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Como um país inteiro corre o risco de ficar sem água potável
Bastante sério e preocupante isso.
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Entrevista com o editor chefe do Intercept Brasil
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BandNews No Meio Do Dia - 06/06/2019
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Análise bem suas fontes de informação e não confie em rankings sem antes conhecer bem os critérios destes e quem os determina.
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Liberdade de expressão é algo que todos devemos defender. No entanto, nem tudo que se diz é liberdade de expressão.
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A iguaria portuguesa que salvou a vida de judeus durante a Inquisição
A Manteigaria Silva é uma das mais antigas delicatéssen de Lisboa, e que pouco mudou desde 1928. Há presuntos dependurados por todo o teto, enquanto garrafas de vinho do Porto e Madeira disputam espaço nas prateleiras. Queijos dourados esperam a faca. E, ali ao lado, há uma salsicha que, por força de uma enquete nacional realizada em 2011, foi declarada uma das "Sete Maravilhas da Gastronomia Portuguesa": a alheira.
Em países consumidores de embutidos, comensais não veem com bons olhos se uma salsicha tem uma proporção muito grande de seu recheio que não seja carne. Mas a alheira é justamente isso: carne de aves ou coelho, pão, azeite, banha e colorau - além, claro, de MUITO alho. Só que o apreço por ela é também uma questão histórica: essa salsicha pode ter ajudado a salvar milhares de vidas na Idade Média.
A cozinha portuguesa é repleta de narrativas que refletem um passado de invasões e colonizações que forma uma tapeçaria misturando continentes e religiões. "Muitos pratos em Portugal datam do período da Invasão Moura, que também ficou conhecida como uma era dourada para os judeus na Europa Ocidental", explica Paulo Scheffer, um especialista na história judaica de Lisboa.
A partir do século 8, muçulmanos do Norte da África deram as cartas em grande parte da Península Ibérica, incluindo uma cidade cheia de colinas chamada Al-Ushbuna. Uma comunidade judaica ali existia havia muito tempo, mas conviveu com harmonia com os invasores.
Do marzipan e confeitos com água de rosa a sopas, cozidos e salsichas, as duas culturas deixaram suas marcas gastronômicas no que se tornaria Lisboa.
"Temos salsicha moura, pratos mouros com peixes e até caldos mouros, como um prato de frutos do mar chamado cataplana", observa Scheffer.
"Mas esses pratos obedeciam às leis religiosas islâmica e judaica, sem ingredientes hoje usados, como crustáceos e porco."
No século 12, quando os cruzados cristãos passaram pela primeira vez por Lisboa, assassinando e violentando muçulmanos, judeus e mesmo irmãos de fé, a cidade já tinha sua cultura culinária: elementos cristãos, como a carne de porco, misturaram-se à palheta de sabores.
Mais tarde, com as navegações, ingredientes como tomates e pimentas deixariam sua marca. Historiadores com Scheffer dizem que é difícil separar o que hoje é identificado como comida portuguesa de suas raízes árabes e judaicas.
Mesmo depois da expulsão dos mouros pelas Cruzadas, Portugal seguiu como um lugar relativamente tolerante. Mas depois que os reis Ferdinando de Aragão e Isabel de Castilha - sim, o mesmo casal real que financiou a expedição de Cristóvão Colombo - expulsaram os árabes de seu último emirado na península, Granada, mudou tudo.
Católicos devotos e amigos do Vaticano, Ferdinando e Isabel acreditavam que judeus praticantes poderiam encorajar convertidos ao cristianismo a voltar a adotar a religião original. E criaram uma legião de interrogadores que saiu em perseguição dos judeus no que ficou conhecido como a Inquisição Espanhola.
Como resultado, dezenas de milhares de judeus foram expulsos ou fugiram do que hoje é a Espanha, tomando o rumo de Portugal, em especial Lisboa. Mas a cidade não ficou segura por muito tempo: depois de a superpopulação causar um surto de praga, cristãos portugueses forçaram os judeus a viver do lado de fora das muralhas.
E, em 1496, Portugal aderiu às conversões forçadas de judeus para o cristianismo. Dez anos mais tarde, o Massacre da Páscoa resultou na perseguição, tortura e morte de centenas de pessoas "acusadas" de serem judias durante apenas três dias. Iria piorar: em 1536, a Inquisição chegou de vez a Portugal e não demorou muito para que judeus fossem torturados e queimados na fogueira com a chancela oficial.
Muitos deles optaram por converter-se ao Cristianismo, mas por vezes como "disfarce". Para esconder a fé de verdade, usavam expedientes como escrever preces hebraicas em livros de oração cristãos ou combinar palavras judaicas a rituais católicos - uma comunidade em Belmonte, por exemplo, conseguiu esconder sua fé por mais de 400 anos.
E foi nas montanhas de Trás-os-Montes que uma comunidade escondida criou a melhor alheira de Portugal: a alheira de Mirandela.
Era costume em Trás-os-Montes que moradores conservassem salsichas de porco para consumir nos meses de inverno, penduradas em vários pontos da casa. Mas não na casa de judeus, que não comem carne suína.
"Mas em Mirandela foi desenvolvida uma salsicha de pão que poderia enganar informantes e 'dedos-duros' dispostos a denunciar judeus buscando refúgio da Inquisição", diz Scheffer.
Para judeus asquenazes, segundo Scheffer, a alheira de Mirandela parece muito a kishke, uma salsicha kosher recheada com gordura, farinha de trigo, cebola e temperos, geralmente servida com o tcholent, cozido de feijão servido no shabat (aos sábado).
Os judeus de Trás-os-Montes tradicionalmente faziam sua alheira com pão e frango. Hoje em dia, a iguaria deixou as montanhas e pode até incluir carne de porco. É encontrada em cafés e supermercados, apesar de ser esnobada por estabelecimentos gourmet. Em locais de orientação culinária mais popular, é consumida com ovos fritos, batatas fritas e arroz.
Portugal também redescobriu sua história judaica. Embora os judeus só tenham começado a retornar ao país no século 19 e não houvesse mais do que mil judeus em Lisboa durante os anos em que Hitler esteve no poder na Alemanha, a cidade - o país era neutro - foi refúgio para quem fugiu da perseguição do nazismo.
Desafiando o ditador António Salazar, o diplomata Aristide de Sousa Mendes, por exemplo, deu documentos de viagem para que milhares de judeus cruzarem o Atlântico e escapassem dos horrores do Holocausto.
