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TH C
Avassalador. Como um trem desgovernado seguindo sem direção.
Ate que nossos trilhos se cruzaram e aquilo que parecia bagunça de repente virou leveza eu a bordo de tu e tu a bordo de mim
Essa estranha paz foi surgindo nas conversas que se estendiam por horas
Nas horas que passávamos esperando para estarmos juntos
Na maneira de se entender e de se ver no mundo
Esquecemos apenas que : o trem continuava sem direção
Uma causa perdida
Voce me perguntava o quanto estava ferrado e eu apenas sorria e se tu entendesse esse meu sorriso já teria me puxado pela mão e saltado desses trilhos
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SOBRE A VOLTA PRA CASA
Ontem quando voltava pra casa , enquanto a maioria dos passageiros refletia sobre os problemas da vida, sobre a gostosa no banco da frente, sobre o namoro que nao ia bem , enquanto o cobrador pensava na hora de largar e o motorista em quanto tempo faltava para receber o salario do mês , eu, sortuda por estar sentada e ainda por cima em uma cadeira com janela , sentia o vento bagunçar meu cabelo e sorria a cada fio que cutucava o meu nariz me dando aquela vontade agoniante de espirrar , observava o quanto o onibus acelerava na via livre e como a paisagem do lado de fora se desfigurava a cada acelerada , tambem observava toda a paisagem se reconstruir cada vez que um passageiro pedia parada , observava a lua e as estrelas sobre minha cabeça por alguma razão ao contrario da paisagem a minha volta o céu permanecia intacto mesmo com a variaçao de velocidade do onibus que me conduzia. Tudo isso distraia minha viagem , mas ai, reparei na janela a frente e tão distraida quanto eu uma criança aparentando seus 6 anos de idade se esticava no colo da mae para por a cabeça para fora da janela e de olhos fechados ela parecia apreciar o vento em seus cabelos tanto quanto eu , pude ver inclusive aquele inocente sorriso se formar no canto de sua boca a cada vez que seus fios te cabelo tocavam-lhe a face. De repente a criança parou e de supetao virou-se para mim , pensei , devo ter atrapalhado aquele momento tão sublime , ninguem gosta de ser espiado , principalmente em um momento tão intimo , neste instante o onibus parou e mais de supetao ainda a criança esbugalhou os olhos e começou a balançar a cabeça para os dois lados fitando a paisagem la fora , entendi então que nao apenas o gosto por vento nos cabelos tínhamos também uma outra afinidade , a de ver a paisagem se desconfigurar , senti vontade de rir , e de repetir o gesto , na verdade ate tentei mas fiquei com vergonha de sacudir a cabeça daquela forma entao tudo que vi se formar foi uma leve enxaqueca quando me dei conta a criança me espiava , senti um calor nas bochechas como se tivesse corado , definitivamente nao é legal ser espiado. neste momento me veio a mente a seguinte indagaçao , estaria eu reproduzindo um velho habito infantil ou talvez teria a criança me observado anterior ao momento que me dei conta de sua presença e entao reproduzido -experimentado- aquela mesma peculiar situaçao? sem ter sido respondido este meu pensamento foi interrompido pela pedida de parada , ia embora a criança junto de sua mae ,nao pude exitar e lhe dei uma piscada , recebi em troca um sorriso e cheguei a conclusao que definitivamente nao se tratava de coisa de adultos ou crianças , estava formada a seita dos poucos , que independente da idade nao deixam morrer dentro de si essa sutil capacidade de observar , apreciar, e dialogar com o mundo a sua volta
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Sobre Recordações
Quando tinha sete anos umas das lembranças de que me recordo era de estar na beira da Br esperando um intermunicipal para ir a vitoria, faziamos isso com frequência, eu , meu pai e minha irmã,o onibus nao era la como os que temos hoje , ao longo da estrada subiam pessoas vendendo castanha , amendoim ou pirulitos de açúcar envoltos num papel roxo , sempre em forma de cone, os pirulitos vinham fincados num isopor , as vezes com um papel diferente , colorido , que naquela posição faziam lembrar os chapeis de anões de jardim . descíamos numa pequena rodoviária e eu sempre seguia a uma barraca onde um senhor vendia cata-ventos , cavalos de pau , vassouras