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* O primeiro a dizer? Embora não fosse comum que recebesse diversos elogios sobre sua aparência durante o dia, era um tanto presunçoso — e bastante ofensivo — que presumisse ter sido a única pessoa a enaltecer seus traços durante toda sua vida. Inevitavelmente, esse sentimento transpareceu em seu semblante confuso, marcado pelo vincos que surgiam no cenho. “ ── Não, não foi isso... ” Calou-se em meio a contestação, julgando ser indelicado de sua parte corrigir o rapaz a respeito de algo tão autocentrado. Intimidada pelo espaço mínimo que agora os reparava, recorreu à garrafa ainda agarrada entre os dedos, sorvendo um gole de água para umedecer a garganta — que parecia cada vez mais dominada pela secura. Os olhos não conseguiram esconder a surpresa diante de uma ideia tão inusitada, se arregalando, ao passo que a cabeça meneava em negação. Deixar um príncipe carregá-la no colo? Era um cenário tentador para o coração romântico de Esmera, mas fora de cogitação para alguém que respeitava títulos mais elevados do que o próprio. “ ── Me carregar? Não, isso não será necessário. Estava apenas sendo dramática, ainda tenho energia para um dia inteiro de caminhada. ” O sorriso estampado nos lábios era modesto, e logo estremeceu quando notou ser observado. Quais eram as intenções dele? Podia não ser o primeiro rapaz a elogiá-la, mas certamente era um dos primeiros a fazê-lo com tamanho afinco. Perdida em palavras, balbuciou algumas delas em busca de uma resposta. “ ── Não saberia lhe dizer, pois não costumo perder o fôlego com frequência. ” Esse é o melhor que pode fazer? Reviraria os olhos se não estivesse sob o holofote erguido pelo outro.
Um sorriso torto curvou os lábios do príncipe como se a timidez dela tivesse sido o maior presente que já recebera naquele dia — e olha que o dia tinha sido longo. A garrafa agora repousava entre os dedos da baronesa, mas o olhar dele permanecia focado no rosto alheio, como quem analisava uma obra de arte sob luz dourada. ❝Então eu tive a honra de ser o primeiro a dizer…❞ O tom foi sussurrado, íntimo demais para o espaço aberto da floresta, e mesmo assim soou como música. Um passo mais próximo, quase imperceptível, mas suficiente para diminuir ainda mais a distância entre os dois. ❝Ainda bem que cuidou da pele, seria um desperdício esconder um rosto assim debaixo de queimaduras solares. Agora... os pulmões e as pernas a gente dá um jeito. Tem alguém aqui disposto a carregar você no colo, se for necessário.❞ O olhar dançou até os lábios dela por um breve segundo, antes de voltar aos olhos com um brilho brincalhão — e perigosamente encantador. ❝Mas me diga uma coisa, Esmera... Você sempre fica tão adorável quando está sem fôlego, ou sou eu que estou tendo esse efeito em você?❞
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* Incerta sobre o que o rapaz insinuava, ela franziu o cenho, mas ainda carregando humor no semblante. “ ── Está duvidando da minha capacidade de caçar medalhões? ” Facilmente poderia se ofender com a falta de confiança em suas habilidades, mas preferia usar aquilo como combustível, um incentivo para que provasse a todos que duvidavam dela que estavam equivocados. A parte difícil era convencer a si mesma ser capaz. Permitindo-se se tranquilizar, suspirou com um quê de desânimo. “ ── Não é questão de competitividade... Estou um pouco cansada de me humilhar por aqui. Não sei, me sinto despreparada e acho que não era o melhor momento para me enviarem para essa ilha. ” Confidenciou para Sarp, sem o receio de ter seu sentimento desvalidado por ele. A verdade era que, nunca estaria pronta para lidar com tamanha pressão, não quando era constantemente privada de socializar da forma que a dinâmica de Althara demandava. A indagação seguinte contribuiu ainda mais para sua insegurança, a levando a se perguntar se deveria ter escolhido um alvo específico para sua caçada. Incrivelmente despreparada. “ ── Medalhão de alguém? Acha mesmo que estou em condições de escolher? Ficaria satisfeita de não levar um bolo no meu futuro encontro. ” O derrotismo se revelava antes que pudesse impedi-lo de encontrar evasão. “ ── E você? Mirando o coração de alguém? ” Era possível aprendesse algo de valioso com a abordagem do mais velho.
