Text
deu graças a deus quando a morena sugeriu que parassem um pouco. estava se divertindo muito, é claro, mas precisava de um tempo para se acalmar e avaliar se todo aquele calor era real, pelos seus movimentos, pelo vinho ou por pensamentos que iam e voltavam. deu uma risadinha com o talento de belle para não derrubar uma única gota da bebida. queria ela ter essa habilidade, mas precisou se limitar a finalizar aquela taça em um último gole longo que ela provavelmente se arrependeria. olhando-a bem, se perguntou se estava imaginando coisas, mas belle parecia tão… sexy. oh, deus, por que estava pensando assim?! era porque queria ser sexy daquele jeito… certo? nada a ver com a ideia de que queria poder experimentar a sensação de tocar a pele dela ou de sentir os lábios atraentes. corta essa, lissa! antes de se sentar ao lado da colega, pegou a garrafa de vinho, só então se sentando bem próxima da outra ao ponto de esbarrarem de leve os ombros. “ desculpa! ” sorriu tímida e se ajeitou para afastar levemente, só para dar o espaço pessoal que as pessoas gostavam. “ meu deus, belle! ” piscou com o estalo, rindo divertida, mas aceitando de bom grado a sugestão. deixou a taça e a garrafa no chão e então seu corpo agiu sozinho, fazendo-a se sentar sobre os calcanhares na frente de belle, porém de costas para ela. sutilmente juntou os cabelos, levando-os para trás, mas mantendo-os num rabo de cavalo para refrescar um pouco a nuca. “ acho que me exaltei um pouco… desculpa. espero que seus vizinhos não acabem reclamando. ” mordiscou o lábio inferior em nervosismo, olhando-a por cima do ombro direito. “ o que temos planejado para hoje, hm? as meninas falaram se queriam algum filme ou sei lá, uma fogueira anti-namorados tóxicos? ” poderia ficar apenas conversando com a colega, aproveitando da companhia da mesma para conhecê-la melhor. sempre pensou na ideia de expandir aquela amizade para fora dos limites de trabalho.
" nah, não se pode ter vergonha dos nossos talentos " respondeu, na tentativa de incentivar a colega. assentiu com a cabeça enquanto ela procurava a próxima música. quando o la, la, la, la-la-la, la, la começou a entoar na caixinha de som, um pequeno sorriso travesso tomou conta dos lábios de belle, expandindo na medida com que a melodia avançava e melissa se soltava, percebia como ele começava devagar, timidamente, e depois deixava o ritmo da música guiar seus movimentos. belle aproveitou para sorver mais uns goles do vinho, enquanto aproveitava seu show particular. " perfeita, perfeita! " exclamou acompanhada de palmas, assim que a música e os passos de melissa cessaram, não queria parecer creepy por ficar só observando. quente? estava, com toda a certeza! " senta aqui para a gente se refrescar um pouquinho. " belle deitou-se no tapete disposto na sala, o movimento calculado para não cair de forma destrambelhada, mas sim sensual. sensual? seus músculos pareciam se mover sem conexão com a mente, pois não fazia ideia de por qual motivo queria parecer sedutora perante melissa, mas não demorou-se muito nas ponderações. jogou as madeixas morenas para o lado e deu batidinhas no tapete felpudo, convidando melissa para ocupar a área vazia, bem juntinho de si. " eu amarro o seu cabelo para te ajudar com o calor. " em um movimento brincalhão e provocativo, puxou o prendedor de cabelo que sempre carregava no pulso, o objeto fez um pequeno estalo ao voltar à posição original. a gentileza sendo um subterfúgio para ficar o mais perto possível de outrem, embora não entendesse o motivo.
