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Final de inverno com lembranças de verão

Nossa, mais de 1 ano sem escrever aqui. Depois fui checar alguns posts antigos e não fazia ideia de que tinha escrito tanto. Mas o foco não é esse. Os dias finais de inverno no Brasil têm sido com temperaturas lá em cima, culpa do el niño e do aquecimento global. A sorte é que aqui em Friburgo o clima tá tão gostoso que me lembrou da minha infância, quando eventualmente eu ia para Saquarema visitar parentes. Era um clima tão gostoso de um solzinho com vento fresco correndo, suficiente para você não suar. Nunca fui muito fã de praia ou do clima praiano, mas sinto saudade dessa época de vida mais simples, menos preocupações. As coisas agora estão uma loucura com o final do doutorado! Mas, apesar disso, tentarei vir aqui com mais frequência. Tanta coisa aconteceu, tanta coisa que eu queria escrever sobre. Bem, talvez não fosse o momento. Esperemos ele chegar então.

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Xarope da mamãe

Esta semana mamãe resolveu fazer um xarope que não fazia há anos (despertou a bruxona e colocou fogo no caldeirão)! Lembro que quando criança tomava muito este xarope e nunca faltava lá em casa. Gripe? Resfriado? Garganta ruim? O xarope curava tudo! Mas o mais legal é na minha infância, eu que colhia as ervas para o xarope junto com minha avó (outra bruxona). Vovó me ensinava a ver o que era mato, o que era erva e prestava, a diferença entre elas... enfim, uma aula de botânica pra colocar inveja em muito magistrado dada por uma senhora semianalfabeta. Depois, seguindo nosso ritual, jogávamos algumas plantas na correnteza do rio pra ele "levar" tudo de ruim embora.

O doce gosto da lembrança. Mais doce ainda com a receita do xarope:

- Mel

- Assa-peixe

- Guaco

- Cambará

- Casca de limão

- Saião

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DOCES MEMÓRIAS DA INFÂNCIA

Até final deste mês, aqui em Friburgo terá apresentação da Folia de Reis.

Coincidentemente, papai mandou esta foto tirada no fim de semana, quanto acompanhava uma das folias pela Tijuca.

Quando eu era criança papai sempre me levava pra acompanhar as folias! Me colocava na carcunda e íamos pelas ruas, subindo morros, cantando e dançando, colocando dinheiro na bandeira... saudade das belezas da infância que só nos damos conta na vida adulta.

Curiosamente hoje estava lendo que o Natal era comemorado no dia de Reis, 6 de janeiro, pois não existe data específica na bíblia sobre o nascimento de Jesus. Talvez por isso os espanhóis comemorem e façam a troca de presente dia de Reis, assim como outros povos.

Infância anos 90 foi sensacional!

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Ano passado eu consegui bater minha meta de ler 1 livro por mês e consegui ler 13 ao longo do ano. Este ano resolvi, como diria Dilma, dobrar a meta.

Todos os tipos de mitologia sempre prenderam a minha curiosidade. Não é à toa que tenho um mito tatuado nas costas (Orfeu e Eurídice, a saber).

Lembro que meu primeiro livro sobre mitologia, do Thomas Bulfinch, foi mamãe que me deu. Compramos numa livraria dentro de uma galeria na rua Conde de Bonfim, onde agora funciona a Leader Magazine ao lado.

Terça passada baixei outro livro sobre mitologia pra ler e vendo os mitos lembrei da pintura acima, que estava no livro que mamãe me deu. O nome é "lamento por Ícaro", de Herbert Draper, e mostra um jovem caído depois de tentar voar para o sol com um par de asas de cera. Fiquei pensando que essa faceta merecia um Darwin Awards.

Lembrei também de um samba da Tradição (saudade de quando ela era uma grande Escola), de 1994, que fala:

"Será verdade? (ô será, será...)

Ícaro marcou bobeira

Viajando para o Sol

Com um par de asas de cera"

Talvez a escola de samba também achasse que ele merecia um...

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Jean-Paul Sartre, The Selected Essays

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Parece difícil às vezes, principalmente quando entramos no ciclo vicioso, precisamos ter em mente de que é completamente possível.

🚀

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Nesta quinta-feira chuvosa em Friburgo (a impressão que tenho é que chove todos os dias há 1 mês) me peguei vendo o post acima no face e lembrei de quando isso acontecia comigo: os gatos me esperavam no ponto de ônibus para me acompanhar até em casa.

Quando eu entrei na faculdade, em 2007, comecei fazendo o curso noturno antes de passar para o turno da manhã. Consequentemente eu saía tarde e chegava tarde já que as aulas iam até 22h e pouca.

Meu SUPER PAI, sempre preocupado comigo, me esperava no ponto de ônibus pra poder subir a rua comigo.

Nesta época já tínhamos gatos comunitários (gatinhos de rua que todos cuidam e prezam pelo bem-estar por não terem lar) e cuidávamos de alguns dando água, comida e atendimento veterinário quando necessário.

Eram mais ou menos 5 gatinhos: 1 pretinho e o resto branco que se apegaram tanto ao meu iluminado pai que sempre quando o viam, seguiam ele.

E assim foi... Sempre que meu pai ia me esperar no ponto de ônibus, todos os gatos iam junto, me esperavam chegar e depois me levavam até em casa.

Era um barato! Todo mundo achava graça e os gatinhos nem aí. Foi assim durante muito tempo!

Hoje lembro com muito carinho e saudosa de como os gatos entraram na minha vida: nada convencional.

Nem preciso dizer que nunca mais saíram, né?

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vai entender 🤷🏻‍♀️

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Revendo umas novelas na globoplay ano passado, assisti "laços de família" (novela do Manoel Carlos com uma Helena e todo mundo mora no Leblon). A música do Caetano faz parte da trilha sonora da novela, tema da personagem Capitu. Quando toca a música, Capitu está sempre caminhando pelo Leblon, num fim de tarde ou início da manhã. .

Lembro que quando esta novela estava no ar em 2000 eu estava na sétima série, atual oitavo ano, e acompanhava a novela com outras amigas da escola (ainda na tour nostálgica CP2). Sempre que escuto essa música sou transportada para colégio nesta época... lembro do calor que na época eu achava gostoso, lembro de sair do colégio ainda claro e ver o entardecer no ônibus indo pra casa.

É tão estranho que consigo sentir até o cheiro da época. O cheiro doce da memória.

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FELIZ 2022

Parece até um pouco clichê criar e começar a escrever um blog no primeiro dia do ano novo, mas a verdade é que tô querendo começar há tempos. Nunca fui uma pessoa de blog, mas sempre fui uma pessoa de escrever. Em papel. Agendas, cartas, bilhetes... sempre em papel.  Final do ano passado um amigo me apresentou o web archive e tenho visto tantos blogs de amigos da década de 2000... que doideira! Uma nostalgia tão gostosa porque em algumas situações eu também estou e lembro de tudo minuciosamente (filha da Lua). Bons tempos. 

.Mas o principal deste negocinho que fiz é deixar todos os meus pensamentos, notas, indagações, revoltas, bilhetes e cartas em um lugar só e com fácil acesso. Dizem que na internet é mais difícil de perder o conteúdo... veremos. 

Acredito que deixarei o blog aberto e algumas notas fechadas para a Pamella do futuro ler. Até porque a verdade é que esse blog é pra ela.

Pode vir, 2022!