oretornodoquenuncasefoi
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Mergulhador de mim mesmo.
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oretornodoquenuncasefoi · 8 months ago
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Preciso dizer algumas coisas para mim mesmo.
Mim mesmo, é uma redundância que gosto, coisa de mim mesmo. Por muito tempo, digo, muito tempo sendo a maior parte da minha vida até então descobri que é possível tentar viver uma vida que não é sua, tentar viver sem ser você mas isso vai te colocar num precípicio, tentando correr tão distante de você e descobrindo que é impossível fugir de si mesmo. Eu corri muito, até as pernas adoecerem, corri muito até a visão pesar e dar uma pressão alta nos olhos, corri mais ainda e decidi me jogar da beira do precipício. Pulei, me atolei de remédios querendo morrer, mas simbolicamente buscando a cura, colocando medicamentos dentro de mim. Corri mais, descobri que na vida tudo tem um preço e para viver é preciso sustentar o que se é. E dói, dói, dói demais. Ponto.
Mas venho descobrindo nessa jornada que é o único preço que podemos pagar, ser nós mesmos, donos do nosso próprio valor e apenas isso pode ser sustentado. Ser quem você não é, não é sustentável, é esmagador, é adoecedor e é como a morte em vida. Mas, contraditoriamente, precisei morrer para entender o porquê estou aqui, para poder pagar o preço da vida, precisei tentar entrar num molde que nunca me encaixou para saber o valor que é ser dono do seu próprio lugar. Será que sou tão dono assim? Interrogação.
Tô aprendendo que sei pouco, muito pouco, mas sei algumas coisas valiosas e custaram muito saber: a vida vale a pena.
Escrito por mim mesmo, Lucas.
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oretornodoquenuncasefoi · 8 months ago
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oretornodoquenuncasefoi · 8 months ago
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Você quer viver a vida mas não quer pagar o preço por isso. Tudo tem ritmo, seu compasso e seu valor. É necessário se destrinchar para trilhar um novo lugar, se reinventar e se desafiar. A dor vem, mas o aconchego e o novo também, a vida é dual e é movimento.
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oretornodoquenuncasefoi · 8 months ago
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Como pode após tanto tempo ainda estarmos aqui? Depois de tudo e de todos os desejos em busca da morte, finalmente estamos morrendo e descobrindo a vida após isso. Na realidade, descobrindo que a própria vida vem a existir após a morte e que sem ela estamos presos num eterno repetir padrões de comportamentos que não são nossos, passamos a viver somente quando deixamos morrer aquilo que achamos que os outros esperam de nós - e, as vezes, realmente esperam - e passamos a reconhecer que somos o que somos e isso é um ponto final.
Reconhecer isso não requer anular transformações, requer reconhecer que as transformações são necessárias mas que o ponto de essência que nos liga ao divino é feito porque sim, é criado porque sim e que isso não podemos mudar. A morte foi algo tão desejável por tanto tempo porque na realidade nunca suportei não ser o que sou e reconhecer a morte como um símbolo transformou minha vida. A vida é imensa e incrível, conhecer partes dela requer abrir para o que venha vir a ser, aceitar a sua inconstância e as coisas que não temos capacidade de explicar, admirando sua beleza e tudo o que nos toca de verdade.
Lá do alto da montanha avistei o oceano, achei que nada aconteceria, falei para mim mesmo que aquilo não me afetava até que numa noite sozinho, avistei o oceano em mim e mergulhei de cabeça em uma crise de ansiedade, o que cura a gente é a gente mesmo, está escrito. Deus que permeia o todo, que é o todo, não sei te descrever mas grande e fantástico é tudo isso, a criação dos mares e céus, do amor e do ódio, da cura e da dor, as contradições que com seus nuances formam montanhas marcadas que caminhamos sobre, avistando o imenso da vida e mergulhamos dentro de nós mesmos, é esse o sentido de viajar: sair da cidade natal para se encontrar distante, como um astronauta observando a terra no espaço, saindo da mãe terra e se reconhecendo como filho dela.
∆ Citação de mim mesmo. O retorno do que nunca se foi.
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