11 notes
·
View notes
Text
sua tia era uma pessoa… excêntrica. a família a respeitava, pois era necessário grande conhecimento em negócios para manter algo tão simples em um lugar tão esquecido. o pai de marie exploraria turistas, se tivesse que escolher um meio para conseguir dinheiro ali. e talvez marie preferisse ir por aquele caminho também. era visível a insatisfação em seu rosto por estar naquela posição. “ eu sei. não tenho cara de proprietária de livraria. uma boutique? com certeza! livros? ew. ” não possuía tato para algumas relações sociais e sendo sincera não necessitava tanto… as pessoas costumavam bajulá-la de qualquer forma. “ obrigada… foi uma surpresa para todos nós. ” para ela, definitivamente. e não havia grande tristeza em sua voz. não era próxima da tia e isso se devia pelo afastamento que seus pais criaram. a ouviu, descrente da dúvida que a outra tinha sobre seu poder para negócios. sua tia fazia parecer simples. abria aquilo todo santo dia e as pessoas apareciam. qual era a dificuldade? nenhuma. porém os poucos segundos sem resposta foram suficientes para despertar a falta de paciência de marie. onde estavam os clientes? encarou a mulher, quase como se perguntasse se ela tinha ideia do que estava acontecendo para ninguém ter aparecido. decidiu segurar a dúvida, com medo de acabar passando a visão de que não possuía tato para aquilo. nunca mostre seus pontos fracos, seu pai dizia. franziu o cenho, confusa. “ associação?! vocês são o que, uma vila da idade média? ” estava acostumada com grandes metrópoles onde não precisava informar e muito menos pedir permissão para fazer algo. a ideia de ter que avisar que a loja havia trocado de proprietário parecia tão… invasiva. ou talvez fosse marie querendo esconder seu envolvimento com tanta poeira e coisa velha. suspirou, esfregando a testa e se escorando em uma estante. “ isso vai ser mais difícil do que imaginei… ” a vontade de espirrar a atingiu e assim ela fez, fazendo uma careta emburrada após esfregar o nariz. “ quem limpa esse lugar? merece ser demitido. ” resmungou. então sua atenção voltou para arisa. o olhar de marie era intenso, analisando-a dos pés a cabeça, mas sem um julgamento real. era mais… curiosidade. “ você é funcionária da loja? quero dizer… como conheceu minha tia? ” talvez ela pudesse ajudar um pouquinho… certo?
arisa inclinou a cabeça, confusa com a pergunta. trabalhar ali? é, talvez aquela turista estivesse realmente muito perdida, em busca de um funcionário para auxiliá-la, mas dentro daquele amontoado de poeira que se misturava aos livros? parecia óbvio que o local não estava aberto, assim imaginava. ainda com o cenho franzido, balançou um não com a cabeça e suas orbes analisaram a figura na sua frente. o cabelo brilhante, as roupas perfeitamente alinhadas e a bolsa que pendia dos ombros parecia fina, de marca, embora arisa não soubesse nomeá-la. estendeu a mão para retribuir o cumprimento, ainda incerta de como iria explicar em inglês que o espírito da dona da livraria estava, provavelmente, cumprindo as tarefas necessárias no além vida para um dia reencarnar em outro ser. seu vocabulário ainda não era tão bom, era tímida demais para aproveitar os turistas da região e melhorar suas habilidades no idioma. soltou um suspiro de alívio à menção do italiano. ufa! "sou arisa. arisa machida." respondeu quase no mesmo tempo que a outra, a palavra proprietária ressoou ao ouvido. "oddio!" exclamou surpresa, a expressão era um vício de linguagem, já que não acreditava numa figura superior como deus. é claro que ela seria a nova proprietária!, xingou-se por não ter pensando naquilo antes e ter assumido o modo defensivo. nem precisaria estar naquela conversa se arisa não tivesse se intrometido. "me desculpe,�� eu achei que você fosse..." uma turista maluca? achou melhor não completar a sentença, evitando mais razões para se envergonhar. escutou com atenção a explicação, a tia nunca tinha mencionado uma sobrinha grã-fina nas poucas interações que tiveram. "sinto muito. pela sua tia." acrescentou pausadamente, embora a outra aparentasse estar mais preocupada com questões burocráticas. "hm, não sei se só isso vai funcionar” caminhou alguns passos em direção à porta, analisando a plaquinha, segurou uma risada com os aplausos curtos que marie deu a si mesma. “desculpe a intromissão, mas você já…” um espirro cortou a fala, arisa virou-se de costas para não ser mal-educada. até que demorou para aquela poeirada toda fazer cócegas no seu nariz. “já conheceu a associação do bairro? creio que ainda não saibam que a livraria tem uma proprietária nova.” acrescentou, falando mais do que de costume, talvez fosse a sensação de culpa por não ter conversado tanto com a antiga dona? mas o que isso tinha a ver com a nova mulher que parecia ser herdeira de alguma monarquia escondida? a escritora não fazia ideia, mas sentia que devia ajudar, ou ao menos tentar.
