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⸻: ember ouvia vinícius em silêncio, com o olhar sustentando em uma curiosidade distraída. ele parecia convencido da própria disposição, da própria entrega. mas a entrega a quê, exatamente?
❛ — um recomeço. ❜ repetiu, saboreando a palavra. ela sempre desconfiava dessas ideias de renascimento, dessas segundas chances que vinham com preço embutido. ❛ — eu não entendo... você vive pelas promessas? ❜ o problema das promessas era que elas não significavam nada. vini falava delas como se fossem algo sólido, algo capaz de reconstruir o que tinha sido quebrado. ember via diferente. promessas eram vento. palavras que evaporavam assim que se tornavam inconvenientes.
ela desviou o olhar por um momento, cruzando uma perna sobre a outra enquanto deixava escapar um riso curto, seco. ❛ — sabe, às vezes eu esqueço que estamos aqui para sermos vilões. acho que a ficha não caiu ainda. foi tudo muito rápido. ❜ a palavra vilão saía de sua boca como algo estrangeiro, como algo que não lhe pertencia. talvez porque, por tanto tempo, tivessem tentado encaixá-la no papel oposto.
mas vinícius... vinícius dizia estar pronto para qualquer coisa. e ember não pôde conter um sorriso aumentando no canto dos lábios, o olhar se demorando um pouco mais sobre ele. porque havia algo na forma como ele falava que quase parecia uma propaganda de si mesmo. era até um pouco ridículo demais.
❛ — teste? ❜ repetiu, com um riso breve. inclinou ligeiramente a cabeça, como se estivesse considerando a palavra. ❛ — cuidado, flyboy. isso pode tomar um caminho diferente. ❜ talvez ele ainda não tivesse percebido, mas dizer que estava pronto para qualquer coisa era um convite perigoso. a provocação estava ali, flutuando no ar entre eles, mas havia mais do que isso. ember brincava com as palavras, às vezes sem pensar demais no que significavam. mas agora, depois de tê-las dito, ela resolveu sustentar. não era nem um pouco do feitio dela recuar. ❛ — promessas não são comigo. eu faço eles sussurrarem as deles no meu ouvido. ❜
era muito fácil ler o rosto de vinícius porque ele sempre deixava as suas emoções transbordarem, então não foi uma surpresa quando as suas bochechas ficaram rosadas depois da fala de ember. “ eu sou o que precisarem que eu seja. ” tentou desconversar, e ainda que percebesse a malícia no tom de voz dela, não deixava de ser uma verdade. queria ser bom, em todos os sentidos, mas achava que isso não estava mais no seu destino. voltou sua atenção para a conversa quando ela voltou a falar, e se surpreendeu com as poucas palavras. uma das questões que lhe fazia se sentir deslocado ali dentro era a percepção de que a maioria dos discípulos mal podia esperar para terminar o seu treinamento e participar dos seus próprios ataques, enquanto a última coisa que vinícius queria era usar as suas habilidades para coroar seu posto de vilão. “ essa era a minha única opção, não era como se fossem me aceitar em outro lugar depois... bom, larc me prometeu um recomeço aqui. ” não achava que a sua história era muito diferente daquela vivida por tantos outros ocupantes da mansão, ainda que ele não soubesse se teria feito aquela mesma escolha caso tivesse uma opção diferente. “ eu estou pronto para fazer qualquer coisa. foi-se o tempo que a minha consciência servia para algo. ” uma pequena mentira. sim, ele seguiria as ordens de qualquer um para sentir que fazia parte do grupo, mas a sua consciência ainda iria sussurrar a sua insatisfação no fim da noite. “ isso já é um teste? ” ele perguntou em um tom divertido, apesar de nunca saber quando ember estava falando sério.
