osatyro
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satyro
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©2003 • 🇧🇷 RJ • escritor / compositor • a.k.a @suckthisart / @sasatyro • linktr.ee/satyro
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osatyro · 23 hours ago
Text
"Thayna."
I
rosas de pano,
em tricô,
pois a banda passou
e você, crochê,
ficou
dentre novelos e nós,
e linhas grená.
com um coração
que nós, então,
não fomos capazes
de remendar.
não pretendo intervir,
nem descartar
as memórias
que me bordou.
mas silenciosamente,
vou costurar
as promessas,
não cumpridas,
com outras rimas,
camufladas em seu nome...
II
em qual lugar será o luar?
terá amor, o mar grená?
se em teu olhar, estelar,
o universo vira mar...
num passado púrpura,
no prazer que nos cercava,
nas carícias e piadas.
ficara as cantigas, minhas líricas
a flutuar num aquário de memórias?
não há mais nada para remendar,
e eu erraria em costurar doçuras.
mas ainda tenho muito a lhe falar,
embora, por muito tempo,
minhas palavras tenham sido todas suas.
sabe, e até gostoso revisitar
os lindas partes das nossas lembranças.
eu fui feliz em te encontrar, e ainda sou
por te ter lá, no meu passado, minha memória,
onde as dores são mais brandas.
feliz aniversário, thayna.
—satyro.
(25.06.25)
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osatyro · 24 hours ago
Text
"Autocrítica."
eu quero cantar até ficar rouco,
até o fim.
quero sentir até ficar louco,
ficar sem mim.
escrever até meus dedos sangrarem,
e quem sabe assim
eu seja capaz de lhe fazer sentir algo.
nem que seja raiva, uma lágrima,
ou vergonha.
se esforce pra entender-me entre-linhas.
não vou viver pra sempre em metáforas rasas,
não vou falar pra sempre só de amor e tristeza,
não vou ser sempre o mesmo,
pois não vou viver pra sempre.
por que em algum momento, há de se esgotar as rimas,
nem sempre eu canto certo, nem sempre é harmonia
uma hora irei repetir palavras e, quem sabe, versos,
até um texto inteiro, mas com outro sentido.
então se esforce um pouco pra entender o que eu falo
superando esses vícios de linguagem artística...
porque em algum momento serei chato e saturado,
e se me abandonar, já não terei quem me queira ler.
você,
mas não você, leitor alheio,
isto aqui é autocrítica.
—satyro.
(26.06.25)
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osatyro · 24 hours ago
Text
"Admirável algo novo."
talvez eu precise tomar um ar fresco,
nadar em outro mar, de novas aventuras.
ou algo qualquer, alguém sequer,
que seja capaz de me dar algo novo.
que sabe outra rima, uma nova palavra,
ou uma nova música pra minha playlist.
uma lâmina de grama, um fio de esperança,
ou qualquer coisa que me deixe menos triste.
me fazendo esquecer de todo resto que existe,
me colocando num lugar que jamais imaginaria,
um novo idioma ou um novo planeta,
com novas estrelas e novas poesias.
criar algo novo é sempre tão complicado,
se eu fosse mais novo seria diferente?
seriam tesouros minhas rimas mais pobres,
seriamos nós coisa além de platônicos?
talvez eu precise tomar um ar fresco,
pular da sacada, dançar na avenida,
sentir uma dor que não seja doída
um novo momento, um novo instrumento
uma nova cor nesse imenso arco-íris.
acho que eu preciso de mais que um tempo,
desacelerar meus batimentos,
trocar as doses dos medicamentos,
sentir novos ventos, nascer novamente
e de novo..
tentar ser feliz.
—satyro.
