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Educada.Mente
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educadamenteblog-blog · 8 years ago
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Deus a verdade(oxímoro)
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Quando era pequenino, encontrei umas balas que o meu pai tinha guardado lá numa gaveta em casa, umas balas de recordação dos tempos da polícia militar em Angola. Muitas histórias ouvia sobre a forma de como as utilizou, eram protagonistas em diversas memórias. Objetos interessantes, transmissores de poder.
Como uma normal criança, não pude não ceder à tentação de “roubar” uma. Andava com ela todos os dias, e olhava para ela com a mesma frequência. No bolso ao peito, notável aos mais atentos, um realço ela fazia. Sentia-me um rebelde, algo que frequentemente procurado naquela idade.
Um dia, na catequese, que já na altura pouco gostava, o padre furioso entra na sala a berrar com a catequista, comportamento pouco digno à frente de sensíveis crianças. Não sei o tema da discussão em questão, mas era agitada. Pelos movimentos bruscos e velozes de ambos ficamos entre pasmados e assustados. O tumulto progrediu até ao momento, em que num impulso, o padre, sem querer mas culpado, larga a bíblia, atirando-a na minha direção com velocidade tal que não tive tempo de reação. Se não fosse a bala que tinha ao peito, a bíblia teria atravessado o meu coração.
A bala é “Educação”.
Cada vez mais novos abandonamos as ideologias religiosas. Estamos atualmente na era onde aos 10-13 anos desacreditamos. Isto deve-se ao facto das crenças de fé serem incompatíveis com o que aprendemos nas escolas. Fé e teorias baseadas nela são absolutamente contraditórias com o conhecimento obtido por método científico onde provas concretas devem ser apresentadas resultantes de uma investigação racional e escrutínio público. (*1)
Está cada vez mais presente na nossa cultura uma associação entre Ateísmo e inteligência/estudo/educação. Esta associação deriva da evidente correlação.
*1- Porquê estamos a perder fé aos 10 anos (e uma tentativa de ensinar aos pais como a “enfiar pela goela abaixo” dos filhos)
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Devo previamente expressar que o propósito deste texto não é ofender quem é religioso, é apenas, tentar proporcionar o questionar desses mesmos princípios para própria e pessoal meditação, é criar o inicio da tua apostasia.
Decidi escrever pois Religião é um dos poucos, senão o único, tópico onde a maioria das pessoas se sentem relutantes a discutir. Só porque este tema aborda algo considerado divino esse algo deixa de ser questionável: “A palavra de Deus! É sagrado! Não questiones, é pecado. O Inferno!”. É o tipo de discussão que mais custa ter, isto porque somos interrompidos, ou não querem escutar e perceber os argumentos de quem tem uma opinião contrária. Somos capazes de discutir política, modelos económicos, orientações sexuais, liberdade de expressão, mas julgar e criticar algo sagrado?! Racionalmente, não existe qualquer motivo para que haja uma distinção, e esse tema deve estar igualmente aberto para debate e inquirição.
Logo escrevo. Escrevo porque a Religião tem sido, e continua a ser responsável por inúmeros horrores ao longo da história humana. Escrevo porque a crença de Deus toca na tendência natural da humanidade de adiar a tomada de decisões, agir fora do “plano de Deus” ou da “vontade de Deus” e também é usada para absolvição das responsabilidades. Escrevo como um membro funcional da sociedade, que beneficiaria em muito com a perda de preconceitos, rivalidades e estereótipos. Escrevo porque fé é inimiga da razão, superstição é inimiga de evidências. Escrevo porque Religião é ignorância voluntária (*1). Escrevo porque ela cria uma monarquia absoluta nas mentes. Escrevo, porque ela tenta deixar-nos satisfeitos com a não compreensão do mundo e representa uma rendição à ignorância sob pretensão de “conhecimento divino” (*2). Escrevo em homenagem àqueles muitos, grandes pensadores da história humana que foram reprimidos, por vezes violentamente, por outros ,na minha ideia menores, de fé (*3). Não são os céticos ou exploradores, mas sim fanáticos e ideólogos que ameaçam a decência e o progresso (*4).
E assim aviso que não vou usar luvas para descrever o que penso em relação à Religião, bem como não usaria em qualquer outro assunto. Com isto em mente, em certos momentos a argumentação razoável não cumpre o propósito de estimular reavaliação, torna-se tentadora a via da ridicularização(*5), que legitimamente é a única arma que sobra contra o Abracadabra pregado por atuais demagogos novos fariseus, que te dirão que sou um pecador só por pensar de forma diferente.
*1- Discussão entre um crente(descortês) e um ateu (astuto)
*2- Religiosos percebem menos o mundo
*3- Galileu como exemplo
*4- Alguns poucos horrores
*5- Até armas abençoam
Como já deves ter percebido, eu não acredito num antrópico Deus antropomórfico que está no céu a julgar-nos, à espera que tropecemos para nos culpar/churrascar no fim da vida. No meu pensamento não existe qualquer deus, anjos, goblins, espíritos, dragões, nem fadas, anjos da guarda, tampouco reencarnações e outras prolongações da vida pós material, “recompensas” e “penalidades”, karma e signos, chakras, auras ou “energias”, até almas. Pensando bem, de todos, confesso que dragões são os mais credíveis, e mais empolgantes.
Neste sentido, temer ou respeitar algo imaterial como almas humanas ou Deuses, para os quais não existe nada para além de um velho incoerente mutado livro a garantir, é como temer um nada. É como recear um sonho, ou as nuvens no lado oposto do globo. Um tormento ignorante. Este texto será uma breve explicação de algumas razões pelas quais eu não acredito e a blasfemo.
Recomendo que abras os links que sugiro, apesar de não essenciais são uma boa forma de enquadramento nos assuntos abordados à priori ou posteriori. São também uma boa e simples forma de instrução sobre o assunto e diversas outras ideias. (explora os anteriores /\)
*1- como funciona a Mediunidade.
Afinal Deus existe ou não?
O facto de que não conseguimos provar nem desmentir a existência de Deus não coloca as duas hipóteses em pé de igualdade… Por exemplo, se eu criar um culto onde veneramos o Deus Esponja que está no mais profundo oceano terrestre, faz com que essa teoria divina tenha probabilidade de ser 50% verdadeira ou 50% falsa? É tão real como qualquer outra que conheces. Esta mentalidade, de que o que não é possível desmentir é verdade, reflete a dos religiosos atuais. A diferença é que seu culto têm histórias mais bizarras e mais sangrentas que o meu, agora nosso, Bob o Deus Esponja. Acredito que se insistisse muito nesta teoria, iriam acabar por me colocar num psiquiatra… (por acreditar nalgo tão “ridículo”).
Ausência de evidências é evidência de ausência.
Se eu disser que tenho um dragão cuspidor de fogo na minha sala, um decente cético deve considerar as seguintes três condições.
1- A área foi examinada meticulosamente.
2- Foi ou não foi encontrada qualquer prova relevante.
3- Aquilo que estamos a querer provar, é algo que exibiria marcas se existisse.
Segundo as três anteriores, ou o em questão não existe, ou é inútil e irrelevante (é invisível, ou imaterial).
Deus, não é mais provável que a fada dos dentes. Não conseguimos refutar ambas as hipóteses, logo são ambas igualmente (im)prováveis.
Só porque existem questões que a ciência é incapaz de responder, atualmente ou eternamente, não significa que a Religião tenha ou seja essa resposta. Inventar uma razão não fundamentada para algo que não percebemos não a torna verdadeira mesmo que irrefutável.
Como disse, não acredito, e não acho aceitável sequer utilizar o nome “Deus” como referência ao Universo ou o Cosmos. Reprimo a sua utilização pois provoca equivocação, e é por causa dessa equivocação que muitos teístas se apoiam na crença de cientistas, assumem que cientista X mencionou “Deus” nesta ou naquela publicação porque é crente. Para este tipo de “crentes” existe uma denominação específica.
Tipos de crentes:
Teísta: uma pessoa que acredita em Deus e outros fenómenos sobrenaturais, a crença de que existe um ser (ou vários) supremo sobrenatural capaz de criar o Universo, que observa e influencia o seu destino. A maioria das religiões atualmente acredita que esse ser responde a rezas, perdoa e castiga entre o bem e o mal, faz milagres, é omnipresente e omnipotente ao ponto de saber o que os indivíduos crentes e não crentes pensam.
Monoteísta: Teísta que crê num só Deus, Cristão, Judeu e Muçulmano.
Politeísta: Teísta que acredita em vários Deuses, Grécia Antiga, Antigo Egipto.
Deísta: também acredita na criação do Universo e as leis que o governam por uma inteligência superior, sendo ele Deus ou não, no entanto crê que esse ser não influencia a realidade, e que não está particularmente interessado nas vidas humanas.
Agnóstico: é a visão de que a reflexão humana é incapaz de determinar se existe ou não existe Deus, é alguém que não pondera o assunto, ou está em dúvida e indeciso.
Panteísta: não acreditam num Deus sobrenatural, mas usam a palavra Deus para invocar a Natureza ou o Universo, é o caso dos famosos cientistas Albert Einstein, Stephen Hawking.
Ateu: quem não acredita em qualquer fenômeno divino ou sobrenatural, tudo tem uma explicação lógica e fundamentável. Refutam com evidências empíricas argumentos teólogos.
