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Os Detalhes de Julia
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osdetalhesdejulia · 4 years ago
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tem alguém ai?
me parece que estou escrevendo no espaço de outra pessoa, como se eu invadisse uma casa e rabiscasse nas paredes dela.
acho que aqui é o único lugar que posso falar qualquer besteira, sei que ninguém ouve. 
“você deveria ser você mesma”, “você sabe que pode contar comigo, né?”. mas ninguém nunca esta preparado pra ouvir. eu não reclamo, eu nunca reclamo de absolutamente nada.
os remédios cumprem seu papel, o psiquiatra cumpre seu papel, a psicóloga cumpre seu papel, setembro amarelo cumpre seu papel, e eu cumpro o meu.
eu 
eu
eu
eu
em termos gerais posso dizer que tudo vai bem.
mas tem aquela sensação que nunca vai embora, e eu até acostumei com ela. um frio no cangote, um assobio no pé do ouvido. 
as vezes eu estou me divertindo, ou vivendo um momento bom, e sinto a coisa me observar no canto do ambiente. é tão visível, tão real. é uma espécie de mim, e ela tem os olhos marejados e cansados, os ombros caídos, os cabelos escorridos igual aos braços. 
e ela me olha como quem diz
“eu vou voltar” e “como pode se divertir assim e eu nesse estado?”
que sentimento cruel de não se ter o direito de se sentir bem. é um rabisco que nunca deixa em paz, como aquele fio preto na coberta branca. como a garrafa de agua do seu psiquiatra que o desenho é desconexo, e você não consegue se concentrar em dizer o que precisa ser dito.
como eu vou dizer pras pessoas que vai voltar. que falta pouco. que talvez nunca mais vá embora.
não acho que usar uma máscara do “ta tudo bem” seja de todo ruim, é confortável. como não usar sutiã porque esta de moletom. faz parte. 
outra coisa que incomoda é saber que todo mundo a minha volta pode estar usando a máscara também. inclusive pessoas que eu amo. 
complicado é não ter razão pra reclamar, sabe? não tenho motivo pra estar na merda. 
a coisa as vezes tem uma voz conhecida que diz “você esta inventando porque não tem problemas o suficiente”. e eu acredito. 
enfim.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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19 de Janeiro, de 2016.
Quando eu era ainda uma menininha, ainda tinha cabelos quase brancos de tão loiros, quando eu brincava com o vestido de noiva da minha mãe, e acreditava em amigos imaginários e monstros embaixo da cama. Você provavelmente já passou por essa fase também. 
Sempre tentei conservar meus amigos imaginários, assim como tentei também cultivar meus diários, mas minha memória nunca quis ser aliada dessas aventuras (mas quanto as músicas da rouge, ah, dessas ela ainda se lembra). 
Foi já na minha idade adulta que conheci alguém, uma mistura de monstro com amiga imaginária. No início foi cômico, e ela me apareceu numa noite durante a faculdade, era engraçadinha, e eu me encantei pela cor magenta que só eu podia ver, as vezes quando ela se irritava mudava para um tom azul celeste, e quanto mais brava, mais claro o azul ficava. Dividimos o intervalo entre as aulas, dividimos caminhadas, músicas, e até cozinhamos juntas. 
Eu me sentia sendo levada por ela cada vez mais pro fundo do oceano, a melodia era minha voz implorando para voltar, porque sempre senti muito medo do fundo do mar. E ela me ignorava com naturalidade. 
Bem, não quero me ater ao processo intermediário, quero dizer sobre hoje. 
E posso dizer que não a nomeei porque isso a tornaria real e mais próxima do que ela é. Mas ela me nomeou. Louca, desequilibrada, emotiva, sensível demais, compulsiva, ansiosa, burra, nomes repetidos a cada vacilada minha. 
Hoje ela me destrói com tudo que pode. Ela já teve muitos apelidos, se você quer saber, tpm, enxaqueca, sono, cansaço, cólica e até mesmo ressaca. 
As vezes estamos ligadas por um fio fino e frágil, outras por correntes de ferro enferrujadas. 
