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I'm so golden.
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Dany | 20 | Rio de Janeiro | TPWK
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hstyles-imagines · 1 month ago
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hstyles-imagines · 1 month ago
Note
gostaria de um do harry que ela esta gravida e ele esta cuidando dela, preocupado toda hora e fica falando com bebe e beijando a barriga dela, coisas assim haahahahha AMO SUA ESCRITA
oii, obrigada pelo pedido. esse pode ser lido como uma continuação de "pensamentos intrusivos". espero que goste, acho que você queria uma coisa mais fofa mas quando vi já tinha viajado demais na sua ideia.
grávida preferida!
A confirmação veio numa manhã qualquer, com o som da chuva fina batendo na janela e o cheiro de café recém-passado se espalhando pela casa. S/n estava sozinha no banheiro, sentada na borda da banheira, encarando o teste com as duas linhas cor-de-rosa. O silêncio era denso, como se o tempo tivesse parado.
Ela não sabia se ria, se chorava, ou se corria até Harry — que provavelmente estava na cozinha, mexendo no celular e cantando alguma música baixinho.
Quando saiu do banheiro, o mundo parecia o mesmo, mas tudo dentro dela já era diferente.
Harry a viu se aproximar devagar e franziu a testa, percebendo algo no olhar dela.
— Tá tudo bem, amor? — perguntou, indo até ela.
Ela estendeu o teste sem dizer uma palavra. Ele pegou o objeto com cuidado, como se fosse frágil, e levou alguns segundos até entender.
— Isso é…? — ele olhou pra ela, os olhos arregalados.
S/n assentiu, com um meio sorriso tímido.
— A gente vai ter um bebê, Harry.
Ele ficou em silêncio por um instante. Depois, como se tivesse sido atingido por uma onda, sorriu largo e a envolveu num abraço tão apertado que ela chegou a rir.
— Meu Deus, s/n… você tem noção do que isso significa? — ele dizia, beijando o topo da cabeça dela. — Tem um ser humaninho aí dentro. Nosso.
Ele se ajoelhou na frente dela, apoiando as mãos na barriga ainda invisível, e sorriu como uma criança no Natal.
— Ei, bebê... aqui é o papai. Nem te conheço ainda, mas já te amo mais do que tudo.
S/n chorou ali mesmo, agarrada nele. Eram lágrimas doces.
//
Os dias seguintes vieram com uma mistura caótica de emoções. Os enjoos matinais bateram forte — e Harry virou um verdadeiro escudeiro.
— Não come isso, tem cheiro forte demais. — Bebe água de coco. É bom. — Eu li que gengibre ajuda…
Às vezes, ela achava graça do exagero, mas no fundo, aquilo aquecia o coração dela de um jeito inexplicável.
Certa tarde, ele chegou em casa com três sacolas nas mãos.
— Comprei morango, leite condensado, pão de queijo, abacate e… manga. Você sonhou com manga essa noite.
Ela riu, cobrindo o rosto.
— Harry, você tá ficando maluco.
— Maluco por você. E pelo nosso bebê — respondeu, com um sorriso tão sincero que ela sentiu o peito apertar de amor.
À noite, depois do banho, eles se deitaram juntos no sofá. S/n usava uma camisola solta, e Harry estava deitado com a cabeça na barriga dela, os olhos fechados, fazendo carinho.
— Oi, bebê… aqui é o papai de novo. A mamãe dormiu um pouquinho de tarde hoje, então hoje ela vai ter energia. A gente vai ver um filme e comer pipoca. Você vai gostar disso quando crescer. Eu tenho certeza.
S/n achava que o coração não podia aguentar tanto amor. A forma como ele a olhava, como falava com o bebê, como dormia com a cabeça encostada na barriga dela, como se pudesse ouvir tudo que acontecia lá dentro… Aquilo fazia ela se apaixonar de novo. Mais profundamente, mais loucamente.
Ela passou os dedos pelos cabelos dele e murmurou:
— Você me ama mesmo com os enjoos, os pijamas manchados e o cabelo bagunçado?
Harry levantou o rosto, os olhos sérios por um instante.
— Amor, eu te amo em todas as versões. Mas essa aqui… — ele beijou a barriga — é a mais linda que eu já vi.
Ela sorriu, puxando-o para um beijo. Era doce, calmo, cheio de ternura. Mas também havia algo mais ali. Um desejo que crescia em silêncio.
— Vem pro quarto comigo? — ela sussurrou.
Harry afastou o rosto devagar, os olhos brilhando com malícia contida.
— Você não para de me provocar, não é?
— Eu estou com desejo, Harry. E não é de comida.
Ele sorriu torto, mordendo levemente o lábio inferior.
— Você sabe que eu não resisto quando você fala assim…
Ele a pegou pela cintura com firmeza, colando seus corpos, sentindo a respiração dela acelerar. Sem quebrar o contato visual, levou a mão até o cós da camisola e a levantou devagar, os dedos roçando levemente a pele sensível da barriga.
— Você fica ainda mais gostosa grávida, sabia? — murmurou, voz rouca. — Só de olhar pra você assim, grávida meu bebê, eu já fico duro.
Ela gemeu baixinho, sentindo o corpo inteiro reagir.
— Então faz alguma coisa, Harry…
Ele não precisou de mais nada.
Levou-a até o quarto no colo, com os lábios colados no pescoço dela, provocando arrepios. Deitou-a com cuidado sobre os lençóis, mas o toque dele já não era tão suave. Era cheio de fome, de necessidade, como se ela fosse a única coisa que existisse no mundo.
— Hoje eu vou te fazer gozar olhando nos meus olhos, amor. Quero ver o jeito que você morde os lábios quando tá quase lá…
Ela o puxou pelos cabelos e sorriu, entre provocação e prazer.
— Então para de falar e me mostra.
E ele mostrou.
Com beijos lentos, toques quentes e movimentos que falavam mais que qualquer palavra. Amaram-se com pressa e com calma, com desejo e com ternura. Como só dois corpos que se conhecem profundamente conseguem fazer.
E quando ela arqueou o corpo contra o dele, gemendo seu nome, Harry a segurou como se ela fosse sua casa. E, de fato, era.
Ali, naquela cama, entre lençóis amarrotados e promessas silenciosas, s/n descobriu que não existia nada mais excitante do que ser completamente desejada por quem também sabia amar cada centímetro dela — por dentro e por fora.
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All the love xx
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hstyles-imagines · 1 month ago
Note
OOOI DANI! Comecei a te seguir recentemente e AMEI a história “Baby” por favor, faz uma continuação ou algo semelhante, me derreti toda imaginando um Harry chapado de anestesia, com as bochechas inchadas pela extração do siso HAUSHAUSHSU ai ficou incrível, vou ler as demais histórias posteriormente 💛
Oi, meu amor! 💛 AAAAAA que alegria receber tua mensagem! Fico tão, TÃO feliz que você gostou. segue a continuação
"Meu nome é baby" - *parte 2*
Harry acordou com o rosto enterrado no travesseiro e a boca seca. O gosto metálico do sangue misturado com o leve amargor do anti-inflamatório ainda pairava na língua. Tentou se mexer, mas um peso confortável estava apoiado em sua cintura: S/N, dormindo de lado, com um braço sobre ele.
Ele sorriu, ainda grogue de sono e com um pouco de dor nas bochechas. Ao virar a cabeça com cuidado, sentiu os pontos puxarem. “humm…”
O movimento fez S/N despertar devagar. “Baby?” ela chamou com a voz rouca e sonolenta.
Harry piscou algumas vezes, depois respondeu com a voz abafada: “Oi, anor.”
Ela se apoiou no cotovelo e olhou para ele, sorrindo ao ver os olhos verdes ainda pesados. “Como você tá se sentindo?”
“Como se alguém tivesse dado um soco na minha cara. Vários socos.” Ele disse fechando os olhos de novo. “Mas… vivo.”
“Que bom! Porque você jurou ontem que ia morrer.” Ela comentou casualmente, com um sorrisinho.
Harry franziu a testa. “Eu disse isso?” S/N assentiu. “E também insistiu que seu nome era Baby e que a gente já era casado.”