 Perceba-se:
Um Teísta é aquele que acredita num Deus todo-poderoso punidor. O Deus Deísta, ao contrário do Deus Teísta, não quer saber dele ou o que ele faz. O Deus Panteísta somos, poeticamente, nós todos e tudo o que observamos. Um Ateu é um Monoteísta que descrê mais um Deus.
O Deísta é um Teísta diluído, o Panteísta é um Ateu atenuado. O Agnóstico, sabe-se lá.
Para cientistas, o “Deus” referido é completamente distinto do salvador, milagroso, respondedor de rezas, leitor de pensamentos, intervencionista, punidor Deus dos padres, sacerdotes, mulás e rabinos. Carl Sagan explicou-se bem:
‘... se por “Deus” refere-se ao conjunto de leis físicas que governam o Universo, então claramente esse “Deus” existe. No entanto este “Deus” é emocionalmente insatisfatório… não faz qualquer sentido rezar à lei da gravidade.’
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Porquê a revolta contra as Religiões?
O grande problema das Religiões é o péssimo efeito que elas causam, o de nos tentar deixar satisfeitos com a ignorância, o de nos tentar dar a entender que não questionar o que não percebemos é uma virtude.
A verdadeira guerra é entre o racionalismo da ciência e a superstição da Religião.
Existe algo, eu, tu, o nosso Universo, o grande enigma.
Teísta:
Para existir este Universo algo teve de o criar, e esse é Deus.
E quem é o Deus do Nosso Deus?, Quem criou Deus?, porque não cortar o mal pela raiz e assumir que não sabemos a nossa origem. Mantenhamos o mistério e curiosidade, bem melhor do que imaginar um senhor sabichão, do que acrescentar mais uma camada inútil ao já complexo quadro que temos.
Ateu:
A base do Universo é uma incógnita, não nos é possível determinar neste momento, não é uma imagem bonita nem agradável, não há fantasias, mas a realidade é que nossa busca por esse conhecimento continua, e um dia chegaremos lá, ou morremos a tentar.
‘Uma das maiores coisas que a história da ciência nos ensina, é que não nos leva a lado nenhum rotular a nossa ignorância de “Deus”’.
‘A maioria dos cientistas aborrecem-se com aquilo que já sabem e já descobriram, o que os motiva e impulsiona é a ignorância e o desvendar que têm pela frente.’.
Quem tem culpa?
Como mencionado antes, este problema começa no que fazemos às crianças, e na grande virtude dos seus cérebros. Existe esta grande vantagem de podermos ensinar as nossas ideias e aquilo que sabemos aos pequenos. Obedece aos teus pais, respeita o que os mais velhos te dizem! Dizer-lhes que não devem aproximar-se da berma de algo muito alto, ou que não devem comer coisas que encontram no chão ou que não conhecem, útil e prático, contudo, existe uma desvantagem, ideias retrógradas, conhecimentos falsos são passados como verdadeiros.(1*)
Se dissermos durante tempo suficiente a uma criança que o sol é uma lâmpada no teto da terra plana, ela vai defender essa ideia até à morte. É isso que fazemos com Religião, damos-lhe essa fé sem ela nunca ter de pensar. E fé é malvadeza pura simplesmente porque não requer justificação nem argumentação. Se desde cedo ensinássemos a questionar e a pensar, em vez de fé cega, acredita que não existiriam cruzadas nem bombistas suicidas. Só os há porque essa lição lhes foi ensinada, por comuns pais, por padres e rabinos moderados; sentadas numa sala, em fila a concordar com tudo o que lhes dizem, e a decorar as palavras de um velho pútrido livro como se fossem papagaios, enquanto abanam ritmicamente a sua inocente cabeça em forma de aprovação.
Às vezes questiono-me, como é que uma criança pode ser cristã, ou judaica, ou muçulmana, sem nunca ter feito uma escolha. Todas as crianças nascem ateístas, como todas as crianças nascem sem ter um clube, ou um partido. Porquê é aceitável rotular uma criança recém nascida deitando-lhe água pela cabeça abaixo ou outro ritual qualquer. Como pode ela ter uma opinião sobre a origem do cosmos ou sobre a vida e moral humana. Isso é uma escolha própria, pessoal e deve ser ponderada, na idade adequada. Batizar uma criança é tão ridículo como prometê-la para casar com alguém. A mentalidade mudou em relação aos casamentos arranjados, e ainda bem, imperdoável tomar uma decisão por uma vida que não é a nossa; e à mesma luz, e com os mesmos princípios, acho que está na altura de mudar a ideia do batismo. Batizar e incutir-lhes que podem ir parar ao inferno é abuso de crianças.
*1 - Taquetinho ou lebas nu fucinho
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O perigo destes ensinamentos madrugos é parecerem inofensivos. É verdade que acreditar em Deus não faz mal a ninguém para além do mal ao próprio crente, mas essa crença não é devidamente contida, isto porque todos tentamos partilhar o que pensamos, é mais forte que nós. Partilhar a crença numa religião leva a que ela se alastre a mais pessoas. O problema é que num ambiente de religião moderada, existe a chance de que extremismo religioso se crie, e até diria que é natural que aconteça. Fundamentalismos apenas surgem em ambiente religioso moderado, não há outra origem, e fundamentalistas religiosos estão bem dispostos a arruinar a educação (principalmente científica) de milhares de inocentes, bem intencionadas, curiosas jovens mentes. Não fundamentalistas comuns podem não estar a fazer isso, mas fazem com que seja um mundo seguro para que se desenvolvam radicais e seguro para estes ensinarem crianças, desde os seus primórdios a não questionar e que fé é uma virtude. Este é o grande problema da Religião moderada. A culpa de todos os atentados e disputas e massacres entre povos não está no extremismo, mas sim na própria e básica ideia religiosa. A culpa é daqueles que deixam outros ensinar crianças a acreditar em absurdos. Absurdos que as tornam capazes de cometer atrocidades. Absurdos que as fazem preferir morrer do que pensar.
Aqueles que controlam o que aos mais novos é ensinado, o que eles experienciam, ouvem, veem, pensam, acreditam, determinam o percurso futuro de uma nação. E por experiência própria, é mais fácil enganar uma pessoa do que explicar-lhe e convencê-la de que foi enganada.
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Imaginemos que sim, realmente “Há um Deus” (custa-me tanto dizer isto).
Qual é a probabilidade de teres acertado no Deus certo? É interessante que todos tiveram a sorte de nascer na zona geográfica que adora o Genuíno e Único Deus (*1). Desde o aparecimento da nossa espécie existiram milhares, e o curioso é que todos os seus crentes tinham a certeza que aquele era o autêntico... Que Deuses ridículos eles veneravam não é? O Deus do vinho, o Deus da guerra, o nosso agora é que é o verdadeiro! O Deus de tudo (o dos churrascos!)
Existe uma Religião, em troça, muito popular chamada “A Igreja do Voador Monstro Esparguete”, o Pastafarianismo ou Massafarianismo (*2) é tão fidedigno como qualquer outra, podes casar através dela inclusive. É reconhecida nos Países Baixos e Nova Zelândia por exemplo.
*1- ver religiões no mundo
*2- massafarianismo
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Quem escreveu, e quando escreveu?
Algo que poucos cristãos se questionam é a fidedignidade dos textos bíblicos e onde eles se baseiam. Questões como “Como souberam eles o que escrever?”, “Será que aquilo escrito naquele tempo, quer dizer o mesmo no nosso?”. Todos estes textos sagrados foram escritos(poucos assinados) muito depois da suposta morte de Jesus, e bem depois das Epístolas Paulinas que não mencionam qualquer um dos alegados factos sobre a vida de Jesus. Ainda para acrescentar, um texto cujo um dos objetivos é persuadir pessoas a não questioná-lo é, no mínimo, um pouco suspeito.
A bíblia é historicamente imprecisa, factualmente incorreta, inconsistente e contraditória. Foi escrita por um conjunto de homens pastores na antiguidade, mal traduzida, fortemente alterada e interpretada seletivamente.
Não existem evidências que comprovem a existência de Jesus Cristo. E a colmatar, a história de Jesus tem semelhanças incríveis com outras mitologias e textos, também os seus “originais” e “revolucionários” ensinamentos estão presentes antes da sua suposta existência.
Existem provas, e provas de ligações, que as características que Jesus tinha, bem como o nascimento de uma virgem, a estrela guia, os milagres (*1), os reis que veneraram um bebé, a reanimação, etc, foram emprestados por outras religiões já existentes mais antigas que o cristianismo, originadas no Mediterrâneo e Próximo-Oriente. Para acrescentar, a bíblia original, ou o antigo testamento é notável pelo Deus vingativo, injusto, mesquinho, homofóbico, racista, intimidador, malicioso, misógino, maníaco e genocida que apresenta (*2). Mas como as várias versões da bíblia são fundamentadas em tradições locais em vez de evidências, as teorias de Deuses são maleáveis. Historiadores reconhecem a progressão e evolução da Religião, desde os primórdios tribais, dos politeístas Gregos, Romanos e Egípcios, aos monoteístas como o Judaísmo, Cristianismo e Islão.
*1- ver um milagre moderno
*2- ver o justificável comportamento de Deus
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Para ser justo, a bíblia não é só suspeita (e maldosa), é também muito estranha:
Há muito, muito tempo, um homem sem pai biológico nasceu de uma virgem.
Esse homem, chamou por um amigo que estava morto, Lazarus, que já cheirava mal, e esse amigo voltou à vida.
Esse homem, voltou à vida depois de 3 dias morto e enterrado.