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⸻: a mudança na feição de ember foi quase imperceptível, mas estava lá, uma sombra no olhar que contrastava com seu tom despreocupado. eu não estaria nessa fila senão fosse pela sua loucura. porque foi drástico, porque mudou a dinâmica dos nove para sempre, porque o medo do imprevisível os fazia enjaular qualquer um que ameaçasse escapar do controle. se não fosse pelo massacre, quem sabe quais oportunidades teriam aguardado aqueles que tinham potencial de ser mais do que são? aqueles que poderiam ter brilhado além das expectativas, que talvez tivessem sido os próximos queridinhos da stargate. mas ember entrou nela quando o jogo já estava definido. nunca teve a menor chance de brilhar além dos limites que lhe impuseram.
deu de ombros, a expressão se fechando num ressentimento mal camuflado, mas logo forçou um sorriso torto e se jogou no banco ao lado, a postura relaxada demais para alguém que acabara de engolir o próprio rancor.
❛ — ele foi o único que você não pegou ainda? ❜ deixou escapar a provocação quando renée revelou a antiga queda por crimson. ergueu uma sobrancelha antes de acrescentar, com ares de quem só queria ver até onde isso ia. ❛ — isso presumindo que já não tenham se pegado ainda. ❜
seguiu a pequena história de resgate sem muito interesse, distraída, o dedo tamborilando contra a mini estante como se esperasse algo mais excitante. observou a faca flutuando com a telecinese, como um brinquedo velho, então soltou, com aparente descaso: ❛ — você se pergunta toda noite se fez a escolha certa? ❜ não estava interessada em contar a própria história. era mais fácil jogar o peso da conversa de volta para a mais velha.
a confissão súbita forçou as sobrancelhas de renée a se arquearem numa curiosidade mórbida, embora o impulso de provocar ember fosse um tanto perturbador, a morena contentou-se em morder o interior da própria bochecha. ❝ entre na fila, fui um pouco mais rápida que você ao cometer um massacre e destruir minha imagem ❞ o riso cínico escapou, não poderia julgar a garota, tampouco o passado desta, eram vilões, afinal.
❝ para um vovô ele é bem gostoso, tem de admitir isso… ❞ a morena se jogou contra o sofá, descansando o corpo e cedendo ao questionamento de ember, num breve instante de vulnerabilidade. ❝ tinha uma queda nele nos meus primeiros anos aqui ❞ não que larc crimson houvesse lhe dado qualquer atenção que não fosse a de um mentor. ❝ ele me achou num beco, ensopada depois de uma chuva e sangrando ❞ depois do massacre que renée causara em nova york, ela fora baleada diversas vezes e levada a um laboratório, conseguindo escapar por pouco. ❝ larc disse que viu o que fiz pela televisão, mas que já me acompanhava há algum tempo ❞
os pequenos incidentes escondidos pela stargate e seu histórico e trauma pareciam ter despertado o interesse do homem, tanto quanto sua telecinese. ❝ ele disse que podia me oferecer um lugar seguro, e me dar um futuro ❞ delicada, puxou uma faca pequena do bolso da calça, utilizando a telecinese para fazê-la levitar num passatempo antigo. ❝ não era como se eu tivesse muita escolha, se tivesse ficado lá, a stargate teria me matado ou me transformado num rato de laboratório ❞ renée tinha uma vida na ilha, por menor que esta fosse. ❝ então ele me trouxe pra cá. e você? ❞
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⸻: ember acordou no meio da madrugada, a garganta seca e a paciência mais ainda. não entendia por que diabos os dormitórios não tinham mini geladeiras. seria tão mais fácil só esticar o braço, pegar uma garrafa de água gelada e voltar a se aninhar no seu travesseiro macio. mas não, tinha que atravessar a mansão até a cozinha como se estivesse cumprindo um dever de treinamento. ao menos tinha sua garrafa térmica, vazia naquele momento, que levou consigo.
