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Under your spell;
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Bento Berenguer, 29 anos. Psicólogo especialista em terapia infantil. Descendente de portugueses e italianos.
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drberenger-blog · 8 years ago
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‘Cause it’s you and me;
@ledb
Não era dado a nervosismos, não com a profissão que tinha e muito menos com sua personalidade. Bento sempre tivera muito controle sobre as situações de sua vida num geral, sobre os próprios medos e receios. Agora, conquanto, dirigindo em direção ao apartamento de Led após trocadas mensagens e endereços, não evitou pensar que poderia estar metendo os pés pelas mãos. O filho dele era seu paciente, ele tinha uma ex mulher ainda presente e, além de tudo, agora ele trazia Ana Alice consigo.
Ana Alice, que sentada em sua cadeirinha dava risadinhas a cada careta que o pai fazia em direção a ela, através do espelho retrovisor. Ana Alice, que tão pequenina precisava de sua ajuda e necessitava de sua atenção quase vinte e quatro horas por dia. Ana Alice, que era sua filha e tudo que ele sonhou um dia e um pouco mais. Introduzir Led na vida dos dois, na sua rotina, era algo que deveria ser seriamente pensado, seriamente considero vez que um bebê precisava de segurança. No entanto, foi então que percebeu o quanto já pensava no futuro e esquecia-se de trabalhar no presente.
Além do mais, não havia real arrependimento, só questões que, sabia, seriam apenas respondidas com o tempo. Por enquanto bastaria ser cauteloso; ou tentar, ao menos.
Por isso, foi com um sorriso e frio na barriga que ele chegou ao prédio alheio, a mochilinha da filha às costas, a bebê em um braço enquanto no outro trazia em mãos uma bolsa térmica, na qual trazia a velha e tão maravilhosa receita da família Berenger para complementar o jantar que teriam: lasanha à bolonhesa. Após falar com o porteiro e este avisar de sua chegada, não perdeu tempo em se dirigir ao elevador, encarando o próprio reflexo agora bem arrumado no espelho amplo. Os fios bem penteados para trás, a camisa xadrez em um azul mais escuro, calça jeans bem alinhada além de, é claro, o vestidinho branco da filha e o arquinho que ela trazia na cabeça. “Vai ser bom, não vai?” Ele disse, olhando para a menina e beijando suas bochechas gordinhas para ouvir a risada favorita da neném, finalmente dirigindo-se à porta do apartamento alheio quando a caixa metálica se abriu.
E se havia alguma dúvida, todas pareceram dissolver quando Led atendeu, seu sorriso grande fazendo o próprio surgir. “Hey.” Era pouco eloquente, mas eficaz.
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drberenger-blog · 9 years ago
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Bento era dono de postura tranquila e de uma seriedade no dia a dia que parecia tranquilizar os pais. E ele era assim, realmente, mas quando longe dos assuntos que pediam essa seriedade se dissolvia facilmente em sorrisos dos mais largos e sinceros, semelhantes aos que dava as crianças, mas especialmente a filha. Era ela quem fazia suas bochechas doerem, como agora, mas com toda certeza Led também era parcialmente culpado. Fazia pouco tempo que era pai, é verdade, mas o psicólogo realmente era mais do que capaz de compreender o que Lucas queria dizer. Por isso seus olhos negros se direcionaram com facilidade aos mais claros ao que a frase dita pelo médico sintetizou com facilidade tudo que seu filho e seu pequeno paciente eram. “É o Alan.” Repetiu, o tom cúmplice, a sacola que lhe fora entregue pela moça após pagar balançando na mão.
“Eu espero que ele fique, eu com certeza já estou feliz de poder ver vocês dois.” E com a confissão feita, quase que tolamente, Bento levou a mão ocupada aos próprios fios despenteados, bagunçando-os ainda mais. Foi com um sorriso lateral que pegou de volta o celular, então, o nome alheio ainda parecendo pesar em sua língua e foi sentindo um formigamento gostoso na mesma e em seu peito que ele digitou tal nome no aparelho, devolvendo-o ao bolso e ajeitando a filha no colo. “Bom, então tá combinado. Dá tchau pro Lucas, Ana.” E a bebê, como se entendesse e visse no sorriso do pai motivo de graça, riu e balançou os bracinhos, arrancando dele um riso suave, deixando um toque amistoso no ombro alheio com a mão agora livre; Ana e a sacola eram segurados pela mesma mão. “Até mais tarde, então.”
