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Queria me lembrar de como eu era antes de todos esses danos.

Pietro

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sobre essa tua vontade de apagar sua própria existência

eu também sinto, e muito.

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O DIA QUE ME MATEI

Um dia após o meu suicídio, eu me arrependi.

Me arrependi quando vi minha mãe debruçada na minha cama, abraçando minhas roupas, procurando meu cheiro, se culpando por tudo, até pelas coisas que nunca foram culpa dela.

Ninguém dizia nada. As pessoas apenas choravam. Eu gritava: “Por favor, eu estou aqui!”, na tentativa desesperada de ser ouvida. Mas já era tarde demais.

Vi colegas incrédulos, gente que eu nem imaginava chorando por mim.

Meu namorado em silêncio, paralisado. Ele nunca acreditou que eu realmente faria… mas eu fiz. E agora só Deus sabe quanto tempo vai durar o luto. Superar? Ninguém superou.

A pressão da minha mãe subiu e ela foi parar no hospital. E tudo o que eu conseguia pensar era: “Me desculpa. Me desculpa, por favor, me perdoa”

O tempo foi passando, mas não levou a dor.

Falar meu nome ainda doía.

Cada data lembravam de quem eu fui: meu aniversário, o Natal, o Ano Novo.

Minhas coisas continuavam ali.

Meus pais encontravam pessoas na rua parecidas comigo e pensavam: “A -a-u—e estaria assim se estivesse viva.”

Sorriram por fora.

Mas por dentro… tudo era saudade e culpa.

Culpa que nunca passou.

Minha mãe se culpava pelo meu transtorno, pela minha dor, pelo que ela não soube evitar, mesmo que não fosse sua responsabilidade.

No fundo, ela só queria ter me salvado.

E mesmo no leito de morte, eles ainda me queriam por perto.

O certo era que eu enterrasse meus pais com o tempo, pela ordem natural da vida.

Mas foram eles que tiveram que me enterrar… aos 21 anos.

E esse peso eles carregaram até o fim.

E foi só quando os dois fecharam os olhos pela última vez…

que eu abri os meus.

Era um sonho.

Um pesadelo.

Mas eu ainda estou aqui.

Dá tempo.

Posso recomeçar

Eu posso mudar.

Ainda posso viver.

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Será que um dia eu vou acordar bem?

Será que essa bagunça dentro de mim vai sossegar?

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Cansada de viver, de repetir os mesmos passos em uma estrada que já não parece levar a lugar nenhum.

As horas passam e com elas, as certezas também. Fico aqui, madrugada adentro, olhando o teto, o vazio e essa dor que insiste em me acompanhar.

Não me reconheço mais na vida que levo, nas escolhas que fiz, nas forças que me escapam.

É como se o mundo continuasse girando… menos dentro de mim.

E a vontade de partir não vem como alívio.

Silenciosa, ela se senta ao meu lado e sussurra:

“Você não precisa mais lutar.”

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Não querer dormir para não ter que acordar amanhã

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O que tem de errado comigo? Por que não posso ser “normal”?

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Me pergunto constantemente se o problema sou eu

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“Chega uma hora em que a gente se pergunta: será que eu sou bom mesmo? Será que sou boa pessoa? Será que faço as coisas certas? Será que fiz as escolhas que devia ter feito?”

— Clarissa Corrêa.

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Eu preciso parar um pouco, está tudo doendo muito. Eu queria ter alguma coragem, coragem para continuar ou só dar um fim logo em tudo isso.

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No hay control de ellas

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Você passa o dia colorindo o dia dos outros, mas, no final do dia, só você sabe o tamanho da sua escuridão.

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Caralho, qual a dificuldade de NÃO MENTIR

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e todos os dias eu me pergunto: por que eu ainda insisto?

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E se eu desistir é porque tentei pra caralho.

poemasdocaos.

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Meu silêncio sempre vai dizer mais que minhas palavras.