chegando lá, encontrou um espetáculo que não esperava – e definitivamente não queria presenciar no momento. um garoto parado diante do micro-ondas, encarando o próprio reflexo como se estivesse em uma profunda jornada de autodescoberta. o que era um pouco ridículo observando aquilo. cozinha não era lugar para epifanias sobre aparência, principalmente naquele horário. ainda estava decidindo se entrava ou dava meia-volta quando ele começou a falar, do nada, como se alguém o tivesse interrogando dali. e pior: se justificando para alguém que sequer havia dito uma palavra. ❛ — você está me confundindo com alguém que se importa. ❜ a resposta veio arrastada, a voz carregada de preguiça enquanto finalmente entrava na cozinha.
posicionou a garrafa no dispensador de água e, por um instante, deslizou o olhar pelo ambiente antes de voltar ao garoto à sua frente. o avaliou de cima a baixo, sem pressa. ❛ — você sabe que tatuagens são, hm… procedimentos estéticos, certo? ❜ levantou uma sobrancelha, sem esconder o traço de ironia. ao menos, tinha que admitir que eram bonitas. o que era mais do que podia dizer sobre a situação em si.
quando o rapaz mencionou ter furtado os cremes capilares do sr. crimson, ember simplesmente fechou os olhos por um segundo, como se buscasse paciência no fundo da alma. sério? de todas as pessoas daquela mansão para roubar, ele escolheu logo o chefe da parada toda? ela não queria nem imaginar o que aconteceria se o velho descobrisse. e mais importante: não queria estar em encrencas por causa de um calvo sonâmbulo. ❛ — por favor, continue conversando com o seu amigo micro-ondas. eu só vim pegar água. ❜ apertou o botão para encher a garrafa e manteve o olhar fixo na água descendo, como se isso pudesse protegê-la do caos potencial daquela confissão. tudo o que queria era um gole d’água e a preciosidade do sono. e agora estava ali, testemunha involuntária de um crime capilar.
♡ STARTER ABERTO
# ────── Domenico encara o próprio reflexo na porta do micro-ondas, divagando enquanto o prato, que devia estar girando lá dentro, permanece imóvel, sem nenhuma refeição à sua espera. A madrugada se faz silenciosa e o sono, esquivo, não vem. Mais uma vez se rendia à própria inquietude. Ele estreita os olhos e se aproxima do vidro escuro para se certificar que não estava ficando com olheiras, a ponta dos dedos tocando suavemente a pele abaixo dos olhos, em seguida passando para enrolar os cachos na frente do rosto. Embora estivesse sozinho, de repente começa a se sentir… observado. Domenico costumava pensar que essa sensação surgia devido a algum espírito do mal que certamente assombrava aquela mansão, mas isso foi antes de ter tomado inúmeros sustos convivendo com pessoas que controlavam sombras e atravessavam as paredes. Agora, já estava calejado—ou ao menos parcialmente, de forma que rapidamente descartou a possibilidade. Sequer eram 3h da madrugada ainda. Mas ainda era desconfortável ser encarado em sua auto avaliação, e um constrangimento pairou no ar com a compreensão que podia estar parecendo meio ridículo para a pessoa nas sombras. “Não, eu não tenho nenhum procedimento estético.” Ele informa à pessoa com um ar fingido de quem está cansado de receber as mesmas perguntas, abrindo a boca antes mesmo dela emitir qualquer ruído para ser o primeiro a quebrar o gelo, seus olhos ainda no próprio reflexo no micro-ondas. Quando finalmente olha para o lado, encontra Muse parado na soleira da porta, parecendo em dúvida quanto a se entraria na cozinha ou não. “E sim, eu furtei os cremes capilares do Sr. Crimson, mas ele não pode saber disso.”