Mas a alheira hoje deixou de ser um símbolo de sobrevivência para se tornar elemento comum na culinária portuguesa. Só que, ao mesmo tempo em que a palavra "sábado" vem do shabat judeu (o dia de cessação do trabalho), a salsicha é uma pista de um passado cosmopolita. E complexo.
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'Não podemos ensinar as meninas do futuro com livros do passado'
Valeria PerassoRepórter especial do Serviço Mundial da BBC
15 outubro 2017
Em um livro didático na Tanzânia, meninos são retratados como fortes de atléticos, enquanto as meninas parece orgulhosas em seus vestidinhos de babados. Já na escola primária no Haiti, alunos aprendem que as mães "cuidam das crianças e preparam a comida", enquanto os pais trabalham "no escritório".
Um livro ilustrado paquistanês onde todos os políticos e pessoas poderosas são homens. Na Turquia, um cartum mostra um garoto sonhando em ser médico. Enquanto isso, uma garota se imagina como uma noiva de vestido branco.
A lista continua - e não tem fronteiras geográficas.
De acordo com vários especialistas, estereótipos de gêneros são encontrados - de maneira bastante semelhante - em livros didáticos de todos os continentes. É um problema que está "embaixo dos nossos narizes".
"Há estereótipos de homens e mulhares camuflados no que parecem ser papeis bem estabelecidos para cada gênero", diz a socióloga Rae Lesser Blumberg.
A especialista, da Universidade da Virginia, pesquisa livros didáticos em todo o mundo há mais de uma década, e diz ter visto as mulheres serem sistematicamente excluídas dos textos e ilustrações, ou retratadas em papeis subservientes.
#100Mulheres: BBC divulga lista anual das mulheres de destaque no mundo: quem são as 9 brasileiras na relação?
"Estereótipo de gênero é um tema de menor destaque na educação. Não ocupa as manchetes dos jornais enquanto milhões de crianças permanecem fora da escola", afirma.
Apesar de o índice de matrículas escolares ter aumentado dramaticamente desde o ano 2000, a Unesco estima que mais de 60 milhões de crianças nunca pisaram em uma sala de aula - 54% delas são meninas.
"Esses livros perpetuam a desigualdade de gênero. Não podemos educar as crianças do futuro com livros do passado."
Invisíveis
Em 2016, a Unesco, agência de educação da ONU, divulgou um alerta usando palavras duras.
Atitudes sexistas são tão comuns que livros didáticos frequentemente sabotam a educação das garotas e limitam suas carreiras e expectativa de vida, diz a Unesco - e eles representam um "obstáculo escondido" no caminho da igualdade de gênero.
Seja a medida em linhas de texto, proporção de personagens nomeados, menções em títulos, citações em índexes ou outros critérios, "as pesquisas mostram que as mulheres são muito subrepresentadas em livros e no currículo em geral", diz o pesquisador Aaron Benavot, da Universidade de Albany, no Canadá, e ex-diretor do relatório Global Education Monitorin (GEM) de 2016 da Unesco.
Mas o problema tem mais facetas do que se sabe, de acordo com especialistas.
O aspecto mais evidente seria o uso de um linguajar considerado enviesado, já que, normalmente, palavras no masculino são usadas como sinônimo de humanidade.
Em seguida, há o problema da invisibilidade, já que as mulheres costumam estar ausentes dos textos, e seus papeis na história e na vida cotidiana são subordinados aos personagens masculinos.
"Havia um livros sobre cientistas do qual eu me lembro especialmente, e a única mulher nele era (a física e química) Marie Curie", disse Blumberg.
"Mas por acaso ela foi mostrada descobrindo o rádio? Não, ela aparecia olhando timidamente sobre o ombro do marido enquanto ele falava com outra pessoa - um homem que parecia elegante e distinto."
Em terceiro lugar, há os estereótipos tradicionais sobre trabalhos que homens e mulheres fazem, tanto dentro quanto fora de casa, assim como expectativas sociais clichês e traços que são atribuídos a cada um dos gêneros.
Um livro didático italiano dá um exemplo impressionante que ensina vocabulário para ocupações diferentes, com 10 opções diferentes para homens - de bombeiro a dentista - e nenhuma para mulheres.
Enquanto isso, mulheres costumam ser retratadas em tarefas domésticas, desde cozinhar e lavar roupas até cuidar das crianças e dos idosos.
"A preocupação também é que as mulheres seram consideradas passivas, submissas, cumprindo esses papeis estereotípicos de gênero", diz a especialista em educação Catherine Jere, professora convidada na Universidade East Anglia, que também esteve envolvida no relatório GEM.
'Se alienígenas viessem visitar...'
O problema está longe de ser novo. Livros didáticos estão sob escrutínio desde os anos 1980, depois de uma pressão do movimento feminista por reformas na educação, principalmente em países desenvolvidos.
Um estudo de 2011, considerado a maior pesquisa de larga escala já conduzida neste campo - que analisou mais de 5.600 livros infantis publicados durante o século 20 - estimou que homens são representados quase duas vezes mais em títulos e 1,6 vezes mais como personagens centrais.
Desde que o problema foi identificado, dizem os pesquisadores, houve progresso na redução do sexismo, mas ele é "muito lento".
Alguns dos livros analisados foram publicados muito tempo atrás, mas muitos continuam sendo usados - especialmente em países onde a renda é mais baixa e em escolas que não têm orçamento para substitui-los.
"Está ficando pior a cada ano, porque o mundo está progredindo, as mulheres estão se dedicando a novos trabalhos e os trabalhos domésticos estão mudando", diz Blumberg. "E os livros não estão melhorando no mesmo ritmo, então o abismo aumenta."
"Se alienígenas viesse nos visitar, não teriam ideia do que as mulheres realmente fazem, em termos pessoais e de trabalho, se lessem nossos livros escolares."
Preocupação universal
As pesquisas também mostram que o problema é praticamente universal. Com apenas algumas diferenças em frequência e intensidade, o sexismo é pervasivo em livros tanto de nações desenvolvidas quanto de países em desenvolvimento.
Os dados são desencontrados, mas uma gama de estudos publicados na última década acumula provas. Um livro de história para crianças do 3º ano fundamental na Índia, por exemplo, simplesmente não mostra nenhuma mulher profissional.
