nunciar0n1-thi
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nunciar0n1-thi · 9 months ago
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"Ele se agarra nela com força como se fossem um só corpo em alta velocidade e devaneia por trás do insulamento do capacete. Achava que nunca mais se apaixonaria e estava de bem com isso, acreditava que uma vez basta para uma vida inteira, mas está acontecendo de novo, essa sensação que se aproxima de uma depressão leve e tinge de desimportância tudo que não tenha a ver com a mulher que abraça. Quer que ela saiba mas prometeu não falar desses assuntos por enquanto e vai cumprir."
"Barba ensopada de sangue" (Daniel Galera)
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nunciar0n1-thi · 9 months ago
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"- Eu trouxe pra você.
Uma caixinha de madeira, uma arca em miniatura, fechada com um cadeado minúsculo. Sacudi a caixinha, mas não ouvi nenhum som.
- Tem uma mensagem pra você aí dentro. Mas você só deve ler num dia em que estiver desesperado.
- Bem desesperado?
- É.
Lembrei dos dias que passei sem ela. Dias em que encontrar, por acaso, um fio do seu cabelo preso na fronha do travesseiro bastava para me encher de angústia e dor. Estive a ponto de rastejar. Atire a primeira pedra aquele que não estremeceu ao recuperar, nos lençóis encardidos da cama em que dorme solitário, o cheiro da mulher ausente."
"Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios" (Marçal Aquino)
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nunciar0n1-thi · 9 months ago
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Um olhar. Outro. Dois sorrisos. Os tímidos se reconhecem e em segredo se identificam. Aproximação. Conversas truncadas. Toda vida de palavras selecionadas em óbito pela urgência estranha de falar. Compulsão. Necessidade. Spots direcionados de banda afastando as sombras da exclusão. Comunhão. Energia estática faiscando nos olhares, sinapses sensoriais ofuscando com a velocidade da luz a razão. Uma mão. Outra mão. Dedos entrelaçados se beijando antes que os lábios. Lábios. Paladar. Olfato. Tato. Cegueira e surdez. Junção. Fotos. Fatos. Acasos. Superação. O sonho da vida. A vida um sonho. Despertos. Insônia. Inapetência. Gula da presença. Dia-a-dia. Ano a ano. Duas cadeiras de vime numa varanda. Dedos artríticos entrelaçados. A primeira despedida. Velas. Flores. Coroas. Lágrimas. Luz em sombras. Uma cadeira de vime na varanda. Mãos postadas no colo. Brisa suave de noite constante. Olhos abertos para dentro. Retrospectiva das décadas e bodas. Fotos. Fatos (passados). Projetor sequenciando lembranças. Memórias em todos os atos.
"O Amor e outros venenos letais".
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nunciar0n1-thi · 9 months ago
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“Num banco sentada, Não tão sozinha, A memória veio alugar a mente E sem permissão me fez lembrar.”
— Sophie Brunswichk (via sophiebrunswichk)
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nunciar0n1-thi · 5 years ago
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Sentado aqui no telhado. O lugar mais apropriado para o silêncio e a quietude de que necessito, sobretudo para pensar e refletir. Mais perto das nuvens, mais distante do chão. Apesar da doce melancolia que serve de cobertura para a inevitável depressão, a proximidade do céu e a vasta colcha do mar que se estende a minha frente, este é o único lugar que me proporciona vislumbrar, ainda que ausente, a enormidade da tua presença e significação; soa contraditório, bem o sei… Mas tudo em mim é contrariedade e aversão. Quando estou contigo também estou comigo. Outrossim, quando não estamos juntos me parece estarmos tão mais unidos. "Estar perto não é físico", me servem de consolo as palavras de Canepelle… Quanto a isso, Schrödinger, Bohr, ou o gato, pouco importa, são responsáveis por desbancar Newton, não carrego nenhuma culpa quanto a isto. Minha (des)razão está edificada sobre a sólida física quântica, invariavelmente - e se estamos ligados aqui e em Saturno, a matéria de que somos compostos nos torna massa homogênea sem qualquer refutação. Gostaria, ah, como gostaria, sem tempo nem espaço, atravessar, enquanto pura energia, a claraboia que imediatamente aqui abaixo te ilumina (sentada na sala, fumando e soprando as lágrimas para o alto, em pleno atordoamento e aflição)... Aquecer seu peito com a minha fonte de elétrons em variação sísmica… Porém, a depressão... Ah, a depressão... Ela me impele a fugir de ti, a distanciar-me de tudo quanto me alegraria, e apenas a sombra que, de quando em quando, ao olhar para cá em cima,visualiza, é o mais ínfimo fractal que sou capaz de lhe oferecer, sem qualquer pretensiosa compaixão.
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