A Caçada, no fim das contas, estava longe de ser intrigante como as que ele costumava promover, afinal, medalhões eram pouco ou quase nada empolgantes. Pessoas, por outro lado... Não que ali estivesse em condições de mostrar suas reais habilidades, não quando se deparava com alguém como Esmera. As feições tensas se suavizaram assim que avistou a prima, que parecia deslocada no papel que desempenhava. "Caçadora, hm? Parece que os Santos têm senso de humor" elevou uma das sobrancelhas, percebendo o desespero da morena e achando graça. "Não acho que o nervoso dentre nós dois seja eu..." a provocou, dando alguns passos até onde ela estava. "Respira, Esme. Não sabia que era assim tão competitiva" ou talvez, como ele, ela não suportasse a ideia de fazer algo mal feito. Ele se preocupava com o fato dela estar ali. Mais alguém para que ele tivesse de ficar de olho. "Me diz você: tem o medalhão de alguém em mente? É por isso que está ansiosa por aprender a caçar?" questionou, num tom desinteressado, mesmo que não fosse exatamente esse o caso. Se a familiar estivesse interessada em uma aliança específica, ele gostaria de saber.
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* Ao perceber que os motivos que afligiam o rapaz eram muito mais complexos do que uma simples busca por corações simbólicos, foi difícil para Esmera ocultar a surpresa que nascia espontaneamente em seu semblante. Acompanhando cada detalhe revelado com inesperada confiança naquela que assumia o papel como ouvinte, lamentava pelas dificuldades enfrentadas pelo príncipe, também se identificando com a falta de autonomia sobre a qual se queixava. Mordiscando o interior da boca, ainda calculava suas palavras quando chegou seu momento de falar e, por consequência, tentar oferecer um pouco de conforto ao outro. “ ── Lamento que esteja passando por isso. ” Disse com genuíno pesar. “ ── Como alguém que também sente ter perdido a liberdade e o controle sobre a própria vida em algum momento, eu entendo sua frustração. E, sei lá, às vezes fico com a impressão de que tentar tomar minhas próprias decisões e seguir meu próprio caminho mais parece um ato de rebeldia. ” Confidenciou seu ponto de vista ─ íntimo demais ─ concluindo com um leve dar de ombros. Mas não seria egocêntrica de assumir o protagonismo do assunto. “ ── Já pensou em fugir? ” Não era o que sugeria como solução, mas uma dúvida genuína.
— Quer saber o que rolou? Tá, lá vai. — James era excelente quando o assunto era meter o bedelho onde não era chamado e abrir a boca em momentos bem delicados. Tinha altíssimas dificuldades em guardar as coisa para si mesmo, mas em sua defesa, tudo aquilo já o estava deixando lelé das ideias. — Imagina que você tá numa boa na sua casa, e do absoluto nada chega uma galera estranha falando que a sua vida foi uma mentira. — Havia algum tempo que os parafusos na cabeça de James estavam soltinhos, e era exatamente aquele o motivo. — Eu nao sei em quem confiar… na verdade eu nao confio em mais ninguém. Eu quero meus amigos, terminar a escola, ir pro baile de formatura. Coisa de gente normal! — Não que fosse o fim do mundo, mas para James era exata isso. — Eu quero minha mãe mas nem isso eu tenho. — Não via Kestrel como mãe, mas sim como ladra manipuladora de pessoas honestas.