Já uma criança no Quênia que esteja sendo educada em inglês verá, nos seus livros, homens ativos tendo "ideias interessantes", enquanto mulheres e meninas cozinham e penteiam cabelos de bonecas.
Homens eram 80% dos personagens em livros feitos pelo Ministério da Educação do Irã. Na Índia, só 6% das ilustrações mostravam mulheres e, na Geórgia, eram 7%.
Livros de matemática em Camarões, Costa do Marfim, Togo e Tunísia tinham uma proporção de personagens mulheres menor que 30%, de acordo com a medição feita em um estudo comparativo de 2007.
Uma pesquisa com livros escolares no Reino Unido e na China também revelou que 87% dos personagens eram do sexo masculino.
Na Austrália, um estudo realizado em 2009 descobriu que 57% dos personagens também eram homens - apesar de que, na população do país, há mais mulheres.
"Algumas pessoas pensam que os livros didáticos de países de renda mais alta seriam um pouco mais modernos, mas na Austrália, duas vezes mais homens eram retratados em cargos administrativos e quatro vezes mais em política e no governo", diz Jere.
"Há um caso extremo em um livro chinês, onde apenas uma heroína da Revolução Comunista de 1949 aparece em todo o livro", descreve Blumberg.
"E ela não é retratada lutando por novas leis e nem na linha de frente com Mao. Ela é mostrada apenas dando um guarda-chuva para um guarda."
Influência de ajuda para a educação
Parte do problema, segundo os especialistas, é que os livros tentam mostrar algo sobre "o que seria normal em uma sociedade" aos olhos de crianças em idade escolar.
Ao ajudar a estabelecer o currículo de um país, os leitores são considerados uma ferramenta educacional poderosa.
Estima-se que um aluno ou aluna leia mais de 32 mil páginas de livros didáticos desde o ensino fundamental até o médio. Cerca de 75% dos trabalhos em classe e 90% das tarefas de casa é feita a partir deles, assim como uma alta proporção do planejamento dos professores.
Mesmo que o acesso à internet e a outros recursos digitais aumentem o acesso a ferramentas de aprendizagem, "os livros didáticos continuam centrais especialmente em países mais pobres", segundo Aaron Benavot.
"Quando eles mostram expectativas muito limitadas sobre o que garotos e garotas podem ser, as crianças são socializadas dessa forma", diz Jere.
O impacto que esses livros podem ter na visão de mundo das crianças já foi mapeada pela pesquisa acadêmica.
Um estudo israelense com crianças do 1º ano fundamental, por exemplo, mostrou que aquelas que eram expostas a retratos de homens e mulheres como iguais tendem a pensar que a maior parte das carreiras eram apropriadas tanto para meninas quanto para meninos.
Já os que aprendiam com livros didáticos que mostravam viés de gênero acreditavam que os estereótipos eram aceitáveis.
Em muitas partes do mundo, as pesquisas também sugerem uma ligação entre a representação de cientistas mulheres em livros e os números menores de meninas que acabam segundo disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática - as chamadas disciplinas STEM, na sigla em inglês.
Sinais de progresso
No entanto, os acadêmicos afirmam que houve progresso nos últimos anos. O relatório GEM, da Unesco, mostra que conteúdo relacionado à igualdade de gênero aumentou nos livros escolares em todo o mundo, com referências mais frequentes a direitos das mulheres e discriminação de gênero, especialmente em livros didáticos da Europa, da América do Norte e da África subsaariana.
Alguns países estão capitaneando as mudanças - a Suécia, por exemplo, é o principal deles, o que não surpreende dadas as atitudes em geral do país em relação à igualdade de gênero.
Livros do currículo nacional de educação incorporam personagens e pronomes com gênero neutro, assim como um retrato mais igualitário dos papeis de homens e mulheres na vida cotidiana.
"Na verdade, se você vir alguém usando um avental e mexendo em uma panela em um livro sueco, há uma chance alta de que seja um homem", diz Blumberg.
Talvez de maneira mais surpreendente, em Hong Kong pesquisadores documentaram um número igual de personagens homens e mulheres em livros didáticos em inglês.
E também haveria progresso na Jordânia, nos territórios palestinos, no Vietnã, na Índia, no Paquistão, na Costa Rica, na Argentina e na China.
Mas uma investigação mais aprofundada de livros didáticos em nível nacional é um processo longo e caro - que geralmente é atrapalhado por cortes de orçamento e excesso de burocracia.
"Algumas das mudanças foram superficiais e o comprometimento dos governos não é sustentável quando há uma mudança de regime", diz Benavot.
Para tentar corrigir essa desigualdade, os especialistas sugerem métodos alternativos para contrabalancear os textos lidos em sala de aula.
Foram feitas algumas tentativas neste sentido na Índia e no Malauí - por exemplo, estimular os estudantes a contestarem os próprios livros, apontando o viés de gênero e os estereótipos que encontram.
"O problema pode ser compensado chamando a atenção para ele, e os alunos costumam gostar desse trabalho de detetive", afirma Blumberg.
"Mas precisamos treinar os professores primeiro e, finalmente, precisamos reescrever esses livros se queremos uma educação melhor."
O que é o #100Mulheres?
A série #100Mulheres, da BBC (100 Women), indica 100 mulheres influentes e inspiradoras por todo o mundo anualmente. Nós criamos documentários, reportagens especiais e entrevistas sobre suas vidas, abrindo mais espaço para histórias com mulheres como personagens centrais.
Por isso, queremos que você se envolva com seus comentários, opiniões e ideias. Você pode interagir e encontrar o conteúdo do 100 Mulheres em plataformas como Facebook, Instagram, Pinterest, Snapchat e YouTube, usando a hashtag #100women.
#educação#esteriotipos#esteriotipos de genero#educação de meninas#educação infantil#educação feminina#educação de meninos#educação masculina
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Teria sido este domingo o primeiro dia do fim da Espanha? Será que novos plebiscitos, em outras regiões do país, também virão?