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⸻: ember observou vinícius por um instante, como quem tentava decifrar um enigma fácil demais para ser verdade. então, com um sorriso enviesado, soltou quase como uma provocação: ❛ — você é um bom garoto, não é? ❜ havia uma certa malícia na pergunta, um teste disfarçado de brincadeira. ela já sabia a resposta, mas queria ver como ele reagiria a ouvi-la em voz alta.
quando a conversa mudou para seu próprio treinamento, ela não fez questão de mascarar a verdade. dois anos naquela mansão e, no fim, parecia que só tinha aprendido a existir dentro daquilo. adaptação, controle… mas nada que realmente a fizesse sentir que estava indo para algum lugar. talvez fosse a falta de confiança, embora ela não estivesse pronta para admitir isso em voz alta. ❛ — só mais do mesmo. ❜ respondeu de forma simples, sem muito entusiasmo. seu mentor devia estar nada orgulhoso dela.
❛ — e você? ❜ redirecionou o assunto sem aviso, os olhos ainda sobre ele. ❛ — veio parar aqui por vontade própria ou só foi levado pela correnteza? ❜ inclinou um pouco a cabeça, interessada na resposta. ❛ — porque, se for o primeiro caso… você estaria disposto a fazer o que te pedirem? mesmo que possa custar mais alto? ❜ o tom era leve, quase despreocupado, mas o olhar de ember analisava vinícius com atenção. no fundo, ela já sabia a resposta também. ele era o tipo que cumpria ordens sem hesitar – até mesmo para uma 'simples' discípula como ela.
vinícius não sabia o que responder. eles estavam ali para serem vilões, então deveria existir pelo menos um pouco de maldade dentro de cada um deles. era óbvio que ironia não era algo que registrava na sua mente com facilidade, por isso, ficou feliz ao perceber que a outra não esperava por uma resposta dele. seguiu o caminho do olhar dela, encarando os dois e se perguntando se aquela era realmente uma missão que ele queria cumprir. ter que escolher entre satisfazer a vontade de ember e proteger algum segredo de renée não seria fácil, mas achava que era um problema para o vinícius do futuro. “ nesse meio tempo, se tiver alguma coisa que eu possa fazer, é só falar, ” respondeu como um bom seguidor. qualquer um diria que o rapaz não deveria agir de uma forma tão submissa, mas era algo que vinha como naturalidade para vini, e até uma forma de se manter útil ali dentro. “ oh, hm, bem, ” disse depois de algum tempo, se sentindo um pouco surpreso com a pergunta. “ ainda tenho um pouco de dificuldade para não me perder de cinco em cinco minutos. suspeito que as salas mudam de lugar para sempre nos confundir, ” falou brincando, mas se descobrisse que isso era verdade, não ficaria surpreso. claro que essa confusão acontecia mais porque vinícius tinha uma péssima memória, e não era tão atento quanto deveria. “ e como andam os seus treinamentos? acha que está perto de se tornar uma técnica? ”
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If it’s a hot day, how do they keep themselves cool?
If it’s a cold day, how do they keep themselves warm?
⸻: ☀️ ela se refrescaria no lago da mansão, mas não sem antes garantir que alguém com uma habilidade fervorosa aquecesse a água para ela. ember não pode viver sem sua hidromassagem - nem mesmo nos dias mais quentes!
❄️ o frio é a desculpa perfeita para ember exibir seu casaco acolchoado de capuz e suas botas imponentes forradas de pelugem. é uma pena que ninguém realmente goste de uma festa no inverno, pois, ela quebraria o gelo.
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🎮 VIDEO GAME CONTROLLER — what are three of your oc's favorite hobbies?
⸻: escrever suas músicas, jogos de dança com kinect (dance central & just dance) e fofocar.
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⸻: ember ouviu as palavras de renée sem mudar a expressão, mas, por dentro, sentiu algo se agitar. memória era um tipo de evidência impossível de apagar, e, no fundo, ela sabia que aquilo valia para os dois lados. era por isso que a stargate fazia questão de martelar a imagem dos heróis na mente das pessoas – e era por isso que, um dia, o que restaria dela não seria só a lembrança de uma estrela pop caída. por enquanto, falavam da garota que dançava em palcos, que brilhava entre explosões coloridas. mas aquilo não duraria para sempre. um dia, os fogos de artifício se apagariam, e tudo que restaria seria o cheiro de pólvora queimada.
