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Dayse Gripa
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Dayse Gripa, mãe dos gêmeos Matheus e Mariana. Formada em Farmácia, acabou largando tudo por causa da maternidade. Está em busca do seu empoderamento materno e em ser uma facilitadora da amamentação, defendendo também a criação com respeito.
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opoderdeamamentar-blog · 7 years ago
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Como oferecer leite no copinho?
Muito falamos sobre confusão na sucção dos bebês, o quanto é importante evitar bicos artificiais por não haver limite seguro de uso. Mas quais as alternativas viáveis quando há comprovada necessidade de completamentar? Alguns bebês pré-termos, por exemplo, não têm força de sucção, energia ou estrutura física favorável para a amamentação. Condição na maioria das vezes passageira, mas que exige dispormos de técnicas alternativas para oferta do leite, que deve ser preferencialmente o materno preveamete ordenhado.
Os mecanismos mais eficientes e que não venham a comprometer a amamentação são:
Copo comum;
Seringa;
Ccolher;
Colher dosadora;
Copo de material rígido sem válvula;
Copo antivazamento 360°;
Sonda para relactação.
Que copo utilizar?
Utilizar copo de boca mais estreita, transparente, que não tenha nenhuma saliência na borda e que possa ser lavado e fervido;
Como higienizar o copo?
Lavar o copinho com água e detergente, colocar em uma panela com água até encobrir, ferver por 15 minutos;
Qual a quantidade de leite?
Colocar o leite até a metade de modo que permita posicionar o copinho sem derramar;
Como posicionar o bebê?
Sentar-se com os pés apoiados, num lugar confortável, de forma a acomodar o bebê em seu colo, na posição sentada ou semi sentada. Proteger a base da cabeça do bebê com a sua mão espalmada e na nuca o polegar e indicador formando um "C". A cabeça do bebê deve formar um ângulo de 45 graus com pescoço;
Como proceder?
Encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e movimentar o copinho para que o leite toque o lábio. Quando o bebê abrir a boca, colocar a borda do copinho abaixo da língua dele. Ele pode buscar o leite com a língua dentro do copinho, como um "gatinho". O bebê faz movimentos de lambida do leite, seguidos de deglutição;
Que cuidados tomar?
Virar o leite somente quando o bebê movimentar a língua, o lábio ou a bochecha, mostrando que está pronto para ser alimentado. Quando demonstrar descanso apenas incline o copinho de modo que o leite não mais toque o lábio do bebê. Tirar e colocar o copinho deixa o bebê irritado.
Como evitar engasgos e derramamentos?
Não despeje o leite na boca do bebê! Coloque na boca do bebê apenas o suficiente e quando ele demonstrar que quer. Quando demonstrar sociedade afaste o copinho.
Como prevenir retorno do leite por possível engolimento de ar?
Coloque o bebê para arrumar no final.
O copinho é uma opção barata, simples e pode ser utilizada até com recém nascidos.
Obs: para estabelecimento da amamentação, ajuste da produção e para o bebê ter um ganho de peso satisfatório é muito importante que seja feita livre demanda.
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opoderdeamamentar-blog · 7 years ago
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Leite materno X Cárie
Por que odontopediatras ainda disseminam por aí que leite materno causa cárie? Desatualização profissional ou submissão à indústria?
Há evidências substanciais que relacionam os hábitos alimentares à cárie dentária, sendo consenso geral que o aumento na sua incidência seja resultado do processo de civilização do homem, acarretando alterações nos padrões de vida mais naturais.
Estudos em culturas primitivas cuja norma era o aleitamento materno até os 18 a 36 meses, em livre demanda, inclusive à noite, mostram prevalência extremamente baixa de cárie em crianças. Estudos clássicos mostram índices de cárie de 0,5% em crianças samoanas e de 1,2% em crianças esquimós. Resultados similares foram achados em estudos antropológicos, onde os crânios humanos do período pré-neolítico (12.000 a.C.) não apresentavam cáries dentárias, e os crânios do período neolítico (12.000 a 3.000 a.C.) com dentes cariados pertenciam predominantemente a pessoas idosas. No exame de 1.344 dentes decíduos humanos pré-históricos de nativos americanos de Dakota do Sul, Estados Unidos, apenas 19 (1,4%) estavam cariados e somente três apresentavam lesões extensas de cáries. Na era moderna, a prevalência encontrada em 16 comunidades nativas americanas, de mesma cultura, foi de 54%.