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Como surgiu, acidentalmente, a teoria da dominação universal pelos Illuminati
http://www.bbc.com/portuguese/amp/vert-fut-41038461 BBC Brasil Como surgiu, acidentalmente, a teoria da dominação universal pelos Illuminati Sophia Smith Galer Da BBC Future 27 Agosto 2017 É a maior teoria da conspiração entre todas as teorias da conspiração. Ela diz que ps Illuminati, uma sociedade secreta, seriam os supostos chefões que controlam tudo que acontece no mundo, operando secretamente para estabelecer uma nova ordem mundial. Toda essa paranoia começou com uma divertida ficção nos anos 1960. Então, o que isso nos diz sobre nossa facilidade para acreditar no que lemos e ouvimos - e o que o mito dos Illuminati nos revela sobre as notícias falsas e as histórias que continuam a nos influenciar hoje? Ao tentar pesquisar sobre a história da "sociedade secreta", a maioria das pessoas acabam chegando à Alemanha com a Ordem dos Illuminat, que surgiu na época do Iluminismo. Era, de fato, uma sociedade secreta da Bavária, fundada em 1776 para reunir um grupo de intelectuais que se opunham à influência religiosa e elitista sobre a vida cotidiana. Ela incluía vários progressistas na época, mas, assim como ocorreu com a Maçonaria, eles foram sendo gradualmente transformados em foras-da-lei pelos conservadores e os críticos cristãos, e o grupo deixou de existir. As formas absurdas de morrer ao fazer uma 'selfie' Por que o mosquito Aedes aegypti transmite tantas doenças? Image copyright ALAMY Image caption Filmes como 'Anjos e Demônios', baseado no livro de Dan Browb, trouxeram o conceito dos Illuminati de volta ao conhecimento popular recentemente Quer dizer, até os anos 1960. Os Illuminati de que ouvimos falar hoje não são influenciados pelos bávaros, segundo o escritor e apresentador David Bramwell, que se dedicou a documentar as origens do mito. Em vez disso, a era da contracultura, do LSD e do interesse na filosofia oriental é a maior responsável pela reencarnação moderna (e totalmente não embasada) do grupo. Tudo começou em meio ao chamado "Verão do Amor", em 1967 e oo fenômeno hippie, quando apareceu uma pequena publicação impressa chamada Principia Discordia . Caos Resumidamente, o livro era uma paródia de religião - o Discordianismo - criada por entusiastas do anarquismo e pensadores que queriam influenciar seus leitores a reverenciar Eris, a deusa do caos. O movimento discordiano era um coletivo que queria provocar desobediência civil, pegadinhas e espalhar boatos. O texto em si nunca se tornou nada além de uma curiosidade da contracultura, mas um dos princípios desta fé - o de que estas atividades (desobediência civil, fazer pegadinhas, espalhar boatos) poderiam causar mudanças sociais e forçar as pessoas a questionar os parâmetros da realidade - foi imortalizado por um escritor, Robert Anton Wilson. Segundo David Bramwell, Wilson e um dos autores do Principia Discordia , Kerry Thornley, "decidiram que o mundo estava ficando muito autoritário, rígido, fechado e controlado". Eles queriam trazer o caos de volta à sociedade e sacudir as coisas, e acreditavam que "a melhor forma de fazer isso era espalhar a desinformação. Disseminar desinformação através de todos os portais - através da contracultura, da imprensa tradicional, do que quer que fosse. E eles decidiram que começariam contando histórias sobre os Illuminati". Naquela época, Wilson trabalhava para a revista masculina Playboy . Ele e Thornley começaram a enviar cartas falsas de leitores sobre esse "segredo" - uma organização de elite chamada Illuminati. Em seguida, enviavam mais cartas para contradizer as que haviam acabado de escrever. Image copyright ALAMY Image caption O rapper Jay-Z ergue as mãos formando o suposto símbolo dos Illuminati - um triângulo - em shows, em alusão à teoria de que ele faria parte da sociedade "O conceito por trás disso é que se você fornecer suficientes pontos de vista contrários sobre uma história, teoricamente - e idealmente - a população vai olhar para essas coisas e pensar 'espere um pouco'", diz Bramwell. "Elas vão se perguntar, 'posso mesmo confiar na maneira como uma informação é apresentada a mim?' É uma forma idealista de fazer as pessoas acordarem para as realidades sugestionadas em que habitam - só que, é claro, isso não aconteceu da maneira como eles esperavam." O caos do mito dos Illuminati viajou para muito longe - Wilson e outro jornalista da Playboy escreveram os livros Trilogia Illuminatus! que atribuía grandes casos "suspeitos" da época - como o assassinato do então presidente americano John F. Kennedy - aos Illuminati. Os livros se tornaram tamanho sucesso que eles até se transformaram em peça de teatro em Liverpool lançando as carreiras dos atores britânicos Bill Nighy e Jim Broadbent. Crença Inspirada pela ideologia anárquica da religião discordianista, a banda eletrônica britânica The KLF também passou a se chamar The Justified Ancients of Mu Mu (Os Anciãos Justificados de Mu Mu, em tradução livre), nome de um grupo de discordianos que se infiltram nos Illuminati nos livros da trilogia. Em 1975, um jogo de cartas colecionáveis usado para jogar RPG surgiu com o nome de Illuminati, apresentando um mundo místico de sociedades secretas a toda uma geração. Por que beijamos (e outros animais não)? Hoje, a existência dos Illuminati é uma das mais conhecidas teorias da conspiração, até mesmo celebridades como Jay-Z e Beyoncé fizeram o símbolo do grupo com as mãos em shows. Raramente vem à tona a epifania que os proponentes do Discordianismo pretendiam originalmente - o entendimento de que é tudo falso. A cultura de minieditoras e fanzines dos anos 1960 pode parecer distante da internet hiperconectada de hoje, mas foi a propensão dos participantes da internet de compartilhar e propagar rumores sobre os Illuminati em fóruns como 4Chan e Reddit que deu a fama atual à ideia. Mas nós vivemos em um mundo cheio de teorias da conspiração e, mais importante que isso, que crê em teorias da conspiração. Em 2015, cientistas políticos descobriram que cerca da metade dos americanos apoia ao menos uma teoria da conspiração. Isso inclui desde os Illuminati até a conspiração sobre o local de nascimento do ex-presidente Barack Obama, ou a crença popular de que o 11 de Setembro foi um estratagema do serviço de inteligência dos EUA. Image copyright GETTY IMAGES Image caption O triângulo da nota do dólar americano seria uma influência Illuminati, segundo os que acreditam na teoria conspiratória "Não há um perfil único de um criador de teorias da conspiração", diz Viren Swami, professor de Psicologia Social da Universidade de Anglia Ruskin, na Inglaterra. "Há diferentes perspectivas sobre por que as pessoas acreditam nessas teorias, e elas não se excluem mutuamente. Então a maneira mais simples de explicar isso é que as pessoas que acreditam em teorias da conspiração sofrem de algum tipo de psicopatologia". Outra conclusão dos pesquisadores é que essas