Ele abriu um olho. “Mentira…”
“Você pediu pra eu casar com você de novo porque tinha esquecido quando foi a primeira vez.” Ela respondeu segurando a risada.
Harry cobriu o rosto com as mãos. “Meu Deus…” murmurou. “Eu lembro de uns flashes… você dirigindo… Satisfaction no rádio… mas o resto…” ele a olhou desconfiado. “Eu fiz mais alguma coisa absurda?”
“Sim.” Ela disse com um olhar divertido. “Você exigiu ir pra casa de avião. Disse que era seu carro e que queria pilotar. E ficou ofendido quando eu ri da sua cara — aliás, você ficou ofendido várias vezes.”
Harry gemeu e afundou o rosto no travesseiro. “não acredito, amor…”
S/N se levantou e pegou o celular na cômoda. “Quer ver?”
“Ver o quê?”
Ela desbloqueou o celular e abriu a galeria. “O Arquivo Baby.” Disse com um sorriso vitorioso.
“Não!” Harry exclamou, mas era tarde demais — ela já tinha apertado o play.
Na tela, Harry aparecia sentado na cadeira de rodas, os olhos semicerrados e o algodão aparecendo em sua boca. A voz estava estranha, embolada:
“Mas eu não sou Harry… meu nome é Baby. E essa aqui é minha esposa. Minha esposa lindaaa…”
S/N riu. “Você ficou me apresentando pra todo mundo da clínica assim. Até chamou a recepcionista de ‘madrinha do nosso casamento secreto’.”
Harry virou de barriga pra cima, completamente corado. “Apaga isso, por favor.”
“Jamais.” Ela respondeu com firmeza divertida. “Isso vai pro nosso casamento real um dia. Tô guardando na pasta ‘chantagens emocionais’.”
Ele riu fraco, ainda envergonhado. “Você ficou comigo o tempo todo?”
“Claro que sim, baby. Até você dormir. E quando você acordou pedindo beijinho ao invés de analgésico…” ela se inclinou para perto e deixou um selinho suave nos lábios dele. “Eu dei.”
Harry fechou os olhos com um suspiro satisfeito. “Você é perfeita.”
“Eu sei.” Ela respondeu brincando. “Mas pode continuar dizendo.”
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All the love xx
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hstyles-imagines · 1 month ago
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Oii, sou eu de novo kkkk
Eu queria um que o Harry e a S/n namoram sério e ambos são cirurgiões, aí chega um interno que começa a dar em cima dela (ele não sabe que ela namora) aí eu queria uma cena meio vergonha alheia e engraçada em que o Harry tá marcando território.
oii, postado!
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hstyles-imagines · 1 month ago
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Pensamentos intrusivos...
Para S/N, os dias férteis vinham com um fogo no corpo que parecia impossível de ignorar. O desejo a consumia de dentro pra fora, e nada saciava essa sede além dele. Todas as noites — sem exceção — ela o queria. E não só queria. Precisava.
Harry adorava S/N, isso era óbvio. Ele a desejava, a amava e se entregava completamente. Mas havia momentos em que nem mesmo ele conseguia acompanhar a intensidade com que ela o buscava. E durante seus dias férteis? Ela se transformava em outra versão de si mesma — uma versão que, para ser honesto, às vezes o deixava um pouco assustado.
Naquela noite, o relógio marcava pouco depois da meia-noite quando S/N acordou. O quarto estava calmo, iluminado apenas por um fiapo de luz da rua entrando pela janela. Ao lado dela, Harry dormia profundamente, os cabelos bagunçados caindo sobre a testa, a respiração ritmada, o peito subindo e descendo com serenidade.
Ela o observou por alguns segundos. Havia algo encantador em vê-lo assim. Quase dava vontade de deixá-lo descansar. Quase.
O calor entre suas pernas a lembrava do contrário. O corpo pulsava, como se todo o sangue tivesse se concentrado ali. Era impossível resistir. Ela se virou lentamente, encostou o rosto na curva do pescoço dele e sussurrou contra sua pele quente:
— Harry…
Ele se remexeu, a voz arrastada pelo sono: — Hm… que foi, amor?
— Eu preciso de você — s/n murmurou, num tom manhoso e carregado de desejo.
Harry abriu os olhos devagar, piscando algumas vezes até focar no rosto dela. Já sabia. Bastou olhar sua expressão — os lábios entreabertos, bochechas quentes, o brilho nos olhos. — De novo, amor?
Ela assentiu, meio sem jeito, mas sem negar.
Ele soltou um suspiro e virou-se para encará-la por completo. — Amor… usa aquele vibrador que você gosta. Só essa noite. Eu tô exausto.
— Mas não é igual a você... — ela respondeu, a voz baixa, quase suplicante.
Harry ficou em silêncio por um momento. Então, num gesto rápido, puxou s/n pela cintura, virando-a de costas e posicionando-a sobre ele, sentada de quatro, com o corpo inclinado pra frente. — Assim? — ela perguntou, surpresa. — Mas não dá pra me mexer direito assim…
— Não me importa — ele murmurou. — Se é o que quer, isso é o que tem pra hoje.
E antes que ela pudesse responder, ele a puxou pela cintura e a encaixou com força sobre o pau. O gemido que escapou dos lábios dela preencheu o quarto. Era exatamente o que o corpo pedia.
Ele permaneceu imóvel, com as mãos apertando seus quadris. — Vai, amor. Tava com tanta vontade, né? Então se mexe.
S/n soltou um gemido mais alto, impaciente. Durante a ovulação, ela precisava mais do que isso. Precisava ser fodida até perder o fôlego, até esquecer o próprio nome. Mas mesmo assim, começou a se mover, lentamente, rebolando sobre ele, sentindo cada pulsar do membro duro dentro de si.
A fricção era absurda. Os gemidos roucos, desesperados, fizeram Harry perder o controle. Mesmo cansado, não resistiu. Gozou dentro dela com força, jorrando quente e profundo.
S/n caiu sobre ele, o corpo tremendo de prazer, o coração disparado.
Ambos sabiam que não era certo. Sexo sem proteção, durante a ovulação, era praticamente um convite. Mas nenhuma lógica resistia ao desejo. E Harry, por mais exausto que estivesse, nunca negaria prazer a ela.
Ele acariciou sua cintura com os dedos, a respiração ainda irregular, e sussurrou junto ao ouvido dela:
— Mal posso esperar pra te ver com uma barriguinha linda… carregando o meu filho. — Surpreendendo a si mesmo com a sinceridade em sua voz.
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hstyles-imagines · 1 month ago
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Harry estava deitado ao lado dela, completamente rendido, enquanto o amor de sua vida desabafava sobre o dia.
Os dedos dela se moviam com uma calma ensaiada, como quem não percebe o próprio poder. Deitada de lado, com a cabeça apoiada na mão, ela falava com a voz serena, mas com um certo cansaço escondido entre as palavras.
— “Sabe o que me frustra?” — ela começou, olhando pro teto, como quem tenta organizar os próprios pensamentos. — “É essa sensação de que, não importa o quanto eu me dedique, parece que meu esforço ainda é invisível. Não tô pedindo um troféu, mas um reconhecimento honesto cairia bem de vez em quando.”
Harry queria responder com algo mais articulado, mais empático, mas naquele momento… bom, digamos que ele estava em desvantagem. Seu corpo inteiro reagia ao toque dela, que continuava, suave e constante, como se não houvesse nada de extraordinário acontecendo. Mas havia — pelo menos pra ele, que já não sabia mais se respirava ou implorava por mais.
— “Hmmm…” — foi tudo o que ele conseguiu dizer, entre os dentes, lutando contra o impulso de jogar a cabeça pra trás e gemer alto.
Ela nem percebeu a luta interna do rapaz. Continuava falando, envolvida no próprio dilema, os olhos focados em algum ponto imaginário no teto.
— “Pensei em chamá-la pra conversar, sabe? Tipo: ‘ei, reconhece aí que eu carrego metade do projeto nas costas’. Mas eu também odeio climão…”
Harry fechou os olhos por um instante. O controle estava escapando como areia entre os dedos. A moça nem notava o caos que causava com aquele toque firme e gentil, como se soubesse exatamente como conduzir seu corpo, da mesma forma que conduzia uma ideia até virar algo concreto.
