Contos do passado e presente do mundo mágico. Fairy Tail RPG - Flames of Revolution: https://www.facebook.com/groups/1682892475325256/
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Obrigada
“Claire… Claire… ”.
Mais uma vez, era criança. A névoa a rodeava como um animal cercando a presa e sua cabeça doia como nunca. Claire escutava seu nome ser chamado, mas não sabia de onde vinha o som e, ante a escuridão ameaçadora do local, a criança apenas recuava mais e mais, encolhendo-se sem saber o que fazer.
De repente, o local mudou. Agora ela reconhecia a ilha para a qual foi mandada para trabalhar como escrava. Exigiam sua magia e nada podia fazer contra eles, sua única opção era fugir, mas a primeira vez que tentou aquilo, o preço foi alto. Alto demais.
Sentiu mais uma vez o calor das brasas em suas mãos até ficarem em carne viva, a punição desumana por ter ousado sonhar com a liberdade. Os gritos que deixaram a sua garganta não comoveram seus captores, pelo contrário, enquanto alguns ignoravam a criança permanentemente traumatizada, outros ainda a ameaçaram para calar-se ou “poderia ficar pior”.
“Claire! Claire!”.
A voz se tornava mais urgente, mas a maga do gelo estava presa demais em seu próprio pesadelo para se importar com isso. A lembrança que se seguiu foi da segunda tentativa de fuga, esta executada com sucesso por ela e mais algumas crianças que, pouco a pouco, tiveram suas vidas ceifadas no oceano pelas dificuldades.
Sua magia foi útil, mas exigir tanto dela sem treino e com as mãos naquele estado foi sacrificar o pouco que tinha. Quando chegou em Fiore, o corpo desnutrido exibia as mãos necrosadas e quando, por milagre, Marie a encontrou, já não havia cura além da amputação.
A lembrança de Marie lhe dando as próteses depois da cirurgia, por algum motivo, não lhe trazia mais conforto, apenas medo. O ambiente do hospital foi ficando escuro e o rosto da mestra se transformou no do maldito soldado que havia condenado-a àquela vida. Seu peito foi se apertando numa sensação mais e mais claustrofóbica, enquanto o ar encontrava dificuldade para fazer o caminho natural em seu corpo. Quando deu por si, Claire era mais uma vez a criança indefesa na mão dos captores e dessa vez não podia ao menos falar.
“Claire… Claire...”
— CLAIRE!
O grito de Meiko a acordou, mas a maga só tomou consciência de onde estava ao perceber a amiga desviar duma rajada de gelo e cair no chão. Claire jogou as cobertas para cima e correu até onde ela estava, a preocupação visível em seus olhos.
— Meiko! Desculpe-me, eu…
Parou ao perceber uma coisa: Todo o seu quarto estava congelado.
Há quanto tempo isso não acontecia? Desde a guerra contra Krich, onde ela havia superado boa parte dos seus medos, a maga nunca mais havia experimentado nenhum tipo de descontrole quanto à sua magia, então por que justo agora?
— Eu estou bem — Meiko tranquilizou-a, tossindo um pouco — Mas quando a gente sentiu o frio…
— Não foi muito difícil imaginar o que estava acontecendo — Luna apareceu na porta, trazendo três xícaras de chá numa bandeja. Sentou-se junto das amigas no chão e Claire pegou uma das xícaras, sentindo o vapor quente emanando da bebida. Respirou fundo para absorver o aroma e, lentamente, o quarto voltou à temperatura devida.
— Me desculpem — Suspirou — Não deveria envolver vocês nisso.
— Somos amigas, é claro que você tem que nos envolver! — Meiko comentou, sentando-se com energia e velocidade invejáveis para uma madrugada — Deveria ter nos falado que estava com medo.
— Medo?
— Da viagem para Krich — Luna completou — Não é por isso que você teve esse pesadelo?
As palavras de Luna a fizeram pensar sobre aquilo pela primeira vez. Quando Ada lhe contou sobre o ensino das crianças, fez questão de lhe dizer que entenderia completamente caso Claire não se sentisse à vontade para ir, Claire, pelo contrário, disse que seria ótimo colaborar para que as próximas gerações não passassem pela tragédia que ela passou. Seu trauma estava completamente superado e ela sentia-se segura em ir como uma maga da Mermaid Heel representando Fiore naquela missão. Agora já não tinha mais tanta certeza.
— Não sabia que estava com medo — Claire admitiu — Achei que isso já havia… passado. Depois da guerra e tudo mais.
— Bom, era o que ambas achávamos — Luna bebeu um pouco de chá antes de voltar a falar — Mas certos traumas acabam ficando no nosso subconsciente e, bem, você passou por bastante coisa.
Claire meneou a cabeça, sendo obrigada a concordar.
— Tudo bem se você não quiser ir — Meiko tentou convencê-la — Mestra Ada vai entender e ninguém vai te julgar por isso, a maioria nem sabe que você veio de lá.
— Eu sei, mas… Eu quero fazer isso. Não só pelas crianças, mas por mim — Claire confessou — Preciso colocar um ponto final nesse assunto, preciso superar isso de uma vez por todas.
— Não podemos nem ao menos ir com você? — Meiko pediu.
Claire não pôde evitar sorrir. O que ela havia feito em vida para merecer amigas como aquelas duas, nem ela sabia, então apenas se sentia grata por ter encontrado-as. Embora no começo a adaptação tenha sido difícil, era impossível imaginar uma vida sem seu time agora. Elas eram a razão pela qual aprendeu a não temer o seu poder e a razão pela qual buscava fazê-lo crescer cada vez mais, a razão pela qual buscava superar seus traumas para assim ajudar Meiko e Luna a lidarem com suas respectivas dificuldades também. Precisava retribuir a amizade das duas de alguma forma, então, embora não fosse a melhor das pessoas na personalidade, se esforçava para, pelo menos, ser a melhor amiga que pudesse ser.
— Eu realmente preciso fazer isso sozinha — Tentou parecer tranquila — Mas eu mandarei notícias enquanto estiver lá, não se preocupem.
— Mande mesmo — Luna falou, séria — Todos os dias.
— Certo.
— E se você se sentir muito mal lá, é pra voltar, viu? Nem que seja fazendo uma ponte de gelo pelo oceano! — Meiko disse antes de terminar o chá, gesto repetido por Claire, que deixou escapar um riso.
— Ok, ok.
— E vamos fazer uma maratona de filmes de comédia antes de você ir, para você só lembrar de coisas boas — Meiko continuou, apoiando-se em seu ombro.
— Sinta-se à vontade para nos ligar durante a viagem caso não se sinta bem, mesmo que seja de madrugada — Luna advertiu, pegando uma de suas mãos.
Claire não teve muito o que fazer além de sorrir e menear a cabeça em positivo, puxando as duas para um abraço que foi prontamente retribuído. Naquele momento sentiu que, sim, poderia enfrentar qualquer desafio do mundo enquanto tivesse suas amigas para apoiá-la, e mesmo seus demônios internos relacionados à Krich agora pareciam apenas meras casualidades que poderia derrotar tão fácil quanto magos de rank baixo.
Não era boa em se expressar, então o que deixou seus lábios foi apenas uma palavra, mas com um significado imenso.
— Obrigada.
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Shattered
Durante a noite, a Vila do Sol parecia um vilarejo mal-assombrado.