Em povos que mantêm os hábitos de alimentação ancestrais, a prevalência de cáries é baixa. Entretanto, quando esses grupos entram em contato com a civilização moderna e seus hábitos alimentares, os índices aumentam drasticamente.
Os padrões alimentares das crianças têm mudado dramaticamente nos últimos anos. O consumo de leite tem diminuído, enquanto que o consumo de refrigerantes, sucos e bebidas não-cítricas e de carboidratos tem aumentado. Esses hábitos foram relacionados com o aumento da prevalência de CLPE (cárie do lactente e do pré-escolar).
O tempo de aleitamento materno exclusivo e de aleitamento materno é maior em mulheres de melhores classes sociais, com maior escolaridade, em mães de mais idade e com relacionamento estável; do mesmo modo, a higiene dental é mais adequada nesse grupo, contrariamente ao que se observa com a prevalência de CLPE, mais comum em classes menos privilegiadas. A introdução precoce de alimentos, o uso de mamadeiras e a preferência por alimentos doces são observados com maior freqüência nas classes menos favorecidas.
A prevalência do aleitamento materno diminui com a idade, apresentando índices muito baixos na faixa etária dos 12 a 24 meses no Brasil e no mundo, contrariamente ao que ocorre com a prevalência de CLPE.
Mesmo com um aumento na prevalência mundial do aleitamento materno e de quatro vezes na sua mediana nas três últimas décadas no Brasil, a prevalência de CLPE tem se mostrado constante ao longo dos anos.
Os recém-nascidos pré-termo e de baixo peso, os quais são de alto risco para CLPE, tendem a ter menor tempo de aleitamento materno, maior utilização de mamadeira e maior consumo de açúcar.
Estudos demonstraram que o leite materno diminui o risco de aparecimento de doenças, tais como gastrenterite, infecções, asma, doenças atópicas e diabetes melito, as quais também têm influência na nutrição da criança. Logo, é de se pressupor que o leite materno poderia proteger contra a cárie, pelo menor aparecimento das doenças que contribuem para a fisiopatologia da doença e pela menor utilização de medicamentos de risco à cárie.
O leite humano é caracterizado por um complexo sistema de defesa que inibe o crescimento de vários microorganismos, entre eles os estreptococos mutans. Os anticorpos IgA do leite podem interferir na colonização dos estreptococos pioneiros e, conseqüentemente, na colonização de outras bactérias residentes na boca. Do mesmo modo, o conteúdo de nutrientes, a capacidade de tamponamento e outros mecanismos de defesa presentes no leite materno podem influenciar a microbiota residente.
O leite materno contém uma mistura de oligossacarídeos complexa e única da espécie humana, presente em quantidades ínfimas em pouquíssimos mamíferos, que poderá agir num estágio inicial de processo infeccioso, inibindo a adesão bacteriana às superfícies epiteliais. Com isso, pode-se supor que os estudos que utilizaram lactose ou leites de outras espécies animais não poderiam ter seus resultados extrapolados para o leite materno, em razão de sua composição muito diferenciada.
Qualitativamente, foi demonstrado que o leite humano não é cariogênico, pois a placa dental formada por ele é diferente daquela formada pela sacarose. Além disso, com o leite humano, não há perda mineral clinicamente visível no esmalte, contrariamente ao que acontece com a sacarose.
Experimentalmente, foi demonstrado que o leite humano não é cariogênico porque não provocava queda significativa no pH do esmalte em crianças sob aleitamento materno, com idades entre 12 e 24 meses; permitia um moderado crescimento de Streptococcus sobrinus (ou seja, não inibia nem estimulava o crescimento desse microrganismo); promovia a remineralização do esmalte por meio da deposição de cálcio e fosfato em sua superfície; possuía capacidade tampão muito pobre; e não causava, in vitro, descalcificação do esmalte após 12 semanas. Porém, ao ser acrescentada sacarose ao leite humano, havia o surgimento de cárie em dentina em 3,2 semanas.