Quarenta dias depois, esse homem subiu uma montanha e desapareceu totalmente no céu.
Se murmurares pensamentos privadamente na cabeça, esse homem, e o seu pai, que são a mesma pessoa, ouvem e agem sobre eles. Ele consegue ouvir os pensamentos de todo mundo em simultâneo.
Se fizeres algo mau, ou algo bom, esse homem vê tudo, mesmo que mais ninguém veja. És punido ou recompensado de acordo, incluindo depois da morte.
A virgem mãe nunca morreu, mas subiu ao céu a voar.
Pão e vinho, se abençoados por um padre (que tem que ter testículos), transforma-se no corpo e no sangue do homem órfão de pai que é ele também.
Deus pôs Noé e sua família num barco em conjunto com um par de animais de cada espécie, e afogou tudo o resto, incluindo crianças, e até os outros inocentes animais.
Abraão foi ordenado para fazer uma oferta do seu filho queimando-o numa fogueira. Então, ele construiu um altar e pôs-lhe fogo, levou Isaac lá para cima, e quando já com a faca para o sacrifício na mão um anjo dramaticamente interviu com notícias de última hora, o plano foi mudado. Deus omnipotente, mandou parar o sacrifício pois estava apenas a testar a fé de Abraão.
Como consegue uma criança recuperar de uma experiência tão traumatizante; onde a sua figura paterna, a de supostamente proteção e segurança, foi a principal protagonista no seu suposto assassinato(sacrifício?). Melhor, esta história está presente nas três principais religiões monoteístas atuais.
Deus condenou a espécie humana pelo pecado de Adão e Eva de comer uma maçã da árvore do conhecimento, os quais foram aliciados por uma cobra falante com membros.
Condenou todas as crianças que ainda não tinham nascido, todos nós com um pecado remoto dos nossos antepassados, ao que parece, os pecados passam pelo sémen e óvulos. “Mas é uma história simbólica”. Então e Jesus foi crucificado para remissão desses nossos pecados simbólicos? Ou também foi crucificado simbolicamente? 
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Verdade em Religião, é apenas a opinião que prevaleceu. - Oscar Wilde
Pesquisa que afirma capacidade de provar que Jesus foi constituído, devido a textos paralelos da época.
Se o Harry Potter não existiu, porque que é que há X livros e ele é o personagem principal em todos eles? Relatório diz que Jesus nunca existiu, não encontram nenhuma menção em 126 textos fidedignos históricos da época.
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História de Jesus Cristo foi "fabricada para pacificar os pobres", afirma estudioso bíblico.
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O honrável símbolo do culto.
É engraçado, ver como uma Religião “do bem” é capaz de adotar como seu símbolo um instrumento de tortura. Pendurariam eles tão à vontade e com tanto orgulho uma cadeira elétrica ao pescoço? Em pouco diferem.
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Rezar.
Ele ouve-me, e ajuda-me. A santa XPTO respondeu ao meu pedido.
Rezar por um milagre pessoal é pedir a um ser sobrenatural azafamado criador do Universo todo-poderoso por uma temporária violação de algumas das muitas suas imutáveis leis iniciais.
Deus responde a rezas, tanto quanto uma caneca de leite morno.
Já fizeram uma Grande Experiência de Orações: consistia em testar se pacientes que tinham um número considerável de pessoas a rezar em seu nome melhoravam mais rápido que pacientes que não tiveram direito a essas rezas. Grande surpresa, nenhuma diferença estatística foi encontrada. Os resultados foram apresentados na edição de Abril de 2006 em American Heart Journal (*1).
“Nós crentes sabemos que funcionam… não precisamos de estudos a comprovar que funciona… Mas quando(se?) sair algum estudo a comprovar a veracidade da nossa fé vocês vão ouvir-nos.”
Primeiro ponto, se Deus conseguisse comunicar com os humanos, essa comunicação não estaria fora do âmbito do conhecimento científico. Segundo ponto, um Deus capaz de transmitir e receber mensagens de um planeta todo, instantaneamente?, milhares de mensagens em simultâneo, estudá-lo seria bastante enriquecedor para a minha área, tanta largura de banda, poderíamos basear os nossos meios de comunicação nos seus algoritmos, a internet seria ainda mais fenomenal!
*1- Study of the Therapeutic Effects of Intercessory Prayer (STEP) in cardiac bypass patients: A multicenter randomized trial of uncertainty and certainty of receiving intercessory prayer.
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O papa João Paulo II, que acho que rezava muito, em 1981 quando sofreu um atentado em Roma, atribuiu a sua sobrevivência à Nossa Senhora de Fátima: ’Uma mão maternal guiou a bala [para o perfurar num sítio que não o matasse].’. Questionamo-nos porquê essa mão não guiou o projétil para falhar o alvo completamente. Cá pessoalmente dou crédito à equipa de cirurgiões que passaram seis horas a operá-lo, mas se calhar uma mão maternal guiou as mãos deles também.
Uma das histórias tristes da Religião Católica:
A igreja(a que representa Deus, os seus interesses e vontades) já vendeu indulgências, isto significa que pagavam em dinheiro por um certo número de dias em remissão do purgatório. Bom negócio. A igreja passava certificados assinados pelos dias que tinham sido adquiridos no céu, chegaram a haver perdoadores profissionais apenas para este negócio.
Como é que moedas e notas a tilintar nos cofres de cá, salvam almas do lado de lá.
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O “Anjo” por trás dos computadores.
Em 1954, o matemático Britânico Alan Turing, por muitos considerado o pai dos computadores, foi condenado pela ofensa criminal de ter comportamentos homosexuais (em privado). Pena as indulgências terem sido abolidas entretanto. Tinha duas opções, ou era preso por dois anos (imaginem como seria tratado na prisão), ou era-lhe administrada uma injeção de hormonas como castração química, tão forte que lhe iriam crescer peitos. Ele escolheu suicidar-se com cianeto numa maçã. Turing foi a grande mente por trás da quebra da máquina criptográfica “Enigma” dos Nazis, e deu a maior contribuição para que saíssemos vitoriosos na Segunda Guerra. Este grande genial homem foi morto, por causa de uma escolha privada e pessoal que não magoava ninguém, e este homicídio está cheio de impressões digitais da Religião e da sua moral baseada em fé, e idéias milenárias. Atitudes contra a homossexualidade revelam muito sobre o tipo de mentalidade que é inspirada em fé religiosa, e revela ainda mais sobre os seus portadores. Outros temas ridiculamente escandalosos são por exemplo o aborto e a santidade da vida humana (anti-eutanásia).
“Podemos seguramente admitir que criaste Deus à tua imagem, a partir do momento em que se verifica que ele odeia as mesmas coisas e pessoas que tu odeias.” ― Anne Lamott
 Um embrião é um bébé, abortar é matar.
Nesta perspetiva também devemos terminar fertilizações in vitro, neste procedimento uns poucos óvulos são fertilizados com espermatozoides, colocados no útero da mulher com a esperança que um ou dois sobrevivam, por vinte e cinco anos este procedimento trouxe muita felicidade a casais incapazes de reproduzir naturalmente. Mas será criar um embrião cuja maior probabilidade é não sobreviver pecado? Devemos também extraditar este processo? Estes problemas apenas existem porque usam a bíblia para basear os seus princípios e para os justificar.
E moralmente?
Se considerarmos a Religião pela vertente moral, para usar como um guia, não deveríamos nós escolher aquela que mais se adequa ao nosso estilo? Estudávamos as diferentes hipóteses, e decidíamos consoante os nossos princípios aquela que melhor encaixava e mais sentido fazia. E porque não, questiono eu, cortar a farsa, excluir o meio termo e definirmos essas mesmas leis morais diretamente, sem envolver Religião (no final dou a minha sugestão).
Não veríamos nós se a Religião fosse de origem refletiva uma maior migração de pessoas entre cultos? Haviam mais pessoas nascidas numa zona específica a ponderar as razões pelas quais acreditam nesta Religião Abraâmica e não noutra, por vezes a trocar essas crenças.
E que moral!
Que moral nos dá ela, quando pessoas matam e morrem, limpam o sangue com o nome da Religião, autênticas loucuras são cometidas em sua honra, confinam-se a uma vida completamente célibe, a uma vida em completo silêncio. Para quê? Pela Religião? É Deus assim tão apreciador do sofrimento alheio? Porquê o todo-poderoso precisa de repreensão? Interrogo-me, deverei eu intitulá-lo de todo-pudoroso.
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Artisticamente?
De uma perspetiva arquitetónica, de que serve termos 5 ou mais igrejas por cidade. Existe este argumento, ‘sem Religião tínhamos menos monumentos’. Mas que monumentos? Igrejas e Capelas? Cópias de cópias, repetitivas e entediantes. Sem Religião, uniões e sociedades de arte teriam surgido, dinheiro angariado pelos apreciadores, obras e (verdadeiros) monumentos teriam sido criados. Prefiro a originalidade de poucos, do que a monotonia de muitos. No entanto, neste tema, devo admitir que algumas das milhares pinturas e estátuas se realçam, e sim são primas. Mérito dos artistas, e não da Religião.
Poderá a mente do Deus omnisciente, conhecedor do seu futuro, usar a sua omnipotência para mudar o futuro da sua mente? Improvável mente.
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Demasiado infantil?
É hora de evoluir.
Evolução é a fuga à repetição dos erros do passado, é o abandonar os falsos (leia-se todos) Deuses.
