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Quem tá olhando para o céu?
Dia #1 da quarentena:
Decidi parar de ler notícias sobre o Coronavírus. Sempre que penso em ouvir trechos das notícias na televisão, me deparo com mais números de mortes e mais merdas presidente aumentando. Desde então, sentei de frente ao computador e decidi tra-ba-lhar.
Todas as manhãs, acordo com a voz dele (meu amor-marido-amigo-vida) me alertando que já são 8h30. Hora de trabalhar!
Enquanto escovo meus dentes ou tomo um banho para começar o dia, ele faz nosso café da manhã. Às vezes, um café preto e pão com frios. Outras, vitamina de banana e pães de queijo ou, até mesmo, chocolate com canela e torrada com ovos mexidos. Cozinhar para quem a gente ama significa um ato de carinho, não é? Acredito que estar ao lado de um amor em meio a uma pandemia torna o caos e o medo mais toleráveis.
No decorrer dos dias, senti que meu corpo ficava agitado conforme a voz tagarela repetia na minha cabeça: “Você precisa ser mais produtiva!”. Ingenuamente, acreditei que isso significava “mostrar serviço”. Ou seja, mostrar para o meu chefe que, mesmo em casa, eu estava produzindo o suficiente para garantir salário para mais alguns meses de aluguel.
Nas duas primeiras semanas, passei horas com a mão no mouse, sentindo meus pulsos travarem e doerem. “Será tendinite? Puta merda!” Levantei vez ou outra para comer, fazer xixi, dar um beijo nele, um afago nos gatos e só. Sequer parei para tomar um sol. O almoço sempre saía no final do expediente, não tinha jeito!
Depois do horário comercial, eu começava a organizar as pendências dos freelas. Enquanto eu produzia, minha cabeça borbulhava com memórias dos projetos que comecei e não terminei - como meu livro que não consigo concluir desde a faculdade. E, ironicamente, senti uma energia delirante para criar novas ideias para o futuro. Inclusive, cogitei abrir uma empresa com uma grande amiga, começar uma nova profissão, produzir conteúdo para crianças, aprender a desenhar, estudar sexualidade... Foram dias em que meu cérebro funcionou sem parar! Entre muitas ideias, uma fumaça aqui, um trago acolá e quase nenhum copo de água no meio do caminho, me deparei comigo mesma brincando de ser adulta e ficando exausta. E, no meio de uma pandemia e hábitos ruins, peguei uma gripe.
Dia #17 da quarentena:
Precisei desacelerar...
Estar isolada neste período fez meu olhar ficar mais atento às coisas ao meu redor e aos cantos da nossa casa. Bom, eu vivo com o Vinicius e nossos quatro gatos numa casa roxa, torta e alugada. A rua onde moramos é pequena e ligeiramente íngreme. De tão esquisita, quem não a conhece, acredita que é uma rua sem saída. Além disso, a numeração da nossa casa fica pendurada num ponto cego e os motoboys passam direto muitas vezes, pois não encontram o número catorze. Pedimos pizza e comida japonesa pelo iFood nessa quarentena. Enquanto pago pela pizza, fico preocupada por estar ali, diante de um trabalhador exposto, vulnerável e sem direitos, só porque eu estava com preguiça de fazer a janta. E, no fim da noite, achamos a pizza ótima. Me sinto uma grande hipócrita.
Nossa casa é grande. Temos um quintal e um espacinho ideal para as caixinhas de areia dos gatos. Aqui em casa, entramos pela sala. Por volta das três e quatro horas da tarde, entra um solzinho aconchegante pela janela. Temos dois quartos e os gatos dormem em todos os cômodos, menos na cozinha, onde eles também comem. Nos fundos da casa, fica a lavanderia, onde passamos mais tempo limpando do que, de fato, sentados no banquinho de madeira que temos ou tomando um sol. Aquele canto tão convidativo é ideal para olhar o céu. No horário do almoço, o Sol fica bem em cima da nossa casa e no começo da madrugada, é a vez da Lua nos encontrar por lá. Mas, quem está olhando para o céu?
Dia #20 da quarentena:
Estava uma noite gostosa e decidimos fumar um baseado lá nos fundos. Ele olhava para o céu e se emocionava diante a luz da Lua, enquanto eu olhava para aquele homem incrível que escolhi viver minha vida.
Dois dias depois, eu estava assistindo alguma série, provavelmente, enquanto ele jogava online ou dormia no sofá. Não me lembro. Apesar de termos comentado várias vezes de nos prepararmos para esta noite especificamente, esquecemos e perdemos a Super Lua.
Periodicamente, certos fenômenos astronômicos se repetem. Esses ciclos podem ser eclipses, super luas ou chuvas de meteoro. Basta estar atento para presenciar grandes espetáculos da amplitude do universo diante nossa pequenez. Durante esta noite de terça-feira, a Lua Cheia - o único satélite natural da Terra - estava localizada em seu perigeu. Isso quer dizer que ela estava no ponto mais próximo do nosso planeta. Aos olhos nus, foi possível ver a Lua bem maior que o habitual e com uma coloração diferente. Estava linda e esplêndida, mas não a vimos...
Dia #25 da quarentena:
Sinto saudade dos meus amigos, mas não consigo dar conta de tantos áudios, conversas, vídeos-chamadas, desabafos e confissões ao mesmo tempo. Tanto os meus, quanto os deles. Me ausentei, mesmo precisando tanto de gente.