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* Com movimentos delicados e discretos das mãos, ajeitava tudo que encontrava desalinhado em sua aparência ─ como os cabelos ligeiramente desgrenhados, a folha que se agarrava a eles e as roupas sujas de terra ─ pois um príncipe merecia ser visto com uma companhia minimamente apresentável. E, apesar do embaraço que sentia, em nenhum momento desviava o olhar, com o objetivo de parecer mais confiante e atentiva à sua companhia. “ ── De forma alguma! Minha única esperança era ter a chance de conhecer alguém legal, e parece que tive essa sorte. ” O respondeu com igual bom humor e uma dose generosa de cordialidade. Desprendendo-se dos lábios, uma lufada de ar afastou toda a apreensão que carregava no peito pelo receio de ser desprezada, seu sorriso quase triplicando de tamanho quando teve o interesse pelo encontro confirmado por Dimitri. “ ── Ai, muito obrigada por aceitar! Eu estou me esforçando pra me humilhar o mínimo possível enquanto estiver aqui e não ser rejeitada me ajuda muito. ” O riso gracioso, desenhado para não incomodar os ouvidos de ninguém, encontrou evasão como uma brisa suave. Com um aceno de cabeça, concordou em acompanhá-lo, se dando conta da fome que afetava o estômago apenas com a notícia de um brunch à sua espera. “ ── Então, o que ficaram fazendo durante esse intervalo? A espera foi tão tensa quanto a caçada? ”
Era um tanto desconcertante que tivessem encontrado seu relicário. Dimitri não havia pensado na próxima etapa. Primeiro porque ele não havia sido escondido para que o achassem. Estava certo de que apenas um rastreador tão competente quanto ele próprio poderia traçar caminho até o objeto, e desconhecia alguém capaz de tanto. Segundo porque desconhecia, além disso, alguém que julgasse seu valor tão alto a ponto de dedicar energia suficiente em sua caçada. Não era falta de auto estima, era descrença na teimosia necessária para alcançá-lo. Mas ali estavam, e não havia levado tanto tempo até ter sido levado para a pessoa que o encontrara. Claramente havia sido um acidente. Toda sua linguagem corporal e cada fio de cabelo fora do lugar diziam isso antes que suas palavras começassem a justificar algo que, não fosse a visível insegurança e timidez da garota, não faria o menor sentido. Dimitri levou as mãos aos bolsos, a expressão suave se modificando para uma indagação visível. De novo, percebia que não havia pensado na próxima etapa. Teria de ir a um encontro com ela, não teria justificativas para negar. Além disso, apenas reforçaria a ideia de Sofiya de que ele estava ali para vigiá-la. Vigiar é uma palavra tão forte... Não descrevia bem. Mas a tal ideia de Sofiya, independente do verbo escolhido, não estava errada, e ele precisava mentir melhor. “Não vejo o porquê de serem más notícias. A não ser que você ache más notícias para si, se pensou estar reclamando o relicário de alguém mais interessante.” Seu lábio inferior fez o movimento de falsa apreensão, parecendo bem humorado diante da possibilidade. “De toda forma, talvez seja tarde demais para você voltar atrás, não é? Vamos, o brunch te aguarda. E eu aceito o encontro, quero saber os detalhes.” Um movimento da cabeça a convidada a se juntar ao brunch no jardim, onde os caçadores que haviam terminado a missão se uniam aos corações que vinham aguardando. Virou o corpo em intenção de seguir, mas aguardou e checou se ela o acompanharia. “Mas guarde eles até lá.”
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+ 9 avatars Daniela Nieves (10-18)
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* Pouco atlética, a baronesa perdera as contas de quantas vezes já havia tropeçado durante aquela aventura romântica pela floresta. Quando não eram os próprios pés a se meterem em seu caminho, a natureza ao seu redor parecia se mover para tirá-la do eixo e provocar seus tropeços. Seu coração permanecia decidido a encontrar um medalhão, mas o corpo já manifestava sinais de cansaço, o que a fazia recuar o ritmo de sua busca. Para a sua sorte, um gentil rapaz cruzou seu caminho durante o momento de repouso, pertinentemente lhe oferecendo uma chance de hidratação. Comovida pelo gesto generoso, ela sorriu enquanto aceitava a garrafa estendida. “ ── Não abro mão disso e nem do protetor sol... ” O toque delicado sobre o rosto a calou de imediato, sua expressão projetando a surpresa causada pelo elogio tão afetuoso. Seu olhar buscou no dele respostas, uma justificativa para o que fazia. “ ── N-não, acho que é a primeira vez. Eu certamente me lembraria se já tivesse acontecido. ” A garganta parecia um pouco mais seca do que antes. “ ── Mas é bom saber que minha pele está saudável, porque meus pulmões e minhas pernas não parecem estar. ” Nervosamente sorriu, sem saber direito como lidar com elogios, em especial sobre sua aparência.