Essa era a conclusão que Karma, escondido estrategicamente na copa de uma árvore, havia chegado. Enquanto esperava seus alvos retornarem ao esconderijo, o jovem adolescente não iria se surpreender caso visse uma ou duas almas penadas perambulando por ali.
Papillon não havia gostado muito da ideia dele fazer aquela missão, mas pela força da insistência (E uma ajuda de Donatella), ele estava ali. Capturar um bando de ladrões com certeza seria muito mais fácil se tivesse trazido alguém consigo, mas ele não podia pedir ajuda.
Ou melhor, não queria pedir ajuda. Ele tinha um propósito claro em sua vida, e se não conseguisse capturar aquela escória sozinho, esse propósito não passaria de uma piada.
E ele estava mais que disposto a arriscar sua vida por isso.
Rastrear o grupo foi a parte fácil. Depois de observar os locais dos roubos e detectar os padrões, aquele era o único local para o qual poderiam fugir em tempo hábil.
“Chegaram” Encolheu-se por instinto, vendo os homens entrarem rindo na pequena casa abandonada. O plano era simples: Aguardá-los baixar a guarda e então irromper num ataque furioso!
Mas se era tão simples, por que seu coração estava acelerando? Sério que havia resolvido ficar nervoso justo agora? Péssimo! Precisava retomar o controle o mais rápido possível, afinal, quando teria outra oportunidade? Não era essa a chance que estava esperando? A chance de crescer e ser visto como um pouco mais do que o adolescente que era? A chance de estar um pouco mais perto de seu mestre?
Não Papillon, seu verdadeiro mestre. Aquele que havia lhe criado, lhe treinado de forma exemplar e em quem havia confiado durante cada minuto de sua vida.
Aquele que havia lhe ensinado o que era a justiça e agora atentava contra as próprias palavras.
Com aquele pensamento, seu nervosismo foi aos poucos dando lugar à tristeza. De fato, seu medo já havia lhe tirado a pessoa mais importante da sua vida. O que mais ele tinha a perder?
"É agora".
Como um torpedo, pulou da árvore diretamente na janela da casa velha, quebrando-a sem muita dificuldade e já aterrissando no estômago de um deles. Invocou uma espada assim que sentiu o chão firme e, finalmente, sentiu-se completo.
Podia até mesmo ouvir as orientações de seu mestre enquanto lutava.
Sorriu. Era nostálgico.
Preste atenção, Karma: Numa luta, cada movimento determina se você irá viver ou morrer, sem meio termo. Você escolheu o caminho da espada, e nele não há espaço para hesitações.
Houve um som de choque quando bloqueou o porrete do líder. Depois disso, sua espada cortou a arma como se fosse papel. Chutou a barriga do homem depois de desarmá-lo e já avançou para cima do segundo, sem deixar tempo para reação.
Está vendo aqueles pontos? Todos são aberturas. Pessoas desesperadas tendem a deixá-los bem abertos, então lembre-se de sua vitória sempre vai depender de duas coisas: Estratégia e foco.
Outra espada invocada. Com uma em cada mão, bloqueava os ataques e usava o peso dos inimigos como uma vantagem, voltando-os contra eles mesmos.
Os que não tentavam fugir caiam, um por um.
Perfeito, mas está vendo os covardes se agrupando? Eles são os piores, não os deixe escapar.
— Eu sei — Ignorou o fato de que a voz existia apenas na sua mente e desequipou uma das espadas. A missão era bem clara: Apenas o bando TODO daria a recompensa, então tratou de avançar para fora da casa, desmaiando quem encontrou no caminho.
A escuridão imperava ali.
Pôde escutar os risinhos de deboche. Na escuridão, sentiam-se seguros e Karma sabia que estavam apenas se organizando para tentar atacá-lo todos em conjunto, pelo menos os que ainda estavam acordados.
Sorriu, levando uma mão ao bolso, enquanto a outra erguia sua espada.
— Quem ri por último, ri melhor — Disse antes de apertar o detonador que trazia consigo. Ao mesmo tempo, um movimento com sua espada criou uma barreira ao seu redor, protegendo-o da enorme explosão de todas as árvores num raio de três quilômetros.
Quando a fumaça baixou, o rapaz apenas observou todo o bando caído, começando metodicamente a fazer a contagem, juntar os corpos e amarrá-los num canto.
Muito bom, Karma. Tenho orgulho de você.
Deu um suspiro pesado.
— Mestra Papillon, a missão terminou.
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Curiosidades #1 - Sobre os arcos
Vocês já devem ter percebido que praticamente todo arco que eu faço leva o nome de uma música. Para reviver este tumblr, junto com o RPG que volta a se movimentar, gostaria de mostrar as músicas que guiaram meus arcos no Flames até agora.
É regra geral que, para uma música ser escolhida, eu geralmente tive a ideia do arco enquanto a escutava, mas também há casos em que eu idealizei o arco primeiro e depois procurei uma música que combinasse para nomeá-lo, geralmente é a situação dos arcos mais recentes.
Para escutar a música em questão, basta clicar no nome dela.
1. Danse Macabre - Camille Saint-Saëns
Acho que este é um pouco autoexplicativo. Foi enquanto escutava essa música que idealizei alguém controlando almas como marionetes, enquanto brincava com a vida e a morte como se jogasse xadrez; passei um tempo polindo a ideia e daí nasceu Lestrad, todo o background envolvendo Zodíaco e, de quebra, uma breve introdução à Oración 6.
2. Winds of Change - Scorpions
Eu não tive a ideia do arco enquanto escutava a música, mas não consigo imaginar uma com o nome mais apropriado. Winds of Change trouxe muitas coisas e nomes que influenciaram no mundo do RPG e se tornaram presentes na vida de muitos chars, além de expandir bastante a narrativa: O passado de Ada, o governo de Krich, Yves, Ivan, Danika, Mad e, finalmente, a revelação de quem Echo queria matar: Nashira. Sem dúvida, um arco que impactou personagens e NPCs de muitas formas.
2.1 Victims of Love - Good Charlotte
Um desprentensioso especial de Dia dos Namorados, feito para desenvolver a relação do Vladimir com o Roro (Que aos poucos foi se tornando a figura paterna que Vladimir não teve) e dar umas pistas sobre Yezi, quando vocês ainda nem sonhavam que ela existia.
3. Sky is Over - Serj Tankian
Nada me tira da cabeça que esse foi o texto pós-arco mais longo que eu já escrevi. Além da quantidade de detalhes e pulos temporais, vários personagens e NPCs tiveram suas vidas modificadas a partir daí, sem falar nas cenas que serviram de partida para arcos futuros e a pergunta que ficou na mente de muitas pessoas: Nashira estava viva ou não?
Menção honrosa ao fim(?) de um shipp amado por uns e odiado por outros: Lestrad e Zodíaco, que tiveram seu último encontro no limbro e, até agora, se separaram definitivamente para que Zodíaco assumisse seu lugar de direito como antagonista maior de minhas aventuras.
4. Xenogenesis - TheFatRat
Um arco relativamente simples, mais focado nos personagens do que na narrativa em si. Admito que penso em fazer mais arcos assim no futuro. Também nos apresentou o drama familiar de Donatella e Kasper, que é amada por uns, odiada por muitos e dona de uma ilha que eu mesmo queria morar.