Depois que meu avô morreu, minha família, contando comigo, se resumiu a quatro pessoas. Tenho tentado lidar com a separação dos meus pais e solidão da minha avó. E, por incrível que pareça, todos me vêem como a pessoa mais estável da família e, por isso, preciso responder seus áudios e ouvir seus desabafos e confissões. Já quebrei a quarentena tantas vezes por eles, que me sinto sobrecarregada.
Acendo um baseado ou um incenso, apago as luzes da sala, fico descalça, danço e canto em voz alta. Mudo a composição dos móveis, organizo os temperos na cozinha, planejo guardar a pilha de roupas do quarto, mas nunca cumpro. Escuto mantras indianos ou africanos, pontos de umbanda ou músicas latinas, me agarro a uma energia que me mantém conectada comigo mesma. Durmo enquanto ele joga. Assisto séries e filmes sobre mulheres enquanto ele dorme. Me enrosco nele de madrugada. Fazemos amor e dormimos de novo.
Dia #29 da quarentena:
Coincidentemente, enquanto eu escrevia esse texto, muitas pessoas começaram a reparar nos tons rosa-alaranjado do céu no fim da tarde. Tantos deles, preocupados com as curtidas no Instagram. No entanto, nós dois saímos no portão e apenas nos abraçamos enquanto olhávamos para o céu que mais parecia um grande abajur.
Li sobre essa beleza repentina. Pelo que compreendi, essas cores aparecem devido à atual estação do ano. Como as estações correspondem à inclinação da Terra em relação ao Sol, no outono, o planeta fica num ângulo específico e faz com que os raios solares cheguem à atmosfera da Terra mais inclinados. No caminho, acontece a refração de luz, ou seja, esses feixes de luz encontram partículas de poluição, nuvens e outras barreiras e, ao atravessar tais superfícies, resulta nos tons de vermelho que vimos no céu esta semana.
Dia #32 da quarentena:
Hoje eu chorei quase duas horas seguidas, assistindo o filme Milagre na Cela Sete. Enquanto me emocionava com a atuação dos turcos Aras Bulut e Nisa Sofiya, lembrava das cenas de Sean Penn e Dakota Fanning no filme I Am Sam. As narrativas são bastante parecidas e contam sobre as injustiças que os pais Memo e Sam, ambos com deficiência intelectual, sofrem devido a decisão da justiça de separá-los de suas filhas, ainda crianças. O filme mexeu comigo e eu perdi o sono. Agora são quatro horas da manhã e eu ainda não dormi... Será que hoje eu consigo ver o Sol nascer?
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O clichê da solidão paulistana
A cidade de São Paulo é a minha favorita no mundo. Por causa dos corpos solitários que se movimentam em meio à noite fria. Na multidão, ninguém se importa se você entra no cinema sozinha e sai acompanhada de um café. Qualquer semelhança é puro clichê paulistano.
Na saída do cinema, depois de assistir O Filme da Minha Vida, me deparei com toda a poesia transbordando em mim. Embora eu não tenha um pai francês, como no filme, nem esteja nos anos 60, vivi aquelas horas mesmo que minha vida não tenha sido dirigida por Selton Mello numa fotografia de tons pastéis. No entanto, será que meus a tonalidade de cinza e caramelo daria um filme sobre mim?
Durante a atuação lindíssima de Johnny Massaro, eu me emocionei. Diante à potência dos olhos azuis de Bruna Linzmeyer, vi meus olhos cor-de-mel e senti a intensidade daquilo. Pensei: "Porra, ela realmente parece comigo". Naquele silêncio pós-créditos com tantas cadeiras vazias, viajei nas músicas que dão vida ao filme e tive vontade de chorar, porém sorri. Fui embora sem rumo e meu cappuccino esfriou depressa, enquanto eu caminhava pela Avenida Paulista.
"Tudo é questão de tempo, Amanda", me esforcei num conselho interno e pessoal. Escrever isso aqui é questão de tempo. Lerem isso é questão de tempo e esse tempo vai engolir meu texto, meus pensamentos que estão aqui, neste instante, e amanhã de novo, depois, tudo será outra coisa.
Andei, andei e andei... Sem pressa. Comecei a perceber os elefantes grafitados que eu nunca notei. Pensei na casa antiga que eu nunca morei, nas namoradas de uma época que nunca vivi, em pessoas estranhas que minha memória já apagou. Tudo passou. Olhei pro lado e ninguém parecia me notar. Gostei disso. Afinal, eu estou sozinha e isso parece ser cada vez menos assustador.
Tais cenas não tiveram uma trilha sonora de fundo. Sei que muita gente gosta de sair por aí com música nos ouvidos, pois parece mais legal quando algo está tocando. Eu gosto, pelo menos. Meu silêncio em meio a tanto barulho e calmaria fez mais sentido naquele momento. Isso é a vida real, não é mesmo? Ela é assim. Numa fração de segundos, pensei em tudo que existe entre o meu agora e o nunca mais. Entre o que eu percebo e o que eu nunca vivi. Todo tempo, o tempo vem e, a cada passo que dou, eu ganho e perco mais dele.
Enquanto caminhava, passei por um músico que tinha um violão diferente, transparante. Ele não estava tocando nada até eu passar por ele. Dei alguns passos e ouvi a melodia. Quase não acreditei que ouvir Sozinho de Caetano Veloso, enquanto eu pensava na minha solidão. Aquela música, tocada por um estranho no instante certo, me fez voltar. Sentei e olhei toda aquela imagem embaçada que minha visão ruim me permitiu e me emocionei.
Algumas pessoas tiraram fotos, outras deram moedas e foram embora na metade da música. Ali, permaneci que nada mais importava e sonhei que ele tocava para mim.