para crianças , carrinhos de madeira e uma outra serie de bugigangas , sempre ganhava alguma que não duraria muito além do tempo que estivesse naquela cidade. quando algum parente nao ia nos buscar pegavamos um taxi ate uma pequena praça, nunca ate a casa de minha avó , pois era costume passarmos numa pequena pracinha onde por um corrego era possível avistar pequenas tartarugas e peixinhos , cruzavamos a ponte e seguiamos um percurso por uma rua de pedregulhos ate certo ponto cortada por alguns trilhos de trem , a rua era formada por um aglomerado de pequenas casinhas coladas uma nas outras como se fossem divisas de uma unica construção , nao haviam muros , todas as casas davam direto para fora , aquele cenario a noite ficava repleto de tamburetes e cadeiras de balanço os adultos conversavam entre si , e as crianças de todos os cantos se reuniam para brincara casa de minha avó era similar a estas, uma pequena casa rosa com as portas brancas , portas antigas de madeira com maçanetas redondas que se encaixavam perfeitamente na palma de minhas mãos , janelinhas que abriam para fora trabalhadas em medeira , e uma fechadura enorme que permitia espiar de um lado para o outro , havia apenas uma grande janela, sem grades , por onde comumente eu fazia questão de passar, era uma casa estreita porem comprida , com dois quartos uma pequena salinha e uma cozinha enorme , la fora ficava o quintal a area de serviço e os banheiros , na sala um pequeno sofa de napa azul no centro de cada assento havia um botão que eu adorava girar , uma estante repleta de santos velas e fotos de parentes , tambem havia uma cadeira de balanço que a noite seria posta na rua para que os mais velhos pudessem prosear , no primeiro quarto havia uma cama de casal , em cima da qual eu caia quando pulava a janela, uma comoda repleta de perfumes , caixinhas de bijuterias, e maquiagens que nunca vi minha avó usar , um grande armario de apenas duas portas que cheirava a nafitalina com roupas e toalhas perfeitamente dobrados , o corredor se estendia ate o segundo quarto com mais e mais fotos de santos e parentes sobre uma estante de madeira escura cujas pilastes perfeitamente trabalhadas lembravam uma estrutura de dna, lembro que uma estatua sobre essa estante - nao sei de qual santo- segurava um espelho, este espelho permitia ver por entre as pernas da pessoa que estivesse sentada na cadeira de balanço, nao dificilmente tinha a desagradavel oportunidade de ver as peças intimas de minha madrinha - que morava com a minha avó- alem deste haviam aboboras, cabeças de cavalo , mãos , cisneis , patos e outros itens de porcelana no segundo quarto uma cama de solteiro e uma beliche , onde eu e minha irmã dormíamos de todos os cômodos da casa o que mais me agradava era a cozinha, tinha o dobro de tamanho dos demais cômodos logo de cara víamos uma mesa enorme tamanho família , sempre forrada com toalhas coloridas , com estampas de flores ou frutas, sobre a mesa uma cesta de frutas de plastico -eu adora desmontar as uvas, uma cafeteira, e uma dessas bandejas com tampa , que escondia pães, bolos ou biscoito , as paredes de azulejo branco formavam desenhos como ramos de rosas pintados de azul , o azul da parede descava com o do piso do chão que era sempre frio e apesar de os adultos nao gostarem eu fazia sempre questão de me deitar , havia sempre cheiro de comida como se as pessoas da casa nao fizessem outra coisa alem de cozinhar , o cuscuz que minha avó fazia era similar a um bolo e eu sempre ficava impressionada com a forma como ele era colocado na mesa , ficava sempre pensando o que ela fazia para ele nao quebrar , lembro daquele cheiro que tomava a casa as 17h , a manteiga derretendo , o ovo frito como aqueles que so se via no desenho animado, o cheiro de café- que nao era permitido a mim pois diziam que estragaria meus dentes- o bolo assando - este so seria comido depois do jantar na hora da "prosa"- a musica catolica ao fundo , os biscoitos caseiros , lembro de ver a minha avó uma senhora mediana , com seus vestidos de algodao , e aventais coloridos na beira de um fogão azul, nao importava o calor da cozinha seu rosto era sempre seco e rosado , seus cabelos brancos estavam sempre perfeitamente penteados olhar para ela ali era como ver um personagem de