5. The Calling (feat. Laura Brehm) - TheFatRat
Narrar um arco com Pudinzinho é sempre uma alegria, e Edolas era algo que planejávamos há algum tempo. Muitos desejos de vocês foram concretizados, incluindo certos shipps que, em Earthland, por enquanto, são impossíveis.
Agora, com a nova geração, talvez seja hora de visitar Edolas mais uma vez.
6. Bring Me To Life - Gregorian
Como o foco do arco foi o nascimento/criação do Kardia, acho que a letra de Bring Me To Life é bastante apropriada. Escolhi a versão em canto gregoriano por pura preferência pessoal, além de achar que combina mais com a “mística” do momento.
7. Battle Sirens - Knife Party feat. Tom Morello
A quebra no estilo musical serviu não só para introduzir uma nova fase no RPG, mas também um novo núcleo: Piratas. A tripulação do Holandês Voador foi mais aceita do que eu imaginei que seriam, eles definitivamente aparecerão em arcos futuros.
7.1 Still Loving You - Scorpions
Mais um especial de Dia dos Namorados (O que me fez perceber que não escrevi nada para esta data em 2018). Seguindo a regra do anterior, este também é focado em mostrar um momento simples na vida de algum personagem, no caso, os gêmeos da Oración 6, Zodíaco e Finnian, sob o olhar de Rhaenya - Uma das esposas de Finnian, que morreu tragicamente antes da história do RPG começar, além de ser mãe de Kasper e Fukase. Ainda quero abordar mais os casamentos de Finnian no futuro, as tragédias em sua família são importantes para seu desenvolvimento como personagem.
8. Shall Never Surrender - Devil May Cry 4
E com esse arco, finalmente a resolução de um mistério que já durava algum tempo: Kasper estava viva, afinal.
A trilha sonora de Devil May Cry é maravilhosa e Shall Never Surrender caiu como uma luva para o que eu queria expressar. Falar mais do que isso sobre o arco seria spoiler, afinal, temos os personagens mais velhos e Zodíaco jurando vingança sobre a Tártaros, mas sem esquecer de seu objetivo principal: O mundo.
Espero que tenham gostado de saber mais sobre o mundo “por trás dos panos”, no futuro, talvez faça uma segunda parte, quando tiver músicas o suficiente.
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E para ressuscitar o tumblr, a segunda edição do Flames on CRACK!
Dessa vez nossos personagens aderiram à moda do #DateRuim, o que acharam? Se gostaram, posso fazer a parte 2.
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8ª Memória - Yezi
Yezi cuspiu sangue, vendo as veias em seus braços se destacarem cada vez mais inchadas e escuras. A maga tremia no chão, recostada a uma árvore enquanto ao seu redor três corpos de magos mortos jaziam, tão deformados que nem ao menos pareciam humanos.
— Droga — Ela soltou uma risada indisposta, seguida de um grunhido de dor que suprimiu ao sentir seu olho inchar.
Péssima hora para a magia ficar desestabilizada.
— Então é assim que vai ser — Arfou — Tudo bem… A quem eu quero enganar?!
Começou a forçar o próprio poder mágico, numa tentativa de se curar que só parecia lhe causar mais dano.
— Não… Fode… Comigo — Murmurava, os longos cabelos negros grudando no rosto com o suor, enquanto seu corpo se deformava cada vez mais — Eu ainda… Preciso salvá-lo… Eu ainda preciso… Achar…
Mas seus esforços eram inúteis. Era possível ver a dor no rosto da maga, a recusa em ir embora, a disputa para se manter consciente que a fazia cravar as unhas (Que a essa altura já haviam se transformado em garras) no chão, como se de alguma forma aquilo fosse ajudar.
O grito de Yezi ecoou por toda a floresta quando a vida estava prestes a deixar o corpo da maga, mas, de repente, como se uma força superior a mantivesse ali, toda a dor parou.
Ainda estava viva, ou seja lá o que fosse aquilo.
Uma mulher loura e muito pálida coberta com um véu apareceu para a maga.
Yezi estreitou os olhos, aquela imagem lhe era familiar.
— Eu sei quem é você… Zodíaco, não é? A da Oración 6.
A feiticeira meneou a cabeça.
— O que quer?
— Eu lhe devolvo a pergunta: O que você quer?
— Hã?
— É muito triste morrer sem cumprir seus desejos, não é? Eu sei que você ainda tem coisas. Coisas que não pode deixar para outra pessoa realizar.
Encararam-se.
— Se vier comigo — Zodíaco continuou — Você nunca mais vai precisar se preocupar com a mortalidade, nunca mais precisará se preocupar com o tempo e nunca mais precisará se preocupar com a sua magia lhe causando qualquer dano irreversível.
Tentador, mas naquele momento, Yezi só estava com um pensamento em mente.
— Roro. Eu preciso curá-lo.
— Esse é o seu maior desejo?
— Não, mas é uma promessa que eu tenho que cumprir — Falou com determinação.
— Pois bem — Zodíaco balançou a cabeça, mostrando entender seus sentimentos — Isso também pode ser arranjado.
— E o que você quer em troca?
— Já deixei bem claro, não? Apenas que me sirva. Torne-se meu espírito e nunca me traia. Eu preciso de pessoas fiéis e inteligentes, que sejam capazes de governar o mundo quando eu o conquistar.
— O mundo? — Ergueu uma sobrancelha, sorrindo com desdém — E por que o mundo ficaria melhor nas suas mãos do que na desse bando de reis e magos incompetentes que estão tomando conta?
— Porque os reis são perecíveis. Eu sou eterna. Além do mais, estes reis não sabem o sofrimento real de seus povos. Eu sei.
Algo no rosto de Zodíaco mudou quando ela falou aquilo.
— Eu sofri pelo que eu sou, assim como você sofreu, Yezi. Por isso a sua ajuda é importante, não posso confiar meu plano nas mãos de qualquer um e eu venho lhe observando há algum tempo.
— E me esperou praticamente morrer para vir falar comigo?
— Para lhe provar que a morte nunca é o fim, apenas um novo começo. Pense, Yezi. Pense num mundo onde ninguém que nasça com a sua magia seja desprezado, um mundo onde seus poderes não seriam considerados uma maldição, e sim uma benção. Você pode participar disso.
Aquelas palavras causaram um profundo impacto na maga das trevas.
— Existem… Outros como eu? — Perguntou em voz baixa.
— Existem. Nenhum deles tão velho quanto você, a maioria morre muito jovem. Você conseguiu controlar o incontrolável, pense no quanto seu conhecimento seria útil para ajudar outros que por ventura nasçam dessa forma.
— E Roro? Mesmo que eu vá com você, ainda poderei procurar uma maneira de salvá-lo, certo?
— Está é sua prece? Curá-lo?
Naquela altura, já era certo que Yezi aceitaria. A mulher sabia que precisaria de uma prece se quisesse entrar na Oración 6, mas por mais que amasse Roro, aquele não era o maior desejo de seu coração.
— Não — Zodíaco ficou surpresa — Eu o amo e, com certeza, vou curá-lo, mas o que eu mais quero… Eu quero encontrar alguém igual a mim.
Lentamente, Zodíaco meneou a cabeça.
— Que assim seja.
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Black Flag
O vento bagunçou seus cabelos ao mesmo tempo em que o cheiro salgado do mar invadiu suas narinas e ela inspirou forte. Como o amava! Era onde nasceu e para onde voltaria, pois de alguma maneira, Lisa tinha plena consciência de que morreria no mar e ai de quem ousasse tirar seu corpo dali!