Para nosso benefício já evoluímos muito desde os tempos bíblicos. Abolimos escravatura, que era um direito na bíblia. As mulheres já não são consideradas propriedade do homem e agora têm direito ao voto. Qualquer sistema legal processaria Abraão por abuso de crianças e tentativa de homicídio. Religiosos ou não, todos mudamos a nossa atitude em relação ao que é certo e o que é errado. A que se deve esta mudança geral? Mais à frente explico.
“A Religião foi capaz de convencer pessoas que realmente existe um homem invisível no céu, que vê tudo o que fazes, a cada minuto do dia. E esse homem invisível tem uma lista especial com dez linhas que ele não quer que tu faças. Se fizeres alguma dessas dez coisas ele tem um sitio especial para ti, cheio de fogo e fumo e queimaduras e tortura e angústia, onde ele te mandará viver e sofrer e arder e sufocar e gritar e chorar para sempre e eternamente até ao fim dos tempos… Mas ele AMA-TE!” - George Carlin
Lá pela Religião ser ubíqua não significa que tenha um valor benéfico nas sociedades (*1).
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É possível e lógico aplicar o princípio da evolução Darwiniana a ideias (conhecido por “Meme Evoluition”, mais à frente mencionarei a teoria da Evolução Darwiniana, e poderás aplicá-la), elas são passadas de geração em geração, são mutáveis quando replicadas, e têm uma evolução e continuidade (*2).
Isto apenas significa que a Religião é capaz de sobreviver e se adaptar às mudanças na mentalidade para se manter à tona. Algumas religiões já quase se extinguiram, isto porque eram pouco adaptáveis. As que ainda sobrevivem são as mais vagas, as mais atormentadoras, que te levam a temer não seres crente. A Religião é egoísta, e é apenas benéfica à sua própria existência, à própria sobrevivência, como tudo.
Muitas pessoas religiosas acham difícil alguém conseguir praticar o bem sendo ateu, ou ter vontade de ser bondoso enquanto descrente. Mas a dúvida que coloco é, não leva o pertencer a esse grupo e culto, a um ódio suave ou até intenso contra pessoas que não partilham esta fé? Mesmo que pertençam à mesma sociedade? É mesmo verdade que só praticam o bem para agradar a Deus? E abstém-se da malvadeza para evitar a punição? Achas que se não acreditassem em Deus iriam roubar, violar, e matar? Se Deus é a causa para esta contenção, então de qualquer das modo estas pessoas são imorais. No entanto, se não o fariam, Deus, como previsível, não é necessário para sermos bons.
Todos temos um sentido moral que não deriva de qualquer escritura, é uma herança genética, já implementada quando nascemos. Ninguém psicologicamente saudável, causa dor e sofrimento deliberadamente, acreditamos em liberdade de expressão e protegê-mo-la mesmo se o que é dito vá contra o que achamos, pagamos taxas, não traímos, não fazemos aos outros coisas que não gostaríamos que nos fizessem.
Pessoas boas(somos a maioria) fazem a coisa certa, pessoas más fazem maldades, no entanto, para pores pessoas boas a fazer maldades basta dar-lhes uma Religião. Homens nunca praticam crimes com tanta convicção como quando é em nome religioso (*3).
 *1- ver a correlação da presença da Religião nas diferentes sociedades
*2- inúmeras coisas que já mudaram na Religião, ver imagem [banned by the bible]
*3- 10 mandamentos religiosos, uma análise
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Política já matou milhares, mas Religião, já matou centenas de milhar. - Sean O’Casey
Incontáveis guerras foram e são lutadas por causa de crenças religiosas. Quantas foram em nome do ateísmo? Nós anda-mo-nos a matar por literatura fictícia antiga, o quão absurdo é isto e como ainda é possível.
“Religião é excelente para manter o povo comum calado.” - Napoleão
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A morte
Não há nada a temer em estar morto, é simplesmente a coisa mais fácil de fazer. O único senão é a forma de morrer, dependendo da nossa sorte esse processo pode ser desagradável e doloroso ou instantâneo e apenas desconfortável. Se tiveres um cão em sofrimento, serás cruel se não tiveres dó e o levares a um veterinário para o abater e o deixares finalmente em paz. Mas se um médico tem esse dó por um humano, é possível ser considerado assassinato.
Como conseguimos nós ser tão inteligentes e ao mesmo tempo tão burros, construímos cidades, e temos medo de bruxarias, voamos pelos céus em máquinas de metal, e verificamos os signos à procura de sorte.
Quando alguém está numa cama de hospital, eu não vejo os religiosos a parabenizar e a felicitar o fim de uma vida na terra e a prolongação da mesma no céu paradisíaco, será que não acreditam profundamente? Porquê não mandam mensagem para os tios, pais ou avós? É o processo de transição que desgostam? Porquê então se opõem à eutanásia e suicídio assistido? Mesmo assim, se eu soubesse que alguém querido iria para férias de graça numa mansão farta e recheada nas Caraíbas por uns bons aninhos... ficava feliz. Não é equiparável no caso dos religiosos? Porquê que não ouço ninguém dizer depois de alguém morrer, - Que sorte aquele teve, já está no paraíso. Este comportamento heresiarca que observo é de quem não acredita. Lá no fundo, no fundo; todos sabemos mas fazemos de conta e preferíamos não saber.
Quanta sorte temos nós por estar aqui, vivos, em novas e repetidas experiências. Dos milhões de combinações possíveis na lotaria do ADN, resultou a tua, aquela que te faz ser quem és, que define a tua personalidade, a tua curiosidade, o teu temperamento, os teus gostos e o teu corpo.
O conhecimento de que apenas temos uma vida, e nada para além dela virá, não nos deve meter medo, mas sim consciencializar-nos do quão preciosa ela é. Esta visão faz-nos querer agarrá-la, aproveitá-la e querer espremer todos os momentos pelo que eles nos têm a dar. Deixa-nos despertos, menos suscetíveis a manobras de ilusão, deixa-nos em ponderação, sem pena própria, com vontade de ter atitude e conscientes de que nada nem ninguém nos deve nada.
Outro argumento usado baseado em calculismo é o peso da penalidade dos quatro distintos desfeitos, com uma assimetria evidente, por mais improvável que ele exista, se acreditares em Deus e ele existe vais para o céu desfrutar, se não existe acabou, se não acreditares e ele existir, vais para o inferno sofrer, se ele não existe acabou. Este era o argumento utilizado pelo famoso matemático Blaise Pascal. Mas, acreditar ou desacreditar não é uma escolha ciente, não se decide um sentimento, assim, não iria o improvável Deus omnisciente saber, e valorizar uma crença genuína e condenar uma crença desonesta e falsa? Não valorizaria ele o justo um ceticismo honesto por falta de indícios e evidências? Ou, outra vez, um pouco cómicamente, e se quando morres te encontras com Deus, mas por azar dos azares, erraste e acreditaste num Deus falso, não teria sido melhor não teres acreditado em nenhum do que teres venerado um adversário? É que dizem por aí que Deus(um qualquer) é invejoso e despreza infiéis adoradores de falsos Deuses.
Mesmo que ele exista(o que é, reforço, muito pouco provável), eu prefiro arder no inferno e sofrer para toda a eternidade do que estar no céu ao lado de um gajo que permite todo este sofrimento por capricho; extinção de animais, desertificação de zonas riquíssimas em biodiversidade, massacres de causa natural e humana, à beira de um gajo que se diz ser justo e que por escolha própria deixa inocentes crianças serem violadas, mutiladas e a morrer à fome.
Eu não temo a morte, mas percebo quem teme, isto porque enquanto vivos só conhecemos a vida e nada mais. Mas penso. Já estive morto milhões e milhões de anos antes de ter nascido, não sinto qualquer inconveniência disso, estou pronto para voltar para lá, lado nenhum. É a consciência de que existe um fim, e que vamos morrer, que cria o foco que trazemos em estarmos vivos, a urgência de conquista, a necessidade de expressar amor, agora, não depois. Se vivêssemos para sempre, para quê sair da cama de manhã? Sempre teríamos amanhã. (Neil deGrasse Tyson) Mas existe um reconforto, o de que os átomos que formam as nossas temporárias moléculas vão passando e vão passar para outras funções e caminhos no universo, algo que já nos pertenceu, algo eu, algo tu, fica eternamente, alterado pelas ações do portador, permanentemente. E o que fazemos com esses mesmos transitários nossos átomos ecoa interminavelmente.
Declaração de Bertrand Russell, 1925 em 'O que eu acredito’:
“Eu acredito que quando morrer vou apodrecer, e nada do meu ego sobreviverá. Eu não sou jovem e amo a vida. Mas, devo desprezar os arrepios de terror dos pensamentos de aniquilação. Felicidade não é menos verdadeira só porque tem um fim, nem pensamentos e amor perdem valor porque não são eternos. Muitos se sustentaram orgulhosamente no seu suporte; certamente o mesmo orgulho deveria-nos ensinar a pensar verdadeiramente sobre o lugar do homem no mundo. Mesmo que as janelas abertas da ciência nos façam tremer depois do quentinho confortável interior dos mitos humanos tradicionais, no fim o ar fresco traz-nos vigor, e os grandes espaços um esplendor próprio.”
 O escuro conforto que a Religião te dava, a ciência oferece-a como inspiração e deslumbramento.
Espíritos e aparições...
Terminologia:
Dualista: Acredita que todos temos um espírito, diz que mente e matéria são coisas distintas.