Os passos alheios não atrapalharam nada, sequer os carros que passavam ali. Para mim, eles eram quase mudos, pois tudo se calou para que eu pudesse sentir o quanto o mundo é meu quando estou sozinha.
Continuei andando até a estação Brigadeiro - sou do tipo de pessoa que escreve em lugares cheios e barulhentos. Para mim, o metrô é o melhor lugar para isso. Cheguei até esse texto sozinha, como você, e vim dizer qualquer coisa, cheios de sentidos tão meus, mesmo sem saber o que isso quer dizer para qualquer outro. E eu nunca saberei...
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Na superfície dos meus sentimentos mais profundos
Mais de 8 mil dias de vida e nenhum problema grande o bastante para reclamar de nada. Tenho casa boa, pais amorosos e comida fresca na mesa. Cresci bem e tive uma infância sem traumas. Nunca tive irmãos para dividir segredos, piadas ou brigas sem sentido. Sempre fui uma criança sozinha meio aos adultos. Mas ainda não tinha do que reclamar, afinal, eu era uma criança feliz.
Na adolescência as coisas complicaram. Me senti adulta aos 14 anos e acreditava que nada nem ninguém pudesse dizer o contrário. Fiz sexo pela primeira vez, comecei a beber vodka barata e desrespeitar meus pais por qualquer motivo fútil. Me arrependi. Mas ainda não tinha do que reclamar, afinal, quem causava esses problemas era eu.
Todos meus amigos amavam a Amanda-adolescente-maluquinha. Porém, ao acabar o ensino médio, fui perdendo alguns amigos queridos, outros nem tão queridos assim. Perdi uns para o tempo, outros para o rancor. Alguns pela ignorância da vida, outros por ignorância minha. Mas ainda não tinha do que reclamar, afinal, todos esses afastamentos fui eu que causei.
E aí vieram os namorados. Me entreguei e amei como uma jovem em filme das 16h. E como eu amava! Romance juvenil sempre foi algo ideal pra mim - até meus 17 anos. Eu vivia minhas relações para que elas fossem mantidas como nesses filmes. Não foram. Fui pedida em namoro por causa de uma aposta. Rejeitei um cara que eu achava que amava - mas minha mãe me convenceu que não, eu não o amava. Depois fui traída porque eu estava “chata demais”. Mas ainda não tinha do que reclamar, afinal, o problema era eu. Depois vieram os sexos casuais. Eu me fazia livre naqueles sexos secos. Naquele gemido forjado. Naquele risinho quando ele gozava, só pra me enganar de que tava tudo bem. Não, não estava. Fui acusava de estuprar um cara quando eu tava bêbada. Sai sangrando de outro sexo quando eu tava bêbada. Fui abusada por um falso-amigo que tentava me embebedar. Mas ainda não tinha do que reclamar, afinal, quem mandou deitar com eles?
No meio disso tudo apareceu um amor. Um amor que eu ganhei, roubei, perdi e recuperei. De todos os momentos da minha vida, ele é o mais fácil e difícil de escrever - e eu não vou submetê-lo a um parágrafo dentre outros... Mas ainda não tinha do que reclamar, afinal, ele ainda tá comigo, não é?
Entrei na faculdade. Como sempre, todos que se aproximam me adoram de primeira. Você é engraçada - é o que eles dizem. Você é maluquinha - o que sempre repetem. Depois, não aguentam a verdade que eu sou. Briguei com pessoas insignificantes pra mim. Briguei com pessoas que eu achava que tinha vínculo e afeto. Fui acusada de racista, egoísta e até de “bolsista” me chamaram, na tentativa de me xingar. Ignorei tudo isso. Mas os odiosos não me ignoram no corredor até hoje. Mas ainda não tinha do que reclamar, afinal, quem mandou falar demais?
Fui para terapia (tentar) entender o que eu tinha feito comigo mesma e porque eu não podia reclamar de nada. Foram 9 meses de autoconhecimento diante uma mulher de olhos azuis penetrantes. Reclamei durante 9 meses, uma vez por semana. Eu ria durante a sessão. E chorava depois. Mas ainda não tinha do que reclamar, afinal, eu só sabia fazer isso naquela sala, naqueles dias, com hora marcada.
Saí da terapia. Há seis meses convivo comigo mesma de um jeito diferente - e de várias formas divergentes. Há semanas tenho problemas comigo mesma. Me sinto sozinha, cansada, ansiosa. Culpo meu peso, minha má postura, minha má alimentação, minha falta de paciência, minha inconveniência, minha bebedeira e minha postura. Busco ajuda nos braços mais próximos que me abraçam por dó, por tédio ou por não saber o que fazer. E, de novo, me sinto sozinha. Eu choro. Minha cabeça dói há dias. “É tensão”, dizem. “Você precisa relaxar”, completam. Eu não sei relaxar. Tento sonhar coisas superficiais como se fossem profundas demais pra aliviar o peito e tenho dores horríveis que no final as julgarei como planas de novo, afinal, ainda não tenho do que reclamar, não é mesmo?
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Privilégios e Feminismo
A frase de Simone de Beauvoir "Não se nasce mulher, torna-se mulher", compartilhada milhões de vezes nas redes, se tornou uma espécie de mantra para nós mulheres, e não é a toa.