3 notes
·
View notes
Text
aquilo só poderia ser algum tipo de castigo divino ━ ou familiar. não era uma mulher de limpar poeiras, levantar peso, organizar coisas ( apenas seu closet e instagram ) então por que raios sua família achou de bom tom dar-lhe uma tarefa como aquelas? castigo! mas qual foi seu crime? viajar demais? comprar demais? sejamos sinceros, sua família tinha dinheiro o suficiente para não se importar com essas coisas. quando era pequena achava até que eles tinham uma árvore de dinheiro no jardim da mansão. ‘ você precisa aprender sobre responsabilidade e negócios, sawika! ’ seu pai praticamente gritou ao telefone. e… ai! ele usou seu nome real. marie revirou os olhos, cruzando os braços enquanto se sacudia. seu nariz coçava com o cheiro de poeira e coisa velha e guardada. “ diz isso, mas com certeza deve ser mais fácil administrar um hotel do que essa espelunca aqui no meio do nada. ” olhou ao redor. nunca tinha visto tanto livro no mesmo lugar. seu pai respirou ao telefone e ela achou que tinha vencido a batalha, já sorrindo satisfeita. ‘ pela última vez… ou você faz isso dar certo, ou estarei te cortando dos negócios da família. ’ e desligou. desligou na cara dela! argh. ela guardou o celular na bolsa de grife, encolhendo os braços como se tivesse medo de tocar em algo sujo. era como se ela realmente não pertencesse àquele lugar. ao ouvir a voz e a movimentação atrás de si se virou, olhando a mulher de cima a baixo. “ você trabalha aqui? não achei o registro de funcionários. ” ela sequer havia procurado. possuía o inglês fluente, de quem sempre viajou o mundo e não precisava se preocupar demais. “ podemos falar italiano se quiser. ” ela caminhou até a outra, estendendo-lhe a mão em um cumprimento profissional. marie nunca trabalhou na vida, mas já havia ido em reuniões demais de seu pai, conhecendo investidores e sócios o suficiente para ao menos vender a imagem profissional. “ marie tangwai. sou a nova… proprietária. ” era quase perceptível o receio de usar aquela palavra… quase um nojo. dentre tudo que ela poderia herdar para vender, por que logo livros?! ela não tinha contato com eles, apenas com revistas. “ minha tia era a antiga dona. aparentemente ela achou que eu seria a mais correta para lidar com os negócios dela, apesar dela não me deixar nenhum registro de como tudo está indo… ” a acidez em sua voz era puro ressentimento. queriam tanto que ela fizesse o certo e sequer deixaram uma breve explicação de como teria de fazer? que vida injusta. “ bom, vamos ver como isso funciona. ” bateu palmas e então passou pela japonesa, indo até a placa na porta e a virando para indicar que estavam abertos. “ agora é só esperar encher de cliente. ”
Os raios daquela tarde quente refletiam nas madeixas negras de Arisa. Ela caminhava em passos lentos por entre as ruas estreitas, deixando a vista passear pela paisagem tão familiar, mas ainda tão bela. Gostava de reparar nos detalhes das paredes amareladas, com rachaduras que até poderiam diminuir o encantamento, mas os jarros de flores ao redor ou as porcelanas italianas ao redor garantiam que o charme permanecesse. Olhar de artista, dizia a vizinhança quando flagrava a mulher perdida em devaneios, analisando os cenários. A sacola de remédios balançava em seu braço, quando parou diante da pequena livraria. Notou um movimento estranho no local que estava abandonado desde o falecimento da proprietária. Não eram intimas, mas considerava a mulher muito gentil e já tinha dedicado alguns parágrafos de suas crônicas à senhora. A partida abalou a japonesa assim como a comunidade local. Aproximou-se, dando passos cautelosos. "Hum, com licença? Esse local não é público..."Arisa arriscou um inglês enferrujado, embora não pudesse ver claramente, a figura lá dentro parecia ser algum turista. Talvez um perdido, procurando alguma atração, ou algum aventureiro, tentando desbravar relíquias esquecidas. De qualquer forma, Arisa sentia que não era certo deixar a livraria da senhora Tangwai ser invadida daquela maneira. Tímida como era, não costumava iniciar interações sociais, mas abriria uma exceção. O local já estava bem decaído quando a proprietária ainda era viva, mas isso não era motivo para ser vandalizado agora que a mulher já não estava mais entre os vivos, certo?