❛ — temo que a memória afetiva fará com que reconheçam a própria ídola no meio de um massacre. é só questão de tempo, imagino. ❜ por um instante, a verdade nua e crua escapou, revelando uma fração do peso que carregava. mas foi só um instante. logo, ember retomou sua postura habitual, como se aquela vulnerabilidade nunca tivesse existido. ela não tinha intenção de permitir que essa possibilidade se tornasse realidade. já tinha conversado com larc sobre isso. sua identidade seria mantida discreta ao público caso viesse a ser enviada em missões – assim como era com os outros. assim como deveria ser com ela.
por um instante, o olhar de ember encontrou o de renée, como se tentasse decifrar o que a outra via quando olhava para si. talvez ela entendesse melhor do que ninguém. talvez já tivesse estado exatamente onde ember estava agora. ❛ — enfim. falando nisso, me conta... como você foi contatada pelo vovô da mansão? ❜ seu tom carregava um traço de curiosidade genuína, acompanhado de um riso curto, talvez leve demais para o peso do assunto. larc crimson podia ter resgatado todos dali de alguma forma, mas ninguém chegava até ele por acaso. todo mundo na mansão tinha sua história, seu próprio momento de ruptura. e ember se perguntava, por um instante, qual tinha sido o de renée.
❝ na maioria das vezes o pior tipo de evidência é o tipo de memória que as pessoas têm de você... ❞ prova disso era a stargate e seu esforço para apagar os vestígios do incidente de nova york, um massacre cometido pela morena. livrar-se de filmagens e reconstruir prédios, nada disso importava quando a cidade jamais esqueceria do episódio horrendo. ❝ mesmo que eles sumissem com todos os seus vídeos, ainda teria uma centena de fãs obcecados ❞ deu de ombros, os olhos escarlates perdidos nas feições de ember por alguns segundos. ❝ você dança bem, pelo menos eles te conhecem por algo mais do que simplesmente matar pessoas. ❞
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[THE SUN] - What makes them feel good? This can be happy, energized, revitalized, etc. It's all about good vibes, so what gives them to your muse?
⸻: certamente, ouvir músicas antigas em seu mp3 player, afastada de olhares e distrações. melodias nostálgicas que ecoavam nos becos da cidade natal quando era mais jovem, atraindo multidões curiosas. foram dias livres, antes da stargate transformar sua arte em produto e seu nome em mercadoria.
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[ tequila sunrise ] how would they spend their perfect day?
⸻: ember passaria os dias mais belos à beira do grande lago da mansão, seja aproveitando o sol ao lado das amigas ou observando os outros com um olhar crítico, sempre com um ar de julgamento discreto.
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𝚊𝚜𝚔 𝚐𝚊𝚖𝚎 ! 📬
▂▂⌇; PERGUNTE JASON
₊˚⊹⋆; PERGUNTE EMBER
↱ aceitando todos os memes.
↱ não é necessário fazer os dois. se quiser, pode escolher um só.
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CLOSED STARTER WITH: @gwodspeed
PLACE: sala de treinamento
⸻: foram horas cansativas naquela sala de treinamento, tentando aprimorar suas habilidades ao gosto do mentor, okktosu. o calor ainda pesando sobre sua pele. ela já não sabia o que mais poderia ter feito e temia que aquilo fosse seu máximo.
assim que o técnico deu a deixa para o intervalo, ember não hesitou. ela prontamente tirou os óculos escuros e os pendurou na gola da blusa, piscando algumas vezes para se ajustar à claridade incômoda do ambiente. a discípula nunca deixava passar a oportunidade para se retirar, e talvez estenderia aquele tempo livre ao seu agrado. como sempre fazia.
❛ — volto logo, mestre! ❜ avisou, pegando sua pequena bolsa e jogando-a sobre o ombro esquerdo. de costas, ergueu uma das mãos em um aceno despreocupado antes de seguir em direção à saída.