A academia Americana de Pediatria (AAPD) não inclui mais o aleitamento materno entre os fatores de risco para cárie. Além disso, não há comprovação científica de que o leite humano é cariogênico, mesmo quando ingerido em livre demanda e durante a noite. Os odontopediatras que condenam as mamadas noturnas ou desestimulam o aleitamento materno após o primeiro ano de vida estão desatualizados. A posição da AAPD pode gerar problemas práticos na condução e orientação dos pais daquelas crianças que acordam chorando à noite para serem amamentadas, simplesmente externando uma necessidade que deveria ser preenchida para o bom desenvolvimento da criança. Por fim, devido à natureza irreversível da cárie, um verdadeiro teste em humanos poderia ser considerado antiético.
Considerações finais
Apesar de não haver embasamento científico comprovando a associação entre aleitamento materno e cárie, muitos profissionais ainda duvidam da ausência de cariogenicidade do leite humano, perpetuando o MITO em que se tornou essa associação. Acreditamos que a amamentação noturna não deva ser desencorajada, assim como nenhuma forma rígida de conduta alimentar deva ser adotada em relação à criança em aleitamento. Nessa faixa etária, a criança está se adaptando aos alimentos complementares, ajustando-se a essas novas formas de alimentação e aprendendo a regularizar seus horários. Portanto, deve-se estimular o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, mantendo-o pelo menos até os 2 anos de idade, sem restrições de horários ou turnos, complementado com outros alimentos adequados para o desmame. Esta revisão permitiu concluir que não há evidências científicas que comprovem que o leite materno está associado com o surgimento de cárie.
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opoderdeamamentar-blog · 7 years ago
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Porque incomoda tanto o choro do bebê?
Quando um bebê acaba de nascer espera-se ouvir o primeiro chorinho, e quanto mais forte for mais tranquilidade traz pra quem ouve;
Quando um bebê dorme os pais ficam com os ouvidos colados nele pra ouvir sua respiração e um chorinho ou resmungo acalmam o coração;
Se o bebê brinca sozinho silêncio é sempre um alerta, um choro de irritação porque o brinquedo caiu tranquiliza a gente;
Quando aquela pessoa que a gente não gosta muito insiste em pegar nosso bebê no colo e ele abre o berreiro só falta pularmos de alegria e falar para o bebê "toca aqui mano, tamo junto!";
Quando choram podemos identificar nuances sutis, diferenças, para outros imperceptíveis mas para nós podem ser extremamente nítidas, saber quando é frio, medo, sono, fome;
Quando nosso bebê chora, e às vezes quando bebês alheios choram, nosso corpo se acende em alerta para proteção ou para alimentação, basta uma chorada de fome e tá lá nosso peito ativando a produção.
Choro é uma forma de comunicação, primitiva, instintiva, universal e eficiente. O grande problema é que a sociedade tenta plantar na cabeça das mães que bebês não choram. Que chorar é um problema. Que choro é ruim. Que se teu filho chora você errou, você é uma péssima mãe. E nesse triste equívoco mães se desesperam, temem errar, se deixam levar por palpites negativos e anulam essa maravilhosa forma de comunicação. E o que acontece quando não somos compreendidos? Nós choramos! É um ciclo, quanto mais os bebês choram mais as mães e todo o combo (mães/pais/família/palpiteiros) fica surdo para suas necessidades e... mais os bebês choram. E isso vai até alguém surtar. Geralmente a mãe porque todo o peso da maternagem cai sobre nós.
Temos que ter essa consciência de que o choro é um aliado, nos permitir ouvir, decifrar e atender cada chorinho.
Em se tratando de amamentação o choro é parte fundamental, através dele podemos identificar se o bebê está faminto, irritado pela pega incorreta, desconfortável porque engoliu ar, com necessidade de sucção não nutritiva podendo até se irritar por sair leite naquele momento em que só queria sugar, bravo porque o peito tá cheio demais e duro pra abocanhar, interessado em mudar de posição.