Monismo: Defende que uma mente não consegue existir sem matéria física. Não há espírito nenhum.
Para um dualista a mente é uma espécie de espírito sem corpo, e assim desta forma, os nossos espíritos são capazes de vaguear. É capaz de acreditar que, no que normalmente chamamos doença mental, alguém pode ser possuído por um demónio ou espírito maligno e que de tempos a tempos devem ser expulsos.
Teísmo e dualismo andam de mãos dadas. Dualismo predispõe-nos para Religião, e Religião predispõe-nos para dualismo.
Sem provas concretas, sem estudos fidedignos, e querem que acredite que tenho algo dentro de mim que não sinto, ou que sou só algo dentro do meu corpo que miraculosamente não se vê. Isto para não ter medo do fim?
Nós naturalmente detetamos agentes onde eles não estão presentes(*1). Quantas vezes não dou por mim a insultar um computador porque ele está lento só para me atrasar a vida, só porque estou com pressa ele encrava. Damos regularmente características humanas a objetos inanimados. Interpretamos comportamentos animais como se tivessem significado semelhante ao nosso.
Os nossos olhos não apresentam ao nosso cérebro uma imagem fidedigna fotográfica do que nos rodeia, nem um filme contínuo através do tempo. O nosso cérebro constrói um modelo espacial que é atualizado com uma certa frequência através dos impulsos servidos pelo nervo óptico e nervo acústico. Um exemplo prático como prova que este modelo é facilmente ludibriável são as ilusões de ótica.
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A simulação do ambiente ao nosso redor é eficaz para o nosso dia a dia e rotinas comuns, no entanto não é perfeito. Nestes exemplos o modelo que o cérebro arquiteta não é fiel, a visão periférica é a propriedade de perceber e modelar a informação que está fora do foco principal, trata-se de uma visão desfocada. pobre em detalhes, ao ponto de supor que nas marcas centrais existe ou não existe um elemento ao contrário da realidade, o mesmo tipo de ilusões existem para o sistema auditório como o efeito de McGurk. (*2)
Neste sentido, o nosso sistema está altamente adaptado a reconhecer faces humanas e a detetar vozes entre ruídos, isto é apenas uma das explicações possíveis fornecida por um raciocínio lógico, cético e científico para o avistamento de seres paranormais.
Evolucionariamente faz sentido que tenhamos a tendência para personificar momentaneamente objetos inanimados, estamos bem mais inclinados para equivocar uma sombra por um assassino, do que um assassino por uma sombra. Um falso positivo pode ser um desperdício de tempo, no entanto, um falso negativo pode ser fatal. Por outras palavras, é melhor ressaltarmos com uma sombra do que morrermos com um atacante.
Serve como prova da capacidade do “Software” no nosso cérebro de simular e antecipar eventos. Com esta perícia e poder de simulação a probabilidade da construção de visões e imagens infiéis aumenta, assim como a vivacidade e realismo das mesmas, principalmente em situações anormais onde medo, suspeita e até adrenalina está presente.
Existe o ditado “mais vale prevenir que remediar” é uma boa forma para explicação deste tipo de fenómenos(ilusões). Nos tempos primórdios onde a nossa espécie se desenvolveu e evoluiu eram frequentes os predadores furtivos e discretos(antepassados de Tigres e Leões), logo havia uma vantagem de sobrevivência para aqueles espécimes que tomavam precauções extra mesmo que por vezes elas, no final, se revelassem desnecessárias. Hoje (in)felizmente já não temos entre nós esse tipo de ameaças mas o sistema de vigilância permanece, deste modo, sem outro tipo de explicação leva a que a nossa imaginação arranje soluções como fantasmas e aparições para estas atividades misteriosas e inquietantes.
     *1- como vemos fantasmas
    *2.1- ver ilusões auditivas
    *2.2- ver ilusões auditivas
Um Cosmos perfeito para nós.
Um argumento mais educado é em relação aos seis números que moldam o nosso Universo de Martin Rees. São constantes(*2) fundamentais que aparentam estar divinamente ajustados, por isso são usados como uma boia pelo “Senhor” que está a afogar. Chamado de princípio antrópico.
 Para os mais curiosos:
N ≈ 1036: Nu o rácio da Constante de Estrutura Fina que caracteriza a magnitude da força da interação eletromagnética entre partículas com carga. Dita a importância da gravidade e a atração/repulsão eletrostática em relação à matéria bariônica(matéria comum que nós conhecemos).
ε ≈ 0.007: Epsilon a fração de massa de quatro protões que é libertada como energia quando fundidos num núcleo de hélio. ε dita a energia libertada por estrelas por exemplo.
Ω ≈ 0.3: Omega o rácio de densidade do atual Universo pela densidade crítica mínima necessária para que o Universo colapse sobre a sua própria gravidade. Ω determina o porvir do Universo, se ele continua a expandir eternamente, ou se ele experiência um grande colapso ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Crunch ).
λ ≈ 0.7: Lambda o rácio de densidade energética do Universo, graças à constante cosmológica e à densidade crítica. Determina a geometria geral do Universo.
Q ≈ 10−5: Q energia necessária para quebrar e dispersar uma instância da maior estrutura conhecida no Universo, nomeadamente aglomerado galáctico ou superaglomerado. É expressa como uma fração da energia equivalente à massa em repouso m dessa mesma estrutura, conhecida como mc^2.
D = 3: Delta número de dimensões espaciais macroscópicas.
O ponto fulcral aqui é que Deus, ao criar o Universo que vivemos teria de manipular estes termos para estes exatos valores, para que cada um dos mesmo se encontrasse na zona onde vida como a conhecemos pudesse surgir. O que incomoda é que a resposta teísta deixa ainda um problema maior do que o que tenta explicar, o da origem de um Deus capaz de manipular esta combinação. Pode ser que estes valores não sejam tão livres de manipulação como pensamos, como por exemplo o rácio do perímetro de um círculo pelo o seu diâmetro (Pi: 3.14...). Outra solução poderá ser a hipótese dos múltiplos Universos, a ideia é que existem inúmeros paralelos Universos e cada um deles tem os seus valores ajustados de forma diferente, e nós obviamente surgimos no que tem as regras capazes de nos sustentar.
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Paremos por momentos. Pensemos na nossa sorte. Bocados de matéria que normalmente apenas formam pedras, líquidos e nada mais complexo, uniram-se de certa forma, por aleatoriedade de condições ainda pouco reveladas, a constituir a primeira molécula orgânica capaz de se replicar, e adaptar até chegar à complexidade de organismos capazes de nadar, andar, saltar, voar, ver, ler, pensar e amar outros organismos com estrutura semelhante e da mesma matéria.(*1)
Alguns destes organismos já abandonaram a Religião de vez. E agora? São mais infelizes por isso? É possível, não digo que não, mas não é geral, nesse caso, não é um homem bêbado mais feliz que um sóbrio? Qual é aceitável?
Sócrates disse(algo parecido): “É melhor ser um infeliz sábio homem, do que uma feliz ignorante ovelha.”.
Essa felicidade é ilusória.
A pirâmide de Maslow
Mostra verdadeiramente de onde provém a nossa felicidade:
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Necessidades fisiológicas em primeiro lugar, comida, água, sexo. Segurança a seguir, abrigo, proteção e saúde. Necessidades sociais, amor, família, tribos(clubes de desporto ou equipas). Autoestima e autoconfiança a seguir. Por ultimo realização pessoal, seres aquilo que queres ser e teres o queres ter. Religião aqui enquadra-se na terceira fatia, nas tribos, e ligeiramente na segurança ideológica (segunda fatia), no entanto, é um paralogismo achar que é mais importante que pertencer a uma claque de futebol.
Felicidade em efeito placebo está bem documentado, e já não é nenhum mistério. Comprimidos sem qualquer serventia farmacêutica, demonstram melhorar condições de saúde física e mental em pacientes com conhecimento restrito. É sempre contabilizado em testes de novos tratamentos e até noutras áreas.
O sucesso de homeopatas, reikis, acupuntura, deve-se a este efeito, eles têm a liberdade de dizer que qualquer tratamento aleatório dá resultados para aquele caso, enquanto que na medicina moderna tal não acontece.
Coloca-se, será que a Religião, com o seu efeito placebo, ajuda a prolongar a vida por redução do stress?
O difícil de acreditar é que por sua via, uma culpa semi-permanente de pecado ajuda em aliviar o stress.
*1- ver o quão pequenos somos
*2- serão as “constantes“ realmente constantes?
O quão pequenos somos!
“Religião é vista pelo povo como verdade, por sábios como mentira, por governantes como útil.” - Seneca the Younger
O poder de consolação da Religião pode ser incontestável para alguns, porém não a torna verídica. Existem ateus infelizes… existem ateus felicíssimos(eu). Existem religiosos miseráveis e existem religiosos felizes. Não há qualquer evidência ou correlação entre religiosidade e felicidade.
Os humanos são uma espécie tribal por natureza. E temos grandes tendências a agir pelo e com o grupo. Estes grupos existem para além dos religiosos, por exemplo as equipas de desporto. Entre estes rivais, existe o mesmo fenómeno que existe entre religiões, no entanto em menor escala. Outros exemplos são os países, as línguas, raças, etc. O problema é que a Religião amplifica e exacerba os danos.
“Os animais foram criados para nos servir.” - uma querida tia minha.