Ada nunca acreditava quando mencionava esses pressentimentos, pudera, a mestra era uma mulher integralmente prática, mas ela não, ela era mística, filha e mãe das águas, com as almas de muitas sereias dentro de si. Talvez fosse por isso que tivesse esta sensação tão forte.
O balanço do navio também era algo familiar que a enchia de lembranças sobre seu passado, sua vida antes da Lamia e quando era apenas uma jovem sedutora que podia ter quem quisesse aos seus pés.
Com exceção da única pessoa que realmente quis.
— É estranho ver você fora da água — Uma voz masculina tirou Lisa de seus devaneios. O cozinheiro do navio sorriu de forma amigável e se aproximou, mantendo os olhos no mar — Como é estar de volta?
— É bom… E nostálgico — Sorriu — Obrigada por aceitarem isso, eu não poderia pensar em outra tripulação se não vocês.
— Agradeça ao capitão, não é como se pudéssemos negar o pedido de nossa amada dama dos mares — Estendeu sua mão num floreio teatral, Lisa alargou o sorriso e aceitou a mão estendida com uma reverência exagerada.
— Mas agora não sou a única, não é? — Disse em tom falsamente ciumento — A cirurgiã de vocês… Como é o nome dela?
— Tarja Vane.
— Isso. Como ousam aceitar outra mulher aqui depois da minha partida? — Empinou o nariz e o manteve assim por uns três segundos antes de cair na gargalhada, sendo acompanhada por seu ouvinte — Estou brincando, ela parece ser competente no que faz.
— Bastante. Salvou o Enzo umas três vezes, tem amplo conhecimento de ervas medicinais e conseguiu recuperar o braço do vovô Bart quando todo mundo achava que teríamos que amputar. O capitão a ama, nesse dia então, só faltou pedi-la em casamento e… Perdão — Calou-se ao ver a tristeza tomar conta do olhar de Lisa antes que ela pudesse disfarçar. A maga balançou a cabeça.
— Relaxa, se ele está ou não com alguém, não é da minha conta, você sabe.
Um silêncio desagradável seguiu a frase. Um clima pesado surgiu entre os dois e Lisa suspirou, sem desviar os olhos do mar. Quando o cozinheiro quebrou o silêncio, a sereia desejou que ele não o tivesse feito.
— Você poderia me amar, você sabe — Disse baixo — Não precisaria estar passando por isso.
— A maldição de uma sereia é fazer todos os homens se apaixonarem por ela, com exceção daquele a quem ela realmente amar — Lisa parou por alguns segundos, observando seu antigo companheiro de tripulação — Você sabe que a sua atração por mim é apenas por conta da minha magia. Quando você encontrar uma mulher que realmente goste, vai acabar, então não insista, Francis. Além do mais, se eu lhe amasse de verdade, você é quem não se apaixonaria por mim.
O homem ao seu lado era obviamente descrente quanto a isso.
— Você é muito mais que apenas beleza e magia. Eu consigo ver isso porque te amo, mas se você mesma não consegue enxergar, não é surpresa que ninguém mais possa.
Com um suspiro resignado, afastou-se da parede onde estava encostado e foi caminhando de volta para a cozinha, mas antes de cruzar a porta que levava ao interior do navio, virou-se, encarando Lisa nos olhos.
— Você pode até ser uma maga poderosa, mas duvido que a sua magia seja tão forte que tenha me enfeitiçado durante todos os anos em que você não esteve aqui. Meus sentimentos por você nunca mudaram, Lisa, desde aquela época. Se ainda assim, você prefere acreditar que são falsos, bom, isso é com você.
E saiu.
A sereia ficou alguns segundos encarando a porta, sem saber como reagir a toda informação repentina. Fechou os olhos, balançou a cabeça e decidiu que era o suficiente para aquele dia. Pulou no mar sem pensar duas vezes, liberando uma das almas que tinha e se afundando na profundeza dos mares, numa fuga vergonhosa. Não era boa lidando com certos sentimentos, aliás, não conseguia pensar em nenhum mago da Lamia realmente capaz no assunto.
“As coisas que faço pela guilda” Pensou, acalmando-se com a paisagem submarina enquanto se lembrava do que a levou ali.
Tinha uma missão.
E como maga, a levaria até o fim.
— Se quisermos ter a mínima esperança de fabricar estas lacrimas, precisamos de um jeito de chegar até lá — A voz de Valentine alertou os presentes, apontando para uma ilha marcada no mapa.
— Nenhum dos navios de Fiore passa por esta região, dizem que é amaldiçoada — Cornélio falou.
De fato, Lisa conhecia as lendas. Algumas sereias que ela guardava dentro de si foram pegas ali, inclusive. Era um mar repleto de monstros, com um clima louco que desafiava a lógica. Ninguém realmente sensato iria até ali sem estar muito seguro ou muito desesperado.
No momento, estavam desesperados.
— Eu vou — Ofereceu-se — É um ambiente familiar para mim, quando se fala de mar, eu tenho mais chance de sucesso que qualquer mago em Fiore.
— É arriscado demais você ir sozinha, Lisa. Não que eu duvide da sua capacidade, mas pelas informações que a Anciã das Florestas nos passou, as provações que teremos que enfrentar para conseguir isso vão muito além do escopo de uma só pessoa, além de mais, se mandarmos os magos certos, há mais chance de, pelo menos, um voltar com vida e trazendo o que precisamos.
— Certo, então façamos assim — Debruçou-se sobre a mesa, assumindo o controle da situação — Escolham os magos que vocês querem, enquanto isso, eu irei atrás de uma tripulação louca o suficiente para navegar até aquelas águas.
— Poucos são os navios capazes de aguentar esse tipo de viagem, Lisa — Cornélio ponderou — Como pode ter tanta certeza de que aceitarão?
— Eles não negarão o pedido de quem já foi uma deles. Eu não estou falando de qualquer navio, uma tripulação fraca e um navegador mequetrefe, senhor Cornélio.
Afastou-se, dando-lhes tempo para digerir com calma a informação que viria a seguir.
— Eu vou trazer o Holandês Voador.
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Vester foi a primeira esposa de Finnian. Seus cabelos eram azuis como o mar. Vivia constantemente sobre sua cama, doente, mas ainda assim, não há uma pessoa que a tenha ouvido reclamar ou descontar a dor em alguém. Dizia-se na comunidade feiticeira que, se Finnian amou uma das esposas, com certeza foi Vester.
Nao foi a segunda esposa. Seus cabelos eram azuis como a noite. Era astuta, narcisista e ambiciosa, assim como o próprio Finnian, o que se revelou uma péssima combinação. Na guerra entre magos e feiticeiras, Nao traiu seu próprio povo e entregou Rhaenya e junto com os filhos de Finnian por ciúmes. Ao saber disso, Zodíaco pessoalmente tratou de vingar suas aliadas e estraçalhou a alma da cunhada.
Rhaenya foi a terceira. Seus cabelos eram azuis como o céu e, assim como o próprio céu muda de cor dependendo do horário, não era incomum que seus fios mudassem entre o lilás, o esverdeado ou até outros tons, de acordo com a iluminação ambiente. Era uma mulher de atitude prática que demonstrava poucos sentimentos, mas jamais deixou seus gêmeos duvidarem de seu amor. Até mesmo os filhos de Vester confiavam nela, porque embora não os amasse como seus, Rhaenya era justa e os tratava com respeito. Dentre as três esposas de Finnian, Rhaenya foi a única que Zodíaco aprovou.