Esse é um starter para @goldenrcse
Enquanto procurava por um medalhão, vez ou outra parava quando encontrava alguém que lhe interessasse ou simplesmente para não se cansar demais, não queria estar completamente suado no mais tardar quando tivesse que encontrar seu coração. Ao contrário dos selvagens de seus colegas, ele tinha preocupações estéticas válidas e prezava por elas. Quando se aproximou de Esmera percebeu que ela parecia um pouco cansada, então, ofertou a garrafa de água gelada que trouxe consigo. ❝Aceita? É sempre bom se manter hidratada... Faz um bem enorme a pele.❞ Ele sugeriu enquanto deixava a mão tocar suavemente a maçã do rosto feminino, como se avaliasse a textura da pele, mas na verdade se aproveitava do ato para se aproximar amis sutilmente. ❝Ainda que me pareça não ter nenhum problema com isso... Já lhe disse o quão bela você é?❞
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𝒘𝒉𝒐: @diariodoprinceso
𝒘𝒉𝒂𝒕: now i’m all alone, cryin’ ugly.
* O olhar de Esmera era cuidadoso ao observar o rapaz, movida pela suspeita de que, sendo ainda mais jovem que ela, talvez estivesse enfrentando dilemas muito semelhantes aos que a atormentavam naquela experiência. Embora não fosse adequado classificar alguém pela idade, também era consciente de que certas percepções só se desenvolvem com o tempo. “ ── O certo seria "duas verdades e uma mentira", não duas mentiras... ” Gracejou com um sorriso que suavizava a própria preocupação, enquanto dava um passo mais próximo, fazendo questão de marcar sua presença. “ ── Você não está sozinho e precisaria nascer de novo pra conseguir ficar feio. ” Apontou como se aquilo fosse a coisa mais evidente do mundo, deixando claro a intenção de confortá-lo. “ ── Mas, o que foi que aconteceu? ” Franziu ligeiramente o cenho, demonstrando o cuidado que tinha ao abordar suas aflições.
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𝒘𝒉𝒐: @alucicrezia
𝒘𝒉𝒂𝒕: im searching for something but i cant feel nothing.
* Com a palma da mão, Esmera abanava o próprio rosto na tentativa de amenizar o calor que lhe subia à face, consequência tanto do esforço quanto da frustração que se acumulava com o passar das horas. Perguntava-se quanto tempo mais continuaria naquela caçada infrutífera e quantos outros, assim como ela, ainda vagavam pela floresta sem um medalhão sequer nas mãos. A simples ideia de ser a última a encontrar um a fazia estremecer. Que humilhação seria! Se recusando a mergulhar em pensamentos tão derrotistas, forçou a afastá-los antes que ganhassem espaço demais em sua mente. Voltou sua atenção para a voz da outra, captando suas palavras a tempo. “ ── Quando você diz ‘sentir’… está falando de intuição? Ou tem alguma habilidade especial que te ajuda a encontrar um medalhão? ” Questionou com o habitual tom curioso, sempre genuína em sua vontade de entender, livre de julgamento.
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* Esmera já não sabia mais identificar o motivo para seu coração martelar contra o peito em um ritmo tão frenético: era pelo susto que acabara de tomar ou o fato de uma figura tão formosa se encontrar a poucos metros de onde estava? Apostava na combinação dos dois acontecimentos. Mas, depois de assimilar o erro que havia sido condicionada a cometer e o quão perto estivera de conquistar um coração, lutou contra o embaraço que a consumia para abordar Ludowig com um pedido de ajuda. “ ── Se não for incomodar... ” O sorriso se mantinha pleno, mas as maçãs do rosto já estavam coradas antes mesmo de descobrir que toda a cena havia sido prestigiada por ele. “ ── Então, você viu aquilo? ” Embaraçada, riu com nervosismo, guiando a mão para afastar alguns fios de seu cabelo e esfregar a nuca. “ ── Fiquei feliz em ter encontrado um medalhão, até ver que vinha acompanhado por uma aranha gigante na parte de trás. Era como se estivesse escondida ali de propósito para me assustar. ” Uma possibilidade que não descartava. Aquele bem podia ter sido o trabalho de outro caçador, um vermelho ou mais uma armadilha montada na mata. “ ── Sabe pra que lado eu o joguei? ”
starter for @goldenrcse Um caçador que jogou o medalhão para o quinto dos infernos, mas se arrependeu e agora precisa de ajuda.