3 notes
·
View notes
Text
havia algo em britney spears que fazia com que melissa se soltasse completamente, mas quando ouviu belle foi impossível não sentir o rosto esquentar. só estavam elas duas ali, mas não imaginou que a colega de trabalho fosse reparar. mordiscou o lábio em um mau hábito que sua mãe sempre apontava, mas impossível de abandonar em momentos onde se sentia nervosa ou pega no flagra. e ainda havia algo na atmosfera… se perguntou se estava imaginando coisas, ou se realmente a linguagem corporal de belle parecia diferente. provavelmente estava imaginando coisas e seu corpo e mente estavam lhe pregando peças. duvidava que estivesse tão calor assim. “ ah eu tinha todos os cd’s da princesa do pop… na verdade ainda tenho. ” e era verdade. fazia parte da decoração singela de seu apartamento. bebeu mais um gole do vinho, se abanando com a mão livre. “ não mesmo! eu quase explodi de vergonha agora, belle! ” porém, dê poder a uma pessoa e verá quem essa pessoa é. assim que pegou o celular alternou o olhar entre o aparelho e a colega, a princípio tímida e apreensiva, mas após fechar os olhos deu uma risada de derrota. quem ela queria enganar?! sempre sonhou em ter um momento como aqueles na adolescência ━ uma festa do pijama para poder ouvir suas cantoras favoritas, fofocar e se divertir sem grandes responsabilidades da vida. enquanto pensava nisso manteve o mistério, digitando o nome da próxima música. assim que deu play olhou para a morena com um sorriso travesso ━ la, la, la, la-la-la, la, la… “ essa aqui é uma obrigação gostar. e a próxima você vai escolher e me ensinar a coreografia. ” avisou, colocando o aparelho na mesinha ao lado e dando mais um gole no elixir da coragem, pois precisaria para o que estava por vir. oh, baby, baby, have you seen amy tonight? is she in the bathroom? is she smoking up outside? oh. novamente, começou tímida, mas já se mexia no ritmo da música. viveu seu britney dream, aproveitando o cabelo solto para fazer as famosas batidas. aquela era uma de suas favoritas, achava o ritmo contagiante e a letra era tão envolvente ━ claro, era uma daquelas que ouvia as escondidas, porque sabia que sua mãe acabaria implicando com o duplo sentido. love me, hate me but can't you see what i see? all of the boys and all of the girls are begging to, if you seek amy. realmente já não sabia mais se estava quente daquele jeito, se era o vinho ou algo mais… ou alguém. o olhar percorreu por todo o corpo de belle e ela se culpou por não saber ser discreta. seu corpo agiu por si só e ela duvidava que isso fosse culpa do vinho. sua mente começava a ir longe, mais do que deveria e não era a primeira vez, mas ela costumava jogar pensamentos assim para longe. só estava na seca… certo? “ está um pouco quente ou é impressão minha? ” a pergunta foi mais para silenciar sua cabeça e melissa finalizou a taça que bebia em um gole grande.
tinha acertado em cheio na escolha, o som entusiasmado de melissa lhe deu a confirmação que precisava. um sorriso largo se abriu em seus lábios assim que ela segurou sua mão, entregando-se à dança. tomou mais um gole de vinho e continuou a entoar a letra: " intoxicate me now, with your lovin' now, i think I'm ready now, I think I'm ready now... " movimentava os quadris de um lado para o outros, em passos improvisados, conhecia a letra de cor, mas a coreografia já havia se perdido em sua memória. assim que fixou o olhar na carpenter, no entanto , belle ficou chocada. ela reproduzia os passos da coreografia e parecia tão confortável. não conseguia desgrudar os olhos diante daquela cena. era tão diferente, tão adorável e tão...atraente? nunca tinha imaginado usar aquele adjetivo para se referir à melissa. ela era linda, claro, já tinha constatado aquilo quando interagiam nos intervalos do trabalho, mas atraente era algo novo. não sabia se poderia culpar somente o vinho ou os acordes sensuais da princesa do pop. " meu deus, mel mel! " exclamou, rindo, com uma mistura de surpresa e fascínio. " onde você escondeu todo esse talento? " passou a mão livre pelos cabelos, desgrudando alguns fios grudados na testa devido ao suor. era impressão de belle ou estava mais calor do que o normal ali?
como anfitriã da festa, claro que gostaria que as outras estivessem presente, mas naquele momento sentia-se a mulher mais afortunada do mundo por não ter mais ninguém no apartamento. " elas não fazem ideia do que perderam! " falou sorrindo, mas sentia como se fosse privilegiada em poder ver aquele lado da colega. “ ah não! essa foi só a primeira música, você tem que me ensinar a coreografia para eu te acompanhar! ” propôs enquanto dava mais um gole no vinho. " eu deixo você escolher a próxima. " ergueu uma sobrancelha e entregou o celular. curiosa para saber qual canção embalaria o próximo improviso, mas, principalmente, em saber com quais movimentos melissa ia captar sua atenção.