— “Faz… o que achar melhor, meu bem…” — ele murmurou, a voz rouca, quebrada pelo prazer que começava a tomar conta do corpo inteiro. Não fazia ideia do que estava autorizando, só sabia que precisava concordar com tudo pra não perder o juízo.
Ela arqueou uma sobrancelha, pensativa.
— “Será? E se parecer que tô exagerando?”
Ele mordeu o próprio punho, como quem tenta se conter. Mas era inútil. A mente já tinha derretido, o corpo tremia e a respiração vinha em ondas curtas e quentes.
Seu orgasmo não demorou a chegar. Foi como uma explosão silenciosa. Um arrepio na espinha, uma corrente elétrica que atravessou o corpo dele inteiro. Os quadris se contraíram, o peito arfou e, no fim, a camisa dele serviu de tela para a arte final de sua mulher.
Ela, tranquila, olhou pra ele como se tivesse acabado de assinar mais um contrato. Deu um beijo calmo na bochecha dele e falou com leveza:
— “Pronto. Decidi. Vou falar com ela amanhã no escritório. Chega de me apagar pra manter a paz.”
Harry, ainda de olhos fechados, só levantou uma das mãos num gesto preguiçoso de apoio. Ainda esperando que seus sentidos voltassem.
— “Quer que eu coloque sua camisa pra lavar antes de sair?” — ela perguntou, já na porta do banheiro, secando as mãos.
Ele balançou a cabeça em negativo, sem forças pra falar. Ela sorriu, deu outro beijo nele e saiu do quarto, deixando o namorado exausto e completamente apaixonado, ainda tentando entender como aquela mulher conseguia surpreendê-lo cada dia mais.
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hstyles-imagines · 1 month ago
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Dany, por favoorrrrr faz a continuação do " Você vai dormir aqui, comigo", esse Imagine é perfeito demais e eu PRECISO de uma parte 2 para sobreviver 🥺 com um hotzinho se não for pedir demaiskkkkkkk
beijossss
Tá aqui a parte 2, meu amor! <3
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Você vai dormir aqui, comigo. *parte 2*
Harry estava certo: dormir na mesma cama fez toda a diferença. Pela primeira vez em dias, S/N descansou de verdade — não profundamente, porque toda mãe tem o sono entrecortado por instinto — mas o suficiente para recarregar as energias.
Era quase 9h quando acordou com o cheiro de café e pão quente invadindo o quarto. Ao abrir os olhos, viu o monitor da babá eletrônica ao seu lado e notou que o quartinho de Arthur estava silencioso. Ele ainda dormia.
Levantou-se devagar, com o corpo um pouco mais leve, e vestiu o roupão antes de seguir para a cozinha. Encontrou Harry de costas, de camiseta branca e calça de moletom, preparando o café da manhã com toda dedicação.
“Você não foi levar o Arthur pra sua mãe?” ela perguntou, encostada no batente da porta, os olhos ainda pesados, mas o coração mais leve.
Harry virou com um sorriso suave. “Ele dormiu a noite toda, então achei melhor esperar. Não queria te acordar. Preparei seu café do jeitinho que você gosta.” Estendeu a mão com uma caneca quente. “E... queria falar com você antes.”
S/N pegou a caneca, sentindo a mão dele envolver levemente a sua no gesto. “Tá tentando me conquistar pelo estômago?” provocou com um sorrisinho.
“Se for funcionar, sim.” Ele riu. “Mas não só isso. Eu sei que ainda estou no vermelho com você, então... hoje é o seu dia. Depois de levar o Arthur pra minha mãe, eu vou cuidar de tudo. Casa, comida, massagem, banho demorado... você não levanta um dedo.”
S/N arqueou uma sobrancelha. “Incluindo massagem?”
“Especialmente a massagem.”
Ela deu um gole no café, observando o jeito como ele a olhava. Não era desejo imediato, era um olhar profundo, cheio de arrependimento e amor. Ela sabia reconhecer quando ele estava sendo sincero — e naquele momento, ele era pura transparência.
“Tá certo, capitão.” Ela sorriu de leve. “Você tem até o fim do dia pra me convencer de que merece dormir do meu lado amanhã também.”
Harry deu dois passos, a encurralando contra a bancada. “Ah, então eu só tenho um dia?” A voz dele saiu rouca, baixa, carregada de intenção.
Ela ergueu o rosto, provocando. “Acha que consegue?”
Ele encostou os lábios na orelha dela e sussurrou: “Eu nunca falhei em nenhuma missão importante.”
Ela riu, o som leve contrastando com a tensão elétrica entre eles. “Então vamos ver do que você é capaz, Styles.”
//
Mais tarde, já sem Arthur em casa, S/N estava deitada de bruços na cama, vestindo apenas uma calcinha e uma camiseta regata. Harry entrou com um potinho de óleo de massagem e o olhar faminto.
“Virou massoterapeuta agora?” ela perguntou, divertida.
“Hoje eu sou tudo o que você precisar, amor.”
Ele se sentou ao lado dela, aquecendo o óleo nas mãos antes de começar a espalhá-lo pelas costas da esposa com movimentos firmes, porém suaves. O toque dele era preciso, como se conhecesse cada tensão, cada ponto sensível.
S/N suspirava a cada movimento, os músculos relaxando, mas outra coisa crescendo dentro dela. A forma como as mãos dele deslizavam para os ombros, depois descendo pelas costas até a base da coluna... era impossível ignorar o calor que se espalhava em seu ventre.
“Harry...” ela murmurou, virando-se de lado, os olhos intensos.
“Sim, amor?” ele respondeu, inclinando-se sobre ela, a mão parando na curva da cintura.
“Se você não fizer algo agora, eu vou te obrigar a fazer.”
Ele riu baixinho, deslizando a mão pela coxa dela. “Eu estava esperando esse momento.”
O beijo veio intenso, cheio de saudade e necessidade. As roupas foram tiradas entre toques e risadas baixas, e quando ele finalmente se posicionou entre as pernas dela, os olhos se encontraram — e ali não havia apenas desejo, havia amor. Amor de quem construiu uma vida juntos, de quem escolhe ficar mesmo nos dias ruins.
O ritmo começou lento, profundo, como se ele quisesse dizer com o corpo tudo aquilo que as palavras não tinham alcançado. As mãos entrelaçadas, os beijos no pescoço, os suspiros que escapavam entre declarações abafadas... Era mais que sexo. Era reconexão.
S/N arqueava o corpo ao encontro dele, os movimentos ganhando ritmo e intensidade, e Harry não tirava os olhos dela nem por um segundo. Ele queria ver cada reação, cada expressão de prazer, queria memorizar o perdão nos olhos dela.
Quando os dois chegaram ao ápice, foi como se um silêncio confortável tomasse conta do quarto. Não precisavam dizer nada. Estavam bem.
Depois, deitados, ele a puxou para seu peito e beijou o topo de sua cabeça. “Te amo, pra sempre.”
Ela sorriu contra a pele dele. “Me prova isso todo dia, e eu nunca vou embora.”
//
Espero que goste!
xx
All the love <3
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hstyles-imagines · 1 month ago
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dirty laundry
Harry Styles não era exatamente o tipo de homem que estava costumado a ser contrariado. Famoso desde muito jovem, dono de uma carreira sólida e uma legião de fãs fiéis, sempre fez o que quis, quando quis. Um artista consagrado, magnético, absurdamente carismático — e, para completar, teimoso como poucos. Pouquíssimas pessoas se atreviam a desafiá-lo. Talvez algum empresário de gravadora, em uma reunião mais tensa. Mas nunca sua equipe, tampouco colegas de palco.
Mas essa mulher… ah, essa mulher estava conseguindo levá-lo à beira da loucura.
Oito meses. Oito meses vivendo sob o mesmo teto com a tal criatura. Ele acreditava, honestamente, que seria fácil. Afinal, ela é um encanto — doce, afetuosa, inteligente, linda, cheirosa. Cozinha bem, sorri com os olhos, tem uma voz suave. Tudo nela parecia conspirar para uma convivência perfeita.