embalagem de trigo ou de caixas de massa pronta para bolos , parecia bem irreal . Em cima do armário- também azul- haviam latas de guloseimas que me eram dadas em troca de ir a venda comprar o pão , gostava de abrir as latas ate descobri qual era de doces, a maioria delas estava cheia de arroz, feijao farinha ou fava , a mesa tão trabalhada para aquele momento sagrado se confundia com as frutas de mentira da cesta, parecia ter sido feita para mera decoração , não permitia imaginar que em poucas horas restariam apenas os pratos que minha avó junto com minha madrinha removeriam , lavariam , e colocariam de volta sobre a cristaleira.as sete horas , estávamos na rua , não lembro de nomes , mas sei que não me faltavam amigos nesta hora era permitido comer bolo e tomar refrigerante ,que vinham em garrafas de vidro retornáveis , algo diferente do que consumimos hoje tinha um sabor similar a suco instantaneo sabor guaraná .Era bom correr por aquelas ladeiras , fazer a volta na praça, comprar algodão doce, brincar no pula-pula , mas bom mesmo era ouvir as conversas dos adultos e tirar minhas próprias análises sobre a doença de fulano , sobre o trabalho de ciclano sobre o casamento se nao sei la quem , tudo o que ouvia virariam historias para a vida das minhas bonecas quando voltasse para casa. com isso aprendia palavras novas, desenvolvia ideias e curas milagrosas para todo tipo de doença .quando me vem a memoria este momento , penso que as famílias de hoje , as vizinhanças de hoje e as crianças de hoje estão perdendo o dom de falar , na casa de minha avó alem dos itens de cozinha a unica coisa a energia que se tinha era um radio, quando os meios de comunicação eram limitados desenvolvíamos com facilidade a capacidade de nos comunicarmos. conheciamos as pessoas da rua , sabiamos os problemas de todos -nao apenas por saber , mas por poder ajudar- hoje em dia se preocupar com a novela , ou com a serie da tv é bem mais importante do que ouvir quem mora perto ou longe da gente. Acho que a nossa vida começou a decair quando a tv na sala ou o computador no quarto roubaram a beleza de estarmos apenas reunidos em volta da mesa , ou unidos na frente da casa
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Sobre jasmim na janela
Um pe de jasmim floresceu na minha janela
Quando o vento bate lá fora o perfume invade meu quarto e sinto como se estivesse deitada sobre a grama verdejante de um jardim
Com as flores vieram os pássaros, as borboletas
Consigo desenhar na minha cabeça aqueles quadros perfeitos de Monett onde meninas simplesmente compoem a cena como se fossem parte intrínseca da paisagem
Em instantes estou deitada lá fora
o silêncio é tão absoluto que mesmo distante e sozinha ouço o barulho do riacho que atravessa o jardim , posso ouvir o ciclista que atravessa a ponte e até mesmo a chaleira assobiando na cozinha ,o movimentos das folhas das arvores que caem sobre mim como confetes de carnaval cada vez que o vento passa velozmente anunciando que vem chuva por aí...
Decido esperar até o último instante quem sabe não consigo apreciar as primeiras gotinhas da garoa que se aproxima antes de ficar enxarcada
Sei que devo ir embora, mas me recuso a sair dali quero poder deslizar os meus dedos na grama sentir o cheiro da terra, das flores , do café que esta quase pronto na cozinha
Respiro fundo e sem tregua o céu desaba sobre minha cabeça, alguém grita lá da cozinha "deveria ter entrado quando chamei"
Me sinto ainda mais vislumbrada com esta cena , a grama verdejante que me cerca vai virando uma poça de lama alaranjada que impregna em meu vestido , eu simplesmente me viro de lado e me encolho ali ... não tenho razões que me façam levantar, nada em meus bolsos que possa borrar ou derreter , nada a perder ..
É so um vestido molhado ... e eu
minha alma desagua com a chuva me perco no solo, subsolo pinceladas de tinta laranja, azul anil, violeta , verde musgo, amarelo eu sinto deslizar o pincel vou me formando , deformando materializando ... e então ca estou eu , deitada embaixo da minha janela sentindo o cheiro do pe de jasmim que floresceu hoje pela manhã
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Decidi te esquecer fugindo do mundo. Apagando a realidade que criamos e ocupando minha vida com outras memórias.