Há pessoas que acham que somos mais evoluídos que os outros animais, só porque conseguimos construir ou falar. Estamos todos cá ao mesmo tempo, tivemos o mesmo tempo para evoluir, não somos mais evoluídos, apenas seguimos um rumo diferente. Se houvesse uma escassez de comida e apenas sobrassem trufas enterradas, neste caso nós morreríamos à fome, e porcos sobreviviam, afinal são os porcos mais evoluídos? É tudo uma questão de aptidão para certas funções e condições. Uma chita está mais apta que nós para caçar gazelas, um peixe para nadar e “respirar” na água, macacos para saltar de árvore em árvore, nós tivemos a sorte de evoluir capacidades de dedução e intelectuais, mas não somos mais do que nenhum dos outros, não somos mais especiais que um morcego por conseguirmos usar um martelo, nem um morcego é mais que nós por conseguir ultrassonicamente ecolocalizar-se.
Predadores parecem belamente ‘desenhados’ para apanhar presas, e as presas parecem igualmente minuciosamente estruturadas para escapar aos seus predadores. Mas de que lado está Deus mesmo?
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A teoria da evolução de Charles Darwin pela seleção natural é uma das mais sólidas teorias científicas; não se enganem, por teoria entende-se teoria científica que em muito difere do termo teoria comum e significado atribuído fora de um contexto científico.
Antes de mais, uma teoria científica como a teoria da relatividade de Albert Einstein, ou a teoria molecular, ou mecânica quântica, teoria das placas tectónicas, etc, é uma explicação bem sustentada de um aspeto natural observado que é obtida pelo método científico, repetidamente e incessantemente testada e confirmada. Teorias científicas são o mais abrangente, rigoroso e confiável tipo de conhecimento possível. Para se considerar uma teoria científica ela deve: fazer previsões falsificáveis, com precisão consistente numa ampla área de investigação científica; ser bem suportada por diversificadas e independentes fontes de evidências, para garantir uma boa aproximação da realidade, se não completamente correta; tem que ser consistente com os resultados experimentais pré-existentes, e pelo menos ser tão precisa nas suas previsões quanto as teorias até ao momento.
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Não querendo alongar-me muito, visto não ser o tópico deste artigo; a evolução Darwiniana formulada em 1859 por Charles Darwin explica o processo pelo qual os organismos mudam ao longo do tempo através da herança física ou herança de comportamentos característicos. Estas mutações de geração para geração permitem àqueles mais aptos ao meio onde se encontram sobreviverem e assim terem melhor chance de reproduzir e passar essas mesmas características irredutíveis à seguinte geração, é um processo demorado na nossa escala temporal, no entanto eficaz na escala de planetas. Assim, com a acumulação de pequenas e indivisíveis diferenças as espécies divergem dando origem à abundância(decrescente) atual. Sabe-se atualmente que este processo é mais complexo do que a teoria inicial e denomina-se de Síntese evolutiva moderna. (*1)
Quando esta teoria veio ao escrutínio público, sentiu-se na altura um contra-senso. Como é que um conceito de tal simplicidade era capaz de resumir uma toda complexidade infinita de vida, desconcertante. Esta teoria foi e é o maior abre-olhos contra a Religião, contra o criacionismo descrito nos livros mágicos, e por seus inocentes, ignorantes pregadores. Ela despedaça a ilusão e torna-nos desconfiados de qualquer hipótese de projetação inteligente. É a única solução realista para a nossa existência.
Nós acreditamos em evolução porque as evidências a suportam-na, se por acaso essas evidências forem refutadas, mudaria as minhas ideias de um dia para o outro. Isto não acontece em religiosos.
     *1- para aprofundares mais neste tema
 O nosso amiguinho.
De Mary and Max(vejam este filme):
“Max: When I was young, I invented
an invisible friend called Mr Ravioli.
My psychiatrist says
I don't need him anymore
so he just sits in the corner and reads.
At least there was always Mr Ravioli
to be friends with.
He was a much safer option.
Max still felt incomplete.
Mr Ravioli just wasn't
cutting the mustard anymore
and seemed more interested
in his self-help books.
Mary had given Max
a taste of real friendship
and there was just no comparison.
One day Mr Ravioli got up,
left and never came back.”
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Eu não tenho um amigo imaginário, mas conheço muitas pessoas que têm e nem estão conscientes disso. É comum em crianças esta criatividade, ao ponto de chegarem a ter alucinações vívidas destas fantasias, esta suscetibilidade mantém-se em muitos adultos. O companheirismo e compaixão que um amigo imaginário à nossa imagem oferece é um dos papéis que Deus preenche, sem que pareça infantil. Amigos imaginários e Deuses tem todo o tempo do mundo para dedicar ao alucinador.
Paedomorfose, é a retenção de características juvenis do organismo em forma adulta. É um padrão bem conhecido na ciência, há uma teoria que explica o surgimento da espécie humana através deste fenómeno, esta que se baseia no facto de mantermos uma testa redonda e maxilar curto. Somos bem mais parecidos com crias dos nossos primos chimpanzés e gorilas do que com os adultos. Tal como a testa e o maxilar, é Deus uma paedomorfose, no entanto, ideológica? Preenche Deus alguma brecha na nossa consciência? Que importante fenda é esta que nos faz criar um amigo imaginário. Esta fenda chama-se curiosidade, e a curiosidade tem dois caminhos, ou é abafada, ou é incentivada. Asfixiada pelo “Foi Deus.” e estimulada pelo “Vamos perceber.”.
Curiosidade é o que nos faz pensar, pensar é o que nos faz inteligentes. Mas apesar da nossa evolução em direção à inteligência, ainda temos dificuldade em entender o porquê de um martelo e uma pena caírem à mesma velocidade se retirarmos o atrito da atmosfera (*1). São-nos pouco intuitivas estas experiências porque o nosso cérebro não foi desenvolvido para perceber o grande prisma.
(ver mais conceitos enigmáticos aqui && aqui)
    *1- ver a experiência do martelo e pena
Religião é uma burca, deixa-nos a ver por uma frincha, priva-nos da beleza e esconde-nos a beleza, castra-nos a visão periférica, oprime-nos a liberdade e enjaula-nos os movimentos.
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Mesmo sem Religião, os nossos olhos já só veem o mundo por uma frincha, uma frincha no espectro eletromagnético, a luz visível é uma gota no mar da luz invisível, desde ondas rádio até ao vermelho e do roxo até aos raios gama somos cegos, estamos tapados. Tiremos a burca da Religião de cima da burca das nossas limitações, usemos telescópios e microscópios, entre outros instrumentos, para rasgar esta última. (ver sobre a burca biológica)
Introdução a um pensamento
Se virmos uma estátua autoria de um adolescente, 15 anos, bem esculpida e detalhada, achamos e avaliamos a obra a gosto. Então lemos depois que o seu escultor não tinha braços. Boquiabertos o esplendor da peça aumentou. Passado um pouco chegamos à informação de que a estátua está detalhada até ao milímetro, ainda mais fenomenal pensamos nós. Até que um amigo nos lê na internet que o artista é cego desde os 4 anos, passou a ser uma obra prima para nós.
 Experiência de raciocínio
“A prova que Deus não existe” de Douglas Gasking (um pouco adaptada)
Deus é completamente perfeito.
A criação deste Universo é a maior conquista imaginável.
O mérito de uma conquista é a divisão do seu valor intrínseco(a) pela capacidade do seu criador(b).
Quanto maior a incapacidade do seu criador mais impressionante a sua conquista.
A maior incapacidade possível de um criador é a sua inexistência.
Se supusermos que o Universo foi concebido por um Deus, nós sabemos que haveria um maior criador, aquele capaz de criar tudo sem existir.
Um Deus todo-poderoso que existe seria menor que um, ainda mais formidável e incrível, Deus criador que não existe.
Ergo:
O Deus perfeito, é o Deus não existente.
Seguindo este argumento, a morte de Deus pode deixar uma brecha, e cada um deve preenchê-la a seu gosto, Friedrich Nietzsche recomendou cultura (filosofia, música, literatura, arte), eu recomendo ciência, raciocínio lógico quanto basta, temperado com ceticismo e espírito crítico. Curiosidade é o que nos faz querer saber mais, são conhecimentos que preenchem a frincha que Deus deixa.
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A partir de agora, deixo-te com um conjunto de morais e ideias que podes seguir, ou não, sem problema.
Os novos, intemporais, universais, mandamentos (não derivados de Religião ou escrituras):
Não faças aos outros o que não quererias feito a ti.
Em todas as coisas, faz por não causar danos.
Trata o próximo, humanos, animais, e tudo no mundo em geral com amor, honestidade, fielmente e com respeito.
Não negligencies o mal e não faças justiça pelas próprias mãos, estar sempre disposto a perdoar transgressões livremente admitidas e lamentadas sinceramente.
Vive com um sentimento de alegria e maravilha.
Tenta sempre aprender coisas novas.
Testa sempre tudo; verifica as tuas ideias com factos, e está disposto a descartá-las caso não estejam em conformidade.
Nunca procures censurar ou abstrair-te de dissidências; respeita sempre o direito dos outros a discordar contigo.
Procura formar opiniões independentes com base nas tuas próprias experiências e raciocínio, não te deixes ser levado cegamente por outros.
Questiona tudo.
Desfruta da tua própria vida sexual (desde que não cause danos a ninguém) e deixa os outros desfrutar das deles em privado qualquer que seja a sua orientação ou inclinação.