11 notes
·
View notes
Text
havia algo em britney spears que fazia com que melissa se soltasse completamente, mas quando ouviu belle foi impossível não sentir o rosto esquentar. só estavam elas duas ali, mas não imaginou que a colega de trabalho fosse reparar. mordiscou o lábio em um mau hábito que sua mãe sempre apontava, mas impossível de abandonar em momentos onde se sentia nervosa ou pega no flagra. e ainda havia algo na atmosfera… se perguntou se estava imaginando coisas, ou se realmente a linguagem corporal de belle parecia diferente. provavelmente estava imaginando coisas e seu corpo e mente estavam lhe pregando peças. duvidava que estivesse tão calor assim. “ ah eu tinha todos os cd’s da princesa do pop… na verdade ainda tenho. ” e era verdade. fazia parte da decoração singela de seu apartamento. bebeu mais um gole do vinho, se abanando com a mão livre. “ não mesmo! eu quase explodi de vergonha agora, belle! ” porém, dê poder a uma pessoa e verá quem essa pessoa é. assim que pegou o celular alternou o olhar entre o aparelho e a colega, a princípio tímida e apreensiva, mas após fechar os olhos deu uma risada de derrota. quem ela queria enganar?! sempre sonhou em ter um momento como aqueles na adolescência ━ uma festa do pijama para poder ouvir suas cantoras favoritas, fofocar e se divertir sem grandes responsabilidades da vida. enquanto pensava nisso manteve o mistério, digitando o nome da próxima música. assim que deu play olhou para a morena com um sorriso travesso ━ la, la, la, la-la-la, la, la… “ essa aqui é uma obrigação gostar. e a próxima você vai escolher e me ensinar a coreografia. ” avisou, colocando o aparelho na mesinha ao lado e dando mais um gole no elixir da coragem, pois precisaria para o que estava por vir. oh, baby, baby, have you seen amy tonight? is she in the bathroom? is she smoking up outside? oh. novamente, começou tímida, mas já se mexia no ritmo da música. viveu seu britney dream, aproveitando o cabelo solto para fazer as famosas batidas. aquela era uma de suas favoritas, achava o ritmo contagiante e a letra era tão envolvente ━ claro, era uma daquelas que ouvia as escondidas, porque sabia que sua mãe acabaria implicando com o duplo sentido. love me, hate me but can't you see what i see? all of the boys and all of the girls are begging to, if you seek amy. realmente já não sabia mais se estava quente daquele jeito, se era o vinho ou algo mais… ou alguém. o olhar percorreu por todo o corpo de belle e ela se culpou por não saber ser discreta. seu corpo agiu por si só e ela duvidava que isso fosse culpa do vinho. sua mente começava a ir longe, mais do que deveria e não era a primeira vez, mas ela costumava jogar pensamentos assim para longe. só estava na seca… certo? “ está um pouco quente ou é impressão minha? ” a pergunta foi mais para silenciar sua cabeça e melissa finalizou a taça que bebia em um gole grande.
a sugestão de iniciar com as bicicletas foi processada e guardada em algum canto do cérebro de belle. a fez lembrar, vagamente, de quando era mais nova e pedalava pelas estradas da fazenda com seus irmãos. hoje em dia, nem sabia se conseguiria andar de bicicleta sem causar algum acidente, mas ao menos tinha registrado que melissa poderia ser uma boa guia. uma risada escapuliu ao escutar o comentário sobre eliza, mas na sua mente não passou nem por um instante o motivo da amiga ainda não estar ali, a companhia de melissa estava sendo o suficiente. " sério? " perguntou surpresa pelo hobbie compartilhado com o irmão da colega. " depois eu quero ver uma foto do cachorrinho chewbacca! " estava genuinamente curiosa, o fato de melissa prestar atenção na decoração e usar aquilo como assunto na conversa a deixava ainda mais à vontade — embora, é claro, estivesse no seu apartamento, ainda não estava habituada à ter a presença de mel ali, mas tudo corria bem. " eu que fiz, acredita? eu tenho um lado artístico misterioso! " deu uma piscadela dramática, o movimento balançou as madeixas marrons, um charme brincalhão e despretensioso. " é esse o espírito, mel! " respondeu empolgada, eufórica antes mesmo de virar a taça. a frase enunciada no brinde foi uma surpresa, a imagem que tinha da carpenter era de uma moça que todo rapaz amaria ter ao lado. pensava que os motivos que a mantinham solteira deveriam ser somente critérios, nada no mesmo nível de egoísmo que os de belle. finalmente, deslizou o líquido por entre os lábios, o toque sutil de doçura com frescor. ótima escolha! pensou, tanto no vinho quanto na música. sentiu vontade de apertar o biquinho pidão que estava estampado na face da outra, mas precisaria de mais algumas taças, ou mais festinhas, para ter certeza de que já tinham aquela intimidade." ai, eu adoro essa aqui dela, vou colocar na caixinha. " tomou mais um gole e tentou localizar a faixa toxic no celular. enquanto conectava com o bluetooth da caixa, recebeu a mensagem de eliza avisando que estava com dor de barriga e não poderia ir. " ah, a eliza não vai conseguir vir, mas vamos aproveitar mesmo assim... " deu play na música e balançou a cabeça no ritmo dos primeiros acordes. " baby, can't you see i'm calling, a guy like you should wear a warning " começou a cantarolar com a voz rouca e mexer os quadris no ritmo da música, enquanto segurava a taça em uma mão, utilizou a outra para convidar melissa à entrar na sua sintonia.