E sem mais a acrescentar e tentando conter o sorriso tão estúpido que ameaçava crescer ainda mais, despediu-se da caixa também, e deu as costas para o maior, respirando fundo para tentar controlar as batidas de seu coração acelerado.
— It starts in my toes;
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drberenger-blog · 9 years ago
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“Ah, isso ele é mesmo. Ele ainda tá fazendo birra, é? Aí, aí, aí.” Questionou, o rosto movendo-se de forma negativa antes de um suspiro baixinho escapar. A lista de complicações que poderia angariar era tão vasta quanto os sentimentos que brotavam, mas sendo sincero, Bento tivera uma alta dose de alto controle até então. Ele teve coisas com que se preocupar, afinal, à começar pela adoção da menina em seus braços, que agora enchia seus dias de uma alegria nada velada. Mas ainda assim, depois de inúmeras tentativas não frutíferas, aquele carinho e interesse nutridos pelo homem não morrera.
Sua gentileza e bom humor quando grande parte dos paulistas parecia querer correr o mais rápido possível e cuidar de suas próprias vidas sempre lhe chamava a atenção, sempre fazia seus lábios se enviesarem de forma generosa e direcionada apenas a ele. Como naquele momento, em que mesmo temendo a rejeição seus olhos se voltaram para homem e atendente, o calor nas palavras de ambos lhe dando sensação de familiaridade. E era, estranho afinal, que agora ele sendo uma família de dois com a pequena Ana Sophia, buscasse justo em Led uma possibilidade de relação. Novamente, era claro dizer que Bento estava bem encrencado.
Mas o sulista não se deixaria fantasiar, ele já tinha perdido a idade pra isso há muito tempo, os pés mantendo-se sempre firmes ao chão como lhe requeria a profissão. Com aquilo, ele pensou, não poderia ser diferente. Isso não impediu que ele risse com a sentença acerca da ex-mulher do homem, mostrando-se divertido e longe de julgamentos a despeito das brincadeiras feitas até aquele momento. Não quando o sim à sua questão veio pra encher o peito de um sentimento bom e o conter de um suspiro mostrou-se necessário, incapaz de ocultar o aumento de seu sorriso. “Mesmo? Então tudo bem, por mim tá marcado!” Ele disse, caminhando agora para a fila, sabendo que o médico estaria em seu encalço; afinal, não era distante, e ele tirava o bolso do celular para poder lhe anotar o número.
“Qual teu celular, Lucas?” Ele perguntou, a voz mais branda, abençoada pela felicidade sentia, cercado da tranquilidade de sempre ao que a pequenina em seus braços chupava um de seus dedinhos pequeninos. Aguardou pelo ditado e assim que este ocorreu o anotou, devolvendo o celular à parte de trás de sua calça, sendo sua vez de pagar. Graças a isso, foi atrás do cartão na cadeira fina que encontrava-se em mesmo lugar, o fazendo rapidamente. “Eu vou te mandar uma mensagem chegando em casa, aí tu salva meu número e pego o endereço contigo por lá. Pode ser lá pelas 19hrs?”
— It starts in my toes;
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drberenger-blog · 9 years ago
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drberenger-blog · 9 years ago
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O que o psicólogo gostava em Led não tinha a ver diretamente com sua profissão, na verdade, o buraco era bem mais embaixo. Na primeira sessão, quem trouxera Alan para conhece-lo foi Catarina, que mostra-se educada, mas não das mais solicitas. Ela deixou o filho e disse ter um compromisso, indo embora após despedir-se da criança que, agitada e animada, não tardou a abrir-se com o psicólogo e dizer como fora o dia com a mãe. O carinho com que Alan falava do pai, porém, fora o que lhe chamou a atenção. Bem ali, na primeira conversa, sua curiosidade cresceu e quando enfim conheceu o homem, no fim daquela curta uma hora com o menino, soube que estava bem encrencado.