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⸻: ember estreitou os olhos, analisando vinícius com desconfiança. a resposta dele não a satisfez, mas a oferta de descobrir por ela reacendeu seu interesse. ❛ — hm… agora estamos falando a mesma língua. ❜ inclinou a cabeça, avaliando-o como se decidisse se ele era digno da “missão”.
a pergunta seguinte a fez rir, curta e afiada. ❛ — e desde quando eu sou assim tão maldosa? ❜ o sorriso que seguiu foi carregado de ironia. ❛ — relaxa, vini. só quero saber por saber. ❜ seu olhar voltou para renée e civan, tamborilando os dedos no braço. depois de alguns segundos, encarou vinícius outra vez, ainda interessada. ❛ — não precisa ser agora. mas no dia em que descobrir, quero saber no mesmo segundo. ❜ não era uma urgência no momento, mas era importante para ela entender o contexto, já que tinha proximidade com os dois – separadamente.
para não parecer que só havia o puxado por isso, inclinou-se um pouco para trás e acrescentou com um tom mais casual: ❛ — enfim, como tem passado? ❜ enquanto esperava a resposta, deu um passo para trás e o analisou dos pés à cabeça, como se quisesse confirmar se ele ainda estava o mesmo de sempre. e sim, continua o mesmo básico que sempre conhecerá.
vinícius não sabia qual era a resposta que ember esperava ouvir dele. o rapaz conhecia renée mesmo antes de chegar na mansão umbra, e agora ouvia os conselhos que ela tinha para lhe dar sobre como se adaptar àquela nova vida, mas não conhecia todos os detalhes das suas relações, incluindo o que quer que estivesse acontecendo entre ela e civan. seus olhos foram para os dois, mas ele não tinha a capacidade de ler os seus pensamentos ou ouvir o que falavam com toda aquela distância. “ eu realmente não faço a mínima ideia. mas... eu posso descobrir para você!? ” ele perguntou mais do que realmente afirmou. estava sempre tentando ficar na lista de aliados da maioria dos extraordinários, precisando da aprovação deles para se sentir satisfeito, e não seria a primeira coisa que ele faria para ember. “ você não planeja usar isso contra eles, né? ”
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⸻: ember não se convenceu nem por um segundo da justificativa, mas decidiu não insistir. apenas ergueu uma sobrancelha, um sorriso enviesado brincando nos lábios. ❛ — ronda, hm? ❜ cruzou os braços, como se ponderasse. ❛ — que conveniente. ❜
se nova queria manter a pose, não era ember quem ia arrancar isso dela – mas, por outro lado, não iria deixar barato. ❛ — e sim, eu tô aproveitando. se eu quisesse passar meu tempo livre vigiando os outros, eu me juntaria a você. ❜ o tom foi provocativo, mas sem verdadeira hostilidade. talvez fosse diversão, talvez fosse só o costume de provocar, mas ela não se incomodava com a presença da outra.
❛ — alguém só precisa avisar ao meu mentor. o coitado deve estar me esperando. ❜ e, claro, ember não tinha pressa alguma de voltar.
୧ odiava demonstrar qualquer tipo de descontrole ou emoção que não lhe fosse rotineira, que não fosse a que estava habituada – e uma parte dela, ainda que incapaz de pensar de forma tão pragmática, sabia que outrem gostava daquele tipo de atenção. e outra, sabia o quão ridícula se mostrava. diante do comentário da mais nova, apenas dera de ombros e corrigiu a própria postura, agora mostrando-se muito mais centrada em encará-la como deveria ser em uma conversa. ' não estou perdida, estou em ronda. pontuou, fazia parte do trabalho que exercia naquele inferno; logo, as justificativas existiam por si só. ' e você? aproveitando o tempo livre? questionou em curiosidade.