11 notes
·
View notes
Text
pedalar pela cidade estava longe de ser sua vontade inicialmente, mas era isso ou o transporte público novamente e melissa tinha tido sua cota com trens desde o dia em que um estranho espirrou em sua nuca ━ e pior: a caminho do trabalho! passou o dia todo pensando naquilo e uma semana depois sua amada bicicleta foi comprada. mas realmente, tinha seus prós, como economizar dinheiro, cuidar da saúde e vez ou outra apreciar melhor a paisagem no caminho de ida e volta. com o tempo pegou gosto pela atividade. “ pode tentar começando pelas bicicletas que ficam pra aluguel pela cidade. ” até pensou em chamá-la para pedalarem juntas algum dia, mas não queria forçar a barra. ficou surpresa ao ouvir sobre eliza, não pelos atrasos em si, mas por elas duas saírem fora do ambiente de trabalho. imaginou a cena e pensou que devia ser engraçado e o que sentiu não era inveja no sentido ruim, mas sim na vontade de ter uma amizade desse jeito. melissa não era um pavor em relações sociais ━ ela até que se saía bem, mas manter amizades era difícil para ela porque nunca tinha tempo para dar tanta atenção para alguém que não fosse sua mãe e irmãos. acabava imaginando que era uma amiga ruim por não ser muito presente e isso quase sempre resultava nela fugindo e a possível amizade acabando antes mesmo de começar. “ meu deus então é dela mesmo isso. eu podia jurar que ela só não queria aparecer na hora certa no trabalho! ” riu, impressionada com a capacidade de eliza. nunca conseguiria ser assim, descompromissada com horário. a seguiu em passos curtos até a cozinha, ainda admirada com a decoração do apartamento de belle. “ meu irmão é muito fã de star wars também. quando éramos mais novos foi uma briga entre ele e a minha irmã porque ele queria chamar o nosso cachorro de chewbacca. era um shih tzu e o pior é que parecia o chewbacca mesmo. ” podia lembrar da expressão de arrependimento do pai por ter aparecido em casa com o cachorro, pois foram dias e dias daquela batalha que foi vencida por melissa e sua originalidade ao chamar o cachorro de bob. ao segurar a taça não pode deixar de reagir como se tivesse visto a coisa mais fofa do mundo. ainda distraída, sem notar a batalha a sua frente, continuou admirando a louça. “ que linda! onde comprou? ” quando reparou a briga entre belle e o saca rolhas deu uma risadinha, mas era tarde para oferecer ajuda. aplaudiu de maneira teatral e inclinou a taça para facilitar o processo. “ a uma vida perfeitamente bem sem namorados. ” brincou ao propor um brinde, mas antes que desse o primeiro gole piscou animada. “ ótima ideia! por favor me diga que você gosta de britney spears. ” fez uma expressão pidona, chegando a juntar as mãos da maneira que pode. “ ela sempre foi a minha diva. ”
o semblante de belle se iluminou ainda mais com a resposta da loira. estava feliz por finalmente conseguir interagir com a mulher fora do ambiente corporativo. claro, também estava empolgada com as outras visitas, mas seria a primeira vez com melissa, então era especial. no trabalho, de vez em quando soltava, em um tom jocoso, que mel era adorável demais para aturar bancários enfezados — principalmente o chefe dela, o mais fanfarrão de todos! — e a verdade ficava escondida por entre risadas corporativas. " se ele tiver mentido, nós vamos lá cobrar uma fornada com desconto! " brincou em resposta, enquanto fechava a porta. o apartamento estava decorado ao modo adabelle: pequenos vasos de plantas posicionados nas prateleiras; objetos decorativos de star wars, sua franquia favorita; capas de discos dos anos 80 penduradas e livros desorganizados, de acordo com as cores das lombadas. talvez não fosse a disposição mais funcional, mas estava de acordo com a estética almejada. sentiu uma pontada de orgulho ao perceber como os olhos de mel percorriam o local. " eu admiro muito que você pedale por aí, sabia? quero ser ativa assim um dia. " e era por isso que a sua fatura era composta principalmente por pequenas