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On & On - Parte 3 (FINAL)
Quando a filha lhe contou sobre o relatado por Gear, a feiticeira não acreditou. Só pôde crer quando a própria Nashira analisou a linha do tempo do pai e relatou em detalhes tudo o que viu antes de Zodíaco expulsá-la das memórias dele com um sorriso imperceptível. A garota não aguentou a extensão do poder da mestra da Oración 6 e foi preciso que Rasalas intervisse antes que perdesse a única família que lhe restava. -Se Zodíaco realmente usou aquele ritual em toda a Oración 6, seus amigos não terão chance - Falou com tranquilidade, afinal, o assunto não lhe dizia respeito. -Eu sei. -Nenhuma magia conhecida vai servir contra eles. -Eu sei. -Os que se oporem a ela morrerão, os mestres de guildas serão os primeiros. Ela hesitou antes de responder. -… Eu sei. -Seus amigos ou morrerão lutando ou trairão a própria guilda em busca da sobrevivência. -Onde a senhora quer chegar com isso, mãe? -Nenhum deles pode vencê-la. -A senhora pode. -Isso é relativo, eu posso lutar de igual para igual com ela, mas uma batalha entre nós duas, acho que nem mesmo Zodíaco em toda a sua arrogância ousaria prever um resultado favorável sem uma estratégia muito bem fundamentada. -Mas ainda assim, a senhora tem chance. -Mas esta não é a minha luta. É a sua.
Viu a filha engasgar.
-Mas eu não tenho o poder que a senhora tem! Vai muito além da questão dos reinos, é… - Nashira mexeu os braços nervosamente – Derrotar um membro da Oración 6 não é a mesma coisa que derrotar um ser humano! Seres humanos morrem!
Ok, nisso ela tinha razão.
-Este não é um poder que os magos poderiam conseguir por vias normais – Advertiu, quase rindo. Não havia nada de normal na forma em que ela havia conseguido-o também, suas mãos estavam ali para provar.
-Mas a senhora poderia me ajudar a passar pelo…
-Nem pense nisso! Eu não deveria ter almejado isso e você não vai cometer o mesmo erro!
Nashira suspirou.
-Quando eu era criança, a senhora sempre me dizia que tudo acontece com um propósito, ainda que nós não compreendamos de imediato… Talvez esse poder tenha vindo justamente para isso: Parar Zodíaco. Mãe, se houver alguma forma de, sei lá, colocar esse poder em Ethernano, de forma que os magos possam usá-lo… Por favor, mãe. Eu quero salvar o papai e sei que a senhora quer isto tanto quanto eu!
Rasalas se deu por vencida.
-No time que você ficou na guerra contra aquele outro país… Qual o nome…
-Krich?
-Este mesmo. Havia nele um rapaz que aparentava ter o mínimo de cérebro, aquele de cabelo escuro que tentou lhe ajudar contra o discípulo megalomaníaco de Zodíaco… O iludido de cabelo castanho, não lembro o nome.
Nashira riu, era muito bom falar dos inimigos quando sua própria mãe os xingava por você.
-Sim sim, Valentine, que nos ajudou contra Lestrad, o que tem ele?
-Ele aparenta ter um cérebro um pouco melhor que a maioria, nada muito notável, mas talvez ele consiga fazer algo quanto a isso.
Os olhos negros de Nashira brilharam como estrelas enquanto a garota emitia o sorriso mais largo que Rasalas vira desde que ela havia voltado. Acabou sorrindo também.
-Traga-o aqui – Completou – Mas apenas ele! Não quero Enbizaka infestada com aquelas pragas.
-Valentine com certeza vai ser útil – A feiticeira precipitou-se sobre a mãe, num abraço apertado – Oh, mãe, muito obrigada! Muito obrigada mesmo!
A Anciã das Florestas apenas retribuiu, alisando os longos cabelos da filha.
Ah, as coisas que ela fazia por amor.
Fim...
Será?
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On & On - Parte 2
A primeira feiticeira que chegou havia perdido tudo na guerra e implorava por abrigo e proteção para si, fraca e debilitada demais para se manter sozinha, depois veio outra em situação semelhante, e depois outra, e outra, e outra. Algumas traziam filhos, maridos ou poucos parentes próximos que sobreviveram em situação precária. Rasalas era fria, mas jamais deixaria uma irmã passar fome enquanto houvesse comida em sua mesa. Aos poucos o vilarejo foi habitado e as proteções ao redor deles fortemente reforçadas. Sem a necessidade de se esconder, as mulheres podiam livremente praticar a perícia de seus reinos e não seria exagero dizer que aquela vila simples era mais bem protegida que qualquer castelo real na face da Terra que existiu nos últimos séculos. E havia ela, a Anciã das Florestas, que existia desde antes disso. Em geral, feiticeiras possuíam uma grande longevidade, mas não chegava a milênios, era preciso muito mais que um metabolismo para isso, era preciso mexer com artes que desafiavam a própria natureza num nível em que poucos eram capazes de arriscar, o preço era muito alto, e ela descobriu isso da pior forma. Encarou as próprias mãos, permanentemente enrugadas como as de um velho, embora o resto do corpo fosse bastante jovem. Apenas duas pessoas no mundo haviam se arriscado ao ponto de estender a própria vida durante mais de mil anos: Uma era ela, que descobriu tarde demais que toda lei natural possuía uma razão para existir, a outra era Zodíaco, que antes até fora sua companheira de batalhas, mas agora não era nada mais que um Nêmesis enlouquecido na própria sede de poder. Paciência, apesar de concordar com o objetivo dela, os meios que a mestra da Oración 6 usava eram insanos demais para que a Anciã das Florestas apoiasse aquele plano. -A senhora está feliz com isso? Digo, meu namoro ter acabado e tudo o mais? -Não diria feliz. Embora odeie admitir, aquele garoto lhe fazia bem e você estava feliz com ele. Como mãe, eu não poderia ser contra alguém que te ajudava a melhorar, mas estou sendo sincera ao dizer que estou aliviada ao lhe ver longe daqueles magos. Ficaram em silêncio, admirando o pôr do sol que se estendia no horizonte. -Ei, mãe. -Sim? -Obrigada – Rasalas não entendeu – Por não esfregar na minha cara que estava certa, ou coisa assim. -Eu sou sua mãe, Nashira, não o seu carrasco – Suspirou – Como eu disse, você é parecida demais comigo quando tinha a sua idade, eu lhe conheço. Se eu disser que algo é impossível, você vai deixar a preguiça de lado por algum tempo apenas para me provar que é possível e me mostrar outras perspectivas, antes de deitar na cama, se enrolar com o coberto feito uma lagarta no casulo e dormir por dois meses inteiros para descansar. Você é a mistura da minha teimosia com a personalidade do seu pai. Ela riu. -Verdade – Achegou-se no colo da mãe – Mas depois de tudo… Depois daquilo… Eu não sei se quero voltar para a Sabertooth. No fim… No fim, tudo foi uma ilusão, não é? A Anciã das Florestas parou. Nashira não se referia apenas ao namoro que acabou. -Aquela história de todos conviverem bem, magos e feiticeiras se ajudando de forma harmoniosa… É ilusão – Ela soltou uma risada triste – A senhora estava certa, mãe. Sempre esteve. É inútil, eu desisto! Eu sou uma idiota que sempre acreditou em mentiras e no fim, só viveu em um conto de fadas! Embora sempre quisesse ouvir que a filha deixaria aquela guilda de selvagens, a expressão da Anciã estava repleta de pesar, lembrando-se do outro assunto que trataram. Não era daquele jeito que queria que acabasse, não com a filha naquele estado: Rindo enquanto as lágrimas inundavam seu rosto. Mas se nem mesmo ela conseguia crer que seu marido aceitou de livre e espontânea vontade ter a alma profanada para voltar dos mortos em busca de vingança, quem dirá Nashira, que desde pequena via Sirius como uma referência de amor, bondade e justiça?