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Sobre miragem
Violeta desce velozmente as escadas do farol , posso ouvir o eco de seus tamancos martelando sobre o assoalho , ela veste um vestido azul anil, onde , de perto, podemos observar pequenas flores bordadas em linha branca que lhe fazem textura. uma fita de cetim prende a cintura da menina, dando balanço a saia da roupa. A alça fina lhe cai sobre os ombros enquanto ela insiste em tentar apruma-las não usa maquiagem ou adereços, sua face corada do sol (talvez de alegria ) lhe basta , ela sorri com os lábios porem seu olhar eufórico mesmo se não houvesse sorriso a denunciaria … todos podem ver sua pressa , todos podem ver a felicidade estampada a cada passo ligeiro qda menina … violeta parece competir uma maratona … chegando ao térreo, mira a porta e dispara! seus cabelos, ate então presos por uma presilha, esvoaçam como a rabiola de um papagaio posso ouvir o som da presilha caindo no chão … uma gota de suor se forma sobre a sua testa … mas ela não para … chegando a praia tira os tamancos lançando-os para longe e corre desajustada na areia macia deixando o rastro de seus pés por onde passa sem qualquer cerimonia ela se joga no mar, como um filhote de tartaruga marinha, alçando "voo" para a vida seu corpo franzino é empurrado pelas ondas , mas ela persiste … …distante de onde quebram as ondas violeta flutua , seus vestido azul anil transparece com a água do mar … ela sorri como nunca.. o mar para ela é o que há de mais lindo no mundo mas o que há de mais lindo no mundo é ver Violeta no mar
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Sobre jasmim na janela
Um pe de jasmim floresceu na minha janela
Quando o vento bate lá fora o perfume invade meu quarto e sinto como se estivesse deitada sobre a grama verdejante de um jardim
Com as flores vieram os pássaros, as borboletas
Consigo desenhar na minha cabeça aqueles quadros perfeitos de Monett onde meninas simplesmente compoem a cena como se fossem parte intrínseca da paisagem
Em instantes estou deitada lá fora
o silêncio é tão absoluto que mesmo distante e sozinha ouço o barulho do riacho que atravessa o jardim , posso ouvir o ciclista que atravessa a ponte e até mesmo a chaleira assobiando na cozinha ,o movimentos das folhas das arvores que caem sobre mim como confetes de carnaval cada vez que o vento passa velozmente anunciando que vem chuva por aí...
Decido esperar até o último instante quem sabe não consigo apreciar as primeiras gotinhas da garoa que se aproxima antes de ficar enxarcada
Sei que devo ir embora, mas me recuso a sair dali quero poder deslizar os meus dedos na grama sentir o cheiro da terra, das flores , do café que esta quase pronto na cozinha
Respiro fundo e sem tregua o céu desaba sobre minha cabeça, alguém grita lá da cozinha "deveria ter entrado quando chamei"
Me sinto ainda mais vislumbrada com esta cena , a grama verdejante que me cerca vai virando uma poça de lama alaranjada que impregna em meu vestido , eu simplesmente me viro de lado e me encolho ali ... não tenho razões que me façam levantar, nada em meus bolsos que possa borrar ou derreter , nada a perder ..
É so um vestido molhado ... e eu
minha alma desagua com a chuva me perco no solo, subsolo pinceladas de tinta laranja, azul anil, violeta , verde musgo, amarelo eu sinto deslizar o pincel vou me formando , deformando materializando ... e então ca estou eu , deitada embaixo da minha janela sentindo o cheiro do pe de jasmim que floresceu hoje pela manhã
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Corpo e Devaneio
Meu corpo esta em êxtase
Minha boca saliva desejo e meu desejo é salivar no teu corpo,
Quero provar do teu mel e pressionar nossos corpos encurralados,
contra as quatro paredes de um banheiro estreito
Rasgar essas roupas, rasgar minha pele, rasgar este véu
Quero correr contigo na chuva e cavalgar com esta roupa molhada até que ela esteja enxuta
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Quote
Não nos deixeis cair em tentação, mas se cairmos foi por que deixastes
Cris Patos
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Presente
É sempre difícil viver o presente , ate que ele não esta mas aqui então você para e pensa : eu era feliz e não sabia.
Incrível como o passar do tempo é marcado pelas perdas, a aparência, os cabelos, a vitalidade, os amigos, os amores e a gente so sente quando esse presente é tirado da gente
Os últimos anos de minha vida têm sido marcados pelas dolorosas rupturas provocadas pelo tempo , aqui do meu casulo as vezes levo semanas meses e até anos para entender o sentido de : o que era não vai mais voltar e o amargor de” não ter " desce rasgando na minha garganta como um sentimento indefinido engasgado que não sabe por qual direção seguir
é sufocante ter e perder, principalmente as pessoas especiais , independente de quem seja há sempre aquela pessoa que você olha e pensa: não importa o que aconteça eu vou poder sempre te abraçar
mas ai quando você menos espera, essa pessoa simplesmente é dissolvida no tempo como areia fina correndo das nossas mãos que você tenta segurar mas ela simplesmente escapa. e ai você percebe que tudo não passou de um sopro no tempo ,
a vida é estação e nós simplesmente meros passageiros
Nesse presente que vivo hoje não me restaram portos seguros, eu tive que enterrar tantas pessoas que amei e as que ficaram não são capazes de me ancorar me vejo perdida num oceano escuro e frio , sinto o pavor da solidão que me cerca a medida que meus dias passam e tudo dentro de mim permanece cinza e vazio
eu não encontro um proposito pra existir. queria apenas pausar o tempo , dar replay, ou reiniciar tudo isso por que sinto profundamente que falhei .