Há poucos anos, eu me tornei mulher - em todos os aspectos: biológico (por mais que eu ache esse, de todos, o mais cruel), antropológico, psicológico e sociológico - e desde então, me posiciono e me relaciono com base nos meus discursos (serão meus mesmo? Foucault explica) que se sustentam na minha liberdade como mulher. Comecei a escrever todas as angústias (e conquistas) que tenho por ser desse gênero e pertencer a esse corpo. As vezes choro de alegria com as meninas que admiro, outras vezes choro de frustração por ser o que sou.
Esse é um dos meus textos-feministas-publicáveis, pois escrevo vários nas madrugadas de insônia e nos momentos de descoberta comigo mesma, mas, com qualquer ser de ego, os publico apenas quando acho bom o suficiente para expressar o que eu penso - ou o mais próximo disso - e sempre almejo poder tocar outras mulheres e impulsionar as demais. Porém, como qualquer ser humano racional e emocional - como diria um querido professor meu: "homo sapiens demens" (sábios e dementes) - eu tenho meus deslizes e perturbações.
"o que é o feminismo?", "quem ele atinge?", "quem ele empondera?", "até onde minha liberdade importa?", "até onde meu ego sobressai à liberdade da outra?", "que feminista eu sou?", "eu sou feminista?"
Tenho me deparado muito com essas questões, e de certa forma o externo têm me proporcionado esse espaço para reflexão: o corredor da faculdade, a copa do meu trabalho, o banheiro do metrô, lugares onde os extremos se esbarram, mas não se encontram...
Sempre tento me posicionar de forma respeitosa e empática diante a luta de mulheres que precisam mais do feminismo do que eu. Elas precisam gritar, enquanto eu simplesmente falo no meu tom de voz para ser ouvida - guardada suas devidas proporções, dependendo também das situações, claro. Enquanto eu falo da liberdade do meu corpo, mulheres negras, gordas e trans (quando não se é todas as características anteriores) muitas vezes sequer se relacionam com outras pessoas porque estas preferem mulheres como eu - percebe a discrepância? e isso não é nenhum egocentrismo enfatizado não, é indignação - a questão é absurdamente horrível e cruel.
Quando escrevo um texto que, de certa forma, atinge mais minas brancas, magras, jovens, com um padrão de vida razoável ou muito bom, na maioria héteros, com posições políticas muito semelhantes às minhas e muitas vezes inseridas num ambiente acadêmico, eu reflito até onde é legítima a minha luta.
Partindo para algo mais íntimo ainda
Ao iniciar meus estudos sobre feminismo, comecei a repensar minhas ações dentro das concepções dele. Primeiro, passei a me amar, amar meu corpo, valorizar minhas ações. Quando sentei de frente ao espelho e não apontei o dedo pras minhas celulites e me senti linda, me libertei naquele momento. Quando entendi que eu devo andar na rua sem ninguém me assediar, e por loucura momentânea, muitas vezes, revidar esses assédios (correndo um sério risco de algo maior), eu também me libertei. Quando converso com a minha mãe, que é a pessoa que mais me inspira em questão de emponderamento e amor próprio, eu me liberto. Quando falo sobre atitudes machistas de homens que amo (namorado, pai, amigos) e eles repensam e/ou mudam de ação, minha liberdade aumenta um pouco mais. Mas, feminismo não é só isso.
Sempre acreditei que eu seria uma militante plena quando não sentisse mais nenhuma apatia por mulheres, quando conseguisse amar a todas, de verdade (amar mesmo). Mas, sou uma pessoa que sente raiva, ciúme, inveja e, tenho inseguranças, impulsos e ansiedades - por mais que eu tente colocar qualquer mulher no topo do mundo por ela ser igual a mim, pelo "simples" fato de ser mulher, eu me decepciono (comigo mesma).
Já reproduzi frases e insultos com teor machista e sexista no momento da raiva, e no mesmo segundo me arrependi. Mas, sou um ser errante, uma pessoa que tem preconceitos e conceitos a serem quebrados, e estou fadada a errar de novo. Nesses momentos, fui apontada por um homem (ênfase!!!) e acusada de ser uma feminista hipócrita. Isso nunca saiu da minha cabeça, e acredito que isso também é um assédio moral e uma forma de me coagir, pois, eu como mulher não mereço ouvir um tipo de coisa como essa (ainda mais de um homem, que de feminismo nada sabe, nada sente, nada entende). Ele agiu, como sempre agem os homens, de forma dominadora e superior - poder que eles acreditam há séculos ter. Mas não, eles só são protegidos e ensinados a agirem assim, porque a sociedade os fez assim - ou eles fizeram a sociedade assim, ambos se completam.
Lembra no início que citei Simone de Beauvoir?
Acredito mesmo que nos tornamos mulher, mas se, por abuso, eu puder complementar, diria que nos tornamos mulher, de fato, quando todas se tornam também.
Problematizar o feminismo, acredito, é inflá-lo para ser algo muito melhor e completo. Problematizar minhas ações, como pessoa e feminista, é fazer o mesmo.
Esse texto é uma crítica a mim mesma, protagonista de um feminismo branco e privilegiado que silencia tantas mulheres. E a todas vocês, peço desculpas.
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Mire-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas... e desvie!
Mire-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas… e desvie!