Não discrimines ou oprimas com base em sexo, raça ou (sempre que possível) espécie.
Não doutrines crianças. Ensina-as a pensar por si próprias, como avaliar evidências, e como discordar com pessoas.
Valoriza o futuro numa escala mais longa que a da tua vida.
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Uma lista publicada por Mohandas Karamchand Gandhi em 1925.
Os sete pecados sociais:
Riqueza sem trabalho.
Prazer sem consciência.
Conhecimento sem caráter.
Comércio sem moralidade.
Ciência sem humanidade.
Culto sem sacrifício.
Política sem princípios.
 As quatro grandes ideias de Plato para uma vida mais realizada:
Pensa Mais, pensa minuciosamente e logicamente sobre a tua vida e como a lideras. Conhece-te. Examina sem impulso. Busca discussões Socráticas.
Deixa o teu amor mudar-te, verdadeiro amor é admiração, admiração por uma pessoa que tem qualidades que tu não tens. Educa, e deixa-te ser educado na relação.
Decodifica a mensagem da beleza, questiona o porquê gostares de algo. O que elas têm é aquilo que mais precisas, paz, harmonia, gentileza, força, balanço. Percebe o que te atrai.
Reforma a sociedade, pensa utópicamente sobre o como gostarias de viver. Como é que a tua sociedade perfeita complementaria os seus cidadãos. Que mudanças precisamos.
E às crianças?, como lhes devemos preparar e apresentar estas verdades?
A seguir traduzo uma carta de Richard Dawkins, direcionada à sua filha de 10 anos, acho que é o perfeito exemplo, e uma ótima forma de abordar o assunto, mesmo que com adultos.
Para a minha querida filha,
Agora que tens dez anos, eu quero-te escrever sobre algo que me é importante. Alguma vez ponderaste como é que nós sabemos as coisas que sabemos? Como, por exemplo, estrelas que parecem pequenos pirilampos no céu, são na realidade gigantescas bolas de fogo como o Sol e só estão muito longe? E como sabemos que a terra é uma bola mais pequena que rodopia à volta de uma dessas estrelas, o Sol?
A resposta a estas questões é “evidencias”.
Às vezes evidência significa realmente vermos (ou ouvirmos, sentirmos na pele, cheirarmos... ) que algo é verdadeiro. Astronautas viajaram longe o suficiente da terra para verem com os seus próprios olhos que a terra é uma redonda. Às vezes os nossos olhos precisam de ajuda. A ‘estrela da tarde’ parece-se com um pisca brilhante no céu mas com um telescópio consegues ver que é uma bonita bola, o planeta que chamamos de Vênus. Algo que aprendes quando vês diretamente (ou ouves ou sentes... ) é chamado de observação.
Por vezes evidências não são apenas observações por si só, mas observações sempre estão presentes por trás. Se houve um homicídio,  normalmente ninguém (excepto o assassino e a vítima) observam o acontecimento. Mas os detetives juntam muitas outras observações que apontam para um suspeito em particular. Se encontram as impressões digitais de uma pessoa na faca usada, isto é evidência de que ela lhe tocou. Não prova que foi a assassina, mas pode ajudar quando é juntada a várias outras evidências. Às vezes detetives conseguem pensar sobre muitas observações e de repente apercebem-se que que todas se encaixam num puzzle e fazem sentido até chegarem ao assassino.
Cientistas - são especialistas em descobrir o que é verdade no mundo e no universo - trabalham como detetives. Fazem palpites (chamadas hipóteses) sobre o que pode ser verdadeiro. Então eles dizem para si mesmos: se isto é realmente verdadeiro, nós devemos ver isto e isto a seguir. A isto chama-se previsão. Por exemplo, se o mundo é realmente redondo, nós podemos prever que se um viajante for sempre na mesma direção, ele eventualmente acaba no mesmo sítio em que começou. Quando um médico vê que tens sarampo, ele não verifica só uma vez. A primeira vez ele cria uma hipótese que indica que tens sarampo. Então ele diz para si próprio: se ela realmente tem sarampo, eu devo ver também isto… Então ele faz uma lista de previsões e testa-as com os seus olhos (tens borbulhas?), as suas mãos (estas quente?), e os seus ouvidos (ouve-se algum zumbido no teu peito?). Só depois de decidir é que ele diz,  ‘’Eu diagnostico esta criança com sarampo.”. Às vezes médicos precisam de outros testes como exames ao sangue ou radiografias, que ajudam os seus olhos, mãos e ouvidos a fazer observações.
A forma de como os cientistas usam evidência para aprender sobre o mundo é muito mais esperta e mais complexa do que aquilo que eu consigo escrever numa pequena carta. Mas agora vou focar noutro aspecto que não evidências, que é uma boa razão para acreditar em algo, vou apontar três más razões para acreditarmos nalgo. São chamadas de ’tradição’, ‘autoridade’, e‘ revelação’.
Primeiramente, tradição. Alguns meses atrás, fui a um programa televisivo ter uma discussão com cerca de 50 crianças. Estas crianças foram convidadas porque pertenciam a diversas religiões. Algumas criadas como cristãs, outras judaicas, muçulmanas, hindus, sikhs. O homem com o microfone foi passando pelas crianças, a perguntar-lhes no que elas acreditavam. O que elas disseram mostra exatamente o que quero dizer por ‘tradição’. As suas crenças não tinham qualquer fundamento em evidências. Elas apenas disseram o que os pais e avós lhes disseram, que por sua vez, não era baseado em evidências. Disseram coisas do gênero, ‘Nós hindus acreditamos nisto e nisto.’, ‘Nós muçulmanos acreditamos naquilo e naquilo.’, ‘Nós cristão acreditamos noutra coisa.’. Claro, como todos acreditavam nalgo diferente, poucos podiam estar corretos. O homem no microfone parecia pensar o mesmo, e nem tentou que entre eles discutissem e argumentassem as suas diferenças. Mas este não é o meu ponto. Eu só quero perguntar de onde as suas crenças vieram. Elas vieram de tradições. Tradição significa que são passadas de mão em mão, de avós para pais para filhos, e assim em diante. Ou de livros com centenas de anos. Crenças tradicionais começam quase do nada; talvez alguém as inventou originalmente, como histórias sobre Thor e Zeus. Mas depois de passadas durante alguns séculos, o mero facto de que são antigas fazem delas especiais. Pessoas acreditam em coisas só porque pessoas antes delas acreditavam ao longo de séculos. Isso é tradição.
O problema da tradição é que, não interessa há quanto tempo uma história foi inventada, ela é tão verdadeira ou falsa como a original era. Se inventares uma história que é falsa, e a passares de boca em boca durante séculos, não faz com que ela fique mais verdadeira.
A maioria das pessoas de Inglaterra foram batizadas na igreja de Anglicana, mas isto é apenas um dos ramos da Religião Cristã. Existem muitos outros ramos, como Os Ortodoxos Russos, os Católicos Romanos e as igrejas Metodistas. Todas elas acreditam em coisas diferentes. A Religião Judaica e a Religião Muçulmana são ainda mais diferentes; e existem diferentes tipos de Judeus e de Muçulmanos. Pessoas que acreditam em coisas ligeiramente diferentes de coisas que outras acreditam criam guerras com o pretexto desses desacordos. Então, podes pensar que eles têm boas razões por trás - evidências - para acreditarem naquilo em que acreditam. Mas a verdade é que a diferença nas suas crenças são apenas por causa de diferentes tradições.
Vamos falar de uma tradição em particular. Católicos Romanos acreditam que Maria, mãe de Jesus, era tão especial que ela não morreu mas foi elevada ao Céu. Outras tradições cristãs opõem-se, dizendo que Maria morreu como uma qualquer pessoa. Outras religiões não falam muito sobre ela, e ao contrário dos Católicos Romanos, não lhe chamam ‘Rainha dos Céus’. A tradição de que Maria foi elevada aos Céus não é muito antiga. A Bíblia não diz nada sobre esse assunto, quando e como ela morreu; de facto a pobre mulher é raramente mencionada na Bíblia de todo. A crença de que ela foi erguida até ao Céu não foi inventada até seis séculos depois do tempo de Jesus. No início foi apenas inventada, como a história da Branca de Neve foi inventada. Mas, ao longo dos séculos, transformou-se em tradição e as pessoas começaram a leva-la mais a sério simplesmente porque a história foi passada por muitas gerações. Quanto mais velha a tradição ficava, mais gente a levava a sério. Foi finalmente escrita oficialmente como verdadeira e passou a ser uma crença dos Católicos Romanos muito recentemente, em 1950. Mas a história não é mais verídica agora em 1950 do que quando foi inventada 600 anos depois da morte de Maria.
Vou voltar à tradição no fim da carta, e olhar de outra forma. Mas primeiro eu tenho que lidar com as outras duas más razões para acreditares em qualquer coisa: autoridade e revelação.
Autoridade, como razão para acreditar em algo, significa acreditar porque alguém importante te diz para acreditares. Na Igreja Católica Romana, o Papa é a pessoa mais importante, e as pessoas acreditam que ele está sempre correto porque ele é o Papa. Num ramo da Religião Muçulmana, as pessoas importantes são homens velhos com barbas chamados de Aiatolás. Muitos jovens Muçulmanos estão preparados para cometer homicídios, puramente porque os Aiatolás num país longe lhes dizem para o fazer.