 Quando acordo alegre e ansiosa pelo dia ela sobe nos meus ombro e sussurra: “não se acostume, esta vindo algo ruim, eu posso ver daqui”. E então eu como pra aliviar a tensão, ou fazer o tempo passar mais rápido e assim nada dê errado. 
Algumas vezes me olho no espelho e a ouço gritar sobre minhas gorduras extras, sobre minha testa, meu cabelo sujo, minhas espinhas e cicatrizes. Então eu só tento correr para debaixo do cobertor, e imploro aos céus para não sair. Quando antes morava embaixo da cama, hoje ela tomou meu lugar no colchão, e eu que sou jogada para o escuro embaixo. 
Eu tento com todas as minhas forças pedir ajuda aos meus amigos e aos meus pais, mas ela rouba minhas palavras, ou sugere que eu os estou atrapalhando.  
Minha mãe não a vê, mas me abraça quando eu saio com olho roxo de uma briga. Meu pai não acredita que ela realmente exista, e apenas não toca no assunto, meu irmão virou melhor amigo dela porque eles dividem os mesmos interesses. 
Ela me faz implorar por perdão, e coloca uma máscara no meu rosto pra que ninguém a veja. “apenas eu te amo, não vê que sou a única aqui por você? sua tola e ingrata!” 
Quer metáforas? Eu sou o titanic, ela é o iceberg. Nós somos a dupla perfeita para afundar e levar amores conosco. Eu afundo, mas afundo pedindo perdão. 
As vezes ela me dá folga, tenho no máximo três dias sem ela por perto, e ajo como se ela não fosse voltar. 
 Quando converso com pessoas ela sempre esta nos ombros de alguém, e me encara com os olhos de fúria, até que os tons de azul invadam meu horizonte, vez ou outra ela até usa meias palavras. 
As vezes alguém tenta ajudar e pergunta: "mas o que houve?", e eu me encolho e penso mim respostas pra dizer "eu. eu aconteci." 
E é tão pesada, mas eu não canso de carregá-la, não me lembro de quem eu era antes dela, e tenho medo de não saber ser alguém sem ela. 
 A grande possibilidade de ela ser parte de mim, e parte da minha mente, me assusta e me conforta ao mesmo tempo. 
 Pelas coisas que eu fiz sob controle dela: perdão.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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06 de dezembro, de 2016.
Há tantas pessoas dizendo quem você é.
Eu vim pra dizer quem você não é.
Você não é essa tristeza que te consome hoje. Você não é o que ela fez de você.
Você não é a pessoa que te oprimiu.
Você não é a indecisão que te atordoa.
Você não é suas idéias embaraçadas e nubladas.
Você não é sua dor, seus traumas, suas cicatrizes. 
É só costume. E o ser humano esta em constante mudança. Nossa mutabilidade é beleza. Acostume seus olhos pra enxergar beleza e quem você realmente é.
Ainda é você debaixo dessa dor e melancolia. 
Ainda é você.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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15 de Novembro, de 2016.
Querida Julia,
Isto deveria ser uma despedida.
(merda, como é difícil digitar com essas unhas compridas)
Hoje eu te encontrei três vezes, e doeu. E eu só me recorri a você porque não tinha mais ninguém. Pensei em você nua no chão, sem forças pra me recompor, com vergonha da minha própria dor, porque acho que ela me faz quem eu sou (sempre me definindo por coisas ruins, hein? pelo menos algumas coisas nunca mudam).
Então, é o seguinte:
Minutos estes desse episódio eu estava no chuveiro numa daquelas crises de não conseguir respirar de tanta dor, e pensei em você pequena, aqueles cachos quase brancos, e os grandes olhos esverdeados me encarando com medo, então eu juntei meus caquinhos e respirei fundo três dolorosas vezes, por você.
A segunda foi durante a terapia, eu estava numa meditação de relaxamento ou qualquer coisa que aquilo tenha sido. Eu pensei sobre o céu, não naquele tom de azul calmo (que me perdoem os normais), mas sim um laranja furioso e acolhedor. Noutro segundo eu estava com você no colo. Meus braços grandes e maternais te acolhiam inteira num vislumbre de proteção de mãe ursa. Você mantinha o dedão na boca, e pelo seu rosto lagrimas de ansiedade percorriam por um caminho trilhado por outras mais furiosas, que tinham como nascente pequenos olho furiosos e fechados. E eu quis fazer de tudo pra tirar sua dor, eu quis tomar pra mim, como eu fiz com todo mundo até agora.