(15.06.25)
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osatyro · 24 hours ago
Text
"Íntimo ritmo."
envolto de seus lábios,
pressionado, interno e quente,
os meus dedos brincam soltos,
em desejo e malícia.
e você me aperta firme.
o seu rosto avermelha
quando beijo sua testa.
suas mãos em meus cabelos,
me puxando pra mais perto.
todo o clima fica denso.
observo suas nuances,
saboreio o meu banquete,
saciando minha fome
no sabor que eu mais amo.
você geme em sinfonia
e então me chama, doce
com a voz aveludada
pra, num beijo abafado,
refazer os meus comandos
pra te ter em harmonia
nossos corpos sincronizam,
sensual e terno e quente.
nosso ritmo perfeito,
o amor é uma dança.
—satyro.
(16.06.25)
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osatyro · 11 days ago
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osatyro · 16 days ago
Text
rascunho, "(quase) tudo que eu amo você"
eu amo cada traço
que desenha.
amo sua letra
e seus poemas.
sua voz é um calmante
e me encanta quando canta,
e até seu senso de humor questionável
me faz rir como uma criança.
você inteira é praticamente arte,
me envolve em sua dança e me balança,
e cada encontro que tenho contigo
me rendem versos infinitos...
eu adoro quando você, sonolenta,
esquece as palavras e perde o nexo,
ou quando, instigada, perde os filtros
dizendo as maiores barbaridades.
sou apaixonado pelo seu carinho e seu calor,
tão bom é nosso corpo entrelaçado...
parece que eu nasci pra te envolver,
em todos nossos graus de intimidade.
e o que falar das curvas de seu corpo?
e na forma que você é sempre intensa?
não canso de contar as estrelas em seu rosto,
e ser, com você, o meu eu mais sincero.
e até esse seu lado porcelana,
me instiga a ser mais forte e cuidadoso.
quando você sorri meu peito aquece...
você quem é a dona dos meus Lírios.
e mesmo longe você segue sempre perto,
eu não te tiro da cabeça por nem um instante,
e basta ouvir que me mandou uma mensagem
pra eu voltar ao meu mundinho todo bobo.
você não faz idéia do quanto eu me preocupo,
não sabe um porcento do quanto me importo,
e eu sei que isso não faz diferença
desde que você saiba, simplesmente
o quanto eu te amo,
e eu te amo, te amo tanto.
que esse talvez seja meu poema mais longo
e eu até esqueci de rimar.
e nem sequer falei de tudo que amo tanto...
em cada partezinha de você.
—satyro.
(11.06.2025)
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osatyro · 1 month ago
Text
"Intenso."
ignoram-se as causas
dos desesperados.
daqueles que presam
por amor intenso.
dos pobres coitados
que sonham luxúrias.
pecadores natos,
sem salvação.
porque o amor
pode ser sujo,
mais denso,
tão tenso
quanto o enrigecer
do músculo mais sincero.
não se pode ser santo
quando a carne
lhe satisfaz tão bem
ao ponto de sentir-se nefelibato
num calor averno.
e desta nobre causa perversa,
me coloco a frente,
porque amo um belo Lírio
tão intensamente
que as vezes me esqueço
que o amor é um tabu.
—satyro.
(10.05.2025)
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osatyro · 1 month ago
Text
"Tóxico."
pense em mim
nos seus momentos mais felizes.
eu quero estar no seu sorriso,
escapando dentre as suas gargalhadas.
pense em mim
nos seus momentos mais perversos,
pois quero estar na ponta dos seus dedos,
e na carícia dos seus lábios.
pense em mim
nos seus momentos mais tristes,
eu quero ser as suas lágrimas,
sua calmaria.
pense em mim
quando estiver dormindo,
pois quero estar nos seus sonhos
e no calor confortável do seu corpo.
pense em mim
quando se sentir sozinha,
e eu farei do nada incógnito, tudo que você precisa.
pense em mim
quando não souber o que pensar.
me respire se lhe faltar ar,
me beba se sentir sede,
e me consuma, e me transforme
em tudo que precisar.
quando fizer isso, saberá como me sinto,
quando sentir isso, saberá por que não me canso de lhe escrever.