Continua...
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On & On - Parte 1
-Ei, mãe. -Sim? -Quando a senhora e o papai começaram a namorar… O que as pessoas disseram? Rasalas respirou fundo, passando a mão pelos cabelos compridos da filha deitada em seu colo enquanto olhava o céu, lembrando-se de uma época que, para quem viveu milênios, não fazia tanto tempo assim. Há exatamente uma semana Nashira chegou em casa, pela primeira vez sem data para voltar à guilda. Demorou dois dias para que ela lhe contasse toda a história, e algumas horas para aplacar a vontade que sentia de buscar a cabeça tanto do mago que a traiu quanto da ruiva que colaborou nisso. Antes de ser a Anciã das Florestas, era mãe, e uma mãe que odiava ver a única filha viva sofrer. -Foram contra, obviamente. Eram tempos difíceis, Nashira, mais difíceis do que os que você viveu. Ninguém se atrevia a confiar num desconhecido, sendo que seus próprios amigos podiam se voltar contra você. -Mas ainda assim, você casou com ele, não foi? Encarou a filha com curiosidade, não era raro passarem horas conversando na calçada daquela forma: A garota com a cabeça deitada em seu colo enquanto a mãe lhe fazia um leve e gentil cafuné, mas era a primeira vez que ela lhe perguntava sobre esse assunto. -Sim, nós casamos. -Por quê? Um pequeno sorriso apareceu brevemente em seus lábios. -Não é óbvio? Eu o amava e ainda o amo. Nashira ficou em silêncio alguns segundos, contemplando aquela expressão no rosto da mãe. -Eu… Quando eu comecei a namorar o Gear… Eu me pergunto se papai gostaria dele. -Provavelmente sim, seu pai gostava de qualquer pessoa, o que o fazia ter um péssimo gosto para amigos, é só ver o que aconteceu com ele. Ainda lhe doía falar disso? Não tanto quanto algumas feiticeiras achavam, mas, com certeza, não era um assunto para ser falado com qualquer pessoa. Felizmente, não considerava sua filha “qualquer pessoa”, tanto Nashira quanto Echo, se havia algo que as gêmeas não podiam reclamar, era de que sua mãe não as escutava. Não concordava com muito do que diziam, é verdade, mas sempre as escutava. -Eu achei que a minha história com ele seria parecida com a história de vocês, que idiota, não é? Rasalas suspirou, erguendo uma mão para retribuir o aceno de uma feiticeira que passava pela rua antes de voltar a olhar para a filha. -Você é parecida comigo quando tinha a sua idade. Parecida demais para o seu próprio bem. Sim, porque houve um tempo em que Rasalas amou, um tempo em que ela lutou para a guerra acabar e pela convivência mútua entre magos e feiticeiras, exatamente como Nashira fazia agora. Sofreu muito, e por isso não incentivava a filha a ir por aquele caminho, como poderia? Não queria que a menina passasse pelo que passou, ainda mais por uma causa que julgava perdida. Podia ter lutado por uma convivência pacífica, mas esse desejo havia morrido junto com Sirius, e em sua solidão, ergueu Enbizaka: Um vilarejo onde apenas ela e suas filhas viveriam em segurança, isolado de tudo e de todos, cujos magos que se aproximassem encontrariam uma morte lenta e dolorosa por suas próprias mãos. Sua casa, sua fortaleza, o único local do mundo onde elas estariam realmente seguras. Mas quem achou aquele vilarejo não foram magos.
Continua...
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Imagens Originais: -Roro: Mofuko (http://www.zerochan.net/410419) -Yezi: 手暮ケイ (http://sailor-moon-rei.tumblr.com/post/146649960163/by-%E6%89%8B%E6%9A%AE%E3%82%B1%E3%82%A4)
Música: Haru Haru - BIGBANG (https://www.youtube.com/watch?v=MzCbEdtNbJ0)
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Lamento - Abandoned Souls
Mad sempre se considerou um homem mentalmente forte.
Tinha que ser, afinal, quando se vivia no submundo, transitando entre o pior da humanidade, ou se era forte, ou morria na primeira esquina. Para compensar as capacidades físicas de um homem comum, era dotado de excepcional inteligência e controle mental invejável, ainda que já tivesse sido torturado algumas vezes, nunca gritou, nunca se rendeu e sempre estava a um passo a frente de todos, conseguindo escapar do pior.
Mas aquilo… Aquilo estava acima de tudo o que ele imaginou.
-Pare… - Ofegou, ao recobrar a consciência de forma forçada - … Já chega…
-Já chega? - Kasper sorriu, vendo o desespero no olhar de Mad – Mas nós estamos apenas começando – Sussurrou, atravessando o crânio do cientista com uma faca.
Normalmente, ele teria morrido. Aliás, numa situação daquelas, o seu protocolo particular seria o suicídio, levando consigo todo o seu conhecimento para que não fosse roubado por outros.
Mas Kasper não estava interessada no seu conhecimento.
E para ela, era muito simples manter a alma de alguém dentro do corpo, impedindo-o de morrer.
Simples até demais.
-Eu perdoei a outra porque era só uma marionete – A feiticeira sussurrou, descendo a faca e ouvindo o crack emitido pelos ossos que se quebravam enquanto partes do cérebro que outrora Mad tanto se orgulhara escorriam por seu corpo, mas Kasper não lhe permitia morrer – Já você, veio porque quis.
Kasper perfurou seu pulmão com outra faca e o cientista sentiu-se engasgar com o próprio sangue. Ofegante, a luta interna que acontecia em seu corpo só fazia tudo piorar.
O reflexo natural era a inconsciência ou a morte, o pouco a que seu corpo foi reduzido lutava para isso, mas com Kasper controlando sua mente e sua alma, nem mesmo a esperança de ficar, no mínimo, desacordado era possível de ser alimentada.
-Ninguém. Invade. Minha ilha – Ela sussurrou, com os olhos brilhando, antes de rir baixo, deliciando-se com os sons emitidos pelo homem que já estava no limite – Entendeu?
Há quanto tempo estava ali? Dias? Meses? Anos?
Delirante, balançou a cabeça que sim, na esperança de que aquele tormento finalmente acabasse.
-Ótimo – Ela se afastou, e como um peso fosse tirado das suas costas, Mad sentiu-se livre, seu corpo (O que sobrou dele) finalmente seguindo o curso natural e tombando para frente enquanto o homem dava seu último suspiro.
“Finalmente acabou”.
Até mesmo o sorriso de Kasper parecia gentil de alguma forma.
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Kasper não era boa, mas algumas pessoas pareciam se esquecer disto.