Milhares de mulheres são violentadas todos os dias no Brasil, variando entre agressão física e verbal, abuso sexual e violência psicológica. Nos casos descritos em pesquisas do IPEA, Avon e DataSenado, a violência doméstica é a mais evidente. Cerca de 70% da população, segundo o Instituto Patrícia Galvão, acredita que a violência contra a mulher acontece mais dentro do próprio lar da vítima do…
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Minhas palavras e eu, nua
Entrego minhas palavras ao papel como uma menina que entrega seus pés descalços ao chão, numa dança solitária na sala. Mergulho em cada verso como quem entra num rio cristalino sem saber nadar, e nada. Escrevo e esqueço quem sou e me mostro ser em cada trecho escrito. Me faço e refaço como os parágrafos corrigidos e redigidos. Releio e me vejo em cada linha. Rimo e rio de mim mesma. Fico nua com a minha escrita e, em silêncio, faço amor com ela. Me deleito e deito nela. Ela me vira de ponta cabeça quando as palavras sufocadas saem de mim e, enfim, me enxergo por completa. Sem as palavras nada sou, e sem mim, minha palavra nada é. Somos uma só, quando juntas. Sou todas junto dela. Soo poesia. Suo poesia. Sou poesia.
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Antonio, a cabana e eu
Ele surgiu e a primeira pergunta que me fez, foi: "Quer conhecer minha cabana?" Aceitei (como dizer não àqueles lindos olhos verdes?) Sua cabana era da mesma cor de seus olhos e parecia ser feita de uma espécie de quebra-cabeça-gigante. Era linda e acolhedora.
Antonio, seu nome, pequeno do jeito que era, entrou ali com facilidade. Eu, pelo contrário, entrei com certa dificuldade por conta de todo o meu tamanho e desajeito por medo de destruir sua bela construção com um esbarrão. Aquilo parecia ser seu castelo, e ele parecia ser um príncipe pra mim.
"Medusa" era a forma que me chamava, ato que estranhei no começo, mas logo me acostumei. Brincava com algumas mechas de meu cabelo e imitava sons de cobra com a boca, enquanto ele ria disso.
Ele não tinha medo de ser petrificado por mim, nem queria me arrancar a cabeça, como fez Perseu com Medusa, na Grécia. Muito melhor que isso, eu que perdia a cabeça de amor por aquele menino e meus olhos que ficavam petrificados ao olhar para ele, com carinho.
Ainda na cabana, Antonio me convidou para dormir com ele. Entre nós, havia um urso enorme, que apelidei de Teddy. Ali juntos, no aperto daquele paraíso verde criado por aquela criança incrível tentamos, mas não conseguimos dormir, estávamos inquietos por tamanha felicidade. Decidimos desenhar, enfim. O Príncipe desenhou a Medusa e vice-versa, e mais sorrisos apareceram com os desenhos horrorosos que saíram do giz.
Algum tempo depois ele me entregou um papel com uma Medusa impressa, com as madeixas pintadas, por ele, de canetinha azul. Antonio, o Príncipe, pediu para que eu escrevesse meu nome naquele papel, mas preferi escrever os nossos. Logo, fui chamada à atenção e corrigida, pois seu nome não tinha acento. - Ó, que erro o meu, como escrevo o nome de um importante príncipe errado desse jeito? Que equívoco! - Me desculpei, sem jeito, e devolvi o desenho assinado, e a reação do Príncipe após meu deslize foi dizer: "É seu!" - Aquele lindo desenho com uma versão minha em desenho era meu. Que alegria! - Sorri, e pedi que então ele assinasse, já que era presente. Percebi que ele escreveu da direita para a esquerda seu nome, e que a letra N estava virada para o mesmo sentido que as outras letras iam. Questionei: "Você sempre escreve desse jeito?" Ele respondeu que sim, que gostava de escrever daquele jeito. Aquela subjetividade e simplicidade me encheu o peito.
Infelizmente, chegou minha hora de ir embora, fui me despedir dele e antes do tchau ele perguntou: "Você volta amanhã?" - Minha vontade é de voltar todo dia, para sempre - Disse, com tom tranquilo e com saudade antecipada: "Um dia eu volto".
Uma surpresa: Seu pai, provavelmente o Rei daquele castelo, chegou no mesmo instante que eu cruzava a porta de saída e chamou seu filho para dentro do carro. Aqueles olhinhos pequeninos me olhavam de dentro da carruagem e aquela boca cheia de dentes de leite me sorria enquanto eu dizia: "Tchau, Percy!"
Nota: Medusa (em grego: Μέδουσα, Médousa, "guardiã", "protetora"¹) Talvez, Antonio me enxergasse como algo bom e não o monstro que a Mitologia criou. Obs.: Levo o desenho de Antonio comigo, como amuleto.
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Sérgio
Homem alto, negro, morador de rua, com fome, com frio, e descalço na chuva. Ele está sentado no ponto de ônibus, e eu o observo. Vejo que ele coloca a mão no rosto, parece chorar. Pergunto se está tudo bem (tolice, era óbvio que não estava nada bem).
Ele me responde: Tá tudo bem. Só preciso almoçar...
Meu coração para por alguns segundos. Pergunto se ele pode me esperar, pois eu iria atrás de alguma coisa. Volto com um marmitex, que espero muito saciar a fome dele.
Olho para os seus pés. Meias furadas. Molhadas. Nenhum calçado.
Enfim, pergunto seu nome: Sérgio. Nome forte. Que significa "O que protege". Que ironia terrível. Ali está ele, Sérgio, O Protetor, sem proteção.
Antes de me despedir, pergunto se ele fica sempre por ali. Ele diz que sim e me pede para ir com Deus. E eu desejo que Deus fique ali com ele!