Era como estar no colegial, pensando mais do que deveria em alguém que não deveria estar pensando e procurando informações na internet enquanto sentia uma pequena vergonha de si mesmo pela atitude. Só que cada nova informação, cada fofoca das secretárias que ganhavam dele um olhar mais feio, tudo isso só foi fazendo crescer o interesse e Lucas Eduardo era legal demais pra Bento não cair por ele, com todo aquele altruísmo ao próximo e amor ao filho. “Haha, mas isso num ia ser ruim! Eu gosto bastante do Alan, ele é esperto. Mas eu mudei pra cá faz pouco tempo, na verdade, antes eu ‘tava lá no Jabaquara, era uma viagem, tchê.” E agora, pra piorar, frequentavam ainda a mesma padaria e o psicólogo podia apostar que seu subconsciente iria manda-lo ir ali mais vezes.
“Eu gosto de cozinhar. Eu sou bom nessa parte, na verdade, aprendi com a minha mãe.” Confessou, encolhendo os ombros e trocando a menina de braço, prestando toda atenção nela durante aqueles poucos segundos, interrompidos pela risada que logo escapou aos lábios. “Bruxarina, é? Tô tomando nota, heim? Pelo menos você lembra de alimentar seu filho.” O tom de Bento mostrava que ele estava claramente brincando, junto do franzir de sua sobrancelha e sorriso quase arteiro, o problema é que a cada instante brincar ficava mais complicado, eles estavam muito perto. “E a Ana é toda adorável, vai? Num tem filha mais linda.” Ele emendou, coçando a própria nuca mais uma vez por aquele nervosismo que insistia em sentir pela proximidade inusitada.
Felizmente, chegou à vez dele de ser atendido e de pedir seus mil pães de queijo e um sanduíche natural, o sorriso ainda na boca por ouvir a risada da filha e as palavras do homem que o deixava meio de queixo caído toda vez que se viam, e esse momento foi crucial.
Foi nele que focou-se no jeito como Eduardo era bom com a menina, o jeito como ele mostrava não estar mais de todo interessado na mulher, o jeito como ele sorria para si. Naquele interesse que, por mais que quisesse, não morria com o tempo de jeito nenhum. Foi computando cada coisinha que buscou lá no fundo alguma coragem, engolindo em seco enquanto pegava seus pacotes logo trazidos pela mocinha, agradecendo-a brevemente. O par de olhos castanhos fixou-se nos azuis mais uma vez e desviando-os logo após, finalmente falou, antes que se esquecesse até de como se fazia isso. “A Catarina vai ficar até mais tarde? Se não, sei lá, já que a gente mora perto eu podia fazer um jantar pra vocês. Que que você acha?” E pra num empacar a fila, logo saiu da linha e foi pro lado de Led, beijando o rosto da filha para não olhar pra ele; tinha um pouco de medo do julgamento.
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drberenger-blog · 9 years ago
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drberenger-blog · 9 years ago
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drberenger-blog · 9 years ago
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Enquanto segurava Ana Alice em um dos braços, não tardou a ajeitar o cabelo com a mão livre, os olhos desviando-se dos azuis à sua frente e indo ao chão enquanto ele buscava domar as madeichas castanhas e não ficar secando Led por tanto tempo assim; duas tarefas extremamente complicadas para o descendente de portugueses. Quer dizer, a figura já tão conhecida e pai de um paciente tão querido estava suada e provavelmente precisava de um banho, mas o psicólogo não conseguia deixar de pensar no quão bonito ele parecia assim - e amável, depois das caretas feitas pra filha.
