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Saudades da porra
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O nada
O relógio marca 23 horas e 54 minutos, uma sensação estranha que nasce no centro do meu peito se espalha pelas veias e atinge as extremidades. Fico zonzo. Ela queima como o ácido. O não pertencimento me assola mais uma vez, a sensação de morte anda tão próxima, varrendo uma parcela à minha volta de forma assustadora. Por mais que nos preparemos, nunca estamos realmente prontos para ver suas costas. Acendo um cigarro. As lágrimas não vêm a mim, por mais que as deseje nesse momento. O “não saber” não dói mais, contudo, o desconhecido continua cortando com uma faca de dentes afiada, que dilacera em dúvidas às incertezas e às poucas certezas que me restam. Minha visão agora é anil, profundo, infinito. Cegueira. Eu olhei para deus e essa criatura tem a mesma face da morte! Polígonos de quatro lados coloridos, cores mortas, que se encaixam e se agrupam aleatoriamente. A estrutura que se forma diante de ti até não fazer mais sentido. Ela forma um rosto que gera temor e curiosidade infundada, pois tem o seu rosto, para se esfarelar, como se nunca tivesse existido, deixando apenas a sensação de que você é algo além. Onde está a sensação agora?
Você acha que consegue respirar? A vida é como um cigarro, você o acende e o traga com entusiasmo sem saber quando será seu fim e... Acabou. Você acha que consegue respirar? Olho para a tela e não enxergo o sentido dessas palavras, elas soam quase vazias. Quanto a mim, nesse momento, de alguma forma estranha, elas me aliviam um pouco. Só queria poder te ver uma vez mais. Você está aí? Eu sei... Nada é como o planejado. No fundo, o fator surpresa é o que nos mantem vivos e sãos. Você está aí? Mas às vezes o fator surpresa é tão surpresa que você para e se pergunta: Porra, eu estou mesmo nessa? É você está. Insônia. Acho que vou ficar pelo sofá hoje. Está uma noite clara, mas, não enxergo tão bem, não sei como acaba esse texto, ele é só mais uma tentativa de vida... Tem um fim?
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Olhos nos olhos
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TRAGADA
Dou um último trago só para te olhar, seus olhos já vermelhos são duas chamas que clamam pelo calor do meu corpo, te beijo ternamente por 3 minutos e 25 segundos, saboreando cada gota do seu doce néctar, abro meus olhos só para ver a malemolência que te domina, meus fluidos se unindo a sua circulação sanguínea, e você me mostrando aquele sorriso torto e faceiro que só você consegue fazer, seus batimentos aumentam, me distancio só para observar, você inclina sua cabeça para trás e entreabre sua boca agora seca, ansiando por mais um beijo, vejo a estrada que surge do seu terceiro olho se expandir e tomar por completo sua aura que se cobre de esmeraldas e ouro. Você gargalha, ao ver meu olhar, por um momento não ouso mais te tocar, pois receio interferir e perder todo o espetáculo que é essa sua cadência, mas não resisto, a envolvo em meus braços e deixo você flutuar em meu universo.
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Sentindo teu amor profundamente
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