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Me apaixonei por Isabella
Estava sentada no metrô, com meus fones de ouvido, ouvindo Arctic Monkeys e lendo, quando aparece ELA. Menina bela, de nome Isabella. Sou surpreendida por um beijo daquele pequeno ser de seis anos. Ela larga a mãe e faz de tudo para sentar no meu colo. Largo minha mochila do jeito que posso para lhe dar espaço. Sorrio e a chamo de linda. Ela senta na minha perna esquerda. Está com um braço envolto no meu pescoço, e com o outro ela mostra interesse pelo post it que marca a página do livro. Ela brinca com ele. Desmarca a página que eu estava lendo, eu não ligo. Ela parece gostar do meu post it cor de rosa, então deixo com que ela brinque com ele e cole onde bem entender. Então, lembro que tenho mais um monte daqueles na carteira, e no esforço de encontra-los entre o metrô lotado e o abraço apertado dela, eu os pego e a presenteio. Verde. Amarelo. Azul. Rosa. Se eu pudesse daria todas as cores do mundo para aquela pequena. Ela pega os post its e entrega a mãe, para que a mesma os guarde. E volta a me abraçar, rir, fazer graça. Tira meus fones de ouvido.
Todos que estão em volta parecem prestar atenção em nós duas e ignorar os apelos da mãe para ela pare quieta. Pergunto a Isabella se ela esta indo para casa, sua mãe responde dizendo que estão atrasadas para a escola e completa dizendo que vão descer na Brigadeiro. Meu coração sorri. "Eu vou com você, minha linda" - digo a ela. E mais um abraço nos consome. Então ela descobre minha pulseira, e a puxa. Não quebra. Ela vê que minha blusa não cobre meu braço todo, então puxa, dizendo com palavras que não consigo entender, algo do tipo: "Se veste!". Ela com toda aquela inquietude de criança me tira da realidade e me puxa pra ela. Naqueles poucos minutos meu mundo foi Isabella.
Estação Paraíso. Descemos de mãos dadas. Ela faz um sinal para que eu coloque a mochila direito nas costas, sigo suas instruções. Atravessamos a plataforma na espera do outro metrô. Ela quer subir na grade, eu ajudo e a seguro, entre beijos e abraços. Ela não tira o dedo do nariz. A mãe lhe dá broncas. Ela olha pra mim e mostra o nariz, eu digo que tá tudo bem, que ele tá limpinho. Ela sorri e vem conferir o meu. Rimos juntas. Chega o trem, e ela toca as costas das pessoas apressando-os a entrarem. O homem a minha frente sorri, e eu fico feliz com a reação. Ela está no meu colo. Encontro um lugar vago e a coloco sentada. Ela levanta e me oferece o lugar. Eu aceito e ela vem no meu colo. E sua curiosidade é aguçada novamente, agora pelo celular de uma mulher, que está jogando. Ela pega o celular (com o consentimento da moça) e assim que coloca seus dedinhos miúdos na tela, nos damos conta de que estamos na sua estação. Eu a abraço forte. A porta se abre. Sua mãe chama seu nome e pega sua mão. A menina me oferece a outra, como se pedisse para eu ir junto. Eu digo que não posso. E segurando sua mão esquerda, tiro minha pulseira e deixo no seu bracinho. E ela se perde entre a outras pessoas que saem do trem.
Ela levou uma parte singela de mim. E hoje o meu coração está todo nela.
Aquela menininha de 47 cromossomos e com dificuldade na fala, me mostrou sem dizer nada como é o amor. E me fez descobrir o que é amar à primeira vista. Sim, Isabella, meu amor à primeira vista é você.
Você se tornou a parte alegre do meu dia turbulento.
Eu te amo e te amei em todos aqueles minutinhos.
Muito obrigada!
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Meu Segredo
Você chega ao meu ouvido, de mansinho, me provocando, e me fazendo ter vontade de te gritar para o mundo! Cochicha bem baixinho: "Não conta pra ninguém!" e se acomoda ali, dentro de mim, atento a qualquer movimento que minha boca faça. Te carrego dentro de mim por algum tempo. Você cresce. E cresce rápido. Sempre me revelando mais e mais sobre você.
Você se torna aquele tipo de segredo que a gente tem vontade de contar na mesa de bar, quando a bebida sobe à cabeça e algumas verdades saem. Ou aquele que a gente não consegue esconder daquela pessoa que mais confiamos - pois sentimos que estamos traindo esta pessoa, por esconder algo que nos pertence - mas a gente se poupa em dizer. Então, com o tempo, me apego e a me acostumo com a ideia de que você é só meu e que não é mesmo preciso te contar pra ninguém. Mas, sua necessidade de me mostrar apenas coisas lindas sobre você - sem nenhum defeito, mostrando-se sempre como o Segredo Perfeito - me deixava com uma pergunta permanente na cabeça: "Pra quê tanto mistério?" Se, logo você, que é algo tão bonito de se ver, pensar e ouvir, não pode revelado para todos? Ou pelo menos àqueles que queiram te conhecer. Mas não, a cada revelação sua, sua insistência a me pedir que não contasse nada a ninguém só aumentava, e aquilo me matava. E eu queria te matar também! Você então decidiu me contar, realmente, quem era. Daí seus mistérios, Sr. Segredo, começaram a surgir. Você não era aquele segredo perfeito que eu imaginava. Aquele utópico que todo mundo ao contar algo a alguém deseja ter. Aquele que é tão íntimo que a outra pessoa tem vontade de guardar dentro de si mesma e nunca distribuir por aí, nem por descuido, pois toma para ela aquela confissão. Como eu fiz com você: Te tomei pra mim. Mas, você não era um segredo legítimo, completo e puro. Guardou (sei lá onde) todas as suas imperfeições para quiçá me contar no final. Que bizarro! Um segredo me contando seus segredos. Desacreditei de todas suas palavras e te ignorar nos meus pensamentos noturnos foi um dos meus primeiros passos para me livrar de alguma lembrança sua. Quando o sono vinha e as ideias na cabeça se misturam você sempre estava ali, mas eu te menosprezava.