O rosto mais vermelho evidenciando o esforço físico, as roupas próprias para esportes exibindo os músculos que ele não estava acostumado a ver, só fazendo aumentar aquela vontadezinha de ficar mais perto, de conhecer ele mais e se deixar encarcerar em seu abraço. Todas as coisas que a ética vinha lhe dizendo para evitar, mas Bento sabia que não podia ganhar todas as batalhas na vida. Logo desistiu da que travava contra o próprio cabelo, o o sorriso talvez bobo demais preenchendo seus lábios ao que, distraído, ajeitou a roupinha da filha enquanto ouvia seu nome ser dito pela voz alheia. “É, pois é, eu normalmente... Bom, eu normalmente não venho em dia de semana. Quer dizer, eu venho, mas no fim da tarde, não de manhã, mas domingo é difícil de fazer café da manhã pra mim, falta a vontade.” Ele confessou, o tom soando preguiçoso e talvez um tanto sem jeito.
Bento culpava a distração causada pelo físico bem cuidado do homem e não a vergonha, essa ele não tinha na maior parte do tempo.
A fila andou um pouquinho e foi obrigado a dar um passo pro lado, mas nem assim deixou de prestar atenção em Eduardo. “Aí, sabe como é, dei o leite pra Ana Alice e vim aqui pegar algo pra comer... Mas que bom que você tá aqui. É bom te ver.” Afirmou, aproveitando-se de sua pequena dose de coragem. “Cadê o filhão?” E foi só citar a cria alheia que Alice se remexeu em seu colo, embora a pequenina não soubesse de quem se tratava, balbuciando e batendo as mãozinhas. “Ah, mas alguém tá muito animada hoje de manhã!” 
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drberenger-blog · 9 years ago
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— It starts in my toes;
A preguiça fora a única responsável por não ter coragem de fazer um sanduíche como obrigava-se todas as manhãs dos dias úteis, preferindo calçar nos pés uma sandália e ir com as roupas confortáveis que lhe serviam de pijama na padaria da esquina. Bento não se importou sequer em pentear os cabelos, limitando-se à jogar no rosto ainda amassado pelo sono um pouco de água antes de ir ver a pequena Ana em seu berço, já desperta e sorridente.
A bebezinha de seis meses agitou alegremente os bracinhos na direção do pelotense que agora era seu pai de papel passado, deixando-se pegar no colo e ser beijada nas bochechinhas grandes e rosadas por diversas vezes antes que ele pensasse em ir lhe esquentar o leite para que pudesse mamar. A mente estava ainda enevoada pelo sono, mas isso não impedia o jovem pai de cumprir seus deveres, embora seus sorrisos ainda fossem deveras sonolentos.
Alimentada e logo vestida e trocada, levou-a em seu colo enquanto andava pela rua, vestido com a calça preta solta e camiseta branca, a carteira na mão, sendo segurada junto à criança. Quando finalmente chegou à padaria, Bento já sorria, feliz com a felicidade da filha que olhava tudo com curiosidade infantil e ria para todos que ele já não ignorava, sendo capaz até de dizer um bom dia mais animado, mesmo com olheiras e tudo. 
Foi assim que aproximou-se do balcão de vidro para pedir o pão e um expresso grande para viagem e foi por sua distração que, somente quando Ana começou a rir e sacudir-se em seu colo, que notou quem estava ao seu lado. Os olhos castanhos de Bento finalmente dignaram-se a olhar para cima e, pela primeira vez, ele preocupou-se se seu cabelo não estava espetado demais, como costumava ocorrer pelas manhãs. Isso era culpa daquele nervosismo gostoso que criava borboletas em seu estômago só por olhar nos olhos do homem próximo à si e um pouco mais alto, o sorriso se mostrando mais largo sem que pudesse contê-lo.
Eduardo. 
“Olha só, que lugar pra gente se encontrar” Falou com a voz ainda rouca pelo sono, já tendo o olhar de outrem sobre si, sentindo-se suavemente arrepiado por ser sua a atenção dele. “Bom dia, Eduardo”
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drberenger-blog · 9 years ago
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drberenger-blog · 9 years ago
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Happy Easter from me and this little rock-star egg I decorated a few years ago! #easter #rocknroll #eggs
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