Mas não. A paciência da menina era mais curta que wi-fi em dia de chuva.
— “Amor?” — ele chamou, andando pela casa. De longe, já dava pra ouvir uns resmungos vindos do quarto.
— “Vida?” — insistiu, parando na porta, com aquele sorrisinho maroto no canto da boca. Encostado no batente, ficou só assistindo o show. Tinha roupa voando de um lado pro outro. O motivo do surto? Ele não fazia ideia. Quer dizer… ele suspeitava do provável culpado: ele mesmo.
Ela se virou lentamente, encarando-o com olhos faiscantes.
— “Harry.”
— “Oi, meu anjo.” — ele respondeu no automático, ainda se divertindo com o drama.
— “Eu juro, de verdade, você já é um homem feito. Tem carreira internacional, casa chique, carro bonito, tudo do bom e do melhor. Mas não tem a capacidade de pegar sua roupa suja e botar no cesto?” — ela falou daquele jeito calmo e passivo-agressivo que fazia até o cabelo da nuca arrepiar.
— “Foi mal, meu bem.” — ele foi chegando perto, pronto pra dar aquele abraço que normalmente desarmava tudo. Mas dessa vez, quando ele tentou envolver a cintura dela, levou um olhar que poucas vezes tinha visto nela, nunca direcionado a ele.
— “A roupa.” — ela apontou pro chão, cheia de autoridade. Era isso. Ou ele pegava, ou ela surtava de vez.
— “Quer que eu pegue pra você, princesa?” — ele ainda arriscou uma graça, tentando quebrar o gelo, puxando-a de leve pela cintura.
— “Não. Você vai lavar. Já que insistiu em dificultar minha vida, vai facilitar agora.” — respondeu, com uma frieza calculada que o surpreendeu. Se não estivesse tão incomodado com o fato de ela ter se esquivado de seu abraço, talvez até se impressionasse.
Ele piscou, sem acreditar.
— “Sério isso?”
— “Seríssimo. Vai logo.” — e, sem mais conversa, empurrou-lhe um cesto branco nas mãos. Ele cogitou dizer não. Mas o olhar dela não deixava espaço para negociações. Caminhou até a lavanderia, com ela atrás, de braços cruzados, expressão impassível.
Ele lavou a roupa. Sabia lavar, claro — morou sozinho por anos, aprendeu na marra. Só não gostava. Não era incompetente, apenas relutante. O que o incomodava, no entanto, era tê-la ali, sentada do lado de fora da porta, observando cada movimento, como se fosse uma fiscal de qualidade do serviço prestado. Quando terminou, virou-se.
— “Já passou o drama?”
— “Ainda não. Aproveita e lava a louça que você deixou na pia antes de sair.”
Harry soltou um riso pelo nariz. Ela podia ser um furacão, mas era um furacão lindo.
— “É? Tô achando que o jeito vai ser tirar esse seu mau humor aí de outro jeito…” — ele se aproximou com aquele olhar safado que ela conhecia bem.
E foi assim que ele acabou com ela apoiada no encosto do sofá e, minutos depois, ela já não parecia tão incomodada com as louças na pia.
xx
all the love <3
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hstyles-imagines · 1 month ago
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Oiii, vim aqui de novo pra fazer um pedido, porque gostei muito do último que você fez.
Enfim, eu gostaria um com que o Harry e a S/n são cirurgiões e casados (um com o outro óbvio ksksk) e aí chega um interno que da em cima da S/n (ele não sabia que ela é casada) então eu queria uma cena engraçada e vergonhosa do Harry querendo marcar território. É isso... ❤️
Casados com aliança e tudo!
S/n estava debruçada sobre um tablet, revisando os exames de um paciente complicado, quando a porta da sala se abriu e um rosto novo entrou. Alto, sorriso branco demais pra ser honesto, e com um jaleco recém-passado que cheirava a ambição.
— Dra. S/N? — ele se aproximou com aquele andar meio ensaiado, cheio de autoconfiança. — Sou o interno Luca. Só queria dizer que… uau. Você é ainda mais impressionante pessoalmente.
S/n ergueu uma sobrancelha, mas manteve o profissionalismo. — Obrigada, Luca. Está designado pra neuro hoje?
— Estou, mas se quiser, posso ir pra onde você estiver — disse ele, piscando um olho com um sorriso que provavelmente achava irresistível.
Nesse momento, como se convocado por uma força sobrenatural (ou o radar que acompanha todo marido ciumento), Harry entrou na sala com sua prancheta e a cara fechada. Usava seu jaleco com o nome bordado Dr. Harry Styles – Cirurgião Chefe, como se fosse uma armadura.
Ele parou ao lado de S/n e colocou a mão na cintura dela com a naturalidade de quem pagou um aluguel vitalício para estar ali.
— Amor, você viu o resultado da angio do paciente da 302? — disse ele, com um tom levemente mais alto do que o necessário, e enfatizando bem o “amor”.
Luca congelou.
S/n segurou o riso, olhando de relance pra Harry com uma expressão de “sério isso?”
Harry virou pra Luca com um sorriso amistoso... mas dos que parecem dizer “eu sei como acabar com uma carreira que ainda nem começou”.
— Ah, não me apresentei! Dr. Styles. Cirurgião... e marido da Dra. S/n. Marido real. Com aliança e tudo. — Ele ergueu a mão e balançou a aliança bem na frente do rosto de Luca, que agora parecia estar suando mais do que no primeiro dia de residência.
— Ahn... claro. É... prazer, doutor — murmurou Luca, claramente arrependido de todas as suas escolhas.
S/n, já segurando o riso, completou:
— Pode deixar, Luca. Te encontro na enfermaria. — disse, com um olhar divertido pro marido que agora estava de pé atrás dela como um Doberman em plantão.
Quando Luca saiu, Harry resmungou:
— Ele piscou pra você. Quem ainda pisca pra conquistar alguém em 2025? Ele não sua aliança?
S/n riu e puxou ele pela gola do jaleco.
— Relaxa, doutor. Só tenho olhos pro meu cirurgião-chefe preferido.
A expressão de Harry suavizou, finalmente mais tranquilo.
— Bom saber. Mas se ele piscar pra você outra vez, juro que marco um plantão de 36 horas só com ele no necrotério.
.
Harry e S/n caminhavam lado a lado em direção aos vestiários. Ele estava exausto, mas atento — ainda de olho em possíveis internos paqueradores aleatórios saindo das sombras.
S/n, por outro lado, parecia bem... divertida com a situação.
— Engraçado como hoje o ambiente de trabalho estava... competitivo — comentou, casualmente, mexendo no crachá.
Harry franziu o cenho, sem entender.
— Competitivo?
— É. Tipo... todo mundo tentando mostrar quem tem mais autoridade, quem tem mais intimidade, quem fala mais alto no meio da sala dos médicos.
Harry jogou um olhar de lado pra ela, desconfiado.
— Você tá falando de mim?
Ela fez uma carinha de surpresa muito falsa.
— De você? Imagina! Eu me referia ao clima geral... embora agora que você mencionou...
Harry parou de andar. — Eu não falei alto. Eu projetei a voz. Técnica de liderança.
S/n assentiu com um ar sapeca.
— Claro. E aquela parte em que você girou a aliança bem devagar na frente do Luca... era o quê? Técnica de hipnose?
Harry suspirou, sem graça, ajeitando o jaleco como se fosse escudo.
— Eu só achei que ele precisava de... contexto.
— Uhum. Informativo. Quase um tutorial: “Como não flertar com cirurgiãs casadas, volume 1: conheça um marido com instinto assassino.”
Harry arqueou a sobrancelha.
— Você tá rindo de mim?
Ela sorriu, inocente.
— Rindo com você.
— Eu não tô rindo.
— Justamente.
Harry balançou a cabeça, e apesar da cara emburrada, não conseguiu esconder o sorriso no canto da boca. Sabia que ela estava se divertindo às custas dele, mas também sabia que isso era sinal de que tudo estava exatamente como deveria.
— Só pra constar — ele disse, parando diante da porta do vestiário feminino — você nunca vai ouvir outra pessoa te chamar de “amor”. Só eu. E eu posso gritar mais alto, se quiser.