teorias poderiam oferecer formas racionais de entender situações que são confusas ou ameaçadoras para a autoestima. "Elas te dão uma explicação muito simples", diz Swami, que publicou uma pesquisa em 2016 concluindo que pessoas que acreditam em teorias da conspiração têm tendência maior a estar sofrendo com experiências estressantes do que aqueles que não acreditam. Outros psicólogos também descobriram no ano passado que as pessoas com níveis mais altos de educação tendem a acreditar menos em teorias da conspiração. Apoio A imagem que isso passa sobre os Estados Unidos de hoje é desoladora, especialmente para Swami, que tem visto uma mudança no perfil das pessoas que promovem material conspiratório. "Especialmente no Sul da Ásia, as teorias da conspiração têm sido um mecanismo do governo para controlar a população. No Ocidente, tipicamente aconteceu o oposto, elas pertencem às pessoas sem poder e sem agência e é sua falta de poder que dá origem a teorias da conspiração para desafiar o governo. Como o 11 de Setembro. Se as pessoas não têm poder, as teorias da conspiração podem plantar as sementes para protestos sociais e motivar as pessoas a fazer perguntas". 'Sinto saudade de ser criança': em uma década, gravidez de meninas de 10 a 14 anos não diminui no Brasil "A grande mudança agora é que políticos, especialmente Donald Trump, estão começando a usar conspirações para ganhar mais apoio", afirma. O 45º presidente dos Estados Unidos levantou diversas vezes a teoria de que seu antecessor Barack Obama não seria americano. Ele também acusou vários estados americanos de fraude eleitoral após a eleição de 2016, e sua equipe de campanha foi responsável por propagar histórias que foram desmentidas, como a Pizzagate, uma teoria da conspiração que criava uma ligação entre membros do Partido Democrata e uma cadeia de abuso sexual infantil, e o massacre de Bowling Green, que nunca ocorreu, mas foi citado pela assessora de Trump, Kellyanne Conway, em um programa de TV. A BBC perguntou a Swami se ele acha que essa mudança no uso de teorias da conspiração pode afetar a política a longo prazo." As pessoas podem se envolver menos com a política tradicional se elas acreditam em teorias da conspiração", diz Swami. "É muito mais provável que elas se envolvam com conspirações e visões racistas, xenófobas e extremistas." Image copyright ALAMY Image caption O presidente americano Donald Trump trouxe as teorias da conspiração para a política tradicional A ideia de que existe um grupo de elite secreto e intocável pode ser popular entre aqueles que se sentem deixados para trás e desamparados. Trump disse que queria representar essas pessoas, especialmente as da região do chamado Cinturão da Ferrugem, outrora um centro industrial importante no país. Ainda assim, em vez de se sentirem melhor representados no centro do poder por alguém que não é um político, como eles - e teoricamente se tornarem menos vulneráveis a essas conspirações -, parece que muitos americanos tendem a acreditar cada vez mais em histórias como as dos Illuminati. "Se Robert Anton Wilson estivesse vivo hoje, ele estaria ao mesmo tempo encantado e chocado", diz David Bramwell. "Talvez tenhamos mais estabilidade na medida em que as pessoas combaterem notícias falsas e propaganda. Estamos começando a entender como as redes sociais estão nos enchendo de ideias em que queremos acreditar. São as câmaras de ressonância". Em meio aos fóruns na internet, às referências na cultura popular e à capacidade ilimitada da imaginação da espécie humana, aqueles que buscam a verdade tentam desmistificar o mito dos Illuminati para valer.
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Este é o segredo da Netflix para nunca sair do ar
http://exame.abril.com.br/tecnologia/este-e-o-segredo-da-netflix-para-nunca-sair-do-ar/amp/ São Paulo – A Netflix é um dos serviços de transmissão de vídeos online mais populares do planeta. Em horários de pico, a plataforma representa cerca de um terço do tráfego de internet nos Estados Unidos, um dos países mais conectados. Manter um serviço como esse no ar e seguro contra ataques virtuais é uma missão complexa. Se a conexão entre o seu dispositivo e o servidor da Netflix fosse direta, qualquer problema no trajeto dos EUA para o Brasil percorrido pelo conteúdo via internet tornaria indisponível a transmissão da sua série preferida. Além disso, a conexão com os servidores da empresa ficariam congestionadas e inviabilizaria a transmissão na velocidade que a temos hoje. Outro problema ao qual estaria sujeita seriam invasões de hackers. Bastaria um ataque bem-sucedido para indisponibilizar todo o vasto acervo de conteúdo da Netflix em âmbito global. Por isso, em 2011 a Netflix criou a sua própria rede de distribuição de conteúdo, com bases em diversos países, com servidores com redundância e controle de tráfego. Com isso, a empresa mata dois problemas com um só golpe: tem vários backups de todo seu conteúdo e ainda coloca eles em regiões próximas aos pontos de acesso para evitar atrasos ou lentidão de transmissão. Para oferecer acesso ao seu site e procura de conteúdo, a Netflix tem servidores terceirizados na Amazon Web Services, o braço de infraestrutura de TI da Amazon. Conforme necessário, a quantidade de servidores é ampliada, por exemplo, para atender bem os clientes durante horários de pico. Agora, a partir do momento em que você clica em “play” na Netflix, você irá acessar um hardware da empresa que fica nos servidores da sua operadora de internet. Ele é chamado Open Connect Appliance e conta com uma cópia do acervo de conteúdo da empresa. Além de oferecer acesso direto aos vídeos, isso poupa dinheiro para a empresa. A conexão seria feita via cabos submarinos se viesse diretamente dos Estados Unidos e é um processo caro para o volume de transmissões que a companhia precisa realizar para atender aos seus assinantes.  – (Netflix/Divulgação) Com o Open Connect Appliance, isso é feito apenas uma vez e fora de horários de pico para evitar sobrecarga nos servidores das operadoras. Isso também ajudava a evitar problemas de tubarões mordendo cabos de internet no fundo do mar–antes deles ganharem blindagem contra os animais, claro.  Ou seja, na semana passada, quando a Netflix lançou a primeira temporada de Os Defensores, da Marvel, os 10 episódios foram transferidos para os OCA nas operadoras. Com mais de mil desses aparelhos instalados nos equipamentos das operadoras de internet em todo o mundo, cerca de 90% do tráfego global da empresa é fornecido diretamente pelos provedores locais. Essa medida também aumentou a velocidade de transmissão online. Em vez dos 8 Gbps oferecidos por um servidor em 2012, a empresa conseguia oferecer 90 Gbps em 2016. Isso permite que aproximadamente 13 mil pessoas vejam com qualidade vídeos em HD na plataforma da empresa. Por conta dessa maneira de oferta de conteúdo, a Netflix conta com rankings de velocidade de internet, divididos por operadoras, em diversos países–incluindo o Brasil.