O choro e a amamentação andam lado a lado. No caso de gêmeos um bebê chorar esperando a sua vez enquanto o outro mama, algumas mães não conseguem amamentar logo de cara dois concomitantemente (com trigêmeos sempre um vai esperar), em contrapartida alguns bebês gêmeos choram muito na ausência do irmão e só mamam quanto juntos.
Bebês choram por muitos motivos mas o principal deles é por que querem estar sempre com a mãe, isso mais intensamente na fase de exterogestação porém é uma condição bem mais duradoura. A mãe é o porto seguro dos bebês e estarem colados nela é essencial, fundamental, necessário.
Mãe que entende a exterogestação ouve menos choro dos seus bebês e amamenta com mais tranquilidade.
Outra questão importante nesse contexto de que bebês e suas mães precisam estar juntos é o sono. Pessoas insistem na loucura de que bebês têm que dormir sozinhos (adormecer e permanecer dormindo). Se você levar um adulto para um local que lhe seja estranho, novo, inexplorado, e mandar ele dormir, provavelmente vai passar a noite insone.
Sabe quando a gente dorme uma noite na casa de estranhos? Uma viagem... A gente não dorme bem. Por que bebês que até os 3 meses de vida não têm a menor noção de que saíram do útero têm que dormir lindamente? Nesse contexto entra a questão da cama compartilhada e do quarto compartilhado os quais defendo com muito carinho e pratico inclusive, justamente por respeitar essa necessidade de presença, de contato e de peito da exterogestação. Indo por esse raciocínio, não é saudável ensinar (obrigar) um bebê a dormir depois de chorar chamando incansavelmente a mãe.
Treinamentos de sono são tentativas de mudar a natureza do bebê. Choro de abandono é avassalador, causa no bebê uma cascata hormonal extremamente tóxica.
Se o bebê acorda inúmeras vezes é justamente porque tem necessidades e precisa e deve ser acolhido.
E a chupeta? Bom, é um bico artificial e já tem todo o perigo de desmame precoce e mais muitos outros riscos e danos, mas vou me ater ao fato dessa inocente chupeta ser um silenciador, um "cala a boca" que cessa o choro, qualquer choro, sem permitir que seja ele decodificado. Desligar a sirene sem saber onde é o incêndio. Um consolo para fazer a criança esquecer que tinha um problema e que precisava ser atendida. Chupeta interrompe a comunicação.
Vamos para um lado mais delicado do choro? Confusão de bicos - possibilidade de desmame precoce devido ao uso de bicos artificiais. Sempre que oriento alguém em plena confusão de bicos digo "vai ter muito choro mas é assim mesmo". Uma forma de preparar a mãe (e os palpiteiros) de que o choro é parte inevitável do processo de restabelecimento da amamentação tornando urgente a necessidade de encarar isso com naturalidade. Se a mãe sofre muito vendo o filho chorar, rejeitando o peito, virando o rosto e não mamando, facilmente pode sucumbir a uma mamadeira com leite artificial (e muitas vezes tem alguém com uma prontinha do lado só esperando a deixa).
Acredito que a maneira mais interessante de lidar com o choro é cada mãe se permitir estabelecer uma conexão profunda, intensa e blindada com sua cria. A díade mãe-bebê(s) tem que funcionar, como se juntos fossem um só, ver na amamentação uma continuidade da ligação do cordão umbilical, um laço firmemente amarrado.
Bebês choram e isso é só a forma de comunicação mais incrível do mundo! Ouça seu bebê, leia seu bebê, suas expressões, interprete cada solicitar, cada choro, cada vocalização, reforce diariamente essa conexão absurdamente linda da natureza. E lembre-se: para todo e qualquer choro, o peito é um santo remédio! Use e abuse do poder da amamentação.
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opoderdeamamentar-blog · 7 years ago
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O bebê humano precisaria de uma gestação intrauterina de pelo menos 12 meses para estar pronto para o mundo!
Teorias apontam que o bebê humano precisaria de uma gestação intrauterina de pelo menos 12 meses para estar pronto para o mundo, sendo o parto antecipado pela natureza como forma de possibilitar o nascimento. Isso reflete na sua extrema dependência e incapacidade de sobreviver sozinho.