S/n se inclinou, deu um beijo rápido no canto da boca dele e murmurou com um sorriso provocante:
— Vou fingir que não achei isso levemente sexy. Mas se for gritar, só não faz na frente do chefe de residência, tá bom?
Ela entrou no vestiário antes que ele pudesse responder — mas a risadinha dela ecoando pelo corredor deixou Harry com aquele misto de irritação e adoração.
Ele passou a mão no rosto, suspirou... e sorriu.
— Essa mulher ainda me mata.
xx
Espero que goste!
All the love <3
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hstyles-imagines · 1 month ago
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POR FAVOR ABRA A ASK P ANÔNIMOS EU QUERO FALAR O QUANTO TO GOSTANDO DOS SEUS IMAGINES DANYYY
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hstyles-imagines · 1 month ago
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Meu!! Esqueci de voltar e falar dessa obra prima😢 me perdoe! Ficou realmente incrível incrível 👏🏻 eu realmente amei demais fazia um tempo que não lia um hot tão gostoso de ler! E os seus são sempre incríveis ♥️🥴
oii, essa mensagem estava aqui há um tempo... mas obrigada pelo carinho!!! fico muito feliz <3
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hstyles-imagines · 1 month ago
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Sdds de ver algo novo por aqui 🥺
Como tu tá amg? Tá bem? Tá sumidinha
oii, postei coisinha nova hoje... estou voltando <3
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hstyles-imagines · 1 month ago
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oi Dany tudo bem? tá sumidinha lovie, saudades tua 🥰
oii, voltei!!! <3
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hstyles-imagines · 1 month ago
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oi Dany tá sumida, tudo nem contigo?
oii, estou bem e vc? sumi um pouquinho pra focar na faculdade mas estou voltando. tinha esquecido o quanto eu gosto de escrever... <3
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hstyles-imagines · 1 month ago
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Temos imagines no forninho????? 👀 👀 👀
respondendo depois de anos, literalmente... mas tem. alguns na real, vou soltando durante a semana
;p
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hstyles-imagines · 1 month ago
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Oi bb, faz um do Harry que ele é delegado e sempre muito rude cm ela, não se preocupa em saber se ela e o bb que ela está esperando estão bem, quando ela quer conversar ele briga cm ela, e ela morre de ciúmes das colegas de trabalho dele, um dia ela joga tudo na cara dele e ele se sente muito envergonhado e faz uma surpresa para pedir desculpas
um pouquinho diferente, mas é isso aí... ;p
talvez...
Harry Styles não era apenas conhecido por ser um policial brilhante e implacável com os criminosos. Para S/N, ele era muito mais do que o distintivo no peito e a frieza calculada nas operações. Ele era o homem de sorriso fácil, que não precisava de muito para ser feliz — bastava um domingo à noite, uma panela no fogo e os pés descalços dançando pela cozinha enquanto uma playlist de soul antigo preenchia o ambiente.
Desde o primeiro “eu te amo” até a vez em que os dois riram tanto vendo um filme ruim que acabaram dormindo no sofá abraçados. Era o tipo de homem que acreditava que o amor estava nos detalhes.
Antes do casamento, ele aparecia de surpresa no trabalho dela com flores — às vezes um buquê completo, às vezes só uma única flor, envolta num bilhete bobo escrito à mão. Fazia isso só para ver o rosto dela se iluminar.
Depois do casamento, mesmo nos dias mais longos e tensos na delegacia, ele ainda arranjava tempo e energia para preparar banhos de banheira com pétalas de rosa, iluminação baixa e jazz suave ao fundo. Quando ela entrava no quarto, o vapor doce já preenchia o ar, e Harry estava ali, de mangas dobradas e olhos cansados, mas cheios de ternura.
— “Você é minha vida, S/N,” — ele dizia com aquele olhar que parecia atravessar a alma, traçando com o dedo o contorno do rosto dela com a mesma delicadeza com que se manuseia uma lembrança preciosa. — “Nada nesse mundo importa mais.”
Quando decidiram ter um filho, não foi uma decisão impulsiva. Foi conversada à meia-luz, em cafés da manhã preguiçosos e caminhadas de mãos dadas. Eles sonharam juntos. Ele leu livros sobre paternidade, assistiu vídeos, fez listas. A cada ultrassom, ele chorava um pouco — discretamente, mas sinceramente.
Decoraram o quarto do bebê entre risadas e beijos, discutindo se o tom da parede deveria ser mais claro ou mais quente, se o móvel tal era seguro o suficiente. Harry parecia irradiar uma luz nova. Ele andava diferente — mais leve, mais esperançoso. Quando falava sobre o futuro, seus olhos brilhavam com aquela certeza rara de quem finalmente encontrou tudo o que sempre procurou.
Mas tudo mudou nos últimos meses.
Após o nascimento de Lucas, a vida que antes parecia uma dança harmoniosa entre carinho, rotina e afeto se transformou numa sequência caótica de noites interrompidas, fraldas, mamadeiras, e um silêncio crescente entre duas pessoas que antes sabiam se escutar sem dizer uma palavra.
Harry já não era um policial brilhante, era um recém-delegado que precisava provar para que veio e gerir as responsabilidades das investigações que liderava. Crimes hediondos, pressão da chefia, ligações a qualquer hora do dia ou da noite. Ele chegava em casa com o rosto sombrio, carregado de peso — um peso que, aos poucos, começou a se infiltrar nas paredes de seu lar.
O homem de sorriso fácil sumiu. O que restava era alguém que falava pouco, que desviava os olhos quando ela tentava conversar, que não percebia quando ela chorava no banho para não assustar o bebê.
O olhar carinhoso que costumava aquecê-la com uma simples troca de olhares agora era um espelho opaco de exaustão — e, às vezes, impaciência.
S/N notava a distância. Notava a ausência. Notava que, mesmo quando ele estava ali, não estava realmente.
Naquela noite, Lucas finalmente dormira depois de horas de choro. A casa estava mergulhada numa penumbra silenciosa, com o cheiro de comida morna ainda no ar. Ela tinha preparado algo simples — um gesto de cuidado, um pequeno esforço para resgatar o que estavam perdendo.
Ouviu a chave na porta e se levantou, com o coração ansioso como quem ainda espera algo bonito.
— “Harry... você chegou. Quer jantar?” — ela perguntou, com uma esperança disfarçada de normalidade na voz, segurando o pano de prato entre as mãos.
Harry soltou um suspiro pesado, quase um lamento, e largou a arma e o distintivo sobre a cômoda com um barulho seco, definitivo.
— “Só quero silêncio, S/N. Foi um dia dificil.”
As palavras bateram como portas fechadas.
Ela ficou ali, parada, com os olhos marejando e o peito apertado. Engoliu seco, tentando conter o tremor na voz. Tentando ainda acreditar que ele voltaria a olhar para ela como antes.
— “Eu também estou exausta, Harry... o Lucas chorou a noite toda. Eu só queria dividir isso com você.”
Mas ele passou por ela como se fosse invisível. Como se ela tivesse se tornado parte da mobília. Um ruído a ser ignorado.
Subiu para o banho sem dizer mais uma palavra.
E ela ficou ali. Sozinha. No centro da casa que um dia foi seu refúgio, agora tão cheia de silêncios que doíam mais do que qualquer discussão.
Na mesa, dois pratos esfriavam. E o amor deles, antes quente e vivo, parecia esfriar também — devagar, sem que ninguém soubesse exatamente como impedir.
.
Era uma terça-feira chuvosa. Daquelas em que o cinza do céu parece pesar sobre os ombros. O som da chuva batendo nas janelas preenchia os espaços da casa, abafando até os próprios pensamentos. S/N estava sentada no sofá, Lucas finalmente dormindo. Ela tentava descansar os olhos, mas a mente não parava.
Harry entrou às pressas na sala, celular em mãos, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, a campainha tocou. Sem hesitar, ele deixou o aparelho sobre a mesa de centro e foi atender.
A tela acendeu segundos depois, e a notificação apareceu como um tiro silencioso:
Amanda - Unidade Central: "Delegado, obrigada por ontem. Sua paciência comigo me inspira todos os dias."