Donatella, por exemplo, mesmo tendo ido para junto dos magos e sabendo que estariam em lados opostos numa batalha, ainda a considerava uma boa amiga. Nashira aparecia por lá vez ou outra para conversarem, mesmo sabendo que a feiticeira de cabelos azuis jamais concordaria com a ideia tresloucada dela de um mundo onde “feiticeiras e magos vivessem em igualdade”.
Se bem que, analisando agora, não parecia tão diferente do que a sua tia queria fazer, embora os detalhes e meios que as duas usavam fizessem dos planos água e óleo, por comparação.
-Pare… Já chega…
Oh, é mesmo, estava no meio de uma punição ali.
-Já chega? Mas nós estamos apenas começando!
Pegou uma de suas facas e atravessou a cabeça do invasor sem dó, concentrando-se para impedir que morresse ou ficasse inconsciente. A escuridão eterna era algo bom demais para quem ousava lhe tirar o sossego.
“Ao contrário de mim, você possui uma habilidade que a permite se divertir por muito mais tempo, Kasper” As palavras de seu pai, desde que era criança, sempre foram bem claras “Aprenda a usá-las corretamente. Imagine! Crie! Teste! A mente e a alma das pessoas são seus espaços mais íntimos, se você invadi-los, conseguirá qualquer coisa deles, então divirta-se com isso e seja a melhor no que faz, imponha-se!”.
Se Finnian visse o nível ao qual havia chegado, ficaria orgulhoso.
Quando Mad se engasgou com o próprio sangue, pôde ver ali a feição de quem já estava a beira da insanidade. Ele já devia ter morrido há muito tempo, mas era tão divertido forçá-lo a quebrar o seu limite mais e mais!
Uma ideia cruel passou por sua mente.
-Ninguém. Invade. Minha ilha, entendeu?
O viu balançar a cabeça de forma débil e puxou, sem delicadeza, as facas do corpo do cientista, afastando-se e liberando a sua alma.
Pôde sentir naquele pouco espaço de tempo muitas coisas vindas daquele homem, mas duas se destacavam: Alívio e esperança, agora ele finalmente poderia descansar em paz, depois daquela tortura interminável.
“Finalmente acabou” Escutou-o pensar, e por alguns segundos, compartilhando daquela tranquilidade, sorriu. Mad poderia descansar em paz.
Antes de Kasper trazê-lo ao corpo novamente, o que aconteceu no segundo seguinte.
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“Finalmente acabou” Tinha certeza disso.
Aquela sessão infernal de tortura finalmente havia chegado ao fim.
A dor não importava mais, estava acabado.
Mas… Espere, por que estava sentindo de novo aquelas dores?!
Por que aquela caverna lhe parecia tão familiar?! Por que sentia um gosto horrível de sangue na boca?!
“Eu voltei?” Ergueu o rosto desesperado e viu a expressão de Kasper se contorcer num sorriso que era qualquer coisa, menos humano.
Pela primeira vez na vida, o cientista estava em pânico.
-Isso vai durar por quanto tempo eu quiser, e já vou avisando que eu tenho muito. Tempo. Livre – Falou de forma pausada, deliciando-se com o olhar de Mad sobre si.
Se ainda tivesse a sua garganta, teria gritado, mas tudo o que podia naquele estado era tremer e se entregar completamente à insanidade.
Com um sorriso tranquilo, a feiticeira pegou uma tesoura e se aproximou dele devagar, sentando-se ao seu lado e segurando seu queixo.
-Vamos começar de novo. Hum… Você já passou tanto tempo aqui que não deve precisar mais dos olhos, não é mesmo? Tenho certeza de que já está enjoado de ver esse lugar.
Kasper não era boa.
E faria questão de que até as almas do outro mundo soubessem disso.
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E voltamos com as imagens!
Gosto bastante da Luna e do Blacklist Circus, elas são NPCs muito divertidas de interpretar e espero escrever alguma coisa sobre como elas se juntaram, mas enquanto isso não acontece, fiquem com essa bela (?) montagem de Luna, A Trapezista que você respeita <3 Durante a semana talvez eu poste mais algumas imagens, espero poder voltar a narrar logo. Imagem original: Screenshot de RWBY Música: Bad Girls - Lee Hyori (https://www.youtube.com/watch?v=kLyfHxNDeVM)
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Cantus Insolitus
Quando finalmente recuperou a consciência depois do ritual de iniciação, Zodíaco não estava na sala.
Soltou um riso baixo antes de perceber um solícito par de olhos roxos lhe encarando, limitou-se a perguntar onde sua irmã estava e dispensou Nina assim que recebeu a resposta. Sabia que ela não queria ajudá-lo simplesmente por altruísmo, ele era irmão de Zodíaco e servi-lo era uma forma de servir a mestra, esta sim, a quem Nina jurou até mesmo à própria alma.
Literalmente, assim como todos os outros ali.
-Ela está no castelo. Quer que eu o leve até lá?
O castelo onde nasceram e cresceram, pensar nisso era… Nostálgico, talvez.
-Não, obrigado. Eu sei o caminho.
Demorou um pouco até se acostumar à nova condição que o ritual lhe dava, mas assim que a magia em seu corpo se estabilizou, saiu da sede da guilda e caminhou até as ruínas ocultas no Monte Hakobe. Não tinha pressa, ficou uns bons segundos observando o lugar onde passou a infância reduzido a escombros abandonados e se perguntou se aquilo deveria lhe fazer sentir alguma coisa.
Não sentia nada.
Tudo ali era silencioso, com exceção do piar de alguns raros pássaros que fizeram ninhos nos destroços, o que servia para dar um pouco de vida ao ambiente.
Seus pés o guiaram pelo local, vendo em cada parede derrubada o que, em outras eras, foi uma construção majestosa. Quando deu por si estava na sala do trono, ou melhor dizendo, no que havia sobrado dela.
Passou alguns minutos observando a silhueta da irmã parada no centro da sala, surpreendendo-se por vê-la sem o véu.
Entre as feiticeiras, o único sinal visível que diferenciava a elite dentre elas era o véu, como uma coroa fabricada especialmente para uma rainha.
-Você já me viu com bem menos, Finnian, qual o problema?
Zodíaco nunca precisava elevar a voz para falar, isso era algo que Finnian gostava na irmã.
Ela virou-se, presenteando-o com a visão de sua imaculada pele branca sendo iluminada pela fraca luz do sol que penetrava no ambiente, formando uma imagem bizarramente bela moldada pela destruição.
-Quando você me disse que compartilharíamos tudo depois que eu entrasse para a guilda, não achei que pensamentos também estavam inclusos – Falou, observando curioso o molho de chaves que pendia da cintura da maga, entre as quais se destacavam cinco chaves negras.
-Não se preocupe, é apenas questão de tempo até você se acostumar. Quando perceber, poderá manter alguns pensamentos apenas na própria mente, gosto que cada membro tenha a sua privacidade.
-Que bom – Sentou-se nos restos do trono, observando a irmã e todo aquele lugar – Por que continua vindo até aqui?
-Toda feiticeira tem a sua fortaleza, Finnian: Rasalas tem Enbizaka, Kasper tem a Fortaleza de Prata, Miriam tem o Santuário das Sombras e eu… Eu tenho este castelo.
-A Oración Seis não é o suficiente?