Ludowig não imaginou que veria uma cena tão engraçada quanto aquela. Ver Esmera jogar o medalhão pra fora como se fosse o diabo repelindo a cruz, não era algo que esperava. Talvez a garota tenha achado um bicho junto, ou era de alguém cujo ela odiava. Bem, de toda forma, ele decidiu que não era de sua conta. Continuou a procurar o medalhão de Star por mais alguns metros, e foi surpreendido ao ver a mesma garota se aproximar de si.
"— Esmera..." Sorriu, amplo e genuíno. Treinado, na verdade. Sentia que a morena tinha algum interesse nele, e não queria perder isso tão facilmente. "— O que aconteceu? Você quer....ajuda?" Uma sobrancelha arqueou e ele olhou para a floresta, e riu. "— Achei que aquele medalhão estivesse amaldiçoado, jogou tão forte...." E claro que ele tinha visto tudo. "— Mas eu ajudo sim."
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𝒘𝒉𝒐: @karvdag
𝒘𝒉𝒂𝒕: antes da caçada.
* Contar com alguns rostos familiares durante aquela experiência a tornava menos angustiante para Esmera, que sentia um misto confuso de emoções que não encontrava tradução. “ ── Então, também é caçador... ” Se aproximou do príncipe com um sorriso caloroso, serena por estar na companhia de alguém que a conhecia bem e a deixava segura. “ ── Está nervoso? Tem alguma técnica ou trilha secreta? Tem o medalhão de alguém em vista? ” A torrente de dúvidas deixou os lábios sem a chance de filtrá-las, mas antecederam um suspiro que reordenava seus pensamentos. “ ── Desculpe... Talvez eu esteja um pouco nervosa. ” Não admitiria a ninguém, mas preferia que fosse o seu próprio coração em jogo, pois seria exigente consigo mesma caso falhasse na busca ou encontrasse algum medalhão que julgasse inapropriado. Levaria algum tempo, mas trabalhava em convencer a si mesma de que aquilo não passava de um jogo, uma dinâmica para entreter o público que os acompanhava.
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𝒘𝒉𝒐: @allidimitri
𝒘𝒉𝒂𝒕: fim da caçada.
* Os olhos inocentes de Esmera se arregalaram no instante em que lhe foi revelada a identidade trazida pelo medalhão em suas mãos, assumindo um brilho especial enquanto admirava a formosura do rapaz. Fulgaz, o momento de contemplação não durou mais do que alguns segundos, pois logo ela era trazida de volta à realidade. Certos fatores perderiam relevância se ela carregasse um título de maior expressão, que realmente despertasse o interesse de um Duque. Mas aquele não era o caso. Talvez estivesse diante da chance perfeita para exercitar sua oratória, colocar o carisma em ação e tentar conquistar a atenção do rapaz, mais ainda lhe faltava segurança para isso. Com um suspiro resignado, admitiu para si mesma a própria derrota. “ ── Odeio ser a portadora de más notícias, mas encontrei seu medalhão. ” Anunciou, encabulada, enquanto erguia o objeto na altura dos olhos, embora já fosse óbvio o que acontecia ali. O sorriso presente nos lábios carregava nervosismo, mas também era caloroso. “ ── Um encontro me parece uma ótima oportunidade para bater um papo, mas não irei obrigá-lo a nada. ” Adiantou-se, deixando nas mãos alheias a decisão de seguirem com os planos da dinâmica ou considerar a participação de ambos encerrada. “ ── Porém, adoraria te contar como encontrei seu relicário sem querer. ” Uma pequena folha ainda se prendia aos fios de cabelo como evidência do acidente causado por um galho agarrado à sua perna.
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⠀ * 𝚕𝚒𝚏𝚎 𝚖𝚊𝚔𝚎𝚜 𝙚𝙘𝙝𝙤𝙚𝙨 , 𝚒𝚏 𝚢𝚘𝚞 𝚜𝚎𝚎𝚗 𝙩𝙝𝙚𝙢 .
