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Folheio o tempo em silêncio,

meus olhos pousam na versão de mim

que já fui, que já soube brilhar

sem medo do próprio incêndio.

Ali, um sorriso sem peso,

um olhar que não media o abismo

antes de saltar.

Agora, conto os passos,

escolho as sombras,

me encaixo em molduras que nunca pedi.

Quem me dera tocar aquela pele

com os dedos de agora,

vestir o brilho de antes

com a armadura que o tempo forjou.

Mas talvez o encanto esteja

não em voltar,

mas em buscar—

a essência,

não a prisão.

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By @marcquinnart

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Eu estava aqui pensando que quem tem um Tumblr nunca consegue sair daqui de verdade. Nem que seja pra olhar de vez em quando, acabamos ficando por aqui. É um tipo de elo com o que há de mais íntimo sobre nós.

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Eu fui a pessoa que mostrou que ele podia ser amado de verdade, e ele foi a pessoa que me mostrou que eu precisava me amar de verdade.

- BENNETT

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Oi querido diário, desculpa ter sumido. Muitas coisas aconteceram e eu não tenho coragem de por em palavras ou processar elas contando cada detalhe.

Vim aqui contar de um sonho, não lembro muito bem o começo mas era de noite e me veio a notícia que minha mãe havia falecido, eu chorava tanto no sonho que chorava no travesseiro também.

Lembro de estar andando sozinha por perto da igreja da matriz em Angra desesperada pela morte da minha mãe e sem entender nada do q tinha acontecido, nossa última conversa era ela brigando comigo por conta de tatuagem e estávamos sem se falar, ficava repetindo “não acredito que nosso último contato foi uma briga por conta de tatuagem, po tatuagem…” dando a entender que era fútil.

Estávamos eu, minha irmã, minha dinda e minha vó ao redor do caixão da minha mãe dentro de uma igreja escura mas estava com muitas velas acesas, perguntei como isso tinha acontecido e me vem claramente a imagem da minha dinda Pamela dizendo que ela tinha vomitado e por conta disso rasgou a traqueia, oq a levou a óbito.

Ligava para meu pai e minha outra vó, mas eles não se importavam e não apareciam, a dor era q única coisa que me fazia andar pelo sonho e urrar, gritar, chorar. Eu não aceitava aquilo, comecei a achar que era um sonho, me coloquei para deitar no sonho e logo depois de levantar eu fui até a sala e havia algumas pessoas, só lembro de ter falado “isso não era um sonho né?” E a dor de ter perdido minha mãe para a morte voltou com tanta força… até q comecei a falar pra mim mesma “ACORDA” mas não conseguia sair do sonho.

eu estava num lugar aberto com muitas árvores, era claro e tinha um lago, quando vi pedras quadradas no chão da terra com nomes escritos que me deram a entender serem túmulos. Lá havia o meu nome LUIZA, escrito dessa forma mesmo na pedra e nele saia uma raiz branca, foi a hora que consegui acordar.

Adoraria descobrir significados dos meus sonhos pq sinto que as vezes eu sonho com coisas que irão acontecer, mesmo sendo cética.

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Mesmo dilacerada eu n solto a navalha

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Isso é muito real

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Oi de novo querido diário. Hoje não estou muito bem, dias nublados nunca foram nosso forte né? Mesmo amando o clima, dias cinzas remetem coisas ruins, momentos ruins e agora eu também não me encontro no melhor momento.

Não gosto muito de falar como me sinto sobre as situações, parece q tô me fazendo de vítima ou drama e não gostaria de ficar essa imagem de mim na cabeça das pessoas, porque eu sou forte.

Todo dia tem uma voz sussurrando na minha cabeça dizendo pra desistir, eu penso no meu futuro com ele com a minha carreira que tô construindo degrau por degrau e isso que me dá forças pra levantar, pra enfrentar mais um novo desafio. Mas e quando tudo estiver perdido? Mas e quando eu me encontrar nesse estado e ver tudo fodido?

Tenho a sensação que tudo na verdade está fodido desde sempre, desde que eu tive o primeiro suspiro.

Até quando será que eu aguento? Até quando preciso morrer até que eu realmente viva?

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Do que adianta falar? Sempre sou a louca, “coisa da sua cabeça” eles dizem. Me dói menos guardar minhas palavras e dizer que está tudo bem, afinal, se eu ficar repetindo isso uma hora eu acredito né?

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Oi querido velho diário. Se passou uns bons anos né? Tanta coisa aconteceu na minha vida, tantas conquistas, decepções, momentos marcantes que me fizeram mudar. Mas ainda sou eu, ok?

Hoje decidi voltar a te escrever. Me encontro nos mesmos momentos há anos atrás e aqui sempre me pareceu muito reconfortante, me faz organizar a mente, sabe como é?

Difícil por em palavras o momento qual estou vivendo, eu não entendo muito meus sentimentos ou pensamentos que gostaria de evitar. Mas claro, sempre tem uma voz sussurrando no seu ouvido dizendo “pode ser coisa da sua cabeça”, mas será?

A questão é que me sinto desrespeitada, manipulada e como se a cada dia estivessem me testando, como se fosse um jogo. Já me falaram tanto “você que sente muito”, sim eu sei que sou sensível, mas só pelo motivo de sempre estar esperando o melhor das pessoas.

Meus pais sempre me ensinaram “tudo o que se planta, colhe” “não faça com as pessoas o que você não gostaria que fizessem com você”. Tão difícil engolir quando me decepcionam, isso me suga, me faz pensar se estou ficando doida ou se pra ficar bem preciso mesmo ficar chapada toda oportunidade que consigo/depender de remédio pra me sentir feliz.

Sempre tratei você querido diário, como um amigo. No qual eu sei que sempre vai me ajudar e esse medo de ser vista fora aqui me assusta um pouco, vou ficar me questionando se consigo fazer isso de novo.

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Você tem que morrer algumas vezes antes que você possa realmente viver.

Bukowski.