A terceira foi ao rever um caderno antigo. Encontrei desenhos e muitas frases. Como você pode se deixar definir por um cara? Por que fez isso conosco?
De qualquer maneira, eu já estou no estágio do sono que tenho raiva.
Mas eu te amo, apesar das merdas que você faz. Apesar de tudo. Você sabe.
flw.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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02 de Outubro, de 2016.
DDD1598763
Eu fui intimada a fazer algo que eu gosto, que me faz bem, que fosse por mim. E naturalmente, eu dividida entre correr meus pés pela grama, me pendurar no pé de amora, ou escrever essas linhas tortas, resolvi fazer tudo isso (Talvez compense todo o deficit. Talvez).
.
Andei cansada pela areia até os grãos machucarem meus pés. Senti de longe a brisa do mar me chamar, e sem pensar duas vezes fiquei nu, carreguei minhas linhas e corri cambaleando até que a maré de ressaca poética me engolisse. 
Debrucei meu coração num papel (talvez porque eu me sinta tentada a escrever quando há risco eminente de despedidas - umas cortam o cabelo, eu escrevo). 
Fiz uma prece para que não houvesse míseras gotas, e sim uma generosa catarata, equivalente ao quanto eu chorei.
Durante essas noites, eu estive certa de erguer um altar pro teu caos. Por que foi ele que me abraçou pra que eu não caísse. 
Então esse é o altar temporário e frágil.
Deverias saber que as vezes, quando o sol não sai, eu procuro alguma parte de você, e a maioria dessas vezes eu não encontro. De outro modo, encontro teus olhos pretos em cada rascunho de poesia, cada resquício de paz. Te encontro aqui, bem nas minhas linhas desenfreadas, porque já não tenho tua fala mansa e arrastada me dizendo o que eu gosto de ouvir. Encontro partículas do teu ser tempestuoso a centímetros longe da minha iris molhada e dolorida (E o estado da minha retina é relevante, pois quando não esta inchado de dormir, esta inchado de chorar. Eu te pego nos intervalos).
Veja bem, dentre todos esses parênteses, eu sei que a ilusão de te ter é doce em contato com as papilas gustativas, mas é amargo no estômago. 
Deixo aqui pra continuar.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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15 de Setembro, de 2016.
DDD 3
O dia esta todo ensolarado, alegre, rindo. 
E eu?
Tem uma nuvem negra bem em cima da minha cabeça. Encharcada, pronta pra despejar água e trovões. 
Eu já fingi alegria pra quem tinha que fingir. 
Ouvi minha mãe dizer que eu sou a alegria da casa, e graças a minha muralha eu não chorei. 
Já desejei bom dia a uma pessoa aleatória no banco. 
Já fiz o roteiro dos trabalhos do dia.
Mas minha alma ainda esta na cama. Dolorida. Querendo paz. Com os olhos inchados e cansados de tanto chorar. 
Eu não tenho motivação, e minhas têmporas doem de pensar nas coisas que tenho que resolver.
Aos que vem aqui pela poesia: estamos em falta. Desculpe o transtorno. 