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⸻: ember soltou um riso baixo com a forma como ele escalou o assunto, arqueando uma sobrancelha. ❛ — dois extremos, não? tentando adivinhar se eu encaixo melhor como carnívora ou vegana? ❜ a provocação veio leve, carregada de humor, enquanto seu olhar desconfiado percorria o ambiente ao redor.
o cheiro da jambalaya preencheu o ar, impossível de ignorar. aquele mix de temperos, o toque picante – tudo remetia à sua própria cidade natal. ember desviou os olhos, disfarçando o interesse repentino. já tinha passado tempo demais desconfiada para simplesmente ceder, mas a nostalgia era traiçoeira.
❛ — isso é algum tipo de truque? ❜ cruzou os braços, recostando-se contra a bancada. ❛ — não estou movida. ❜ mas, ao invés de sair como pretendia, ficou onde estava. os olhos, sem querer, voltaram à panela aberta. não que estivesse convencida... só não tinha tanta pressa de ir embora agora.
"Não é fã de... comidas? Que espécie de resposta é essa?" não aceitaria uma desculpa tão esfarrapada daquelas, ao menos não sem um pouco de pressão. Ao voltar a falar, havia certa ironia na voz. "De que se alimenta, fotossíntese?" soltou uma risadinha nasal, segundos antes da mente sugerir outra coisa. Um pouco mais sério -- e desconfiado -- ele ergueu uma das sobrancelhas, estudando-a de cima a baixo. "... sangue?" A pausa tensa que se sucedeu só foi quebrada pela urgência do tempo de cozimento. Jogou sobre o ombro o pano de prato bordado com patinhos nadando acima de uma frase motivacional e desligou o fogão. Ao abrir a tampa da panela, o cheiro da jambalaya inundou a cozinha, trazendo consigo lembranças da infância em Nova Orleans. Ele fechou os olhos e, momentaneamente indiferente ao crivo das companhias, sorriu com prazer. Se ela não queria, azar o dela; sobrava mais pra ele.
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10 THINGS I HATE ABOUT YOU (1999) dir. Gil Junger
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STARTER WITH: @diicss
PLACE: corredor
CHOSEN PROMPT: i just laughed when the bodies went splash.
⸻: ember soltou uma gargalhada quando viu duas pessoas escorregarem juntas e levarem um tombo feio no corredor. ela simplesmente não conseguia se segurar. a situação, apesar de embaraçosa para os coitados, foi excepcionalmente divertida para ela.
notou a presença de felix ao seu lado e foi diminuindo o riso, embora ainda carregasse aquele sorriso malandro de quem tinha acabado de ver algo hilário.
❛ — será que é possível que seus olhos tenham alguma forma de gravação? porque eu adoraria rever esse momento. ❜ seus olhos ainda brilhavam com a cena, mas agora havia um traço de curiosidade. o poder dele era basicamente ser um hacker ambulante, mas todo hacker sempre dava seu jeito.
❛ — vai me dizer que você não tem como puxar isso de alguma câmera de segurança? ❜ inclinou a cabeça na direção dele, um desafio sutil na voz. ❛ — eu aceitaria até um gif. ❜
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STARTER WITH: @nemcesis
PLACE: up to player
CHOSEN PROMPT: i watched you dance online.
⸻: ❛ — é. o dios ainda tá me devendo para sumir com qualquer evidência minha dos tempos vergonhosos de stargate. sabe, como uma missão da cia. ❜ ela falava num tom casual, como se não ligasse, mas a verdade era que aquilo ainda a irritava.
ela odiava o fato de que ainda se falava sobre aquela fase, como se fosse parte essencial de quem era. para o público, talvez fosse. mas para ela, stargate era um capítulo que preferia queimar sem deixar cinzas.
renée parecia confortável demais em tocar nesse assunto. ember não sabia se aquilo era uma provocação ou só uma curiosidade sincera, mas, por enquanto, não afastou a conversa. se começasse a incomodar? bom. a paciência dela nunca foi muito longa.
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