#netflix#Open connect appliance#Transmissão de vídeos#Provedores locais#Fibra ótica#Cabos submarinos
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Disputas territoriais, armas nucleares e desconfiança: o legado da divisão da Índia e do Paquistão, 70 anos depois
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40922224
Em 14 de agosto de 1947, a Índia, a então maior colônia britânica, se tornou independente e foi dividida em duas nações por um critério de separação religiosa. As áreas habitadas predominantemente por hindus e sikhs foram atribuídas à Índia, enquanto que as de maioria muçulmana ficariam com o Paquistão.
A estratégia traçada pelos britânicos acabou provocando um dos maiores êxodos populacionais da história, com entre dez e 12 milhões de pessoas fugindo de um país para o outro em meio a violentos confrontos que deixaram centenas de milhares de mortos.
O nascimento de duas novas nações criou um clima de hostilidade e suspeita entre a Índia e o Paquistão, que persiste até hoje, sete décadas depois.
Hoje, por exemplo, não há voos diretos entre as capitais, Nova Déli e Islamabad. Os dois países testaram bombas atômicas e até hoje não conseguiram chegar a uma solução sobre a região da Caxemira, disputada pelos dois.
Como ressalta Andrew Whitehead, ex-correspondente da BBC na Índia e professor honorário da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, apesar de ambos os países compartilharem cultura e história, eles nutrem uma rivalidade que parece extrapolar as reivindicações territoriais.
"Nos últimos 70 anos, desde que a Índia e o Paquistão conquistaram sua independência, eles se enfrentaram em três guerras. Alguns diriam quatro, mas quando os Exércitos se confrontaram pela última vez, em 1999, não houve uma declaração formal de guerra", explica Whitehead.

O líder nacionalista indiano Jawaharlal Nehru (esquerda); o vice-rei da Índia, Louis Mountbatten (centro), e o presidente da Liga Muçulmana de Toda a Índia, Ali Jinnah (direita), discutem a divisão de 1947
'Uma calamidade'
A Índia e o Paquistão tiveram sua independência concedida pelo Reino Unido ao mesmo tempo. O controle britânico da Índia, então sua maior colônia, terminou em 15 de agosto de 1947.
Após meses de impasse político, o Reino Unido concordou com em dividir o país em dois, após aceitar a visão de que os muçulmanos estariam em grande desvantagem em um país governado por hindus.
Criou-se, além da Índia, uma nação separada e majoritariamente muçulmana, o Paquistão, formado por dois territórios separados por quase 1,6 mil km de território indiano.
Os detalhes de como seria o novo limite fronteiriço internacional foram conhecidos apenas dois dias antes da independência.

Mulheres muçulmanas abordam um trem em Nova Déli para viajar ao Paquistão em 7 de agosto de 1947
"A divisão provocou uma das maiores calamidades da era moderna. Foi talvez a maior movimentação de pessoas, fora a provocada por uma guerra ou pela fome, que o mundo já tinha visto", afirma Whitehead.
"Ninguém sabe os números precisos, mas cerca de 12 milhões de pessoas se tornaram refugiadas quando desesperadamente se mudavam de uma das nações que tinha se tornado independente para a outra", acrescenta, referindo-se aos hindus que deixavam o Paquistão rumo à Índia e os muçulmanos que saíam da Índia rumo ao Paquistão.
Entre meio milhão e um milhão de pessoas morreram pela violência desencadeada na época. Dezenas de milhares de mulheres foram raptadas, quase sempre por homens de uma religião diferente.

A cidade de Amritsar foi cenário de violentos confrontos em março de 1947 entre muçulmanos, que desejavam ser parte do Paquistão, e a população hindu e sikh, que queria permanecer na Índia
No Estado de Punjab, em particular, onde hindus, muçulmanos e sikhs tinham vivido juntos por gerações e falavam o mesmo idioma, surgiu uma forte segregação que levou os muçulmanos ao oeste, no Paquistão, e os hindus e sikhs ao leste, na Índia.
Enfrentamentos sem fim
Em ambos os lados, milícias locais e grupos armados levavam adiante planos de causar o maior estrago possível a quem passasse a ser visto como inimigo.
"Essas feridas não foram cicatrizadas. Ninguém enfrentou a Justiça, não houve um processo de reconciliação", diz Whitehead.
Tampouco foram erguidos monumentos em homenagem aos que morreram nos conflitos da partição. "Durante muito tempo, não se conheceu a história completa do que ocorreu", acrescenta.
Apenas nos últimos anos começaram projetos de história oral. Mas o número de sobreviventes que podem contá-la em primeira mão é reduzido.
A divisão criou o que muitos dizem ser uma geopolítica distorcida no Sul da Ásia.
O problema da Caxemira
Um dos pontos não resolvidos deixados pela separação é a questão da Caxemira - uma região nas encostas do Himalaya. Após a divisão, cerca de um terço da região ficou com o Paquistão e o resto com a Índia - que se opôs a um plebiscito proposto pela ONU para decidir o status da região, pelo fato de a população ser majoritariamente muçulmana.
Tropas paquistanesas e indianas já se confrontaram algumas vezes na Caxemira.
O conflito continua sem resolução e esse é, de fato, o ponto mais sensível na relação entre os vizinhos. Já houve momentos de aproximação entre líderes dos dois países, mas nada que resultasse na possibilidade de um acordo.
Desconectados
Os dois países sabem pouco do que acontece do outro lado de sua fronteira. Não há correspondentes de mídia paquistanesa ou indiana no país vizinho. E até viajar entre os dois países é complicado.