As noites passavam e eu colocava outros segredos no seu lugar. Segredos banais: Da minha amiga que sai com um cara comprometido. Do meu amigo que fuma maconha e a mãe não sabe. Daquele ex que fica me cantando, mas não quer que ninguém descubra (nem mesmo a namorada). Do tempero secreto da comida da minha avó. Até segredos meus, que eu devo ter contado pra centenas de pessoas, mas que ainda assim finjo que só eu sei. Substituo qualquer coisa pra tirar você de mim. E dá certo. Vejo detalhes seus sumindo na minha mente. E você some. Não lembro mais daquela voz que cochichou no meu ouvido. Não me lembro mais da sensação de te ouvir falando sobre você. Aquilo era minha metalinguagem preferida. Mas, ela sumiu quando VOCÊ realmente apareceu. Mas, esse pedaço de ilusão que a tristeza pinta em nossas cabeças de que a gente consegue esquecer o que mais se gosta de lembrar é passageira. As lágrimas da saudade sempre vêm limpar o que há de errado nesse quadro e a verdade é: Meu segredo tá bem guardado, com dor ou amor, você sempre será lembrado.
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Boa noite, Pedro
Toco a campainha de seu apartamento. Você só abre depois do segundo toque. Fica me admirando pelo olho-mágico antes de me atender. Vê quando eu ajeito a saia e vejo se meu batom está bom pelo reflexo do meu celular. Você abre a porta, com um sorriso inocente, como se estivesse demorado por ter ido verificar se estava tudo no lugar. “Boa noite, Pedro” – Sorrio. “Boa noite, Luiza. Entre” – Você abre espaço para que eu entre. Fecha porta com delicadeza e me pega desprevenida, com força, e me encosta na parede. Você me beija com vontade, como se me impedisse através do beijo da prosa continuar e eu perguntar: “Como você está?”. Mantém o beijo, passando a mão pela minha barriga, cintura, bunda. Começa a andar com a boca colada na minha, me levando da sala à cozinha. E com seu jeito desengonçado, tira o sapato, ainda andando e beijando. Para. Olha pra mim, que já estou toda borrada de batom magenta, e tira minha blusa. Pega na minha cintura com firmeza e me coloca sentada em cima da pia. Abre minhas pernas, sem tirar minha saia. E se abaixa, lambendo minhas coxas. Permanece ali, um bom tempo, sem tirar minha calcinha preta de renda. A sua respiração tocando minhas pernas, me excita. Sua língua percorrendo minhas coxas me excita. Seu olhar de: “Vou ficar um bom tempo aqui até você implorar por uma chupada” me excita! Fico ali, louca para você cair de boca em mim. Mas, você provoca, chega perto, e sai fora. Eu tiro sua camisa, arranhando suas costas. Passo meus pés, já descalços, pela sua cintura, abaixando suas calças. Você me olha fixamente, e segura firme minha calcinha, afasta um pouco pro lado e me acaricia com o dedo, e sente como eu tô molhada, e lança em mim aquele sorriso e olhar de safado, que só você sabe fazer. Eu sorrio de volta, mordendo o lábio. E sinto um puxão! Você rasga a calcinha preta de renda! E volta pro lugar onde você já deveria estar há muito tempo – Entre as minhas pernas, me chupando. Começa com lambidas, e beijos, e mordidas, por toda a minha buceta. Você me beija e me lambe como quando faz com a minha boca. Toca meu clitóris com os dedos e continua chupando, me fazendo tremer as pernas. Apoio o braço esquerdo na torneira e com o direito seguro sua cabeça. Meus gemidos fazem sincronia com as minhas pernas trêmulas. Meus olhos se alternam entre ficar fechados e virados para cima. Em êxtase. Quando não aguento mais tremer , gemer e enlouquecer, te empurro com os pés para o chão e subo em cima de você. Seguro seus pulsos e sussurro no seu ouvido: “Hoje você tá fodido!” e te deixo um chupão no pescoço. Você deitado no chão, eu viro de quatro, de costas pra você, beijando sua barriga, e deixando explícita minha bunda na sua cara! Desço em direção ao seu pau, e empino a bunda, desço mais e empino mais! Começo a lamber e dar chupões nas suas coxas. Acariciando seus pelos da perna. Seguro seu pau com firmeza e dou uma lambida sutil. Esfrego minha mão nele, lambendo somente a cabeça. Largo seu pau e me concentro em suas bolas. Chupo. Mordo. Massageio. E você solta um gemido e agarra com força minha bunda! Subo minha mão e agarro seu pau de novo, e começo a te chupar. Engulo de uma vez. Paro. E chupo devagar. Aumento o ritmo. E diminuo outra vez. Lambo a cabeça. Desço até o fim e chupo. Chupo. CHUPO! Você enlouquece e começa a me dedar. Minha buceta ali, toda molhada, na sua cara. Te chupo gemendo! Você me faz gozar e está prestes a gozar também. Você subitamente para e sai debaixo de mim. Apoio minha cabeça no chão, fico ali de quatro, e você vem me chupar de novo. E me lambe toda. Todo aquele líquido que saiu de mim, fica na sua cara e na sua boca. Você explora todos os meus pontos com a língua. E me lambe inteira. Eu disse: INTEIRA. De um extremo ao outro. E ali com a cara na minha bunda, começa a me dedar, e eu do outro lado, me masturbo. Nossos dedos ali sintonizados, todos dentro de mim! Meu gemido fica mais intenso, ao ponto d'eu quase começar a gritar. Você tira