-Por enquanto, mas logo a sede da guilda será aqui. Por isso não basta apenas reerguer o castelo, são necessários detalhes.
-Feitiços?
-Também – Ela fechou os olhos e juntou as mãos – Mas antes disso, a Oración Seis está incompleta, mais um membro é necessário para criarmos um novo ciclo e, no momento, esta é a prioridade.
Enquanto falava, a feiticeira era cercada de espíritos e almas, enquanto suas chaves brilhavam. Por um segundo Finnian recuou, acuado pela visão, até perceber que todas elas obedeciam à irmã cegamente, recitando cânticos antigos que ecoavam pelas ruínas e elevavam Zodíaco a poucos metros do chão.
A mestra dançava entre os mortos de forma sublime, sorrindo tranquila numa espécie de êxtase que Finnian só conseguia definir em uma palavra.
Transcendental.
Não soube dizer por quanto tempo aquela visão perdurou, apenas caiu em si quando Zodíaco tocou mais uma vez os pés no chão e o véu pousou sobre seus ombros, a irmã analisando-o com os olhos azuis, tão parecidos com os seus.
Não sabia o que dizer, o silêncio criado ali parecia algo sagrado e quebrá-lo soava como algo extremamente errado, até mesmo para ele.
Zodíaco meneou a cabeça e os dois saíram dali sem dizer uma palavra.
Apenas quando se afastaram das ruínas foi que Finnian voltou a falar.
-Se ainda falta uma pessoa… Você já tem ideia de quem vai recrutar?
-Mas é claro – Ela respondeu, arrumando de forma delicada o véu sobre a cabeça – Irei dá-lo exatamente o que precisa para voltar a lutar.
-E o que é?
-Um motivo.
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Enae Volare Mezzo
Xenogênese [Subs. Fem.][Bio.] Variação de heterogênese. A produção de prole que não se assemelha a nenhum dos dois pais e tem um ciclo vital inteiramente diferente. A sala da mansão era enorme, ricamente decorada com tudo do bom e do melhor que o dinheiro podia pagar. Ela sabia que tudo aquilo era proposital, já ouviu a mãe dizer mais de uma vez que, dessa forma, quem fosse encará-los estaria ciente da enorme diferença de posição entre eles e os “outros”, como ela chamava qualquer um com poder aquisitivo menor que o equivalente ao de um pequeno país. Ela nunca pensou que dessa vez ela é quem estaria do lado dos “outros”. Nunca foram uma família muito unida, mas isso não a impedia de amá-los e acreditar que as coisas melhorariam um dia. As pequenas mãozinhas estavam juntas, com os dedos entrelaçando-se nervosamente sobre os seus joelhos enquanto ela criava coragem para falar. -Pai, mãe, eu… Vou entrar para a Fairy Tail. Não foi tão difícil quanto ela achou que seria, pelo menos num primeiro momento, até que eles processaram a informação. A partir daí, tudo desandou. -Não, você não vai, agora volte para o seu quarto, você precisa tirar estes trapos velhos – Seu pai falou sem mover o olho dos documentos que estudava, de forma tão trivial como se estivesse apenas lhe negando um doce. -Pai… Eu realmente quero ir – Arriscou-se a falar – Eu aprendi muita coisa enquanto estava por lá! Fiz muitos amigos e não queria abandoná-los, pai. Tenho certeza de que posso ser muito mais feliz como maga, então… Por favor. -Por acaso está me desobedecendo, Crisântemo? - Ele ergueu o olhar e a garota sentiu um calafrio. Seu pai realmente parecia assustador daquela maneira, e ela era tão pequena, o que poderia fazer? O coração parecia querer sair do peito de tão rápido que batia e ela estava suando frio, sentindo as lágrimas de tristeza e nervosismo quererem despontar em seu rosto. -Você está brincando comigo?! Acaso acha que eu investi tanto em você para você simplesmente jogar tudo isso para o alto agora? Quer matar a mim e sua mãe de desgosto?! -Foi o Valshe, não foi?! - Sua mãe gritou, encarando-a com fúria – O que aquele moleque delinquente e a mãe histérica dele colocaram na sua cabeça? -O Valshe não fez nada e Dona Helena não é histérica! - Gritou, encarando-os de volta, o que os fez recuar por um segundo, assustados. Sua filha não agia daquela maneira – Eu tomei a decisão por mim mesma, é algo que eu sei que vai me fazer bem então… - O tom de voz foi baixando – Por favor, por favor, só tentem compreender… -Não há nada para ser compreendido aqui, Crisântemo, vá agora mesmo para o seu quarto e esqueça essas tolices de ser uma maga! -Eu… Eu… Devia ter pedido para Donatella ter entrado com ela, onde estava com a cabeça quando decidiu que faria aquilo sozinha?! Era óbvio que não conseguiria! “Quer um conselho? Pare de se menosprezar, isso é irritante”. Arregalou os olhos num sobressalto. “N-Nix?!”. “E quem mais? Você não está sozinha. Se quer tanto ter força, lembre-se de que eu estou com você e faça o que tem de fazer”. “O que eu tenho que fazer…?”. “Quer ser você mesma, não é?”. -…Eu quero… – Murmurou, sem perceber que havia ficado aquele tempo todo em silêncio. -Você não tem querer – Seu pai estreitou os olhos – Você é minha filha e vai fazer o que eu mandar, agora saia daqui e vá para o seu quarto! Você não tem querer. Foi impossível não compará-lo com Papillon naquele momento. Quando a mestra falou sobre o ritual de extração, Crisântemo entenderia se a mulher simplesmente a mandasse para a ilha e lhe dissesse que era para o seu próprio bem, quem poderia questioná-la? Ela era a mestra, era quem estava protegendo-a de uma guilda das trevas, nunca teria coragem de se opor a ela. Mas Papillon lhe deu escolha. “Cris, eu vou ser sincera: Nenhuma das opções é fácil. Mas independente do que acontecer, quem vai passar por isso é você, não posso escolher no seu lugar, por isso me diz: O que você quer fazer?”. -Eu tenho escolha sim! - Ergueu o olhar, ignorando a tremedeira do corpo – Eu não sou a boneca de nenhum de vocês, eu sou um ser humano e quero buscar a minha felicidade, mesmo que seja difícil! Eu queria muito ter o apoio de vocês nessa hora, mas se não for possível, então infelizmente nossas relações acabam aqui. Seus pais ficaram tensos. -Se sair por aquela porta, você será deserdada e nunca mais poderá vir aqui como nossa filha - Sua mãe ameaçou. -Então é uma pena que tenha que ser assim - Ela falou, virando-se sem hesitar, cruzando a sala com uma força que não sabia possuir e deixando a mansão sob o olhar surpreso dos empregados. Sentiu-se forte, conseguiu esperar até chegar à Fairy Tail antes de desabar em lágrimas nos braços de Papillon.
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Bem estrelinhas, um pequeno projeto que eu estava trabalhando desde antes do arco: Flames on CRACK! Afinal, sempre é bom descontrair um pouco, não é?
Esse vídeo é uma ideia que eu tive há algum tempo: Quais músicas combinam com os NPCs? Essa é a parte 1, pretendo fazer 3 vídeos com os mestres e alguns com outros NPCs, se gostarem da ideia, posso fazer com os personagens dos players também.
Espero que gostem e me digam o que acharam! Lembrando que nenhuma dessas músicas, vídeos ou imagens me pertencem.
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