corridas de aplicativos. " e não se preocupa, eu já estava ansiosa querendo que vocês chegassem logo! " assegurou a outra, enquanto lia o rótulo da garrafa. que vinho chique!, pensou, balançando a cabeça em aprovação enquanto tentava pronunciar o nome da marca. " olha, a eliza é um caso perdido, ela se atrasa até quando somos convidadas para alguma seção vip. tipo, quem se atrasa para uma festa que já está acontecendo dentro de outra festa? só a eliza mesmo… " revirou os olhos, dramaticamente, e finalizou com uma risada. eliza costumava ser sua companheira em boates questionáveis. achou curiosa a forma como melissa parecia encarar a bebida que balançava em suas mãos, logo percebeu a leve massagem nas têmporas e entendeu o recado. “ é pra já! ” colocou a garrafa na mesa de bebidas e partiu em direção à cozinha, logo ao lado, em busca de um saca-rolha. “ nah, você tem o privilégio de ter chegado primeiro, mel. toma aqui. ” enunciou ao retornar, equilibrando duas taças personalizadas em uma mão e o saca-rolha na outra. as taças tinham pequenas decorações de flores e frutas, pintadas manualmente, resultado de um hobbie já abandonado por belle, mas que rendeu louças com decorações exclusivas. entregou a taça decorada com cerejas para melissa enquanto brigava com o saca-rolha. “ai, eu odeio esses negócios.” resmungou, encaixando o objeto com o seu modo rústico de fazer as coisas, lutando até finalmente conseguir retirar a rolha. despejou o liquido nas taças, com um sorriso triunfante, e encheu-as propositalmente até a borda. “ nós merecemos, mel, nós merecemos. ” disse em um tom teatral e arqueou uma das sobrancelhas. já ia levar o liquido até os lábios quando se interrompeu: “ que tal música? vamos aquecer enquanto elas não chegam! de que tipo de música você gosta, mel? ”
11 notes
·
View notes
Text
havia algo em belle que melissa achava tão… leve. tão confortável de se estar perto e por isso era como se o nervosismo desaparecesse de seu corpo instantaneamente quando a colega surgiu. ela sorriu quase boba, ajeitando a bolsa nas mãos. “ trouxe vinho e bagels! espero que estejam bons, não quero descobrir que o padeiro mentiu pra mim. ” brincou, entrando meio tímida, mas ao mesmo tempo confortável. inevitavelmente olhou o ambiente ━ quem conseguia entrar na casa de alguém e não olhar tudo?! conseguia ver a personalidade belle e isso aumentou seu sorriso, mas logo se sentiu constrangida por estar reparando demais, se virando para a anfitriã. “ desculpa por chegar cedo assim! fiquei com medo de me atrasar. sabe como é, andar de bicicleta é uma aventura. ” riu sem graça, colocando os bagels na mesa que estavam as outras comidas que melissa estava quase namorando de fome. “ quando será que as meninas vão chegar? quero dizer, eliza deve se atrasar, com certeza. ” brincou, retirando o casaco e aproveitando para ver a hora no relógio de pulso. “ vai saber?! talvez ela só se atrase pro trabalho, né? nem tem como julgar a coitada. ” e não tinha mesmo, imaginava a dor de cabeça que seria trabalhar no rh daquela empresa, com um gerente insuportável e alguns outros funcionários que não ajudavam o processo. mordeu o lábio inferior, alternando o olhar entre o vinho na mão de belle e a própria. “ será que elas vão ficar com raiva se começarmos a beber? acho que to precisando um pouco. ” não queria parecer uma viciada em álcool, mas era uma mulher solteira e cansada do trabalho com uma irmã mais nova noivazilla e uma mãe que começava a cobrar coisas que ela não tinha tempo para resolver. e isso era apenas sua vida pessoal ━ a do trabalho era diferente, mas ainda uma bagunça com mil papeladas, ligações pendentes… se sentia tonta só de pensar nisso. esfregou a têmpora de maneira disfarçada. “ ok, eu realmente preciso de uma taça agora. ” se imaginou tomando a garrafa da mão da morena e a abrindo com os dentes mesmo para virar no gargalo, mas não era uma selvagem ━ a real era que estava envergonhada demais ainda por ser um ambiente que não conhecia.