os dedos de mim e tampa minha boca, segurando com a outra mão um seio meu. Começa a beijar minhas costas, e a acariciar meu peito, sobe os beijos pro meu pescoço, soltando seu ar quente no meu ouvido... Tudo muito sútil e gostoso, quando de repente.. Você mete seu pau dentro de mim - E segura meu gemido com a mão! E me come. Com as mãos ainda ali: na minha boca e no meu peito. Enfia os dedos na minha boca, me fazendo chupá-los. Os chupo! Ficamos ali alguns minutos, e você me segura pela cintura e mete firme, e rápido, e devagar, e fundo! Eu saio devagarzinho, e volto pro seu pau, com força. Me encaixo em você, e saio de novo e volto devagar rebolando. Você enlouquece! E me dá um tapa na bunda. Ficamos ali no chão da cozinha, transando loucamente, meus joelhos estão dormentes, então eu decido trocar de posição. Aliás, te pego pela mão e te levo até a sala, te deixo sentado no sofá cama e fico de pé nele, apoio minhas mãos no encosto e desço devagar, olhando no seu olho, enquanto você segura o pau pra eu sentar. Sento. Começo a subir e descer. Sempre mudando o ritmo e a pressão para não ficar na rotina. Depois de algum tempo começo a sentir um tesão enorme, e começo me esfregar no seu pau, pensando só no meu prazer, e me sobe uma quentura dentro de mim, sinto uma espécie de dormência na perna, uma vibração excitante dentro da minha buceta, uma vontade louca de continuar me esfregando ali o mais rápido, e mais rápido, e mais rápido. Me esfrego! Solto um gemido contínuo, fico de olhos fechados, a boca aberta, agarro você pelo pescoço e começo a sentir todas essas sensações de uma vez só, alternadas, a quentura vai pra minha buceta, minha perna começa a vibrar, meu corpo todo se completa de sensações que por alguns segundos eu não consigo decifrar. Vivo aquele orgasmo. Ele sou eu inteira, ali em cima do seu pau. Meus olhos viram, e aos poucos vou voltando ao meu eu, sorrindo pra você, e continuo subindo e descendo no seu pau, gemendo baixinho, no ritmo com que guio nosso sexo (você delirou durante os poucos segundos do êxtase que eu tive, junto comigo). Peço para você deitar e eu sento em você de novo, mas agora de costas. Começo a cavalgar em cima de você, e brinco com meu clítoris ao mesmo tempo. Você começa a subir e descer o quadril, intensificando a foda. Seu pau bate cada vez mais fundo. E eu gozo. Você, bruscamente, me vira de quatro e soca com força. Você aumenta a velocidade, e bate, bate, bate! "COM FORÇA!" - eu grito. Os dois gemendo, enlouquecidos, meu gozo escorrendo pela minha perna, e alguns pingos voando pelo sofá. O ritmo só aumenta, os gemidos só aumentam... Você goza! E me segura com força, deixando TUDO dentro de mim, seu pau e cada gota da sua porra! Damos aquele suspiro pós-sexo. Com sorrisos na cara. Eu me viro e te beijo na boca. Ficamos alguns minutos extasiados. Felizes. Suados. Nus, vamos para a cozinha pegar uma garrafa d'água. Nossa garganta está seca. Tomamos um banho juntos, e depois vamos para a cama, ainda nus. Depois de alguns minutos de conversa, dormimos. Eu acordo com o barulho do meu celular. Sozinha, no meu quarto e uma mensagem sua: "Boa noite, Luiza". E eu respondo: "Boa noite, Pedro".
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Ariel Gricio tem 23 anos, já passou por cursos como Bioenergia, Matemática, Ciências Sociais e Pedagogia, mas nenhum deles conquistou o seu coração como a fotografia.
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Sua voz
sua voz mansa ao meu ouvido me cantando as coisas mais sutis e a beleza transpassada pela sua boca desperta em mim o que há de mais bonito o calor do ar saído de seu sobro toca levemente o meu pescoço me dando calafrios e assim fazendo eu me entregar e sua fala fica cada vez mais baixa e seus lábios começam a me tocar e da sua voz vem o silêncio e do silêncio vem o desejo agora, você é meu compositor e seu canto sou eu você que decide o ritmo e o repertório dessa música nua no escuro, você me compõe me toca, me tem e faz do meu gemido a melodia dessa canção que é só sua (eu sou só sua)
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Beijar a noite
A noite chega e com ela vem o desejo de ser o desejo de alguém. Junto com essa noite, vem a vontade do beijo, e esse beijo não é mais o simples encontro de duas línguas dentro da boca e sim a dança que essas línguas fazem, a visão que os olhos fechados trazem e a coreografia de cada parte do dois corpos para que essa dança não acabe! Quero beijar-te por inteiro, porém tocando apenas a boca. Quero sentir-te por inteiro e com meu beijo tocar-te a alma. Porém, a noite tomou a frente, me deixando louca e afastou o beijo da gente, me roubando a calma. Agora, o que me resta é esperar, até que o dia venha me despertar.. E sem seu beijo para me dominar, permaneço sozinha no silêncio da madrugada, na companhia da minha noite a ser ela, por mim, beijada.
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Os deuses nos dão o primeiro verso, e os outros nós que temos que arranjar.
Paul Valéry
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