Não apenas pela dificuldade de obter visto ou pela ausência de voos diretos: há poucas vias que conectem as duas nações. Apesar de compartilhar uma ampla fronteira, Índia e Paquistão quase não têm postos fronteiriços.
O Paquistão tem uma população de quase 200 milhões de pessoas, a maioria, muçulmanos. A Índia, por sua vez, tem cerca de 1,3 bilhão de cidadãos e um em cada sete é muçulmano.
Isto quer dizer que há quase o mesmo número de muçulmanos indianos e paquistaneses. E uma projeção sugere que para 2050, a Índia irá ultrapassar a Indonésia e se tornar o país com a maior população muçulmana do mundo.
Mas os muçulmanos não estão bem representados no Parlamento indiano nem em outras áreas da vida pública.
"O orgulho que quase todos os indianos e paquistaneses sentem por sua nação é evidente", diz Whitehead, que acrescenta: "O patriotismo é uma força poderosa em ambos os países. E isto se reflete cada vez que eles se enfrentam em uma partida de críquete".
"Estes dois países não foram capazes de superar o legado da tragédia que acompanhou o que devia ter sido seu melhor momento em 70 anos".
O Paquistão Oriental se tornou independente do Paquistão após uma sangrenta guerra civil em 1971, e mudou de nome para Bangladesh.
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De terra de mercenários a território de paz: como a Suíça se tornou neutra

Billie Cohen
BBC Travel
http://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-40850741
Os turistas que visitam Valle Bavona, no sul da Suíça, são atraídos pela autenticidade do vilarejo, que desde a década de 50 se recusa a adotar a energia elétrica - isso apesar de estar nas cercanias de diversas usinas.
Bavona é um caso raro de preservação em uma Europa devastada por duas guerras. Mas porque nenhuma chegou até a Suíça.
Politicamente, o país parece a epítome de uma coexistência pacífica. É uma democracia e culturalmente reconhece quatro línguas (alemão, francês, italiano e romanche). Quem cruza os cantões suíços tem a impressão de estar em diversos países ao mesmo tempo.
A tradição moderna de neutralidade internacional da Suíça também é famosa, o que ajuda explicar por que o país é sede de diversas organizações internacionais. Por isso, muita gente se espanta ao saber que a história nem sempre foi assim.
Uma terra de mercenários
A Suíça teve origem como um país de mercenários. E nada pacífico.
Basta ver, por exemplo, dos castelos da região de Bellinzona. Essas fortificações tiveram papel proeminente em batalhas medievais entre milaneses, franceses e a então jovem Confederação Helvética (o nome mais pomposo da Suíça). O prêmio? Controlar a passagem pelos Alpes.
“Mas os efeitos da neutralidade estão em toda parte”, diz Clive Church, professor de Estudos Europeus da Universidade de Kent, no Reino Unido, e autor de diversos livros sobre história política do país.
“Onde há sinais de danos causados por bombas na Suíça?

A resposta: lugar algum. "Você pode visitar qualquer cidade suíça e ver que ela se desenvolveu de forma orgânica porque nunca houve uma invasão. Há um benefício visual da neutralidade, pois o passado está lá.”
Um exemplo disso é o fato de a capital, Berna, ter todo seu centro histórico tombado pela Unesco, o que inclui uma torre e um relógio de 1530. Em Chur, há ruínas romanas para lá de bem conservadas. Isso faz com que muita gente não tenha ideia do passado militar do país.
“Tenho dois tipos de visitantes. Os que se surpreendem com nossa neutralidade e os que veem nossa neutralidade como se não nos importássemos com o mundo ou não expressássemos opiniões”, explica Lydia Muralt, guia turística.
Lições de uma derrota
O governo suíço define sua neutralidade publicamente, incluindo em seu site oficial. As regras são básicas: além de não entrar em guerras, o país não pode permitir que nações em conflito usem seu território e tampouco deve fornecer mercenários para outros países.
A última regra é claramente uma alusão à reputação do passado: na Idade Média, a Suíça era boa em ganhar guerras. E fez disso um negócio.
A Confederação Helvética tinha dificuldades econômicas - seu terreno montanhoso não permitia a agricultura em larga escala e o país não tinha acesso ao mar, o que futuramente impediria também a conquista de colônias.
“Fornecer mercenários tinha razões econômicas. Era uma fonte de renda”, explica Laurent Goetschel, cientista político da Universidade da Basileia.

Tudo mudou em 1515, quando as forças suíças enfrentaram as francesas e venezianas na Batalha de Marignano. A infantaria não foi páreo para a artilharia e a cavalaria com armaduras dos inimigos.
“Depois da derrota, os suíços deixaram de se envolver tão amplamente”, explica Church.
Em vez disso, passaram a servir quase absolutamente à França, o que representou renda sem os problemas criados pelo fornecimento mais amplo de mercenários: suíços lutando em lados diferentes.
“Isso não ocorria sempre, mas era algo extremamente preocupante e encorajou discussões sobre neutralidade”, acrescenta o acadêmico britânico.
Nasce a neutralidade
Apesar do acordo com a França, havia um problema para a Suíça escolher lado - todas as potências europeias estavam de olho na posição geográfica estratégica do país como entrada para os Alpes.
Sendo assim, no século 19, quando o Congresso de Viena (1814-15) buscou apaziguar os ânimos após a Guerra Revolucionária Francesa - durante a qual, por sinal, soldados suíços serviram de guarda-costas para a monarquia francesa - a Suíça propôs uma solução para gregos e troianos: a neutralidade.
Desde então, o país tem sido o Estado neutro que conhecemos. Em Genebra, o Museu da Cruz Vermelha explica o grande passo seguinte nessa política: o compromisso com questões humanitárias.
Em 1860, um homem de negócios de Genebra, Henry Dunant, viajou para a Itália e, depois de ver o sofrimento de soldados feridos em campos de batalha, ele decidiu fundar a famosa organização - um esforço que, em 1901, fez dele o primeiro vencedor do Prêmio Nobel da Paz.
Em 1864, Genebra foi palco da assinatura da primeira Convenção de Genebra, sobre protocolos de guerra.
Mas a reputação suíça sofreu abalos durante a Segunda Guerra Mundial, quando o país comprou da Alemanha ouro confiscado de judeus e também recusou refugiados fugindo da perseguição de Hitler.