a intenção de belle não tinha sido começar uma revolução das solteironas, não mesmo, mas de alguma forma o seu comentário sobre como iria passar o dia dos namorados sozinha, suando com a sua playlist favorita dos anos 80, culminou na noite das solteiras do banco. era justo depois de passar a semana inteira ouvindo os planos dos pombinhos da empresa para aquele dia! estavam tão empolgados que até cogitou, por alguns minutos, como seria estar em um relacionamento sério também. ai, não, credo!, logo caía em si e lembrava dos motivos de estar solteira. namoros, segundo a visão distorcida de belle, traziam consigo amarras, dependências, lágrimas e aumentos desnecessários na fatura do cartão. apesar disso, não hesitou em aceitar que o encontro fosse no seu apartamento recém-alugado. tinha, finalmente, conseguido um lugar aceitável e que se ajustasse ao seu salário. era bom ter seu cantinho e conseguir decorá-lo como queria, mas às vezes sentia falta da companhia da irmã. como boa anfitriã, separou uma mesa para os comes-e-bebes, afofou as almofadas e até colocou um tapete bonito na sala. estava pronta antes da hora, tirando selfies até que escutou batidas na porta. "eliza! nossa, que milagre foi esse que você chegou cedo?" era possível sentir — e ouvir — o sarcasmo por detrás da porta. belle adorava provocar a amiga do RH que parecia ter uma eterna briga com o relógio e tinha prometido chegar cedo dessa vez. ficou surpresa ao abrir a porta e se deparar com uma loira, de mãos cheias. "ah, melissa! é você!" o tom irônico foi substituído por um alegre, um sorriso largo nos lábios. melissa sempre ria das suas piadas no trabalho, logo, era gente finíssima! sem contar que era uma boa companhia nas pausas do cafézinho. "eu até ia te dar um abraço, mas você tá bem ocupada, deixa eu te ajudar." ofereceu a mão para segurar a garrafa de vinho, enquanto mantinha a porta aberta com a outra. "mi casa es su casa, girl, pode entrar!" brincou, em um tom teatral e um sotaque puxado, claramente empolgada por receber sua primeira convidada.
11 notes
·
View notes
Text
ser uma solteirona no dia dos namorados nunca havia incomodado melissa ━ ou ela nunca teve tempo para se sentir incomodada por isso. porém quando hanna, sua irmã mais nova, foi pedida em casamento sentiu uma pontada em algum lugar em sua mente. não era inveja, por deus! estava feliz por sua irmã e até se prontificou a ajudar nos preparativos do casamento, mas… sentiu que estava ficando para trás na vida. com vinte e oito anos só teve dois relacionamentos sérios que terminaram da mesma forma que começaram: do nada, morno, insosso. não sabia se o problema era com ela ou com os homens e considerando o peso que possuía nas costas, preferiu se manter focada em seus estudos e empregos. bom, dez anos depois e ali estava ela, tendo crises por ver decorações de dia dos namorados sabendo que não faria parte daquele grupo de pessoas a comemorar. as tias perguntavam, os amigos da faculdade perguntavam… até sua mãe parecia dar umas alfinetadas sobre esse assunto e melissa nunca sabia o que dizer. não era que ela não queria ━ ela só não sabia por onde começar. aquele ano, no entanto, decidiu fazer diferente! quando sua mãe lhe perguntasse o que iria fazer na data, diria que teria um encontro, apenas para não parecer tão patética, mas a verdade era, no mínimo, interessante. adorava belle. ela, dentre todas as pessoas da empresa, era uma das poucas que melissa tinha vontade de conversar de verdade. sabia que poderia falar qualquer coisa com ela e não viraria uma grande fofoca. eram de jogar conversa fora, combinarem cafés ━ mas por alguma razão não conseguiam marcar uma data nunca ━ e por isso quando o papo do dia dos namorados surgiu pensou que fosse apenas uma conversa fiada, mas as meninas estavam tão certas de fazerem aquilo que decidiu se empenhar também. não sabia como se vestir ( não era trabalho, mas ao mesmo tempo não se sentia confortável em expor seu íntimo assim para suas colegas ) então decidiu algo casual, mas comportado. o que deveria levar? deveria levar algo? vinho parecia bom. eram todas adultas, solteiras e mereciam um mimo vindo de um vinho mais caro do que seu bolso aguentaria, mas fez o esforço considerando que estava economizando bem ultimamente. bagels salgados também soaram interessantes ao passear pela padaria naquela tarde e foi com isso que se muniu, pedalando até o endereço enviado. estava meia hora adiantada e esperava não estar incomodando assim que deu leves batidas na porta, as sacolas em mãos. “ espero não parecer boba demais… quem chega cedo numa festa assim?! ” talvez devesse enrolar um pouco e voltar depois. apertou os lábios, levemente nervosa.
11 notes
·
View notes
Text
victoria pedretti interpreta melissa carpenter , 28 anos , assistente , lésbica , humana ━ storyline.
#˛ ⠀ * ⠀ ☪⠀ ⠀ 𝐅𝐈𝐋𝐄𝐃 𝐔𝐍𝐃𝐄𝐑 ⠀ ⠀ —— ⠀ ⠀ melissa carpenter.#˛ ⠀ * ⠀ ♡ ⠀ ⠀ 𝐅𝐈𝐋𝐄𝐃 𝐔𝐍𝐃𝐄𝐑 ⠀ ⠀ —— ⠀ ⠀ melissa & belle.
0 notes