Já era esperado que ESMERA NURDENIZ VON EISENSTADT viesse para a Ilha de Treatan, afinal, ela é uma BARONESA vinda da ÁUSTRIA. Não que seja elegante perguntar, mas sei que ela já conta com seus VINTE E CINCO ANOS, e não esconde a fama de IDEALISTA, mas é sabido que seu lado DELICADO compensa.
ㅤㅤ ㅤㅤ ━━━ Desde o berço, foi criada com um propósito que não era dela. Fruto de uma aliança estratégica entre uma nobre casa religiosa da Anatólia e um baronato austero do império austríaco, sua existência sempre foi política antes de ser pessoal. Ela cresceu envolta em véus de seda e promessas veladas, cercada de tutores, rituais e cerimônias, mas nunca de escolhas.
Educada nas cortes mais conservadoras do continente, dominava idiomas antes de dominar o próprio reflexo. Seu latim era impecável, sua caligrafia parecia bordado e sua conduta era tão refinada quanto esperavam que fosse. Sabia o que vestir, quando se calar, com quem sorrir. Mas nunca aprendeu a dizer “não”. Nem quando lhe tiraram a infância, nem quando lhe disseram com quem se casaria ou por quê.
Agora, pela primeira vez em sua vida, ela está longe dos olhos estritos dos pais. Enviada para Althara como representante de sua casa — e, mais uma vez, como potencial noiva de alguém que ela ainda não conhece — Esmera se vê diante de algo que sempre pareceu inalcançável: liberdade. E não sabe bem o que fazer com ela.
No meio de príncipes carismáticos e jovens herdeiras que aprenderam a usar palavras como lâminas, a baronesa se sente deslocada. Maravilhada, sim. Encantada com o brilho dos bailes e a ideia de um amor que floresce com gentileza, em vez de mandatos. Mas também assustada. Afinal, esta é a primeira vez que seus passos não estão traçados por outros e isso é tão libertador quanto perigoso.
Ainda romântica, acredita que talvez, entre tantos jogos de poder, ainda haja espaço para algo genuíno. Mas quanto mais observa esse novo cenário, mais percebe que ser graciosa não é o suficiente. Talvez seja hora de descobrir quem é quando não está servindo aos desejos de ninguém.
' 𝙴 𝚇 𝚃 𝚁 𝙰 𝚂 :
Sua mãe, Safiye Nurdeniz, descende de uma linhagem nobre profundamente ligada ao alto clero de Bizâncio, onde a fé e a influência andam de mãos dadas. Bela, devota e politicamente ambiciosa, considera a obediência uma virtude e a autonomia, uma ameaça. Desde cedo moldou a filha como um reflexo idealizado de sua devoção e disciplina, uma jóia a ser exibida e sacrificada, se necessário, pelo bem da fé.
O pai, Gerhart von Eisenstadt, é um barão da velha guarda austríaca. Durante a última guerra interna, ganhou notoriedade por sua lealdade ao trono e por sua habilidade em impor ordem onde havia caos. Frio, racional e respeitado, vê a filha como uma peça em seu jogo: valiosa, sim, mas também substituível.
A união de Safiye e Gerhart não foi um romance, mas uma equação. E Esmera foi a soma perfeita entre dois interesses.
' 𝙿 𝙾 𝚆 𝙴 𝚁 : A clonagem consiste na habilidade de se desdobrar em múltiplas versões de si mesma, como reflexos vivos de uma mesma alma. Cada clone compartilha sua consciência por um tempo limitado, permitindo que esteja em vários lugares ao mesmo tempo — espionando conversas, executando tarefas simultâneas ou simplesmente explorando mais do mundo do que lhe seria possível sozinha. No entanto, essa multiplicidade cobra um preço: quanto mais cópias cria, mais sua energia vital se fragmenta, tornando-a vulnerável, emocionalmente instável e fisicamente exaurida. Além disso, se uma réplica for ferida gravemente, a dor reverbera em Esmera como se o dano fosse seu. O dom exige equilíbrio e autocontrole.
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