que continuo falhando.
queria dormir e acordar tão distante daqui em um lugar seguro no tempo onde tudo não fosse tão liquido que fosse facil de andar, de amar e de viver.
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Fábio
Vida e morte sempre me deixaram ansiosa . Perdi as contas de quantas noites passei olhando o relógio tentando encontrar um sentido pra minha existência, tentando desvendar o segredo do fim, a razão do agora, a origem do tudo ...
onde estou ?
Por que aqui?
Por que assim?
Era como se um pedaço da minha vida tivesse sido simplesmente apagado da minha memória e a sensação de falta e de vazio andassem lado a lado comigo
Até que você chegou e o coração acelerado encontrou ritmo na nossa rotina suave,
Eu enxergo nos teus olhos aquela parte da historia que faltava em mim
vou dedilhando teu corpo a meia luz do fim da tarde e sei que tudo que preciso começa e termina ali . No momento em que meu corpo encosta no teu e todas as coisas simples do dia passam a ser simplesmente as coisas mais belas e suficientes da vida
Eu enxergo nosso amor
Na xícara de café quente ao lado do teclado
Nas roupas que deixamos espalhadas pelo sofá
Na fumaça do cigarro ainda aceso dentro do cinzeiro
Cada pequeno gesto, cada toque , cada suspiro preenche a lacuna mais profunda da minha alma e é mais do que suficiente pra me fazer sorrir
Não sei ainda se ha sentido para minha existência
mas hoje sei que quando existe amor de verdade não se faz necessário haver sentido
A vida é simplesmente tempo e todo tempo é tempo para amar
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Sobre histórias de inverno
Eu e meus papéis naufragados a borda de uma janela por onde só se via chuva. Tentava escrever mas os respingos. Caiam sobre a Folha, que úmida , se partia a cada arrancada do lápis sobre o papel. Eu não sabia o que escrever. Vagas lembranças atormentavam Minha mente então tudo que fiz foi cair de bruços sobre a escrivaninha. Encostei a cabeça. Sobre aquele frio pedaço De Madeira e agora. Minha face era pista para a chuva aterrissar... Deixei que molhassem , que se juntasse as lágrimas. Quentes de minhas frustrações cotidianas. Me permitir beber do romance, do terror do drama e da comédia que se tornará minha rotina. Era um poeta sem palavras, um pintor sem telas era um amante cujo único amor que restará fora aquela velha escrivaninha. Que ainda podia me dar ao luxo de abraçar. Já não haviam. Penteados. No cabelo, goma na roupa, pó de arroz. Sobre a face. Estava fria e encharcada de toda lástima. Que acometera qquele solitário Inverno, Não havia vinho, vodca ou veneno que curasse o meu coração. Nenhum padre ou santo, nenhum sabio que ousasse me redimir ou apontar um norte para essa minha busca sem fim; sem perceber , assim como acontecera nas noites anteriores, adormeci. Acordei com o frio repentino, a chuva piorara , a janela permanecia semi aberta, minha face mais molhada que quando adormeci, meu nariz entupira com a frieza, cabelos desarrrumados ,inchaço nos olhos, tudo igual ou pior que na noite anterior. Ainda era eu, ainda era agora. Certas histórias presentes levam tempo para virarem história.
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Alison
O teu amor é uma mentira
( uma doce mentira)
Que a minha vaidade quer
Eu sempre soube o que tu sentias, e acima de tudo o que nao sentir por tu...
Mas a tua maneira de amar fazia eu me sentir especial e única ... e seria matematicamente impossível não me permitir simplesmente viver
Não houve dor na partida que anulasse a alegria da tua chegada
Eu te esperava a meia noite
E cedo ou tarde tu vinhas
Sempre admirei teu amor pelo mundo, teu jeito de citar Lennin nas mais inusitadas situações
Qualquer discussão se tornava uma luta de classes e mesmo em lados opostos o meu lado quase sempre foi o teu
Sempre que a gente conversa tu me fazes entender por que melhor que amar as pessoas é amar a revolução ...