é exatamente isso que faço, quando esqueço que estou existindo
e apago da minha cabeça tudo aquilo
que não lhe remete...
e é o meu traço mais tóxico.
e é a minha vergonha materialiazada.
se não fosse por você, não haveria música,
nem poemas, nem eu
nem nada...
mas não me sinto dependente,
também não quero que se sinta assim.
porque imagino que um dia seremos algo como um, em amor, em harmonia
talvez, se você pensar um pouco em mim.
—satyro.
(10.05.2025)
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osatyro · 1 month ago
Text
"Estou bem!"
quero entrar no mar calmo
e afundar, e dissolver
lentamente desexistindo.
talvez voar do chão até o topo
daquele prédio bonito no Centro
em reverso.
e ser líquido, ser papa,
ser nada.
porque me veio uma idéia engraçada,
de repente, como uma piada...
de que, talvez, não estando,
eu me sinta mais vivo.
—satyro.
(24.04.2025)
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osatyro · 4 months ago
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Poesia suja
Naquela noite meus dedos passearam por todos aqueles traços em seu peito
Seus dedos também passeavam por mim
E tudo em mim tinha seu cheiro
Sua respiração pesada e seus lábios susurravam
"De todos os elementos, o fogo combina bastante com você"
Sabia eu, que na verdade, o vendaval em meu corpo dançava com o fogo que vinha do seu
Eu me queimei em você
Em cada verso desse poema sujo minhas mãos dançavam sobre seu fogo
E quem escrevia cada palavra era você
Se nesse tribunal sua língua fosse prisão perpétua
Eu me julgaria culpada
O resto da vida não parece ruim quando estou sobre você.
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osatyro · 4 months ago
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Rascunho, "espiral" 06.02.25
por que só consigo rimar
o grenat com seu nome?
e penso em você toda vez
que falo sobre amar?
será que no mar de palavras
eu vou encontrar, um outro motivo qualquer
pra deixar você bem perdida
no caos do passado?
morena, cujos olhos encolhem enquanto sorri,
meus primeiros poemas foram para você,
o olhe, agora, pra onde voltei—
não posso fugir.
(porque prometi nunca lhe esquecer)
e agora, de volta ao mar, e às rosas brancas,
te vejo mais linda do que eu me lembro.
embora pareça ainda estar presa,
achando normal essa sua infinita
espiral de dor.
—satyro.
(06.03.25)
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osatyro · 4 months ago
Text
"Fico."
não foram teus lábios que me fizeram ficar,
nem suas mãos, ou as curvas de seu corpo.
não foram seus olhos e a forma como me afetam,
tampouco seu sorriso que arrefece meu coração.
não fiquei por seus poemas,
não fiquei por essas conversas,
e não fiquei por motivo qualquer,
senão meus motivos.
não fiquei por causa de carência,
nem por pena, nem por paixão.
não fiquei pelos risos, ou lágrimas,
pelo calor, nem pelo aconchego.
não fiquei por seu crochet,
não fiquei por suas músicas, que nem gosto.
nem por outro motivo qualquer,
senão meus motivos.
e eu fiquei, portanto,
ainda confuso.
eu sei que quer saber,
mas também sei que não precisa.
porque nem eu preciso saber,
e é magia não encontrar
os meus próprios motivos.
—satyro.
(06.03.25)
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osatyro · 4 months ago
Text
Rascunhos (1 e 2) 04.03.25
I
indiretas guiadas
camufladas em rimas pobres.
não vou esperar que me note,
conquanto a correnteza
me guie até seus pés.
então permaneço, ao léu
e lençóis retém o calor
que anseio compartilhar com teu corpo.
II
"eu te amo" e "eu te quero",
são as palavras que espero,
são as linhas de comando
pra selar os nossos lábios.
mas não posso ser sincero
e me acordo desse transe,
sem acordes, sem nuances...
nós não temos harmonia.
e eu nem sei porquê escrevo,
se teus olhos não me acham
nem encontram dentre aos versos
o seu próximo reflexo.
não tem nexo, e eu entendo
também não quero ser um louco.
e pra evitar o sufoco, seguirei
longe da linha.