A amamentação é a forma que a natureza encontrou para nutrir esses bebês fora do útero, uma ligação externa, um novo cordão umbilical. A necessidade de apego está intimamente relacionada à sobrevivência de nossa espécie. Estudos científicos comprovam que romper ou dificultar esse vínculo após o parto pode trazer prejuízos significativos para os indivíduos envolvidos, inclusive com ganho de peso comprometido no recém nascido. Logo, dizer que colo engorda é muito pertinente! O contato integral entre mãe e bebê é fundamental no estabelecimento da amamentação.
Igualmente fundamental é naturalizar essa dependência e fornecer condições propícias para a mãe moderna atende-la. Essa exterogestação dura pelo menos 3 meses após o parto podendo o conceito ser ampliado para até quando o bebê começar a entender que é um indivíduo separado de sua mãe, entre 9 e 12 meses. Estando a fase mais intensa nos primeiros 3 meses conciliada ao ajuste inicial da produção lactífera, notamos a perfeição da natureza: o leite materno precisa de estímulo de sucção para ser produzido e o bebê precisa sugar para ser nutrido física e emocionalmente!
O aleitamento materno se faz necessário exclusivo até os 6 meses de vida do bebê e deve-se encorajar prolongar a amamentação para além da exterogestação, com recomendações dos órgãos de saúde para 2 anos ou mais. Amamentar é uma linda forma de gestar na qual podemos olhar, cheirar, tocar e admirar nossos bebês.
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opoderdeamamentar-blog · 7 years ago
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Um bebê pode morrer de fome só mamando no peito?
Surge um assunto polêmico nas mídias sociais:
"Nasceu, há 5 anos, um bebê americano a termo com 3.360 kg de uma cesária de emergência por suposto sofrimento fetal, com Apgar 8/9; sem intercorrências do parto, peso ótimo e com reservas de gorduras satisfatórias. A mãe foi identificada com problema na lactogenese II por avaliação com consultora de amamentação, enfermeira e médico, tudo baseado em informações de anamnese: diabetes limítrofe, síndrome do ovário policístico, pequeno problema de infertilidade e bico do peito pequeno durante a gestação. Citam também, que quem identificou o problema de baixa produção foi um consultora certificada pela IBCLC (International Board Certified Lactation Consultant) dentro da própria maternidade onde o bebê nasceu, responsabilizando assim a consultora, que não é a responsável em emitir o diagnóstico final e nem realizar exames médicos. Por fim, o bebê chegou à óbito aluns dias após a alta do hospital e o atestado de óbito alegou a causa da morte como: desidratação hipernatrêmica e parada cardíaca por choque hipovolêmico (hipotermia)."
*Leia toda a história em: https://fedisbest.org/2017/02/given-just-one-bottle-still-alive/ (em inglês)
Diante da grande polêmica em torno do velho debate sobre a fórmula ser necessária para que os bebês não tenham desidratação por algum problema com a amamentação da mãe, decidimos trazer considerações importantes (baseadas em evidências científicas) de que nenhum dos problemas citados na matéria é um impeditivo absoluto para a amamentação exclusiva.
São elas:
Esta mesma equipe do hospital avaliou a pega como "perfeita" e encorajou a mãe a amamentar.
Contradição, porque não é satisfatório avaliar uma pega como perfeita se de fato está ocorrendo um problema na amamentação. Precisa de mais que uma pega perfeita para efetivar as mamadas.
O texto trata como se a fórmula artificial fosse negada pelo hospital e a amamentação exclusiva imposta como obrigatoriedade.
No Brasil, o protocolo dos hospitais com a certificação "Amigo da Criança" priorizam a amamentação, mas, a ideia que o texto passa é a de que, investir no aleitamento materno exclusivo, foi neste caso e em outros semelhantes prejudicial.
Relatam que o bebê não largava o peito, ficando plugado 24hs por dia na mãe.
A impressão é que tratam isso como algo negativo, quase uma patologia, ignorando as necessidades vitais de contato integral com a sua mãe, principalmente no primeiro trimestre, a chamada Exterogestação.
Disseram também se tratar de um bebê cluster-feeding, que mama a cada hora ou interruptamente, associando isso a produção escassa da mãe.