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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Se você procura alguém pra coroar rainha dos corações partidos, pra eleger como protetora dos eu-realmente-sinto-tanto-tudo-isso, e pra representar o papel de trouxa. Eis-me aqui. Meu primeiro coração partido foi com o meu segundo amor. Eu era aquela menina tímida de vestido, e ele aquele garoto todo errado e popular. Eu via tanta beleza nisso tudo. Eu me via num filme. O dia D foi quando eu o vi beijar uma menina, ela pegou o boné dele enquanto estava presa nos braços dele, colocou na cabeça, e eles se beijaram. Exatamente como eu havia imaginado. Mas era eu no lugar dela. Me lembro de entrar na velha Montana que meu pai tinha, e foi a primeira vez que eu segurei o choro. A primeira vez que dormi chorando. A primeira vez que achei que o mundo fosse acabar. Meu segundo coração quebrado foi com um ex babaca, mais clássico impossível. Embalada num relacionamento abusivo sem ser classificado assim. Foi palco dos meus maiores medos, dores e marcas. E gatilho pros ideais que eu tenho hoje. O "querido" não fez nada de bom, pelo contrário, todo o aprendizado e maturidade que recebi foi por mérito meu. E ele está onde eu o deixei: na merda. Meu terceiro coração partido foi com um cara incrível. Ele era meu melhor amigo, e eu cumpria meu papel de amiga/rostinho bonito/ajudadora que ele queria que eu fosse. Eu não tinha voz, porque óbvio que menina que eu era não sabia de nada. Todo mundo achava que íamos casar, menos ele, veja só. Eu era alvo das piadinhas dele, que foi criado assim. Mas nunca boa o suficiente. Um dia tomei coragem e disse o que sentia por ele. Cheio de firulas e o clichê maior do mundo, ele me disse, sem olhar nos meus olhos, que eu era linda, que ele sentia muito ciúmes de mim, mas só me via como amiga. Você acha que é suficiente para uma menina? Ah não, não para mim! Meu quarto coração partido foi o meu primeiro amor. Outra vez, todos estavam certos que iríamos casar, desde que me lembro. Eu me agarrei a um episódio nos meus tempos de criança, dos olhares que eu tinha certeza que era na alma, onde ele pegou minha mão, e me disse que um dia seria meu príncipe. E eu acreditei. Porém, contudo, todavia, após alguns anos o vi, com toda a calma do mundo, me dizer que não sentia o mesmo por mim, que eu era incrível, mas não para ele. Ainda usou uma frase do Pequeno Príncipe pra me dizer que não acreditava que todos somos responsáveis pelas coisas que cativamos. (Outros dois caras me votaram esse livro para ocasiões diferentes, que coincidência, não é?). Meu quinto coração partido ainda está embaçado pelo choro da noite que enfrentarei, e ainda não estou certa se quero falar sobre ele. Mas eu tenho certeza que o mundo vai acabar amanhã. Se não, eu completarei o texto com os cacos que sobraram.
Mas acredito que você ja tenha uma idéia do problema-denominador-comum em todos esses casos. Eu, a peça quebrada, que não se encaixa. Que é linda, mas nunca boa o suficiente. Acho que só preciso saber o que é que eu tenho de tão ruim pra que nenhum dos caras tiveram coragem de dizer. 
Só espero que um dia eu seja A garota. Mas estou cansada dessa corrida, porque no segundo lugar ja basta o Aécio. Então, para que eu me lembre da próxima vez: o coração vai parecer um chumbo dentro do peito, muitíssimo mais pesado que o normal. Vou levantar da cama pra respirar, porque será muito difícil. A cabeça vai doer muito. E o nó na garganta por ter que chorar baixo. Os olhos pesados e sensíveis. A boca seca por querer gritar. A capa da invisibilidade (alô, Harry Potter!) pro dia seguinte. O sarcasmo e a comédia para não chorar mais do que o necessário. E a frase "ta tudo bem" repetida milhões de vezes, até perder o sentido.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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10 de Setembro, de 2016.
DDD 2
Num quarto, o frio palpável carregado de calafrios, sob a meia luz. Estamos eu e minha poesia. Pálidas e pousadas. 
Ela me encara,
me inquire,
me machuca.
E eu tão pequena prostrada diante da medonha e monstruosa crise, chamada (as vezes) de minha vida.
Eu tenho medo.
Me sinto feia. 
Incapaz.
Dolorida.
Quebrada.
Incompetente. 
Sozinha. (Ninguém reparou na lua.)
Errada.
Rasa.
Não é moda. É dor. É peso. E é tão grande que eu não aguento sozinha. E acho egoísmo transferir pra outra pessoa. Então fico só refém do meu arrependimento e minhas várias desculpas. 
É um sentimento que cresce em mim, pronto para me explodir. É um peso que me pressiona de cima. 
E esse aqui é pra mostrar que nem só de lindos detalhes se faz uma Julia. Mas principalmente de dor e um coração quebrado. 