“Sob uma perspectiva suíça, porém, a neutralidade teve sucesso porque o país não se envolveu em combates, apesar de haver muitos debates”, diz Goetschel.
O mais confuso para muita gente é o fato de a Suíça ter um exército.
“A neutralidade suíça sempre foi armada, pois um dia alguém pode invadir o país e você precisa defend��-lo”, explica Church.
A mesma lógica fez com que uma extensa rede de bunkers, hospitais subterrâneos e abrigos tenha sido construída durante a Segunda Guerra - alguns estão abertos à visitação.
Mesmo a participação em organismos internacionais por vezes expressa a neutralidade. O país não é integrante da União Europeia, mas conta com acordos econômicos e de isenção de visto. E, apesar de ser a sede da ONU na Europa, apenas se juntou à organização em 2002.
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Dia da Sobrecarga da Terra chega mais cedo em 2017
http://amp.dw.com/pt-br/dia-da-sobrecarga-da-terra-chega-mais-cedo-em-2017/a-39941354 Dia da Sobrecarga da Terra chega mais cedo em 2017 Neste ano, humanidade já consumiu mais recursos do que a Terra é capaz de repôr. Há três décadas, data que marca tal limite caiu no dia 9 de dezembro, e tendência é que ocorra cada vez mais cedo.  Se humanidade vivesse como os alemães, precisaria de 3,7 planetas por ano Nesta quarta-feira (02/08), a humanidade oficialmente esgotou todos os recursos disponíveis no planeta para 2017 – e estamos apenas no início de agosto. Em 1987, o chamado Dia da Sobrecarga da Terra – data em que todos os seres humanos do mundo acabaram com os recursos necessários para viver de maneira sustentável por um ano – caiu no dia 9 de dezembro. Desde então, o limite do "orçamento natural" do planeta foi ultrapassado de maneira cada vez mais intensa, fazendo com que a data em que essa barreira é atingida seja registrada mais cedo a cada ano. Em 2016, o Dia da Sobrecarga da Terra foi 8 de agosto, seis dias depois deste ano. "Estamos consumindo nossos recursos naturais como se fossem um produto que podemos comprar quando acaba, consumindo tanto quanto queremos dele", disse Lena Michelsen, consultora de políticas para nutrição e agricultura da rede de desenvolvimento alemã Inkota, em entrevista à DW. "Não podemos continuar desse jeito." Segundo especialistas em sustentabilidade, atualmente a humanidade precisa de 1,7 planeta para suprir os recursos que consome dos ecossistemas da Terra. "Hoje, o nosso consumo coletivo excede em 70% o que o planeta pode renovar", avalia Mathis Wackernagel, da Global Footprint Network, um grupo de pesquisas sem fins lucrativos que, anualmente, calcula o chamado Dia de Sobrecarga da Terra (ou Earth Overshoot Day, em inglês). O cálculo se baseia na biocapacidade do planeta – o montante de recursos naturais disponíveis – e divide essa capacidade pelo montante de recursos consumidos, também conhecido como a "pegada ecológica da humanidade". Esse número, então, é multiplicado pelos dias do ano. Países ricos x países de baixa renda A rede Global Footprint Network não calcula apenas a pegada ecológica global da humanidade, mas também avalia o consumo individual dos países. Não é surpreendente que nações ricas como Luxemburgo, Catar, Austrália e Estados Unidos usem bem mais recursos que países de baixa renda, como Eritreia, Haiti, Burundi e Paquistão. A Alemanha, por exemplo, está bem acima do nível global de consumo dos recursos naturais. "Se toda a população mundial vivesse como se vive na Alemanha, precisaríamos de 3,2 Terras para alimentar a nossa fome de consumo", afirmou Michelsen, responsável pela organização de um protesto em Berlim neste Dia da Sobrecarga da Terra. "Em comparação, se todos vivêssemos como as pessoas em Moçambique, precisaríamos de meio de planeta por ano." Emissões de carbono aprofundam "pegada ecológica" Um motivo para esse superconsumo de recursos, segundo Wackernagel, é que a população mundial está aumentando a cada ano – assim como os salários em vários países, o que aumenta também a demanda e a vontade das pessoas de consumir. Mas um dos principais vilões do esgotamento do "orçamento natural" do planeta são as emissões de carbono, atualmente responsáveis por 60% da pegada ecológica da humanidade. Se as emissões caíssem pela metade, o "Dia da Sobrecarga da Terra" seria adiado em cerca de três meses. Segundo o especialista da Global Footprint Network, se a humanidade fosse capaz de viver de acordo com os objetivos traçados durante a Conferência do Clima de Paris, seria possível viver consumindo menos que os recursos disponíveis do planeta até 2050. "É totalmente possível, mas pouco provável neste momento", acredita Wackernagel. "As tendências atuais não apontam nessa direção." Mudanças necessárias Segundo Michelsen, há três fatores importantes a serem melhorados para diminuir o consumo de recursos naturais: produzir energia a partir de fontes renováveis; introduzir práticas ecológicas na agricultura (a agricultura industrial é responsável por um terço das emissões de CO2); alterar os padrões de mobilidade, já que voar e dirigir emitem enormes quantidades de gases de efeito estufa. Para adiar o próximo Dia da Sobrecarga da Terra, líderes políticos mundiais precisam ajustar suas prioridades, afirma Mathis Wackernagel, da Global Footprint Network. Todos os anos, o Fórum Econômico Mundial publica um relatório de riscos no qual lista as respostas de especialistas e formadores de opinião do mundo todo sobre quais são os riscos mais significativos para o planeta no longo prazo. Segundo Wackernagel, no ano passado, seis dos dez indicadores tinham orientação ambiental, incluindo escassez de água, mudanças climáticas e assuntos relacionados a recursos naturais. Ao mesmo tempo, o Relatório de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial enumera 114 indicadores que tornam um país "forte" – nenhum dos indicadores de 2016 fez menção a recursos naturais, ao meio ambiente ou às mudanças climáticas. "Fico confuso com o fato de fingirmos que os riscos relativos aos recursos naturais, dos quais temos plena consciência, nunca vão nos afetar", afirma Wackernagel.  Usar menos carvão, petróleo e gás A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.  Produzir a própria energia limpa Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida. Data 02.08.2017 Autoria Anne-Sophie Brändlin (rk)
#Terra#Dia da sobrecarga#Recursos naturais#Reposição de recursos#Consumo#Consumo de recursos naturais
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