—satyro.
(04.03.25)
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osatyro · 4 months ago
Text
"Meu sonho."
andei insistindo em um sonho,
cujo sorriso se tornou pesadelo.
e embora me sinta melhor ao seu lado,
ainda sou capaz de aprender a ser melhor
de novo, e só.
e destes sonhos imprudentes
onde sou incapaz de alcançar-lhe,
onde te vejo cada vez mais distante,
onde me vejo cada vez menos iniciativo
e desesperançado,
tomei a decisão de acordar.
agora é hora de seguir andando,
e quem sabe eu encontre
alguém que faça sonhar novamente.
(e quem sabe eu encontre
alguém que me realize)
alguém cujo toque me inspire,
muito além de qualquer poesia.
—satyro.
(04.03.25)
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osatyro · 4 months ago
Text
"Carnaval."
eu nem quero saber se estou certo
o pior é estar assim, tão perto
é tentar seguir reto num labirinto
é não saber descrever o que sinto
e, portanto, seguir me escondendo.
eu não quero estar distante,
quero algo para além do agora
e, enquanto o bloco passar lá fora,
eu quero me afogar no seu afago.
simplesmente, não sou mais o mesmo.
e é difícil lutar contra o grude.
eu te quero, pois te amo tanto
que não quero que você mude.
e são desses meus pensamentos egoístas,
que transborda tais palavras decifradas.
deixo pistas, camufladas
esperando que você note
enquanto retenho meu desejo e anseio
por seu corpo, suas mãos e seus lábios.
droga, eu estou amando...
e é por isso que o álcool bate mais forte.
e é por isso que o seu rosto me enfeitiça.
e toda vez que meu coração acelera,
por dentro, vivo um carnaval.
—satyro.
(01.03.25)
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osatyro · 4 months ago
Text
"Quintal." (Poema 1)
sob a luz do sol, límpido
corpos se refrescam num chuveiro de quintal.
tarde quente, de repente
uma brisa me desperta
de um sonho em que nós
nos privamos dessas máscaras.
nem que seja um segundo,
um minuto, ou um olhar
quero olhar no seu profundo
e navegar nas suas questões.
quero ser tal combustível,
inflamável, infalível
que desperta de você,
o seu lado mais alegre.
e o seu corpo, reluzente
de um suor que estou sedento,
me transpõe em novo transe.
deus... como é possível
eu amar logo você?
—satyro.
(01.03.25)
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osatyro · 4 months ago
Text
"Se fosse."
me cansa viver no mundo dos livros,
onde sonhos só aguardam, guardando fagulhas de esperança,
em que a vida tenha o seu ápice, apoteose.
que me fazem sonhar acordado, vivendo cenas imaginárias
que mais me doem do que realizam.
e dentre doses, e doses,
que amargam o doce da vida
idéias se esvaem
e nada me resta além de um respiro nostálgico, umami.
não quero viver a ilusão de um amor impossível,
mas não consigo desprender os meus olhos.
parar de lhe olhar seria como a morte,
e morrer seria ficar ainda mais distante
do que já estou.
se fossem, os livros, reais como a vida
talvez não haveriam finais tão glamourosos.
e não restariam as boas lembranças
e sentimentos.
seriam eternas páginas brancas,
cujo significado interpretariam poesia.
ou seriam repletos de figuras,
diversas gravuras, e todas você.
(não consigo parar de pensar em você)
coloridas, floridas,
grená, vermelho, branco e
rosas, papoulas ou lírios,
se fosse você a Lilian,
se fosse meus sonhos um Grande Talvez,
talvez, se fosse,
seria algo um pouco diferente do que é,
e talvez pudéssemos ser mais.
talvez, se fosse diferente...
mas não é.
—satyro.
(02.03.25)
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