orpheu
orpheu
'ORPHEU
124 posts
Toda a correspondencia deve ser dirigida aos Directores. Convidamos todos os Artistas cuja simpatia esteja com a indole desta Revista a enviarem-nos colaboração. No caso de não ser inserta devolveremos os originais. São nossos depositarios em Portugal os srs. Monteiro & Cª., Livraria Brazileira - 190 e 192, Rua Aurea, Lisboa. Orpheu publicará um numero incerto de paginas, nunca inferior a 72, ao preço invariavel de 30 centavos o numero avulso, em Portugal, e 1$500 réis fracos no Brazil.
Don't wanna be here? Send us removal request.
orpheu · 3 years ago
Text
é nos momentos de silencio que fabrico o teu cheiro e a minha imaginaçao corre mais leve
2 notes · View notes
orpheu · 6 years ago
Text
“Cachucho não é coisa que me traga a mim Mais novidade do que lagostim Nariz que reconhece o cheiro do pilim Distingue bem o Mortimore do Meirim A produtividade, ora aí está, quer dizer Há tanto nesta terra que ainda está por fazer Entrar por aí a dentro, analisar, e então Do meu 'attaché-case' sai a solução! FMI Não há graça que não faça o FMI FMI O bombástico de plástico para si FMI Não há força que retorça o FMI Discreto e ordenado mas nem por isso fraco Eis a imagem 'on the rocks' do cancro do tabaco Enfio uma gravata em cada fato-macaco E meto o pessoal todo no mesmo saco A produtividade, ora aí está, quer dizer Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder Batendo o pé na casa, espanador na mão É só desinfectar em superprodução! FMI Não há truque que não lucre ao FMI FMI O heróico paranóico harakiri FMI Panegírico pró lírico daqui Palavras, palavras, palavras e não só Palavras para si, palavras para dó A contas com o nada que swingar o sol-e-dó Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó A produtividade, ora nem mais, celulazinhas cinzentas Sempre atentas E levas pela tromba se não te pões a pau Um encontrão imediato do 3º grau! FMI Não há lenha que detenha o FMI FMI Não há ronha que envergonhe o FMI FMI ... Entretem-te filho, entretem-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalte-quer-messe gigantesca, vem-te bem, bem te vim, vim na cozinha, vim na casa-de-banho, vim-me no Politeama, vim-me no Águia D’ouro, vim-me em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos como te arrulham por esses cartazes fora, olha a música no coração da Indira Gandhi, olha o Moshe Dayan que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, com'ò Astro, não é filho? O cabrão do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta desestabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! E estás aí a olhar para mim, estás aí a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transacção e estás a pensar lá com os teus zodíacos: "Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é?" né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde que nasceste? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Aniki-bé-bé, aniki-bó-bó, tu és Sepúlveda, tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretem-te filho, entretem-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de sanzala em ritmo de pop-chula, não é filho? A-one, a-two, a-one-two-three FMI dida didadi dadi dadi da didi FMI ... Camòniú sanòvabiche! Camóne beibi a ver se me comes! Camóne Luís Vaz, amanda-lhe co'os decassílabos que eles já vão saber o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás! enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás! enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás! enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás! enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás! enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, irreversível, pois claro, irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Olha que porra, deixa lá correr o marfil, homem, andas numa alta, pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta merda dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal não quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não desestabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autêntico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa... Tá bem, essa merda da pide pá, Tarrafais e o carago, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta merda deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá - á, venha ver o que isto é - é, o barulho que vai aqui - i, o neto a bater na avó - ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar... ...ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, "não é nada comigo, não é nada comigo", né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... ... que dia é hoje, hã? FMI Dida didadi dadi dadi da didi FMI ... Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? "Todos temos culpas no cartório", foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta merda não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta merda ande. Tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer-se dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-fascistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas é sempre mexilhão... Eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica, Lourosa! Lourosa! Marrazes! Marrazes! Fora o arbitro! gatuno! Qual gatuno, qual caralho! Razão tinha o Tonico Bastos para se entreter, né filho? Entretem-te, filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretem-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretem-te, filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretem-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretem-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te, filho, e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-Ping está a tratar da tua vida com o Jimmy Carter, o Brejnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Muel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Vão-te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, estás tu a ver? Que tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer: - votas à esquerda moderada nas sindicais, - votas no centro moderado nas deputais, - e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles? que lhes ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes? toma, para safado, safado e meio, né filho? nem para a frente nem para trás! e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretem-te meu anjinho, entretem-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti: - se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, - se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, - se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou se hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acha normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, afinfa-lhe o Bruce Lee, afinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o horoscópio, dois ou três ovniologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no discossáunde, dá-lhe no pop-chula, pop-chula pop-chula, yeah yeah, jo-ta-pi-men-ta-for-e-ver! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti! Não te chega para o bife? - antes no talho do que na farmácia! Não te chega para a farmácia? - antes na farmácia do que no tribunal! Não te chega para o tribunal? - antes a multa do que a morte! Não te chega para o cangalheiro? - antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros! Hã? Sempre a merda do futuro! E eu que me quilhe! Pois, pá! Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu hã? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá! e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra! anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal-viver, é? "O menino é mal criado", "o menino é pequeno-burguês", "o menino pertence a uma classe sem futuro histórico"... Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz, porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado! Vá: mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz, porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos, caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra! rua! larguem-me! desòpila o fígado, arreda! t’arrenego Satanás! filhos da puta! Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se ele tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua! desandem daqui para fora! a culpa é vossa! a culpa é vossa! a culpa é vossa! a culpa é vossa! a culpa é vossa! a culpa é vossa! oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe... (...) Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe. Eu quero desnascer, ir-me embora, sem sequer ter de me ir embora. Mãe, por favor! Tudo menos a casa em vez de mim, útero maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e me encontrar fugindo... de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta? E se inventássemos partir, para regressar? Partir, e aí, nessa viajem, ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar - nota a nota - o canto das sereias, lembrar o "depois do adeus", e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui, com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar... Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes. Assim mesmo, na Praça de Londres, o soldado lhes falou: - Olá camaradas, somos trabalhadores, e eles não conseguiram fazer-nos esquecer; aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por trás das colinas onde o verde está à espera, se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de Lavacolhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. - De quem é o carvalhal? - É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco-sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá: valeu a pena a travessia? Valeu pois. Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe. No fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra. O meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno-burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro. Faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto. Contai com isto de mim para cantar e para o resto.”