Tratam o choro como se fosse uma manifestação exclusiva de fome. Sabemos que o peito não é só alimento, mas principalmente, segurança e alimento emocional para um bebê.
Informam que o bebê não fazia xixi nem cocô na frequência esperada.
Mas não foram realizados (e nem citados no texto) quaisquer exames para investigar problemas de absorção do leite materno, mal funcionamento gastrointestinal ou outras anomalias.
Ainda, quem escreveu o texto associou a frequência da amamentação ao número de fraldas sujas sugerindo que a alimentação era insuficiente.
Uma associação absurda de horas mamando x número de fraldas sujas, pois espera-se que o bebê em livre demanda tenha um ritmo padronizado de eliminação, mas, não se deve cronometrar as mamadas tendo em vista que os padrões de sucção, absorção e sono do bebê, variam de bebê para bebê.
Tem um parágrafo comparativo das horas mamando no peito e a perda de peso em porcentagem.
Mesmo sendo a perda de peso pós nascimento um fator esperado e conhecido (devido ao acúmulo de gordura assim que um bebê nasce, justamente para esperar o tempo da apojadura do leite maduro da mães) esse terrorismo com o peso dos bebês pode interferir negativamente na amamentação.
Mencionam que amamentar estava "queimando mais calorias" que as fornecendo e citaram a "Síndrome da Segunda Noite", quando o jejum no primeiro dia causa consequências para o bebê.
Em nenhum momento houve a orientação de complementar com o próprio leite na mãe em um copinho, seringa, colher ou na sonda. Nenhuma orientação sobre a técnica da compressão das mamas (para extração do leite) ou o uso da técnica do bebê canguru (para estimular a descida do leite). A Síndrome foi citada, mas não foi realizada a triagem bioquímica para investigar se, de fato, a suspeita se confirmaria neste caso.
O bebê havia perdido 9,7% do peso do nascimento, no momento da internação na maternidade.
A literatura médica lida com um esperado de 10% de perda do peso ao nascer e cita 15% de acúmulo de gordura destinado para essa perda natural.
Mãe e bebê receberam alta hospitalar no prazo esperado.
Ou seja, para o hospital estava tudo OK com este bebê.
Em casa ela seguiu amamentando de acordo com a própria recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Supostamente em Livre Demanda e com a pega perfeita diagnosticada por esta equipe.
O bebê tem hipotermia e morre. O atestado de óbito alega: desidratação hipernatrêmica e parada cardíaca por choque hipovolêmico.
Falta de água corporal, falta de sódio e pouco volume de sangue no corpo do bebê. Todos estes componentes estão presentes no colostro e no leite de transição (leite maduro) em proporções ideais para nutrir um recém-nascido.
O texto não é científico, tem apelo emocional e foi promovido pela Fundação “Fed’s Best” que é dedicada à prevenção da inanição de recém-nascidos e lactentes devido à insuficiência de amamentação exclusiva.
Para uma mãe que está produzindo o colostro, amamentando e o recém nascido não está sendo nutrido a primeira providência é avaliar se a mamada está sendo efetiva, uma equipe bem preparada, como fonoaudiólogas, enfermeiras, nutricionistas, doulas, consultoras de amamentação e até o próprio pediatra vai observar tudo: a pega, o tempo das mamadas, a musculatura oro facial do bebê e, principalmente, apoio efetivo à mãe para este momento crucial de estabelecer uma amamentação bem sucedida. Se tudo isso estiver dentro dos padrões de normalidade passa-se a investigar por doenças congênitas, se há alguma suspeita. O bebê em questão, não tinha o funcionamento esperado do trato gastro intestinal. Simplesmente não dá pra alegar que 'ele não mamou o suficiente'.
Para enfatizar a importância do colostro segue abaixo um breve levantamento bibliográfico realizado pela nutricionista materno infantil, Luciana Silveira, contendo quadros comparativos entre o colostro, o leite de transição e finalmente o leite maduro.
A composição do LH varia entre as mulheres e em relação à própria mulher, com diferenças relacionadas com a composição em energia, macronutrientes e micronutrientes. Os fatores que podem influenciar esta composição são individualidade genética, nutrição materna, fase de lactação (Picciano, 2001).
