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Num pequeno barco habilmente construído com papiro e pranchas de madeira, um homem chamado Nebamun está imerso em uma caçada. Com destreza, ele segura algo que lembra uma serpente em uma das mãos, enquanto na outra segura três pássaros. Ele personifica a conexão entre os poderes da terra e do céu.
Nebamun foi um escriba que viveu por volta de 1350 a.C., durante os reinados de Amenófis III e seu filho, Akenathon.
A arte egípcia é profundamente simbólica. A postura de Nebamun, com uma perna à frente, denota o potencial masculino ativo, enquanto na extremidade do barco, vemos sua esposa, com os pés juntos e segurando lírios, simbolizando o potencial feminino passivo e a vida que brota do lodo e do pântano. É a mulher que dá origem à vida.
Entre as pernas de Nebamun, sua filha está ajoelhada para colher lírios no pântano e apoiando-se nas pernas do pai. Esta representação reflete o cumprimento da função paterna e o papel de sustentar a família. A criança já segue os passos da mãe e, em breve, será responsável por dar continuidade à vida.
Os egípcios concebiam a existência como uma jornada da alma, imortal e transcendendo o tempo e o espaço. Ao olhar para Nebamun e sua família, não vemos traços individuais ou características pessoais, mas símbolos que representam o homem e a mulher.
Nebamun era um escriba e atuava como contador no Celeiro Real, responsável por garantir reservas de grãos para tempos de seca ou guerra.
As pinturas na tumba de Nebamun constituíam um todo simbólico, apontando o caminho espiritual ideal e o objetivo final de transcender o mundo material para adentrar outro mundo.
O ganso na proa do pequeno barco sugere que Nebamun está sendo guiado por ele, seguindo o ganso em direção ao seu destino, um paraíso, representado por um jardim de árvores floridas e perfumadas, o mais sublime de todos.
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