Esse aqui é pra se um dia eu desistir de vez. Eu tentei. Desculpa.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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DDD 1
Segunda feira. O mundo começou de novo, mas esqueceram de me avisar. De toda a normalidade minha, só a dor de cabeça. Eles querem que eu flerte, que eu seja alegre, que eu discuta política, que eu fale coisas engraçadas, que eu limpe a casa, que eu seja bonita, que eu seja inteligente. Que eu esteja ali. E eu peço desculpa, não será dessa vez. “O que você quer?” E eu respondo: “dormir”, só pra não dizer que não sei. Até minha eloquência e pontuação perfeita me abandonaram. Eu preciso de ajuda. Mas eles não conseguem me enxergar quando me olham. Não conseguem me ouvir quando eu grito. A maioria acha engraçadinho e bonito todo esse charme. Mas nunca foi charme. Só dor. Me deixe ficar aqui na cama com alguém que me entende e se importa. Eu mesma. Não se assuste, isso tudo sempre esteve aqui.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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Sem título
Eu gostaria de te vomitar de mim. E digo vomitar com o perdão da poesia. Juro. 
Desse jeito você não me perseguiria como uma música velha, enquanto eu tenho parafrasear atolada no trabalho. Não sei quando foi que eu deixei tudo que você é grudar tanto na minha pele. E eu tô lutando tanto pra ter controle. (Porque não ter controle só é bom quando os dois não tem, não é?) 
Tô atrasada, cê sabe. E acho o máximo apoiar meu chamego nesse atraso não só literal. 
Tô com vergonha do que escrevo. É gritar sozinha numa praça, pregando algo que eu acredito tanto a ponto de ser maior que meu amor próprio. Dói muito dar a cara pra bater, mas eu aprendi a dar o outro lado da face. 
Tô com medo. 
Vem cá, não se esconde de mim. Viajei tão longe pra te ver. Não tenho essa armadura tua. Não sei encarar o mundo desse teu jeito. Não sou você. 
Eu sinto muito por sentir muito. (Clichê, eu sei)
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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Nem só de despedidas são feitos os finais. Até neles há rima. E quiça melodia.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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22 de Agosto, de 2016.
De todas as decepções: não aprenda a recitar poesia para quem não quer ouvir. Não vale a pena, e você perde oportunidade de agradar outros ouvidos, e aquecer outros corações. Também não precisa se descabelar por problemas que fogem do seu controle. Não assuma dores que não te pertencem, e que te fará mal. Se você se ama, você tem tudo.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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20 de Agosto, de 2016. (Parte 2)
Você ja reparou como a beleza é criada na nossa mente? Já parou pra pensar que tudo parte de nós? Eles dizem como se a poesia saísse do coração, mas sai da mente. É a mente que imagina, sente e faz. A mente colore, explora, faz florescer e enfeita o que quiser. Acho bonito como tudo isso sai de nós.
(Será que algum eu serei uma dessas pessoas que escrevem como se fossem uma só com a poesia? Saca?)
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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20 de Agosto, de 2016.
Sobre sabotar a própria felicidade. As pessoas a sua volta podem tentar fazer de tudo, mas só você pode efetivamente conseguir sabotar a própria felicidade.
As vezes controlamos tanto o que sentimos, queremos botar tudo numa planilha de excel e mante-la dentro da palma da mão. Mas sabe, nossos sentimentos exagerados são o que nos tornam o que somos. Humanos. Também há beleza na tempestade no copo d'água. Só cabe a nós sentir.
Sinta. Mas sinta verdadeiramente. E sinta tudo que puder, não só o que quiser.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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18 de Agosto, de 2016.
Coisas para se fazer enquanto se é ignorada: 
1. Limpar o quarto. Inclusive separar roupas para doar e jogar fora velhos papéis. 
2. Estudar política (Fora Temer!).
3. Ver documentários sobre sistema penitenciário.
4. Cozinhar uma comidinha gostosa (mesmo que saia horrível).
5. Ouvir músicas novas (mesmo que depois você volte a ouvir as antigas).
6. Puxar conversa com alguém que não conversava há muito tempo (e pelo amor de Deus, continua essa conversa até o fim).
7. Tirar o sapato e andar na grama.
8. Experimente um novo penteado no cabelo (depois volte pro clássico rabo de cavalo, ou solto).
9. Edite fotos que você tirou e pretende postar algum dia (ou nunca).
10. Rabisque uma poesia (não sobre ser ignorada, por favor).
11. Faça listas.
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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09 de Agosto, de 2016.