S/N não tocou no aparelho. Não precisava. As palavras já haviam sido suficientes. O estômago se revirou. Um gosto metálico subiu à garganta. Ela ficou ali, imóvel, com o olhar fixo naquela mensagem que dizia tanto mais do que parecia.
Amanda. A novata da delegacia. Jovem. Sempre impecável e com um sorriso fácil. S/N já havia reparado nos olhares dela quando a encontrou em um jantar formal da delegacia — e mais ainda em Harry, que voltava para casa cada vez mais tarde, cada vez mais ausente, cada vez mais... diferente.
Quando Harry voltou para a sala, com uma encomenda nas mãos - provavelmente algum brinquedo que a esposa comprou para o filho - ela ainda estava ali, imóvel, o rosto pálido e o celular piscando em silêncio.
— “Amanda, é?” — a voz de S/N saiu baixa, mas firme. — “Está inspirando ela agora?”
Harry parou. Franziu o cenho. Percebeu de imediato.
— “Você estava fuçando meu celular?” — perguntou, a voz subindo um tom, defensiva, com uma agressividade que já estava virando rotineira.
Ela se levantou devagar, os olhos marejados. O corpo tremia — de raiva, de dor, de frustração acumulada.
— “Você nem me olha direito há semanas, Harry. Mas ela... Ela te inspira?”
Ele bufou, virando o rosto como se quisesse fugir daquilo. Como se aquilo fosse um incômodo, e não um apelo.
— “Pelo amor de Deus, S/N, cresce! Eu trabalho com ela. Você está se comportando como uma adolescente insegura!”
Aquelas palavras foram como um tapa.
Ela o encarou por um segundo, sem acreditar. Então, a dor explodiu em palavras que ela vinha guardando há muito tempo.
— “Eu acabei de ter um bebê, Harry! Seu filho! Estou cansada, sozinha, me sentindo invisível! Você não me beija, não me escuta, mal olha pro nosso filho! E agora me diz que estou sendo imatura?”
Ele passou a mão nos cabelos, frustrado, como se quisesse apagar tudo com um gesto.
— “Talvez porque ultimamente você só reclama! Não é mais a mulher que eu conheci!” Falou rápido, seus próprios olhos se arregalando em surpresa com suas palavras.
Silêncio.
O tipo de silêncio que grita.
S/N ficou parada, sentindo o peito arder. As lágrimas finalmente caíram, silenciosas, quentes. Ela não tentou limpá-las. Não havia mais por que fingir força.
— “Talvez a gente precise de um tempo,” — disse, quase num sussurro, mas cada palavra pesando como pedra. — “Talvez... talvez isso tenha sido um erro.”
Harry a encarou, os olhos arregalados. Pela primeira vez em semanas, pareceu desperto.
— “O que você quer dizer com isso?” Ele perguntou.
Apenas o som da chuva respondeu.
Ela saiu da sala devagar, e cada passo parecia um adeus.
S/N foi para o quarto, pegou uma pequena mala, e começou a colocar algumas roupas. O bebê dormia no berço. Quando ele ouviu o zíper fechar, correu para o quarto.
— “O que você está fazendo?”, ele perguntou, com os olhos arregalados.
— “Vou para a casa da minha mãe. E... Harry, se for para viver assim… eu... eu prefiro o divórcio.”
Foi como se o mundo tivesse parado de girar para ele naquele instante.
Harry ficou parado, os olhos cheios de uma dor genuína. Ele não disse nada. Ela saiu.
.
A casa da mãe de S/N era pequena, mas acolhedora. Nos dois dias em que ficou ali, ela chorou mais do que gostaria. Entre mamadas, fraldas, e choros do bebê, havia um outro choro mais silencioso — o da alma. Ela sentia falta de Harry. Não do delegado, do homem fechado que ele se tornou, mas do companheiro, do amigo, do amante que sabia exatamente como fazê-la sorrir mesmo nos dias mais difíceis.
E Harry... ele estava desmoronando.
Desde que S/N saiu de casa, ele não conseguiu dormir. Passava os olhos pelas fotos dela no celular, pelas imagens do bebê recém-nascido, e sentia um buraco no peito. No fundo, ele sabia que havia ultrapassado todos os limites. Suas falas, sua ausência, sua frieza. Não era o homem que ele queria ser.
Ele pediu licença do trabalho. Precisava. Pela primeira vez em anos, Harry Styles reconheceu que precisava parar. Precisava pensar. Precisava lutar pela mulher da sua vida.
Naquela noite, S/N ouviu a campainha tocar. Seus pais tinham saído para resolver alguma coisa que sinceramente ela não prestou atenção, estava ocupada demais pensando em como sua vida havia desmoronado.Ajeitava Lucas, que dormia em seu colo, ao abrir a porta, e viu Harry — de terno, desarrumado, com olheiras profundas, e um buquê de flores esmagado nas mãos.
— “Eu... fui um idiota.”, ele disse, antes mesmo que ela pudesse falar. “Eu deixei o trabalho me engolir, deixei o medo de não ser o suficiente para a nossa família me transformar num homem frio. Mas a verdade é que eu já estava me perdendo sem perceber.”
Ela não disse nada, mas o olhar dizia tudo: mágoa, cansaço... e ainda amor.
— “Eu amo você. Amo nosso filho. E se você ainda quiser, eu quero começar de novo. Quero terapia, quero tempo com vocês. Quero voltar a ser o homem que você merece.”
Ela hesitou, mas abriu a porta.
Ele entrou, ajoelhou-se diante dela e do bebê, e chorou.
Naquela noite, não houve reconciliação completa. Mas houve silêncio compartilhado, promessas sussurradas, e um abraço longo demais para ser só despedida.
Era o começo de algo novo.
.
Meses depois depois, a casa já não era mais apenas o palco da rotina e do desgaste. Era, aos poucos, um lar reconstruído nos detalhes: nas pequenas escolhas diárias, nos gestos de afeto silencioso, na decisão constante de permanecer — e de cuidar.
Harry passou a chegar mais cedo.
Não apenas pelo relógio, mas pelo coração. Pela presença. Aprendeu, com tropeços e risos, trocar fraldas agora era algo natural. Descobriu o poder de cantarolar baixinho enquanto embalava Lucas nos braços. Aos poucos, a criança que antes lhe parecia um mistério, agora o reconhecia com um sorriso sonolento e a mãozinha esticada.
E S/N... S/N começou a respirar com mais leveza. Sem inseguranças e ciúmes.
Certa noite, ele preparou um jantar à luz de velas. Simples, mas cheio de intenção. A mesa arrumada com cuidado, flores frescas no centro, uma taça de vinho e uma playlist com aquelas músicas que os acompanhavam desde o início — desde os tempos em que dançavam na sala do primeiro apartamento, entre risos e declarações.
Ela desceu as escadas surpresa, com Lucas já dormindo em seu quartinho, e encontrou Harry à sua espera, camisa social dobrada nas mangas e o olhar calmo, amoroso, presente.
— “Eu esqueci por um tempo,” — ele disse suavemente, segurando o rosto dela entre as mãos, encostando a testa na dela com ternura — “mas agora eu lembro. Você é a melhor parte da minha vida.”
S/N fechou os olhos, permitindo-se sentir tudo aquilo sem medo. As lágrimas vieram, inevitáveis, mas dessa vez por algo bom. Algo que renascia.
— “E você,” — ela respondeu, sorrindo entre as lágrimas — “mesmo sendo um delegado cabeça dura... ainda é o meu amor.”
Eles se abraçaram, embalados por uma canção antiga que parecia cantar só para eles. Pela primeira vez em muito tempo, o silêncio entre os dois era confortável, inteiro.
E então, como se fizesse parte da trilha sonora da nova fase, Lucas choramingou no quarto.
Os dois se entreolharam e riram, cúmplices, parceiros, amantes.
Mas, dessa vez, Harry foi primeiro, sorrindo com confiança.
— “Deixa comigo. O papai vai resolver.”
E enquanto ele subia as escadas com passos firmes, S/N o observou com o coração tranquilo, sabendo que nem todos os recomeços são barulhentos. Alguns chegam assim — em silêncio, com cuidado... e flores frescas na mesa.
xx
espero que goste!
all the love.