O colostro humano é definido como o primeiro produto da secreção láctea da nutriz, até o 7º dia pós-parto. Apresenta aspecto amarelado e espesso, possui maior conteúdo de proteína, vitaminas lipossolúveis e minerais, como o sódio e o zinco, e menor teor de gordura, lactose e vitaminas hidrossolúveis, quando comparado com o leite maduro. O volume produzido varia amplamente, de 10 a 100 mL/dia, com média em torno de 30mL, aumentando gradualmente até atingir a composição do leite maduro.
Possui ainda altas concentrações de fatores de defesa, como as imunoglobulinas (IgA, IgM, IgG), lisozimas, lactoferrina, fator bífido e outras substâncias imunomoduladoras, além de agentes anti-inflamatórios, destacando-se os fatores de crescimento e os leucócitos, conferindo proteção ao recém-nascido (Akré, 2010).
Pelas suas características nutricionais e imunológicas, o colostro está bem adaptado às necessidades específicas do RN. Os seus rins, imaturos, não conseguem processar grandes volumes de líquidos; a produção de lactase e outras enzimas intestinais está começando; antioxidantes e quinonas são necessários para a proteção contra o dano oxidativo e a doença hemorrágica; as imunoglobulinas forram a sua imatura flora intestinal, impedindo a aderência de micro-organismos patógenos; e os fatores de crescimento estimulam seus sistemas vitais (Akré, 2010).
Características do leite de mães de prematuros
O leite de mães de prematuros possui maiores concentrações de calorias, gorduras, proteínas, sódio e IgA e menores de lactose, cálcio e fósforo que o leite de mães de recém nascidos a termo. Também possui maior capacidade anti-infecciosa, por conter maior quantidade de IgA, lisozima e lactoferrina (Matuhara, 2006; Lamounier, 2009; Gross, 1981).
Entre as vantagens do fornecimento do leite humano ao recém nascido prematuro destacam-se as relativas a suas propriedades imunológicas. Quando as mães destes recém nascidos permanecem no hospital durante a sua internação, ocorre a produção materna de anticorpos contra os micro-organismos nosocomiais da unidade neonatal, o que é importante para a prevenção de infecção durante a permanência hospitalar (Goldman, 1994).
Estudos tem apontado a diminuição de incidência de várias infecções, como septicemia e enterocolite necrosante, em lactentes prematuros alimentados com LM, em comparação com os que utilizaram fórmula infantil (Matuhara, 2006; Oliveira, 2005).
Já estão circulando em blogs versões cortadas e traduzidas com o título ‘uma única mamadeira salvaria essa vida‘. A indústria está se aproveitando desse material de forma desleal. A indústria faz isso. Pega casos isolados, não investigados e distorcem os fatos de modo a alcançar seu objetivo maior: FOMENTAR A INDÚSTRIA DO LEITE ARTIFICIAL. FUNDAÇÕES FINANCIADAS PELA PRÓPRIA INDÚSTRIA PROMOVEM ESTES ESTUDOS INCOMPLETOS E TENDENCIOSOS, SEM METODOLOGIA CIENTÍFICA NEM ABORDAGENS ESTATÍSTICAS NECESSÁRIAS. SITES E BLOGS, SEM NENHUM COMPROMISSO COM A AMAMENTAÇÃO E COM OS IMPACTOS QUE TAIS INFORMAÇÕES ERRADAS CAUSAM NA SOCIEDADE, DIVULGAM E CONTRIBUEM PARA NATURALIZAR O DESMAME DE MUITOS BEBÊS. NÃO PROPAGUEM SENSACIONALISMO, NÃO ACREDITEM EM TUDO QUE VENDEM! CUIDADO COM A INDÚSTRIA!
Todas nós sentimos muito a perda dessa vida. Utilizar do sofrimento dessa mãe para difundir mitos que podem prejudicar muitas outras mães e seus bebês é baixo, é muita maldade. Desejamos uma assistência adequada às lactantes do mundo todo.
Equipe de moderação do grupo FAG - Falando de Amamentação Gemelar da rede AMS - Aleitamento Materno Solidário.
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