Minha árvore preferida é o ipê. Vezes ou outra tenho uma queda num pé de amora (principalmente quando ele está carregado de amor em forma de frutinhas, sabe como é, né?).
Numa dessas conversas com minha mãe, eu disse que nossa árvore de amora não dava frutas direito, que morria de vontade de plantar outra. 
“Então planta outra, Julia”, ela me respondeu simples. 
“Mas é que demora muito, imagina quanto tempo vai demorar pra dar fruta, mãe.”
“Se você não plantar, nunca vai crescer e nem dar fruta.” 
Esse foi o dia que eu vi o copo meio vazio. 
E foi só isso. Tudo isso. 
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osdetalhesdejulia · 9 years ago
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27 de Julho, de 2016.
A avalanche.
Me promete que você não vai se assustar com esse texto?
Eu tenho evitado de escrever aqui, não me sinto mais parte disso, não me sinto mais dona daqui. É rude, eu sei. E dói, eu também sei. 
Eu me sinto com sede. Fico implorando por aí pra saber algo sobre mim, e eu nem sei como cheguei aqui. Me desculpa. Preciso de tempo, entenda. Preciso de mim. 
Preciso achar minha profundeza, ou qualquer coisa do tipo. Eu me sinto cansada, muito cansada. Não consigo mais viver de coisas superficiais, e isso depende só de mim.
Saiba de uma coisa, eu tentei.
Se você quer palavras sobre você, aponte o lápis, e escreva. 
Eu não quero ser mais um sorriso vago em alguma mão por aí, sabe?
Eu sinto falta de tanta coisa. Daquela idéia quente que corre pelas veias do nada, e me faz levantar da cama aconchegante, só pra anotar e não deixar que ela corra pelos dedos. Da sensação de que eu e o sol somos um. De me sentir dona de mim. Sinto falta de algo tão meu quanto a minha escrita.
A liberdade não pode ser tão sensível e frágil assim. Pode?
Me diz algo. Conversa comigo. Me explica. Fique onde quer que você esteja, mas não me deixa sozinha. 
Esses dias eu tive uma idéia de lugar ideal. Foi tão momentâneo, mas ao mesmo tempo foi infinito. Fechei meus punhos e pedi pra que esse lugar fosse dentro de mim, e não dependesse de condições físicas. 
(pausa para um pensamento aleatório: Como é fácil escrever com o rosto coberto pelas linhas cibernéticas, não acha? Jamais falaria nada disso em alto e bom som.)
Eu vou explicar sobre esse lugar, calma. É algo como uma cabana feita de edredons, e eu uma criança chorosa buscando abrigo da briga dos pais. E a atmosfera era só silêncio, sem frio, sem dor. Só meu coração completo. 
E nesse lugar a Julia não depende de ninguém. A menina Julia, chorosa e amedrontada, não tem ninguém no coração. Só ela mesma, e a claridade com que ela se enxerga. 
E essa sou eu, amigo leitor (que nunca aparece), afogada no lamaçal, sem conseguir firmar os pés. Só estou tentando manusear e dançar minha própria melancolia. Me perdoe se esperei todo esse tempo que você me salvasse. Algumas vezes não conseguimos ser o nosso próprio herói. 
Tem muito barulho, sabe? E hoje eu sou toda silêncio. Sou a que quer deixar os olhos delinear palavras alheias. Essa fase sempre chega. 
(Outra pausa para um pensamento aleatório: Será mesmo que os poetas nascem só pra escrever sobre o amor, mas nunca o sentir de verdade? Ou será que o amor não é aquilo que a gente espera que ele seja?) 
O fato é que eu sou uma longa e cansada história. Não finja que nunca soube disso. E eu só quero outra longa história pra me renovar. Acho perfeitamente possível que isso aconteça. 
“Tudo esta fluindo. O homem está em permanente reconstrução; por isto é livre: Liberdade é o direito de transformar-se.” Lauro de Oliveira.
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