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hstyles-imagines · 1 month ago
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oii autora! primeiramente, queria dizer que eu sou apaixonada pela maneira como você descreve o harry nas suas histórias! percebi que, de alguma forma, todas elas estão interligadas...enfim, não quero te incomodar, mas pensei em uma idéia e queria compartilhar contigo pois acho que ficaria muuuito boa com a sua escrita. onde o harry e a s/n fazem parte do mesmo ciclo de amigos, e ele é totalmente apaixonado por ela mas mantém isso em segredo. até que o grupo deles faz amizade com um cara que deixa o harry muuito inseguro, pois ele é literalmente a pessoa perfeita (e é estrangeiro, portanto acaba se dando muito bem com a s/n) e ele percebe que ele também sente algo por ela e fica se mordendo de ciúmes. até que uma hora ele não aguenta mais e confessa tudo que sente por ela na frente de todo mundo, em meio a uma discussão entre os dois
Oii! Muito obrigada pelo carinho, sério, você não imagina como fico feliz de saber que gosta do jeito que eu escrevo — e que percebeu essa conexão entre as histórias, isso é tipo meu jeitinho... <3
Mas vamos para o seu pedido:
obs: eu sou arquiteta e do rio rsrs, por isso a referência ;p
Are we just friends?
S/N nunca imaginou que uma simples visita a uma galeria de arte em Camden pudesse mudar tanta coisa em sua vida. Ela tinha acabado de se mudar para Londres para trabalhar como arquiteta, e aquela era sua primeira saída exploratória pela cidade — um momento só seu, para respirar o ar estranho e novo de uma metrópole que, apesar do frio, parecia acolhedora.
A galeria, escondida numa rua de paralelepípedos, estava relativamente vazia. Enquanto observava uma instalação feita de luzes e espelhos, ouviu a voz de um dos poucos visitantes presentes — um rapaz comentava com o amigo sobre a obra, destacando o contraste entre sombras e reflexos, e o impacto emocional do espaço. A forma como ele falava despertou a atenção dela.
— É engraçado como Londres tem essa coisa de parecer fria, mas até as construções aqui são sempre tão vivas — comentou S/N, se aproximando sem pensar muito.
O rapaz se virou. Seus olhos verdes e o rosto inconfundível fizeram o tempo quase parar. Era Harry Styles — sim, o Harry Styles, ex-One Direction, ator de filmes espetaculares e reconhecido mundialmente. Mas o que surpreendeu S/N mais do que a fama foi o jeito como ele a olhou: curioso, interessado, como se ela fosse mais uma pessoa comum, e não alguém reconhecendo uma celebridade.
— Nunca pensei por esse ângulo, mas faz sentido. Você trabalha com isso?
— Sou arquiteta — respondeu ela, com um sorriso tímido. — Ou, pelo menos, tentando ser.
Ele riu, genuinamente. A conversa fluiu naturalmente dali, como se eles já se conhecessem de outras vidas. Ao final da visita, ele a convidou para um café com o grupo — amigos próximos, artistas, fotógrafos, músicos, todos com aquela energia caótica e acolhedora que só se encontra em certos círculos criativos de Londres.
S/N foi sem grandes expectativas, mas acabou ficando até tarde, rindo, debatendo sobre arte, cidade e música. Não sabia dizer exatamente quando deixou de ser uma total desconhecida, mas percebeu que, de repente, já fazia parte.
.
Meses se passaram desde aquele encontro na galeria de arte em Camden, e S/N agora fazia parte da paisagem da nova vida que havia construído em Londres — e, sem perceber, da vida de Harry também. O grupo de amigos, que antes parecia tão fechado e artístico, logo se abriu para o carisma quieto e a presença leve dela. Ela trazia consigo algo difícil de definir: um calor discreto, uma sensibilidade aguçada, um senso de humor que equilibrava doçura com ironia — traços que, mesmo sem grandes gestos, conquistavam todos ao redor.
Talvez fosse o jeito brasileiro de se relacionar — aquele equilíbrio sutil entre proximidade e respeito, entre escuta e riso. Ela sabia quando acolher e quando provocar, quando fazer silêncio e quando transformar a sala num lugar mais leve só com um comentário sagaz. Nunca forçava presença, mas, ainda assim, era difícil não notar quando ela não estava.
Era uma noite de sábado, e o apartamento de Harry em Hampstead estava cheio de vozes, música baixa e taças de vinho meio esquecidas sobre a bancada. Ele organizava um pequeno jantar com amigos — nada planejado, como quase tudo que envolvia aquele grupo. No meio da sala, S/N ria de algo que Gemma havia acabado de dizer, os cabelos presos de qualquer jeito, vestindo uma jaqueta azul-clara que provavelmente não era dela, porque ele a conhecia bem. Havia algo magnético na maneira como ela ocupava o espaço: sem alarde, mas presente em tudo.
Harry observava de longe, encostado na porta da cozinha com um copo na mão, ouvindo-a trocar frases em inglês e, às vezes, escapando uma ou outra palavra em português — o som soava musical mesmo sem ele entender.
— Ela é um furacão quieto, né? — disse Jeff, se aproximando com um sorriso. — Chega de mansinho e, quando você vê, mudou tudo de lugar.
Harry apenas assentiu, sem tirar os olhos dela. Sabia exatamente o que Jeff queria dizer.
Quando S/N notou o olhar dele, sorriu de leve, quase cúmplice. Caminhou até a cozinha, pegando mais uma taça para si.
— Tá fugindo da bagunça? — perguntou, divertida, misturando sotaques.
— Tô só vendo como você sempre encontra o seu lugar — disse ele, com um meio sorriso. — Sem esforço nenhum, mas de um jeito que todo mundo percebe.
Ela soltou uma risada baixa e fez aquele movimento leve com a cabeça, como quem já ouviu algo parecido antes, mas ainda se surpreende.
— Acho que a gente aprende a ocupar espaço assim... sem pedir licença, mas sem empurrar ninguém também — respondeu, brincando com o pé da taça. — No Brasil, tudo acontece muito perto, sabe? Gente demais, calor demais, emoção demais. Você cresce entendendo as coisas pelo tom da voz, pelo jeito que alguém te olha. É tudo meio no instinto.
Ela fez uma pausa, olhando ao redor, como se tentasse explicar algo difícil de traduzir.
— Aqui, às vezes, parece que falta isso. Um pouco de desordem boa, um pouco de presença.
Harry a observou como se a estivesse vendo pela primeira vez, mesmo já conhecendo cada nuance daquele jeito tranquilo de ser.
— Talvez seja por isso que você ficou — disse, baixinho. — Porque, no fundo, a gente tava mesmo precisando de alguém que lembrasse como é sentir de verdade.
Ela não respondeu de imediato, mas seu olhar suavizou. Depois apenas encostou sua taça na dele, num brinde silencioso, e sorriu de um jeito que dizia tudo sem dizer nada.
Mas então a campainha tocou.
Gemma correu para atender com um entusiasmo discreto, abrindo a porta para um homem alto, de traços marcantes e um sorriso tranquilo. Ele vestia uma camisa de linho clara e trazia uma garrafa de vinho tinto numa das mãos.
— Gente, esse é o Gustavo! — anunciou Gemma, puxando-o para dentro com naturalidade. — Salvou a vida da minha filha — literalmente. E agora também salva jantares com vinhos bons e histórias ainda melhores.
As apresentações aconteceram em meio a cumprimentos calorosos, e S/N, ao ouvir o nome e o sotaque ao fundo, virou-se imediatamente, surpresa e curiosa.
— Você é brasileiro? — perguntou com um sorriso largo, como quem encontra um pedaço de casa perdido no mundo.
— Sou sim! — respondeu Gustavo, rindo. — Gustavo, de São Paulo. E você?
— S/N, Rio. — Eles se abraçaram com aquele entusiasmo tipicamente brasileiro, já trocando palavras rápidas em português, como se estivessem retomando uma conversa antiga que só precisou de um reencontro para continuar.