Pessoas são decepcionantes inclusive nós mesmos ...
Mas um ideal por mais que o traiam, abandonem, esqueçam ele sempre permanece
Vão-se os pensadores , ficam suas ideias
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Sobre mangas
Dia desses meu tio disse a mainha que iria levar mangas para ela. Ele colheu um balde inteiro e saiu de casa as 5h da manhã pra levar essas mangas para minha mãe antes de ir trabalhar . Eu nao estava presente quando ele chegou mas imagino que ela tenha ficado agradecida .
No outro dia quando cheguei do trabalho haviam apenas algumas, ela havia doado quase todo o " balde de mangas " que recebeu . A principio fiquei pensando se ela não gostava tanto assim, se aceitou por educação, mas depois entendi que ela doou a maior parte do que recebeu por uma razão muito simples . Havia mangas suficientes para todos ...
Isso me fez refletir sobre a natureza das coisas , e consequentemente das pessoas .
Vivemos num mundo de desigualdade, de injustiças de egoismo ,e muitas vezes perdemos a fé na bondade humana
Mas a natureza humana não é ruim...
Nossa natureza nos induz a querer partilhar, dividir , cuidar , fazer o bem..
Mas por que o bem que queremos fazer não fazemos ?
A humanidade tem medo .. a gente tem medo que nos falte seja lá o quê...
recursos, sentimentos, tempo..
A humanidade tem medo, por que por dentro estamos vazios
Porem se doar, é se preencher
Amar , ser caridoso é um exercício diário que deve ser praticado
O sistema nos põe como oponentes faz a gente enxergar uma luta diária que não existe por que é interessante pra ele que a gente continue acreditando que competir é a melhor opção
Não tenha medo de ser a melhor versão possível de si
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As vezes sinto que , por mais que ande ,
permaneço sempre naquele mesmo lugar.
Meu pequeno pedaço de terra no espaço ...
Minha pequena redoma.
Estou sempre na mesma trilha
- que como num looping
Nunca tem fim.
Volto sempre ao "aqui "
Onde os mesmos quatro
Vem sempre me cumprimentar
Vê
Ih
Dê
Aah
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Quando criança, eu achava que a a medida que meu humor mudava o tempo mudava também, se estava alegre fazia sol, se estava triste automaticamente chovia , se apaixonada era primavera , esperançosa como o fim do frio de outono
Com o tempo percebi que não era tão especial assim ao ponto de mudar o tempo
Mas o tempo era tão grandioso que conseguia meche com nossas emoções ...
O dia poderia ter tudo pra ser perfeito mas com o céu cinza desaguando lá fora se tornava inviável permanecer de pé
olhava as gotinhas de água correndo na janela e a melancolia simplesmente vinha , se não tinha motivo para chorar com toda certeza do mundo encontraria um mas no fundo não havia motivo ou talvez haja ... apenas um
No final das contas , não somos especiais como pensamos
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SITUAÇÕES
quando eu tinha uns 8 anos e fui pra escola publica foi meio que um choque de realidades o pessoal na minha sala era bem mais velho (tinha gente de 15 ,16 anos na minha sala ) alguns haviam sido presos a maioria gazeava aula mas no meio dessa situação as vezes assustadora pra mim eu tive um melhor amigo , ele tinha a minha idade e era o garoto mais gentil da minha turma simpatico e atencioso a gente brincava junto no recreio trocava o lanche competia nas tarefas ele era tipo meu crush secreto eu sempre desenhava a gente no futuro casando ( por mais que eu adorasse matar ele de cancer no fim das minhas historias) ... passamos 2 longos anos sendo bons amigos ate que eu sai da escola, ele se mudou nunca mais nos vimos e eu so lembrava o primeiro nome dele e sabia que o segundo era uma palavra que lembrava pai e filho , confeço que sempre fiquei curiosa p saber o que havia acontecido com ele, mas nunca o achei em rede social nem nada ate por que nem existia na epoca e sem um sobrenome seria impossivel embarcar nessa missão
ai hj no trabalho atendo uma pessoa com o sobrenome ++++ e lembro de estar fazendo piada com o sobrenome dele quando eramos crianças ...
digitei o nome fiquei numa ansiedade enorme e apertei enter
bom ... ele esteve mais perto do que imaginei ao longo desses anos, ele não descepcionou é de esquerda , lulista, bem alternativo continua com a aparencia gentil ... porem é gay mas ao menos nao morreu de cancer ...
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