Quando eu disse que apenas em 1950 aos Católicos Romanos lhes foi dito para acreditarem que o corpo de Maria foi erguido para o Céu, o que eu quis dizer é que em 1950 o Papa disse às pessoas que elas agora tinham que acreditar. Foi assim. O Papa disse que era verdade, então tinha que ser verdade! Agora, provavelmente algumas coisas que o Papa disse durante a vida eram verdadeiras, e outras não. Não há nenhuma razão para que, só por ser o Papa,se deva acreditar mais no que ele diz, do que acreditarias em qualquer outra pessoa. O presente Papa ordenou aos seus seguidores para não limitarem o número de filhos que possam vir a ter. Se as pessoas seguirem a sua autoridade e escravamente acatarem o seu desejo, os resultados será ter uma terrível escassez de alimentos, doenças e guerras, causadas pela sobrepopulação.
Claro que, até na ciência, por vezes não vemos a evidência por nós próprios e temos que acreditar na palavra de outra pessoa. Eu não vi com os meus próprios olhos que a luz viaja a uma velocidade de 299.792 km por segundo. Em vez disso, acredito em livros que me dizem isso. Isto pode parecer ‘autoridade’. Mas a verdade é que é muito melhor que autoridade porque as pessoas que escreveram os livros viram a evidência por si próprias e qualquer pessoa está livre de as procurar e observar cuidadosamente essas mesmas evidências. É muito mais reconfortante. Mas nem os padres dizem que existe qualquer evidência para a sua história de que Maria elevou aos céus.
A terceira má razão para acreditares em algo é ‘revelação’. Se perguntasses ao Papa em 1950 como é que ele soube que o corpo de Maria desapareceu no ar, ele provavelmente iria dizer-te que lhe foi ‘revelado’. Ele fechou-se no seu quarto e rezou por orientação. Ele pensou e pensou, tudo por si próprio, então ficou-lhe cada vez mais correta essa ideia. Quando pessoas religiosas têm um sentimento dentro delas de que algo deve ser verdadeiro, mesmo que não haja evidências para suporte, elas chamam a esse sentimento de ‘revelação’. Não são só os papas que afirmam ter revelações. Um monte de pessoas religiosas têm-nas. É uma das suas principais razões para acreditarem no que acreditam. Mas será uma boa razão?
Imagina que o teu cão morreu. Ias ficar triste, e provavelmente perguntarias: ‘Tens a certeza? Como sabes? Como aconteceu?’. Agora supõe que eu respondia: ‘Eu na verdade não sei se o Pepe está morto. Não tenho evidências. Apenas tenho este pressentimento dentro de mim que ele está morto.’. Irias ficar furiosa comigo por te assustar, porque sabias que aquele sentimento dentro de mim não é uma razão suficientemente boa por si só para acreditares que o cãozinho está morto. Precisas de evidências. Todos temos estes sentimentos de vez em quando, às vezes eles estão corretos outras vezes não estão. De qualquer forma, diferentes pessoas têm sentimentos opostos, então como é que decides quem tem o sentimento correto? A única forma de saberes se o cão morreu é vê-lo morto, ou sentir que o seu coração parou, ou alguém te dizer que viu ou sentiu algumas reais evidências de que está morto.
As pessoas às vezes dizem que tens que acreditar em sentimentos dentro de ti, senão nunca estarias confiante de coisas como ‘A minha mulher/homem ama-me.’. Mas este é um mau argumento. Existem muitas evidências para saber se alguém te ama. Ao longo do dia em que estás com alguém que te ama, podes ver e ouvir um monte de pequenos pormenores que são evidência, todos eles somam. Não é apenas um sentimento interno, como o sentimento que os padres chamam de revelação. Existem coisas externas que suportam este sentimento interno: olhar nos olhos, tons de voz, pequenos favores e bondades; isto é tudo evidência real.
Às vezes pessoas têm um forte sentimento de que alguém as ama quando não é baseado em qualquer evidência, e por vezes estão completamente errados. Há pessoas com um forte sentimento que uma estrela de cinema famosa as ama, quando na verdade essa estrela nem as conhece. Pessoas assim são consideradas mentalmente doentes. Sentimentos internos têm que ser suportados por evidências, senão não podes confiar neles.
Sentimentos internos são valiosos na ciência também, mas apenas para te darem ideias de como testar e procurar evidências. Um cientista pode ter um pressentimento sobre uma ideia que lhe aparenta correta. Só por si, não é uma boa razão para acreditar nessa ideia. Mas pode ser uma boa razão para gastar o seu tempo a fazer experiências, ou a procurar de qualquer outra forma evidências. Cientistas usam os seus sentimentos internos a todo o tempo para conseguirem ideias. Mas não valem de nada até conseguirem evidências que as suportem.
Eu prometi voltar à tradição, e olhá-la por outro prisma. Quero explicar por que é que a tradição é importante para nós. Todos os animais são construídos (um processo chamado evolução) para sobreviverem num sítio normal onde estão dispostos a viver. Leões são bons a sobreviver nas planícies de África. Lagostim são bons a sobreviver em água doce, enquanto que lagosta está programada para ser boa a sobreviver em águas salgadas. As pessoas são animais também, e nós estamos programados para sermos bons a sobreviver num mundo cheio de… outras pessoas. A maioria de nós não caça para comer como leões ou lagostas, nós compramos a outras pessoas que compraram a outras pessoas. Nós ‘nadamos’ através de um ‘mar de gente’. Como os peixes têm guelras para sobreviver na água, pessoas precisam de cérebros que as tornam capazes de lidar com outras pessoas. Tal como a ideia de que o mar está cheio de água salgada, o mar de pessoas está cheio de coisas difíceis de aprender. Como a linguagem.
Tu falas Inglês mas o teu amigo fala Alemão. Tu falas a língua que te convém para ‘nadares’ no teu separado ‘mar de gente’. A língua é passada por tradição. Não existe outra forma. Em Inglaterra, Pepe é um cão. Na Alemanha ele é ein Hund. Nenhuma dessas palavras é mais correta ou mais verdadeira que a outra. Ambas são simplesmente passadas. Para seres bom a ‘nadar no teu mar de gente’, crianças têm que aprender a língua do seu país, e muitas outras coisas sobre o seu povo; e isto significa que eles têm que absorver, como papel de cozinha, uma enorme quantidade de informação tradicional. (Lembra-te que informação tradicional apenas significa que são coisas passadas de avós para pais para filhos.) O cérebro de uma criança tem que ser incessante a recolher informação tradicional. E não é esperado que a criança consiga separar a boa informação da má informação tradicional, como separar as palavras de uma língua, da má ou tonta informação tradicional, como acreditar em bruxas, diabos e virgens com vida eterna.
É uma pena, mas não há solução no caso, isto porque as crianças têm que absorver a informação tradicional, têm tendência a acreditar em tudo o que os crescidos acreditam, quer verdadeiro quer falso, correto ou errado. Muito do que crescidos lhes dizem é verdadeiro e baseado em evidências ou pelo menos ligeiramente. Mas se algo que dizem é falso, tonto ou até doentio, não há nada que pare a criança de acreditar nisso também. Agora, quando as crianças crescerem, o que vão fazer? Bem, claro que elas vão passar à próxima geração de crianças. Então, algumas coisas ficam fortemente enraizadas -- mesmo que sejam completamente falsas e nunca deviam ter tido credibilidade desde o início -- podem manter-se à tona por muito tempo.
Pode isto ter acontecido com religiões? Acreditar que existe um Deus ou Deuses, acreditar no Céu, acreditar que Maria nunca morreu, acreditar que Jesus nunca teve um pai humano, acreditar que há respostas a rezas, acreditar que vinho se transforma em sangue -- nenhuma destas crenças estão suportadas por boas evidências. No entanto milhões de pessoas acreditam nelas. Talvez isto aconteça porque lhes disseram para acreditar quando eram muito pequenos, e acreditavam em tudo.
Milhões de outras pessoas acreditam em muitas coisas diferentes, porque lhes disseram coisas diferentes quando eram crianças. Dizem coisas a crianças Muçulmanas diferentes do que dizem a crianças Cristãs, e ambas crescem completamente convencidas de que elas estão corretas e os outros errados. Até mesmo entre Cristãos, Católicos Romanos acreditam em coisas diferentes da Igreja de Inglaterra ou Episcopados, Shakers ou Quacres, Mórmons ou Pentecostais, e todos estão incessantemente convencidos que eles estão certos e os outros errados. Acreditam em coisas completamente diferentes pela mesma razão que tu falas inglês e outros falam alemão.
Ambas as línguas são, no seu próprio país, a correta língua a falar. Mas não é a mesma coisa com diferentes religiões, porque diferentes religiões afirmam que coisas opostas são verdade. Maria não pode estar viva na Religião Católica mas morta na Protestante.
O que é que podemos fazer em relação a isto? É difícil para ti fazeres algo, porque tu só tens 10 anos. Mas tenta isto. Para a próxima vez que alguém te disser algo que parece importante, pensa para ti mesma: ‘É isto algo do tipo que pessoas sabem devido a evidências? Ou é algo que as pessoas acreditam por causa de tradição, autoridade ou revelação?’ E, na próxima vez que alguém te disser que algo é verdade, porque não lhe perguntas: ‘Que tipo de evidências tens para suportar isso?’. E se eles não te derem uma boa resposta, eu espero que penses muito cuidadosamente antes de acreditares no que te estão a dizer.
Com amor,
Pai
Carta.
Para prolongares a tua leitura.
Fonte e inspiração: The God Delusion - Richard Dawkins
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