Harry observava a cena de longe, e algo apertou em seu peito. Era sutil, mas incômodo. Gustavo se movia com confiança, com aquele charme tranquilo de quem sabe que é bem-vindo em qualquer lugar. E S/N... ela parecia iluminada. Ria de um jeito que ele conhecia, mas que não costumava ser direcionado a mais ninguém daquele jeito.
Ela o apresentou a Gustavo com naturalidade, mas Harry mal conseguiu esconder o desconforto quando os dois continuaram conversando em português — rápido demais para ele entender, com expressões e risos que pareciam de outro mundo.
— Você tá bem? — perguntou Gemma, ao notar o olhar distante do irmão.
— Sim — respondeu ele, seco. Depois tentou suavizar. — Só... ouvindo eles falarem parece até num código secreto.
Gemma sorriu, entendendo mais do que ele gostaria.
— Eles são do mesmo lugar, Harry. Isso cria um tipo de ponte que não tem a ver com você. Não precisa entrar em pânico.
Mas ele já estava em alerta. Não era só o idioma. Era o jeito como Gustavo olhava para S/N — com uma curiosidade respeitosa, mas evidente. E como ela respondia — sem flerte, mas com abertura.
Mais tarde, quando S/N se aproximou da cozinha para pegar mais vinho, encontrou Harry ali, ainda encostado no mesmo canto. Ele sorriu, mas havia uma sombra nos olhos dele.
— Então, Gustavo, né? — comentou, tentando soar casual.
— É, ele é ótimo. — Ela respondeu, empolgada. — E de São Paulo! Engraçado como só de ouvir o sotaque a gente já se sente meio em casa. Você entende isso?
Harry deu um pequeno riso, mas havia algo preso na garganta.
— Não, acho que não entendo. — Ele olhou para ela. — Mas entendo como você fica diferente quando se sente em casa.
Ela o encarou por um segundo, surpresa pela resposta — não pelo tom, mas pelo que havia por trás dela.
— Harry… — começou, mas ele desviou o olhar.
— Tá tudo bem — disse rápido demais. — Vai lá, eles estão te chamando.
Ela hesitou por um momento, como se quisesse dizer algo, mas acabou apenas assentindo e voltando para a sala.
.
Semanas se passaram desde aquela noite. O grupo seguiu com suas rotinas, mensagens no vinham e iam, e ninguém tocou diretamente no assunto. Mas Harry andava estranho. Mais calado. Como se estivesse atravessando um território novo.
Em uma manhã qualquer, ele recebeu uma mensagem inesperada:
Gustavo: Tem como a gente conversar? Só você e eu.
Harry hesitou. Mas topou.
Se encontraram num café pequeno perto de Notting Hill, quase vazio àquela hora. A luz suave da primavera atravessava as janelas em ângulos precisos, e o vapor do café recém-passado parecia carregar mais tensão do que conforto.
Gustavo chegou primeiro, e quando Harry sentou à sua frente, percebeu no olhar do outro algo que misturava respeito com um cuidado desconfortável.
— Eu queria falar com você antes de... fazer qualquer besteira — começou Gustavo, mexendo distraidamente no anel do dedo.
Harry não respondeu. Apenas o encarou, tenso.
— A S/N é diferente. Você sabe disso melhor que ninguém. E, bom... eu senti uma conexão com ela. Mas também percebi que vocês têm uma história, mesmo que ninguém diga isso em voz alta.
Harry engoliu seco. Não sabia o que doía mais — ouvir aquilo de Gustavo ou perceber que até um estranho podia ver o que ele tentava esconder há tanto tempo.
— Não tem história — disse Harry, baixo. — Somos amigos.
— Mas você sente algo, não sente?
A pergunta pairou como fumaça entre eles. Harry desviou o olhar para a rua, onde as pessoas andavam apressadas, como se nada daquilo importasse para o mundo.
Foi ali, naquela pausa silenciosa, que algo dentro dele se encaixou — ou se partiu de vez.
Ele não estava com ciúmes de Gustavo apenas por ego. Nem pela atenção que S/N recebia. Estava com ciúmes porque ela era o amor da vida dele. A única pessoa com quem ele conseguia ser exatamente quem era. A única com quem tudo fazia sentido — até o silêncio.
Respirou fundo, se levantando da mesa com um gesto calmo, mas decidido.
— Desculpa, cara. Eu tenho que ir.
Gustavo apenas assentiu, como se entendesse. Como se, naquele momento, ele soubesse que perderia a garota — e mesmo assim respeitou isso.
Harry pegou o metrô como se estivesse indo a um lugar sagrado. Passou os minutos com as mãos tremendo e as palavras fervendo na garganta. O céu começava a se fechar em nuvens, e uma brisa leve varria as ruas de South Kensington quando ele parou em frente ao prédio de S/N.
Subiu as escadas sem pensar. Não ensaiou nada. Apenas bateu na porta.
S/N abriu usando um moletom largo e os cabelos presos de qualquer jeito. O olhar surpreso ao vê-lo ali rapidamente cedeu espaço a algo mais urgente.
— Harry? Tá tudo bem?
Ele não respondeu de imediato. Estava com a respiração pesada, o coração tentando sair pela boca.
— Sim. Quer dizer... não está. Porque eu preciso te dizer uma coisa, e não da mais pra esperar.
Ela franziu o cenho, mas abriu mais a porta, dando espaço para ele entrar. Ele recusou.
— É aqui mesmo. Precisa ser agora.
Ela ficou ali, imóvel, olhando para ele como quem segura o fôlego.
— Eu menti pra mim mesmo quando disse éramos só amigo. Eu sempre estive apaixonado por você. Desde o começo. Desde aquela galeria idiota. Desde quando você me manda áudios sobre projeto às três da manhã e eu escuto todos. Você é o amor da minha vida, S/N. E eu fui um covarde por fingir que não por tanto tempo. Mas eu não vou consiguir te ver com outro cara. Eu não posso mais fingir que não dói.
S/N não disse nada. Por um segundo longo, ela apenas o encarou.
Depois, com os olhos marejando, ela deu um passo à frente.
— Você demorou — sussurrou, e puxou-o para um abraço forte, quase desesperado. — Mas ainda chegou a tempo.
Harry a envolveu com os braços como se fosse a última coisa do mundo que ele não poderia perder.
E naquela noite, ele finalmente teve coragem de ficar.
.
Algumas semanas se passaram.
O grupo voltou aos encontros habituais, agora com uma nova energia pairando no ar. Não houve anúncio oficial, postagens dramáticas ou declarações públicas. Mas agora, quando Harry chegava, ele não procurava S/N com os olhos — ela já estava ao lado dele. Era simples assim.
S/N sorria com mais frequência, mas era o jeito que ele olhava para ela que denunciava tudo: como se enxergasse ali algo precioso demais para desviar o olhar.
Foi em uma noite de sexta, no pub em que o grupo sempre se encontrava, que alguém — Gemma — finalmente comentou, com o tom brincalhão de quem já sabia:
— Vocês demoraram, né?
Todos riram. Até Gustavo, que naquela noite chegou acompanhado de uma amiga francesa com quem claramente estava encantado. Ele ergueu o copo em direção a Harry e piscou, sem mágoa.
— Tava escrito, cara. Só faltava coragem.
Harry sorriu, mas não respondeu. Apertou a mão de S/N de leve sob a mesa, e ela entrelaçou os dedos aos dele como quem responde sem precisar de palavras.
Mais tarde, sozinhos, caminhando pelas ruas iluminadas, S/N falou pela primeira vez o que estava guardado desde aquela noite na porta do apartamento.
— Sabe o que me assusta?
— O quê?
— Como eu já era sua, mesmo quando você não dizia nada.
Harry parou, a brisa bagunçando os cabelos dele. Observou o rosto dela sob a luz, e teve certeza: não havia plano de vida mais bem desenhado do que estar com ela.
— Então deixa eu dizer agora. Em voz alta. — Ele puxou-a com cuidado e colocou a mão dela em seu peito — Eu amo você, S/N. Sempre amei. E nunca mais vou deixar isso só aqui dentro.
Ela sorriu. E quando se inclinou para beijá-lo, soube: aquele era o começo de tudo o que sempre esteve ali — só esperando coragem para acontecer.
xx
espero que tenha gostado!
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