- FMI de José Mário Branco 
5 notes · View notes
orpheu · 6 years ago
Quote
A cidade está deserta E alguém escreveu o teu nome em toda a parte. Nas casas, nos carros, Nas pontes, nas ruas... Em todo o lado essa palavra repetida, ao expoente da loucura, Ora amarga, ora doce, Para nos lembrar que o amor é uma doença Quando nele julgamos ver a nossa cura.
Manel Cruz (Ornatos Violeta)
6 notes · View notes
orpheu · 8 years ago
Text
Poemas soltos ao vento, Esmurrando o peito A punhos de aço. Fazem as gentes fila À porta da minha alma Para me verem a mim, Esvaindo-me em sangue, Sob a luz da primavera. E dali, ir para cova A correntes de estalo.
Descendo as escadas, Sofríveis corpos nus Repelidos às aragens da rua, Jazem, num sono profundo. Embriagados e embrulhados Numa sombra de insultos, Horrores e escrúpulos Por gente que passa apressada, Ruminando as notícias Que inventaram para os entreter.
Beijos suados e abafados, Mergulhados em álcool. Doenças que sufocam A dor, a mágoa, o sofrer. Zumbidos em bandos Alegóricos e exagerados. Acalorados são os braços Que se atropelam E se esgaçam e se afogam, Sem nunca conseguirem À margem chegar. Resto eu e os meus versos, Onde fui sublime até à morte.
1 note · View note
orpheu · 8 years ago
Text
Nos lábios um recomeço, No coração uma paixão. Enfim me vejo e reconheço No abraço de meu irmão. Reflexo de um adereço, A historia triste da solidão.
0 notes
orpheu · 9 years ago
Text
Amo-te com um ardor desmesurado Que as palavras não sentem. Contigo o tempo não passa. Arrasta-se como os bons Almoços de domingo em família.
5 notes · View notes
orpheu · 10 years ago
Quote
I never felt magic crazy as this I never saw moons knew the meaning of the sea I never held emotion in the palm of my hand Or felt sweet breezes in the top of a tree But now you're here Brighten my northern sky
Nick Drake
1 note · View note
orpheu · 11 years ago
Text
The sky grew darker and rain clouds started from the west and covered the horizon. All I could see were the rows of tall black trees and, in the far end of the road, the bright spots of yellow light coming from the main house, with cushioned leather promises of hot wine and a blazing fireplace. Space and time seem false and vague. The winds breaks them apart too easily for me to trust them anymore. The fleeting dance of the leaves on those tall black trees brings me the news of something different, a shattered reality. All this happens in a blink, in a second. But it took all these years to settle in, for me to understand it. What happens when all the foundations of what you know collapse? It's as if you're naked in front of a crowd, shivering. And it's their eyes that encircle you and it's their laugh that shames you. Their physical presence is of no importance. The time it takes for you to run and get away is of no importance. The scar is too deep.
1 note · View note
orpheu · 11 years ago
Text
Não me confundam pois sou inconfundível. Não se misturem nas minhas ideias pois são minhas. Separem-se do meu movimento E ao meu sinal, saiam da linha. Eu vou tocando e tocando, O som no ar, aquele estridente. Atravesso a cidade e pergunto a quem passa: Quem sou eu? E então? Quem sou eu?
1 note · View note
orpheu · 11 years ago
Text
Whenever there's a chance there's a possibility. An empty road that leads to nowhere. A forest under moonlight. Sometimes we wish for a better life. Less frantic, less exhausting, less frivolous and more rewarding, more interesting, more alive. We take the twists and turns and we give them glory and meaning. We say that we regret nothing, that we would do it all over again. But I never know how much we really mean it.
