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𝕣𝕖𝕧𝕚𝕖𝕨 𝕕𝕖 𝕞𝕖𝕦 𝕡𝕒𝕚 {𝟚𝟘𝟚𝟙}

eu não entendo muito de doenças e talvez eu devesse ter pesquisado um pouco mais antes de começar a escrever isso aqui, mas qualquer coisa, quem quer que esteja lendo isso — provavelmente ninguém —, pode substituir alzheimer pela condição certa.

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anthony sofre de alzheimer e é evidente que precisa de ajuda, mas ele é um senhor meio — leia-se bastante — rabugento, e não aceita auxílio. sua filha, anne, faz de tudo pelo pai. busca boas enfermeiras, que ele sempre dá um jeito de espantar, e abdica da própria vida para se dedicar à saúde e aos cuidados de seu genitor. ok, esse parece um filme qualquer. um filme qualquer sobre idosos com alzheimer, desses que você já deve ter visto em algum lugar. mas os pequenos esquecimentos do anthony vão, ao longo do filme, se transformando em confusões mentais e numa - quase - loucura. e sim, a gente vê tudo isso que lá perspectiva do anthony. a gente não sabe o que é real ou o que é só fruto dos esquecimentos dele. embarcamos nessa jornada junto com o protagonista, que se embola no tempo e não sabe mais o que está acontecendo ou o que é um reflexo de memórias perdidas e desconexas que já aconteceram.

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esse filme partiu meu coração e me fez pensar bastante sobre o quão triste envelhecer pode ser. o quão frustrante deve ser abrir mão da própria vida pra cuidar de alguém, mesmo sendo por pura boa vontade e amor, mas pior ainda parece ser voltar a ser tão dependente e se ver completamente sozinho. os personagens são muito reais, até aqueles que só existem nas memórias do anthony. todos eles têm defeitos muito perceptíveis, e a gente se chateia muito com eles, mas ao mesmo tempo, sentimos empatia. as pessoas são assim, com suas inconstâncias e incoerências. isso que é ser gente, no fim das contas. anthony hopkins e olivia coleman me fizeram acreditar que anne e seu pai realmente existem, e estão por aí, em algum lugar.

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4,5/5

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𝕣𝕖𝕧𝕚𝕖𝕨 𝕕𝕖 𝕤𝕙𝕚𝕟𝕘𝕖𝕜𝕚 𝕟𝕠 𝕜𝕪𝕠𝕛𝕚𝕟 (𝟙° — 𝟜° 𝕥𝕖𝕞𝕡𝕠𝕣𝕒𝕕𝕒, 𝕡𝕒𝕣𝕥𝕖 𝟙)

eu gosto muito de criar teorias, e quando vejo ou leio algo que me dá um prato cheio pra botar o lado conspiratório do meu cérebro em ação, eu fico feliz da vida. shingeki no kyojin foi isso pra mim, além de reunir vários dos meus interesses, tipo história e política. a trama de eren, mikasa e armin não se resume a lutar contra titãs, aliás, com o passar do tempo, a gente descobre que eles nem são os verdadeiros inimigos. mas se tu caiu aqui de paraquedas e não tem muita noção do enredo do anime, vou dar meu melhor pra sintetizar. os protagonistas vivem numa realidade bastante distópica. presos atrás de muralhas que os defendem de criaturas gigantes, eles foram incentivados a acreditar que não há vida lá fora. uma das divisões do exército local, o reconhecimento, se encarrega de avançar contra os titãs, descobrir o que de fato são esses seres e, quem sabe, salvar a humanidade daquele confinamento, contrariando os interesses de alguns. apesar do progresso da divisão ser quase nulo, as coisas pioram quando um titã enorme destrói a primeira das muralhas e abre espaço para que outros invadam e acabem com as cidades localizadas ali, sem poupar a população. eren, armin e mikasa fazem parte dessas pessoas. os três entram para o exército visando o reconhecimento, e começam sua jornada para desvendar o mundo, com seus passados e personalidades.

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durante e antes de assistir, eu tomei muitos spoilers acidentais de amigos e de posts no twitter. mas é tanta coisa que acontece ali que nada disso chegou a estragar 1% da experiência. o anime faz questão de ser ativo a todo momento, dando milhões de reviravoltas pra quem tá vendo, e as coisas vão ficando cada vez mais complexas e profundas. quanto mais respostas são dadas, mais perguntas surgem e isso me instigou demais, colocou minha cabeça pra trabalhar. mas relaxa, que no fim da primeira parte da quarta temporada, quase tudo fica bem entendível e fechadinho.

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shingeki no kyojin tem muitos personagens de destaque, mas um ponto forte é que ele consegue desenvolver e dar personalidade pra todos eles. já vi outros que também tentaram trazer uma grande gama de coadjuvantes, mas que acabavam sendo só pessoas aleatórias, sem história e sem profundidade. na animação eu consegui estabelecer uma relação com quase todos eles, e isso é muito importante pra mim. me incomoda demais assistir qualquer coisa se não sou capaz de sentir proximidade ou empatia pelos os personagens, mesmo se o título tiver o melhor enredo do mundo. gostei bem mais dos coadjuvantes do que dos principais. o protagonista, eren, tem uma personalidade meio chatinha, fiquei irritada com ele desde o primeiro episódio. ele é tipo aquele aluno palestrinha estrela da sua faculdade. achei a mikasa uma personagem incrível no começo, mas o desenvolvimento dela me decepcionou bastante. apesar de forte e habilidosa, senti falta de uma particularidade e uma persona mais mais realista. pra mim, o armin se salvou do trio principal. ele é carismático, útil, inteligente e muito gentil.

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fiquei muito feliz acompanhando os 75 episódios lançados até agora. adorei montar, desmontar e adaptar teorias na minha cabeça, ver muita coisa se tornando o contrário do que eu pensava e outras se concretizando também. dou quatro estrelinhas e meia pra a obra até o momento.