores. todo o corpo de epstein pedia para que levantasse e fosse embora; era a coisa mais lógica a se fazer. nem mesmo quando escutou os pedidos de desculpas, conseguiu se sensibilizar. ainda sem a olhar, ficou observando o ambiente, processando as informações. quem garantiria que seria a última vez que atacasse ele? a mirou nos olhos, extremamente desconfiado. “eu não confio em você.” disse baixo, calmo, ainda que deixasse suas palavras saírem com clareza. não queria chamar atenção dos pombinhos, ainda mais com astrid parecendo que saiu de um funeral. “só uma bebida não seria o suficiente, mas pode ser um começo. quero batata frita também.”

Ergueu as sobrancelhas, não em sinal de surpresa mas sim de compreensão. Entendia a falta de confiança do outro, mas não imploraria por ela. O pedido de desculpas já tinha sido esforço o bastante no momento, e até Astrid sabia que ações significavam muito mais que palavras. Por isso, não valeria a pena alongar aquela discussão para convencer Jaxon que suas desculpas eram sinceras. Ao invés disso, chamou a garçonete e enquanto esperava ela vir, soltou até mesmo uma risada com o comentário ousado do garoto que pedir a batata frita junto. Tentou cobrir a risada com uma tosse, mas não sabia se tinha sido bem sucedida. - Duas cervejas e uma porção de batata frita com cheddar, por favor. - Solicitou à atendente que logo saiu em busca do pedido. - Você.. Quer ir para outra mesa, na verdade? Não sei quanto tempo mais consigo suportar esses dois. - Apontou com a cabeça para o casal que parecia ignorante a tudo que acontecia na mesa, de tão absortos que estavam um com o outro. A cena já estava causando náuseas em Astrid.

[dontcallastrid]

“ please don’t look at me like that. ” ( jaxwn )

- Like what? - Nem percebeu que estava o encarando até ser pega no flagra, então imediatamente desviou o olhar para as próprias mãos. Astrid não gostava daquela sua versão distraída e insegura que aparecia com mais frequência quando estava perto de Jaxon. Talvez fosse porque o garoto fora um dos poucos que conseguiu fazer com que ela admitisse que estava errada sobre algo, ou porque ele era tão teimoso quanto ela e Astrid gostava de ficar perto de pessoas que a desafiavam. De qualquer maneira, não esperava que ele reparasse quando parou alguns segundos para avaliar suas feições que, quanto mais ela conhecia, mais passava a admirar. Dentro de si, aquilo despertava sentimentos conflitantes. 

[dontcallastrid]

hydra - what superpower would you love to have? / hercules - what tv show/movie/band/book do you love but are too embarrassed to admit out loud?

Superpoder... Definitivamente telecinese, tipo a Jean Grey ou a Feiticeira Escarlate. Praticamente qualquer coisa é possível quando se pode manipular a força só com o poder da mente. E dito isso.. Amo qualquer coisa que a Marvel produza, desde os quadrinhos até os filmes. Mas isso eu obviamente jamais admitiria para alguém. 

[dontcallastrid]

jaxwn​:

“em que momento eu me chamei de incompreendido?” fez uma careta, sem entender. “você só quer me atacar aqui e isso está ficando cansativo.” revirou os olhos, bufando. decidiu olhar ao redor, em busca de qualquer entretenimento mais interessante do que aquela conversa que, poderia ter sido legal, se astrid não fosse tão desagradável. ele estava achando ela levemente legal no baile, até começar a insultá-lo de graça. talvez fosse o jeito dela, mas não tinha paciência para esse tipo de tratamento; não escolheu psicologia por esse e muitos outros motivos. “desumanizante?” a encarou de novo, com outra careta, incrédulo com a sonsice dela. “você me chama de engomadinho de graça, de maneira pejorativa. desde que eu mostrei não concordar ou não gostar, você faz de propósito. só citou meu nome porque agora convém, elabora seu ponto… mas, se não fosse isso, você continuaria ferindo meu ego por pura birra.” cruzou seus braços, as sobrancelhas unidas, demonstrando seu desagrado. “sim, realmente. eu sou educado para saber te chamar de bibliotecária quando não lembro seu nome; não de pick me. ao contrário de você que já me atacou na primeira oportunidade.” cuspiu as palavras, notando que estava começando a ficar irritado de novo. respirou fundo, esfregando os dedos indicador e polegar nos olhos, nitidamente se cansando da discussão; se continuassem assim, iria embora. “eu já passei do colegial, ok? não precisa agir como uma bully aqui também. aliás, não precisa bancar a vítima também quando foi você quem me atacou primeiro. só estou me defendendo.”