0 notes
orpheu · 11 years ago
Quote
Her eyes sharpened and her shoulders straightened. She glanced about the stripped room. Nothing was left in it except trash. The mattresses which had been on the floor were gone. The bureaus were sold. On the floor lay a broken comb, an empty talcum powder can, and a few dust mice. Ma set her lantern on the floor. She reached behind one of the boxes that had served as chairs and brought out a stationary box, old and soiled and cracked at the corners. She sat down and opened the box. Inside were letters, clippings, photographs, a pair of earrings, a little gold signet ring, and a watch chain braided of hair and tipped with gold swivels. She touched the letters with her fingers, touched them lightly, and she smoothed a newspaper clipping on which there was an account of Tom's trial. For a long time she held the box, looking over it, and her fingers disturbed the letters and then lined them up again. She bit her lower lip, thinking, remembering. And at last she made up her mind. She picked out the ring, the watch charm, the earrings, dug under the pile and found one gold cuff link. She took a letter from an envelope and dropped the trinkets in the envelope. She folded the envelope over and put it in her dress pocket. Then gently and tenderly she closed the box and smoothed the top carefully with her fingers. Her lips parted. And then she stood up, took her lantern, and went back into the kitchen. She lifted the stove lid and laid the box gently among the coals. Quickly the heat browned the paper. A flame licked up and over the box. She replaced the stove lid and instantly the fire sighed up and breathed over the box.
John Steinbeck in The Grapes of Wrath
0 notes
orpheu · 11 years ago
Quote
A minha alma está cheia, tão cheia de lágrimas... As lágrimas sufocam-me, rasgam-me. Adeus.
Fiósdor Dostoiévski in Gente Pobre
2 notes · View notes
orpheu · 11 years ago
Text
Há alturas em que penso, Que as águas turvas do Atlântico, Ondulam ao ritmo dos teus passos Na areia. Brincando, o oceano Avança e recua, tropeça Em ondas ora estrondosas, Ora calmas. Muitos pensam Que se trata de ira marítima. Mas eu sei que são apenas Risos largos de criança.
1 note · View note
orpheu · 13 years ago
Text
The way I remember it, she was laying there, motionless while I composed this picturesque image of Brooklyn's finest landscapes. I can't stop but to think about her last words and the unusual way she said them to me. They continued to echo in my mind, revolving on each word, making me uncomfortable even though it was months ago, while still in L.A..
0 notes
orpheu · 13 years ago
Quote
Then I remembered that I had taken the photograph of Augustine, and although I do not know what it was that coerced me to feel that I should, I rotated back around and displayed the photograph to the woman. "Have you ever witnessed anyone in this photograph?" She examined it for several moments. "No." I do not know why, but I inquired again. "Have you ever witnessed anyone in this photograph?" "No," she said again, although this second no did not seem like a parrot, but like a different variety of no. "Have you ever witnessed anyone in this photograph?" I inquired, and this time I held it very proximal to her face, like Grandfather held it to his face. "No," she said again, and this seemed like a third variety of no. I put the photograph in her hands. "Have you ever witnessed anyone in the photograph?" "No," she said, but in her no I was certain that I could hear, Please persevere. Inquire me again. So I did. "Have you ever witnessed anyone in the photograph?" She moved her thumbs over the faces, as if she were attempting to erase them. "No." "Have you ever witnessed anyone in the photograph?" "No," she said, and she put the photograph in her lap. "Have you ever witnessed anyone in the photograph?" I inquired. "No," she said, still examining it, but only from the angles of her eyes. "Have you ever witnessed anyone in the photograph?" "No." She was humming again, with more volume. "Have you ever witnessed anyone in the photograph?" "No," she said. "No." I saw a tear descend to her white dress. It too would dry and leave a mark. "Have you ever witnessed anyone in the photograph?" I inquired, and I felt cruel, I felt like an awful person, but I was certain that I was performing the right thing. "No," she said, "I have not. They all look like strangers." I periled everything. "Has anyone in this photograph ever witnessed you?" Another tear descended. "I have been waiting for so long." I pointed to the car. "We are searching for Trachimbrod." "Oh," she said, and she released a river of tears. "You are here. I am it."
Jonathan Safran Foer in "Everything is Illuminated"
0 notes
orpheu · 13 years ago
Text
Ver-te triste é a maior doença que me afecta. Ver-te triste é das coisas mais tristes que já vi. Não quero mais ver-te triste por ser um beco sem saída, um salto sem pára-quedas. Não é que me importe de ficar à mercê das tuas mãos salvadoras mas, prefiro atirar-me do fundo do teu riso. Assim não caio, flutuo. Chego a voar um pouquinho, nas gargalhadas, nos olhos pequeninos do Sol que se vai esquecendo e se põe. Também ele vai caindo através do céu.
2 notes · View notes
orpheu · 13 years ago
Text
Sopra um vento Lento, pela janela Velha, semiaberta Rangendo nas fissuras Que rasgou o tempo. O céu aclareia Passando da noite A um azul sangrento Vítima da madrugada. Mas que silêncio... Não ouço nada Senão o passar Do tempo. nada... Há, nesta melancolia De horas não dormidas, Uma saudade profunda Letal como uma doença.
0 notes