Parecia que tinha sido atingida por uma bigorna na cabeça ao ouvir as palavras dele. Era uma tarefa difícil calar Astrid, mas Jaxon havia conseguido. Ela recostou-se no assento, com o olhar sob as mãos no colo, onde os dedos mexiam ansiosamente nas unhas. Astrid era ótima em criticar os outros, mas quando se tratava de autocrítica, falhava miseravelmente. Por isso era uma pessoa tão solitária, ninguém queria a companhia de alguém tão arrogante. Ela tinha o costume de cegar-se diante da autoconfiança, e isso a fazia parecer desnecessariamente obstinada ao tentar provar que aos outros que estão errados. Só depois de ouvir as duras palavras de Jaxon, percebeu que reproduzia aquele padrão tóxico inerente à si. Ela era inteligente e racional o bastante para perceber quando estava errada, porém, orgulhosa demais para admitir tal coisa em voz alta. Minutos silenciosos e dolorosos haviam se passado enquanto ela encarava as próprias mãos e reunia a coragem de dizer algo. - Me.. Desculpe. - Aquelas duas palavrinhas tinham gosto de areia em sua boca, mas sabia que devia falá-las. - O meu ataque a você foi injustificável. - Só então levantou o olhar, pois queria que ele sentisse a sinceridade em seus olhos. - Eu realmente sinto muito. - Não sabia como formular um pedido de desculpas decente, pois não tinha feito muitos com o passar dos anos. Só podia esperar que Jaxon visse o seu esforço. - Posso pelo menos te pagar uma bebida, como um acordo de paz?

[dontcallastrid]

jaxwn​:

“eu posso pesquisar sobre psicologia sem fazer o curso. achei que você, mais do que qualquer um, soubesse disso.” deu de ombros, não se importando com a alfinetada dada pela outra. se ela não lembrava que em uma biblioteca poderia ter acesso a diversos conteúdos, não era exatamente problema dele. deu uma olhada para o lado, checando se o casal não prestava atenção neles, e depois focou nela. “engomadinho não faz sentido para mim, mas se você quer cismar com esse apelido, fique à vontade. estou acostumado com interpretações errôneas.” abriu um sorriso, sem humor. jaxon passou tempo o suficiente sofrendo implicações para saber que, ao não reagir com raiva perante apelidos que detestava, tirava o poder de quem os falava. era isso que fazia ali, por mais que engomadinho o deixasse aborrecido. “acha que seria mais educado se eu perguntasse seu nome, então? porque eu não lembrava. além disso, não te insulto ou estou mentindo quando te chamo de bibliotecária. então, acredito que em termos de educação, ainda sou o mais educado.”

- Oh, além de engomadinho então você também é incompreendido? Quem é o pick me, agora? - Jaxon estava cometendo um grande erro ao permitir que Astrid perceber as suas fraquezas, pois ela possuía uma insensibilidade nata que faria torturas com aqueles detalhes que o garoto deixava escapar. Ela não o provocaria a não ser que achasse totalmente necessário, e como Jaxon continuava a ferir seu orgulho, ela continuava a combater suas falas. E aquele comentário sobre não se lembrar do nome dela feriu profundamente seu orgulho, fazendo-a sentir até mesmo uma pontada de mágoa. Engoliu em seco, esforçando-se para não deixar transparecer que aquilo a havia afetado. - Não, não é um insulto nem uma mentira me chamar de bibliotecária. Mas é desumanizante não me chamar pelo nome, Jaxon. - Ela apertava as mãos em punho com tanta força por debaixo da mesa que suas unhas estavam deixando marcas nas palmas. - Então acho que temos noções bem diferentes do que é ser educado, e isso não é uma interpretação errônea.  - Por toda a sua vida, Astrid sentiu-se isolada e desconectada do resto das pessoas. Ela não precisava de Jaxon para reafirmar que sua presença era tão pouco significativa que nem mesmo seu nome tinha importância.

[dontcallastrid]

berndegavre​:

dontcallastrid​:

Bernard comia um pouco de queijo que tinha pedido de entrada, saboreando igualmente o vinho francês, enquanto usufruía da companhia de alguém que havia conhecido em SG e de quem tinha sentido uma certa aproximação, pelo fato de serem parecidos, em alguns aspetos. - Definitivamente não. Sei que não sou perfeito, mas me aceito como sou e quem não aceita, tem bom remédio, não precisa de conviver comigo. - deu de ombros dando um gole do vinho. - Porque sente a necessidade de tratar disso? Não se sente bem na sua própria pele? 

Astrid rolou os olhos com o comentário de Bernard. Ela não entendia e nem apreciava o estilo de vida boêmio do rapaz, mas também entendia que não era papel dela fazer com que ele mudasse. Por vez, limitava-se somente em criticar, que era o que ela fazia de melhor. - Não conviver com você realmente parece uma boa alternativa. - Ela brincou, e roubou um pouco do queijo dele. - Óbvio que me sinto bem. Mas qual o sentido da vida se você simplesmente ficar estagnado, conformado? Não dá pra viver assim.